6 Alternativo O Estado do Maranhão - São Luís, 14 de novembro de 2009 - sábado “Calço 41 e é difícil Negócios Feira do Livro acharem sapatos para A Globo vendeu a novela Atriz premiada no cinema, no teatro e na TV, Leona Cavalli participará mim. Trago os meus "Caminho das Índias", de Glória Perez, da 3ª Feira do Livro de São Luís, para apresentar mais uma de suas para a Rússia, a Romênia e o Panamá, facetas: a de escritora. O evento, promovido pela próprios pares de países nos quais a trama deve ser casa” exibida no ano que vem, informa a Prefeitura Municipal por meio da Fundação Municipal coluna Outro Canal, do jornal Folha de de Cultura, acontece no período de 20 a 29 deste mês, São Paulo. De acordo com a publicação, na Praça Maria Aragão. Este ano, o tema será “A Marília Gabriela, a negociação foi fechada antes de a diversidade literária na Capital Brasileira da Cultura”. atriz que vive a Globo colocar a novela formalmente à Ela lançará o livro intitulado “Caminho das Pedras – Mariana de venda, o que só acontecerá em janeiro, "Cinquentinha", Reflexões de uma atriz”, lançado pela editora Livro durante a Natpa, grande feira de TV em contando o que Falante. A obra é uma série de reflexões da atriz, faz para não dar Las Vegas. A novela agora será dublada trabalho à equipe e encaixada na minutagem exigida sobre desafios e dificuldades na carreira, ilustrado de figurino pelas emissoras de cada país. com depoimentos pessoais e fotos de trabalhos. Hoje é dia de... Super Chico José Ewerton Neto o recorrer à expressão Super-Chico pode- não conhecia. Essa admiração se completou outras, em quem só se reconhecem virtudes. Co- lhor música.” ria estar fazendo menção ao Rio São Fran- quando Chico, logo a seguir, compôs “Quem te mo dizia Tim Maia, o Brasil é um estranho país Voltando às listas - razão desta reflexão -, afi- A cisco que, depois de normalmente ser viu quem te vê”, outro samba que se tornou, jun- onde puta goza, gigolô tem ciúme, traficante fu- nal de contas, para que servem e o que querem chamado grande Chico, agora, revigorado pelo to ao de Noel, meu favorito. ma maconha e comunista é de direita. Nestas cir- dizer? Listas já elegeram Maradona como maior PAC, segundo Lula, salvará o Nordeste. Porém - Recentemente, escrevi um especial no cader- cunstâncias, torna-se até natural que nele acon- que Pelé e já tem gente dizendo por aí que Zico calma! -, por enquanto, ainda não há vez para no Alternativo deste jornal, sobre a situação da teça o que doravante deveria passar a se chamar também foi, mas os sábios sempre acreditam que ele. Em matéria de Super-Chico só poderíamos literatura atual, em que a penúria de grandes ou a Lei de Chico: “Quer dar uma de intelectual e es- elas passarão e, ao fim, a verdade será salva pe- estar falando de outro: o Buarque de Holanda. anônimos escritores nacionais foi contraposta, tá difícil, ou então quer vender revista? Ora, é la história. Será? Quantas listas apressadas se- É ele que continua dando de dez. Além de ter rão suficientes para diminuir a importância de vendido horrores com seu ultimo romance “Lei- um compositor como Noel Rosa, que também te Derramado” (num país onde ninguém se der- “Como dizia Tim Maia, o Brasil é um estranho país perdeu para Chico, recentemente, como maior rama por um livro), já existe um outro, sobre a compositor do século? Ao discutirmos esse as- história de suas músicas, que dispara nas primei- onde puta goza, gigolô tem ciúme” sunto, um amigo lembrou que as preferências ras posições de venda. Como se não bastasse, em evoluem com a sucessão das novas gerações, tor- paralelo, a revista Rolling Stone escolheu a sua em termos de sucesso, à glória exclusiva, total e fácil: fale de Chico Buarque ou diga que leu seu nando-se o xis da questão saber até que ponto música Construção, como a melhor entre as cem incontestável de Chico Buarque, agora, não mais livro”. a continuidade pode transforma-las num juízo melhores do cancioneiro popular brasileiro. Mais como compositor, mas como escritor. Com algu- Tal exagero tem ilustração na recente biogra- de valor definitivo para a história. do que Carinhoso, de Pixinguinha – que ficou em ma surpresa, para mim, recebi várias manifesta- fia de Wilson Simonal Isso significa que, ainda estamos bem quan- segundo, mais do que Águas de Março, de Tom ções de apoio e mensagens de congratulações (alguém se lembra dele?). Este, um cantor mu- do a grandeza de Noel Rosa é comprimida, mas Jobim – que ficou em terceiro, e mais do que sobre a matéria do texto e, numa mesa-redonda lato e beiçola, nascido em Realengo teve, na épo- a favor de Chico Buarque, cujo talento, embora qualquer música de Noel Rosa que – pasmem! - para estudantes do curso de Letras, da UFMA, fui ca dos anos 70/80, sucesso em várias camadas inferior ao do mais arrebatador gênio da músi- só aparece em qüinquagésimo com a música Con- questionado pela aparente ousadia de estar co- sociais bem maior que o de Chico, mas os meios ca popular brasileira - morto aos 26 anos com versa de Botequim. Onde será que esconderam locando em cheque um mito inquestionável co- de comunicação reservaram prontamente para mais de 230 músicas registradas em seu nome - “Três Apitos”, “Feitio de Oração”, “Ultimo Dese- mo Chico Buarque. ele um lugar desprezível no limbo da história, é também de um notável compositor; apesar dos jo”, e tantas outras de Noel? A razão, agora me referindo ao desprezo da com a pecha de dedo-duro e possível agente do exageros do Super-Chico. Pelo mesmo raciocí- Lembro que me tornei ardoroso fã de Chico lista a um gênio do porte de Noel Rosa, parece Dops –sem que nada disso tenha sido provado. nio, porém, as próximas gerações incorporarão Buarque na minha adolescência quando, num estar justamente aí: na cada vez mais revigora- O curioso é que, nas primeiras eleições convoca- os grandes sucessos atuais como referência da programa chamado “Esta Noite se Improvisa” o da criação do Super-Chico: daquele que qualquer das pela “Revolução” sua conduta tenha sido, no melhor música de todos os tempos e, provavel- ouvi cantar a música “Feitiço da Vila”, embora, coisa que faça há de estar acima do bem e do mínimo, mais corajosa que a de Chico Buarque, mente (e infelizmente) nestas poderão entrar Ze- então, gostasse mais da jovem guarda e dos Bea- mal, inclusive, de um talento como o de Noel Ro- quando manifestou abertamente seu voto con- zé di Camargo e Luciano, Ivete Sangalo, Bruno e tles, como quase todos de minha idade. Logo vim sa, no caso, maior que o dele. No Brasil, parece tra o “establishment” , enquanto Chico, com to- Marrone... etc. Já pensou? a saber, através do meu pai, violonista e profun- dar-se o fenômeno do oito ou oitenta. Despre- da a sua aura de herói que até hoje persiste, pre- [email protected] do conhecedor de MPB, que esta era uma com- zam-se determinadas personalidades com a mes- feriu ficar em cima do muro dizendo: “A única José Ewerton Neto substitui temporariamen- posição de Noel Rosa, um autor que até então ma facilidade com que se ignoram os defeitos de coisa que tenho certeza é de que votarei na me- te o cronista José Chagas Fotos/Divulgação O músico Caetano Veloso ao lado dos integrantes da banda Cê Caetano em show de sons novos e velhos Em turnê pelo álbum “Zii e Zie”, o polêmico, tímido e sempre mutável baiano se apresenta em São Luís, acompanhado pelos jovens músicos da banda Cê om harmonizações e ele- fortes “riffs” de guitarra. ótica de um dos principais cartões mentos que vão do samba postais do Rio de Janeiro. O álbum C ao rock, o cantor e compo- “Tios e Tias” – Entre estilos mu- traz ainda a provocação “Lobão sitor Caetano Veloso apresenta sicais classificados como tran- Tem Razão”, uma resposta que hoje, às 21h, no Multicenter Se- samba, transbossanova, “Zii e pode até ser classificada como brae (Cohafuma), o show Zii e Zie” (que em italiano significa uma bandeira branca à eterna bri- Zie, que faz parte da turnê do CD “tios” e “tias”) é considerado pe- ga com o roqueiro Lobão. homônimo. lo compositor como um disco Outros destaques ficam por Polêmico, carismático, às ve- muito claro e, ao mesmo tempo, conta de “Por Quem?”, uma qua- zes tímidos, outras visto como ar- denso. Segundo Caetano Veloso, se bossa com letras românticas. rogante, o artista traz no novo ál- as composições começaram a Das críticas sociais, “Falso Le- bum canções delicadas e com crí- nascer no período de transição blon”, que fala sobre o compor- ticas sociais. Entre sambas, rock entre a era Fernando Henri- tamento dos jovens de classe e bossa nova, Caetano Veloso que/Lula e traz em si, apesar das média carioca com seus entor- apresenta o novo disco que, se- músicas mais melódicas, um pecentes de baladas e também gundo ele, é considerado um dos tom de crítica ao cenário mun- a postura da cultura de entrete- mais cheios de unidade de sua dial o que difere de “Cê”, o traba- nimento: “Falso Leblon, Big carreira. Com este novo trabalho, lho anterior que é marcado por Brother, tou fora do ar”, diz tre- Veloso venceu o Grammy Latino canções mais pessoais. Já no no- cho da canção. deste ano, na categoria de Melhor vo álbum, as letras olham para Álbum de Cantor/Compositor.
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