UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA NÍVEL MESTRADO JOSÉ CARLOS DA SILVA CARDOZO ENREDOS TUTELARES: O JUIZADO DE ÓRFÃOS E A (RE)ORGANIZAÇÃO DA FAMÍLIA PORTO-ALEGRENSE NO INÍCIO DO SÉCULO XX. SÃO LEOPOLDO 2011 José Carlos da Silva Cardozo ENREDOS TUTELARES: O Juizado de Órfãos e a (re)organização da família porto-alegrense no início do século XX. Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Orientadora: Profª. Drª. Ana Silvia Volpi Scott Coorientadora: Profª. Drª. Eliane Cristina Deckmann Fleck São Leopoldo 2011 C268e Cardozo, José Carlos da Silva Enredos tutelares: o Juizado de Órfãos e a (re)organização da família porto-alegrense no início do século XX. / José Carlos da Silva Cardozo. -- 2011. 251 f. : il. ; 30 cm. Dissertação (mestrado) -- Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Programa de Pós-Graduação em História, São Leopoldo, RS, 2011. Orientadora: Profª. Drª. Ana Silvia Volpi Scott; Coorientadora: Profª. Drª. Eliane Cristina Deckmann Fleck. 1. História - Porto Alegre. 2. Juízo dos Órfãos. 3. Tutela. 4. Organização Familiar - Porto Alegre. I. Título. II. Scott, Ana Silvia Volpi. III. Fleck, Eliane Cristina Deckmann. CDU 981.651 Bibliotecária responsável: Eliete Mari Doncato Brasil - CRB 10/1184 José Carlos da Silva Cardozo ENREDOS TUTELARES: O Juizado de Órfãos e a (re)organização da família porto-alegrense no início do século XX. Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Aprovado em 01/04/2011, com média final 10,0 (dez), pelos doutores: BANCA EXAMINADORA Drª. Ana Silvia Volpi Scott – Orientadora Drª. Heloísa Jochims Reichel – UNISINOS Drª. Maria Luiza Marcílio – USP Dr. Paulo Roberto Staudt Moreira – UNISINOS Este trabalho é dedicado à minha mãe, Cecília, que me fez seu filho, mas não pode estar aqui para ver seu esforço reconhecido. AGRADECIMENTOS A vida é feita de escolhas. Todas as pessoas sabem disso e exercem seu poder de decisão em algum momento da vida. Quem lê estas páginas iniciais, de um trabalho realizado durante anos, não imagina quantas decisões o autor teve que tomar durante o período de realização da pesquisa. Este espaço é necessário, uma obrigação de minha parte, para a manifestação de minha sincera gratidão a todos aqueles que me ajudaram a tomar decisões ou possibilitaram a oportunidade de escolher. Primeiramente, agradeço a Deus, o que pode até parecer démodé , principalmente dentro da Academia, mas, por meio Dele, fui privilegiado por ter conhecido pessoas fantásticas e por ter tido a possibilidade de fazer o de que mais gosto: estudar. Pelo objetivo de realizar o Mestrado em História, abri mão de dois concursos públicos, um federal e outro municipal. Assim, sou grato ao meu pai, Carlos, à Ana Júlia e à Talu, pelo apoio e ajuda no momento de tomar a decisão – difícil, mas necessária – que me conduziria ao aprofundamento de meus estudos – tanto na UNISINOS quanto na UFRGS. Agradeço ao Governo Federal, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa de estudos que viabilizou a realização do curso de Mestrado. Igualmente, agradeço aos professores Marilis Almeida e Fernando Cotanda, da UFRGS, e ao professor José Bica, da UNISINOS, pela leitura, correções e sugestões sociológicas sobre os referenciais do trabalho. Aos professores do Programa de Pós- Graduação em História (PPGH) da UNISINOS, pela convivência, incentivo e sugestões desde a graduação, em especial, a Martin Dreher, Heloísa Reichel, Eloísa Capovilla e a Paulo Moreira, professores que constantemente demonstraram interesse sobre o andamento e os resultados da pesquisa. O Paulo, aliás, está diretamente envolvido nesta pesquisa: desde a graduação, ele acompanha o meu estudo sobre o Juízo dos Órfãos, realizando a leitura do texto, fazendo comentários, indicações, correções, esclarecendo dúvidas de última hora. Talvez, por passar muito tempo no Arquivo Público, tenha conseguido me aproximar desse sujeito fantástico, grande Historiador. O Paulo, para aqueles que não o conhecem, é um verdadeiro “rato de arquivo”: é mais fácil encontrá- lo nesse local do que em sua sala. Agradeço à coordenação do PPGH e à sua secretária Janaína Trescastro, por realizarem a concessão de auxílio-viagem de estudos junto ao Banco Santander, que custeou minha participação no XXV Simpósio Nacional de História da Associação Nacional de História (ANPUH), realizado no Ceará. Nesse evento, entrei em contato permanente com duas professoras que não só me ajudaram a refletir sobre os menores no Brasil, como também, em diferentes oportunidades, acompanharam a realização da pesquisa, colaborando com sugestões e conselhos pontuais: refiro-me a Silvia Arend, da UDESC, e a Esmeralda Moura, da USP. Obrigado! A professora Cláudia Fonseca, da UFRGS, também é digna de gratidão, pois também pôde acompanhar a condução da pesquisa e, assim, fazer sugestões. Aos funcionários (amigos) do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, que, sempre de forma gentil e atenciosa não mediram esforços na busca e acesso à documentação processual e que permitiram minha participação nas reuniões anuais da Mostra de Pesquisa, as quais proporcionaram um diálogo mais próximo com os pesquisadores do Arquivo e seus funcionários, o que influenciou diretamente na condução da investigação. Grande gratidão especial à dupla dinâmica da orientação, minhas queridas orientadoras Ana Silvia e Eliane, que acompanharam cada mínimo detalhe da investigação até o presente trabalho por meio de reuniões, e-mails e até mesmo por telefone (plantão!). Sou privilegiado por ter duas orientadoras tão carinhosas e atenciosas. Desde a graduação, essas duas amigas acompanham meu crescimento, percebendo, muitas vezes, só por um olhar, minhas preocupações, necessidades, angústias e até, de certa forma, vontades e “estilos” que ainda não reconheço como próprios, mas elas sim. Trata-se de amigas muito especiais, que marcam, de forma feliz minha vida. Elas sabem, mas não custa deixar registrado, que nutro um profundo desejo de ser semelhante a elas – verdadeiros exemplos, em todos os sentidos. Agradeço à colega Denize, pela amizade que se iniciou na graduação, marcada pelo coleguismo, que se manteve cada vez mais estreita durante o mestrado e que, certamente, irá se estender por um possível doutorado, perpetuando-se pela vida afora. “Ainda nem terminou o mestrado e já tá inventando” é o que ela sempre diz. Desde a parceria na Iniciação Científica, passando pelo estudo para a Seleção do Mestrado, as disciplinas, qualificação, “bate-papos” historiográficos e não historiográficos, a Denize sempre esteve na UNISINOS, sendo uma verdadeira amiga. Quão importante também foi minha “sombrinha” (por favor, não diga isso para ela) Eduarda, que só quer saber de brincar... brincar... brincar... e ler os gibis da Turma da Mônica. A alegria de ser criança foi importante para aliviar a mente, quase sobrecarregada de textos, fórmulas, teorias, compromissos, duas universidades; enfim, ser criança, mesmo que por um breve período, ajuda a “desbitolar”, respirar fundo e prosseguir. Ah... claro, também à minha sogra, Tânia, excelente companhia, principalmente para saber o que está acontecendo nas novelas. (Sim, eu gosto de novelas!). Ainda cabem mais algumas palavras a meu pai, Carlos, e à Ana Júlia, que, a todo o momento, estiveram, mesmo não compreendendo plenamente “o que tanto aquele guri escreve e não vai dormir?” (bem, está aqui), ao meu lado me apoiando e incentivando. Obrigado pelo amor de vocês! Agradeço também a Talu, que sempre está comigo, dando-me apoio para minhas “viagens” (de vez em quando, puxando meu balão para baixo – algumas vezes, com sucesso; noutras, nem tanto), mas sempre comungando o objetivo de uma vida feliz. Ela acompanhou tudo, desde a mudança radical do curso de Publicidade e Propaganda para o de História: foi ela quem primeiro percebeu que eu gostava (sem saber) da História. Obrigado por tudo, principalmente pelo afeto e muita paciência, sobretudo quando me “retirava” do mundo e ia “hibernar” na “caverna”. A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Marc Bloch RESUMO Nos anos iniciais do século XX ocorreram muitas mudanças na República Brasileira. O novo modelo político-administrativo que se instalava visava à modernização do país por meio da aquisição das características europeias de civilidade; para que isso ocorresse, era necessário alterar hábitos e costumes da população. Nesse sentido, o Juízo Distrital da Vara de Órfãos de Porto Alegre foi importante por promover a nova organização da sociedade dentro da família porto-alegrense, pois, nessa instituição, seria gerado e formado o cidadão para a nova República, bem como o novo homem desejado. Este estudo objetivou compreender como o Juízo dos Órfãos influenciou a (re)organização das famílias, os hábitos e os costumes da população porto- alegrense. Para tanto, a pesquisa teve a História Social como fundamentação teórico- metodológica, a fim de explicitar as práticas desse Juízo no momento em que os indivíduos passavam por situações de desagregação familiar. Acreditamos que, dessa forma, conseguimos compreender como o processo de modernização ocorrido na cidade de Porto Alegre influenciou a estrutura e a (re)organização social da família e,
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