(Siluriformes, Doradidae) Com Descrição De Duas Novas Espécies

(Siluriformes, Doradidae) Com Descrição De Duas Novas Espécies

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA •Universidade Federal do Amazonas - UFAM Programa Integrado de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais - PIPG BTRN ínsüiülio Nacíonaf de Pesquisas da Amazeríta ::l>c Revisão Taxonômica de Physopyxis Cope, 1871 (Siluriformes, Doradidae) com descrição de duas novas espécies Leandro Melo de Sòusa Manaus - AM 2004 BIBLIOIEwíí Ltj UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA Programa de Pós Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais - PPG/BTRN Revisão Taxonômica de Physopyxis Cope, 1871 (Siluriformes, Doradidae) com descrição de duas novas espécies Leandro Melo de Sousa ORIENTADORA: Dra. Lúcia Rapp Py-Daniel Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Re cursos Naturais, convênio INPA/UFAM, como parte dos requisistos para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração em Biologia de Água Doce e Pesca Interior. Fonte Financiadora: Programa de Coleções e Acervos do INPA, CAPES. Manaus 2004 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA Programa de Pós Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais - PPG/BTRN Revisão Tftxonômica de Physopyxis Cope, 1871 (Siluriformes, Doradidae) com descrição de duas novas espécies Leandro Melo de Sousa Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Re cursos Naturais, convênio INPA/UFAM, como parte dos requisistos para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração em Biologia de Água Doce e Pesca Interior. Manaus 2004 Ficha bibliográfica: Sousa, L.M. 2004 Revisão Taxonômica de Physopyxis Cope, 1871 (Siluriformes, Doradidae) com descrição de duas novas espécies. Manaus: INPA/UFAM, 2004. 48p. Dissertação de mestrado 1. Doradidae 2. Physopyxis 3. Descrição de espécies CDD 19.ed. 597.52012 SINOPSE: A fim de esclarecer a toxonomia e melhor diagnosticar as espécies de Physopyxis, examinei 453 exemplares pertencentes a quatro coleções ictiológicas (ANSP, INPA, MPEG e MZUSP). Duas novas espécies são descritas para o gênero e uma distribuição mais ampla do que a anterior é apontada. Palavras chave: Doradidae, Physopyxis, descrição de espécies. Keywords: Doradidae, Physopyxis, species description. Resumo Physopyxis lyra foi originalmente descrita com base em apenas um exemplar que possuia algumas características muito peculiares. Nesse trabalho, apresento análise de um maior número de exemplares, ampliando a caracterização da espécie e descrevendo duas novas espécies com base em material já depositado em coleções e em novas coletas. Physopyxis lyra é caracterizado por possuir um processo coracóide mais largo que as demais espécies, com as extremidades voltadas para fora, além de possuir placas laterais com apenas uma fileira de espinhos. Physopyxis sp. 1 possui processo coracóide estreito e ligeiramente convergente nas extremidades, com mais de uma fileira de espinhos ao longo das placas laterais. Physopyxis sp. 2 é uma espécie menos robusta, caracterizada por possuir uma linha lateral incompleta com placas pouco desenvolvidas e a presença de uma fileira de espinhos no dorso dos exemplares, formada pela extremidade dos espinhos neurais das vértebras. A distribuição geográfica do gênero, muito pouco conhecida até então, é bastante ampliada, abrangendo diferentes drenagens da bacia amazônica e do Essequibo. Abstract Physopyxis lyra was originally described based on only one very distinctive specimen. Analyses of a larger number of specimens provided a more precise caracterization of the type species. Additionally, two new species are described, based in material already available in museums and new collections. Physopyxis lyra is caracterized by showing a more developed coracoid process than in the other species, with the tips oriented laterally, and only one series of spines on the lateral plates. Physopyxis sp. 1 has a thin coracoid process, with the tips slightly convergent, and more than one series of spines on the lateral plates. Physopyxis sp. 2 is a slender species, caracterized by an incompleta series of lateral plates and the presence of a median-dorsal series of spines represented by the tip of the vertebral neural spines. The poorly known geographic distribution is vastly enlarged, comprising diíferent drainages of the Amazon and Essequibo basins. ii Agradecimentos Primeiramente, gostaria de agradecer aos meus pais Edmilson e Edina e minha irmã Letícia por compreenderem a minha ausência e sempre terem me apoiado nas escolhas e decisões que eu tomei. A Dra. Lúcia H. Rapp Py-Daniel, sempre muito prestativa e por ter me dado o prazer de sua orientação, abrindo-me portas muito importantes no mundo da ictiologia. A CAPES por ter concedido a bolsa de mestrado. A nossa querida secretária de curso Carminha, pela ajuda nas horas de sufoco. Aos pesquisadores do CPBA pelo cotidiano sempre rico de informações e atividades. Aos colegas de curso pelo companheirismo nas horas mais apertadas das disciplinas e nas excursões de campo. Ao Laurindo e à Rosana, pela assistência e ajuda na minha migração e aclimatação a um novo editor de texto. A secretaria de Pós-Graduação do INPA, pelo aprendizado nas reuniões da Coordenação de Cursos da Pós-Graduação. Ao Andrezinho, Edilson, Lana e Lindalva, pelas descontraídas tardes na coleção de peixes do INPA, regadas a dindin de Buriti, de tapérebá e vinho de açaí. A todos do "grupo 100 nome" e especialmente ao Eliberto Barroncas, por me mostrar o quão simples e bela é a arte, essa grande "caminhada para se chegar a lugar algum". A Dona Maria (= Dona Xuxa), Dona Cida, Dona Elvira e todos os funcionários do INPA, pela convivência alegre e cheia de cafézinhos no dia-a-dia. Aos curadores John Lundberg e Mark Sabaj (ANSP), Mário de Pinna e Oswaldo Oya- kawa (MZUSP) e Wolmar Wosiacki (MPEG), pelo envio do material para estudo. E aos projetos Piaba/CNPq/MCT, ProBio/MMA e FEPIM/CNPq/MCT, pela ajuda financeira com equipamentos e viagens de campo. 111 Sumário Lista de Tabelas Lista de Figuras ^ 1 Introdução ^ 2 Material e métodos 0 3 Resultados n 3.1 Taxonomia 4 Discussão 32 4.1 Ossos infraorbitais 32 4.2 Escudo nucal 33 4.3 Cintura escapular 34 4.4 Nadadeiras 35 4.5 Placas laterais 39 4.6 Bexiga natatória 44 4.7 Espinhos neurais e hemais das vértebras 44 5 Referências bibliográficas 40 ^ iv Lista de Tabelas 3.1 Biometria de Physopyxis lyra 19 3.2 Biometria de Physopyxis sp. 1 25 3.3 Biometria de Physopyxis sp. 2 30 Lista de Figuras 1.1 Vista lateral de Pterodoras granulosus 2 1.2 Ilustrações da descrição original de Physopyxis lyra 5 3.1 Caracteres diagnósticos das espécies de Physopyxis 13 3.2 Holótipo de Physopyxis lyra 17 3.3 Physopyxis lyra, ANSP 167615 18 3.4 Distribuição geográfica de Physopyxis lyra 20 3.5 Holótipo de Physopyxis sp. 1 24 3.6 Distribuição geográfica de Physopyxis sp. 1 26 3.7 Holótipo de Physopyxis sp. 2 29 3.8 Distribuição geográfica de Physopyxis sp. 2 31 4.1 Ossos infraorbitais 33 4.2 Escudo nucal 34 4.3 Cintura escapular de Amhlydoras e Physopyxis 36 4.4 Cintura escapular de Physopyxis juvenil 37 4.5 Cintura escapular de Physopyxis lyra do Guaporé e Amanã 38 4.6 Placas laterais das três espécies de Physopyxis 40 4.7 Variação ontogenética das placas laterais de Physopyxis 41 4.8 Variação da ornamentação das placas laterais de Physopyxis sp. n. "placa alta" 42 4.9 Padrões atípicos de placas laterais de Physopyxis lyra 43 4.10 Espinhos neurais e hemais das vértebras de Physopyxis sp. 2 44 4.11 Espinhos neurais e hemais das vértebras do pedúnculo caudal de Physopyxis 45 Capítulo 1 Introdução Doradidae é uma família de Siluriformes neotropical, ocorrendo em todas as grandes bacias da América do Sul. Atualmentè são reconhecidas 73 espécies válidas, a maioria ocorrendo na bacia amazônica, com 53 espécies, e nas bacias do Orinoco e Essequibo, com 22 e 17 espécies, respectivamente (Sabaj, 2002). Os representantes dessa família são bagres facilmente reconhecíveis pela presença de uma fileira de placas ossificadas na linha lateral (Fig. 1.1), cada qual apresentando um ou mais espinhos voltados para trás (Eigenmann, 1925; Fernández-Yepez, 1968; Higuchi, 1992; Britski et ai, 1999). A quantidade, o formato e a ornamentação dessas placas são extremamente variados e constituem-se num importante caráter diagnóstico para gêneros e, em alguns casos, até mesmo espécies. Assim como a maioria dos Siluriformes, os Doradidae apresentam, em geral, o corpo deprimido e três pares de barbilhões (um maxilar e dois mentonianos), esses podendo ser lisos ou apresentar ramificações (barbilhões fimbriados). Os ossos superiores do neurocrânio dos doradídeos são granulares ou estriados e forte mente ligados entre si, formando um escudo sólido e contínuo à placa pré-dorsal. Quanto à morfologia da cabeça, podem-se distingüir dois grupos dentro da família: aqueles que possuem cabeça deprimida, de focinho curto e barbilhões simples e aqueles com cabeça mais alta, focinho longo, às vezes cõnico e com barbilhões fimbriados (Eigenmann, 1925; Burgess, 1989; Higuchi, 1992). Estes dois padrões foram mencionados pela primeira vez por Kner (1855) e confirmados posteriormente no trabalho de Bleeker {apud Higuchi, 1992), w Figura 1.1: Vista lateral de Pterodoras granulosus mostrando as placas laterais ossificadas (fonte: Britski et al, 1999). tendo essas duas linhagens sido citadeis como caput depressum e caput elevatum^ respectiva mente. Entretanto, apesar de ainda encontrarmos tal divisão em fontes bibliográficas, vale ressaltar que os dois grupos não são considerados naturais, já que só o último é monofilético (Trachydoradina -j- Doradina) (Higuchi, 1992). A nadadeira dorsal posiciona-se anteriormente (antes da metade do corpo) e imediata mente após a placa nucal, sendo constituída por um acúleo bastante ossificado, e quatro a seis raios moles. As nadadeiras peitorais também são providas de um acúleo bastante forte, sempre serrilhado dos dois lados. Esses acúleos possuem um mecanismo de trava muito eficiente (Eigenmann, 1925) e provavelmente são eficazes como mecanismo de defesa contra predadores (Moyle & Cech, 1996).

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