Atores políticos e dinâmicas eleitorais ORG. EMANUEL FREITAS DA SILVA, FRANCISCO HORÁCIO DA SILVA FROTA, MARIA ANDREA LUZ DA SILVA 2020 Atores políticos e dinâmicas eleitorais Organizado por Emanuel Freitas da Silva, Francisco Horácio da Silva Frota e Maria Andréa Luz da Silva. © 2020 Ed Edmeta Publicado por Edmeta - Editora Digital e Impressa Ltda. Av. Desembargador Moreira, 2800, Sala 1008. Bairro Aldeota Fortaleza - CE, Brasil. Revisão Evandro Lisboa Freire Capa e Projeto Gráfico Ana Carolina Frota Preparação Eleni Lopes Ficha Catalográfica Bibliotecária Lúcia Oliveira CRB-3/304 Atores políticos e dinâmicas eleitorais/Org. Emanuel Freiras Silva, Francisco Horácio da Silva Frota, Maria An- drea Luz da Silva - Fortaleza, Ce.: Edmeta, 2020. 425p. Prefixo Editorial ISBN 978-65-86311-01-3 1. Políticas 2. Estado 3. Partidos políticos 4. Eleição I Silva, Emanuel Freiras da II Frota, Francisco Horácio da Silva III Silva, Maria Andrea Luz da. Sumário Apresentação 7 Introdução 9 1. Autonomia do Movimento Brasil Livre (MBL)? 14 Caroline Bandeira de Brito Melo Olívia Cristina Perez 2. Os Ferreira Gomes e as Eleições de 2006 a 2018: alianças e abalos de um ciclo político cearesnse 38 Cleyton Monte 3. Eleições de 2018 no Piauí: continuidade em tempos de mudança 79 Vítor Eduardo Veras de Sandes-Freitas 4. (O)caso do MDB nas eleições de 2018 e a derrota de Eunício Oliveira ao Senado no Ceará 118 Monalisa Lima Torres José Raulino Chaves Pessoa Júnior 5. Quando menos é mais: tamanho de coalizão e a vitória do PT no Rio Grande do Norte em 2018 174 Alan Daniel Freire de Lacerda, 6. Eleições presidenciais de 2018: uma análise em 4 planos 207 Carla Michele Andrade Quaresma 7. Conservadorismo e ressentimento: duas fontes do antipetismo 232 Jakson Alves de Aquino 8. Interfaces entre antipetismo e bolsonarismo: uma análise da narrativa eleitoral no segundo turno da eleição presidencial de 2018 274 Monalisa Soares Lopes Paulo Rodrigo Soares Lopes 9. “Deus acima de tudo”: a performatividade religiosa como estratégia de legitimação de Bolsonaro, o “presidente cristão” 319 Emanuel Freitas da Silva 10. Reação conservadora, novas mídias sociais e a eleição de Jair Bolsonaro 348 Vanderlei Souza Carvalho 11. Um governo teocrático mercantilizado: os desafios de parte da sociedade civil pós- governos petistas 382 Francisco Uribam Xavier de Holanda Apresentação O livro que o leitor tem diante de si, Atores políticos e dinâmicas eleitorais, reúne um conjunto de textos que versam sobre a realidade política bra- sileira, em suas diversas dimensões, mas enfocando, sobretudo, desdobramentos políticos nas/das eleições de 2018, em âmbito nacional ou âmbito estadual. Os autores, advindos de diversas instituições do país, ten- do acumulado consideráveis experiências de pesquisa sobre a política e as eleições, proporcionam ao leitor uma compreensão dos atores políticos brasileiros, das forças emergentes no cenário contemporâneo e das novas configurações de forças, além de uma apura- da análise, com enfoques diversos, dos resultados eleitorais de 2018. Ao final da leitura, de cada um dos textos e do livro como um todo, o leitor contará com um importante material de investigação, uma imprescindível fonte bibliográfica e, acima de tudo, a motivação a dar, ele mesmo, dar continuidade aos estudos sobre da política e das eleições. Com a publicação desta obra, o Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, da Universidade Estadual do Ceará almeja seguir contribuindo com o 7 debate sobre os processos eleitorais, tema relevante para a consolidação da democracia no Brasil. Emanuel Freitas da Silva Francisco Horácio da Silva Frota Maria Andréa Luz da Silva (Organizadores) 8 Introdução Como compreender o Brasil que saiu das urnas, sobretudo as presidenciais, em 2018? Esta tem sido, sem dúvida, uma questão posta por/para todos aqueles que buscam, de diversos mo- dos, pensar sobre os desdobramentos desse pleito, denominado por alguns “eleição disruptiva” que, como sabemos, teve seus principais movimentos delineados já bem antes do curto período em que a campanha se desenrolou (final de agosto a outubro). Iniciando pelas manifestações do ano de 2013, quando milhares foram às ruas protestar “contra tudo o que está aí” – desde o aumento de R$ 0,20 na tarifa de transporte urbano até os gastos com a Copa do Mundo, realizada no Brasil em 2014 -, passando pela polarizada e, depois, questionada eleição presidencial de 2014, complementada pelas manifestações de rua - em defesa da queda de Dilma Rousseff (do Partido dos Trabalhadores, PT), por seu impeachment e pelas “perturbações” no governo de Michel Temer (do Mo- vimento Democrático Brasileiro, MDB), hoje sabemos que os resultados eleitorais de 2018 se desenharam em um período mais estendido de tempo, que exige, para sua devida compreensão, um arcabouço analítico 9 o mais lato possível, sob o risco de não se captar a dimensão de seus desdobramentos. Nem a “eleição da novidade”, nem o “fim da democracia”; para os autores deste livro, o ano de 2018 tem nuances; eis o objetivo deste livro: apre- sentá-las naquelas que parecem ser as variantes mais importantes – a) conservadorismo, b) uso da religião, c) antipetismo, d) redes sociais, d) ocaso de lideranças regionais dentre outros. O capítulo “Autonomia do Movimento Brasil Livre (MBL)?”, de Olivia Perez e Caroline Bandeira, abre esta obra. Nele, as autoras buscam problema- tizar a suposta independência do MBL, importante ator político na contemporaneidade brasileira, em relação às dinâmicas parlamentares, demonstrando as imbrincadas relações entre esse movimento e os atores estatais. Em seguida, Cleyton Monte inicia um primeiro bloco, que abrange textos sobre dinâmicas estaduais, analisando as alianças eleitorais do grupo político liderado, no Ceará, pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, no Ceará, no capítulo “Os Ferreira Gomes e as elei- ções de 2006 a 2018: alianças e abalos de um ciclo político cearense”, com vistas a compreender os principais desdobramentos dessas alianças, com suas dinâmicas próprias de rompimentos. Vitor Eduardo de Sandes Veras prossegue com as análises das dinâmicas estaduais no capítulo “Elei- ções de 2018 no Piauí: continuidade em tempos de mudança”, no qual, além de analisar os resultados 10 das eleições de 2018 no Estado do Piauí, ele os proble- matiza dentro nas continuidades e rupturas políticas dentro do período da redemocratização. Ainda nesse bloco, Monalisa Lima Torres e José Raulino Chaves Pessoa analisam no capítulo “(O) caso do MDB nas eleições de 2018 e a derrota de Eunício Oliveira ao Senado no Ceará” um dos mais surpreendentes resultados do pleito de 2018: a derrota à reeleição do então presidente do Senado, Eunício Oliveira (do MDB), no Ceará. Trata-se de leitura im- prescindível para aqueles que almejam compreender como se formam e se esgarçam as bases eleitorais de lideranças estaduais. Finalizando esse primeiro bloco, Alan Daniel Freire de Lacerda apresenta no capítulo “Quando menos é mais: tamanho de coalizão e a vitória do PT no RN em 2018” uma apurada análise do jogo de alianças eleitorais entre atores políticos do Estado do Rio Grande do Norte, sobretudo a partir da articulação vitoriosa de Fátima Bezerra. A eleição presidencial é analisada a partir do capítulo “Eleições presidenciais de 2018: uma aná- lise em 4 planos”, de Carla Michele Quaresma. Esse texto analisa os resultados da eleição a partir da fragmentação partidária, do financiamento eleitoral, das mídias e da busca de informações políticas. Vanderlei Carvalho, no capítulo “Reação con- servadora, novas mídias sociais e a eleição de Jair Bolsonaro”, analisa a utilização das redes sociais 11 na estratégia de Bolsonaro em mobilizar a bandeira conservadora durante as eleições. Por sua vez, Jakson Aquino, partindo da po- larização política entre PT e o Partido da Social De- mocracia Brasileira (PSDB), produzida nas eleições presidenciais, analisa um certo conservadorismo decorrente ressentimento político pelos anos de governo do PT, elencando variáveis analíticas no capítulo “Conservadorismo e ressentimento: duas fontes do antipetismo”. O antipetismo, elemento sem o qual não se pode compreender a disputa e seus resultados, tam- bém é analisado por Monalisa Soares Lopes e Paulo Rodrigo Soares Lopes no capítulo “Interfaces en- tre antipetismo e Bolsonarismo: uma análise da narrativa eleitoral no segundo turno da eleição presidencial de 2018”, onde os autores o destacam como elemento discursivo legitimador da candidatura de Jair Bolsonaro, tomando como córpus de análise peças televisivas do horário gratuito de propaganda eleitoral (HGPE). Concluindo as análise dos elementos constituintes da campanha vitoriosa de Jair Bolsonaro, Emanuel Freitas da Silva produz uma reflexão sobre a presença da religião na campanha, destacando semânticas, performances e apoios de lideranças religiosas ao candidato no capítulo “’Deus acima de todos’: bolso- narismo e performatividade religiosa”. Resgatando a inserção, cada vez mais presente, de atores do campo religioso como legitimadores de candidatos 12 durante os anos 1990 e 2010, o autor observa na can- didatura de Bolsonaro um ponto de encontro entre os interesses do candidato e os interesses de setores importantes do conservadorismo católico-evangélico, proporcionando êxito político-eleitoral às investidas desse campo no país. Finalizando esta obra, no capítulo “Um governo teocrático mercantilizado: os desafios de parte da sociedade civil pós-governos petistas”, Francisco Uribam de Xavier Holanda elabora um balanço dos acontecimentos políticos dos anos
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