Pós-Produção De Som E Sound Design No Cinema

Pós-Produção De Som E Sound Design No Cinema

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI MAURICIO DE CARO ESPOSITO CRIANDO O MUNDO COM SONS: Pós-produção de Som e Sound Design no Cinema SÃO PAULO 2011 MAURICIO DE CARO ESPOSITO CRIANDO O MUNDO COM SONS: Pós-produção de Som e Sound Design no Cinema Dissertação de Mestrado apresentada à Banca Examinadora, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre do Programa de Mestrado em Comunocação com área de concentração em Comunicação Contemporânea da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação do Prof. Dr. André Gatti SÃO PAULO 2011 E79c Esposito, Maurício de Caro Criando o mundo com sons: pós-produção de som e sound design no cinema / Maurício de Caro Esposito. – 2011 117f. : il. ; 30 cm. Orientador: André Piero Gatti Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2011. Bibliografia: f.83-91. 1. Comunicação. 2. Cinema. 3. Som. 4. Sound design. 5. Audiovisual. 6. Processo criativo. I. Título. CDD 302.2 MAURICIO DE CARO ESPOSITO CRIANDO O MUNDO COM SONS: Pós-produção de Som e Sound Design no Cinema Dissertação de Mestrado apresentada à Banca Examinadora, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre do Programa de Mestrado em Comunocação com área de concentração em Comunicação Contemporânea da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação do Prof. Dr. André Gatti Aprovado em ___/___/___ ______________________________________ Prof. Dr. André Piero Gatti ______________________________________ Prof. Dr. Gelson Santana ______________________________________ Prof. Dr. Eduardo Vicente DEDICATÓRIA A minha mãe, pela insistência e dedicação AGRADECIMENTOS Agradeço ao professor André Gatti, meu orientador, pela paciência e dedicação que foram necessárias para relização deste trabalho. Aos docentes do Mestrado em Comunicação e, também, da Escola de Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi, que muito me incentivaram e me ajudaram na condução desta pesquisa. A minha esposa Fabiana Esposito, principalmente, pelo amor, força e compreensão por meus momentos de ausência. Ao Alessandro Laroca e ao Professor Doutor Eduardo Santos Mendes pela inestimável colaboração na pesquisa. A Universidade Anhembi Morumbi pela bolsa oferecida que proporcionou o meu aprimoramento acadêmico profissional. RESUMO A dissertação procede a uma investigação do processo de pós-produção de som para cinema, relata o termo “sound design” criado por Walter Murch, bem como a trajetória de Alessandro Laroca e a análise dos sons da primeira sequência do filme Tropa de Elite 2, através de bibliografia especializada. Palavras-chave: cinema, som, sound design, audiovisual, processo criativo, brasileiro, norte-americano ABSTRACT The paper proceeds with an investigation of the process of post-production sound for film, says the term "sound design" created by Walter Murch and the trajectory of Alessandro Laroca and analysis of the sounds of the first sequel to the film Tropa de Elite 2, through literature. Key words: cinema, sound, sound design, audiovisual, creative process, Brazilian, North America LISTA DE FIGURAS Figura 1 ........................................................................................................... 20 Figura 2 ........................................................................................................... 38 Figura 3 ........................................................................................................... 38 Figura 4 ........................................................................................................... 39 Figura 5 ........................................................................................................... 55 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11 1. Eu e o Som ........................................................................................... 14 2. Pós-produção de som em filmes .......................................................... 17 2.1. Captação de som ....................................................................... 21 2.2. Edição de Diálogo ..................................................................... 30 2.3. Foley Art ……………………………………………………………. 37 2.4. Efeitos ………………………………………………………………. 43 2.4.1. Ambientes ………………………………………………... 43 2.4.2. Hard – Effects ……………………………………………. 46 2.4.3. Sound – Effects ........................................................... 48 2.5. Mixagem de som para cinema .................................................. 54 3. Sound Designer, o legado de Murch, uma busca...mas não uma realidade ............................................................................................... 57 4. Alessandro Laroca: O homem Sonoro ................................................ 65 5. Análise da primeira sequencia do filme Tropa de Elite 2 (2010) .......... 77 CONCLUSÃO .................................................................................................. 82 REFERÊNCIAS................................................................................................ 83 GLOSSÁRIO ................................................................................................... 92 ANEXO 1 ........................................................................................................... 103 ANEXO 2 ........................................................................................................... 113 INTRODUÇÃO A motivação por esta pesquisa se deu pelo amor a engenharia de áudio, minha primeira grande paixão, em 1998 estabeleci meu primeiro contato com o cinema, como editor de som em um longa metragem, naquela época a única ferramenta que dispunha era a minha experiência com gravação e mixagem de peças fonográficas, um mundo bem distante da sétima arte. Não tinha a menor ideia como se editava o som de um filme, o que me fez buscar em literatura americana, como fazê-lo. Assim que comecei o trabalho me deparei com vários obstáculos, falta de experiência, metodologia de trabalho, banco de sons, mas ao longo do processo fui me apaixonando pela “sonorização de imagens”. Naquele filme ficou claro a relação do diretor com o som do filme, ao término do trabalho, fui chamado e me foi indagado: “sonoriza o filme pra mim, ok?” Como para mim tudo era muito novo, aceitei o desafio e fui adiante, um auto-didata na “sonorização de imagens”, termo muito apropriado para este projeto, pois tudo foi sonorizado sem nenhum profundo conhecimento. Minha primeira busca logo ao término desta primeira experiência, foi a de estudar a técnica utilizada pelos editores americanos, como a bibliografia em língua inglesa sempre foi mais vasta, foi em cima dela que me ancorei. Como minha experiência sempre esteve relacionada ao áudio e não ao cinema, os filmes de ação americanos sempre me chamaram a atenção pela qualidade de gravação, edição e mixagem de áudio. Eu que venho da gravação e mixagem de peças musicais, sempre fui ensinado a buscar a melhor maneira de captação de um instrumento, usando técnicas de microfonação, aliado ao uso de pré-amplificadores de microfone da mais alta qualidade, somando a isso uma gama de conhecimentos de acústica e física do som. Nos últimos anos, o que venho estudando é como os grandes cineastas fizeram o uso criativo do som em seus filmes, e porque muitos diretores não conseguem definir e discutir o uso criativo do som no inicio, no momento de elaboração do roteiro. 11 Esta discussão não vem de hoje, vários teóricos e editores de som já se manifestaram em relação a este assunto, apontando e explicando como o som pode ser utilizado de forma a ser parte importante da narrativa cinematográfica. No inicio de minhas conversas com meu orientador expus a vontade de me aprofundar no cinema estadunidense que tem um grande apelo sonoro, principalmente, nos filmes de ação. Onde está a grande indústria cinematográfica e os melhores profissionais na área de áudio para cinema, mas como a realidade do trabalho norte-americano é muito distante da nossa, fui encorajado a buscar filmes brasileiros que tivessem uma conexão com o que mais me agradava nos filmes americanos. A busca pelo melhor som. Assim que comecei a estudar textos indicados pelos professores que ministram aulas no mestrado, fui descobrindo o real valor do som, não o som de mero acompanhamento, de redundância, mas a busca pelo o som já no roteiro, criando um teia de conexões sendo impossível a sua desassociação. Atualmente me considero um grande entusiasta dos grandes sons, mas uma coisa mudou, o meu conceito de som de um filme, busco o conceito sonoro em filmes que trabalho. Como sou fã da forma de trabalho dos americanos, busquei uma equipe que trabalhasse da mesma maneira, então fui atrás dos filmes com maior apelo sonoro, filmes como Cidade de Deus (2002), de Fernando Meireles e Tropa de Elite (2007), de José Padilha. Após o exame de qualificação fui orientado a escolher o filme nacional Tropa de Elite 2, (ANO) também do diretor José Padilha, editado pela equipe de Alessandro Laroca. Outra motivação se dá pelo fato desta equipe trabalhar muito próximo a metodologia americana. No primeiro capítulo da minha dissertação, busco detalhar o processo de produção da banda sonora, independente do gênero, o que busco é explicar a metodologia usada pelo cinema americano com base em bibliografias estrangeiras, dissertações de mestrado, teses de doutorado e também obras cinematográficas onde o som tem função narrativa. No segundo capitulo, pretendo diferenciar o termo sound design criado por Walter Murch, além de exemplificar o processo criativo

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