História De Frei Miguelinho O Bandoleiro/ a Fonte E O Frade Severino R

História De Frei Miguelinho O Bandoleiro/ a Fonte E O Frade Severino R

centro de estudos de história municipal HISTÓRIA DE FREI MIGUELINHO O BANDOLEIRO/ A FONTE E O FRADE SEVERINO R. DE MOURA biblioteca pernambucana de história municipal 15 Tem o Centro de Estudos de Historia Municipal, da FIAM, especial alegria na publicação deste livro. Imaginado inicialmente para divulgar originais já escritos mas com dificuldades de publicação, logo as atividades do CEHM ga- nharam outro vulto com o surgimento de pesquisadores que se sentiram estimulados seja a desdobrar ou concluir suas investigações, seja a reduzí-las a texto corrido. Apareceram-nos, assim, trabalhos novíssimos, que não teriam vindo à luz, se não fosse a existência do Centro. Será o caso do livro sobre Ouricuri, de Raul Aquino, ou deste aqui, sobre Frei Miguelinho, Município só há bem pouco emancipado, em 1964, mas , que, graças a Severino Moura, Já pode contar sua caminhada. E o segundo livro do autor. No primeiro, "Memórias de um camponês", ele contou sua própria história — a epopeia de um "curumba" que vai ascendendo na vida, a partir de paupérrimos começos, tendo feito da educação dos filhos o ideal supremo e da retidão e da integridade pessoal, a regra máxima de seu viver. Agora, Severino Moura nos vem relatar a história de sua terra, desenvolvida em torno de uma fonte de águas cristalinas, nas cercanias do riacho Topada, afluente do Capibaribe. E "a fonte" do expressivo subtítulo e primeira parte do livro. As duas outras partes tratam da biografia de dois importantes personagens da história pernambucana, separados no tempo, por todo um século, e nas vocações, sendo um frade e o outro, cangaceiro, mas aproximados seja nas agitações que promoveram, e agitações armadas (de diferentes inspirações, é certo), seja na ligação a Frei Miguelinho. "O frade", a que Mário Melo recorreu para rebatizar o Município, antigamente chamado de Olho d'Agua da Onça, é o importante Frei Miguel Joaquim de Almeida Castro, do movimento de 1817: acossado pelas forças governamentais, ele teria ido parar no território do Município onde, segundo carta lenda, enterrou valioso canhão que Já não mais podia transportar, uma vez que precisara abater alguns animais para o sustento da tropa. "O bandoleiro" é o famoso Antônio Silvino, Manoel Batista de Morais que, segundo Severino Moura, "viveu constantemente nas fazendas vizinhas do povoado". Nem tudo, no entanto, são violências e sangue na história de Frei Miguelinho: enquanto o frade via desabar sua revolução, os Irmãos Moura abriam campos para criação de gado, nos quais se iriam erguer as casinhas, as lojas, a igreja, o cemitério, o povoado todo. Severino Moura cuida de tudo isso: não só dos fatos extraordinários, as revoluções, a agitação, mas também da rotina árdua e maçante do dia-a.dia, e mergulha num levantamento, decerto incompleto mas, sem dúvida, Já precioso, até da genealogia das principais famílias que povoaram a região. José Luiz Delgado HISTÓRIA DE FREI MIGUELINHO O BANDOLEIRO, A FONTE E O FRADE Governador do Estado de Pernambuco JOSÉ MUNIZ RAMOS Secretário de Planejamento ELIESER MENESES DOS SANTOS Fundação de Desenvolvimento Municipal do Interior de Pernambuco EVANDRO SANTOS NASCIMENTO Moura, Severino Rodrigues de História de Frei Miguelinho. Recife, FIAM/Centro de Estudos de História Municipal, 1982. 190 p. (Biblioteca Pernambucana de História Muni - cipal, 15) I. Frei Miguelinho História. I FIAM/CEHM, Recife. II. Título. FIAM/DDRR/DI/SD C.D.U. 981.342(813.4) HISTÓRIA DE FREI MIGUELINHO O BANDOLEIRO/ A FONTE E O FRADE Severíno Rodrigues de Moura biblioteca pernambucana de história municipal 15 CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA MUNICIPAL RECIFE — 1983 VOLUMES PUBLICADOS BIBLIOTECA PERNAMBUCANA DE LITERATURA MUNICIPAL 1 — HISTÓRIA DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO ( 1º VOLUME: 1626- 1843) — JOSÉ ARAGÃO. 2 — CABOCLOS DO URUBA (CAMINHOS E PERSONALIDADES DA HISTÓRIA DE PESQUEIRA) — NELSON BARBALHO. 1— JABOATÃO DOS MEUS AVÓS — VAN-HOEVEN VELOSO. 2— CANHOTINHO — COSTA PORTO. 3— HISTÓRIA DE LAGOA DOS GATOS — (lº. VOL. — JOÃO PE- REIRA CALLADO. 6, 7 e 8 — ROTEIRO DE VELHOS E GRANDES SERTANEJOS — LUIZ WILSON. 9 — PESQUEIRA E O ANTIGO TERMO DE CIMBRES — JOSÉ DE ALMEIDA MACIEL. 10 — PETROLINA NO TEMPO, NO ESPAÇO, NA VEZ — António de San- tana Fadilha. 13 — CARUARU: DE VILA A CIDADE — NELSON BARBALHO 14 — OURICURI: HISTÓRIA E GENEALOGIA — RAUL AQUINO TEMPO MUNICIPAL l — A IMPRENSA DE JABOATAO (l p. VOL.) — ELIEZER FIGUEIROA CRONOLOGIA PERNAMBUCANA — NELSON BARBALHO PUBLICADOS OS 6 PRIMEIROS VOLUMES P R E F Á C I O NELSON BARBALHO Certa vez, a um cara que eu pensava fosse amigo meu, solicitei prefácio para um livro de minha autoria e, surpreen dentemente, o sujeito recusou-se em atender-me, sob a alegaçao, de que, mesmo sendo escritor, não era costume seu prefaciar livro de quem quer que fosse. Mandei-o às favas e tratei de nunca mais falar sequer em seu nome, pondo sua "amizade" no congelador, para a frieza eterna, patati, patatá. Acho mesquinhez sem conta a recusa de quem é habi- tuado a escrever em apresentar um livro cujo autor pede para fazê-lo. E, por pensar assim, foi que, quando Eleny Pinto da Silveira me falou num prefácio para o novo livro de Severino Rodrigues de Moura (a quem não conheço), logo em cima da bucha lhe fui dizendo um sim aprovador da ideia. Quem era Severino Rodrigues de Moura? Como seria o livro de sua autoria? Recebidos os originais, levei_os para casa, li-os, reli-os e aqui confesso minha imensa alegria em não ter dado o fora na proposta de minha querida amiga Eleny, pois o livro de Severino Rodrigues de Moura é daqueles cuja leitura sempre me agrada em cheio e trata da história de uma das mais simpáticas localidades do Agreste Setentrional de Pernambuco — FREI MIGUELINHO, antigo OLHO D'ÁGUA DA ONÇA, a Terra dos Mouras e do pioneiro Tomé José, falecido com 110 anos de idade, na santa paz do Senhor e solteiro da silva e souza OLHO D'AGUA DA ONÇA vem de terras sesmariais concedidas no século XVIII em local onde havia uma fonte de águas cristalinas, nas proximidades do Riacho Topada, que é afluente do Capibaribe. o antigo rio das Capivaras 7 Durante as lutas libertárias de Pernambuco — tanto no Movimento Revolucionário de 6 de março de 1817, quanto nas pendengas advindas da Confederação do Equador, em 1824, — OLHO D'ÁGUA DA ONÇA serviu de cenário para algumas de suas escaramuças, pois muitos dos líderes dos revolucionários separatistas e ao mesmo tempo republicanistas transitaram por seus caminhos, abrigaram-se em suas matas, pelejaram em suas terras, foram perseguidos dentro de suas fronteiras. E as. sim acontecendo, OLHO D'ÁGUA DA ONÇA entrou em cheio na História de Pernambuco. Entre os heróicos líderes que pal- milharam o solo de OLHO D'ÁGUA DA ONÇA, no primeiro quartel do século XIX, destacam-se dois frades notabilíssimos - Frei Miguel Joaquim de Almeida Castro, em 1817 e Frei Caneca, em 1824. Miguel Joaquim de Almeida Castro, herói-mártir da Re volução Republicanista de 1817, é o FREI MIGUELINHO, cujo apelido é o atual nome do antigo povoado de OLHO D'ÁGUA DA ONÇA, por sugestão, surgida em 1939, do historiador Má- rio Melo, de saudosa memória. Justa homenagem a um gran- de vulto de nosso passado histórico, em torno do qual, com muita propriedade, o autor da HISTÓRIA DE FREI MIGUE- LINHO, no texto deste livro, traça excelente resumo biográ- fico, valorizando sobremaneira a obra aqui focalizada. Severino Rodrigues de Moura, ao que me contam, é um homem bom e simples, um eterno apaixonado pela terra na. tal, um chefe de família exemplar. Gostei demais de seus es- critos em torno de FREI MIGUELINHO, de suas gentes, sua flora, seus usos, seus costumes, sua evolução político-social. administrativa, suas lutas, inclusive as lutas travadas durante o reinado do cangaceiro António Silvino, que, por sinal, em 1914, seria dominado pelos milicos do sertanejo Teófanes Fer- raz exatamente em terras de OLHO D'ÁGUA DA ONÇA, ter- ras nas quais também transitou um outro heróico personagem da História do Brasil — o bravo Tenente Valdemar Lima, ré. voltoso de 1926, companheiro de Cleto Campeio na campa- nha tenentista terminada vitoriosa com a Revolução de 1930. Por sinal, quando em marcha para juntar-se à Coluna Prestes, o Tenente Valdemar Lima seria morto em terras de OLHO D'ÁGUA DA ONÇA, exatamente no Riacho, ou melhor, no Povoado Topada, que hoje se chama VALDEMAR LIMA, em sua homenagem. Tudo quanto aqui estou dizendo é pinto diante do que historia Severino Rodrigues de Moura no extraordinário tra- 8 balho que fez acerca do passado histórico de FREI MIGUE- LINHO, trabalho gigantesco, inclusive de cunho genealógico, para mim simplesmente notável. Melhor, porém, que estas minhas pobres palavras é o livro de Severino Rodrigues de Moura, autor já publicado e que dispensa apresentação. Que o leitor esqueça o prefácio e emburaque no miolo da obra, escrita em estilo ameno e agra- dável, tudo com muita simplicidade e também com segurança invulgar. Vale a pena tomar-se conhecimento da HISTÓRIA DE FREI MIGUELINHO, de Severino Rodrigues de Moura. 9 AGRADECIMENTOS A minha querida esposa Bibi, meus queridos filhos es- pecialmente Maria José Moura. A José Carlos Morotó. A Maria José Morotó. A Juarez Valdivino da Silva, estudante de geologia —• Palmarense A José António da Silva Fraga, funcionário da Usina Pedroza e outros 11 ESCLARECIMENTOS Este livro compõe-se de três partes, com um total de nove capítulos, escrito por incentivo dos habitantes do lugar e a confiança no diretor do Centro Histórico Municipal de Pernambuco, Dr. José Marques Luiz Delgado. O autor, além de ter apenas instrução primária, nas suas pesquisas, teve grandes dificuldades por falta de dados históricos. Portanto, é uma história pobre de detalhes, escrita com o máximo de boa vontaade, no intúito de que nossa comunidade disponha de um ponto inicial para a sua futura história Lendo livros, observei as narrativas ricas de detalhes, referentes às origens de outros municípios, o que não existe na humilde história que escrevi da minha terra, chegando até a pensar de impedir sua publicação.

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