pessoas”, disse em entrevista, no Vaticano, na qual O SÃO PAULO esteve. Página 24 SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO www.arquisp.org.br | Ano 65 | Edição 3322 | 5 a 10 de novembro de 2020 www.osaopaulo.org.br | R$ 2,00 Luciney Martins/O SÃO PAULO - 20.set.2016 ‘Que o futuro prefeito exerça o cargo em favor do bem comum, com especial atenção aos pobres’, afirma o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano, em entrevista nesta edição Eleições 2020: um chamado para a construção do bem comum na cidade No próximo dia 15, quase 9 milhões de rais, movimentos, novas comunidades e asso- veria investir pesado nas áreas mais pobres das eleitores irão às urnas na capital paulista para ciações de fiéis sobre os principais problemas periferias e áreas decadentes do Centro”, afir- eleger o prefeito e os 55 vereadores que os da cidade, recorda os compromissos dos cris- ma o Cardeal Odilo Pedro Scherer. representarão no Executivo e no Legislativo tãos na política, à luz da Doutrina Social da Igre- A CNBB, em mensagem, conclamou os municipal, com o poder para definir as políti- ja, e entrevista o Arcebispo Metropolitano sobre brasileiros “à participação responsável no cas públicas na cidade. a realidade do município e os desafios a serem processo eleitoral de 2020”. O SÃO PAULO apresenta o olhar das pasto- enfrentados pelos eleitos. “O futuro prefeito de- Páginas 9 a 13 Guilherme Boulos é o Renovação pastoral e Fratelli tutti destaca o Encontro com o Pastor entrevistado na série com os missionária no caminho diálogo entre os povos em A esperança cristã candidatos a prefeito sinodal em meio à pandemia um mundo globalizado oferece-nos a visão sobre Página 14 Página 20 Página 17 nosso presente e o futuro Página 2 Fé e esperança na Santa Casa de Misericórdia Editorial Luciney Martins/O SÃO PAULO Diálogo, fraternidade Inaugurada em 1901, a Cape- e amor para a edificação la da Santa Casa de Misericórdia de uma política melhor de São Paulo é a sede da capela- Página 4 nia que presta assistência religio- sa ao complexo hospitalar locali- zado na região central da capital Espiritualidade paulista e aos hospitais Santa É imprescindível Isabel, Sancta Maggiore, Instituto do Câncer Dr. Arnaldo e à Facul- identificar candidatos que dade de Ciências Médicas. aspiram ao bem de todos Os serviços realizados nessas Página 5 instituições consistem, principal- mente, nas visitas aos doentes, Comportamento bênção dos setores hospitalares, celebração dos sacramentos e Paciência e serenidade, assistência a pacientes e profis- para manter as lições de sionais da saúde. solidariedade aprendidas Página 15 Interior da Capela da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, reformada entre 2001 e 2003 Página 8 www.osaopaulo.org.br 5 a 10 de novembro de 2020 2 | Encontro com o Pastor | | www.arquisp.org.br O que será de nós? CARDEAL ODILO PEDRO SCHerer acolhidas no abraço de sua mise- a Igreja coloca-nos diante das deveres. A esperança cristã, bem Arcebispo ricórdia infinita. Ao mesmo tem- “realidades últimas”, conhecidas compreendida, não nos leva a metropolitano de São Paulo po, refletimos sobre a fragilidade na doutrina e na teologia como olhar apenas para o céu, alheios e a fugacidade da nossa vida neste os “novíssimos”. Trata-se das re- às coisas da terra. Ao contrário, mundo. Por muito que gostemos alidades da nossa fé que ainda ela nos oferece luzes, orientação daqui e por mais que estejamos estão por vir e para as quais nos e motivos fortes para o nosso en- apegados à vida neste mundo, preparamos durante a vida nes- gajamento na transformação da s celebrações da temos a clara consciência de que te mundo: morte, julgamento de nossa vida e das “realidades ter- Igreja, no mês de esta vida passa e ainda não é tudo Deus, céu, inferno, purgatório e restres”, para que nelas apareçam novembro, colocam- o que Deus tem para nós. Somos vida eterna. Essas questões fazem sempre mais os sinais do Reino -nos diante das ques- feitos para mais, para olhar para parte essencial da nossa fé e não de Deus. A esperança cristã não Atões que dizem respeito ao nosso o alto e confiar em Deus, buscan- poderiam ser ignoradas ou dei- tem nada de alienante, mas leva futuro, mas marcam nosso pre- do-o todos os dias. xadas de lado em nossa pregação a edificar um mundo melhor e a sente de maneira significativa. Ini- Ainda em novembro, celebra- e Catequese. Por isso, a Liturgia lutar para a superação dos sinais ciamos o mês com a Solenidade de mos a conclusão do Ano Litúrgi- ajuda-nos a entrar sempre mais de morte e de maldade presentes Todos os Santos, contemplando a co e o início de um novo. A Sole- nesses “mistérios” por meio da entre nós. “Igreja celeste”, exaltada na Litur- nidade de Cristo Rei, que marca o celebração da fé e da mistagogia, A esperança cristã oferece-nos gia como “a cidade do céu, a Je- término do Ano Litúrgico, recor- auxiliando-nos a acolhê-los em uma visão original sobre a vida rusalém do alto, nossa mãe... para da-nos mais uma vez a soberania nossa vida. humana, a História, o presente e a qual caminhamos pressurosos, de Deus e de seu Reino e o senho- A vida cristã é marcada pela o futuro da nossa existência. Ela peregrinando na penumbra da fé” rio de Jesus Cristo Salvador. No esperança e pela referência às nos ajuda a não cairmos na ten- (cf. Prefácio da Missa). A comuni- final da História e do nosso pe- “realidades futuras”. Isso está tação de identificar, simplesmen- dade dos santos no céu, de fato, é a regrinar sobre a terra, encontra- presente na Revelação divina, na te, o Reino de Deus com nossas Igreja que já chegou ao seu grande remos Jesus Cristo, Senhor e Juiz Escritura, na profissão de fé e na realizações humanas e limitadas, objetivo: a comunhão com Deus, da História e do homem, e a de- Liturgia da Igreja. Se tirarmos do como se tudo dependesse apenas em sua glória, na vida eterna. cisão suprema e definitiva sobre a anúncio, da Catequese e do tes- de nós e como se tudo se limitas- Logo em seguida, no dia 2 de nossa existência: a vida eterna ou temunho cristão a referência à se às realidades presentes. A es- novembro, lembramos os faleci- a morte eterna. Logo no início do nossa esperança nos bens prome- perança sobrenatural ajuda-nos dos e proclamamos nossa fé na novo Ano Litúrgico, no primeiro tidos, empobreceremos enorme- a não transformarmos a Igreja “ressurreição da carne” e na vida Domingo do Advento, aparece mente a fé da Igreja e a contribui- numa espécie de “ONG do bem”, eterna, conforme a promessa de mais uma vez essa perspectiva de ção originária do Cristianismo semelhante a qualquer partido Deus ao longo de toda a histó- nossa vida: neste mundo, somos para a vida e a cultura dos povos. ou organização humana. Nossa ria da revelação divina. Por crer chamados a ser colaboradores vi- Isso nada tem a ver com “alie- esperança ultrapassa nossas rea- nisso, elevamos preces e súplicas gilantes e generosos na obra do nação” em relação às realidades lizações terrenas e está orientada pelas pessoas que já nos deixa- Reino de Deus. presentes e desinteresse pela vida para a sua realização plena em ram e pedimos a Deus que sejam Na lógica do anúncio cristão, e pelo cumprimento de nossos Deus. Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Padre Bruno Muta Vivas e Fernando Geronazzo • Auxiliar de Redação: Flavio Rogério Lopes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Fotografia: Luciney Martins • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Jenniffer Silva • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Impres- são: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222• Administração: Av. 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