Deputado Waldemir Moka

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CONGRESSO NACIONAL Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização O SR. PRESIDENTE (Deputado Waldemir Moka) - Havendo número regimental para a abertura dos trabalhos, declaro iniciada a 4ª reunião ordinária da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, destinada à apreciação das matérias constantes da Pauta nº 5, de 2010. Informo que os avulsos das matérias encontram-se na mesa de trabalhos. Há quorum para deliberação nas duas Casas do Congresso Nacional. Havendo a concordância do Plenário, proponho a dispensa da leitura das atas, por terem sido distribuídas antecipadamente. Não havendo quem queira discutir, conforme estabelecido na alínea “f” do art. 8º do Regulamento Interno da Comissão, coloco em votação as atas das seguintes reuniões: 1ª reunião de audiência pública, realizada em 4 de maio de 2010; 3ª reunião ordinária, realizada em 5 de maio de 2010. As atas estão em votação na representação da Câmara dos Deputados. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que concordam com a aprovação das atas permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovadas. Em votação na representação do Senado Federal. As Sras. Senadoras e os Srs. Senadores que concordam com a aprovação das atas permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovadas. Avisos internos. Informo que foram designados membros dos Comitês Permanentes da Comissão, nos termos estabelecidos no art. 18 da Resolução nº 1, de 2006, alterada pela de nº 3, de 2008, ambas do Congresso Nacional, cujos coordenadores são os seguintes: Comitê de Avaliação, Fiscalização e Controle de Execução Orçamentária — CFIS, Senador Antonio Carlos Valadares, PSB de Sergipe; Comitê de Avaliação da Receita — CAR, Deputado Bruno Araújo, PSDB de Pernambuco; Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves — COI, Deputado Leonardo Monteiro, PT de Minas Gerais; Comitê de Admissibilidade de Emendas — CAE, Deputado Luciano Castro, PR de Roraima. Informo que a composição dos Comitês Permanentes pode ser obtida pela Internet, na página da Comissão, em Comitês Permanentes 2010. No próximo dia 26 de maio, quarta-feira, às 14 horas, neste plenário, será realizada reunião de audiência pública, com a presença do Presidente do Tribunal de Contas da União, Ministro Ubiratan Aguiar, e do Ministro- Chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage Sobrinho, que prestarão esclarecimentos sobre o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2011, na parte referente ao capítulo de Obras com Indícios de Irregularidades Graves. Essa reunião foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 2, de 2010, da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, de autoria do Senador Tião Viana, Relator do PLDO de 2011. Em função de que tanto o Presidente do Tribunal de Contas da União como o Ministro-Chefe da Controladoria só poderem fazer essa audiência na quarta-feira, invertemos: a nossa sessão ordinária da semana que vem será na terça-feira e a audiência pública na quarta-feira. Conforme decidido na quarta reunião extraordinária, realizada em 17 de abril de 2008, foi dispensada a leitura dos expedientes, que serão transcritos nas notas taquigráficas desta reunião. Informo ainda que a lista com os expedientes será enviada, por correio eletrônico, aos gabinetes dos membros e às Lideranças partidárias nessa data. Ordem do Dia. Apreciação do relatório apresentado ao Projeto de Lei nº 03, de 2010, do Congresso Nacional, que altera o inciso XVIII do art. 4º da Lei nº 12.214, de 26 de janeiro de 2010, que estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2010. O Relator é o Deputado Carlos Abicalil. Foram apresentadas duas emendas. Voto favorável nos termos do projeto e pela rejeição das duas emendas apresentadas. O Relator, Deputado Carlos Abicalil, está com a palavra para a apresentação do relatório. O SR. DEPUTADO CARLOS ABICALIL - Sr. Presidente, Sras. Senadoras e Srs. Senadores, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, passo diretamente à leitura do voto, uma vez que o relatório foi distribuído aos pares presentes. CONGRESSO NACIONAL Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização “Voto do Relator. Inicialmente, verifica-se que a iniciativa não contraria os dispositivos constitucionais e os preceitos legais pertinentes, em particular no que diz respeito à sua compatibilidade com as disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2010 — LDO/2010, com as disposições do Plano Plurianual 2008/2011, bem como com a sua conformidade com a lei orçamentária para o exercício de 2010 — LOA/2010. A evolução histórica das autorizações concedidas pelo Congresso Nacional já no texto da lei orçamentária para a abertura de créditos suplementares, nos termos do art. 165, § 8º, da Constituição, indica que, desde a lei orçamentária para o exercício de 2006, ou seja, há mais de 4 anos, a administração tem tido grau de liberdade de remanejamento pretendido pelo projeto de lei em apreço, primeiro no âmbito do PPI, agora de seu sucessor, o PAC. Observe-se que não se trata de introduzir uma nova programação na lei orçamentária anual durante sua execução, prerrogativa constitucional dos créditos adicionais sob a modalidade especial ou extraordinária, mas sim de reforçar programação já autorizada pelo Congresso Nacional no processo orçamentário. Assim, não pretende o Poder Executivo inovar no mundo jurídico ou orçamentário, mas simplesmente assegurar a possibilidade de reconfiguração dos investimentos, restritos ao PAC, que, por várias razões de ordem fática, se mostrem inviáveis momentaneamente. Consubstanciados nos argumentos apresentados na exposição de motivos da proposição, alicerçados na série histórica do mesmo dispositivo legal existente nas leis orçamentárias anteriores e nas razões aqui expostas, propomos a rejeição das emendas apresentadas de nºs 1 e 2 e o acolhimento da proposição. Diante do exposto, somos pela constitucionalidade, compatibilidade e adequação orçamentária e financeira do Projeto de Lei nº 3, de 2010, do Congresso Nacional, e, quanto ao mérito, pela sua aprovação. É o voto, Sr. Presidente.” O SR. PRESIDENTE (Deputado Waldemir Moka) - Para discutir, está inscrito o Deputado Luiz Carreira. O SR. DEPUTADO LUIZ CARREIRA - Sr. Presidente, o Projeto de Lei nº 3, de 2010, do Congresso Nacional, foi muito bem relatado pelo Deputado Carlos Abicalil, sempre aplicado e estudioso da matéria. Efetivamente, S.Exa. afirma que, a partir de 2006, portanto, já no Governo do Presidente Lula, se passou a ampliar o limite de 25% para 30%. Realmente 2006, 2007, 2008, 2009, 2010. Só que, em 2010, houve uma mudança, com toda a discussão que fizemos no Congresso Nacional, que permitiu a aprovação do Orçamento. O que estamos observando é que isso deixa uma margem muito grande de liberação na mão do Poder Executivo. Se olharmos o Orçamento Fiscal, da ordem de R$744 bilhões, a receita total é estimada em R$1,87 trilhão para o exercício de 2010. Foram reservados para o PAC R$30,29 bilhões como recursos específicos para sua execução. Contudo, depois de transcorridos quase um terço do ano de 2010, três meses e meio, apenas 2,6% dos R$30,29 bilhões, menos de R$800 milhões, ou seja, apesar de estarem empenhados 28,5% dos recursos do PAC, sua execução, até então, é pífia, muito baixa. De acordo com a Lei nº 12.214, de 2010, a LOA, que está em vigor, há restrição para que os remanejamentos dos recursos dos projetos do PAC não excedam 25% de cada subtítulo. O projeto do Executivo tenciona deixar livres para movimentação 30% do total do PAC, significando uma quantia da ordem de mais de R$9 bilhões. Ou seja, pode ser mudada a sua destinação à revelia de sua aprovação pelo Congresso Nacional. É uma grande liberalidade. Já que a execução está baixa, vai ampliar mais o limite e ficar com uma margem muito grande para fazer o remanejamento que bem quiser. Devido aos irrisórios valores efetivamente pagos até agora, quando faltam menos de 6 meses para as eleições, considero — é o nosso voto — inoportuno e temerário conceder tal grau de liberdade ao Governo Federal. Se o chamado PAC é realmente um conjunto de ações cujos objetivos é alavancar nossa economia, realizar obras de infraestrutura e desenvolvimento social, faz-se imprescindível que os projetos tenham continuidade em seus investimentos. Isso só será possível se os recursos do Tesouro a eles destinados forem mantidos e realizados. Esse é um procedimento que vem sendo executado. Foi modificado neste Governo, que vem modificando vários princípios do Orçamento. A última novidade foi exatamente não mandar as prioridades e metas, que acabaram chegando recentemente, depois do reclamo oportuno desta Casa, agora, na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 2 CONGRESSO NACIONAL Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização Também amplia essa liberalidade, sem justificativa adequada. Já que há saldo, há limite, isso não precisa ser feito agora, pode ser feito quando houver a necessidade, que não virá. Se há, como se argui, dificuldades numa dotação de um projeto e excesso de projeto em outra... Vou dar um exemplo: para que se programou ferrovia na Bahia se se sabia que não ia executar porque não havia licença ambiental? É questão de planejamento mesmo. Coloca-se o recurso lá para fazer o fato político, a fim de que tenha um efeito naquele Estado, naquele Município, e durante o ano não se executa. Depois, pede-se ampliar o limite para remanejar esses recursos para o que vai ser possível executar. Eu acho que não se precisa de nada disso, nem desse limite. Trabalhar com os 25% vai dar de sobra. Não vai haver dificuldade, a não ser que me comprovem detalhadamente, projeto por projeto, que isso está impedindo essa alteração. Então, acho que, neste caso específico, o aumento do limite está muito prematuro. É isso que estamos discutindo neste momento. A não ser que haja algum gargalo específico, que pode ser demonstrado. Acho que até o Deputado Carlos Abicalil deve ter mais informações das dificuldades que o Governo vem enfrentando para fazer essas modificações.

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