Da Favela “Para O Povo” À Favela “Por Nós Mesmos”

Da Favela “Para O Povo” À Favela “Por Nós Mesmos”

VIVIANE DE CARVALHO CID 5X FAVELA, 50 ANOS DEPOIS: Da favela “para o povo” à favela “por nós mesmos” PPGSA/IFCS/UFRJ 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA 5X FAVELA, 50 ANOS DEPOIS: Da favela “para o povo” à favela “por nós mesmos” VIVIANE DE CARVALHO CID Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Sociologia e Antropologia. Orientador: Marco Antonio Gonçalves Co-orientadora: Eliska Altmann RIO DE JANEIRO 2013 5X FAVELA, 50 ANOS DEPOIS: Da favela “para o povo” à favela “por nós mesmos” Viviane de Carvalho Cid Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Sociologia e Antropologia. Banca Examinadora: Orientador: Marco Antonio Gonçalves – PPGSA/UFRJ Co-orientadora: Eliska Altmann - PPGCS/UFRRJ Prof. Cezar Migliorin – PPGCOM/UFF Prof. Fernando Rabossi – PPGSA/UFRJ RIO DE JANEIRO, AGOSTO DE 2013 Cid, Viviane Carvalho. 5x favela, 50 anos depois: Da favela “para o povo” à favela “por nós mesmos”/ Viviane de Carvalho. Rio de Janeiro: UFRJ,IFCS, 2013. C565f: il.; 21cm. Orientador: Marco Antonio Gonçalves; Co-orientadora: Eliska Altmann Dissertação (mestrado) – UFRJ/ Instituto de Filosofia e Ciências Sociais/ Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia, 2013. Referências Bibliográficas: 1. Representação. 2. Favela. 3. Cinema. 4. Cineasta da favela. 5. Autorrepresentação. I. Gonçalves, Marco Antonio. II Altmann, Eliska. III. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Programa de pós-graduação em Sociologia e Antropologia. IV. Título. Dedico essa dissertação a Deize Carvalho e Mateus Carvalho, edificadores de sonhos e parceiros de vida. Agradecimento “Que quem sabe tudo nada há de ser, nesse compasso Há espaço pra quem quiser viver Muito obrigado” Djavan O mestrado é um período curto, porém, intenso e angustiante, como consequência vínculos, diálogos e parcerias se criam ou se reforçam ao longo do processo de pesquisa. Agradecer a quem fez parte da trajetória de estudos é relembrá-la. Inicialmente, agradeço ao Marco Antonio Gonçalves por deixar sempre aberta a porta do grupo Nextimagem. Permitir o acesso ao grupo de pesquisa, mesmo sem nenhuma relação formal, foi muito importante para a minha trajetória de estudante. Sem essa abertura, este estudo não poderia ter sido elaborado. Agradeço-lhe também pelas conversas e orientações, me fazendo enxergar pontos fundamentais para a pesquisa. Sou grata também a Eliska Altmann, por toda sua atenção, generosidade e orientações enriquecedoras. Sem essa parceria na orientação não poderia levar a frente nenhuma etapa desta pesquisa. Contar com o apoio de ambos os professores foi um privilégio tendo em vista a correria do mundo acadêmico que por diversas vezes limita os diálogos. Agradeço ao Fernando Rabossi e Cezar Migliorin por terem aceitado o convite para integrar a banca de qualificação e, posteriormente, o da banca de defesa, contribuindo com meu processo de elaboração. Agradeço a CAPES por financiar essa pesquisa. Sou grata aos cineastas que se dispuseram a me dar as entrevistas, suas colaborações foram imprescindíveis para o andamento dos meus estudos: Cadu Barcellos, Carlos Diegues, Luciana Bezerra, Luciano Vidigal, Manaíra Carneiro, Rodrigo Felha e Wagner Novais. Agradeço a todos do grupo de pesquisa Nextimagem, aos que se distanciaram e aos que ainda permanecem. Em especial, sou grata a Diego Madias, sua generosidade me fez perceber o tema singular que tinha em mãos. Foi um interlocutor presente em cada etapa desta pesquisa e um amigo sempre disponível. Nossas conversas foram muito importantes, não apenas para a pesquisa em si, mas para a minha trajetória acadêmica. Minha caminhada pelo mundo da academia também foi marcada pelos amigos queridos da graduação. Compartilhamos juntos as alegrias e angustias do processo seletivo do mestrado e, agora, as do magistério: Izabella Bosisio, Mayã Martins, Michelle Moura, Letícia França, Lidiane Almeida, Isabelle Gurgel e Carlos Eduardo Oliva. Sorte também tive no mestrado ao encontrar uma turma super querida, indispensável para lidar com esse momento tão intenso. Nesta turma tive consolo para as angustias, que só quem é mestrando pode entender, e conversas que me ajudaram a guiar o rumo da pesquisa. Pude contar também com os amigos de fora da academia, companheiros que me acompanham desde a infância ou da adolescência. Amigos que sei que não ficariam de fora desta etapa, minhas conquistas ficam sempre melhores com vocês. Em especial agradeço a Pamella Larrubia, pelas conversas dissonantes, Marina Pantoja e Luiz Henrique Moura pela revisão de alguns capítulos. Por fim, agradeço a minha família e a família que herdei de Mateus, fonte de apoio incondicional. Meus irmãos, Gabriela Cid e Felipe Cid, cúmplices de todas as etapas da minha vida. Estendo a gratidão aos meus familiares para Valdineia Delfino, amiga cujo carinho, torcida e cuidado permitiram a minha caminhada até aqui. Agradeço ao meu pai, Fernando Cid, que, entre erros e acertos, foi o primeiro a me apontar as ciências sociais como um caminho a seguir, além de nos ensinar a sonhar. A minha mãe, Deize Carvalho, companheira em todos os momentos, pela sua imensa capacidade de amar, pela generosidade de sempre apoiar, por possibilitar nossos sonhos e nos ensinar a concretizá-los. Ao marido, Mateus Carvalho, pela parceria de vida e pela paciência, sempre desconstruindo meus limites ao me impulsionar para fora deles. Sou profundamente grata a minha mãe e a Mateus pelo colo e carinho que fortificam sempre as minhas jornadas. RESUMO CID, Viviane de Carvalho. 5x favela, 50 anos depois: da favela “para o povo” à favela “por nós mesmos”. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro. O intuito desta dissertação é analisar a construção das imagens da favela produzidas pelos filmes Cinco vezes favela de 2010 e 5x favela agora por nós mesmos de 2010. O primeiro filme é fruto do projeto do Centro Popular de Cultura da União Nacional de Estudantes, já o segundo tem origem no projeto de Carlos Diegues, em parcerias com diversas Ongs, que se propõe como uma versão dirigida por diretores moradores de favelas. A existência dos dois filmes, elaborados em momentos diferentes, permite traçar uma comparação entre as duas obras, levando em consideração seus contextos de produção, os objetivos marcados de cada projeto e tomando o cinema como um discurso sustentado por determinados atores em épocas distintas, para refletir acerca de qual imagem da favela cada filme constrói. A comparação entre as duas obras fílmicas, e dos projetos que lhe deram origem, revelam continuidades e rupturas tanto acerca da construção da categoria favela, quanto sobre a lógica representativa em jogo, além da crença no potencial do cinema de transformar a realidade. Palavras-chave: representação; favela; cinema; cineastas da favela; autorrepresetação. Rio de Janeiro Agosto de 2013 ABSTRACT CID, Viviane de Carvalho. 5x favela, 5x slums, 50 years later: from the slums 'to the people' from the slums 'for ourselves'. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro. This paper aims to analyze the construction of images of the slums built by the movies Cinco Vezes Favela (1962) and 5x Favela Agora Por Nós Mesmos (2010). The first one is the product of the Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (Popular Cultural Center of the National Students Union). The second, though, has its sources in Carlos Diegues' project, in partnership with many non-governmental organizations, which is meant to be a version directed by slums' resident directors. Both movies' existence, made in different moments, allows one to compare both works, considering its production contexts, each project's goals, and seeing cinema as a speech sustained by determined factors at different times, in order to consider which image of the slums each movie builds. Both pieces and their respective organization projects reveal continuities and ruptures regarding the built of the slums category, the representative logistics at stake, and the belief of the cinema's potential of changing reality. Keywords: Representation. Slums. Cinema. Slums' movie directors. Self-representation. Sumário Introdução .............................................................................................................................. 11 Capítulo I - Extracampo: apresentando cenários e organizando categorias.................... 17 1.1 – Apresentando cenários: os contextos de produção dos filmes em 1962 e 2010 ............. 18 1.2 – Breves considerações sobre representação ..................................................................... 31 1.3 – Favela como categoria social: entre invisibilidades e visibilidades................................ 40 Capítulo II - Cinco vezes favela: a favela politicamente experimental do CPC da UNE 51 2.1 – Centro Popular de Cultura: estrutura e dinâmica............................................................ 52 2.2 – Uma diretriz em formação: nacional-popular e arte política. ........................................

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