Samara Rech ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE OS SEGMENTOS PRODUTOR E BENEFICIADOR DA CADEIA PRODUTIVA VITIVINÍCOLA DO MEIO-OESTE DE SANTA CATARINA Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do Grau de Mestre em Administração Orientador: Prof. Dr. Silvio Ferraz Cario Coorientadora: Profa. Dra. Angela Cristina Corrêa Florianópolis 2016 Samara Rech ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE OS SEGMENTOS PRODUTOR E BENEFICIADOR DA CADEIA PRODUTIVA VITIVINÍCOLA DO MEIO-OESTE DE SANTA CATARINA Florianópolis, Março de 2016 _______________________________ Prof., Dr. Marcus Vinicius Andrade de Lima Coordenador do Curso Banca Examinadora: ____________________________________ Prof. Dr. Silvio Ferraz Cario (Orientador) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ___________________________________ Prof.ª Dr.ª Angela Cristina Corrêa (Coorientadora) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ________________________________ Prof. Dr. José Paulo de Souza Universidade Estadual de Maringá (UEM) ________________________________ Prof. Dr. Pablo Felipe Bittencourt Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ________________________________ Prof. Dr. André Luís da Silva Leite Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) RESUMO O objetivo do presente estudo é analisar as relações entre produtor e beneficiador da cadeia produtiva vitivinícola do Meio-Oeste de Santa Catarina. Para realização da análise entre os segmentos propõe-se uma adaptação do modelo proposto por Augusto (2015), qual se fundamenta em elementos conceituais da Teoria dos Custos de Transação (TCT), Teoria dos Custos de Mensuração (TCM) e Visão Baseada em Recursos (VBR). A partir, das três abordagens foram criadas categorias de análise que serviriam de base para a elaboração e enquadramento das questões contidas nas entrevistas semiestruturadas, utilizadas na pesquisa de campo. Nesta perspectiva foram realizadas 39 entrevistas com os produtores agrícolas de uva e 34 entrevistas com os representantes das vinícolas do Meio-Oeste Catarinense. Concluiu-se que as relações existentes entre o segmento produtor e beneficiador de uva no Meio- Oeste catarinense estão baseadas na confiança entre as partes dada a inexistência de contratos que amparem as transações entre ambos. No âmbito dos produtores de uva, constatou-se que os mesmos mantêm relações com as vinícolas quando estas últimas necessitam da fruta para complementar a produção existente ou quando as mesmas não dispõem de produção própria. Constatou-se que todos os produtores entrevistados vendem se não o total, parcela de sua produção para as vinícolas da região. No contexto das vinícolas, verificou-se que as estruturas de governança comumente encontradas na região são integração vertical e formas híbridas. A estrutura verticalmente integrada é adotada quando: há presença de ativos específicos; os custos de governar a transação internamente são menores do que se fosse externalizar a produção; mediante a dificuldade de mensuração dos atributos dos ativos e da presença de recursos estratégicos à vinícola. Isso é resultado da presença de vinhedos da variedade exigida pela vinícola, com localização que favoreça a produção de determinada variedade, disponibilidade de produção que supra a demanda de vinho da vinícola, possuir capacidades e competências para realização das atividades, dispor de estrutura física para o beneficiamento, bem como o maquinário necessário para realização das etapas. As formas híbridas são assumidas pelas vinícolas quando: não há dificuldade de mensuração dos atributos dos ativos; os custos de transação externos são menores do que os internos, e na ausência de recursos estratégicos à vinícola. Dada a inexistência de parreirais à disposição da vinícola, de produção capaz de suprir a demanda de vinho, ausência de capacidades e competências para realizar as atividades, dentre outros fatores, é preferível que a vinícola adquira a uva e o vinho de terceiros. Palavras-chave: Uva. Vinho. Estruturas de Governança. Meio-Oeste catarinense. ABSTRACT The aim of this study is to analyze the relationship between producers and wine processors of Santa Catarina midwest production chain . To perform the analysis of the segments proposes an adaptation of the model proposed by Augustus (2015), which is based on conceptual elements of the Theory of Transaction Costs (TCT), Theory of Measurement costs (TCM) and Resource Based View (VBR). From those three approaches, it was created categories of analysis that served as the basis for the preparation and conception of questions contained in semi-structured interviews used in the field research. In this regard, it was carried out 39 interviews with agricultural grape producers and 34 interviews with winery representatives of Midwestern Santa Catarina. It was concluded that the relationship between the producers and grape benefactor segments in the Midwestern Santa Catarina are based on trust between the parties in the absence of contracts that uphold the transactions between them. Among the grape growers, it was found that they have relations with the wine producers when the latter need fruit to complement the existing production or when they do not have their own production. It was found that all respondents producers sell a share if not the total production for the wineries in the region. In the wineries context, it was found that the governance structures commonly found in the region are vertically integrated and have hybrid forms. The vertically integrated structure is adopted when: no presence of specific assets; the costs of governing the transaction internally are smaller than if it were to outsource production; by the difficulty of measuring the attributes of the assets and the presence of strategic resources to the winery. Such result ocurrs because of the presence of vineyards with the varieties required by the wineries, the location that promotes the production of a specific grape variety, the production availability that meets the winery demands, the possession of skills and competencies that allow to carry out the production activities, the physical structure in order to processthe production and the ownership of the equipments required to perform theproduction phases. Hybrid forms are assumed by the wineries when: there is no difficulty in measuring the attributes of the assets; external transaction costs are lower than internal, and in the absence of strategic resources to the winery. In the absence of vineyards available to the winery, production able to meet the demand for wine, lack of skills and competencies to carry out the activities, among other factors, it is preferable that the winery purchases grapes and the third-party wine. Keywords: Grape. Wine. Governance structures. Midwest Santa Catarina . LISTA DE FIGURAS Figura 1: Cadeia produtiva vitivinícola e suas transações típicas ...26 Figura 2: Estrutura do trabalho .........................................................32 Figura 3: Esquema dos três níveis de Williamson .............................39 Figura 4: Esquema Teórico da Teoria dos Custos de Transação......51 Figura 5: Teoria dos Custos de Mensuração: Unidade de análise e pressupostos ..........................................................................................53 Figura 6: Princípios básicos da TCM .................................................59 Figura 7: Esquema Teórico Visão Baseada em Recursos .................75 Figura 8: A pesquisa ‘cebola’ ..............................................................84 Figura 9: Modelo Teórico do estudo de caso da Cadeia Vitivinícola do Meio-Oeste Catarinense: categorias de análise ............................87 Figura 10: Delineamento da pesquisa da cadeia vitivinícola do Meio- Oeste catarinense .................................................................................88 Figura 11: Plano de pesquisa...............................................................89 Figura 12: Microrregião de Joaçaba - Santa Catarina .....................92 Figura 13: Ciclo da Videira no Sul do Brasil ................................... 100 Figura 14: Processo de vinificação da uva ....................................... 103 Figura 15: Sistema de condução da videira do tipo latada. ............ 104 Figura 16: Sistema de condução do tipo espaldeira ........................ 105 Figura 17: Segmentos da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho .... 106 Figura 18: Consumo humano de uvas frescas - 2000-2013 – Maiores consumidores mundiais (million quintal) ......................................... 112 Figura 19: Área destinada a colheita de uva em Santa Catarina - 2013 (hectares) .................................................................................... 124 Figura 20: Consumo mundial de vinho, 2000-2014 (milhões de hectolitros) .......................................................................................... 130 Figura 21: Tipos de relações estabelecidas entre os produtores de uva e as vinícolas do Meio-Oeste de Santa Catarina conforme destacado na pesquisa de campo, 2015 ............................................ 198 Figura 22: Atributos das Transações e Pressupostos Comportamentais da cadeia vitivinícola do Meio-Oeste de Santa Catarina, 2015 ................................................................................... 203 Figura 23: Path dependence, heterogeneidade e tipos de Recursos à disposição das vinícolas, 2015 ........................................................... 214 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Quantidade
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