DO REALIZADOR DE this is england MADE OF STONE UM FILME DE shane MeadOWs H H H H “UM FILME SOBRE OS FÃs, SOBRE SEGUNDAS OPORtUNIDADES, SOBRE O REGRESSO À JUVentUde, SOBRE O sOnhO iMPOSSÍVel. UMA eXPeRiÊnCia tOCante e COMOVente. MAIS DO QUE UM FILME eXCITANTE, É UM FILME eUFÓRiCO.” lOndOn eVening STANDARd SINOPSE Em 2012 deu-se uma ressurreição que ninguém julgava possível, quando a lendária banda Stone Roses regressou, passados 16 anos. Com um acesso inédito a imagens de arquivo nunca vistas, MADE OF STONE é uma viagem relevadora pela vida de uma das bandas mais influentes e reverenciadas da história da música britânica. O aclamado realizador Shane Meadows dá ao filme o seu estilo, humor e profundidade emocional únicos, registando a banda em trabalho e no seu quotidiano durante os ensaios para o muito antecipado regresso, que culminou em três triunfantes espetáculos de boas vindas no Heaton Park, em Manchester, perante 200 mil fãs ao rubro. Com a inclusão de material inédito de toda a história musical da banda, das experiências pessoais dos muitos que foram tocados pela banda e pela sua música e acesso sem precedentes aos concertos com lotações recorde do verão de 2012, este é o supremo registo da melhor banda dos últimos 25 anos. DECLARAÇÃO DO REALIZADOR ShANE MEADOwS “Em 1990 tinha 17 anos e tinha bilhete para Spike Island, algo importante para alguém de uma cidade como Uttoxeter. Mas, na véspera, tomei ácidos e tive a pior moca de sempre. Não sei porquê, mas dei o meu bilhete a um tipo que encontrei na rua. No dia seguinte acordei e percebi o que fizera, mas a camioneta já arrancara e já não iria a Spike Island. Passam 22 anos e Ian Brown liga-me a dizer que a minha banda preferida de sempre vai regressar. Conhecera o Ian há uns anos, numa exposição de Banksy em Bristol e mantivemos o contacto. Em Outubro estou eu num táxi, a caminho de um festival de cinema, e recebo uma chamada do Ian, a banda ia regressar, o maior sonho de qualquer fã dos Roses. Ele disse depois que queriam que me juntasse a eles na semana seguinte, para filmar a conferência de imprensa e eu disse: “Espero que perguntes sobre fazermos um filme, mas não dês o trabalho a ninguém, eu faço!” Na altura estava pronto a realizar talvez o maior filme da minha carreira, sobre Tommy Simpson (o lendário ciclista da Volta a França), mas sabia que me iria arrepender para sempre se não fizesse o filme sobre os Roses. Filmei a conferência e reunimos num hotel, para discutirmos o filme. Já conhecia o Ian, mas chega o John Squire, o Reni e o Mani. Admiti nunca ter feito tal coisa, não ser realizador de documentários, mas contei-lhes a minha história e o sucedido em Spike Island. O John disse logo: “Fá-lo como quiseres, conta a tua história.” Sabia jamais habituar-me a estar perto dos Stone Roses, nem quero armar-me em arrogante, há gente que mataria por este trabalho. Durante as filmagens, o meu amor pela música não parou de crescer e poder ver algo crescer é um grande privilégio. Perdi a cabeça com o que vi nos primeiros ensaios mas, quando voltei, um mês depois, estava tudo ainda melhor. Ter a sorte de estar em Warrington… Foi a minha experiência de Spike Island, de certa forma, participei em algo especial. Nos ensaios, Reni e Ian estavam frente a frente, tal como Mani e John, e podiam olhar uns para os outros enquanto voltavam a trabalhar nas canções. Foi incrível e pensei: “Ninguém no mundo veria isto.” Tocaram umas oito ou dez canções em que trabalhavam para o alinhamento de Warrington. Só isto é História e queremos ver momentos assim. Noite de sexta-feira, o primeiro dia em Heaton Park e sigo a banda nos bastidores, enquanto rumam ao palco. Vi-os subir ao palco, ouvi a multidão ao rubro, depois dei a volta e vi o concerto na fila da frente, como fã. Dizem que a juventude não volta, que nunca será o mesmo, mas não acredito. Espero que o resultado final seja algo do agrado dos verdadeiros fãs.” ENTREVISTA A ShANE MEADOwS CHANNEL 4 NEwS /18 DE ABRIL DE 2013 O Shane é um realizador político assumido, mas diria que a banda não é conhecida por políticas, mas pela sua música. Foi um caso de amor ou de fanatismo. Foi totalmente de amor. Claro que penso na mensagem política de filmes que realizei, como o ISTO É INGLATERRA. Quando realizei o filme dos Stone Roses, tinha uma história pessoal e triste associada à minha história com a banda, pois tinha um bilhete para o mais famoso concerto dos anos 90, o de Spike Island, que dei, numa fogueira em Uttoxeter, por não me sentir bem. Mas que fogueira, não? Foi sombria e na altura em que experimentávamos várias coisas. Uma coisa que experimentei não me caiu bem e acabei por abrir mão do bilhete numa troca que já nem me lembro bem, arrependi-me para o resto da vida e nunca os vi no seu apogeu. O que tem a banda que o motiva? Em miúdo realizei um filme, o ISTO É INGLATERRA, mas tinha 11 anos quando quis tornar-me skin head e associei-me à moda de outros. Era plástico, não era… Não era a sua alma? Não era a minha alma e os Stone Roses foram a primeira banda a tornar-se a banda sonora da minha vida. Lembro-me da primeira miúda “queque” com quem saí, na faculdade, uma boa artista, voltei com ela e toquei- -lhe a Waterfall, ela achou-me sensível e beijou-me. Sentia uma afirmação positiva com a música deles. Desapareceram quase tão depressa quanto surgiram; tiveram um grande arranque no final da adolescência e depois desapareceram. É algo que muita gente não sabe e acho que o filme explicará, mas têm andado por aí desde 1983, com vários membros da banda. A banda que conhecemos agora e que teve sucesso começou em 1987, com a entrada do Mani. Como disse, houve uma grande explosão com muitas outras bandas de Manchester, ao mesmo tempo, e desenrolou-se tudo isto, o Verão do Amor. Enquanto as outras bandas continuaram a lançar discos, os Roses fizeram um acordo fundamental para a escravatura e, ao perceberem estarem vinculados a um contrato impossível de cumprir, começaram a tentar sair dele, o que resultou em quatro ou cinco anos de espera para o contrato acabar e lançarem outro disco. ENTREVISTA A ShANE MEADOwS | CONTINUAÇÃO Algo bom e que fica claro com o filme é que eram muito novos quando surgiram e ainda hoje não são velhos, ainda são bastante jovens. No final do concerto de Warrington, o primeiro espetáculo juntos como quarteto, em 20 anos, o Ian vai ao microfone e diz que ainda são atraentes, o que achei lindo. Já trabalhara com duas câmaras no passado? houve uma transição neste filme? Como disse, trabalhei com duas câmaras no “Isto é Inglaterra”, o que é um luxo para um cineasta. Achei que duas eram muitas e, quando vi o palco de 100 metros em Heaton Park, com 75 mil pessoas por noite e por querer que os fãs fossem parte intrínseca do filme, passei de duas para cinco, para sete, nove e acabei com 35 câmaras. Foi do realismo de classe operária para o Titanic em seis meses. É bem sabido que é um grupo bastante volátil e a criatividade muitas vezes exige tal volatilidade, mas teve de parar de gravar porque essa volatilidade controlava o filme. Tiveram um desacordo bastante público em Amesterdão, que se espalhou pela internet e creio que muitos realizadores de documentários tentariam enfiar as câmaras nos camarins e descobrir o que se passara. Devido ao meu amor pela banda, não fugi do que todos viram, mas não enchi os bastidores de microfones. Fiz toda a equipa desligar as câmaras e gravadores e ficaram todos numa sala, respeitosamente. Havendo discussões, não faria daquilo o programa do Jeremy Kyle e esse foi um ponto de viragem com a banda, pois viram que podiam confiar em mim. Não tentava fazer relevações, como Martin Bashir sobre o Michael Jackson, fazia o filme com amor e afeto genuínos. Mostra tudo ao pormenor, mas também percebi que há coisas que são privadas. Como estão agora, face ao início? Musicalmente, acho que estão melhores. Nunca tive a experiência de vê-los ao vivo da primeira vez, porque não fui a Spike Island. Creio que, no início, faziam tudo às três pancadas e Spike Island ficou famoso por não ter o melhor PA. Creio que a banda, musicalmente, não só está melhor, como também tem finalmente à sua volta o que devem ter para terem o melhor som possível. BIOGRAFIA ShANE MEADOwS REALIZADOR Habitualmente conotado como um dos melhores cineastas britânicos hoje em atividade, Shane Meadows, realizador premiado com um BAFTA e argumentista, foi responsável por um leque de clássicos modernos, intensos e bruscos, incluindo A ROOM FOR ROMEO BRASS, DEAD MAN’S SHOES, ISTO É INGLATERRA, ISTO É INGLATERRA 86 E ISTO É INGLATERRA 88. O seu primeiro filme com a Warp Films, o marcante DEAD MAN’S SHOES, foi considerado por alguns como um marco no cinema britânico. Este venceu o Hitchcock D’Or no Dinard Film Festival, foi nomeado para um BAFTA e venceu o prestigiado prémio Southbank Show para Melhor Filme. Depressa foi aclamado pela crítica e atingiu estatuto de clássico de culto. É desde então considerado um dos melhores filmes britânicos dos últimos 25 anos, pelo The Guardian.
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