0 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO – FAAC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO MARTA REGINA GARCIA CAFEO GUERREIRAS OU MENINAS: ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DAS ATLETAS OLÍMPICAS NA COBERTURA DA “RIO 2016” REALIZADA PELO JORNAL O GLOBO - RIO BAURU – SP 2019 1 2 MARTA REGINA GARCIA CAFEO GUERREIRAS OU MENINAS: ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DAS ATLETAS OLÍMPICAS NA COBERTURA DA “RIO 2016” REALIZADA PELO JORNAL O GLOBO RIO Tese de doutorado apresentada ao Programa de pós-graduação em Comunicação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Bauru, como exigência parcial à obtenção do Título de Doutora em Comunicação, sob a orientação do Professor Doutor José Carlos Marques. BAURU – SP 2019 3 Cafeo, Marta Regina Garcia. Guerreiras ou Meninas: Análise das Representações das atletas Olímpicas na cobertura da Rio-2016 realizada pelo Jornal O Globo Rio / Marta Regina Garcia Cafeo, 2019. 265 f.: il. Orientador: José Carlos Marques Tese (Doutorado)–Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Bauru, 2019. 1. Representações sociais. 2. Atletas Olímpicas. 3. Gênero. 4. Jornalismo - Esportes. 5. Comunicação. I. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação. II. Título. 4 5 MARTA REGINA GARCIA CAFEO GUERREIRAS E MENINAS: ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DAS ATLETAS OLÍMPICAS NA COBERTURA DA “RIO 2016” REALIZADA PELO JORNAL O GLOBO - RIO Banca Examinadora: Presidente: Professor Doutor José Carlos Marques Instituição: FAAC, UNESP – Bauru Titular: Professora Doutora Eliza Bachega Casadei Instituição: Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Titular: Professor Doutor Ary José Rocco Junior Instituição: Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE/USP) Titular: Professora Doutora Caroline Kraus Luvizotto Instituição: FAAC, UNESP – Bauru Titular: Professor Doutor Maximiliano Martin Vicente Instituição: FAAC, UNESP – Bauru Bauru - SP 2019 6 Dedico este trabalho a todas as mulheres que lutaram e lutam, pela igualdade de gênero. 7 AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me dado a vida e ser a luz que me guia e fortalece, com saúde e sabedoria para seguir com minhas escolhas, permitindo que eu realize sonhos e possa continuar a trabalhar por aquilo em que acredito. A minha filha Caroline, um anjo em minha vida, que diariamente faz-me ser uma pessoa melhor. Agradeço por ter sonhado junto comigo e não me permitir desistir, por estar sempre presente me apoiando com o seu amor, carinho e paciência. O seu amor e a sua confiança são os pilares que me sustentam! A minha mãe Thereza, por compreender minhas ausências, me incentivar e apoiar em todos os momentos, e por ter me ensinado que o amor, a paciência e a gratidão são os valores essenciais nessa vida. Ao meu pai de coração Carlos (in memorian) que deixou essa vida durante a pesquisa desta tese e uma saudade eterna. Ao meu irmão Marco pelo carinho, bom humor, e pelo suporte para que eu pudesse finalizar a pesquisa. A minha avó Olivia, que me fortalece com sua fé e orações. Obrigada pelo carinho, amor e respeito que sempre me deram. Ao meu eterno amigo Marcos Cafeo, companheiro de muitos anos, que esteve presente na maior parte dessa trajetória me apoiando e incentivando em diversos momentos de alegrias e de tristezas. Meu muito obrigada! Ao meu orientador, o Professor Doutor José Carlos Marques, pelas orientações e ensinamentos durante toda minha trajetória na Unesp. Pela confiança no meu trabalho e por me fazer acreditar que era possível. Às professoras, Doutora Caroline Kraus Luvizotto e Doutora Eliza Bachega Casadei, pelas contribuições durante a banca de qualificação que foram fundamentais para ampliar os caminhos da pesquisa, e por terem aceitado o meu convite para continuarem a partilhar suas experiências na defesa. Aos professores Doutor Maximiliano Martin Vicente e Doutor Ary José Rocco Junior, membros da banca deste trabalho. Obrigada por todos os ensinamentos e pela amizade. 8 Aos professores do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação – UNESP/FAAC pelos conhecimentos compartilhados, amizade e ajuda no desenvolvimento do trabalho. Aos Funcionários da secretaria da Pós-graduação, em especial o Silvio e o Helder, sempre muito dedicados e prestativos. Às e aos colegas de curso, principalmente aos membros do Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol – GECEF, pelas trocas de experiências, em especial, à Noemi Bueno, Neide Carlos e Roberta Brondani pelos anos de convivência, por compartilhar os aprendizados, pela ajuda com pesquisa e pela solidariedade nos momentos difíceis dessa caminhada, mas também por todas as alegrias que vivenciamos juntas. Admiração eterna por essas mulheres! À Faculdade Anhanguera de Bauru, em especial ao Diretor Fábio Venegas, que me incentivou nos momentos difíceis e generosamente compreendeu minhas ausências. Aos amigos, Coordenadores de curso, agradeço a parceria e por todos os desafios que superamos juntos ao longo de todos esses quatro anos. Aos Professores e Funcionários da Faculdade Anhanguera agradeço a amizade e empenho na busca constante de uma educação transformadora. À revisora Zélia Mendonça, que com seu trabalho e competência me auxiliou na finalização desta pesquisa. A todos os meus queridos alunos, desses quinze anos de docência no Ensino Superior que tive o privilégio de compartilhar sonhos e conquistas. Vocês se fazem presente nesse trabalho! Agradeço a todas as mulheres atletas que, por meio de suas histórias de lutas e conquistas, me permitiram realizar essa pesquisa e compreender melhor os problemas de gênero. Por fim agradeço a Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho, campus de Bauru, por oportunizar mais esta etapa em minha vida profissional e pessoal, que me transformou como mulher, permitindo-me uma nova forma de ver e viver no mundo e de entender os processos da comunicação na sociedade. Minha eterna Gratidão! 9 Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher. Lya Luft 10 RESUMO A tese teve como objetivo analisar as representações sociais das mulheres olímpicas brasileiras e estrangeiras, a partir das capas do jornal O Globo Rio e do Caderno Especial Rio 2016, durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. A participação das mulheres na Rio 2016 foi um destaque, representando 46% dos atletas inscritos, o maior número de mulheres na história dos jogos, e suscitou vários debates sobre igualdade de gêneros. Vários estudos demonstraram que a cobertura esportiva da mídia tende a privilegiar os homens atletas em detrimento das mulheres, e que as atletas costumam ser muito mais retratadas por sua aparência, roupas e vida pessoal em reportagens sobre esportes, do que pelos seus feitos no esporte. A pesquisa apresenta revisão bibliográfica dos estudos de gênero e representações sociais das mulheres; do jogo como elemento da cultura, da dominação masculina no campo esportivo, história das mulheres nos esportes no Brasil e a trajetória das mulheres nas Olimpíadas. Como metodologia, utiliza-se da Análise Crítica do Discurso, para identificar as construções discursivas e as representações das atletas, nas capas do jornal O Globo e do Caderno Especial Rio 2016. Considera-se que a mídia tem um papel importante na construção de novas representações, oportunizando espaço para as mulheres atletas apresentarem sua inserção na prática de esportes. Os discursos da mídia ensejam uma análise de representações, significados e de aspectos simbólicos relativos às configurações de gêneros, pois carrega sentidos que expressam relações de poder, posições sociais e ideológicas, que impactam no empoderamento das mulheres. Hoje, apesar de a mulher ter tido várias conquistas na busca de seus espaços e direitos, e muito embora o discurso igualitário entre os gêneros esteja presente em diversas áreas como cultura, educação, legislação e esporte, as mudanças ainda são lentas quando se analisam as representações das mulheres na mídia de forma geral. No ambiente do esporte, não é diferente. Os resultados apontam que o jornal, nas suas capas, evitou o machismo e sexismo, presentes em diversas coberturas jornalísticas do esporte. As imagens das mulheres atletas foram apresentadas no contexto esportivo, sendo momentos de comemoração pela vitória ou medalha, e em outros durante a performance na competição. Por outro lado, foram identificadas diversas representações sociais, por meio das formações discursivas, que ora apresentam as mulheres atletas como guerreiras, ora como meninas. A visão androcêntrica ainda persiste no texto jornalístico, bem como a invisibilidade e a sub-representação de conquistas importantes para as mulheres atletas. Palavras-chave: Representações sociais; Atletas Olímpicas; Jornalismo - esportes, Gênero, Comunicação. 11 ABSTRACT The thesis was aimed at analyzing the social representation of Brazilian and foreign Olympic women from the covers of O Globo Rio newspaper and Rio 2016 Special Section during Rio 2016 Olympic Games. The participation of women in Rio 2016 was a highlight, representing 46% of registered athletes, the largest number of women in the history of games, and has sparked several debates on gender equality. Several studies have shown that sports media coverage tends to favor male athletes rather than female ones, and athletes
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