GABRIELA PERECIN A CRIANÇA COMO RECEPTORA DA PRODUÇÃO TELEVISIVA: UM ESTUDO DE CASO DA SÉRIE “CASTELO RÁ-TIM-BUM”. ASSIS 2010 2 A CRIANÇA COMO RECEPTORA DA PRODUÇÃO TELEVISIVA: UM ESTUDO DE CASO DA SÉRIE “CASTELO RÁ-TIM-BUM”. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – Fundação Educacional do Município de Assis (IMESA/FEMA), como requisito do Curso de Comunicação Social – Jornalismo. Orientadora: Professora Doutora Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira. Área de Concentração: Ciências Sociais e Aplicadas ASSIS 2010 3 FICHA CATALOGRÁFICA PERECIN, Gabriela. A Criança como Receptora da Produção Televisiva: Um estudo de caso da série “Castelo Rá-Tim-Bum” / Gabriela Perecin. Fundação Educacional do Município de Assis – Fema: Assis, 2010. 67p. Orientadora: Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis 1. Produção Cultural para a Criança. 2. Castelo Rá-Tim-Bum CDD: 070 Biblioteca da FEMA 4 A CRIANÇA COMO RECEPTORA DA PRODUÇÃO TELEVISIVA: UM ESTUDO DE CASO DA SÉRIE “CASTELO RÁ-TIM-BUM”. GABRIELA PERECIN Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – Fundação Educacional do Município de Assis (IMESA/FEMA), como requisito do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, analisado pela seguinte comissão examinadora: Orientador:__________________________________________________________ ___ Analisador (1):__________________________________________________________ Assis 2010 5 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus 6 AGRADECIMENTOS Agradeço, À Deus pelo constante incentivo À minha avó Conceição que me ensinou a ler e que também sempre me incentivou de onde estivesse, porque “aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupéry). Pode ser que, sem ela, eu tenha apreendido a ler com alguma professora, mas com ela, garanto, foi muito mais proveitoso e divertido. À minha mãe Cidinha e ao meu pai Walter, por investirem nos meus estudos, por nunca deixarem de acreditar na minha dedicação e esforço, por me deixar escolher o curso que condiz com a minha vocação, ainda que o mundo diga o contrário. Especialmente para o meu pai que, não tendo a possibilidade de uma formação superior, conseguiu me proporcionar isso. Especialmente a minha mãe, por não ter conseguido terminar o seu curso de Letras. Essa vitória também é de vocês. Ao meu namorado Rafael, pois mesmo distante sempre me apoiou e não se esqueceu de dedicar um pouco do seu tempo a mim. Obrigada pelo companheirismo e carinho durante os quatro anos do curso e por me mostrar que na vida nada acontece sem esforço, pois é uma pessoa merecedora de tudo o que conquistou, sou feliz por fazer parte da sua vida. A minha sobrinha Duda, de 5 anos, por assistir “Castelo” comigo e responder a todas as minhas indagações sobre a sua forma de ver a série. “As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações. Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações” (Antoine de Saint-Exupéry). Com certeza, ela foi a minha principal e mais intensa pesquisa de campo. 7 Ás minhas amigas Hindianara e Nayara, pois “fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.” (Carlos Drummond de Andrade). Vou sentir falta das nossas risadas. À minha amiga Andréia e a minha irmã Iara, pois com elas posso dizer que vivifiquei o meu período de infância: roubamos frutas, brincamos na rua, andamos de bicicleta, pulamos corda e outras coisas que muitas crianças de hoje não fazem pela totalidade do tempo que a TV ocupa. Essa experiência foi fundamental para enxergar a importância deste trabalho. À minha orientadora Eliane Galvão, que em um dia de aula citou a obra Castelo Rá-Tim-Bum e encontrou uma aluna sedenta pelo tema e, que, desde esse dia, acreditou no meu trabalho e defendeu a causa junto comigo. Muito obrigada pela atenção, disponibilidade durante os quatro anos e por acreditar sempre nos seus alunos. À minha professora e banca neste trabalho, Alcioni Galdino, pela humildade e por estar sempre disposta a ajudar a todos que aparecem no seu caminho. Obrigada pela generosidade e carinho. 8 Segue o teu destino; Rega as tuas plantas; Ama as tuas rosas; O resto é a sombra; De árvores alheias. (Ricardo Reis) 9 RESUMO O presente trabalho elege como objeto de estudo a série televisiva O Castelo Rá- Tim-Bum. Objetiva-se analisar criticamente esse produto da TV Cultura, refletindo, a partir de leituras teóricas e de pesquisa de campo, sobre qual quadro e elementos existentes na série a torna atraente. Através da análise do conteúdo dessa produção televisiva, procura-se comprovar a hipótese de que, graças ao seu teor educativo, a série é uma produção emancipatória. Afastando-se do conteúdo típico de um programa produzido dentro da Indústria Cultural, no qual a criança torna-se consumidora dos produtos ofertados. Entende-se a TV não como mais um eletrodoméstico em casa, mas como um meio de comunicação de massa, capaz de formar opiniões de toda uma sociedade. E, nessa sociedade, existem crianças, incapazes, ainda, de compreender o mundo em que vivem. Palavras-chave: Produção Cultural para crianças; Castelo Rá-Tim-Bum 10 ABSTRACT The objective of research of the current work is the TV program named Castelo Rá-Tim-Bum. The purposal of this research is a cutical analysis of this program, considering it through theoretical readings and fiel researchs about which plots and elements of this program make it so attractive. Throughout the context‟s analysis of this TV production it is tried to prove that due to its educational context, this TV program is a production, been apart from the typical TV program of the Cultural Industry in which the child becomes a buyer of the advertised products. The TV set is seeing not only as one more appliance at home but as a mass communication device, able to set opinions in whole society and in this society there are children that are not able to comprehend the world where they live. Key-words: Cultural Production for children; Castelo Rá-Tim-Bum, Education TV. 11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12 CAPÍTULO 1 - ACESSO É PODER E O PODER É A INFORMAÇÃO 1.1 INDÚSTRIA CULTURAL ............................................................................ 16 1.2 A TV COMO INSTRUMENTO DE ALIENAÇÃO ......................................... 18 1.3 PROGRAMAS INFANTIS ............................................................................ 20 1.3.1 Modelo Apresentadora/Desenhos/Auditório x Séries com Núcleo Dramático ......................................................................................................... 21 1.4 TV CULTURA E SUA RELAÇÃO COM AS CRIANÇAS ............................. 24 CAPÍTULO 2 – POR QUE PENSAR A CRIANÇA? 2.1 A RECEPÇÃO INFANTIL ............................................................................ 27 2.2 O IMPACTO DA PUBLICIDADE NAS CRIANÇAS ..................................... 28 CAPÍTULO 3 - ”CASTELO RÁ-TIM-BUM” – ENTRE BRUXOS, ENTRETENIMENTO E EDUCAÇÃO 3.1 FICHA TÉCNICA ......................................................................................... 35 3.2 ELEMENTOS CATIVANTES DA SÉRIE ..................................................... 38 3.3 RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO ................................................. 46 3.4 FOTOGRAMAS DOS QUADROS MAIS ACEITOS .................................... 48 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 60 ANEXOS ................................................................................................... 64 12 INTRODUÇÃO Segundo o Ibope, crianças de quatro a 11 anos passam quatro horas e meia por dia assistindo a TV no Brasil, o que resulta em 34 horas por semana, 136 horas por mês, 1768 horas por ano. Ao todo, somam quatro anos, o tempo em que um adolescente de 17 anos passou diante da TV. Dados alarmantes para uma vasta programação existente, hoje, na TV brasileira, às vezes, inapropriada para crianças. De acordo com Vygotsky, “certos pensamentos não podem ser comunicados às crianças, mesmo que elas estejam familiarizadas com as palavras necessárias. Pode ainda estar faltando o conceito adequadamente generalizado que, por si só, assegura o pleno entendimento” (Apud MAGALHÃES, 1996, p. 5). Em 1991, por meio de um acordo entre a Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) e o MEC (Ministério da Educação), reduziu-se a obrigatoriedade de programação educativa de cinco horas semanais para dois programas de 20 minutos, nos sábados e domingos. O que dificulta ainda mais a necessidade de uma programação educativa. Como cita Cláudia Croitor, dirigindo-se aos pais: Quer que seus filhos assistam a algo educativo na televisão? Então coloque o despertador para tocar por volta das 5h de sábado e domingo. É nesse horário que é exibido o que consta de programação das emissoras de TV aberta como „programa educativo‟. Não há lei que determine o que é um programa educativo nem que regulamente a inclusão dessas atrações na programação das emissoras (Apud CARNEIRO, 2002, p.2). Neste trabalho, parte-se do pressuposto de que não basta existir uma lei que obrigue as emissoras a
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