CAPA_press_paths.indd 1 2/15/19 4:44 PM Book_CITCEM.indb 2 2/1/19 10:07 AM HISTÓRIA DA ARQUITETURA PERSPETIVAS TEMÁTICAS COORD. MANUEL JOAQUIM MOREIRA DA ROCHA Book_CITCEM.indb 3 2/1/19 10:07 AM Título: História da Arquitetura – Perspetivas Temáticas Coordenação: Manuel Joaquim Moreira da Rocha Comissão Científica: José César Vasconcelos Quintão (CEAU/FAUP), Manuel Joaquim Moreira da Rocha (CITCEM/FLUP), Susana Matos Abreu (CEAU) Design gráfico: Helena Lobo Design | www.hldesign.pt Imagem da capa: Palácio-Convento de Mafra. Foto de Sofia Vechina. Edição: CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória Via Panorâmica, s/n | 4150-564 Porto | www.citcem.org | [email protected] Depósito Legal: 451839/19 ISBN: 978-989-8351-93-7 DOI: https://doi.org/10.21747/9789898351937/his Porto, novembro de 2018 Impressão e acabamento: Sersilito – Empresa Gráfica, Lda. | www.sersilito.pt Trabalho cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI) e por fundos nacionais através da FCT, no âmbito do projeto POCI-01-0145-FEDER-007460. CITCEM_MANUAL_01_v02.indd 4 2/19/19 4:16 PM SUMÁRIO INTRODUÇÃO 7 Manuel Joaquim Moreira da Rocha ARQUITETURA CIVIL 13 A Casa da Câmara e o Paço do Concelho de Guimarães (séculos XVII e XVIII) 15 António José de Oliveira A Escadaria de Aparato no palácio portuense do século XVIII 41 Augusto Cardoso A casa nobre no concelho de Ponte de Lima: estruturas, vivências e estratégias de afirmação 51 Maria Amélia da Silva Paiva Trajetos da arquitetura civil na cidade do Porto do século XIX à primeira metade do século XX 63 Nuno Ferreira, Manuel Joaquim Moreira da Rocha O Solar dos Bertiandos: uma casa nobre limiana 85 Silvana Vieira de Sousa ARQUITETURA RELIGIOSA 93 Arquiteturas ideais para espaços sacros (estudo do projeto de Carlos Gimac para a igreja e coro do Mosteiro de Arouca) 95 Manuel Joaquim Moreira da Rocha Caracterização tipológica das fachadas das igrejas paroquiais da antiga comarca eclesiástica da Feira (séculos XVII-XX) 125 Sofia Nunes Vechina ARQUITETURA MILITAR 167 Reais hospitais militares em Portugal: arquitetura, património e arte 169 Augusto Moutinho Borges A fortificação no contexto da cultura arquitetónica portuguesa entre os séculos XVI e XVIII: uma leitura geral 189 Margarida Tavares da Conceição 5 Book_CITCEM.indb 5 2/1/19 10:07 AM HISTÓRIA DA ARQUITETUra - PerSPETIVAS TEmáTicAS CIDADES E EQUIPAMENTOS 213 Fachada-Frontispício versus Fachada-Aparência 215 José César Vasconcelos Quintão Reflexiones Sobre la vivienda burguesa en la Barcelona de 1900 a través de los programas decorativos de sus fachadas 229 María Victoria Álvarez Rodríguez Equipamentos de abastecimento de água na cidade do Porto: alguns exemplos de manaciais, fontes e chafarizes 243 Diogo Emanuel Pacheco Teixeira Modos de habitar uma Vila Balnear 263 Gustavo Duarte Vasconcelos Equipamentos da cidade moderna dos Almadas 289 Lília Paula Teixeira Ribeiro A habitação urbana na Época Moderna – modos de habitar. A cidade de Viseu como estudo de caso 307 Liliana Andrade de Matos e Castilho PRODUTORES E CLIENTELAS 325 «Arquitecto, do Officio de Mestre das Obras». A introdução do título de arquiteto em Portugal: ambiguidades de uma questão em aberto – Parte I 327 Susana Abreu 6 Book_CITCEM.indb 6 2/1/19 10:07 AM INTRODUÇÃO MANUEL JOAQUIM MOREIRA DA ROCHA 1. HistÓRia DA ARQUitetURA. PERspetivas TEMÁticas A História da Arquitetura teve início quando o Homem construiu sobre a Terra marcos para delimitação de espaços. Com engenho e arte construiu arquiteturas di- versas, através das quais se foi apropriando do território, definindo um novo espaço tangível e dando significado referencial e identitário ao espaço que habitava. Desta cronologia mais recuada são poucos os vestígios sobre espaços destinados para habitação — as casas. Foram sobretudo as arquiteturas funerárias — antas, mamoas, menires e cromeleques — com função e significado espiritual (simbólico) as que mais resistiram ao Tempo. Eram estruturas robustas e sólidas construídas para permane- cerem no Tempo Longo cuja necessidade se sobrepunha às frugalidades socias do quotidiano. Essas arquiteturas que perduraram revelam práticas culturais e espirituais enraizadas e, acima de tudo, um significado concreto que confere sentido e coesão ao grupo humano. Encontramos já nessas arquiteturas muito antigas a utilização de alguns elementos fundamentais da arte de construir: muros; suportes, abobadas; corredores, vãos; fa- chada; lintéis. No momento que nos cruzamos no primeiro capítulo da História da Arquitetura, já estes elementos faziam parte do código construtivo e foram utilizados pelos ancestrais construtores com a propriedade de quem conhece a função de cada um destes elementos, e o entendimento que da conjugação de uns e outros surgia o espaço construído e o programa arquitetónico. 7 Book_CITCEM.indb 7 2/1/19 10:07 AM HISTÓRIA DA ARQUITETUra - PerSPETIVAS TEmáTicAS Depois surgiu a casa familiar e a muralha que limitava o espaço da cidade. A muralha delimitava o espaço habitado pela comunidade e garantia segurança física às pesso- as e aos seus pertences. Dentro da muralha ficavam as casas de habitação e todas as estruturas arquitetónicas que legitimavam essa organização social fortemente hierar- quizada. E no espaço intramuros definiram-se as ruas e as praças que facilitavam a organização, circulação e fruição desse espaço habitacional coletivo. Nomadismo e sedentarismo tornaram-se realidades distintas. E partir daqui desenvolveu-se a cidade como o mais complexo equipamento arquitetónico construído pelo Homem. Foi-se destacando o especialista que pelo domínio dos conhecimentos técnicos orientava o estaleiro da obra. Desse percurso técnico-científico emergiu a figura do arquiteto como artista, cujo perfil foi identificado no século I a. C., por Vitrúvio no texto que escreveu em 10 volumes e que designou De Architectura. Nos séculos XV e XVI foram elaborados vários textos que renovaram a teoria e prática da Construção e surgiu a Tratadística que teve desenvolvimento nos séculos seguintes e que influenciou o ensi- no e prática da Arquitetura em Portugal. A História da Arquitetura fundamenta-se no estudo dos objetos construídos, que fo- ram elaborados para usufruto do Homem em contexto individual ou coletivo. Destaca os objetos singulares que integram o melhor da construção produzida no espaço mun- dial, com assinatura de autor. Destaca também o estudo dos objetos arquitetónicos construídos através de conhecimentos técnicos que foram transmitidos por delegação pessoal de especialista. 2. JORNADA DE HistÓRia DA ARQUitetURA Consultando o Vocabulario Portuguez que Raphael Bluteau editou, em vários volumes e em língua portuguesa, no início do século XVIII1, por Jornada tanto se entendia o caminho percorrido por um humano num dia, como o tempo que um humano precisa para percorrer um caminho pré-definido entre dois referenciais: o ponto de partida e ponto de chegada. Lembro-me dos itinerários que as elites culturais da Europa medieval tinham como a Jornada por excelência: caminhos que conduziam a Santiago de Compostela ou os caminhos que levavam o «bom cristão», à terra Santa, a Jerusalém. Num outro contexto cultural posterior e quando a viagem passou a assumir-se como desafio de reconhecimento e de conhecimento individual emergiu o Grand Tour. D. João V fez todos os preparativos na planificação da sua Jornada pela Europa. Como rei de Portugal 1 Disponível para consulta indexada num meritório trabalho de acesso à informação produzido pela Universidade de S. Paulo: <http://www.brasiliana.usp.br/dicionario/edicao/1>. Para quem gostar de manusear o texto existe uma cópia digital, não indexada, na Biblioteca Nacional de Lisboa: <http://purl.pt/13969/4/>. 8 Book_CITCEM.indb 8 2/1/19 10:07 AM INTRODUÇÃO pretendia viajar «desconhecido». Partindo de Lisboa, atravessava a Espanha e dirigia- -se a França. O término da sua Jornada seria na Roma Papal. Depois regressava a Lisboa e completava-se o Tour de D. João V pela Europa. Com o mesmo sentido de reposta à interrogação, Goethe planeou demoradamente a sua viagem a Itália em finais do século XVIII. Uma viagem de pesquisa e com retorno ao ponto de partida. Jornada significa caminho. Um caminho sempre definido por dois referenciais basilares: o tempo e o espaço. É este o sentido das Jornadas de História da Arquitetura. No homem radica a função primordial da arquitetura. Construir abrigos e espaços referenciais. Do homem cultura extrai-se o conceito da arquitetura: construir espaços que satisfaçam as suas necessidades materiais e espirituais. O homem total, diferen- ciado pela geografia e pelo devir cronológico dos tempos que organizam a História. A história da arquitetura regista os objetos arquitetónicos que deram resposta eficaz a esse desiderato. Vitrúvio (século I a. C.) o primeiro teórico da história da arquitetura, acrescentou à função e à solidez da construção o conceito estético. Uma construção arquitetónica para além de satisfazer as necessidades do homem, deve ser sólida e ro- busta para subsistir às intempéries naturais e permanecer como referencial de valores imateriais do homem. E, além disso, para que a construção seja projeto de arquitetura deve ser agradável ao olhar e oferecer um diálogo de «prazer». Objetos que engros- sam a história da arquitetura. A história da arquitetura em Portugal está arrumada em três ciclos: medieval, mo- derna e contemporânea. Dentro de cada ciclo cronológico, a arquitetura em Portugal
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