0 UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NÍVEL MESTRADO LISIANE FAGUNDES COHEN CASA DE CINEMA DE PORTO ALEGRE: REALIZAÇÃO COOPERATIVA, PADRÃO DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NO CINEMA GAÚCHO São Leopoldo 2010 1 Lisiane Fagundes Cohen CASA DE CINEMA DE PORTO ALEGRE: REALIZAÇÃO COOPERATIVA, PADRÃO DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NO CINEMA GAÚCHO Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Orientadora: Profa. Dra. Flávia Seligman São Leopoldo 2010 C678c Cohen, Lisiane Fagundes Casa de Cinema de Porto Alegre: realização cooperativa, padrão de criação e desenvolvimento no cinema gaúcho / por Lisiane Fagundes Cohen. -- São Leopoldo, 2010. 129 f. : il. ; 30 cm. Dissertação (mestrado) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, São Leopoldo, RS, 2010. “Orientação: Profª. Drª. Flávia Seligman, Ciências da Comunicação”. 1.Cinema – Produção e direção – Casa de Cinema. 2.Casa de Cinema – Rio Grande do Sul. 3.Cinema – Brasil. 4.Cinema – Rio Grande do Sul. 5.Diretores e produtores de cinema – Rio Grande do Sul. I.Seligman, Flávia. II.Título. CDU 791.44 791.43(81) 791.43(816.5) Catalogação na publicação: Bibliotecária Carla Maria Goulart de Moraes – CRB 10/1252 Lisiane Fagundes Cohen CASA DE CINEMA DE PORTO ALEGRE: REALIZAÇÃO COOPERATIVA, PADRÃO DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NO CINEMA GAÚCHO Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Orientadora: Profa. Dra. Flávia Seligman Aprovada em ........... de ............................. de 2010. BANCA EXAMINADORA Profa. Dra. Flávia Seligman – UNISINOS Profa. Dra. Christa Berger – UNISINOS Profa. Dra. Laura Cánepa – Universidade Anhembi Morumbi Dedico este trabalho aos meus amores: meu parceiro de criação Rodrigo Valente e nossos filhos Rafael e Leonardo. AGRADECIMENTOS Para toda jornada existem testes e inimigos a serem enfrentados, mas sempre contamos com aliados. E é a eles que eu gostaria de agradecer. Aos meus pais, Sergio e Olenca, pelo mundo que me proporcionaram, com conhecimento, cultura, alegria e muito amor. Aos meus sogros, Lobo e Ana, pelo carinho, apoio, sugestões e por acreditarem. À minha orientadora, Profa. Dra. Flávia Seligman, minha verdadeira mentora neste longo caminho. Aos meus entrevistados, Ana Azevedo, Carlos Gerbase, Giba Assis Brasil, Luciana Tomasi e Nora Goulart, pela parceria, disponibilidade e, principalmente, por suas ricas trajetórias que deram relevância a este trabalho. À Amélia, pelo carinho e presença, principalmente pelo amor e pelo cuidado dispensado aos meus filhos, o que possibilitou chegar ao final desta jornada um pouco mais inteira. Aos meus amigos e colegas, Anya Révillion, Magda Ruschel e Tiago Lopes pelo incentivo para entrar nesta aventura. E a todos os meus colegas e mestres com quem eu tive o privilégio de conviver, trocar e aprender muito. “Imaginação é mais importante que conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação circunda o mundo. ” Albert Einstein RESUMO O presente estudo “Casa de Cinema de Porto Alegre: realização cooperativa, padrão de criação e desenvolvimento no cinema gaúcho” busca compreender como a Casa de Cinema de Porto Alegre se mantém após mais de vinte anos de atividade em um mercado de características muito específicas, que dificultam e, em alguns casos, inviabilizam sua execução permanente e constante. Com a utilização dos métodos de pesquisa e revisão bibliográfica combinados com entrevista em profundidade, o estudo resgata e analisa a trajetória da empresa produtora, contextualizando suas ações desde o seu surgimento até a atualidade. Ao mesmo tempo, destaca sua importância como grupo com relevância cultural, social, econômica e política. Sua atuação, tanto pelos indivíduos que, em suas realizações, propuseram mudanças significativas para o cinema nacional, principalmente para o gaúcho, quanto pelo conjunto de profissionais que, pela união de suas aptidões, trouxeram novos elementos para esse mercado, criou um padrão, legitimado pelas maiores redes de televisão do País. Ao mesmo tempo, esse padrão reflete, a partir das dificuldades surgidas ao longo de sua atuação, as questões que envolvem o cinema brasileiro. Palavras-chave: Cinema brasileiro. Cinema gaúcho. Casa de Cinema de Porto Alegre. Grupo. Padrão. ABSTRACT “Casa de Cinema de Porto Alegre (The House of Films of Porto Alegre): cooperative realization, standard of creation and development of the cinema in the south of Brazil” seeks to understand how Casa de Cinema de Porto Alegre remains, after more than twenty years of activity, in a market of such specific characteristics that make it difficult and, in some cases, hinder its ongoing and constant accomplishments. Through methods of research, review of literature and an in-depth interview, this study recovers and analyzes the trajectory of this independent production company, contextualizing its actions from its birth to the present. At the same time, it highlights the company’s importance as a group of cultural, social, economic and political relevance. Its performance, both through the individuals whose accomplishments proposed significant changes to the national cinema, mainly to the southern one, and through the gathering of such talented professionals, who have brought new elements to this market. Casa de Cinema de Porto Alegre has created a standard, legitimized by the major television networks in the country and, at the same time, it reflects, by the difficulties faced throughout its path, the issues that involve the Brazilian cinema. Key-words: Brazilian cinema. Southern cinema. Casa de Cinema de Porto Alegre. Group. Standard. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... ........ 9 2 CINEMA ......................................................................................................... 16 2.1 O CINEMA BRASILEIRO ............................................................................ 17 2.2 O CINEMA BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO ......................................... 22 2.3 O CINEMA BRASILEIRO REALIZADO NO RIO GRANDE DO SUL ........... 24 3 A FORMAÇÃO DA “TURMA” ...................................................................... 33 3.1 O POLIVALENTE CARLOS GERBASE .................................................... 36 3.2 O AGREGADOR GIBA ASSIS BRASIL ................................................... 40 3.3 O POP-STAR JORGE FURTADO ............................................................ 50 3.4 A COLETIVA ANA AZEVEDO ................................................................. 51 3.5 A MÚLTIPLA LUCIANA TOMASI .............................................................. 54 3.6 A VITAL NORA GOULART ...................................................................... 56 4 CASA DE CINEMA: INÍCIO E REINÍCIO .................................................... 59 4.1 O INÍCIO – 1987 ................................................................................... 60 4.2 O REINÍCIO – 1992 ..................................................................................... 68 5 LONGAS-METRAGENS, TELEVISÃO, PADRÃO: UM NOVO MUNDO ........ 75 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 97 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ........................................................................ 101 APÊNDICE B – ENTREVISTAS NA ÍNTEGRA ........................................... ....... 103 ANEXO A – FOLDER DE INAUGURAÇÃO DA CASA DE CINEMA ................. 104 ANEXO B – FILMOGRAFIA ............................................................................... 105 9 1 INTRODUÇÃO O cinema brasileiro, desde seu início, passou por diversas fases e ciclos até um momento de paralisia total, a partir de 1990, com a entrada do governo de Fernando Collor de Mello, que rebaixou o Ministério da Cultura a Secretaria, além de extinguir, entre outros órgãos, a Embrafilme, empresa de fomento e distribuição do cinema brasileiro. Após alguns anos de produção quase nula, deu-se o período que foi conhecido por Retomada do cinema brasileiro, com o Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro, implantado pelo novo governo de Itamar Franco, instituído após o impeachment do Presidente Collor de Mello, com três seleções ocorridas entre 1993 e 1994. Foi a partir desse prêmio e da implantação de leis de incentivo fiscal, tais como a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual, no âmbito federal, a Lei Mendonça (Lei de Incentivo à Cultura do Estado de São Paulo) e as LIC/RS (Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul), no estadual, entre outras, que foi possível a captação de recursos para as produções junto à iniciativa privada, por meio de renúncia fiscal dos governos. Assim, o cinema brasileiro retomou suas produções lentamente. No ano de 1995, 13 longas-metragens foram lançados no mercado 1. Este número passou para 18, em 1996, chegando a 23 em 1998 2. Existe uma clara divergência entre os autores sobre as datas de início e término da Retomada. Para Lúcia Nagib (2002), o período que compreende a Retomada é de 1993 a 1998, ano de lançamento de Central do Brasil , de Walter
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