Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbre1ta a Vieira)

Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbre1ta a Vieira)

Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbre1ta a Vieira) 1435 Serie 5.ª *' B R A S I L I A N A .,. Vol. 194 BIBLIOTECA PEDACOCICA BRASILEIRA SERAFIM LEITE S. I. Da AcademJa Bru\leira de Letr&1 . Da Academia Pertuaae,a de Hi,t &ria. NOVAS CARTAS JESUÍTICAS ( De Nóbrega a Vieira) • . ,-; C9MPANHIA EDITORA NACIONAL Sio Paulo - Rio - Recife - Põrto Aleare 1940 Do MESMO AUTOR: Nesta Série: PÁGINAS DA HISTÓRIA DO BRASIL Vol. 98 • Ir). v) 5:J .. /i\J ,~./ Edição da COMPANHIA EDITORA NACIONAL Rua dos Gu.smGf:a, 689 - Sio Paalo À PROVINCIA DE PORTUGAL Da Companhia de Jesus, Donde procederam os primeiros e grandes Jesuitas Cujas cartas aqui se publicam: HOMENAGEM De quem a ela também pertence E nela e nos seus Provinciais, CÂNDIDO MENDES, PAULO DURÃO E JÚLIO MARINHO Achou, com afectuoso estímulo, os meios práticos De escrever seus livros. • PREFACIO UANDO se empreende a fábrica de um monumen­ Q to ·como esta "Hist6ria M Companhia de Jesus no Brasil", cujos dois primeiros majestosos tomos já apareceram, e antes dos outros quatro que virão, a seu ' ' ' tempo, sempre, 1111, oficina, ao artista, se depararão frag­ mentos de obra prima, canto de pedra, mármore sem emprego, bronze sem colocar, f 1'.gura já esculpida, tro­ ço de coluna, volutas ou métopes, qu.e, desaproveitados · embora, têm seu preço de prestigio e admiração. Tal este livro. ; Dos se1ts documentos, que não instruem as pági­ nas do seu \livro mestre, reuniu o Dr. Serafim Leite S. I. estes que são entretanto dos maiores, pois que são cartas inéditas de J esuitas e que têm, por si s6s, vali­ mento, para 1tm livro. E' este. Vêm elas de Nóbre• ga a Vieira, do primeiro estadista-missionário ao pri­ meiro artista-escritor do Brasil. Não é preciso di­ zer mais. • Os est1tdos jesuíticos no Brasil começados faz mui­ to tempo, e fragmentariamente, tiveram a primeira fa­ se, que se poderia chamar a de Capistrano de Abreu e seus contin'U,'fl,dores. Com efeito, êle puxou a fieira com as "Informações", de A nchieta. Depois, vieram as "Cartas" de N obrega, reunidas por V alle Cabral, --U-N-IV_E_"_S_IO_A_O_E_D_O_-;, A AS IL ) < IIBLIOTECA 8 Sera.fim Leite 8. I. que tambem publicou as "Cartas Avulsas", de vinte e tal Missionarios, as quais, esperando anotações, fo­ ram consumidas por incendio da Imprensa Nacional,. Teixeira de Mello ia publicar as "Cartas" de Anchieta, algumas saidas nos "Am2is da Biblioteca", mas o li­ vro nãQ veiu. As publicações da Academia Brasilei­ ra acorreram; décadas depois. Tornaram a sair as de Nóbrega, com prefácio e novas notas de Rodolfo Gar­ cia. Um milagre fez encontrar folhas das "Cartas Avul­ sas" e nova impressão se f ez delas, agora preservadas na sua conservação. O volume de Anchieta prepara­ do, em vez de treze, conseguidos vinte e oito documen­ tos, couberam as anotações ao malogrado Alcantara Ma­ chado, de tanta bênçâco. A.gora, ultimo tempo d;êsse período, "Novas Cartas J esuiticas" de Nóbrega a Viei­ ra, que nos dá o Pe. Serafim L eite por êle achadas e transcritas dos Arquivos da Companhia, que sua bene­ merita "Historia!' já anotou, em sua maioria, tornando desnecessario tal aparato critico. • Não é tudo. Agora será o mais. Numa edição pr6- xima, que prevejo, êsses quatro volumes desmanchados, e não mais a obra individ1tal de cada Padre, seja êle o príncipe Nóbrega, o heroico Navarro, o ubícuo L eo­ na.rdo Nunes, o incansavel Luís da Gran, o sábio Blás­ quez, o extrênuo Antonio Rodrigues, o santo Anchieta... senão todos, vmpessoais, informativos, edificantes, fa­ zendo historia sem o saber, dispostos cronologicamente, numa sequenci~ de memórws, história do Brasil, dos primeiros tempos da conquista espiritual, pelos Padres J esuitas que a fizeram. Porque não será o mesmo Dr. Serafim Leite, o último .desses Jesuítas de outróra, Novas Cartas Jesuíticas 9 no tempo de hoje, o que os evoca na sua monumental "Histori,a da Companhia", · o que Ms dará a procis­ são de todos, mima outra" Historia do Brasil" pelos Pa­ dres da Companhiat Será a segunda, fase das Car­ tas. de J esuitas. • A terc,eira esp;erará alguns janos. O monumento da "Historia da Companhia de Jesus M Brasil" se wn­ cluirá, na mesma maravilha, em mais um lustro. Os quatro volumes, delineados, estudados, todas as pesqui­ sas feitas? demandam apenas esforço e saude para se realizarem na escrita definitiva... Quando o Pe. Se­ rafim Leite puser por f êcho de sua obra, na testeira do fundo da ábside, as quatro letras do principio A. M. D. G., não o deixaremos descançar. Retomará o cor­ po das "Cartas", como estão, e pesquisará nos Arquivos os originais e as copias fidedignas, c<Wrigirá aq1ti, emen­ dará adiante, acrescentará acolá, e, expurgado, um "Corpus", um texto certo, exacto, puro? teremos a ter­ ceira fase das "Cartas", na sequencia do tempo ttma "Historia do B,rI,Sil", pelos seus Autores... tal como êles a fizeram, sem cuidar que a faziam, milagre de amor e de ciencia, vindo de antes de Capistrano de Abreu, até êsse abençoado e predestinado Dr. Serafim Leite, que chegou, milagrosamente, para cumprir a ma­ ravilha . .• • O que a41,u,noio se 1ta ~ 111ealizàr. Diz-m 'o o amor ao Brasil e aos Jesuitas. Que demore uns anos : esperaremos/ Hoje é um dos trechos do caminho. Um terço da, emprêsa, agora, se conclue. Que a maravilha • 10 Sera.fim Leite S. I. de conjunto não nos prive de gozar, entretanto, esta, recolta de carta.~ ineditas, que nos dizem tanto, a seu modo um livro que resume os- tres an(eriores, porque são cartas dos mesmos padres do Primeiro Seculo e, a mais, de Vieira, o Padre-mór de todos os séculos. .. Is­ to escusa qualquer palavra de preconicio. Estou aqui apenas para dizer ao Dr. Serafim Leite s: I.: Bem haja pelo bem que já nos fez . Pelo que nos fará ainda, concluindo o monumento de sua "His­ toria", empreendido e começado. Pelo que agora mes­ mo faz, com reliquias ( sim, reliquias, nos dois sentidos: material e etirnologico, espiritual e piedoso) de sua ofi,. cina, êste belo livro. Pelo que hade fazer com a edi­ ção prévia e conjunta das "Cartas J esuiticas" e com a edição definitiva dessas certidões âe b-atismo do Bra,. sil. Amen. AFRANIO PEIXOTO INTRODUÇÃO UEM tiver lido a Hist6ria da Companhia de Jesus no Q Brasil, no século XVI, e compulsar as cartas iné- · ditas, referentes 'ao mesmo período, que publicamos hoje, encontrará ainda novidades, porque o âmbito das cartas ultrapassa a história de uma Instituição, por impor­ tante que seja. A homogeneidade e fidelidade ao as­ sunto exige coordenação. Sucede iflto até no caso, co­ mo o nosso, em que utilizamos referências que se estra­ nhariam na história da Companhia nos países europeus, como de-facto estranhou o notável hispanista francês Robert Ricard. Explica-se. O aparecimento da Com­ panhia de Jesus na E uropa é um episódio, relevante sem dúvida, mas enfim episódio, da civilização cristã, já feita; o estabelecimento dos Jesuítas no Brasil coin­ cide com a propria formação da nacionalidade. Aqui está a diferença. O que na Europa se menosprezaria por minudência material, topográfica, económica, seme­ lhante a muitas outras, assume no Brasil proporções de origem. E tudo são sugestões da vida que começa ... O presente volume consta de três secções: Cartas de N6brega, Cartas Avulsas, Cartas de Vieira. As no­ tas são diminutas nas duas primeiras secções, mais nu­ tridas na terceira. O comentário natural daquelas está nos dois tomos publicados da Hist6ria; as cartas de 12 Sera.fim Leite S. I. Vieira, tratando de matéria ainda pouco estudada, re­ qu·eriam notas mais amplas, janelas abertas para os assuntos novos. Empenhados na coordenação, interpre­ tação e redação destes assuntos do século XVII, para a continuação da história geral, o compasso de espera, que· representa a preparação e publicação destes documen­ tos, não podia ser longo. Recorremos naturalmente a amanuenses, no trabalho material das cópias. Confe­ rimo-las, não quanto à ortografia, mas com a preocupa­ ção da fidelidade à morfologia e ao texto. Quem nos garante ainda assim, que se não tenha dissimulado, na leitura ou transcrição de tantos inéditos, alguma inad­ vertencia? Contingencias da arte, que só poderão sur­ preender quem de-todo a ignore. Parte das cartas de Nóbrega, Luiz da G.ã e outros encontram-se pelos Ar­ quivos em castelhano. · Escreveram-se originariamente, quando o autor a sabia, ou verteram-se nessa lingua, para mais facil compreensão dos Padres Gerais hespa­ nhois, os três primeiros. Traduzimo-las ou retraduzimo­ las. Para um publico de lingua portuguesa não fazia sentido aparecerem em lingua estranha. Perguntar-se-á porque incluimos aqui também as cartas de Vieira. Por dois motivos. Porque António Vieira tem para o norte do Brasil, de formação tardia, só no século XVII, papel idêntico ao dos primeiros Je­ suítas no centro e no sul. Quisemos conglobar na mes­ ma obra documentos aparentados no espírito e no objec­ tivo: defesa dos Indios e crítica de costumes. Manuel da Nóbrega e António Vieira são, efectivamente, os maÍ{i altos representantes, no Brasil, do criticismo colonial. Viam justo - e clamavam 1 E ainda quando o zêlo lhes Novas Cartas Jesuíticas 13 ampliava a visão, o próprio encarecimento era profícuo, em geral, para contrabalançar abusos. Outro mot~vo, este todo circunstancial do tempo, nos leva à impressão agora das suas cartas. E' o ter­ ceiro centenario da Restauração de Portugal, que o apa­ nhou a ele na Baía, indo logo para Lisboa. Recordamos assim, de maneira concreta, útil e nova, o nome de quem tanto fez para consolidar essa Restauração.

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