A Grande Fúria Do Mundo Legião Urbana, Juventude E Rock

A Grande Fúria Do Mundo Legião Urbana, Juventude E Rock

ANDRÉ DEMARCHI A GRANDE FÚRIA DO MUNDO LEGIÃO URBANA, JUVENTUDE E ROCK André Demarchi A GRANDE FÚRIA DO MUNDO LEGIÃO URBANA, JUVENTUDE E ROCK PALMAS - TO 2019 Reitor Pró-Reitora de Extensão e Cultura (PROEX) Luis Eduardo Bovolato Maria Santana Ferreira Milhomem Vice-reitora Pró-Reitora de Gestão e Desenvolvimento de Ana Lúcia de Medeiros Pessoas (PROGEDEP) Elisabeth Aparecida Corrêa Menezes Conselho Editorial Pró-Reitora de Graduação (PROGRAD) Cynthia Mara Miranda (Presidenta) Vânia Maria de Araújo Passos Danival José de Souza Idemar Vizolli Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Ildon Rodrigues do Nascimento (PROPESQ) Nilton Marques de Oliveira Raphael Sanzio Pimenta Ruhena Kelber Abrão Ferreira Prefeitura Universitária Pró-Reitor de Administração e Finanças João Batista Martins Teixeira (PROAD) Procuradoria Jurídica Jaasiel Nascimento Lima Marcelo Morais Fonseca Pró-Reitor de Assuntos Estudantis e Projeto Gráfico/Diagramação Comunitários (PROEST) Mota Produções Kherlley Caxias Batista Barbosa Imagens Pixabay License - pixabay.com Capa Alexandre Moraes Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Agência Brasileira do ISBN - Bibliotecária Priscila Pena Machado CRB-7/6971 D372 Demarchi, André Luis Campanha. A grande fúria do mundo : Legião Urbana, juventude e rock [recurso eletrônico] / André Luis Campanha Demarchi. —— Palmas : EDUFT, 2019. Dados eletrônicos (pdf, e-Pub). 160 p. ISBN 978-85-60487-72-1 1. Legião Urbana (Conjunto Musical). 2. Rock - Brasil - História e crítica. 3. Juventude. I. Russo, Renato, 1960- 1996. II. Título. CDD 782.421640981 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. Para Teresa, Srêmsé, Gabriel, Florbela, Benjamim Yasmin, Irépti, Wakedi e Gael, que um dia serão jovens. E para o Alex, que nunca deixou de ser. A melhor obra da Legião Urbana não é uma música, um disco, um clip, ou um show. A melhor obra da Legião é o Legionário, cada um individualmente, todos nós em conjunto. (Legionário, sexo masculino, 23 anos) SUMÁRIO Prefácio .......................................................................................................................... 11 Apresentação ................................................................................................................. 13 1. O tema, a pesquisa e a música .................................................................................... 17 2. Legião Urbana: contextos, temáticas e sonoridades .................................................... 25 3. Somos tão jovens: juventude e geração nas letras e narrativas .................................... 63 4. Então, pensa, ouve e vive a música: a construção da identidade de legionário ............ 99 5. Urbana Legio Omnia Vincit ....................................................................................... 145 6. Referências ............................................................................................................... 148 7. Discografia ................................................................................................................ 156 Sobre o autor .................................................................................................................158 PREFÁCIO Alexandre Moraes1 Neste trabalho impecável, André Demarchi nos convida a percorrer a complexa discussão dos conceitos de jovem e juventudes, suas práticas e representações, não esquecendo a história da cultura. A partir de pesquisa antropológica e sociológica muito bem embasada vamos não apenas percorrer os possíveis sentidos, significados e ressignificações continuamente praticadas até hoje a partir da produção e atuação da famosa banda “Legião Urbana” e dos “legionários”. O leitor poderá, ainda, encontrar farto material para pensar o que significaram, ao longo do conturbado século XX, nas “sociedades complexas” urbanizadas do ocidente, as mudanças sociais, técnicas e estruturais muito profundas e, nesse turbilhão de transformações, os conceitos, práticas e sentidos de juventude, de lazer, de música e de cultura que caminharam na mesma direção. Pensar o que seria a “juventude” ou “juventudes” não é tarefa nova para o pensamento social, aliás, tampouco para outros campos, já Platão pensava conceitos, significados, funções e representações de juventude. Se nas sociedades industrializadas os significados e os sentidos dos conceitos de juventude e suas práticas vão radicalmente se transformando, um dado não se pode esquecer: a música popular vai a cada momento adquirindo mais importância e centralidade, o que gera uma “indústria cultural” fortíssima voltada para esse imenso público dito “jovem”. Nos anos 1950, o rock ganha notoriedade sendo apropriado por essa nascente “indústria” da cultura. Se na origem o rock era música de “protesto”, em nenhum momento de sua história vem a perder essa caraterística, mesmo sendo produzido a partir de mecanismos sociais que jamais teriam como objetivo contestar ou negar e confrontar o sistema vigente e suas formas produtivas, mas, ainda assim, o rock leva sua mensagem, suas formas de sentido, 1 Alexandre Moraes é pós-doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal Fluminense, doutor e mestre em Litera- tura e bacharel em Letras Português-Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. De 1991 a 2013 foi professor de Literatura na Universidade Federal do Espírito Santo. Atualmente é professor Associado IV aposentado. Participa do Laboratório de Estudos de História Política e das Ideias e do Grupo de Pesquisa Poesia: suportes formais de significação, ambos registrados no CNPq. 11 comportamento, vestuários e representações contestatórias carregadas de claro protesto e de práticas assumidas e vividas pelas juventudes e suas experiências no quadro maior da produção social de sentidos e de subjetividades. Neste livro o leitor encontra larga discussão sobre a história dessas transformações e também sobre as formas contraditórias em que se posiciona a música e demais práticas culturais dirigidas ao jovem. Renato Russo, letrista e líder da Legião, nos dizia que todo o seu trabalho era “voltado para o jovem” e, numa entrevista, faz uma comparação do trabalho da Legião Urbana com aqueles dos também cantores e compositores Djavan e Caetano Veloso colocando suas finalidades, sentidos e diferenças entre as produções e acentuando o diferencial maior que seria, efetivamente, a destinação ao público dito jovem. Se a produção da Legião Urbana, por um lado, é inegavelmente uma forma de representação do jovem, experiências e sentidos, problemas e possibilidades — e, por isso, torna-se material fundamental para a etnografia e para o pensamento social que André Demarchi vai nos apresentar e discutir — por outro, a banda Legião Urbana não estava fora dos mecanismos de produção da “indústria cultural”, suas mídias e suas formas de produção. Entretanto, em nada o lugar de produção parece afetar os significados e sentidos construídos pelos “legionários” desde o lançamento do primeiro álbum da banda nos anos 1980. O que isso quer nos dizer? O que significa a enorme importância e penetração que a banda teve e ainda tem até hoje para a cultura brasileira e para a constituição do jovem e, diga-se, de todas as classes sociais, outro fenômeno muito raro em produtos culturais, mas observado com a Legião Urbana? Em todas as classes, os legionários, até hoje, que fique bem marcado para o leitor, ressignificam as experiências subjetivas que parecem “já vistas”, mas não compreendidas ou renovadas e ressignificadas, o que leva, claramente, à ressignificação de todos os usos subjetivos das representações operadas nas letras e nas canções da banda, para ficarmos com o mínimo do que significa a banda e suas proposições de experiências para os “legionários” em seus diversos produtos. O que isso significa ainda hoje e significou, que formas produtivas de subjetividades e experiências isso vem colocar? Que sentidos e ressignificações a banda Legião Urbana nos faz percorrer quando observamos o consumidor jovem? Quais problemas na cultura a banda e suas propostas de produção subjetiva das experiências nos levam a percorrer? A que “jovem” e o que são efetivamente esses “jovens” e “juventudes” a que Renato Russo e seus companheiros de banda tinham como alvo e se dirigiam? Como o pensamento social vem observando todos esses fenômenos? Que experiências determinaram a permanência tão longa e a propagação da banda Legião Urbana por classes sociais diversas, locais os mais remotos e até distantes da urbana legio? De maneira clara, leve e precisa ao longo deste trabalho, percorrendo extensa bibliografia, André Demarchi vai nos colocando todas essas questões, nos respondendo e pontuando outras tantas, atualizando o pensar da experiência e significação do “jovem” e sua propagação, sentidos e ressignificações, repensando sujeitos sociais que, agora, mediados por experiências culturais subjetivas produzidas em larga escala por uma assim chamada “indústria” da cultura, ganham novas formas e possibilidades. Enfim, André Demarchi vai nos abrindo neste livro novos e pungentes horizontes e desafios para o pensamento e a formação da compreensão da experiência e da produção de subjetividade do “jovem” e a constituição das juventudes nas sociedades complexas. Aos legionários este livro abre a possibilidade de compreensão profunda da própria experiência vivida e para explicação

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