
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS MESTRADO EM LETRAS REGINA MARIA CRUZ FIGUEIRA A SITUAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM CONTEXTO INDÍGENA MUNDURUKU NA REGIÃO DO MÉDIO/ALTO TAPAJÓS – ESTADO DO PARÁ MANAUS – AM 2017 REGINA MARIA CRUZ FIGUEIRA A SITUAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM CONTEXTO INDÍGENA MUNDURUKU NA REGIÃO DO MÉDIO/ALTO TAPAJÓS – ESTADO DO PARÁ. MESTRADO EM LETRAS – ESTUDOS DA LINGUAGEM Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Universidade Federal do Amazonas para defesa, como exigência para obtenção do título de Mestre em Letras/Estudos da Linguagem. Área de Concentração: Teorias e Análises Linguísticas. Orientadora: Profª. Drª. Raynice Geraldine Pereira da Silva. MANAUS – AM 2017 Ficha Catalográfica Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Figueira, Regina Maria Cruz F475s A Situação Sociolinguística e o Ensino de Língua Portuguesa em Contexto Indígena Munduruku na Região do Médio/Alto Tapajós - Pará / Regina Maria Cruz Figueira. 2017 164 f.: il. color; 31 cm. Orientador: Raynice Geraldine Pereira da Silva Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal do Amazonas. 1. Etnolinguística. 2. Ensino de Português. 3. Contexto Munduruku. 4. Educação Escolar. I. Silva, Raynice Geraldine Pereira da II. Universidade Federal do Amazonas III. Título Dedicatória Ao João Tomaz de Aquino (em memória); ao meu filho, João Henrique Figueira Tomaz de Aquino, minha força para continuar; à minha mãe, Lúcia Maria da Costa Cruz, meu alicerce e fortaleza em todos os momentos. Ao povo Munduruku da região do médio/alto Tapajós, em especial: Hans Kabá e Isaías Munduruku, cujas inquietações inspiraram esta pesquisa. Epígrafe A escola entrou na comunidade indígena como um corpo estranho, que ninguém conhecia. Quem a estava colocando sabia o que queria, mas os índios não sabiam, hoje os índios ainda não sabem para que serve a escola. E esse é o problema. A escola entra na comunidade e se apossa dela, tornando-se dona da comunidade, e não a comunidade dona da escola. Agora, nós índios, estamos começando a discutir a questão (KAINGANG apud FREIRE, 2004:28). AGRADECIMENTOS A Deus, minha fonte de força, inspiração e de sossego. Ao meu filho, João Henrique Figueira, por compreender minha ausência e meu confinamento, no período de estudo. Aos meus pais, Raimundo e Lúcia, pelo apoio e cuidado, sempre, especialmente no momento de perda, dor, desespero e desânimo. Ao João Tomaz de Aquino (em memória), que sempre cuidou de mim. No início deste projeto, torceu, incentivou e me possibilitou a realização do mesmo. Como os desígnios de Deus são inquestionáveis, a dor de sua perda, no início do mestrado, aumentou a minha responsabilidade de continuar os planos que sonhamos juntos, com a certeza de que isso era a sua maior conquista. À minha orientadora, Profª. Dra. Raynice Geraldine Pereira da Silva, que foi o suporte, o chão que me sustentou nos momentos mais difíceis, quando o desespero batia, sempre com uma palavra de motivação, confortava e incentivava, nascendo uma grande amizade. Aos professores do Programa de Mestrado, pelo carinho, atenção e compreensão dedicados em prol da aprendizagem, em especial: Prof. Dr. Luiz Carlos Martins Souza (a cena do corredor será inesquecível), Profª. Dra. Marta Monteiro (pelo carinho, palavras de motivação, aconchego e abraços nas horas mais necessárias), Profª Dr. Leonard Costa (pelas belas reflexões sobre as questões indígenas), Prof. Drª. Fernanda De los Rios (pela inspiração nas aulas de Linguística Aplicada), Prof. Dr. Orlando Azevedo (pelas singelas lições de humildade) e Profª. Dra. Sandra Campos. Aos muitos amigos que me auxiliaram durante a pesquisa: Alan Marcelo Simon, Linete Soares, Dra. Liz Carmem Pereira, Lázaro Guedes. À Faculdade de Itaituba, em especial ao Professor Abel Almeida, ao Prof. Dr. Francisco Cláudio, à Professora Margareth Aguiar, à Profª. Dra. Djalmira Sá de Almeida, à Professora Zilda Meira Almeida, pelo incentivo, motivação e apoio nesta etapa da minha vida. Aos meus alunos do curso de Letras, que foram essenciais para meu crescimento profissional e intelectual. A minha prima-irmã Madria Figueira, que foi meu suporte em todos os momentos, do início ao fim. Aos amigos que conquistei, os quais são como irmãos de alma e de coração: Kellen Maduro Couto, Dorotea Leal, Francisco Lima, Romualdo Neto, Denilson Borges. Obrigada pelo apoio incondicional, em todos os momentos, pelo ombro amigo, por aguentar minhas lágrimas, enxuga-las, pelo sorriso despertado. Ao meu irmão querido, Lucivaldo Figueira, pelo apoio ao longo da jornada, dando os puxões de orelhas na hora certa. À minha irmã Railane Esmeralda Cruz Figueira, por cumprir seu papel de madrinha, tia e mãe de meu filho, quando precisei me ausentar. À Rosilane Figueira, Cleiton Figueira, Líneker Figueira, Ágda Figueira, Valdir Figueira, que sempre me motivaram, ajudaram, estenderam as mãos e me impulsionaram para continuar sempre. Aos meus avós, Joaquim e Terezinha, que sempre acreditaram no poder da educação como fator transformador da vida das pessoas. Ao meu sobrinho Cássio Figueira, pelas horas de descontração e companhia, nas horas cansadas de tabulação e transcrição dos dados. Ao Michel Yvano, meu anjo da guarda, que esteve comigo desde a inscrição do mestrado até às horas mais desesperadoras. Ananda Moura, Karolina Lima, pelas gargalhadas e momentos de descontração nas horas próprias e impróprias. Aos meus amigos Maria Rita Inocêncio, Maria Blandina Paxiúba, Cleilda Moreira Mendes, Izaneide Bentes, Isaac Dias e José Pena Bandeira, por permanecerem comigo sempre, principalmente, no episódio da morte de meu marido, alicerçando- me no momento mais angustiante que passei. A meu amigo Augusto Martins, pelo suporte no município de Jacareacanga, que me levou a uma das aventuras mais especiais de minha vida, na Aldeia Kaburuá, junto ao povo Munduruku. Ao meu aluno e colega Honésio Dace Munduruku, pelas contribuições feitas durante a pesquisa na Aldeia Praia do Mangue. Aos amigos de Jacareacanga, alguns conquistados há tempos e outros durante a pesquisa: João Gonzaga de Oliveira, Alércio Valente, Rafael Manhuari (Seu Rafaelzinho), Valdeci Munduruku, Luciano Poxô, Fernando Munduruku, João Kabá Munduruku, Sônia Luz, Jétson Gomes, Dona Déia, Capitão Bruno Akay da Aldeia Kaburuá, Isaias Kirixi e Hans Kabá. Aos Professores indígenas e não indígenas que participaram diretamente, possibilitando a pesquisa de campo. Aos alunos indígenas das escolas, obrigada pelo carinho, atenção e receptividade. Às Secretarias Municipais de Itaituba e de Jacareacanga, que possibilitaram a pesquisa. Em Itaituba, agradeço a colaboração dos professores Marluzi Lopes e Arlison Munduruku, da Coordenação Multirracial e à Secretária de Educação Uzalda Miranda, pelo apoio. Em Jacareacanga, à Secretária de Educação, Jocaste Queiroz, ao diretor de ensino Victor Moutinho, à Supervisora de Documentação e Inspeção Patrícia Ataíde, ao Professor João Kabá Munduruku. Aos meus ex-alunos e hoje, colegas professores, Isaías Kirixi Munduruku e Hans Kabá Munduruku, pelas belas reflexões sobre a cultura de seu povo. À FAPEAM – Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas, por possibilitar e incentivar financeiramente a realização desta pesquisa. Ao meu amigo Eraldo Pimenta, que mesmo nos momentos de infortúnio que passei, estendeu as mãos sempre. Aos colegas do mestrado, que carinhosamente me abraçaram, assumiram papéis de irmãos, amigos, camaradas, parceiros, nas horas de agruras, de amargura que o luto me trouxe. Aos sorrisos arrancados das lágrimas, nas angústias que sentimos juntos em cada trabalho, em cada leitura. Obrigada, Danielle Gonzaga (Dani Foucault), Marcondes Abreu (Marcondes Freire Orlandi), Solano Guerreiro (Solano Xoan), Carolina Pinheiro (minha alma gêmea nas horas de ansiedade, Carol Azevedo Carvalho), Lygia Souza (Azevedo Mollica da Silva), Dorotea Leal (Koch Geraldine Adam Bronckart Marcuschi), Josibel Silva (Monteiro Maher Rajagolapan), Ricardo Ernesto (Herbetiano), Kellen Maduro Couto (Lacan Pechêux Martins Souza Freire Orlandi Freud Marxiniana), Annemeire Araújo (Bakhtin de los Rios), Francisco Lima (Cícero Latino Amazonense), Socorro Silva (Campos Tarallo Marcuschi Labov), Daniella Branquinho (Rajagolapan Monteiro). Que fiquem registrados os teóricos, carinhosamente, em vossos sobrenomes. Como toda história tem um lado bom, nos caminhos da pesquisa de campo encontrei o homem que preencheu o vazio de meu coração e que fez uma reviravolta em minha vida: Raimundo Diniz Ferreira, meu namorado e companheiro, que me apoiou e me suportou nos momentos estressantes da fase final do Mestrado. Muito obrigada! RESUMO Este trabalho tem como objetivo analisar o processo de ensino de Língua Portuguesa em contexto indígena Munduruku., Estado do Pará, além de apresentar o perfil dos professores que atuam nesta região e avaliar como Língua Portuguesa e Língua Indígena Munduruku convivem em contextos escolares. A pesquisa tem inspiração etnográfica cuja abordagem é qualitativa e quantitativa e teve como base a pesquisa de campo com aplicação de questionários direcionados aos professores, alunos e outros falantes das comunidades, e responsáveis locais dos setores da educação escolar indígena, nas áreas estudadas. Para fins de fundamentação teórica, para se definir dados e posteriores sistematização e análises dos dados, foram utilizados D’Angelis (2013); Souza (2006), Maher (1994; 1996; 2006),
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