MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Enchente em Santa Catarina, 2008: relatório da situação atual 25/11/2008 – 17h 1. ANTECEDENTES Em 24 de novembro de 2008, foi solicitado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina apoio de resposta a ocorrência de emergência em saúde pública relacionada ao desastre de origem natural provocado pelas chuvas que atingiram o estado de Santa Catarina. Em 25 de novembro de 2008, foi realizado deslocamento de equipe do Ministério da Saúde e composição de gabinete de crise para monitoramento contínuo da situação. A seguir detalharemos ações de monitoramento e resposta em saúde a este evento, executadas pela Secretaria Estadual de Saúde e municípios afetados e apoiadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. 2. DADOS CLIMÁTICOS A partir de 23/11/2008 elevações nos índices pluviométricos na região Sul levaram a ocorrência de enchentes que se concentram atualmente na faixa litorânea do Estado de Santa Catarina, onde, segundo informações do CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) e do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), durante os últimos quatro dias o acumulado de precipitação registrado em algumas localidades ultrapassaram os 500mm. Em várias cidades do litoral deste Estado registraram-se acumulados diários superiores aos 200mm, como por exemplo, Blumenau, Balneário Camboriú, São Francisco do Sul, Itapoá e Biguaçú. O mesmo órgão (CPTEC/INPE) informa que esta intensa chuva tem sido causada pelo estabelecimento de um bloqueio atmosférico no oceano Atlântico que se formou durante a semana passada. A tendência para os próximos dias é que o padrão de bloqueio comece a se deslocar para leste fazendo com que comece a enfraquecer. Desta maneira, os ventos também diminuirão fazendo com que a intensidade da chuva seja menor. 3. INFORMAÇÕES DA DEFESA CIVIL Até o dia 25/11 (16h30), segundo informações fornecidas pela Defesa Civil de Santa Catarina há registro de um total de de 54.039 desalojados e desabrigados, sendo 22.952 desabrigados e 31.087 desalojados. São 79 mortes confirmadas e mais 1.500.000 afetados. oito municípios isolados - sendo 97.680 pessoas (São Bonifácio, Luiz Alves, São João Batista, Rio dos Cedros, Garuva, Pomerode, Itapoa e Benedito Novo). Página 1 de 4 Figura 01. Descrição da situação dos Municípios em Santa Catarina, 25/11/2008. Tabela 01. Listagem de município com registro de vítimas fatais em decorrência do desastre. SC, 25/11/2008. Municípios VITIMAS FATAIS Brusque 1 Gaspar 13 Blumenau 20 Jaragua do Sul 12 Pomerode 1 Bom Jardim da Serra 1 Luiz Alves 4 Rancho Queimados 2 Ilhota 15 Benedito Novo 2 Rodeio 4 Itajaí 2 São Pedro de Alcântara 1 Florianópolis 1 T O T A L 79 Tabela 02. Listagem de município que decretaram estado de calamidade pública. SC, 25/11/2008. Página 2 de 4 Municípios que decretaram ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA – ECP Gaspar Rio dos Cedros Nova Trento Camboriú Benedito Novo Tabela 03. Listagem de município que decretaram situação de emergência. SC, 25/11/2008. Municípios que decretaram SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA – SE Balneário de Piçarras Canelinha Indaial Penha Paulo Lopes Presidente Getúlio Rancho Queimado Fontes: http://www.defesacivil.sc.gov.br/ http://www.sc.gov.br Glossário: Estado de calamidade pública: é o reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres, causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade e à vida de seus integrantes. Situação de emergência: é o reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres, causando danos (superáveis) à comunidade afetada. Desabrigado: são as pessoas que saíram de suas casas e foram para Abrigo montado pelo município, (ginásio, escolas, etc..). Desalojados: são as pessoas que saíram de suas casas e foram para casa de parentes. 4. AÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE Após conhecimento da situação foram realizados, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, contatos com a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina e foram desencadeadas as seguintes ações: • Envio de 180 kits de medicamentos sendo 100 em 25/11/2008 e previsão de envio de mais 80 em 26/11/2008. • Deslocamento de Equipe Técnica da Diretoria de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, para apoio técnico as ações da SES/SC. • Comunicação com a Coordenação Estadual de Imunizações para disponibilização de imunoglobulina antitetânica e soro antiofídico, caso necessário. Página 3 de 4 • Disponibilização dos técnicos do CIEVS para apoio na consolidação das informações e investigação de eventos em saúde pública decorrentes do desastre, como surtos de doenças infecciosas nos abrigos. Também foi convocada, no âmbito da SVS, a Comissão Interna para Resposta ao Desastre constituída por representantes das coordenações de vigilância ambiental, epidemiológica, núcleo de comunicação e demais áreas envolvidas no evento. Este fórum irá se reunir diariamente para acompanhamento da situação e deliberações necessárias conforme detalhado a seguir: 1. Diretoria de Vigilância em Saúde Ambiental (VIGIDESASTRES / VIGIAGUA – CGVAM): Coordenação da resposta à emergência no âmbito do Ministério da Saúde. Apoio a SES- SC em relação a atuação de resposta do setor saúde em desastres. Coordenação da Comissão Interna da SVS para Resposta ao Desastre. Interlocução com Defesa Civil e outras áreas do Ministério da Saúde envolvidas. 2. Departamento de Vigilância Epidemiológica: 2.1 Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde: Centro de gestão de crises agudas do Ministério da Saúde, monitoramento e articulação de resposta a emergências. Local de encontro da comissão e responsável pela gestão da informação do evento e ponto focal de comunicação com o CIEVS-SC e Rede CIEVS Nacional. Gerencia também a Equipe de Respostas Rápidas que conta com o EPISUS que está de prontidão diante da necessidade de deslocamento para resposta em campo. 2.2. Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis: Gerencia as áreas que podem ser envolvidas, com base em experiências anteriores na resposta a este evento: COVEH (Vigilância de doenças de transmissão hídrica e alimentar), COVEV (Leptospirose e Acidentes por animais Peçonhentos), COVER (Doenças de transmissão respiratória). 2.3. Coordenação Geral de Laboratórios: Envio de amostras para laboratórios de referência e distribuição de kits para diagnóstico. 2.4. Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações: Distribuição de imunobiológicos (em especial soro anti-tetânico e soro para prevenção de acidentes por animais peçonhentos) 3. Núcleo de Comunicação da SVS: Integração entre assessorias de comunicação da SES-SC e Ministério da Saúde. Divulgação de material técnico e informativo sobre o evento. Página 4 de 4 .
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