Casimiro Ribeiro I (Depoimento, 1975/1979)

Casimiro Ribeiro I (Depoimento, 1975/1979)

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL (CPDOC) Proibida a publicação no todo ou em parte; permitida a citação. A citação deve ser textual, com indicação de fonte conforme abaixo. RIBEIRO, Casimiro Antônio. Casimiro Ribeiro I (depoimento, 1975/1979). Rio de Janeiro, CPDOC, 1981. 121 p. dat. CASIMIRO RIBEIRO I (depoimento, 1975/1979) Rio de Janeiro 1981 Ficha Técnica tipo de entrevista: história de vida entrevistador(es): Antônio Cláudio Sochaczewski; Aspásia Alcântara de Camargo; Israel Beloch; Pedro Malan; Reinaldo Roels Júnior; Roberto Ruiz de Gamboa levantamento de dados: Aspásia Alcântara de Camargo; Reinaldo Roels Júnior pesquisa e elaboração do roteiro: Aspásia Alcântara de Camargo; Reinaldo Roels Júnior sumário: Reinaldo Roels Júnior conferência da transcrição: Ignez Cordeiro de Farias; Maria Cristina Guido copidesque: Maria Teresa Lopes Teixeira; Reinaldo Roels Júnior técnico de gravação: Clodomir Oliveira Gomes local: Rio de Janeiro - RJ - Brasil data: 05/03/1975 a 20/07/1979 duração: 9h 10min fitas cassete: 09 páginas: 121 Entrevista realizada no contexto da pesquisa "Trajetória e desempenho das elites políticas brasileiras", parte integrante do projeto institucional do Setor de História Oral do CPDOC, em vigência desde sua criação em 1975. temas: Banco Central do Brasil, Banco do Brasil, Casimiro Ribeiro, Câmbio, Economia, Economistas, Fundo Monetário Internacional, Governo João Goulart (1961-1964), Governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), Inflação, Teoria Econômica 3 Sumário 1a Entrevista: início das atividades profissionais em 1942, no Banco do Brasil; contatos com profissionais no banco; contatos posteriores com Eugênio Gudin e Otávio Gouveia de Bulhões; o Departamento de Estatística e Estudos Econômicos do Banco do Brasil; convite para trabalhar na Cexim; Simões Lopes na Cexim e seus auxiliares; colaboração com Roberto Campos; o papel de Roberto Campos e Eugênio Gudin na profissionalização dos economistas no Brasil; a Sumoc: o objetivo principal - implantação do Banco Central - e as dificuldades para a sua consecução; resistência do Banco com relação a um banco central; extinção da Cexim e criação da Cacex; a corrupção na Cexim; os motivos do desequilíbrio no balanço de pagamentos do Brasil no período 1951-52: desatualização da taxa cambial, pressões do setor cafeeiro, inflação interna e Guerra da Coréia; reação dos importadores à tentativa governamental de sustar os excessos; ausência de estatísticas de licenciamento de câmbio; coordenação da Cacex com a Carteira de Câmbio para fazer o orçamento cambial; o papel do café na política econômica brasileira; Alkmin e o confisco do café; caráter conciliatório do governo Juscelino; insistência de Casemiro Riberio e Lucas Lopes junto a Alkmin para a concretização do confisco; contatos com o FMI e episódio com Carlos Lacerda; a reforma cambial: primeiras tentativas, no início do governo Juscelino; a desatualização cambial e as pressões do FMI para a atualização; resistência interna à simplificação da taxa cambial; contatos com FMI e com o GATT; influência do Fundo Monetário sobre a política econômica brasileira; as falhas no sistema econômico brasileiro; política de Juscelino no final do governo; o Conselho de Desenvolvimento Econômico no governo Juscelino; implantação da Sumoc; reação ao confisco do café; a especulação com o câmbio 2a Entrevista: a criação dos depósitos compulsórios no Brasil; comparação entre o sistema americano e o brasileiro de depósitos compulsórios; tentativas de racionalização do sistema no Brasil; relação entre o orçamento monetário e os depósitos compulsórios; resultado do controle do Banco do Brasil sobre os depósitos compulsórios; tentativa de tirar o Redesconto da responsabilidade do Banco do Brasil; criação do orçamento monetário no Departamento; programação da inflação no Brasil; a inflação brasileira; política de Eugênio Gudin: contenção de despesas e de emissão de meios de pagamento; política econômica do governo Kubitschek: contenção do crescimento econômico nos dois primeiros anos; a greve dos marítimos em 1956; o processo de criação e controle dos meios de pagamento; utilização inadequada dos depósitos compulsórios; o redesconto e a disponibilidade de moeda; utilização inadequada pelos bancos comerciais, tentativa de modificar a utilização do redesconto e a reação dos banqueiros; corrida ao Banco Boavista 3a Entrevista: comparação entre a inflação do final dos anos 50 e a atual; o ocultamento da inflação pelo câmbio em baixa; política demagógica de contenção do custo de vida; o problema da compatibilização do combate à inflação com o desenvolvimento econômico; contenção dos investimentos públicos; a racionalização da rede ferroviária; os leilões de câmbio no governo Juscelino; rompimento com o FMI no final do governo Juscelino: dificuldades nas negociações com o FMI e a campanha contra o Fundo; Carlos Lacerda e a carta de Alkmin ao FMI; a correção monetária; a saída de Alkmin do Ministério; o rompimento com o FMI; atuação dos países no FMI; posição dos americanos no FMI; atuação da Cepal; Sebastião Pais de Almeida no Ministério; problemas do início do governo Jânio Quadros; tentativa de venda das reservas de ouro do Brasil; reformas cambiais de 1957 e 1961; reforma tarifária de 1957; Jânio Quadros face às reformas; negociações com os Estados Unidos; governo Goulart: dificuldades nas negociações com os Estados Unidos; o Plano Trienal de Celso Furtado; reforma bancária no gabinete Brochado da Rocha; a Carteira de Redesconto do Banco do Brasil e a emissão de papel-moeda; tentativas de regularizar o Redesconto; referências a Válter Blank e Alberto Carmo Tangari Casimiro Ribeiro I 4 4a Entrevista: origem familiar; primeiros estudos; interesses artísticos e literários; colégios que freqüentou; amizades escolares; início das atividades profissionais; interesse por economia; contatos com o Banco do Brasil; leituras e autores mais difundidos no Brasil; tendências do pensamento econômico no Brasil; Keynes; debate entre estruturalistas e monetaristas; medidas monetatistas para o combate à inflação no Brasil; a utilização da política fiscal por Otávio Gouveia de Bulhões; o Plano Trienal de Celso Furtado; Inácio Rangel; a política da taxa de juros; o pragmatismo da Cacex; as empresas estrangeiras no Brasil; o debate entre monetarismo e estruturalismo na Faculdade Nacional de Economia; protecionismo e liberalismo; Roberto Campos; a industrialização brasileira; a idéia de planejamento no Brasil; o Conselho de Desenvolvimento do governo Juscelino Casimiro Ribeiro I 5 1ª Entrevista: 05.03.1975 I.B. - O Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, CPDOC, funciona na Fundação Getúlio Vargas e está vinculado ao Instituto de Direito Público e ciência Política, INDIPO, dirigido pelo dr. Temístocles Cavalcanti. O Centro coleciona arquivos de personalidades de atuação destacada na política brasileira. Temos arquivos de Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha, Agamenon Magalhães, Castelo Branco, Café Filho e uma série de outras figuras. Estamos desenvolvendo paralelamente um programa de História Oral, tomando depoimentos das figuras que tiveram atuação importante em nossa história contemporânea. O senhor, sendo uma dessas figuras, com marcante atuação no campo das finanças, daí o nosso interesse em entrevistá-lo. E temos também o projeto de um dicionário de história contemporânea brasileira, ligado a esse nosso trabalho. É um dicionário biográfico e temático que vai abranger todo o período de 30 para cá, até os dias atuais. O senhor certamente será uma das figuras incluídas nessa obra, com um verbete, provavelmente como biografado e certamente aparecendo em verbetes temáticos, referentes a temas financeiras e monetários, como o Banco Central. C.R. - Para quem já está na casa dos 50, é um pouco melancólico virar verbete. Em todo o caso, acho que isso é inevitável. Quanto a notícias biográficas, como os senhores me pediram, vou procurar ser o mais sucinto possível. Comecei as atividades profissionais no Banco do Brasil, onde fiz concurso público para escritório, classe inicial, em fins de 41. Tomei posse em começos de 42 e para a minha sorte fui designado, em função de minha classificação no concurso, para ficar no Rio de Janeiro – alguns tiveram que ir o interior. Fui designado para o então Departamento de Estatística e Estudos Econômicos do Banco do Brasil. Para mim foi uma sorte enorme. Eu estava com 19 anos naquela época, me interessava por ciências sociais e estava me preparando para fazer o curso de Direito, pois que o de economia ainda não existia. Havia um curso de contador e um de ciências de administração, mas não tinham grau universitário. De modo que eu estava me destinando a estudar Direito, embora não pretendesse advogar. Eu estava interessado por ciências sociais e começava a me interessa por economia, que no Brasil estava engatinhando – não havia sido nem regulamentada a profissão. Fui designado para o Departamento de Estatística e Estudos Econômicos do Banco do Brasil, fiquei extremamente feliz e comecei a me desenvolver. Comecei fazendo pesquisas estatísticas e entrei em contato com alguns elementos mais antigos, ainda jovens naquela época, como por exemplo o Áldo Batista Franco, que devia ter uns 30 ou 32 anos – eu tinha 19 ou 20. Ele já era um economista bastante conhecido dentro do governo e já participava de reuniões internacionais. É curioso, o Áldo Franco teve uma influência muito marcante em mim e em minha decisão de seguir carreira de economista. (Eu nunca

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