SAÚDE E IMIGRANTES As Representações E As Práticas Sobre a Saúde E a Doença Na Comunidade Cabo-Verdiana Em Lisboa

SAÚDE E IMIGRANTES As Representações E As Práticas Sobre a Saúde E a Doença Na Comunidade Cabo-Verdiana Em Lisboa

363_09_CAPA_TESE_24:acidi 09/12/09 12:27 Page 1 24 TESES 24 SETEMBRO 2009 BÁRBARABÄCKSTRÖM SAÚDE E IMIGRANTES As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa BÁRBARABÄCKSTRÖM EDIÇÃO CO-FINANCIADA PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS SAÚDE E IMIGRANTES SAÚDE E IMIGRANTES: As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa Bárbara Bäckström SAÚDE E IMIGRANTES – As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa Biblioteca Nacional de Portugal – Catalogação na Publicação BÄCKSTRÖM, Bárbara Maria Granes Gonçalves, Saúde e imigrantes: as representações e as práticas sobre a saúde e a doença na comunidade cabo-verdiana em Lisboa. – (Teses; 24) ISBN 978-989-8000-79-8 CDU 316 314 613 PROMOTOR OBSERVATÓRIO DA IMIGRAÇÃO www.oi.acidi.gov.pt APOIO www.fct.mctes.pt AUTORA BÁRBARA BÄCKSTRÖM [email protected] EDIÇÃO ALTO-COMISSARIADO PARA A IMIGRAÇÃO E DIÁLOGO INTERCULTURAL (ACIDI, I.P.) RUA ÁLVARO COUTINHO, 14, 1150-025 LISBOA TELEFONE: (00351) 21 810 61 00 FAX: (00351) 21 810 61 17 E-MAIL: [email protected] EXECUÇÃO GRÁFICA EDITORIAL DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PRIMEIRA EDIÇÃO 250 EXEMPLARES ISBN 978-989-8000-79-8 DEPÓSITO LEGAL 301 586/09 LISBOA, SETEMBRO 2009 Bárbara Bäckström 2 SAÚDE E IMIGRANTES – As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa Dissertação para obtenção do grau de Doutor Ramo de Saúde Internacional, Especialidade de Saúde Internacional Autora: Bárbara Bäckström Orientadora: Professora Doutora Graça Carapinheiro Instituto de Higiene e Medicina Tropical Universidade Nova de Lisboa 2006 Bárbara Bäckström 3 SAÚDE E IMIGRANTES – As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa ÍNDICE PREFÁCIO 9 NOTA DE ABERTURA 15 RESUMO 19 SUMMARY 21 INTRODUÇÃO 23 PARTE I – CABO VERDE E PORTUGAL: CULTURA, MIGRAÇÕES E POLÍTICAS 27 CAPÍTULO I – A COMUNIDADE CABO-VERDIANA, DE CABO VERDE A PORTUGAL 27 INTRODUÇÃO 27 1. BREVE RESENHA HISTÓRICA DE CABO VERDE 31 2. BREVE RESENHA HISTÓRICA DA EMIGRAÇÃO CABO-VERDIANA 35 3. CULTURA DE CABO VERDE 39 3.1. As raízes da cultura cabo-verdiana 39 3.2. Diferenças étnicas e/ou unidade étnica 43 3.3. Homogeneidade e diferenças entre ilhas 44 3.4. Crenças e religiosidade 47 3.5. Celebrações dos ciclos da vida 50 3.6. Medicina e saúde 52 CAPÍTULO II – A IMIGRAÇÃO RECENTE EM PORTUGAL 57 1. A IMPORTÂNCIA DAS COMUNIDADES IMIGRANTES EM PORTUGAL 58 2. A IMPORTÂNCIA DEMOGRÁFICA DAS COMUNIDADES IMIGRANTES NA REGIÃO URBANA DE LISBOA 64 3. A IMIGRAÇÃO CABO-VERDIANA EM PORTUGAL 66 3.1. Sexo, estrutura etária e estado civil 67 3.2. Características socioeconómicas 71 3.3. Escolaridade 71 3.4. Nacionalidade e naturalidade 71 3.5. Habitação e alojamento 74 3.6. Ilhas de origem 74 3.7. A identidade e a ligação a Cabo Verde 75 Bárbara Bäckström 5 SAÚDE E IMIGRANTES – As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa CAPÍTULO III – AS POLÍTICAS SOCIAIS E DE SAÚDE EM PORTUGAL 77 1. POLÍTICAS DE IMIGRAÇÃO 78 2. ENQUADRAMENTO SOCIAL DO SISTEMA DE SAÚDE PORTUGUÊS 86 2.1. Políticas de saúde específicas para o enquadramento dos imigrantes no sistema nacional de saúde (SNS) 87 PARTE II – SOCIEDADE, CULTURA E SAÚDE/DOENÇA 93 CAPÍTULO IV – A SAÚDE E A DOENÇA NUMA PERSPECTIVA SOCIOANTROPOLÓGICA 93 1. SOCIOLOGIA DA SAÚDE 94 2. AS DESIGUALDADES SOCIOECONÓMICAS RESPONSÁVEIS PELAS DESIGUALDADES EM SAÚDE 102 3. ANTROPOLOGIA DA SAÚDE 109 4. SAÚDE E DOENÇA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS 115 CAPÍTULO V – CONDIÇÕES SOCIAIS, ESTILOS DE VIDA, CULTURA E SAÚDE/DOENÇA 118 CAPÍTULO VI – REPRESENTAÇÕES E PRÁTICAS DE SAÚDE E DE DOENÇA 126 1. AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE SAÚDE E DE DOENÇA 126 2. AS PRÁTICAS DE SAÚDE E DE DOENÇA: ACESSO E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE 143 CAPÍTULO VII – ETNICIDADE, MIGRAÇÕES E SAÚDE/DOENÇA 155 1. MIGRAÇÕES 155 2. ETNICIDADE 160 3. IDENTIDADE ÉTNICA 166 4. A QUESTÃO DA INTEGRAÇÃO E DA ACULTURAÇÃO 168 5. O CONCEITO DE MINORIAS ÉTNICAS 170 6. A PESQUISA EMPÍRICA SOBRE A IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL 178 7. OS CONCEITOS DE MIGRAÇÕES, ETNICIDADE E MINORIAS ÉTNICAS NAS CIÊNCIAS SOCIAIS DA SAÚDE 184 8. OS IMIGRANTES, AS MINORIAS ÉTNICAS E A SAÚDE. UM OLHAR SOBRE A INVESTIGAÇÃO REALIZADA EM PORTUGAL 197 Bárbara Bäckström 6 SAÚDE E IMIGRANTES – As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa PARTE III – A INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA, A ANÁLISE DOS DADOS E A DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 205 CAPÍTULO VIII – MODELO ANALÍTICO DA PESQUISA 205 1. OBJECTO DE ESTUDO, PRESSUPOSTOS E HIPÓTESES DE INVESTIGAÇÃO 205 2. ESTRATÉGIA METODOLÓGICA ADOPTADA 217 CAPÍTULO IX – ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 236 1. BREVE DESCRIÇÃO DA AMOSTRA 236 2. ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES SOBRE A SAÚDE E A DOENÇA 240 2.1. Percepções subjectivas sobre a vida 241 2.2. Percepções e representações sobre a saúde e a doença 254 2.3. Cabo Verde: saúde, recursos, culturas terapêuticas 277 2.4. Hábitos culturais e auto-percepção da cultura de pertença 287 2.5. Conclusões preliminares 290 3. ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE SAÚDE E DE DOENÇA 292 3.1. Práticas de prevenção, cuidados de saúde e estilos de vida 293 3.2. Episódios de doença relatados 306 3.3. Recursos utilizados em caso de doença ou de prevenção 312 3.4. Crenças, superstições e rituais ligados aos ciclos de vida 346 3.5. Ligação com Cabo Verde, Cultura e Saudades 358 3.6. Conclusões preliminares 360 CAPÍTULO X – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E PRINCIPAIS CONCLUSÕES 361 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 389 Bárbara Bäckström 7 SAÚDE E IMIGRANTES – As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa Índice de Quadros Quadro 1 – População residente em Portugal, nascida no estrangeiro, segundo o grupo etário e sexo, com nacionalidade e com naturalidade cabo-verdiana, Censos 2001, INE 67 Quadro 2 – População estrangeira com estatuto legal de residente, por nacionalidade (cabo-verdiana) e sexo, segundo o grupo etário – Estatísticas Demográficas de 2004, INE 69 Quadro 3 – Critérios de inclusão na amostra 224 Quadro 4 – Critérios de inclusão da amostra do grupo «Popular» 225 Quadro 5 – Critérios de inclusão da amostra do grupo «Elite» 226 Quadro 6 – Amostra: quotas 237 Índice de Figuras Figura 1 – Etnicidade e Saúde: Modelo Conceptual de Stronks 193 Figura 2 – Mapa representativo das zonas de residência do grupo «Popular» 238 Figura 3 – Mapa representativo das zonas de residência do grupo «Elite» 239 Bárbara Bäckström 8 SAÚDE E IMIGRANTES – As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa PREFÁCIO Porque, por contraste com o passado recente, nas últimas quatro décadas Portugal tem vindo a ganhar uma progressiva visibilidade como país de imigração, assiste-se a um interesse crescente pelas culturas de saúde e de doença das diversas comunidades de imigrantes que têm surgido em Portugal, a partir do crescimento dos fluxos migratórios oriundos das mais diversas origens geográficas, nomeadamente dos países dos PALOP, da Europa de Leste e do Brasil. As comunidades de imigrantes organizam as suas condições de vida e de trabalho na sociedade de acolhimento de acordo com condições histó- ricas muito diversas, tanto de carácter geo-estratégico, como de carácter político, social e cultural e, por estas especificidades, os seus projectos de integração ganham contornos muito distintos, no que diz respeito às suas raízes culturais, às suas identidades étnicas e aos seus projectos de vida, face a face com modelos culturais dominantes, que pautam as idiossin- crasias e as singularidades étnicas pela uniformização. Assim, a investi- gação sobre as culturas de saúde e de doença nestas comunidades coloca-nos no centro de um espaço de análise onde se intersectam: as migrações e a sua história, demografia e política; a etnicidade e os seus processos de adaptação, integração, aculturação e globalização; a saúde e doença e as suas instituições, os seus discursos, os seus regimes de poder e os seus princípios de justiça social. É de referir ainda que o interesse que se manifesta pelas expressões de etnicidade nas experiências de saúde e de doença é assumido por vários protagonistas: as associações culturais e cívicas, na organização da defesa dos interesses dos membros de cada comunidade étnica; as orga- nizações não governamentais e as instituições particulares de solidarie- dade social, mais ou menos governamentalizadas, que se assumem como porta-vozes do cumprimento dos direitos básicos de saúde consagrados na Constituição; as comissões e grupos de trabalho constituídos pela ini- ciativa do governo para a definição de medidas e a implementação de polí- ticas que expandam, de forma abrangente, o direito à saúde a todos os cidadãos residentes no país e reduzam as desigualdades sociais, nomea- damente de carácter étnico, no acesso igualitário a todos os serviços e recursos de saúde e a todos os tipos de cuidados. Por sua vez, os profissionais de saúde têm vindo a reconhecer que as suas práticas profissionais quotidianas se confrontam com novos dados culturais de viver a saúde e a doença, oriundos de sistemas de cultura com uma posição estranha e profana, face aos modelos institucionais Bárbara Bäckström 9 SAÚDE E IMIGRANTES – As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comunidade Cabo-Verdiana em Lisboa reconhecidos como legítimos para tratar e curar. Tendem a associar estes novos dados culturais ao funcionamento de saberes leigos, ancorados em matrizes de conhecimento da saúde, da doença e do corpo, de predomi- nante étnica, religiosa ou étnico-religiosa e atribuem às manifestações destes saberes o estatuto de categorias culturais, que se devem saber interpretar para evitar os processos de exclusão nos sistemas institucio- nalizados de tratamento.

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