SP João Osvaldo Schiavon Matta MAL-ESTAR NA

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP João Osvaldo Schiavon Matta MAL-ESTAR NA ADOLESCÊNCIA: jovens de agendas lotadas nas redes sociais DOUTORADO EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA SÃO PAULO – SP 2012 João Osvaldo Schiavon Matta MAL-ESTAR NA ADOLESCÊNCIA: jovens de agendas lotadas nas redes sociais DOUTORADO EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Comunicação e Semiótica sob a orientação do Prof. Dr. José Luiz Aidar Prado. SÃO PAULO – SP 2012 Banca Examinadora Aos meus pais, minha fonte de inspiração e referência. À Alessandra, minha companheira de vida, por estes maravilhosos e intensos anos de constante construção. À minha filha ou filho, por ser a prova viva de que tudo valeu a pena. AGRADECIMENTOS À minha mãe, pelo carinho com que conduziu a revisão do texto desta tese e pelo apoio constante ao longo deste meu percurso. Ao meu pai, pela força e suporte, sempre. À minha esposa Alessandra, pela companhia, escutas, revisões, discussões e por estar ao meu lado em todos os momentos. Ao meu orientador, Prof. José Luiz Aidar Prado, pelo processo de aprendizado destes quatro anos. Ao professor Daniel Miller, pelas inspiradoras orientações e pela diferenciada hospitalidade em Londres. Aos amigos Nilza Seixas e Paulo Sandler, pelas singulares ajudas. À Capes, por viabilizar meu doutorado, inclusive o período sanduíche na University College London. À ESPM, pelo apoio durante meu doutorado sanduíche. Aos meus alunos, minha fonte perene de motivação. [...] o seu sol é sempre cor de rosa despontando em montanhas verdes. Sorriso feliz, olhar travesso, ele mira a longa caminhada que apenas inicia. Menino querido: - Bom dia! Oswaldo Schiavon Resumo Nesta tese debruçamos-nos sobre o consumo dos jovens nas redes sociais da internet. Entende-se aqui consumo, para além do simples ato de compra de produtos, como um código que traduz as relações dos jovens, articulando-as a partir de três dimensões: consumo de tecnologia, de informação e de capitais simbólicos, aqui representados pela visibilidade midiática. Mais especificamente, buscamos responder às seguintes questões: os adolescentes pesquisados correspondem ao perfil de nativos digitais com ampla vivência na internet e alta competência técnica no uso das redes sociais, tal como difundido pelo senso comum? Como se revela, na prática, o cotidiano de consumo destes jovens? Para tanto, ao longo de oito meses, utilizamos recursos como Skype, e- mail e Facebook para nos comunicar com os participantes do estudo, de cujas agendas diárias participamos. O grupo pesquisado foi composto por alunos de três escolas do ensino médio do interior de São Paulo, sendo duas particulares e uma pública, na faixa etária entre doze e dezessete anos, possuidores de seus próprios aparatos tecnológicos para acessar a web. Os referenciais teóricos envolvem a Antropologia do Consumo e estudos sobre a Cultura Material suscetíveis de desvendar como as novas tecnologias estão sendo assimiladas pelos seus diferentes usuários. Alguns nomes representativos desses campos são Daniel Miller, Dan Slater, Roberta Sassatelli e Grant McCraken. Metodologicamente, a pesquisa aciona diversas técnicas, tais como: entrevistas em profundidade, observações participantes e o a construção de um diário de campo. Em todas as suas três dimensões pesquisadas – consumo de tecnologia, de informação e de capitais simbólicos – foram verificadas intensas práticas de consumo, relacionadas a um cotidiano de agendas lotadas, fonte de intenso estresse e insatisfação para os adolescentes, tal como observado no universo adulto. Palavras-chave: consumo, redes sociais, adolescentes, antropologia do consumo, etnografia. Abstract In this thesis we researched on the consumption of young people on internet social networks. Beyond the simple act of buying products, we mean consumption as a code which reflects the relationship of young people, linking them to three dimensions: consumption of technology, information and symbolic capital, which is represented here by the media visibility. More specifically, we answer the following questions: are the adolescents really digital natives with high experience and extensive technical competence using social network on the internet, such as widespread the common sense? How is the everyday practice of consumption of young people? In order to answer this, throughout eight months, we use tools like Skype, e-mail, and Facebook to communicate with the young participants of this study, whose day-to-day we have participated. The group was made up of students from three high schools of Sao Paulo´s countryside, two of them being private school and other one public, their age ranged between twelve and seventeen years old, who are owners of their own technical devices to access the web. The theoretical framework from this research includes the Anthropology of Consumption, and Material Culture studies, which are able to reveal how new technologies are being assimilated into their different users. Few important names of these fields of knowledge are Daniel Miller, Dan Slater, Roberta Sassatelli, and Grant McCraken. Methodologically, the research drove different strategies, such as interviews, monitoring of participants, and building a field diary. Considering the three dimensions of this research – consumption of technology, information, and symbolic capital – we have seen intense consumption practices, related to a routine of hectic schedules, which is a source of intense stress, and discontents for adolescents, as seen in adulthood. Key-words: consumption, social networks, adolescents, Anthropology of consumption, ethnography. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11 SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA DO CONSUMO........................................... 14 PERCURSO HISTÓRICO DO CONSUMO MODERNO ...................................... 21 ESTA PESQUISA ........................................................................................................ 40 O PÚBLICO E O CAMPO DE PESQUISA .............................................................. 46 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 56 ESTRUTURA DA TESE ............................................................................................. 60 1. CONEXÕES DE LONDRES AO INTERIOR DE SÃO PAULO ................... 63 1.1 – Percurso de pesquisa ......................................................................................... 63 1.2 – A construção do próprio método .................................................................... 77 1.3 – Cenário da pesquisa: conexões etnográficas de Londres ao interior de São Paulo ............................................................................................................................. 85 1.4 – Os adolescentes pesquisados ........................................................................... 98 1.5 – Técnicas de pesquisa ....................................................................................... 119 1.6 – Etnografia através das tecnicidades .............................................................. 128 2. PRESSA, ANGÚSTIA E AGENDAS LOTADAS .......................................... 131 2.1 – Jovens à beira de um ataque de nervos: a vivência da pressa e a sensação de falta de tempo ...................................................................................................... 132 2.2 – O sucesso medido através de bens tecnológicos e idas ao exterior .......... 142 2.3 – Rebeldia lúdica ................................................................................................. 158 3. O CONSUMO E O FACEBOOK ....................................................................... 166 3.1 – O Facebook e os relacionamentos condicionados ....................................... 167 3.2 – O Facebook como dispositivo convocatório do sujeito contemporâneo . 176 3.3 – Marcadores identitários no Facebook ........................................................... 180 3.4 – O que se consome quando no Facebook? ..................................................... 188 3.5 – Consumir no/o Facebook ............................................................................... 222 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 229 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 235 REFERÊNCIAS DA INTERNET ........................................................................... 247 APÊNDICE A ............................................................................................................ 248 APÊNDICE B ............................................................................................................. 249 APÊNDICE C ............................................................................................................ 251 APÊNDICE D ............................................................................................................ 255 INTRODUÇÃO A partir da primeira década do século XXI, os jovens passaram a ocupar uma posição de maior relevância enquanto objeto de estudo em diferentes disciplinas do conhecimento. Estes atores sociais e suas práticas assumem, então, lugar privilegiado nos estudos comunicacionais e de consumo. A crescente midiatização,

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