Universidade De Brasília Instituto De Ciências Sociais Departamento De Sociologia

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA TECNOLOGIA, INFORMAÇÃO E PODER Das plataformas online aos monopólios digitais Autor: Jonas Valente Brasília, 2019 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA TECNOLOGIA, INFORMAÇÃO E PODER Das plataformas online aos monopólios digitais Autor: Jonas Valente Tese apresentada ao Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília/UnB como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor. Brasília, 2019 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA TESE DE DOUTORADO TECNOLOGIA, INFORMAÇÃO E PODER Das plataformas online aos monopólios digitais Autor: Jonas Valente Orientador: Michelangelo Giotto Trigueiro (UnB) Banca: Prof. Doutor Michelangelo Giotto Trigueiro (UnB) Prof. Doutora Fernanda Sobral (UnB) Prof. Doutor César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS) Prof. Doutora Christiana Freitas (UnB) AGRADECIMENTOS A presente tese foi concluída em meio a um turbulento ambiente político, com ameaças de desmonte das universidades públicas e da área onde a presente investigação está inserida, a sociologia. Meu primeiro agradecimento é a este Departamento e à Universidade de Brasília, que tanto contribuem para a reflexão crítica sobre os rumos do Brasil. Agradeço com carinho especial à Raisa, pelo companheirismo na vida, pelos aprendizados, por tentar tornar este penoso processo mais leve, pela paciência nesta reta final de elaboração da tese, por toda a ajuda na leitura do texto e pelo apoio na conclusão do trabalho. Um agradecimento ao orientador, Michelangelo Trigueiro, pelas avaliações, conselhos e pela gentileza de ter continuado, mesmo após sua aposentadoria. Destaco também a importância do professor Francisco Louçã pela recepção no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa durante o doutorado sanduíche. Também retribuo ao apoio da família, especialmente dos pais Kátia Chagas e Flávio Valente, pela inspiração para buscar uma análise crítica do mundo e pelo combate por uma sociedade mais justa. Um agradecimento especial aos amigos que participaram da jornada da tese, especialmente nesta sua finalização. A Helena Martins, irmã de todas as horas, das formulações sobre tecnologia e capitalismo àquelas sobre a necessidade de brigar por uma comunicação mais democrática, bem como na leitura de parte do trabalho. A Bia Barbosa e Marcos Urupá, parceiros sempre presentes. A Aniela Almeida, Renata Maffezolli, Lucas Kraus e Paula Zarth pela leitura dos capítulos e sugestões. A outros amigos que de diversas formas contribuíram com esse percurso, sem nominá-los para não esquecer nenhum. A quem auxiliou da entrada neste importante programa à finalização do trabalho, passando por delicados momentos no sanduíche na Europa. Um agradecimento ao Coletivo Intervozes, fonte de provocação sobre tantos temas presentes nesta investigação, e aos amigos do Sindicato dos Jornalistas. É interessante perceber como esta pesquisa é fruto de curiosidade acadêmica, mas não só. Ela é resultado também de um histórico de preocupação com a garantia de uma Internet mais livre e democrática e coma necessidade de compreender este fenômeno em constante transformação, especialmente em suas movimentações recentes que apontam a emergência das plataformas como agentes fundamentais para o acesso à informação e o exercício da liberdade de expressão no mundo. Um agradecimento aos professores Fernanda Sobral e César Bolaño pelas ricas considerações na banca de qualificação, que acrescentaram bastante à reflexão e influenciaram os rumos tomados de modo a qualificar o resultado final da investigação. Um agradecimento ao Programa de Pós-Graduação de Sociologia da Universidade de Brasília, abrangendo aí professores e seu solícito corpo funcional, fundamental para a viabilização do percurso. O PPG vem mostrando sua vitalidade com pesquisas relevantes socialmente e obtendo bons desempenhos em rankings diversos. Aos professores que contribuíram para uma apropriação mais qualificada da área, não a minha de formação, e ao corpo de funcionários que por meio de sua presteza auxiliou para que desafios burocráticos fossem superados de modo a concluir o conjunto do processo. Por fim, agradeço a todos e todas que lutam por uma sociedade mais justa e, especialmente, por um ambiente digital mais democrático, onde as pessoas possam exercer seus direitos e não sejam submissas a grandes agentes corporativos, que exerçam formas de controle e domínio sobre indivíduos, organizações privadas e instituições públicas. RESUMO O presente trabalho tem como tema central as plataformas digitais. Essas são caracterizadas por realizar a conexão entre indivíduos, empresas e instituições em diversas atividades. A novidade deste tipo de agente é o emprego de sua capacidade tecnológica para promover uma mediação ativa na articulação dessas práticas. Esses sistemas ancoram sua atuação na coleta massiva de dados por meio de práticas de vigilância e no processamento complexo e fornecimento de soluções inteligentes. O objetivo do trabalho foi examinar as plataformas digitais em seu desenvolvimento, tendo sido escolhidos para isso o Google e o Facebook, consideradas no trabalho os dois maiores agentes desta modalidade do mundo. A chave de leitura para o exame dessas plataformas foi a da tecnologia, tomando o referencial da Teoria Crítica da Tecnologia, mas oferecendo um marco conceitual-analítico próprio que denominamos Regulação Tecnológica. Neste, os artefatos e sistemas são vistos como processo, cujo desenvolvimento ocorre a partir da influência de vetores sociais e internos, que se manifestam no próprio conteúdo social dos artefatos. Assim como é forjada pelas dinâmicas societárias e do próprio campo da tecnologia, os sistemas também impactam a sociedade. O trabalho analisou as trajetórias tecnológicas do Google e do Facebook a partir dessa chave de leitura e identificou como essas são resultantes tanto dos vetores sociais de regulação (como a pressão para a oferta de serviços crescentemente informacionais de caráter personalizados e potencializando a realização de mercadorias por meio de uma publicidade segmentada) quanto do paradigma tecnológico das TIC (como o uso de dispositivos móveis, a coleta de dados massiva do chamado Big Data e o emprego de algoritmos e inteligência artificial no processamento e nas aplicações). As trajetórias dessas plataformas foram marcadas pela saída de seus nichos originais (o das redes sociais digitais, no caso do Facebook, e dos mecanismos de busca, no caso do Google) para ir além destas e entrar em novos segmentos (como o de realidade virtual no caso do Facebook ou de sistemas operacionais no caso do Google). Isso configura o que chamamos de monopólios digitais, fenômeno em que plataformas digitais utilizam seu número de usuários, base de dados e poder tecnológico para ampliarem sua atuação, influenciarem o ambiente digital como um todo e outras esferas de atividade da sociedade, com impactos em diversos aspectos da vida humana, incluindo na garantia ou prejuízo a direitos de indivíduos e organizações. Palavras-chave: Tecnologia. Plataformas. Monopólios Digitais. Google. Facebook. ABSTRACT This doctoral thesis focuses on digital platforms. These are characterized by making the connection between individuals, companies and institutions in various activities. The novelty of this type of agent is the use of its technological capacity to promote an active mediation in the articulation of these practices. These systems anchor their performance in the massive collection of data from individuals and organizations through surveillance practices and complex processing and delivery of intelligent solutions. The objective was to examine digital platforms in their development, having Google and Facebook been chosen for this as the two major agents of this modality in the world. These platforms had their technology analyzed within the framework of the Critical Theory of Technology perspective, and of the Technology Regulation conceptual and analytical framework. In these, artifacts and systems are seen as processes, whose development occurs from the influence of social and internal factors, which manifest themselves in the social content (or design). The same way they are forged by societal dynamics and the very field of technology, systems also impact society. The thesis analyzed the technological trajectories of Google and Facebook from this perspective and identified how these are resulting both from social factors such as the pressure to offer increasingly personalized information services and potentialize the sale of goods with the support of more precisely targeted advertising, as well as from the application of communication and information technologies such as mobile devices, Big Data, and the use of algorithms and artificial intelligence in processing and applications. The trajectories of these platforms were marked by the departure from their original niches (digital social networks, in the case of Facebook, and search engines, in the case of Google) to go beyond these and enter new segments (such as virtual reality in the case of Facebook or operating systems in the case of Google). This sets up what we call digital monopolies, a phenomenon in which digital platforms use their number of users, database and technological power to broaden their business, influencing the digital environment as a whole and other spheres of activity of society, impacting on diverse

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