O Deputado Mouzinho Da Silveira Na

O Deputado Mouzinho Da Silveira Na

O deputado Mouzinho da Silveira na legislatura cartista de 1826-1828: os caminhos da Ocasião Autor(es): Guedes, Fernando Jorge Cardoso Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra URL persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/43332 DOI: DOI:https://doi.org/10.14195/1645-2259_17_8 Accessed : 29-Sep-2021 05:21:15 A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. 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Pedro, trazido por um tudo menos inocente correio inglês – Lord Charles Stuart plenipotenciário de S.M. britânica, que antecipadamente informara Londres do conteúdo dos decretos** – pretendeu marcar um novo tempo, de acordo com os ventos liberais que varriam para lá dos Pirenéus. Na concretização de um dos seus trâmites procedeu-se a eleições censitárias em 1826. Ins- trumento de uma burguesia rural e comercial em ascensão, o poder legislativo demonstrou no seu exercício as suas limitações entre o liberalismo e o ser liberal, fruto das suas ambições políticas e sociais. Entre os eleitos pela província do Alentejo constava o proprietário, natural de Castelo de Vide, José Xavier Gomide Mouzinho da Silveira, liberal moderado, com uma fecunda ati- vidade política e profissional até então. A sua participação nas Cortes cartistas foi rica em intervenções, quer a título pessoal, quer a título coletivo em sede de comissões. Foi, no entanto, alvo de um processo de esquecimento a sua prestação parlamentar por variadas cir- cunstâncias. Daí a pertinência de um estudo contribuindo para o conhecimento da sua pres- tação na Câmara, dando enfoque ao que as suas manifestações e propostas legais nos debates transmitiram, na sugestão do modelo de sociedade liberal, ou dita liberal, não esquecendo as influências, políticas e profissionais até então interiorizadas. Palavras chave: Mouzinho da Silveira, Liberalismo, Cartismo, Câmara dos Deputados. Abstract: The arrival of the corvette Lealdade (Loyalty) to the Lisbon docks in July 1826, marked a new era for Portugal. Bearer of a constitution text granted by D. Pedro, which was brought by anything but an innocent english mail – Lord Charles Stuart, the british plenipotentiary minister, who informed London in advance of the content of decrees – intended to mark a * Este estudo decorreu da investigação para a elaboração da minha dissertação de Mestrado em História Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O trabalho está condensado, de forma que a produção legislativa individual e em sede de comissões de Mouzinho da Silveira apresentada, não representa a sua totalidade. ** De facto, a Carta também foi dada a conhecer em França antes de o ser em Portugal, na impressão saída em 19 de junho de 1826 do jornal parisiense L´Étoile. Recorde-se que a Gazeta de Lisboa só na edição de 3 de julho publicou o texto outorgado: Cf. Sá 1978: 70. FERNANDO JORGE CARDOSO GUEDES | O DEPUTADO MOUZINHO DA SILVEIRA NA LEGISLATURA CARTISTA … 185 new time, according to the liberal winds that swept beyond the Pyrenees. During the achie- vement of one of its procedures, the census elections took place. Instrument of a rising rural and commercial bourgeoisie, the legislative power showed during its exercise, its limitations between what is liberalism and be liberal, as a result of its political and social ambitions. Among the ones elected by the Alentejo province was the owner, José Xavier Gomide Mou- zinho da Silveira, born in Castelo de Vide, a moderated liberal person with a fruitful profes- sional and political activity until then. His participation in the Chartists Courts was rich in interventions, either personally and collective, during the committee meetings. Nonetheless, his parliamentary contributions were forgotten due to various circumstances. Here lies the purpose of this work: to make his contributions to the Chamber to be known, and to give focus on the contribution of his manifestations and legal proposals during the debates by suggesting a liberal model of society, or so-called liberal, without forgetting the political and professional influences, until then internalised. Keywords: Mouzinho da Silveira, Liberalism, Chartism, House of Representatives. Introdução As sessões da Câmara dos Senhores Deputados eleitos em 1826 na pers- petiva do quadro político criado com a Carta Constitucional outorgada por D. Pedro IV – texto de matriz liberal refreado na descontinuidade com o Antigo Regime1 – ainda inculcada de resquícios de absolutismo2 pelo poder régio deter- minante aí presente3, ou até pelo regresso da classe aristocrática como ator polí- tico, consignando-lhe uma Câmara, fornecem no seu estudo, nomeadamente nas intervenções pessoais e trabalhos coletivos desenvolvidos pelas comissões, um meio de se atingir conclusões plausíveis quanto ao quadro mental dos seus mem- bros, como até uma antevisão de média e longa duração da evolução política que viria a tomar o século XIX português. Assumiu especial importância o texto constitucional nesta fase pelo debuxo institucional que imprimiu na primeira legislatura cartista, ao tentar convergir forças que esqueceram tantas vezes a con- ceptualização da doutrina liberal, contribuindo sobremaneira para o desenlace verificado a posteriori. Texto que se pretendia de consensualidade, mas também de esforço que fazia em agradar ao aliado inglês, assim como à nobreza – arre- dada pelos ímpetos vintistas do cenário político – dando-lhe protagonismo num dos pilares do poder legislativo. Visou igualmente um esforço de continuidade 1 A este refreamento não será estranho o “trocadilho sugestivo” de António Pedro Mesquita quando avançou com a ideia de que a “Constituição de 1822 era demasiado democrática para um país monárquico, a de 1826 é demasiado monárquica para um país democrático” (Mesquita 2006: 125). 2 Marcello Caetano definiu na fórmula da outorga, “uma dádiva […] por liberalidade do monarca absoluto” (Caetano 1965: 27); já Gomes Canotilho, descreve-nos um status quo escamoteado na feitura da norma máxima, já que a Carta vai “continuar a monarquia sem manifestar declarada inimizade à ideia constitucio- nal”, mas para que não restem dúvidas, ”«Outorgar» ou «dar» uma constituição significa a reafirmação da prioridade do monarca perante a nação” (Canotilho 1998: 130).

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