Dicionário De História De Pelotas.Pdf

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Reitoria Reitor: Pedro Rodrigues Curi Hallal Vice-Reitor: Luis Isaías Centeno do Amaral Chefe de Gabinete: Aline Elias Lamas Pró-Reitor de Graduação: Maria de Fátima Cóssio Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Flávio Fernando Demarco Pró-Reitor de Extensão e Cultura: Francisca Ferreira Michelon Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Otávio Martins Peres Pró-Reitor Administrativo: Ricardo Hartlebem Peter Pró-Reitor de Infra-estrutura: Julio Carlos Balzano de Mattos Pró-Reitor de Assuntos Estudantis: Mário Renato de Azevedo Jr. Pró-Reitor de Gestão Pessoas: Sérgio Batista Christino Conselho Editorial Representante das Ciências Agronômicas: Guilherme Albuquerque de Oliveira Cavalcanti (Titular), Cesar Valmor Rombaldi (suplente) e Fabrício de Vargas Arigony Braga (suplente) Representantes da Área das Ciências Exatas e da Terra: Adelir José Strieder (titular) e Juliana Pertille da Silva (suplente) Representante da Área das Ciências Biológicas: Raquel Ludke (suplente) Representante da Área das Engenharias e Computação: Darci Alberto Gatto Representantes da Área das Ciências da Saúde: Claiton Leoneti Lencina (titular) e Giovanni Felipe Ernst Frizzo (suplente) Representante da Área das Ciências Sociais Aplicadas: Célia Helena Castro Gonsales Representante da Área das Ciências Humanas: Charles Pereira Pennaforte e Guilherme Camargo Massaú (suplente) Representantes da Área das Linguagens e Artes: Josias Pereira da Silva (titular) e Maristani Polidori Zamperetti (suplente) NOTA À TERCEIRA EDIÇÃO Passados 7 anos do lançamento da 1ª edição do Dicioná- rio da História de Pelotas, já era o momento de publicá-lo em versão digital, dando maior visibilidade e facilidade de acesso à obra. O conteúdo que o leitor encontrará não foi modificado, até porque não encontramos (nas duas edições) reparos a realizar. Com a divulgação on-line e gratuita, interessa-nos que um maior número de pessoas possa conhecer estudos diversos, de especialis- tas nas temáticas abordadas. Ainda, que os professores do ensino fun- damental, que ministram o conteúdo de História de Pelotas, analisem o material aqui divulgado e possam abordá-lo com seus alunos, tornando a História mais instigante e problematizadora. Uma boa leitura a todas e todos. 3 APRESENTAÇÃO No ano de 2005 iniciamos o projeto intitulado "Dicioná- rio sobre a História de Pelotas". A ideia surgiu tendo em vista toda a produção existente no campo da História, especialmente vinculada a monografias, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses, que discutiam a cidade e as pessoas que nela habitavam ou que por aqui passavam. A concepção era ousada e tinha como meta aglutinar os estudos dos principais especialistas sobre temas diversos. Dessa forma, foram 5 anos de trabalho intenso ao se convidar e definir como seriam tratados os verbetes por 36 profissionais e 14 estudantes, hoje formados e atuando. De todos os projetos de pesquisa desenvolvidos pelo Nú- cleo de Documentação Histórica da UFPel este foi, sem sombra de dú- vida, o que mais envolveu a todos e também o que deixou mais saudade. O tempo mudou muito de lá para cá: Mario nos deixou; a Beatriz se aposentou, mas a lembrança daquele tempo de trabalho e troca, nos animou a publicar uma nova edição do Dicionário, em versão digital, para torná-la ainda mais acessível. O conteúdo não foi alterado com relação às duas edições anteriores, até porque foi um trabalho gestado e concebido por três professores, em um determinado momento de suas trajetórias. Possivelmente alguns verbetes poderiam ter outras infor- mações tendo em vista pesquisas recentes realizadas, mas imaginamos que o conteúdo do livro apresenta alguns caminhos interessantes para se pensar a pesquisa histórica, bem como um ensino que leve em conta uma abordagem mais crítica. Esperamos que tenham uma ótima leitura, que divulguem o livro, o utilizem em suas pesquisas e proponham abordagens para temas sobre os quais sempre haverá novas possibilidades de se pensar. Pelotas, setembro de 2017. Lorena Almeida Gill 4 Advertência aos leitores: Os verbetes estão assinados e se procurou intervir o mínimo possível em sua redação e nos dados que os integram, levando em conta que foram feitos por especialistas e que a assina- tura implica em responsabilidade pela sua escrita. Entende-se, entretanto, que eventuais incorreções poderão acontecer, embora sendo raras, pois se tomou o cuidado, em caso de dúvida, de conferir o material com o colaborador. Alguns verbetes preservaram a ortografia original, mesmo desatualizada, em casos de nomes próprios, associações ou empresas. As expressões em negrito, no corpo do texto, têm o objetivo de remeter o leitor ao respectivo verbete. 5 Direção João Luis Pereira Ourique Editor-Chefe Seção de Pré-Produção Isabel Cochrane Administrativo Seção de Produção Gustavo Andrade Filiada à A.B.E.U. Administrativo Anelise Heidrich Rua Benjamin Constant, 1071 - Porto Revisão Pelotas, RS - Brasil Ingrid Fabiola Gonçalves Fone +55 (53)3227 8411 Editorial Designer [email protected] Seção de Pós-Produção Morgana Riva Assessoria Madelon Schimmelpfennig Lopes Administrativo Paulo Luiz Crizel Koschier Daniel Giannechini Catalogação na Publicação: Bibliotecária Leda Lopes – CRB-10/2064 D545 Dicionário de História de Pelotas [recurso eletrônico] / Beatriz Ana Loner, Lorena Almeida Gill, Mario Osorio Magalhães, [organizadores]. 3. ed. – Pelotas: Editora da UFPel [ FAU - Fundação de Apoio Universitário] 2017. 295 p. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/3466 ISBN: 978-85-517-0016-7 1. Dicionário. 2. História de Pelotas. 3. Rio Grande do Sul. 4. História. I. Loner, Beatriz Ana, org. II. Gill, Lorena Almeida, org. III. Magalhães, Mario Osorio, org. IV. Título. CDD 981.657003 Dicionário de História de Pelotas [A] Chafariz das Nereidas, Praça Coronel Pedro Osório (detalhe). 7 Dicionário de História de Pelotas [A] bolição. O processo de Abolição no Estado gaúcho teve início com a criação da Sociedade Partenon Literário, em 1868, na cidade de PortoA Alegre. Embora fosse uma associação literária, o Partenon possuía preocupações abolicionistas, tendendo para a ideia de uma abolição gradual e dedicando-se à propaganda da causa. Na década de 1880, a luta contra a instituição escravista alastrou-se por todo o país, com o surgi- mento de várias associações e a disseminação das ideias antiescravistas, formando uma opinião pública que condenava a escravidão e horroriza- va-se com as crueldades impostas aos cativos. A imprensa, em variados matizes, passou a combater a escravidão através de artigos, propostas abolicionistas e denúncias de maus tratos ou escravização ilegal. Também publicava todas as notícias referentes à concessão de liberdades, imedia- tas ou sob contrato, além de incentivar e participar ativamente de cam- panhas, como a da Emancipação, em1884. Amaçonaria, como institu- ição disseminada entre vários setores e classes sociais, foi uma das gran- des incentivadoras dessa luta, bem como a Igreja Católica, que, através de irmandades religiosas e do apoio de prelados, esteve bem represen- tada no processo abolicionista. Outro setor que participou intensamente da campanha foi o dos trabalhadores e artesãos, nacionais e imigrantes, através de suasassociações, que estavam em formação nesse período. Essa participação assumiu variadas formas, como apresentação de peças teatrais abolicionistas por sociedades filo-dramáticas; críticas agudas à escravidão nos desfiles de clubes carnavalescos de caixeiros e artesãos (Clube Demócrito e Clube Nagô em Pelotas); participação popular em atividades abolicionistas e coleta de dinheiro em associações profissionais para propiciar a liberdade de escravos. Na luta contra a escravidão, hou- ve também os esforços individuais, daqueles que denunciaram infrações aos contratos, maus tratos aos cativos, manutenção de pessoas legalmen- te livres em cativeiro, ou que participaram de atividades ilegais, auxilian- do fugas de escravos e/ou dando-lhes esconderijo. Quanto aos escravos, auxiliaram a acabar com a escravidão com suas fugas ou atitudes de rebeldia, que se intensificaram na década de 1880. Os grupos compostos pornegros na cidade, livres, libertos e escravos, congregavam-se em algumas associações, sendo a principal organizadora dos esforços aboli- cionistas o Centro Ethiópico. Alguns negros livres destacaram-se por sua participação ativa na luta abolicionista, de que é exemplo Manoel Con- ceição da Silva Santos. Em Pelotas, a abolição teve três fases, a primeira marcada pela criação do jornal A Voz do Escravo, em janeiro de 1881, do qual partiu a ideia de criar-se um Clube Abolicionista, fundado em 21 de agosto desse ano, que buscava encaminhar a abolição de forma gradu- al, através do convencimento dos senhores ou pela compra da alforria, com uso de pecúlio próprio do escravo libertando ou de doações. Esse clube congregava os abolicionistas, alguns políticos e grandes proprietá- rios, mas viu-se envolvido nas disputas político-partidárias, o que preju- dicou o seu trabalho. A segunda fase teve início em 1884, com a funda- 8 Dicionário de História de Pelotas [A] ção do jornal A Penna, que tentou encaminhar a abolição através de uma campanha pela emancipação, ou seja, através de um processo pelo qual os proprietários formalizavam com seus escravos um contrato de prestação de serviços por alguns anos, estabelecendo que depois desse prazo tinham direito à liberdade. Essa campanha foi encaminhada prin- cipalmente através do Centro Abolicionista,entidade que contava com os principais donos de escravos da região, mas teve o auxílio

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