Universidade De São Paulo Instituto De Psicologia

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA Bianca Pereira Seirio Bailarinas orientais e dançarinas do ventre: um mejance de atuações na cidade de São Paulo São Paulo 2021 BIANCA PEREIRA SEIRIO Bailarinas orientais e dançarinas do ventre: um mejance de atuações na cidade de São Paulo Versão corrigida Dissertação apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo para obter o título de Mestre em Ciências. Área de concentração: Psicologia Social Orientador: Prof. Dr. Arley Andriolo São Paulo 2021 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. Catalogação na publicação Biblioteca Dante Moreira Leite Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Dados fornecidos pelo(a) autor(a) Pereira Seirio, Bianca Bailarinas orientais e dançarinas do ventre: um mejance de atuações na cidade de São Paulo / Bianca Pereira Seirio; orientador Arley Andriolo. -- São Paulo, 2021. 235 f. Dissertação (Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social) -Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 2021. 1. Psicologia social. 2. Estética social. 3. Dança do ventre. 4. Gênero. 5. Orientalismo. I. Andriolo, Arley, orient. Nome: Bianca Pereira Seirio Título: Bailarinas orientais e dançarinas do ventre: um mejance de atuações na cidade de São Paulo. Dissertação apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo para obter o título de Mestre em Ciências. Aprovada em: Banca Examinadora Prof. Dr. _______________________________________ Instituição: _____________________________________ Julgamento: ____________________________________ Prof. Dr. ______________________________________ Instituição: ____________________________________ Julgamento: ___________________________________ Profª. Dra. _____________________________________ Instituição: _____________________________________ Julgamento: ____________________________________ À Ana Maria, que me mergulhou em mundos sensíveis de músicas, cores, histórias e gestos, mundos potencialmente dançantes. AGRADECIMENTOS Essa pesquisa começou com a morte de Marielle Franco e se encerrou sem saber quem mandou matá-la. Essa dissertação começou com a pandemia do covid-19, em que muitas mortes poderiam ter sido evitadas com o mínimo de políticas públicas adequadas. Inclusive a de minha avó Walda in memoriam a quem agradeço por, em vida, ter vivido a música como seu bem mais precioso. Sua alma violeira, seu ser musicante, marcou o meu ser dançante. É certo que todos vamos morrer. Mas como (des)cuidamos de 487.4011 mortes é revelador sobre como (des)cuidamos de vidas, sobre quem somos como sociedade. As(os) profissionais da saúde estão fazendo um trabalho primoroso em um estado desgovernado, mas é cruel deixar repousar sobre elas(es) toda a responsabilidade por essa situação que mais parece ter sido uma solução para a política de morte que vivemos. Ficou mais evidente nesse cenário que o capitalismo e o individualismo são a pandemia mais difícil de ser combatida, mais invisível e letal do que o novo coronavírus. Agradeço, portanto, aos seres que me “almaram” nesse período, aos que fizeram e fazem resistência ao genocídio institucionalizado nesse país, aos que lutaram e lutam para que a universidade pública exista, resista, e possa ser um dia direito acessível a todos, às mulheres que cavaram espaços e continuam cavando para que todxs possamos ocupar cada vez mais, a todos os seres musicantes e dançantes que ampliam nossas possibilidades de nos relacionar com o mundo, nos salvando dos literalismos da experiência. Ao meu orientador e professor Arley Andriolo, que topou fazer parte dessa jornada e me ofereceu, ao longo desses três anos, apontamentos muito valiosos e comentários generosos. Aos companheiros do Laboratório de Psicologia da Arte (LAPA), Richard, Priscila, Gustavo, Mara, Claudia, Daniela, Cecília e Milena, com quem vivi trocas intelectuais e afetivas de extrema importância as quais levarei para minha vida. Aos professores doutores presentes na banca de qualificação, Mariana Prioli Cordeiro (PST-IPUSP) e Lineu Norió Kohatsu (PSA- IPUSP), pelas preciosas contribuições e comentários acolhedores do projeto. Aos professores doutores presentes na banca de exame final, Clara Sarmento (P.PORTO) e Paulo Daniel Elias Farah (FFLCH-USP), pela leitura detalhada e generosa do texto final, com apontamentos instigantes para futuros caminhos. Às secretárias do departamento do programa de pós- 1 Número levantado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Ministério da Saúde em 13 de junho de 2021. Fonte: https://www.conass.org.br/painelconasscovid19/ graduação da Psicologia Social, Teresa Cristina Peres e Marinalva Almeida Santos Gil, que me auxiliaram com muita prontidão e cuidado sempre que precisei. Às bailarinas participantes, corações dessa pesquisa, por terem oferecido tanto do tecido de suas vidas no costurar desse mestrado. À minha professora de dança do ventre, Jade El Jabel, por suas estimulantes contribuições dançantes, musicantes e pensantes, do nível pessoal ao coletivo, uma grande inspiração. À minha professora de estilo tribal de dança do ventre, Mariana Quadros, sempre ativa em suas reflexões dançantes, as quais também me instigaram ao longo desse trabalho. À Cia Talub que, embora encerrada, foi um projeto-laboratório de dança com as amigas bailarinas Rayara Rodrigues e Verona Íris que permitiu o semear de muitas questões presentes nessa dissertação a partir da troca de pensamentos, danças e poesias proporcionados pelo nosso encontro. Às músicas e aos músicos do Coletivo Brisa do Oriente, com quem vivi trocas profissionais criativas e dignas, ampliando minhas concepções de música oriental, dança oriental e trabalho com arte. Às amigas e pesquisadoras Juliana Penna e Raissa Goes, ambas defensoras, pensantes e militantes do feminismo, que me ajudaram em um momento difícil da dissertação, oferecendo plena presença afetiva e intelectual. À Carmen, minha supervisora clínica, inspiradora com sua inteligência e habilidade poética, que ofereceu um espaço precioso de troca e aprendizado essencial durante essa pesquisa. A Italo, meu amigo desde a graduação, tão generoso no compartilhar de seu pensamento sensível e assertivo, que me incentivou muito nesse projeto. A Guilherme, analista que cuidadosamente acolhe e escuta minhas “pessoinhas”. A Murilo, meu amor e companheiro, cuja presença faz cair minhas defesas e enriquece minhas imaginações sobre a vida. Foi grande incentivador dessa pesquisa, antes dela sequer ser projeto. Aos nossos gatos Nina, Choppinho e Firula que, com suas personalidades tão diferentes e amáveis, continuamente desconstroem vestígios de antropocentrismo em mim. A todas(os) de minha comunidade familiar - Pereira, Seirio, Israel, Chiarella, Generoso, Yamamoto -, por se fazerem presentes de maneiras muito especiais, oferecendo uma rede de confiança e apoio mútuo. À minha avó Sara que, com sua generosidade sem fim, me ensinou a olhar para além de mim. Ao meu avô Silvino que me convida a olhar o mundo com seu espírito curioso e criativo. À minha mãe Ana Maria, inspiração de mulher e artista, que me fez filha oferecendo seus melhores cuidados e profundos afetos. “Como em um riso louco, a dança se partilha, contagiosa; ver dançar é pôr-se a dançar: nenhuma parcela predefinida na divisão dos lugares entre aquele que observa e analisa e aquele que dança. Esse contágio do movimento dançado, pelos pés, é antes de tudo uma escuta, um compartilhamento do solo, da fúria de dançar.” Marie Bardet RESUMO Seirio, B. P. (2021). Bailarinas orientais e Dançarinas do ventre: um mejance de atuações na cidade de São Paulo. (Dissertação de Mestrado). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. A presente pesquisa trata-se de uma investigação em Psicologia Social, no campo da Estética Social, cujas interfaces situam-se no contexto do trabalho e da arte. A dissertação propõe uma construção de visibilidades a partir de uma abordagem que mescla imagens e narrativas, em pesquisa de campo acerca da experiência dançante de bailarinas orientais e dançarinas do ventre profissionais na cidade de São Paulo. De entrevistas, vídeos, fotografias e pesquisas bibliográficas foram extraídas categorias da experiência estética que revelam desde particularidades da cena da dança do ventre como a relação entre musicalidade e movimento, poesia e beleza, a atravessamentos estruturais coloniais, em horizonte histórico e cultural, ainda presentes em nossa sociedade como machismo, racismo e orientalismo, que formam complexos jogos de força no mercado da dança do ventre em São Paulo. Palavras-chave: Psicologia social, Estética social, gênero, orientalismo, imagem, dança do ventre, dança oriental. ABSTRACT Seirio, B. P. (2021). Oriental dancers and Belly dancers: a mejance of actings in São Paulo city. (Dissertação de Mestrado). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. This research is an investigation in Social Psychology, in the field of Social Aesthetics, whose interfaces are located in the context of work and art. The dissertation proposes a construction of visibilities from an approach that mixes images and narratives, in field research about the dancing experience of oriental dancers and professional belly dancers in the city of São Paulo. From interviews, videos, photographs and bibliographic research, categories of aesthetic experience were extracted, which reveal particularities of the belly dance scene,

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