UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Ciência Política THAIS RODRIGUES MARIN ENTRE A CARIDADE E OS DIREITOS SOCIAIS A política da política de assistência social no município de São Paulo (1989-2012) São Paulo 2012 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Ciência Política THAIS RODRIGUES MARIN ENTRE A CARIDADE E OS DIREITOS SOCIAIS A política da política de assistência social no município de São Paulo (1989-2012) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ciência Política como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciência Política, sob orientação do Prof. Livre- Docente Eduardo Cesar Leão Marques. São Paulo 2012 THAIS RODRIGUES MARIN ENTRE A CARIDADE E OS DIREITOS SOCIAIS A política da política de assistência social no município de São Paulo (1989-2012) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Política como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciência Política, sob orientação do Prof. Livre-Docente Eduardo Cesar Leão Marques. Banca examinadora: Prof. Livre-Docente Eduardo Cesar Marques (orientador) Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) Profa. Livre-Docente Marta Teresa da Silva Arretche Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) Dra. Renata Mirandola Bichir Coordenadora Geral de Resultados e Impacto da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome São Paulo, ____ de _____________ de 2013. AGRADECIMENTOS Inevitavelmente, ao escrever estes agradecimentos me vêm à mente não apenas todas as idas e vindas do meu percurso durante os anos do mestrado, mas, até mesmo, os porquês que me levaram a querer fazê-lo. Interessei-me pelo “mundo da política” ainda na graduação, num sopro tardio de consciência, quando descobri, nas aulas do meu primeiro mestre, o Prof. Jefferson Goulart, que aquilo que o Estado fazia ou deixava de fazer não dependia apenas da boa vontade e empreendedorismo dos eleitos. Havia muitas coisas por trás de uma decisão política. Havia regras, tradições, acordos, interesses pessoais e partidários, e tantos outros fatores sobre os quais nunca havia pensado. Foi o desejo de entender os processos que estavam por trás das decisões políticas que me levou a querer continuar os estudos na área. A entrega desta dissertação, portanto, marca o final de um ciclo pessoal intenso e valioso. Foram três anos de muito aprendizado, de novas e interessantíssimas descobertas. Pude conhecer e conviver com colegas e professores brilhantes. Por tudo que esse ciclo representou para mim, não faria sentido não agradecer àqueles que estiveram presentes durante os momentos de suor e satisfação (ou não) e que, direta ou indiretamente, contribuíram não só para a realização deste trabalho, mas para tornar esse percurso possível e prazeroso. Em primeiro lugar, sou grata a Eduardo Marques por aceitar me orientar, por compartilhar sua sabedoria e servir de inspiração intelectual e pela atenção que deu a esta dissertação. Ainda agradeço-lhe pela paciência com as minhas incertezas quanto à pesquisa e por compreender meus prazos não cumpridos no final deste percurso. Agradeço a Marta Arretche e a Renata Bichir pelas preciosas contribuições na banca de qualificação e por aceitarem participar da banca final. Mais do que isso, agradeço à Renata pela prontidão em enviar-me dados quando solicitei e pela gentileza da indicação de textos. À Marta, agradeço por te me proporcionado excelentes momentos de reflexão em suas aulas. Também devo sinceros agradecimentos àqueles com quem troquei informações e/ou entrevistei para esta pesquisa. Tive a sorte e a honra de conhecer e conversar com pessoas muito generosas. Não vou agradecê-los nominalmente, mesmo porque alguns desses nomes foram preservados nesta dissertação. Sou verdadeiramente grata àqueles que me enviaram textos e informações, que indicaram bibliografia, que emprestaram trabalhos, que relataram situações tão elucidativas sobre a realidade da assistência social paulistana – situações essas que não são contadas em relatórios de gestão – e fizeram da nossa conversa uma verdadeira aula sobre política. Sem dúvida, muitos deles foram mais do que fontes para esta pesquisa. Seu depoimento e, sobretudo, seus ensinamentos, foram fundamentais para a construção deste trabalho. Agradeço a CAPES a bolsa concedida e aos funcionários da secretaria do Departamento de Ciência Política, especialmente à Rai e ao Vasne, pela prontidão e bom humor em tirar minhas infindáveis dúvidas. Ao professor Jefferson Goulart, agradeço por, lá no começo, ter me incentivado e ajudado na construção do meu primeiro projeto de pesquisa. Durante esses anos, tive o privilégio de conhecer diversos colegas de curso. Sou grata àqueles com os quais, felizmente, pude conviver mais, conversar sobre as aulas, as pesquisas, a vida, o futuro e os desafios da carreira acadêmica. Em especial, agradeço a companhia da Maetê Gonçalves, com quem compartilhei algumas angústias e boas risadas. Também agradeço à minha grande amiga Valquíria que, mesmo de longe, deu sua contribuição para esta pesquisa. Nossas conversas telefônicas intermináveis e os emails trocados deixaram mais leves as asperezas do caminho. Não posso deixar de agradecer-lhe, também, pelas traduções feitas e até pelas sugestões de epígrafes impublicáveis. Aos meus colegas da Unicamp, Cármen Lúcia Rodrigues Arruda (ou, simplesmente, Malu), Márcia Santos, Roberta Pozzuto e Jórgias Ferreira (Mike), agradeço sua alegre companhia diária nestes últimos meses, as dicas sobre a vida acadêmica (sobretudo àquelas da perspectiva de quem está do outro lado do balcão de atendimento) e, principalmente, por entenderem meus muitos destemperos nesta reta final. À minha família, devo os agradecimentos mais calorosos. Meus pais, que nunca precisaram de títulos acadêmicos para me ensinar as verdades mais importantes da vida, são meus eternos mestres. Agradeço sua torcida e compreensão quanto às minhas ausências. Ao Vitor, agradeço o carinho. À Cleufe, por me receber em sua casa durante três anos e sempre se mostrar amiga. Finalmente, há uma pessoa que acompanhou todo esse percurso de perto e cuja presença foi essencial para que eu conseguisse chegar até o final. Caio, agradeço por sua (im)paciência em me ouvir relatar inúmeras vezes os mesmos fatos e achados da pesquisa, por opinar sobre trechos desta dissertação que nunca eram “só três parágrafos”, por me acalmar e me incentivar nos meus momentos de inquietação e de cansaço e, sobretudo, por fazer o melhor ovo mexido de que já se ouviu falar. Obrigada por ser meu grande companheiro na vida – seja ela acadêmica ou não. “Se a experiência projeta ou assegura a representação dos liames entre o que acontece e o que se supõe que acontece, então o acordo das gentes, inclusive o acordo sobre o que constitui a experiência, não ultrapassa os limites de um plebiscito sobre representações. Quando os cursos de ação previstos, ou suas implicações, atingem o limiar das representações, o plebiscito torna-se inútil. O mundo tal e qual é irrelevante. Crucial é a representação que permite acomodar cursos de ação previstos. Se o conseque, e enquanto o consegue, nada resta para a disputa. A possível falsidade da representação recém-entronada, e mesmo sua efetiva falsidade, não produz qualquer efeito prático sobre o comportamento das gentes. O plebiscito, sim.” Wanderley Guilherme dos Santos, em Discurso sobre o Objeto: uma poética do social, 1990, p. 12. RESUMO Esta pesquisa investiga a evolução do setor de política da assistência social no município de São Paulo a partir da Constituição Federal de 1988 (CF), isto é, observa a relação entre a dinâmica política do setor e a produção de suas políticas públicas a fim de identificar explicações possíveis para as mudanças de direcionamento e conteúdo dessas políticas nos últimos vinte e cinco anos. No Brasil, foi a partir da conjuntura crítica representada pela CF que a assistência social ganhou status de política pública. Desde então, foram seis os governos que passaram pelo Executivo da capital paulista, quais sejam, os de Luiza Erundina (1989-1992), Paulo Maluf (1993-1996), Celso Pitta (1997-2000), Marta Suplicy (2001-2004), José Serra/Gilberto Kassab (2005-2008) e Gilberto Kassab (2009- 2012). São identificados, portanto, os principais cenários, atores e conflitos que caracterizaram esse percurso, tomando por base as ferramentas conceituais oferecidas pelas literaturas pluralista e neoinstitucionalista histórica e pela análise setorial. Se, por um lado, a trajetória mais recente da política de assistência social do município de São Paulo foi marcada por significativos atrasos e retrocessos em relação ao desenvolvimento nacional da área, por outro, curiosamente, há ações vanguardistas no setor que serviram até mesmo de modelo para o país. A análise empreendida permitiu levantar hipóteses a respeito de alguns dos fatores condicionantes do desenvolvimento local desse setor de política, quais sejam, o próprio legado setorial, a organização federativa, o referencial da política e o papel de mediação de certos atores. Palavras-chave: assistência social; políticas públicas; política; direitos; São Paulo. ABSTRACT This research investigates the evolution of the sector of social assistance policy in São Paulo from 1988 Federal Constitution (CF), that is, it
Details
-
File Typepdf
-
Upload Time-
-
Content LanguagesEnglish
-
Upload UserAnonymous/Not logged-in
-
File Pages141 Page
-
File Size-