Rafael da Silva Noleto Poderosas, divinas e maravilhosas: o imaginário e a sociabilidade homossexual masculina construídos em torno das cantoras de MPB. Dissertação de Mestrado Belém, Pará 2012 Rafael da Silva Noleto Poderosas, divinas e maravilhosas: o imaginário e a sociabilidade homossexual masculina construídos em torno das cantoras de MPB. Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cristina Donza Cancela. Belém, Pará 2012 Poderosas, divinas e maravilhosas: o imaginário e a sociabilidade homossexual masculina construídos em torno das cantoras de MPB. Rafael da Silva Noleto A Banca Examinadora dos trabalhos de Dissertação de Mestrado, em sessão pública realizada em _______ de __________________ de ________ considerou o candidato Rafael da Silva Noleto __________________________. _____________________________________ Prof.ª Dr.ª Cristina Donza Cancela (Orientadora – UFPA) _____________________________________ Prof.ª Dr.ª Laila Andresa Cavalcante Rosa (Examinadora Externa – UFBA) _____________________________________ Prof. Dr. Ernani Chaves (Examinador Interno – UFPA) _____________________________________ Prof.ª Dr.ª Jane Felipe Beltrão (Examinadora Suplente - UFPA) Dedico esta dissertação à minha mãe, Humbertina, de quem herdei a coragem; ao meu pai, Pedro, de quem herdei a música; ao Marcus Negrão, por continuar iluminando meus sonhos; ao Ronald Bergman (in memorian), por me mostrar outras “músicas”; à Gal Costa, que me ensinou a cantar; a Jorge Amado, Nelson Rodrigues e Claude Lévi- Strauss, por me ensinarem a escrever; a todos os fãs de todas as cantoras, por me ensinarem a respeitar. “Como a matemática ou a música, a etnografia é uma das raras vocações autênticas. Podemos descobri-la em nós, ainda que não nos tenha sido ensinada por ninguém” (Lévi-Strauss 1996 [1955]: 53). AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus e às “deusas” que possibilitaram a existência deste trabalho. Sou imensamente grato a todos os “meninos” que aceitaram fazer parte, na condição de meus interlocutores, desta pesquisa. Sintam-se homenageados! À minha mãe, Humbertina, por ser meu anjo da guarda incondicional e por compreender, ao seu modo, a necessidade deste árduo processo de reflexão intelectual ao qual me submeti. Ao Marcus Negrão por ser o maior guardião de meus segredos, de meus sonhos, inseguranças, verdades, mentiras, planos e desvarios. Agradeço pelas contribuições inestimáveis a muitas reflexões que tive ao longo de toda a concepção deste texto e, sobretudo, pelo companheirismo de tantos anos, pela paciência inesgotável e por sua predisposição a tornar melhor toda e qualquer experiência de vida. À minha orientadora, Cristina Donza Cancela, pelo frescor sagitariano e pela competência antropológica tão necessários para a produção de um trabalho desta natureza; pelos desafios que me estimulou a encarar; pelo respeito à minha liberdade de pensamento e por ser minha “iniciadora” neste mundo dos estudos de gênero e sexualidade. À Edna Alencar por ter me apresentado a Antropologia Social vista por seus olhos, pelo interesse que manteve, desde que nos conhecemos, por minha pesquisa e, finalmente, pelas contribuições (e muitas sugestões bibliográficas) relevantes em minha banca de qualificação e nos diálogos em sala de aula. Ao Ernani Chaves pelas contribuições na banca de qualificação deste trabalho, pelo entusiasmo em relação ao progresso desta pesquisa, por ter me apresentado ao universo analítico de Michel Foucault e, obviamente, por suas observações sempre bem humoradas em nossas conversas pelos corredores da Universidade. À Laila Rosa, amiga querida e etnomusicóloga “antenada” aos debates contemporâneos sobre gêneros e sexualidades, por ter aceitado o convite para avaliar este trabalho, pelas preciosas dicas bibliográficas ao telefone e pela doce companhia na Festa de Iemanjá, em Salvador. À Laura Moutinho, com quem dividi algumas certezas e inseguranças. Sou grato pelos diálogos produtivos e pela leitura atenciosa (e qualificada) de fragmentos do meu trabalho quando ele ainda estava em processo de construção. À Jane Beltrão pelos valiosos ensinamentos metodológicos e pela atenção criteriosa dada à forma de construir textos antropológicos. À Denise Schaan, atual coordenadora do curso, por me proporcionar o conhecimento de outros fascinantes campos da Antropologia. À Lívia Negrão, minha orientadora na graduação em Música, amiga queridíssima, por ter me mostrado o universo – com o qual hoje tenho total identificação – da Antropologia. À Eliana Câmara Cutrim, professora na graduação, amiga, “mãe” e grande pianista com quem tive o privilégio de dividir o palco tantas vezes, sou grato pela torcida sincera e por toda a sua ajuda no início de minha vida profissional. À Valdecíria Lamêgo, minha professora na graduação e chefe imediata em meu trabalho na Universidade do Estado do Pará, pela generosa compreensão canceriana em relação a todas as minhas ausências. Aos colegas de trabalho Mauro Reis, Thanissy Valles, Leide Moraes, Shirlene Gaia e Jean Gomes por “segurarem a onda” durante minhas ausências. À Luciana Ribeiro da Cruz (mais conhecida como “a apegada a Iemanjá”), amiga para todas as horas, por ter me ajudado em importante etapa de minha vida durante este processo de conquistas e por ouvir um pouco dos meus sonhos. Agradeço ainda ao Gerson Neto, esposo de Luciana, por concordar com tudo isso. À Ana Maria Castro, minha professora na graduação e amiga pessoal, por ceder seu recanto em Salvador para que eu participasse de dois congressos importantes para minha formação intelectual. Ao Paulo Murilo Guerreiro do Amaral, por ter participado, indiretamente (mas fundamentalmente), do meu processo de ingresso na Pós-Graduação em Antropologia e por ter me apresentado alguns dos interlocutores com quem convivi durante o trabalho de campo que rendeu esta etnografia. Ao Ramon Reis, jovem antropólogo e amigo, por ter participado de forma tão próxima deste meu processo de formação, compartilhando leituras, impressões e ouvindo meus êxitos e queixas. Ao Edyr Batista de Oliveira Júnior, meu primeiro amigo neste programa de Pós- Graduação, que, sendo “filho” da mesma orientadora, compartilhou comigo algumas experiências e disciplinas em comum. À Manuela Corral, também “filha” da mesma orientadora, por “viajar” comigo em direção à Alta Birmânia. Ao Milton Ribeiro da Silva Filho, pelas conversas super produtivas e dicas de leitura em nossos encontros apressados pelos corredores da UFPA. A Milena Claudino, por me apresentar a um dos interlocutores presentes nesta pesquisa. À Cláudia Melo por me proporcionar agradáveis momentos de conversa antes e depois das aulas de Antropologia e também por deixar nossas salas mais limpas e mais aconchegantes para as nossas aulas. À Cléo Ferreira, secretária deste Programa de Pós-Graduação, por nossos diálogos engraçadamente sem nexo em nossa convivência cotidiana. A todos os colegas de curso, por transformarem este “rito de passagem” numa experiência mais agradável. Poderosas, divinas e maravilhosas: o imaginário e a sociabilidade homossexual masculina construídos em torno das cantoras de MPB. Resumo Esta pesquisa aborda, sob o ponto de vista da Antropologia, o imaginário e a sociabilidade homossexual que são construídos em torno das cantoras pertencentes à Música Popular Brasileira. Dessa forma, este trabalho se dedica a analisar quais os significados subjacentes às noções de “poder”, “divindade” e “glamour” frequentemente atribuídas por fãs homossexuais às cantoras brasileiras de sua preferência. Este texto etnográfico aborda ainda outros aspectos relativos à construção de processos de performatividade de gênero e às relações de caráter afetivo, sexual e social que estes fãs homossexuais desenvolvem a partir do compartilhamento de um gosto musical em comum por cantoras. Palavras-chave: Homossexualidade masculina; Cantoras brasileiras; Música Popular Brasileira. Powerful, divine and wonderful: male homosexual’s imaginary and sociability built around the brazilian female singers of MPB. Abstract This research addresses, from the point of view of Anthropology, the imaginary and the homosexual sociability that are built around the female singers belonging to Brazilian Popular Music. Thus, this work focuses on analyzing the meanings that underlying notions of "power", "divinity" and "glamour", often attributed by gay fans to your favorite brazilian female singers. This ethnographic text also addresses other aspects related of the process of a gender performativity construction and the affective, social and sexual relationship that gay fans develop from the sharing of musical tastes in common for female singers. Key-words: Male homosexuality; Brazilian female singers; Brazilian popular music. Lista de Figuras Figura 1: Localização geográfica do Parque da Residência ......................................... 239 Figura 2: Localização geográfica da Estação das Docas. ............................................. 240 Figura 3: Trajeto da Transladação e do Círio de Nazaré. ............................................. 241 Figura 4: Trajeto entre a casa de meus interlocutores e a Praça da República. ............ 242 Figura 5: Trajeto feito para acompanhar a Transladação. ............................................ 243 Figura 6: Local de realização da Festa da Chiquita. ..................................................... 244 Figura 7: Bolo de aniversário com imagem de Fafá de Belém.
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