Continuidade e mudança na tradição dos Pauliteiros de Miranda (Trás-os-Montes, Portugal) 1 Barbara Alge Tese de Mestrado na área de musicologia, apresentada à Faculdade de Ciências Humanas e Culturais da Universidade de Viena, orientada pelo Prof. Dr. Gerhard Kubik Viena, Fevereiro de 2004 1 Versão aumentada e traduzida do alemão por Barbara Alge, revisão do português por Miguel Gomes da Costa. Dezembro de 2006. 1 Este trabalho é dedicado à gente mirandesa, e escrito em homenagem a Belmiro Castro de Carção (+ 2005). „Bi benir la gaita, Al cimo del llugar, Pousei la mie roca, I pus-me a bailar!” (Mourinho 1984: 357) Pauliteiros de Cércio (foto: José Martins, arquivo privado de Barbara Alge) 2 Agradecimentos ... pelo apoio neste trabalho agradeço cordialmente às pessoas e instituições seguintes: A Prof. Dr. Gerhard Kubik pela orientação e o estabelecimento dos contactos com o Museu Nacional de Etnologia e com etnomusicólogos portugueses; À Universidade de Viena pela disposição do gravador DAT e dos microfones; Ao Serviço das Relações Internacionais da Universidade de Viena pela bolsa de trabalho científico de curta duração no estrangeiro; Ao Prof. Domingos Morais pelas suas propostas, informações, disposição das suas recolhas e das recolhas de Ernesto Veiga de Oliveira, assim como a sua hospitalidade; A Profª Drª Salwa El-Shawan Castelo-Branco e aos estudantes da Universidade Nova de Lisboa pelas propostas e informações; A Prof. Dr. Jorge Freitas Branco pelas suas propostas e o apoio; Ao Museu Nacional de Etnologia, especialmente à Drª Ana Carrapato pelas informações e a orientação no Arquivo Sonoro do MNE, e a Dr. Paulo Maximino pelas informações e a correspondência; A Dr. Mário Correia que me deixou pesquisar no Centro da Música Tradicional Sons da Terra, que me deu propostas e informações e que me entusiasmou muito; A Dr. António Rodrigues Mourinho e aos membros do Museu da Terra de Miranda pelas informações; A Profª Drª Rosália Martinez e à Profª Drª Sandrine Loncke pelas primeiras sugestões no meu trabalho; A Domingos Aires pela sua ajuda no princípio da minha primeira estadia em Miranda; A Irene e Fortunato Preto pela sua hospitalidade, generosidade e a minha integração na família; Ao Prof. Domingos Raposo e a Dr. Duarte Martins pelas informações a respeito do mirandês ; 3 Às cozinheiras Luisa Martins e Luisa da Costa, assim como à Rosa de Constantim e à Maria Fernanda de Sendim pela sua generosidade e hospitalidade; A Henrique Miguel da Póvoa pela sua ajuda no transporte das minhas fitas de gravação; A todos os que me deram boleia durante a minha estadia em Miranda; A todos os informantes pelas longas conversas e entrevistas; A Prof. Dr. Miguel Jasmins Rodrigues e Drª Lucília Runa pelo seu apoio tão precioso; Às Drªs Maria do Rosário Rodrigues e Ana Novais pela sua hospitalidade e generosidade em Lisboa; A Miguel Novais Rodrigues pelo seu apoio durante todos estes anos; sem ele nunca teria descoberto Portugal; A Miguel Gomes da Costa, Sérgio Crisóstomo e Dr. Pedro Félix para informações e motivação; a Miguel Gomes da Costa também pela revisão do português. A Vânia Sousa e André Ataíde pelo apoio psicológico durante um período duro; À minha família, sobretudo à minha mãe, pelos longos telefonemas para Portugal. 4 Índice Parte I A Introdução ….…....……………..…………...…………………..........…...……….1 1. O que são os „ Pauliteiros” ?......................................................................................1 [2. Como entrei em contacto com Trás-os-Montes e com os Pauliteiros de Miranda 2.1 Porquê Portugal? 2.2 Como entrei em contacto com os Pauliteiros 2.3 Definição do tema da tese 2.4 Primeiro contacto com a população mirandesa (só na versão alemã)] 3. Relatório de pesquisa ................................................................................................2 3.1 Pesquisas em Miranda (Agosto de 2003)............................................................2 3.2 Pesquisas em Lisboa e Miranda (Setembro de 2003 a Janeiro de 2004)…..…...3 3.3 Situação do trabalho............................................................................................5 4. Ponto de partida e organização da tese…..................................................................6 4.1 Pesquisas doutros investigadores........................................................................6 4.2 Ponto de partida da minha pesquisa....................................................................7 4.3 Organização da tese.............................................................................................8 5. O método aplicado na pesquisa bibliográfica, de arquivo e de campo......................9 5.1 Pesquisa bibliográfica..........................................................................................9 5.2 Pesquisa nos arquivos........................................................................................10 5.3 Procedimento nas pesquisas de campo………………......................................11 6. Terminologia...........................................................................................................13 B Delimitação do assunto de pesquisa ..............................................................18 1. Delimitação geográfica............................................................................................18 2. Contexto sócio-cultural............................................................................................22 2.1 Unidade etnográfica….......................................................................................22 5 2.2 Condicionantes políticos no desenvolvimento de Portugal...............................23 2.3 A particularidade de Trás-os-Montes................................................................23 2.3.1 Comunitarismo agro-pastoril.....................................................................23 2.3.2 Industrialização..........................................................................................24 2.3.3 As barragens..............................................................................................25 2.3.4 Soldados e emigrantes...............................................................................26 2.3.5 O mirandês.................................................................................................27 3. Delimitação etnomusicológica................................................................................28 3.1 Panorama musical de Portugal..........................................................................28 3.2 Panorama musical de Trás-os-Montes, particularmente, das Terras de Miranda ………………………………………………………………………29 3.2.1 Formas vocais.………………………………………………….........….30 3.2.2 Formas instrumentais.………………………………………..…............30 3.2.3 Danças……………......…………………………………………....……39 3.3 Classificação da dança dos paulitos ..................................................................41 3.3.1 elementos guerreiros: dança de espadas, pyrrhica, mourisca ..................43 3.3.2 elementos rituais: fertilidade, ritos de passagem......................................45 3.3.3 elementos religiosos: procissão, festas religiosas.....................................47 3.3.4 A dança dos paulitos: uma sub-género da dança de espadas pan- europeia………………………………………………………………...48 Parte II A Os Pauliteiros de Miranda .................................................................................50 1. Os Pauliteiros de Miranda actuais……………………………..………..……......50 2. Elementos gerais da dança dos paulitos e a sua realização nos diversos grupos dos Pauliteiros de Miranda ............................................................................................55 2.1 Composição.......................................................................................................55 2.1.1 Os dançadores .........................................................................................55 2.1.2 Os músicos................................................................................................57 6 2.1.3 A “figura pastoril”....................................................................................59 2.1.4 Pessoas acompanhantes............................................................................60 2.2 Vestuário e acessórios.......................................................................................62 2.2.1 O traje dos dançadores .............................................................................62 2.2.2 Os instrumentos dos dançadores ..............................................................68 2.2.3 A Capa de Honras ……………………………………………………....70 3. Tradição e a sua realização actual nas Terras de Miranda .........……………….....71 3.1 A figura do Pauliteiro nas festas tradicionais…................................................72 3.2 A função dos Pauliteiros no procedimento das festas religiosas......................77 3.3 A “tradição” hoje…………………...................................................................83 3.4 Os Pauliteiros de São Martinho de Angueira (Solstício de Verão ) e de Constantim (Solstício de Inverno) como exemplos para a sobrevivência da tradição dos Pauliteiros de Miranda ………...................................................88 3.4.1 São Martinho de Angueira……………………………………....……...88 3.4.2 Constantim……………………………………………………………...95 4. Folclore e folclorismo nos Pauliteiros de Miranda ...............................................106 4.1 O fenómeno dos „ ranchos folclóricos “...........................................................107 4.2 Os Pauliteiros
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