Jango (Silvio Tendler, 1984): Um Documentário Que Fez História (Versão Corrigida)

Jango (Silvio Tendler, 1984): Um Documentário Que Fez História (Versão Corrigida)

Geórgia de Oliveira Jango (Silvio Tendler, 1984): um documentário que fez história (Versão corrigida) Belo Horizonte 2018 Geórgia de Oliveira Jango (Silvio Tendler, 1984): um documentário que fez história (versão corrigida) Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de concentração: História e Culturas Políticas Orientadora: Prof.ª Dr.ª Miriam Hermeto de Sá Motta (FAFICH/UFMG) Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas 2018 Geórgia de Oliveira Jango (Silvio Tendler, 1984): um documentário que fez história. (Versão corrigida) Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de concentração: História e Culturas Políticas Banca Examinadora: ___________________________________________________ Profª Drª Miriam Hermeto de Sá Motta - UFMG – Orientadora ___________________________________________________ Prof. Dr. Marcos Napolitano - USP ___________________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Patto Sá Motta - UFMG ___________________________________________________ Profa Drª Adriane Aparecida Vidal Costa – Suplente -UFMG 981.063 O48j Oliveira, Geórgia de 2018 Jango (Silvio Tendler, 1984) [manuscrito]: um documentário que fez história / Geórgia de Oliveira. - 2018. 276 f. Orientadora: Miriam Hermeto Sá Motta. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Inclui bibliografia 1. História – Teses. 2. Jango (Filme) – Teses. 3. Documentário (Cinema) – Teses. 4.Brasil – História – 1964- 1985 – História- Teses. I. Hermeto, Miriam. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. III. Título. À minha mãe, que gosta de cinema e me mostrou a política. Ao meu pai (in memoriam). Ao Álvaro e à Sophia, por todo o tempo. A Ipojucam dos Santos Soares, que me aplicou de Glauber Rocha. A todos os professores de história que gostam de ver filmes com seus alunos. AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço à minha orientadora, Miriam Hermeto, pela paciência e pela tranquilidade com que lidou com meus momentos de ansiedade. Agradeço pelo sorriso, pelo bom humor e pela generosidade diante dos vários textos claudicantes que lhe apresentei ao longo do percurso. Agradeço por seu profissionalismo e exemplo de amor ao ofício de historiadora. Ao professor Rodrigo Patto Sá Motta, que foi o primeiro a incentivar o desenvolvimento desta pesquisa, ainda durante o curso de especialização. Agradeço pelas considerações sobre o trabalho na banca da qualificação e pelas perguntas reveladoras que contribuíram para impulsionar a pesquisa. Agradeço também por todo o apoio ao longo do percurso. Ao cineasta Silvio Tendler, que generosamente me recebeu para uma rápida, mas proveitosa entrevista, e a Ana Rosa Tendler, que proporcionou o encontro. À Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais na figura de sua então representante, Sra. Macaé Evaristo, pela oportunidade de poder me dedicar exclusivamente a este trabalho durante dois anos. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em História: Adriana Romeiro, Adriane Vidal Costa, Kátia Gerab Baggio, Heloísa Starling, Luiz Nazário (EBA- UFMG), Douglas Átilla Marcelino, João Pinto Furtado e André Miatello. Ao professor Dr. Maurício Guilherme Silva Júnior (Uni-BH), pelas fecundas observações na banca de qualificação. Aos funcionários da Secretaria do Programa de Pós-Graduação em História, sempre solícitos e atenciosos. À Luiza Porto de Faria, pesquisadora voluntária do Núcleo de História Oral da UFMG, que gentilmente transcreveu a entrevista de Silvio Tendler. À Joana Starling, pela edição das imagens em movimento selecionadas para a apresentação deste trabalho. Ao Lázaro Henrique e ao Ivan Felizardo, pela gentil revisão do abstract. À Maria Janice Marcílio, pela boa acolhida e excelente companhia, sempre. À Cristiane Aparecida Gomes, por tudo. Sem o seu auxílio diário, sua dedicação, lealdade e amizade, este trabalho não seria possível. Ao casal ímpar, Carlos e Tamara, pela deliciosa amizade e pelo incentivo e apoio a esse projeto. À Rosana e ao Virgílio (in memoriam), grandes amigos de várias conversas e reuniões em torno de uma boa mesa. A Guga Barros, pela decana amizade, pelas boas conversas, pelas caminhadas aquáticas, pelas palavras animadoras e pela ótima parceria em poucos e divertidos trabalhos. Às mães Renata, Márcia, Andrea, Rúbia, Fernanda, Mônica e Ilana agradeço pelo apoio e carinho com que sempre receberam minha filha em suas casas. Vida longa à amizade de nossas filhas e à nossa também. Aos amigos Roberson Nunes, André Lage e Nikita Paula, pelo apoio e pelos bons conselhos. À Regina Zélia Purri pelo profissionalismo, pela competência e pela voz sempre tranquila durante todo o trabalho de formatação e de normalização deste trabalho. Glória A todas as lutas inglórias Que através da nossa história Não esquecemos jamais (João Bosco e Aldir Blanc) A memória é uma ilha de edição (Waly Salomão) RESUMO Esta dissertação propõe um olhar sobre o documentário Jango (Silvio Tendler, 1984) como instrumento de luta política contra o regime militar na primeira metade dos anos 1980. O argumento que permeia esta análise é que Jango (1984) se constituiu, a partir de seus processos de produção e de recepção, em um filme voltado para a luta democrática contra a ditadura, podendo, assim, ser considerado um dos últimos produtos do frentismo cultural que pautou ações e criações de diversos intelectuais e artistas como estratégia de combate e denúncia contra a ditadura militar. Através da análise de duas esferas - a produção e a recepção - busca-se traçar a trajetória do filme, desde a ideia inicial até a carreira no circuito de cinema das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. A análise da esfera da produção passa pela investigação dos processos de financiamento, pesquisa, censura ao filme e lançamento do documentário Jango (1984). A esfera da recepção investiga o apoio e os espaços concedidos ao documentário por alguns periódicos da grande imprensa (Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, Veja e O Globo) e procura identificar alguns debates recorrentes que marcaram a recepção de Jango (1984). A divisão entre as duas esferas é didática. Tanto na análise da esfera da produção quanto na esfera da recepção por veículos da grande imprensa, foi possível perceber uma união de esforços de indivíduos e grupos sociais em torno do projeto de uma narrativa audiovisual sobre João Goulart e sobre o golpe de 1964. No contexto da estreia do documentário, durante os meses finais da campanha das Diretas Já, destaca-se a apropriação do documentário como o filme das diretas pelo jornal Folha de S. Paulo e o amplo espaço concedido pela grande imprensa ao debate político e histórico a partir do filme. Este trabalho também analisa a recepção da imprensa ao filme Os Anos JK (1980) do mesmo diretor. Palavras-chave: Jango. Documentário brasileiro. Ditadura militar. História e documentário. João Goulart. Golpe de 1964. Diretas Já. ABSTRACT This work takes an overview about the documentaryJango (Silvio Tendler, 1984) as an object of political fight against the military dictatorship on earlier 1980-ies. The analysis of its production process and of its reception by the social media can be considered one of the last products of Cultural Frentismo – an strategy where artists and intellectuals used on criticizing the military dictatorship – is the idea which involves this thesis. Going thru these two topics, the documentary production process and the documentary´s receptions by the media, the research intends to understand the trajectory of the movie Jango, since the original idea until the documentary´s premiere and career in São Paulo and Rio de Janeiro. The analysis of the production process investigated its financial aspect, the research, the censorship and the movie release. The study of the documentary´s receptions on the media is based on important newspapers reviews (Folha de S. Paulo, Veja, O Globo e Jornal do Brasil) about the movie and its extent in society. The dichotomist division, production and reception, is didactic. In the premiere context, during the Diretas Já campaign, the newspaper Folha de S. Paulo was already considering the movie “The documentary of Diretas Já campaign” because of its huge discussions about the historical and political moment. This work also presents an analysis of another movie – Os Anos JK (1980) - from the same director. Keywords: Jango. Brasilian documentary. Military dictatorship. History and documentary. João Goulart. Coup of 1964. Diretas Já Campaign. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABI Associação Brasileira de Imprensa ADP Ação Democrática Parlamentar AI Ato Institucional ALERJ Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ANL Aliança Nacional Libertadora AP Ação Popular ARI Associação Religiosa Israelita BANERJ Banco do Estado do Rio de Janeiro CGT Comando Geral dos Trabalhadores CIA Central Intelligence Agency CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CPDOC Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea CPDOC/FGV Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas CSC Conselho Superior de Censura DCDP Divisão de Censura de Diversões Públicas DIP Departamento de Imprensa e Propaganda DOI-CODI Destacamento

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