Dorival Fagundes Cotrim Júnior Resistências Institucionalizadas: Gênese e Lutas do Movimento Sanitário Brasileiro Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Direito do Departamento de Direito da PUC-Rio Orientador: Francisco de Guimaraens Rio de Janeiro Abril de 2019 Dorival Fagundes Cotrim Júnior Resistências Institucionalizadas: Gênese e Lutas do Movimento Sanitário Brasileiro Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós- Graduação em Direito da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo. Prof. Francisco de Guimaraens Orientador Departamento de Direito – PUC-Rio Prof. Maurício de Albuquerque Rocha Departamento de Direito – PUC-Rio Profª. Mariana Trotta Dallalana Quintans Faculdade Nacional de Direito - UFRJ Rio de Janeiro, 25 de abril de 2019 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da Universidade, do autor e do orientador. Dorival Fagundes Cotrim Júnior Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais em 2016 pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista em Sociologia pela Universidade Cândido Mendes. Advogado autônomo. Ficha Catalográfica Cotrim Júnior, Dorival Fagundes Resistências institucionalizadas : gênese e lutas do movimento sanitário brasileiro / Dorival Fagundes Cotrim Júnior ; orientador: Francisco de Guimaraens. – 2019. 295 f. ; 30 cm Dissertação (mestrado)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Direito, 2019. Inclui bibliografia 1. Direito – Teses. 2. Exercício de resistência. 3. Movimento sanitário brasileiro. 4. Oitava Conferência Nacional de Saúde. 5. Comissão Nacional da Reforma Sanitária. 6. Plenária Nacional da Saúde. I. Guimaraens, Francisco de. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Direito. III. Título. CDD: 340 Dedico esta Dissertação ao Sistema Único de Saúde (SUS), seus idealizadores e todos os que já passaram, passam ou passarão em suas fileiras, seja como trabalhador ou usuário. A Saúde é Pública e é um direito. Agradecimentos Gostaria de agradecer a todos os que, de algum modo, contribuíram para este trabalho, que, como sempre, é uma obra coletiva, solidária, e em sua escrita, quase solitária. Saibam que esta obra representa a junção articulada dos esforços qualificados de cada um. Em especial gostaria de agradecer ao Professor Francisco (Chico), que aceitou me orientar no Mestrado, o que me deixou muito alegre e com uma pontada instigante de desafio. Sem muitas delongas, acredito que este escrito representa, um pouco pelo menos, todo o cuidado e atenção que ele teve comigo durante este período, ainda que todas as falhas sejam de minha responsabilidade. Chico, o meu mais sincero obrigado pelo nosso trabalho. Agradeço a todo o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUC-Rio, em especial àqueles com os quais tive a honra de ter um contato mais próximo, nas disciplinas ou nas pesquisas. São eles: Adriano Pilatti (quase um co- orientador), Maurício Rocha, Renato Lessa, Carlos Plastino, Márcia Nina, Thula Pires, Gisele Cittadino, Bethânia Assy, José Maria Gómez, Noel Struchiner, Adrian Sgarbi, Alejandro Bugallo. Todos vocês são fontes de inspiração, sobretudo em momentos tão difíceis. É bom saber que temos companheiros de ideal, que buscam incessantemente um mundo mais justo e humano. Agradeço a Comissão Julgadora do trabalho, formada pelos notáveis Chico, Maurício e Mariana Trotta. Todos trouxeram considerações muito pertinentes, observações fundamentais e dicas de aperfeiçoamento. Vocês foram especiais e muito generosos! Agradeço à Turma do Centenário, autêntica auxiliar nesta trajetória. São eles: Gabi, Waitz, Marcos, Igor, Fabi, Bel, Mari, Maíra, Isaac, Lívia, Maíla, Pedro, Priscila, Thiago e Guilherme. Foi muito prazeroso caminhar com vocês. Que os bons encontros sejam fartos para nós e, quem sabe, nos reúna novamente! Agradeço à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) pela oportunidade concedida e por sediar um dos melhores programas de pós- graduação em Direito do país. Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa concedida ao longo do Mestrado e que possibilitou a pesquisa e minha permanência no Rio de Janeiro. Espero que sobreviva, bem como o Ministério da Educação. Agradeço aos funcionários Anderson Torres e Carmen Barreto, incansáveis em sua disposição de servir bem e com alegria. Vida longa a vocês! Agradeço à Aparecida, sustentáculo fraterno e afetivo em todos estes momentos. A jornada não teria o mesmo brilho e sabor sem você. Do fundo do meu coração, obrigado. Agradeço, por fim, aos familiares e demais amigos. Juntos caminhamos, alegres, em busca das alegrias e dos aperfeiçoamentos; e tenham certeza de que a obra só foi concluída em virtude dos esforços de cada um. Prossigamos! Resumo Cotrim Júnior, Dorival Fagundes; Guimaraens, Francisco de. Resistências Institucionalizadas: Gênese e Lutas do Movimento Sanitário Brasileiro. Rio de Janeiro, 2019. 295p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. O trabalho dissertativo aborda o Movimento Sanitário Brasileiro (MSB), cujo um dos frutos foi a constitucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS), como um autêntico e singular exercício de Resistência na ótica de Baruch de Spinoza, a partir de uma análise histórico-filosófica, ao longo das décadas de 1970 e 1980. Inicialmente tratou-se da “gênese” do MSB, a partir dos Departamentos de Medicina Preventiva (DMP) e da Medicina Comunitária; da abertura política e das lutas de resistência por democratização, juntamente com a ampliação dos espaços institucionais, oportunidade abraçada pelos sanitaristas da época, que passaram a atuar nestas instâncias e com a formulação do II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND); terminando por brevemente pontuar aspectos do Sistema Nacional de Saúde, então vigente, e das propostas do MSB. Quanto à segunda parte, a qual se deu ênfase, foi intitulada “As lutas institucionais do Movimento”, quando se investigou as Conferências Nacionais de Saúde (CNS), especialmente a Oitava Conferência, cuja substância serviu de base às ações constituintes na Assembleia Nacional Constituinte (ANC), não sem antes atravessar a Comissão Nacional da Reforma Sanitária (CNRS) e a Plenária Nacional da Saúde, alcançando a constitucionalização na Carta Cidadã de 1988, que não absorveu todas as proposições do MSB, mas possibilitou a emergência do SUS, expressão-mor da Reforma Sanitária Brasileira (RSB). Palavras-chave Exercício de Resistência; Movimento Sanitário Brasileiro; Reforma Sanitária Brasileira; Oitava Conferência Nacional de Saúde; Comissão Nacional da Reforma Sanitária; Plenária Nacional da Saúde;Sistema Único de Saúde. Abstract Cotrim Júnior, Dorival Fagundes; Guimaraens, Francisco de. (Advisor). Institutionalised Resistances: Genesis and Struggles of the Brazilian Sanitary Movement. Rio de Janeiro, 2019. 295p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. The argumentative work addresses the Brazilian Sanitary Movement (MSB), whose one of the fruits was the constitutionalisation of the Unified Health System (SUS), as an authentic and unique resistance exercise on optics of Baruch de Spinoza, from a historical and philosophical analysis, over the decades of 1970 and 1980. Initially this was the "Genesis" of MSB, from the Departments of Preventive Medicine (DMP) and of community medicine; the opening policy and the struggles of resistance for democracy, along with the expansion of institutional spaces, opportunity embraced by health professionals of the era, which passed the Act in these instances and with the formulation of the Second National Development Plan (PND); ending by briefly score aspects of the National Health System, then in force, and the proposals of the MSB. As for the second part, which emphasized, was entitled "Institutional Struggles of the Movement", when it investigated the national health Conferences (CNS), especially the eighth Conference, whose substance constituent shares was based on the National Constituent Assembly (ANC), but not before going through the National Commission of Health Reform (CNRS) and the National Plenary of Health, reaching the constitutionalisation in Letter a citizen of 1988. that is not absorbed all the propositions of the MSB, but made possible the emergence of the SUS, Chief expression of Brazilian health reform (RSB). Keywords Resistance Exercise; Brazilian Sanitary Movement; Brazilian Sanitary Reform; Eighth National Health Conference; National Commission of Health Reform; Unified Health System. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 18 1 O DIREITO DE RESISTÊNCIA 33 1.1 VISÕES DISTINTAS SOBRE O DIREITO DE RESISTÊNCIA 33 1.1.1 NA DISPOSIÇÃO JURÍDICA 34 1.1.2 A DESOBEDIÊNCIA CIVIL 35 1.2 O DIREITO DE RESISTÊNCIA E BENEDICTUS DE SPINOZA 36 1.2.1 FIBRAS INTRODUTÓRIAS 37 1.2.2 O MEIO AMBIENTE DA RESISTÊNCIA EM SPINOZA 39 1.3 O FUNDAMENTO: A POTÊNCIA DA MULTIDÃO 45 1.4 RESISTÊNCIA É MESMO OBEDIÊNCIA? 50 1.5 BREVES NOTAS ACERCA DO SANITARISMO BRASILEIRO 53 CAPÍTULO 2 GÊNESE DO MOVIMENTO SANITÁRIO BRASILEIRO 57 2.1 A ACADEMIA 60 2.1.1 OS DEPARTAMENTOS PREVENTIVISTAS 63 2.1.2 A MEDICINA COMUNITÁRIA E SEUS PROGRAMAS 67 2.2 A ABERTURA POLÍTICA E A AMPLIAÇÃO DOS ESPAÇOS INSTITUCIONAIS 76 2.3 O CRESCIMENTO DAS RESISTÊNCIAS 81 2.4 O II PLANO NACIONAL
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