Prioritário O SEMANÁRIO DE MAIOR EXPANSÃO DO ALGARVE FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis quinta-feira I 11 de março de 2021 I ANO LXIV - N.º 3337 I Preço 1,30 € PORTE PAGO - TAXA PAGA www.jornaldoalgarve.pt Praia de Faro Construção da nova ponte já tem quatro candidatos P 3 Ria Formosa Pescadores pedem dragagem urgente da barra de Tavira P 6 JA AnAlisA cAndidAturAs às 16 câmArAs A seis meses dAs eleições Crise Ajudas do Banco Três saídas e três regressos Alimentar cresceram 74% em 9 meses dominam próximas autárquicas P 8 As autárquicas são já em setembro ou outubro. De saída estão os presidentes social-democratas Conceição Cabrita (VRSA) e Rui André (Monchique) e o socialista Adelino Soares (Vila do Bispo), estes dois últimos por acumulação de mandatos. Querem voltar Incêndio Dono do a ser presidentes o social-democrata Luís Gomes (VRSA), o ex-PSD Desidério Silva (Albufeira) e o ex-PS Francisco Martins (Lagoa). "Estaminé" A pouco mais de seis meses das autárquicas, o JA ouviu fontes locais e partidárias e faz o ponto da situação quer reconstruir P 4 e 5 restaurante P 12 PresençA de Público é A grAnde incógnitA Escritora algarvia Lídia Jorge Circo da Fórmula1 é conselheira de Estado volta a Portimão P 24 P 20 PUB Apoie o JORNAL do ALGARVE COM UMA ASSINATURA EXTRA O SEU CONTRIBUTO FAZ A DIFERENÇA PAGUE A SUA ASSINATURA Dados para transferências (mencionando o nº ou nome de assinante): CAIXA GERAL DEPÓSITOS PT 50 0035 0909 0001 6155 3303 4 CRÉDITO AGRÍCOLA PT 50 0045 7043 4000 6213 1353 7 Para mais fácil identificação da transferência, solicitamos envio comprovativo de pagamento para: [email protected] 11 I março I 2021 »DOIS [2] JORNAL do ALGARVE www.jornaldoalgarve.pt [AVARIAS] Tóquio e a SMS 892 Carlos Albino [email protected] normalidade de sempre Fernando Proença Algarve, a inveja dentro de um saco Vamos ver, como diria o cego, se há ou não Jogos Olímpicos neste Verão. No entanto parece que sim, com Não é preciso ser grande para se ser grandioso. Se recor- maiúsculas – DAMOS DESCOBERTA AO FUTURO – OEIRAS, mais ou menos problemas os japoneses vão fazê-los tarmos o mapa do Algarve e o sobrepusermos ao mapa de CAPITAL DO PATRIMÓNIO MARÍTIMO. Surge escrito sobre a e bem; eles que são capazes de arranjar robôs a fazer Portugal, veremos como o perfil da nossa região se asseme- imagem do mar de Oeiras, e no meio das águas da foz do de gente, a gritar e apoiar os atletas com bandeirinhas lha ao perfil do país. O Algarve seria assim, um portugalzinho Tejo, um sextante sugerido sobre o Forte de São Lourenço virtuais e todos de máscara para dar o exemplo, caso deitado. Estamos a falar de um país pequeno na Europa, e do Bugio. Li, voltei a pegar no saco e sentiu-o mais pesado. não haja gente na bancada. Vai ser uma óptima razão de uma pequena região do mapa geral desse pequeno país. Tinha lá dentro a minha inveja. Adivinha-se o que em Oeiras para nós, portugueses, pormos em dia as modalidades Mas se podemos utilizar os diminutivos para avaliarmos as se está a pensar, na luta para que aquela cidade seja a desportivas que vão sendo metidas para o buraco negro dimensões geográficas, pelo contrário, na nossa imaginação, futura Capital Europeia da Cultura em 2027. Pode não ser do lusitano esquecimento. Se algum atleta português deveríamos utilizar aumentativos para redimensionarmos a a escolhida, pode não chegar à final, pode ficar para trás, ganhar uma medalha que seja – que todos ansiamos – nossa ambição de identidade e pertença. mas existe, está na corrida, e enquanto está autoavalia-se, lá virão as queixas de quem se sente excluído das luzes desenvolve-se, potencia-se, vai conseguindo isto de um da ribalta, e não é que, muitas vezes, tem razão? Há Claro que estamos a manipular dados delicados. A perce- Ministério e aquilo de outro. aqui muito de ciúme, natural em quem escolheu uma ção de grandeza está sempre perto do ridículo, e por vezes modalidade que lhe dá um por cento do rendimento E nós? até do grande risco, como o slogan fascista do great again, Aqui, no Algarve, com todas as condições para irmos mensal que um futebolista aufere, com um profissio- que continua a mover milhões, nos Estados Unidos da Amé- à final em conjugação e união, desaparecemos do mapa. nalismo, porventura, superior. Mas também existe uma rica, com a tragédia que se sabe. Falo antes da honra pelo De facto, a tragédia da pandemia que veio pôr do avesso parte (nossa, quero dizer, minha) que pressente que por que se tem, pelo que se é, e pelo que se quer ser. E é aí que o Algarve, não explica tudo. A nossa noção de diminutivo este andar, daqui por dez anos não se vai ver mais nada eu entendo que temos dificuldade em nos enxergarmos na está dentro da nossa cabeça. É preciso dizê-lo para que se em Portugal que não seja futebol e por isso mesmo nossa dimensão, e nas nossas potencialidades. E como isso saia de lá. Projetos, ideias, pessoas não faltam. protestamos, mas é sol de pouca dura. No noticiário acontece, para o Algarve, a nossa região, temos dificuldade seguinte, no jornal seguinte, estamo-nos marimbando em encontrar as palavras que, do pequeno geográfico, nos Então o que falta? O que sempre faltou ao Algarve. Infe- e lá vamos todos ouvir aquelas secas dos comentado- façam passar ao pequeno grande na alma. lizmente. res que passam noites inteiras a falar de um toque na perna, se é falta ou não, e com isso lá vão derramando Pensei nisto, há dias, quando vinha de comprar o Expres- Flagrante açorda: Reduzir o “Sul” a uma açorda de Alentejo a fazer mais uns decilitros de gasolina para a fogueira que so. Olhei para o saco de papel e dei pela publicidade da de fatia de pão com o Algarve a fazer de gema de ovo ou de camarão, nos consome os neurónios, jurando a pés juntos, que cidade de Oeiras. Para que ninguém fique enganado, com pode resultar em certa culinária política, mas dá mau resultado tanto na regionalização como na centralização. Deixem-se de brincadeiras. fazem exactamente o contrário. Foi o meu tempo de o slogan “Oeiras 27” de 2027, diz assim exatamente em indignação: tenho dito! A RTP 2, por acaso ou talvez não, vai mostrando, no meio das sessões infindáveis de desenhos animados, basquetebol nacional (cheio de estrangeiros), râguebi, andebol e um ou outro certame CRÓNICA DE FARO internacional de atletismo, como é o caso vertente, dos Campeonatos da Europa de pista coberta. E com o atletismo na RTP chega sempre, como o Domingo vem «Três em um» sempre depois do Sábado, o comentador Luís Lopes. Há Assim o hemos de considerar a presença de Faro no guei aqui», da autoria de Anne Vitorino alguns anos atrás escrevi um texto em que confessava recente «Festival da Canção 2021». Efectivamente foram de Almeida; e o meu espanto pela extrema erudição dos comentários três as artistas farenses, de entre as 20 apuradas para as ANA TEREZA, que viveu em Guima- de Luís Lopes, mas como sou parvo, acabei a escrever duas semi-finais daquele certame que definiu a presença de rães e que se apresentou com a canção (nessa altura) que o mais importante era a sua voz Portugal no Euro Festival. Uma presença que importa realçar «Com um abraço», de que é autora a João Leal monocórdica que ilumina os nossos conhecimentos, e destacar já que confere à capital algarvia um importante artista Viviane. mas também - no melhor pano cai a nódoa - adormece. índice de representação, que nos alegra referir. É evidente Faço mea culpa (sem retirar nada ao monocórdio e ao Sugere-se que, volvida a pandemia, quando festivais e adormecimento, mas esse é um problema meu) e digo- que conhecemos a proporcionalidade de influência, positiva recitais voltarem, num das organizações do Município (Fes- ou negativa, de que estes eventos e quejandos, se revestem. vos que ouvir alguém que conhece profundamente do tival F, Roof Top, etc.) se juntem as três presenças farenses que fala e o faz é, como os jornalistas gostam de dizer, Mas não queremos nem devemos desvalorizar ou diminuir o no «Festival da Canção 2021», como uma homenagem dos acontecido e o que representa para Faro. um bálsamo para os ouvidos. Claro que falar sobre seus conterrâneos. atletismo não tem a mesma carga clubística que perorar Com efeito poucas são as terras do País que alcançaram Á memória e lembrança vem-nos nomes de cantores este índice de representatividade num «Festival da Canção» sobre futebol e Luís Lopes (que gosta de mostrar como algarvios que há décadas marcaram presença assinalada o futebol assenta em bases erradas) fica, aí, isento de que, nas edições de há anos (Simone de Oliveira, Madalena nesta arte, entre os quais os de Maria de Fátima Bravo, Maria Iglésias, António Calvário e outras e outros artistas) «fazia culpa. Mas num mundo de jornalismo em que trope- Guinote, Cidália Moreira, Carlos Quintas, Diogo Piçarra, Ida- çamos com asneiras muito mais vezes do que seria parar a Grei», o que define bem o quanto diz esta «armada lécio Dias, Máximo de Sousa, Rui Costa, José Amândio (que admissível, ouvir Luís Lopes falar sobre a marca (sem farense». se radicou em Lagos com relevo na restauração), Manuel se enganar nos décimos) que um obscuro corredor dos Foi a mesma constituída pelas cantoras: Relvas (que foi oficial de aeronaútica do Aeroporto de Faro) cem metros italiano, conseguiu no meeting de Zurique SARA AFONSO, com raízes em Quarteira e que cantou e o nosso colega e amigo «costeleta» José António da Luz.
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