Formação Do Espaço Agroindustrial Em Santa Catarina: O Processo De Produção De Carnes No Oeste Catarinense

Formação Do Espaço Agroindustrial Em Santa Catarina: O Processo De Produção De Carnes No Oeste Catarinense

1 NOELI PERTILE FORMAÇÃO DO ESPAÇO AGROINDUSTRIAL EM SANTA CATARINA: O PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CARNES NO OESTE CATARINENSE Florianópolis - SC, 17 de setembro de 2008. 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DOUTORADO ÁREA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E URBANO NOELI PERTILE ORIENTADOR: ELSON MANOEL PEREIRA FORMAÇÃO DO ESPAÇO AGROINDUSTRIAL EM SANTA CATARINA: O PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CARNES NO OESTE CATARINENSE Tese de Doutorado em cumprimento aos requisitos parciais do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC para obtenção do grau de Doutora em Geografia. Florianópolis - SC, 17 de setembro de 2008. 3 F ORMAÇÃO DO ESPAÇO AGROINDUSTRIAL EM SANTA CATARINA: O PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CARNES NO OESTE CATARINENSE Tese submetida ao Curso de Doutorado em Geografia, área de concentração, Desenvolvimento Regional e Urbano, do Departamento de Geociências do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, em cumprimento aos requisitos necessários à obtenção do grau acadêmico de Doutora em Geografia. ____________________________________ Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia APROVADA pela banca examinadora em 17 de setembro de 2008. ________________________________________________________ Dr. Elson Manoel Pereira (Presidente e Orientador – GCN/UFSC) ________________________________________________________ Dra. Leila Christina Duarte Dias (Membro – GCN/UFSC) ________________________________________________________ Dr. Carlos José Espíndola (Membro – GCN/UFSC) ________________________________________________________ Dra. Valeria de Marcos (Membro – DG/FFLCH/USP) ________________________________________________________ Dr. Paulo Roberto Rodrigues Soares (Membro – DGEO/UFRGS) Florianópolis - SC, 17 de setembro de 2008. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço à Luz Divina que me permite existir e não desistir dos sonhos e dos projetos que possibilitam me tornar um ser humano melhor; à minha mãe Brígida Bernardi Pertile e ao meu pai Adelino João Pertile (in memorian), pela família que constituíram e souberam educar no amor: foram o meu “porto seguro” nos momentos mais instáveis que a caminhada de doutoranda me trouxe. Quero registrar meu agradecimento a todas as pessoas e instituições que, de diferentes formas, contribuíram para o desenvolvimento deste estudo. Minha imensa gratidão ao professor Dr. Elson Manoel Pereira que, na condição de meu orientador, sempre demonstrou sua confiança em mim na certeza que eu era capaz de desenvolver minha pesquisa. Agradeço a companhia e incentivo dos amigos do laboratório Cidade e Sociedade; aos professores Dr. Carlos J. Espíndola, Dra. Leila C. Dias e Dra. Cécile Raud-Mattedi, por suas críticas rigorosas e recomendações durante a qualificação do projeto, essenciais para a continuidade da pesquisa. Agradeço aos coordenadores e demais professores do Programa de Pós-Graduação em Geografia e à técnica Marli Costa; ao professor Dr. Yves Chalas e Françoise Terensio pelo apoio, dedicação e carinho, durante meu estágio PDEE (Programa de Doutorado no País com Estágio no Exterior); e também à Universidade Pièrre Mendes-France (Grenoble II), pela disponibilidade de suas bibliotecas, o que possibilitou a realização de parte da pesquisa. Sou grata a Claricia Otto e Péricles Alves Medeiros, pela dedicação e amizade nos distintos e difíceis momentos pelos quais passei nestes últimos cinco anos; a Marcia Bianchi, Angela Rech e Alcionete Pschisky, pela amizade e companhia constante, compartilharam aflições e alegrias 5 da caminhada de doutoranda; ao Nazareno M. Martins pela amizade e apoio na confecção dos mapas. Não posso deixar de agradecer aos amigos e colegas por me proporcionaram alegria, incentivo e fornecimento de material para o desenvolver da pesquisa ao longo do doutorado: Jairo Marchesan, Cristóvão Brito, Valdeir Demétrio, Renzo F. Figueroa, Cindy Ibarra, Yesid Yasaff, Débora Correa e Márcia C. De Fazzio. Quero também agradecer às prefeituras municipais do Oeste catarinense e as empresas agroindustriais que se dispuseram a colaborar com a pesquisa respondendo os questionários. Aos funcionários das agroindústrias, de diferentes municípios, por compartilharem seus conhecimentos referentes a seus trabalhos desenvolvidos dentro das empresas. Agradeço a CAPES, representante oficial do Governo e do povo brasileiro no meio acadêmico, por conceder a bolsa de doutorado, possibilitando a realização desta tese e de meu estágio PDEE (Programa de Doutorado no País com Estágio no Exterior) na França. 6 RESUMO Neste estudo, discute-se o processo de formação e representação do atual espaço agroindustrial de carnes de aves e suínos em SC, bem como suas principais características socioespaciais, tendo em vista o processo de formação histórica, econômica, social e tecnológica. Nesse processo, as relações sociais estiveram permeadas pela presença de agentes hegemônicos que se beneficiaram com as condições gerais de produção implantadas em grande medida pelo Estado. Na divisão espacial da produção econômica brasileira, a Mesorregião Oeste de Santa Catarina constitui-se importante produtora de carnes de suínos e aves tendo por base a agricultura familiar e a produção integrada às grandes empresas agroindustriais. Essa produção teve origem já no início processo de colonização, entre as décadas de 1920 e 1940, quando os colonos criavam suínos para produzir banha. A criação desses animais era realizada à medida que a família também produzia produtos de origem vegetal, permitindo assim a diversificação na propriedade de forma autônoma. Com a integração, especialmente após a década de 1960, a relação dos produtores com as agroindústrias passou a ser marcada pela subordinação dos primeiros em relação a essas empresas. Os empresários agroindustriais tornam-se parte dos principais agentes hegemônicos regionais, inclusive na atualidade. No entanto, ao longo de todo o processo de formação da região agroindustrial, diferentes agentes contribuem para tornar desigual o espaço em questão, sendo os ervateiros, os madeireiros, os colonizadores, comerciantes e o Estado os principais agentes hegemônicos a conduzir essa formação. O Estado, por sua vez, teve participação efetivada pela viabilização de parte das condições gerais de produção – de uso coletivo – necessárias para que o capital se reproduzisse na região e fizesse desta a estrutura básica e também sua alavanca para, junto com os avanços tecnológicos do setor produtivo, conquistar o mercado nacional e externo com produtos a partir da suinocultura e da avicultura. Palavras-chave: Formação Espacial. Condições gerais de produção. Agentes e relações sociais. 7 RÉSUMÉ Dans cette étude, il se discute le processus de formation et la représentation de l'actuel espace agro-industriel de viandes de volailles et de porcs dans Santa Catarina, ainsi que leurs principales caractéristiques socioespaciais, en vue du processus de formation historique, économique, sociale et technologique. Dans ce processus, les relations sociales ont été des permeadas par la présence d'agents hégémoniques qui se sont bénéficiés avec les conditions générales de production implantées dans une large mesure par l'État. Dans la division spatiale de la production économique brésilienne, à Mesorregião Ouest de Santa Catarina se constitue important producteur de viandes de porcs et de volailles en ayant par base l'agriculture familière et la production intégrée aux grandes sociétés agro-industrielles. Cette production a eu origine déjà dans le début processus de colonisation, entre les décennies de 1920 et 1940, quand les colons créaient des porcs pour produire baignent. La création de ces animaux était réalisée au fur et à mesure que la famille aussi produisait des produits d'origine végétale, en permettant ainsi la diversification dans la propriété de forme indépendante. Avec l'intégration, spécialement après la décennie de 1960, la relation des producteurs avec les agro-industries a passé à être marqué par la subordination de premiers concernant ces sociétés. Les entrepreneurs agro-industriels se rendent partie des principaux agents hégémoniques régionaux, de même dans l'actualité. Néanmoins, au long de tout le processus de formation de la région agro-industrielle, de différents agents contribuent pour rendre différent l'espace concerné, en étant les herbièrs, les marchands de bois, les colonisateurs, opérateurs et l'État les principaux agents hégémoniques à conduire cette formation. L'État, à son tour, a eu participation accomplie par la viabilisation de partie des conditions générales de production - d'utilisation collective - nécessaires pour que le capital se reproduise dans la région et faisait de la cette la structure basique et aussi son levier pour, conjointement les avances technologiques du secteur productif, conquérir le marché national et externe avec des produits à partir de la élevage de porcs et de l'aviculture. Mots-clé: Formation spatiale. Conditions générales de production. Agents et relations sociaux 8 LISTA DE FIGURAS p. Figura 1 - Área em litígio entre Santa Catarina e Paraná no início do século XX 50 Figura 2 - Municípios de Chapecó e Cruzeiro do Sul em 1930 60 FIGURAS 3 e 4 - O Território do Iguaçu e o mapa de Santa Catarina em 1944 69 Figura 5 – BRASIL: Porcentagem de população ocupada no total de imigrantes, 2000. 238 Figura 6 - Capa de revista da Suinocultura Industrial 241 Figura 7 – Embalagem de produto para exportação da Perdigão. 244 Figura

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