TV Tupi capa.indd 1 8/4/2008 18:02:43 TV Tupi Uma Linda História de Amor TV Tupi miolo final.indd 1 8/4/2008 18:10:34 TV Tupi miolo final.indd 2 8/4/2008 18:10:34 TV Tupi Uma Linda História de Amor Vida Alves São Paulo, 2008 TV Tupi miolo final.indd 3 8/4/2008 18:10:35 Governador José Serra Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Diretor-presidente Hubert Alquéres Coleção Aplauso Série Especial Coordenador Geral Rubens Ewald Filho TV Tupi miolo final.indd 4 8/4/2008 18:10:35 Apresentação A relação de São Paulo com as artes cênicas é muito antiga. Afinal, Anchieta, um dos fundadores da capital, além de ser sacerdote e de exercer os ofícios de professor, médico e sapateiro, era também dramaturgo. As 12 peças teatrais de sua autoria – que seguiam a forma dos autos medievais – foram escritas em português e também em tupi, pois tinham a finalidade de catequizar os indígenas e convertê-los ao cristianismo. Mesmo assim, a atividade teatral somente se desenvolveu em território paulista muito lentamente, em que pese o marquês de Pombal, ministro da coroa portuguesa no século 18, ter procurado estimular o teatro em todo o império luso, por considerá-lo muito importante para a educação e a formação das pessoas. O grande salto foi dado somente no século 20, com a criação, em 1948, do TBC –Teatro Brasileiro de Comédia, a primeira companhia profissional paulista. Em 1949, por sua vez, era inaugurada a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, que marcou época no cinema brasileiro, e, no ano seguinte, entrava no ar a primeira emissora de televisão do Brasil e da América Latina: a TV Tupi. Estava criado o ambiente propício para que o teatro, o cinema e a televisão prosperassem entre nós, ampliando o campo de trabalho para atores, dramaturgos, roteiristas, músicos e técnicos; multiplicando a cultura, a informação e o entretenimento para a população. A Coleção Aplauso reúne depoimentos de gente que ajudou a escrever essa história. E que continua a escrevê-la, no presente. Homens e mulheres que, contando a sua vida, narram também a trajetória de atividades da maior relevância para a cultura brasileira. Pessoas que, numa linguagem simples e direta, como que dialogando com os leitores, revelam a sua experiência, o seu talento, a sua criatividade. Daí, certamente, uma das razões do sucesso desta Coleção junto ao público. Daí, também, um dos motivos para o lançamento de uma edição especial, dirigida aos alunos da rede pública de ensino de São Paulo e encaminhada para 4 mil bibliotecas escolares, estimulando o gosto pela leitura para milhares de jovens, enriquecendo sua cultura e visão de mundo. José Serra Governador do Estado de São Paulo TV Tupi miolo final.indd 5 8/4/2008 18:10:35 TV Tupi miolo final.indd 6 8/4/2008 18:10:35 Coleção Aplauso O que lembro, tenho. Guimarães Rosa A Coleção Aplauso, concebida pela Imprensa Oficial, visa a resgatar a memória da cultura nacio nal, biografando atores, atrizes e diretores que compõem a cena brasileira nas áreas de cine ma, teatro e televisão. Fo- ram selecionados escri tores com largo currículo em jornalismo cultural , para esse trabalho em que a história cênica e audiovisual brasileiras vem sendo re constituída de ma nei ra singular. Em entrevistas e encon- tros sucessivos estreita-se o contato entre biógrafos e biogra fados. Arquivos de documentos e imagens são pesquisados, e o universo que se recons titui a partir do cotidiano e do fazer dessas personalidades permite reconstruir sua trajetória. A decisão sobre o depoimento de cada um na primeira pessoa mantém o aspecto de tradição oral dos relatos, tornando o texto coloquial, como se o biografado falasse diretamente ao leitor . Um aspecto importante da Coleção é que os resul tados obtidos ultra- passam simples registros bio grá ficos, revelando ao leitor facetas que também caracterizam o artista e seu ofício. Bió grafo e biografado se colocaram em reflexões que se esten de ram sobre a formação intelec- tual e ideo lógica do artista, contex tua li zada naquilo que caracteriza e situa também a história brasileira , no tempo e espaço da narrativa de cada biografado. São inúmeros os artistas a apontar o importante papel que tiveram os livros e a leitura em sua vida, deixando transparecer a firmeza do pen- samento crítico ou denunciando preconceitos seculares que atrasaram e continuam atrasando nosso país. Muitos mostraram a importância para a sua formação terem atuado tanto no teatro quanto no cinema e na televisão, adquirindo, portanto, linguagens diferenciadas – ana- lisando-as com suas particularidades. Muitos títulos extrapolam os simples relatos bio gráficos, explorando – quando o artista per mite – seu universo íntimo e psicológico , reve- lando sua autodeterminação e quase nunca a casualidade por ter se tornado artista – como se carregasse desde sempre, seus princípios, sua vocação, a complexidade dos personagens que abrigou ao longo de sua carreira. São livros que, além de atrair o grande público, inte ressarão igual- mente a nossos estudantes, pois na Coleção Aplauso foi discutido o intrinca do processo de criação que concerne ao teatro, ao cinema e à TV Tupi miolo final.indd 7 8/4/2008 18:10:35 televisão. Desenvolveram-se te mas como a construção dos personagens interpretados, bem como a análise, a história, a importância e a atua- lidade de alguns dos perso nagens vividos pelos biografados. Foram exami nados o relacionamento dos artistas com seus pares e diretores, os processos e as possibilidades de correção de erros no exercício do teatro e do cinema, a diferença entre esses veículos e a expressão de suas linguagens. Gostaria de ressaltar o projeto gráfico da Coleção e a opção por seu formato de bolso, a facili dade para ler esses livros em qualquer parte, a clareza e o corpo de suas fontes, a iconografia farta e o regis tro cro- nológico completo de cada biografado. Se algum fator específico conduziu ao sucesso da Coleção Aplauso – e merece ser destacado –, é o interesse do leitor brasileiro em conhecer o percurso cultural de seu país. À Imprensa Oficial e sua equipe coube reunir um bom time de jorna- listas, organizar com eficácia a pesquisa documental e iconográfica e contar com a disposição, o entusiasmo e o empe nho de nossos artistas, diretores, dramaturgos e roteiris tas. Com a Coleção em curso, confi- gurada e com identidade consolidada, constatamos que os sorti légios que envolvem palco, cenas, coxias, sets de filma gem, cenários, câmeras, textos, imagens e palavras conjugados, e todos esses seres especiais – que nesse universo transitam, transmutam e vivem – também nos to- maram e sensibilizaram. É esse material cultural e de reflexão que pode ser agora compartilhado com os leitores de todo o Brasil. Hubert Alquéres Diretor-presidente da Imprensa Oficial do Estado da São Paulo TV Tupi miolo final.indd 8 8/4/2008 18:10:35 A todos os pioneiros da TV Tupi, que, juntos, construíram esta linda história de amor E aos colaboradores da Pró-TV: Elmo Francfort (pesquisa) Teresinha Andrade (digitação) Lu Bandeira (coordenação geral) E aos amigos da Imprensa Oficial que me receberam com tanto carinho TV Tupi miolo final.indd 9 8/4/2008 18:10:35 TV Tupi miolo final.indd 10 8/4/2008 18:10:36 Nós, da TV Tupi, não morreremos nunca. Nós somos encantados. Laura Cardoso TV Tupi miolo final.indd 11 8/4/2008 18:10:36 José Bonifácio de Oliveira Sobrinho - Boni TV Tupi miolo final.indd 12 8/4/2008 18:10:36 Prefácio Emoção – A Matéria de Nossa Trajetória Um livro não deixa de ser um discurso. E, dentro da retórica, ele pode ser uma visão pessoal, uma visão lógica ou, então, focar no emocional . TV Tupi, uma Linda História de Amor, de Vida Alves, sugere à primeira vista uma história pessoal, uma visão da autora. Entrando-se no con- teúdo, a consistência e o volume da pesquisa indicam que se trata de uma obra lógica. Mas, ao percorrer o texto, revela-se, em toda a sua extensão, uma narrativa acentuadamente emocional. É o phatos – a empatia que aflora da aventura, do sonho e da conquista, transformando-os em paixão. É com esses ingredientes que foi moldada a história da emissora de televisão pioneira da América Latina . Se a aventura de Assis Chateaubriand permitiu que se antecipasse a criação da televisão no Brasil foi, certamente, o sonho dos diretores, artistas e técnicos que viabilizou a conquista realizada com muita paixão. Paixão que transpirava na doce e redonda figura de Dermi- val Costa Lima, que explodia na inteligência e energia do Cassiano Gabus Mendes e que contagiava a todos através da sensibilidade 13 dos pioneiros, dos quais Vida Alves é, legitimamente, a grande re- presentante. O que, senão a paixão, move uma mulher como Vida a manter com tanto sacrifício e carregar no colo, como mãe, a nossa Pró-TV – a associação dos pioneiros, profissionais e incentivadores da televisão brasileira. Se não fosse a Vida Alves nada da nossa memória existiria. Sem os depoi mentos que ela colheu e arquivou, a epopéia da implantação da televi são brasileira seria apenas uma vaga lembrança. Admiro a persistência de Vida Alves, e tornar este livro realidade expli- ca como e por que ela é capaz de fazer o que faz. O carinho com que Vida Alves se refere a todos os seus companheiros revela claramente sua grande capacidade de amar. Sua missão tem sido impulsionada por esse amor, o que torna muito mais importante, o que Vida Alves está fazendo atualmente pela televisão do que qualquer coisa que ela tenha feito, no passado.
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