..................................................................... UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO – CAC DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO – DAU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO URBANO – MDU O projeto paisagístico dos jardins públicos do Recife de 1872 a 1937 Aline de Figueirôa Silva Recife, abril de 2007. ..................................................................... UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO – CAC DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO – DAU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO URBANO – MDU O projeto paisagístico dos jardins públicos do Recife de 1872 a 1937 Aline de Figueirôa Silva Orientadora: Profª Drª Ana Rita Sá Carneiro Co-orientador: Profº Drº Denis Bernardes Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco (MDU/UFPE) como um dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Urbano. Recife, abril de 2007. A Iracema (93), Dionéa (57), Amanda (28), e Clara (0), avó, mãe, irmã e sobrinha: quatro gerações que representam de onde aprendi e a quem poderei deixar alguma perspectiva de zelo pelo antigo e amor aos jardins. Agradecimentos Apesar da condição de pesquisa de mestrado, não faltaram a este trabalho razões de ordem pessoal e afetiva, as quais, no entanto, não lhe eximem da busca constante pelo rigor metodológico. Ao contrário, foram (e serão) questões essas que alimentaram a elaboração desta dissertação, por acreditar que a produção verdadeira do conhecimento (e não do conhecimento verdadeiro) se consubstancia na sua capacidade transformadora. O envolvimento com o tema, que se tornou certo compromisso e opção profissional, se iniciou nos tempos de pesquisa no Laboratório da Paisagem/UFPE em fevereiro de 2001, seja como voluntária ou bolsista de iniciação científica do PIBIC/CNPq, seja por ocasião do trabalho de graduação em Arquitetura e Urbanismo, concluído em 2004. Dirijo, portanto, minhas primeiras palavras de agradecimento ao Laboratório da Paisagem, a todos que o cercam, alimentados pela figura da sua fundadora e coordenadora – Ana Rita Sá Carneiro – e ao qual me ligo por um vínculo que cultivo há exatos seis anos. A Ana Rita, menos pela supervisão deste trabalho, mas, por seis anos de ensinamentos quanto à preservação da paisagem, pelo seu exemplo constante de amor à pesquisa, pioneirismo, ética e coragem, e pelo núcleo que criou, que não é exagero chamar de “Escola”. Ao professor Denis Bernardes, que tanto compreendeu minhas intenções e deu grandes contribuições na banca de qualificação. Agradeço pelo incentivo, pelo acompanhamento e pela aceitação deste trabalho, encurtando as distâncias entre os métodos tão distintos da pesquisa no campo da Arquitetura e da História. Aos professores Sílvio Zancheti e Virgínia Pontual, pela solidez de suas disciplinas, em torno do patrimônio e das possibilidades do conhecimento histórico. Ao professor Sílvio, também pelas observações no exame de qualificação. Ao professor Luís de la Mora, metodólogo e entusiasta da pesquisa científica, pelos apontamentos precisos, sempre de grande contribuição. Aos funcionários do MDU, particularmente a Catarina e Rebeca, e aos colegas da Turma 26 do Mestrado, pela companhia e discussões em busca dos caminhos do saber e do saber fazer. A Fátima Mafra, arquiteta, colega no mestrado e amiga em todas as horas, pela companhia no curso e na pesquisa nos acervos do Recife e do Rio de Janeiro, nas visitas às praças e pela cessão dos artigos de Mário Melo. Às amigas Anna Caroline, Fabiana e Flaviana, pela presença constante, pelas discussões sobre nossas pesquisas e constituição de um grupo de trabalho que transformou o coleguismo em amizade e edificou coisas belas. À historiadora Emanuela Ribeiro, pela generosidade e momentos de discussão do trabalho. Aos arquitetos Fábio Cavalcanti, Juliana Arruda, Larissa Menezes e Rodrigo Cantarelli, aos historiadores Aterlane Martins, Igor Soares e Magna Milfont, ao arqueólogo Paulo Tadeu de Souza Albuquerque e à professora Vera Mayrinck, pelas conversas, companhia nas visitas de campo, esclarecimentos, indicação e empréstimo de bibliografia. A Cândida Freitas, pelas visitas às praças e aos arquivos, generosidade e cessão de iconografia que apresentou em sua dissertação. A Juliana Sorgine, pelo apoio e orientação na pesquisa no Rio de Janeiro. A Helga Carolina, pela amizade de sempre e pela capa. A Maria Francisca, pela solidariedade cotidiana e, sobretudo, às vésperas da entrega deste trabalho. À arquiteta Liana Mesquita, repito palavras expressas anteriormente por seu pioneirismo na pesquisa sobre a história dos jardins no Recife. À arquiteta e professora querida Lúcia Veras, novamente deixo-lhe palavras de agradecimento já pronunciadas pela inspiração primeira nos estudos da paisagem. Aos funcionários da Biblioteca Joaquim Cardozo, do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano, da Fundação Joaquim Nabuco e do Museu da Cidade do Recife, pelo auxílio que se iniciou no tempo da graduação e, especialmente, à contribuição de Gabriela Severien. Ao Escritório Burle Marx & Cia Ltda, particularmente aos arquitetos paisagistas Haruyoshi Ono e Isabella Ono, pela receptividade no Rio de Janeiro. À Biblioteca Nacional, pela presteza no acesso a periódicos raros no pouco tempo disponível para pesquisa no Rio de Janeiro, especialmente ao diretor Jorge Luís dos Santos. Ao CNPq, pelos dois anos de auxílio financeiro em fomento a esta pesquisa. À 5ª Superintendência Regional e à COPEDOC do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pela oportunidade de refletir profissionalmente sobre o patrimônio durante os dois anos de elaboração desta dissertação, através do Programa de Especialização em Patrimônio IPHAN/UNESCO (PEP). Aos colegas da turma e da Regional, em particular, Raquel Florêncio e Patrícia Valéria, pelo auxílio e por me conceder acesso privilegiado ao acervo precioso de livros, álbuns iconográficos e periódicos da Biblioteca Almeida Cunha e à arquiteta Fernanda Gusmão, pelos ensinamentos, compreensão constante e paciência na supervisão do meu trabalho. Finalmente, aos meus pais, José Amadeu e Dionéa, e professores de Caruaru, onde nasci e percorri os caminhos que me trouxeram ao Recife. A Deus, pelos dois dons preciosos que nos concedeu: sonhar e realizar. “Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? Será essa, se alguém a escrever, A verdadeira história da humanidade. O que há é só o mundo verdadeiro, não é nós, só o mundo; O que não há somos nós, e a verdade está aí. Sou quem falhei ser. Somos todos quem nos supusemos. A nossa realidade é o que não conseguimos nunca”. (Trechos de Pecado Original, Fernando Pessoa, 1933). Resumo Esta dissertação objetivou investigar o projeto paisagístico dos jardins públicos construídos na cidade do Recife entre 1872 e 1937, hoje classificados como praças, a partir da análise do traçado, da vegetação, do mobiliário e dos componentes aquáticos. Foram estudadas 13 praças e 19 projetos paisagísticos e consultados documentação governamental, jornais, periódicos e iconografia da época, entre plantas, fotos, desenhos e gravuras. A pesquisa caracterizou três fases distintas da produção paisagística na história do Recife, denominadas de “Jardim Romântico: 1872-1888”, “Jardim Salubre: 1922-1926” e “Jardim Moderno: 1934- 1937”. Em cada fase, foram ainda descortinados aspectos relacionados à toponímia, localização dos jardins na cidade e funções atribuídas. Palavras-chave: projeto paisagístico, jardim, história, Recife. Abstract This research analyses public gardens built in the city of Recife from 1872 to 1937, focusing landscape concept defined by the layout, vegetation, furniture and aquatic components. Nowadays they are called squares. It characterized three different periods: the “Romantic Garden: 1872-1888”, the “Healthful Garden: 1922-1926” and the “Modern Garden: 1934-1937”. Also it took into account garden nomination along time, localization in the city and functions related to the concept. The analysis included governmental documentation, newspapers, magazines and iconographies of 13 squares and 19 plans. Keywords: landscape design, garden, history, Recife. Sumário 12 Introdução 16 1. Metodologia 27 2. O projeto paisagístico dos jardins públicos no Brasil 27 2.1. O conceito de jardim público 31 2.2. O projeto paisagístico 50 2.3. Considerações parciais 54 3. O Jardim Romântico: 1872-1888 54 3.1. O Recife na segunda metade do século XIX 61 3.2. O projeto paisagístico dos jardins públicos 84 3.3. Considerações parciais 88 4. O Jardim Salubre: 1922-1926 88 4.1. O Recife no início do século XX 93 4.2. O projeto paisagístico dos jardins públicos 116 4.3. Considerações parciais 121 5. O Jardim Moderno: 1934-1937 121 5.1. O Recife na década de 1930 125 5.2. O projeto paisagístico dos jardins públicos 172 5.3. Considerações parciais 177 6. Conclusões 199 Fontes da pesquisa Introdução A tradição recifense na criação de jardins públicos, notadamente como ações de remodelação de antigas praças, largos, campos e campinas em diferentes períodos históricos, resultou em um vasto legado paisagístico, cujo marco inicial foi a implantação do pioneiro Parque de Friburgo pelo conde João Maurício de Nassau durante o domínio holandês (1630-1654). Muitos desses logradouros hoje são remanescentes de projetos de ajardinamento executados desde os últimos decênios do século XIX até o final da década de 1930, expressando influências de jardins europeus,
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