UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA ARTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM ARTES (PPGARTES) MESTRADO EM ARTES KEILA ANDRÉA CARDOSO DOS SANTOS Os Portais, o Baú, o Cavalo e o Farol: aespetacularidade na festa de São Cosme e São Damião no Terreiro de Mina Dois Irmãos Belém 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA ARTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM ARTES (PPGARTES) MESTRADO EM ARTES KEILA ANDRÉA CARDOSO DOS SANTOS Os Portais, o Baú, o Cavalo e o Farol: aespetacularidade na festa de São Cosme e São Damião no Terreiro de Mina Dois Irmãos Dissertação apresentada à banca examinadorado Instituto de Ciências das Artes da Universidade Federal do Pará como requisito parcial para obtenção de titulo de Mestre no Programa de Pós - Graduação em Artes, sob a orientação da Professora Doutora Giselle Guilhon Antunes Camargo. Belém 2012 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CPI), Biblioteca do PPGARTES, Belém – PA. _______________________________________________________________ Santos, Keila Andrea Cardoso dos 1976- Os Portais, o baú, o cavalo e o farol: a espetacularidade na festa de São Cosme e São Damião no Terreiro de Mina dois Irmãos / Keila Andrea Cardoso dos Santos; Orientadora Professora. Dra. Giselle Guilhon Antunes Camargo; Belém, 2012. 105 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Ciências da Arte – ICA - Universidade Federal do Pará, Belém, 2012. 1.Espetáculos Suntuosos 2. Festivais 3.Procissões.I. Festa de São Cosme e Damião. II. Título. CDD. 22. Ed. 791.6 ____________________________________________________________ Autorizo para fins acadêmicos e científicos a reprodução total ou parcial desta dissertação por processos de fotocópias ou eletrônicos, desde que mantida a referencia autoral. As imagens contidas nesta dissertação, por serem pertencentes a acervo privado poderão ser reproduzidas com expressa autorização dos detentores do direito de reprodução. Assinatura ______________________________________ Local e data______________________________________ A pesquisa que resultou nesta dissertação foi financiada com bolsa de estudo concedida através do Programa de Fomento à Pós Graduação da Coordenação de Aperfeiçõamento de Pesoal de Nivel Superior – CAPES. AGRADECIMENTOS Aos santos gêmeos, São Cosme eSão Damião. Aos Ibejis – orixás meninos do Candomblé. A minha mãe, Maria Izabel, pelo amor, carinho, respeito e admiração. A meu pai, que está sempre em minhas lembranças. A minha vó, cabocla Mariana, pelo encantamento, paixão, confiança e apoio. A Mãe Lulu, do Terreiro Dois Irmãos, pelo acolhimento, admiração e emoção. A Eloísa Siqueira, êquede do Terreiro Dois Irmãos, pela receptividade, respeito e por ter sido minha informante em potencial. Às filhas de santo de Mãe Lulu, Mãe Naza, Dilcelenae Jacira, pelo privilégio que me concederam de observar os comportamentos espetaculares de seus erês, nelas incorporados; e pelas entrevistas concedidas. A todasas entidades,voduns, orixás, caboclos, encantados, erês e adeptos do Tambor de Mina, com os quais travei contato em Belém do Pará, ao longo do meu trabalho de campo. A Babá Tayandô, do VodumKue de ToyLissá, pela receptividade, admiração e respeito. Ao meu namorado, Wagner Antônio Miralha, pelo amor, carinho, apoio e registro fotográfico da Festa de São Cosme e São Damião em 2011. Ao amigo, Jesus Cardoso Brabo, pelo apoio e companheirismo de sempre. Àamiga, Liliane Garcia, pela amizade e primeira revisão da dissertação. Ao colega de mestrado, Rodrigo Otávio Barata, pela segunda revisão. A ProfªDrªGiselle Guilhon, pela orientação, profissionalismo, paciência, força e amizade. E por dedicar horas do tempo à revisão final do meu trabalho, inclusive em finais de semana e feriados. Ao Prof. Dr. Armindo Bião, por aceitarparticipar da minha banca de defesa de dissertação e pelas contribuições e sugestões feitas ao meu trabalho. A Profª Drª Sônia Chada, pela disponibilidade em aceitar participar da banca de minha defesa de dissertação. Ao Programa de Pós Graduação em Artes (PPGARTES), do Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará, sob a coordenação do Prof. Dr. José Afonso Medeiros. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), órgão de fomento que me concedeu uma bolsa de mestrado pelo período de dois anos (2010 a 2012). RESUMO A festa dedicada a São Cosme e a São Damião, comemorada no dia 27 de setembro, em Belém do Pará, acontece de acordo com preceitos provenientes de uma tradição afro- religiosa constituída de ritos, crenças e narrativas míticas, que permeiam o imaginário dos adeptos e devotos dos santos gêmeos. É o axé dos terreiros de Mina e do “povo de santo” (ou “povo santo”), da consonância dos corpos, das vozes várias, tudo dilatado, fruído, líquido, inebriante e, ao mesmo tempo, híbrido, sincretizado, transculturalizado. É uma festa! O Tambor de Mina é uma manifestação afro-indígena praticada no estado do Pará, na qual são cultuados voduns, orixás, caboclos, encantados, nobres, reis, rainhas e erês. Nesse universo ritualístico, insere-se o centenário Terreiro de Mina Dois Irmãos, no qual é pesquisada a espetacularidade – noção epistemológica fundamental da Etnocenologia, ciência que estuda as Práticas e os Comportamentos Humanos Espetaculares Organizados (PCHEO) – da Festa de São Cosme e São Damião e do comportamento de alguns erês. A espetacularidade designa um tipo de interação humana, eventual ou habitual mais extraordinária, que incide de maneira particular no modo de ser, de se comportar e de se apresentar de forma distinta do dia a dia, em determinadas manifestações da cultura. O trabalho apresenta descrição e reflexão sobre os diversos momentos da festa, suas personagens, ações e interação, inclusive com o público de convidados. Palavras chaves: Tambor de Mina. Festa de São Cosme e São Damião. Erês. Etnocenologia. Espetacularidade. RESUMEM La fiesta dedicada a San Cosme y San Damián, celebrada en el día 27 de septiembre, en Belém do Pará, sucede de acuerdo con algunos preceptos provenientes de una tradición afro-religiosa formada de ritos, creencias y narrativas míticas, que permean el imaginario de los adeptos y devotos de los santos gemelos. Es el axé de los terreiros de la Mina y del “pueblo de santo” (o “pueblo santo”), de la consonancia de los cuerpos, de las voces múltiples, todo dilatado, fruido, líquido, edificante y, al mismo tiempo, híbrido, sincretizado, transculturalizado. Es una fiesta! El Tambor de Mina es una manifestación afro-indígena practicada en el estado del Pará, en la cual son adorados, voduns, orixás, caboclos, encantados, nobles, reis, reinas y erês. En este universo ritualista, insertase el centenario Terreiro de Mina Dois Irmãos, en el cual se ha pesquisado la espetacularidad – noción epistemológica fundamental de la Etnoescenología, ciencia que estudia las prácticas y comportamientos humanos espetaculares organizados (PCHEO) – de la fiesta de San Cosme y San Damián y de lo comportamiento de algunos erês. La especularidad designa un tipo de interacción humana, eventual o habitual más extraordinaria, que incide de manera particular en el modo de ser, de comportarse y de presentarse de forma distinta del día a día, en determinadas manifestaciones de la cultura. Palabras claves: Tambor de Mina. Fiesta de San Cosme y San Damián. Erês. Etnoescenología. Espetacularidad. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Festa de Aniversario em 2010. O erê Junco na hora dos parabéns. .................... 13 Figura 2: Aniversario de três anos. O erê Damião e eu ao lado. ......................................... 14 Figura 3: Iaôs do Candomblé. ............................................................................................. 20 Figura 4: Xirê dos Orixás. ................................................................................................... 21 Figura 5: Altar do terreiro de Mina dois irmãos. ................................................................ 29 Figura 6: Xangô. Terreiro de Mina dois Irmãos. ................................................................ 29 Figura 7:Festa de São Cosme e São Damião no Terreiro de Mina dois Irmãos. ................ 30 Figura 8: Menino Zezinho, Yemanjá e Ogun. Terreiro de Mina Dois Irmãos. .................. 30 Figura 9: Ibejis e Oxum. ...................................................................................................... 49 Figura 10: Os ibejis Taiwo e Kehinde. ............................................................................... 51 Figura 11: Ibejis e Icu. ........................................................................................................ 52 Figura 12: Imagem das estátuas de São Cosme e São Damião ........................................... 55 Figura 13: Mãe Josina, Mãe Amelinha e Mãe Lulu. ........................................................... 74 Figura 14: Mãe Lulu. Atrás estatua em tamanho humano de Mãe Amelinha. ................... 74 Figura 15. Placa em homenagem ao centenário do Terreiro Dois Irmãos, localizada na entrada da casa de santo. ...................................................................................................... 75 Figura 16: Terreiro Dois Irmãos – vista interna. Crianças, jovens e adultos esperando a distribuição de bombons ...................................................................................................... 77 Figura 17: Quarto dos velhos ou dos Voduns. Erês reunidos para o ritual da desincorporação. Ao fundo imagem em tamanho humano de Jesus. ................................... 77 Figura 18: Altar sincrético do Terreiro
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