UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MICHELLE DOS SANTOS TV FORA DE CONTROLE: A ESTÉTICA-ÉTICA DE LUIZ FERNANDO CARVALHO, O DIRETOR IGNORANTE BRASÍLIA/DF 2019 MICHELLE DOS SANTOS TV FORA DE CONTROLE: A ESTÉTICA-ÉTICA DE LUIZ FERNANDO CARVALHO, O DIRETOR IGNORANTE Tese apresentada à banca examinadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília como requisito para a obtenção do título de Doutora em Educação. Linha de pesquisa: Educação, Tecnologias e Comunicação. Orientadora: Profa. Dra. Elizabeth Tunes BRASÍLIA/DF 2019 Ficha catalográfica elaborada automaticamente, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a) Santos, Michelle dos S SA237t TV fora de controle: a estética-ética de Luiz Fernando Carvalho, o Diretor Ignorante / Michelle dos Santos; orientador Elizabeth Tunes. -- Brasília, 2019. 238 p. Tese (Doutorado - Doutorado em Educação) -- Universidade de Brasília, 2019. 1. Luiz Fernando Carvalho. 2. Jacques Rancière. 3. Televisão. 4. Emancipação. 5. Democracia. I. Tunes, Elizabeth, orient. II. Título. MICHELLE DOS SANTOS TV FORA DE CONTROLE: A ESTÉTICA-ÉTICA DE LUIZ FERNANDO CARVALHO, O DIRETOR IGNORANTE Tese apresentada à banca examinadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília como requisito para a obtenção do título de Doutora em Educação. Linha de pesquisa: Educação, Tecnologias e Comunicação. Resultado:______________ Data:______ /______ /2019. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________________ Profa. Dra. Elizabeth Tunes – Presidente Universidade de Brasília _______________________________________________________________ Profa. Dra. Cristina M. Madeira Coelho – Membro interno Universidade de Brasília _______________________________________________________________ Profa. Dra. Edna Carvalho de Azevedo – Membro externo Instituo Federal de Brasília _______________________________________________________________ Profa. Dra. Émile Cardoso Andrade – Membro externo Universidade Estadual de Goiás _______________________________________________________________ Profa. Dra. Ingrid Lílian Fuhr – Suplente UniCEUB BRASÍLIA/DF 2019 Lendo Clarice [A Paixão Segundo G.H.] com os olhos bem abertos, você vê que a barata representa os excluídos – o feminino, a paixão, o sexo, tudo aquilo que é banido. “É um livro estranho e consequentemente será um filme estranho. A minha busca é passar o quanto de sentimento há nessa estranheza”. Luiz Fernando Carvalho, para a Folha de São Paulo, nov. 2018 AGRADECIMENTOS Meu muito obrigada à minha orientadora, Elizabeth Tunes, que com sua competência caracteristicamente generosa transformou apreensão em amparo. Jamais teria conseguido levar a cabo a tese sozinha, sem o seu apoio. À professora Vânia Quintão (in memoria) pela leitura entusiasmada de meu exordial projeto de tese. Ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Brasília e as amizades dele providas. Agradeço imensamente às professoras Cristina Madeira, Émile Andrade e Edna Carvalho por acatarem o convite para compor essa banca com diligência. Encontrar com vocês tornou minha visão da pesquisa – e do mundo – mais plural, mais gentil. Não posso deixar de citar com gratidão a professora Ingrid Lílian Fuhr Raad pela suplência. Meu muito obrigada à amiga Lilian Monteiro, pelo envolvimento direto e insubstituível na preparação deste texto. Suas sugestões e correções postas à minha disposição foram um acalento. Aos demais amigos igualmente amados e admirados: Kênia Gusmão, Álvaro Regiani, Tássia Gabriela, Larissa Leal e Larissa Nascimento, Márcia Rocha, João Paulo, Thayza Matos, Jucelino Sales, Leide Rozane, Fabiano Camilo, Ana Carolina Barbosa, Daniel Faria, Maurício Borges, Dymas Júnior, Eduardo Felten e Juliano Pirajá. Obrigada Ângela Cavalini, meu amor, pela paciência e companherismo em meio às crises de ansiedade e pelo incentivo tão costumeiro quanto cintilado. Obrigada também por trazer para a minha vida seus tios e tias, primos e primas, irmã e sobrinhas. Seus pais, Ademar e Regina, tornaram-se grandes apoiadores e conselheiros nessa trajetória. Agradeço à minha família, que mesmo simples e distante da academia, compreendeu perfeitamente a importância deste doutoramento. Obrigada mãe, Maria Aparecida Santos. Obrigada pai, José Henrique Ferreira dos Santos. Obrigada irmãs queridas, Kátia e Thalyssa Santos. Obrigada primas: Gislaine, Taiane, Thamine. Obrigada tia-madrinha, Fátima. Obrigada Ana Carolina, minha única sobrinha. Com e por vocês não me faltou inspiração, força, coragem, fé e sonhos! Obrigada vó, Maria Amâncio, por ter educado a todas nós na justiça, na liberdade e no amor, ou seja, educando com ética similar à que li, já adulta, nos livros de Paulo Freire, de quem parte meus mais entusiasmados e críticos debates desde a graduação. A ele minha deferência e admiração. Agradeço aos meus colegas do curso de História da UEG-Formosa, aos meus alunos e à Pró-Reitoria de Pesquisa daquela instituição por sua política de valorização à capacitação docente. RESUMO Esta tese busca aproximar dois universos de ideias: o do filósofo franco-argelino Jacques Rancière e o do diretor de TV brasileiro Luiz Fernando Carvalho, por julgar que ambos convergem em temas contemporâneos essenciais, como os que dizem respeito à estética e à condição do espectador, pensados fora dos modelos de gestão da vida social e da necessidade objetiva da economia. A partir das minisséries Os Maias (2001), Capitu (2008) e Dois Irmãos (2017) e da novela Velho Chico (2016), vislumbramos as relações entre as comunidades de teventes e a estética-ética de Luiz Fernando Carvalho. Olhar, então, seria agir porque quem o faz compreende, questiona, nega, compara, pesquisa – e faz abrolhar outros tantos universos de pensamento. A democracia lampeja quando percepções fogem de cálculos e antecipações da emissão televisiva, bem como não rendem o esperado índice de audiência, o que não significaria o fracasso das obras, tampouco a culpa de uma suposta cegueira dos menos instruídos. Tais novidades e adversidades dão a ver, no mundo comum, outras existências e demandas pulverizadas. A homerização das “populações mais pobres” ou do “homem médio”, contra a qual o diretor luta, é mantida pela oligarquia “sábia” da TV aberta, onde a ojeriza ao contraditório pode ser lida como ojeriza à política. Homerizar é o ato de definir pejorativamente as características de Homer Simpson, do seriado Os Simpsons: conservador, preguiçoso e tolo, ou seja, uma pessoa a quem se deve dirigir sempre com didatismo. O costume de subestimar o público da televisão aberta no Brasil pôde ganhar a nomenclatura homerização desde 2005, quando o jornalista William Bonner sofreu críticas por identificar quem assistia o Jornal Nacional com o desmiolado personagem de desenho animado norte-americano. Em atitude oposta à de Bonner, ao apostar na emancipação e não no embrutecimento, Carvalho não vê os telespectadores como multidão uniforme, nem enxerga o fato de ter gente demais reivindicando o “privilégio da individualidade”, pois isso faz parte do esforço de ampliar a esfera pública da televisão e o próprio sentido de comunidade. PALAVRAS-CHAVE: Luiz Fernando Carvalho. Jacques Rancière. Televisão. Emancipação. Democracia. ABSTRACT This thesis seeks to bring close two worlds of ideas: the French-Algerian philosopher Jacques Rancière and the Brazilian TV director Luiz Fernando Carvalho, by judging that both converge on key contemporary issues such as those concerning the aesthetics and the viewer condition , thought outside the management models of social life and the objective necessity of the economy. From the mini-series Os Maias (2001), Capitu (2008), Dois Irmãos (2017) and the novel Velho Chico (2016), we glimpse the relations between the communities of actors and the aesthetics-ethics of Luiz Fernando Carvalho. Look, then, would be to act because who does understand, question, deny, compare, search - and makes appear as many universes of thought. Democracy flashes when perceptions flee from calculations and anticipations of television broadcasting, as well as fail to yield the expected audience rating, which would not mean the failure of the works, nor the blame for an alleged blindness of the less educated. Such news and adversity give to do in the ordinary world, other stocks and sprayed demands. The homerization of the "poorest populations" or the "average man" against whom the director struggles are maintained by the "wise" oligarchy of open TV, where the opposition to the contradictory can be read as it insulates politics. Homerizing is the act of pejoratively defining the characteristics of Homer Simpson, of the series The Simpsons: conservative, lazy and foolish, that is, a person to whom one must always direct oneself with didacticism. The custom of underestimating open television audiences in Brazil has been gaining homerization nomenclature since 2005 when journalist William Bonner was criticized for identifying who watched the National Journal with the dashing American cartoon character. In the opposite attitude to Bonner, to bet on the emancipation and not the brutalization, Carvalho not see viewers as uniform crowd, or sees the fact that too many people claiming the "privilege of individuality", as this is part of the effort to expand the public sphere of television and the sense of community itself. KEY WORDS: Luiz Fernando Carvalho. Jacques Rancière. Television. Emancipation. Democracy. LISTA DE ABREVIATURAS Mini(s) ...................................................................................................................
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