A GRANDE GUERRA 19141918: PROBLEMÁTICAS E REPRESENTAÇÕES COORD. GASPAR MARTINS PEREIRA JORGE FERNANDES ALVES LUÍS ALBERTO ALVES MARIA CONCEIÇÃO MEIRELES FICHA TÉCNICA Título: A Grande Guerra(1914-1918): Problemáticas e Representações Coordenação: Gaspar Martins Pereira; Jorge Fernandes Alves; Luís Alberto Alves; Maria Conceição Meireles Autores: Adília Fernandes; Ana Isabel Boura; Ana Rita Mira Roque; Ana Soa Veiga Peniche; Aurora Botão Rego; Beatriz de las Heras Herrero; Elsa Pereira; Francisco Miguel Araújo; Fátima Loureiro de Matos; Helena Lima; Henrique Rodrigues; Isilda Braga da Costa Monteiro; J. A. Gonçalves Guimarãe; Joana Miguel da Costa Moreira; Jorge Fernandes Alves; Jorge Pedro Sousa; João Figueira; João Freire; Luís Alberto Marques Alves; Margarida Portela; Maria da Conceição Meireles Pereira; Maria Otilia Pereira Lage; Miguel Castro Brandão; Ricardo Pereira; Vanessa Batista Edição: CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» Design gráco: Helena Lobo www.hldesign.pt ISBN: 978 -989 -8351 -34 -0 Depósito Legal: 395221/15 Paginação, impressão e acabamento: Sersilito -Empresa Gráca, Lda. www.sersilito.pt Porto Este trabalho é nanciado por Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito do projecto PEst-OE/HIS/UI4059/2014. SUMÁRIO NOTA DE ABERTURA .................................................. 7 Moçambique: perante a hipótese de um ataque alemão em 1914-1915.......... 9 João Freire A Atividade Marítima Alemã durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) na costa Portuguesa ..................................................... 27 Miguel Castro Brandão O Governo de José Relvas: uma tentativa de equilíbrios no pós-guerra (Janeiro de 1919 – Março de 1919) ........................................ 57 Vanessa Batista Jorge Monjardino: experiências de modernidade médica durante a Primeira Guerra Mundial ................................................ 67 Margarida Portela No rescaldo da Grande Guerra – a atribuição de pensões de sangue: aspectos sociais e económico-nanceiros ................................... 83 João Figueira Impressões jornalísticas sobre o Porto na Grande Guerra..................... 105 Francisco Miguel Araújo Representações da Batalha do Lys na Imprensa – Diário de Notícias e O Século.. 125 Ana Rita Mira Roque O bilhete-postal na Primeira Guerra Mundial, uma fonte a explorar ........... 143 Henrique Rodrigues A I Guerra Mundial nos palcos de teatro portuenses (1914-1918) ............. 167 Joana Miguel da Costa Moreira A Agência do Porto da Liga dos Combatentes da Grande Guerra: génese e enquadramento ................................................. 183 Isilda Braga da Costa Monteiro / Maria da Conceição Meireles Pereira A Malta das Trincheiras – entre a vivência, a memória e a história ............ 197 Luís Alberto Marques Alves Ecos da Grande Guerra nas obras de João Penha ............................ 215 Elsa Pereira Premonicão da catástrofe: gurações apocalíticas em Weltende (Fim do Mundo) de Jakob van Hoddis e Die Dämmerung (O Crepúsculo) de Alfred Lichtenstein.................................................... 225 Ana Isabel Boura Vila Nova de Gaia e a 1.ª Grande Guerra ................................... 233 J. A. Gonçalves Guimarães O futebol portuense durante a Primeira Guerra Mundial ..................... 243 Ricardo Pereira A Junta Patriótica do Norte (1916-1918): ação e assistência às vítimas de guerra ..................................... 257 Ana Soa Veiga Peniche Comunicação visual e sanitarismo entre as duas grandes guerras – Os cartazes da Liga de Prolaxia Social (Porto – Portugal).................. 271 Beatriz de las Heras Herrero / Jorge Fernandes Alves A Ilustração Portuguesa e cobertura da Primeira Guerra Mundial (1914-1918): Imagens da guerra em contextos de censura e propaganda. ................... 283 Helena Lima / Jorge Pedro Sousa A Grande Guerra (1914-1918) na imprensa regional. O caso do distrito de Bragança............................................ 299 Adília Fernandes Vivências e memórias da I Guerra Mundial: o Capitão Lage. Biograa e História 309 Maria Otilia Pereira Lage Quando a pneumónica se abateu sobre a população do concelho de Caminha. Uma aproximação ao seu impacto ........................................ 331 Aurora Botão Rego Da implantação da República à Primeira Guerra: as primeiras tentativas de resolução do problema habitacional das classes operárias ..................... 369 Fátima Loureiro de Matos NOTA DE ABERTURA – Qual é a principal lição da guerra para si, para a França e para o mundo? – A história repete-se. Os homens deveriam impedir que isso acontecesse. A paz consegue-se com os batalhões maiores! A paz é obra da potência mais forte! […] – Uma conferência de paz não muda nada! – exclamou Clemenceau. – As alianças internacionais não acabam com as rivalidades internacionais […]. (Entrevista de George Sylvester Viereck a Georges Clemenceau. Liberty, 07.07.1928) A comemoração do centenário da I.ª Guerra Mundial, um dos acontecimentos que marcou mais profundamente a história contemporânea, tem-nos permitido aceder a novas problematizações historiográcas, novos enfoques conceptuais, disponibilização de fontes e documentos até aqui na sombra dos Arquivos (pessoais ou institucionais) mas também rever um conjunto de autores que, sendo protagonistas, registaram a sua passagem em apontamentos depois vertidos para a escrita. Cruzando vivências, memórias, representações literárias ou simplesmente relatos, mais ou menos anedóticos da passagem pelos palcos da Guerra, o encontro promo- vido pelo CITCEM e pelo Mestrado de História Contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade do Porto procurou dar conta de algumas produções escritas sobre o acontecimento, à luz de quem o viveu, relatou ou romanceou, de trabalhos de investigação de autores já consagrados e de novas pistas de interpretação de acon- tecimentos por vezes marginalizados. Acima de tudo, de acordo com os objectivos do encontro, pretendeu-se dar espaço a primeiras investigações de estudantes que têm privilegiado este período de estudo, ou simplesmente reexões sobre últimas publicações nacionais e estrangeiras. A resposta pronta, diversicada e qualicada, quantitativamente muito represen- tativa, por parte dos que responderam à «chamada» corporizou-se num encontro com mais de 25 comunicações distribuídas por dois dias, e que contou com uma presença muito signicativa de público, estudantes, investigadores ou simples interessados 7 A Grande Guerra (1914-1918): Problemáticas e Representações na temática, preenchendo com grande qualidade o tempo que foi destinado a cada intervenção e aos debates. A qualidade dos trabalhos, a generosidade dos palestrantes e o interesse do público levou-nos a tudo fazer para transportar para este livro o resultado do grande investi- mento realizado por todos os participantes. Tal como armámos logo na entrada do Colóquio, devíamos a todos este esforço de publicação dos textos das comunicações apresentadas ao encontro que nos fossem, entretanto, remetidas. O livro que agora se publica pretende cumprir esse objectivo, cando para «memória futura» dos dois dias em que partilhámos ideias e resultados de investigações realizadas, num dos diversos encontros que se foram corporizando ao longo deste ano, a que, certamente, outros se seguirão, pelo menos até 2018, aproveitando o pretexto das Comemorações do centenário da Grande Guerra. O CITCEM e a Direção do Mestrado de História Contemporânea da FLUP agradecem a Direção da FLUP e à Reitoria da UP o apoio logístico e nanceiro para tornar possível o Encontro e a publicação que damos agora à estampa. A Comissão Organizadora Gaspar Martins Pereira Jorge Fernandes Alves Luís Alberto Alves Maria Conceição Meireles 8 MOÇAMBIQUE: PERANTE A HIPÓTESE DE UM ATAQUE ALEMÃO EM 19141915 JOÃO FREIRE Quando se iniciam as hostilidades na Europa, e portanto também em torno das possessões coloniais da Alemanha, um diferendo diplomático continuava opondo os governos de Lisboa e Berlim: o «triângulo de Kionga», um pequeno território na margem direita do Rovuma, junto à embocadura deste rio, que os alemães mantinham sob o seu controlo, na sequência do conito que Portugal tivera com o sultanato de Zanzibar e que só parcialmente fora resolvido com a acção militar naval de 1887 sobre a baía de Tunguè (depois designada por Palma) e as negociações que a rodearam, a que se seguiu uma ousadia dos alemães em 1894. O resto da fronteira norte da província de Moçambique face ao Tanganica (Deutsch Ost Afrika)1, de cerca de 700 quilómetros de extensão, estava já denido de comum acordo entre portugueses e alemães, e em resultado dos trabalhos de campo da comissão mista de delimitação de fronteiras2. Consistia essa fronteira, como era então frequente, no obstáculo natural do rio Rovuma, que corre aproximadamente no sentido ocidente-oriente e, a partir da conuência com o rio M’singe (inteiramente moçambicano), em uma linha recta seguindo o paralelo 11.º 30’ Sul até à margem no lago Niassa. Comecemos então por esclarecer qual era o contexto bélico criado no Verão de 1914 na colónia alemã contígua a Moçambique e os desenvolvimentos que aí ocorreram até 1916. 1 África Oriental Alemã, hoje, Tanzânia. 2 Ver o interessante texto do então capitão-tenente engenheiro hidrógrafo Augusto Eduardo Neuparth «A fronteira luso-alemã em Moçambique», Revista Portuguesa Colonial e Marítima, 1.º e 2.º sem. 1908-1909, p. 27-36, 61-79, 103-113, 133-150, 181-191 e 8-20. O autor comandou a missão de campo portuguesa que
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