FOTO: ALBERTO ALMEIDA THE BLACK ZEBRA Um concerto de poder sonoro arrasador na abertura do Sonoridades PÁGINA 13 BIMENSÁRIO | 23 FEVEREIRO 2017 | N.º 577 DIRETOR: LUÍS AMÉRICO FERNANDES APARTADO 19 . 4796-908 VILA DAS AVES. TELF. E FAX.: 252 872 953 EMAIL: [email protected] PROPRIEDADE: COOPERATIVA CULTURAL DE ENTRE-OS-AVES, CRL entreMARGENS 1,00 EURO “Políticas Feitos inéditos económicas do governo estão alinhadas com das modalidades as da Câmara de Santo Tirso” ofuscam diz ministro da Economia abanão Santo Tirso a meio da no futebol tabela do Índice de DESPORTO | PÁG.S 4, 5 E 17 Transparência Voleibol vence o seu primeiro título enquanto secção Municipal e Futsal vai disputar acesso à primeira divisão nacional. Série negativa de resultados leva SAD a rescindir com Ivo Vieira e trazer José Mota para estabilizar a equipa e manter o Aves na rota da subida. 02 | ENTRE MARGENS | 23 FEVEREIRO 2017 FIM DE SEMANA GUIMARÃES | TEATRO seus corpos, oprimidos, tentam libertar- Dentro de portas - “Mudam-se os se. Neste duelo, não há receio em acen- tuar os elementos rurais que, hoje, jul- Tempos, Mudam-se as Vontades” gamos terem desaparecido. Permanecem Bernardo traços de um outro tempo. Um tempo onde corpos, cheios de instintos primá- aquele contexto social foi preponde- rios, tentam sonhar outra vida. rante para o resultado final de “Mu- Santareno no “O Duelo” enquadra-se no universo dam-se os Tempos, Mudam-se as da lezíria ribatejana e é um retrato reple- Vontades”: um grito de protesto a con- to de tensões na difícil relação entre os trastar com o faduncho e a abrir no- senhores e os seus subordinados. A lin- vas portas musicais. corpo exacerbando guagem de Bernardo Santareno remete A faixa de abertura representa a para o lado mais animalesco que carre- ideia de chegada numa encenação gamos dentro de nós. O Útero, coletivo sonora bem-sucedida. Os sons da do coletivo Útero que se carateriza por uma certa crueza Gare d’Austerlitz desaguam nos do e visceralidade, pega nesta peça e dá- acordeão. Após o instrumental, sur- COLETIVO ÚTERO CELEBRA 20 ANOS COM A PEÇA “O lhe um corpo, exacerbando a ruralidade gem as palavras, acompanhadas pela DUELO”; UMA CRIAÇÃO DE MIGUEL MOREIRA PARA que aproxima os homens dos animais. electricidade do baixo e da guitarra. Segundo Miguel Moreira, esta peça Pois é, surpreenda-se quem contava VER, ESTE SÁBADO, NO CENTRO CULTURAL VILA FLOR não podia ir mais de encontro àquilo Um grito de apenas com a simplicidade do canto que é a génese do Útero. “Há questões e da guitarra acústica. As teclas que Depois da estreia, em Lisboa, a Útero na escrita, palavras que sempre achei protesto aparecem em “Perfilados de Medo” continua a assinalar os seus 20 anos físicas, e ambientes que têm muito que são outro motivo de destaque, num com a apresentação de “O Duelo”, ago- ver com aquilo que nós, de forma coin- inesperado frenesim adequado ao ra no Centro Cultural Vila Flor, em Gui- cidente, trabalhamos”. Um certo fascí- contra o poema de Alexandre O’Neill. Ora marães. Ou, por outras palavras, Miguel nio pela dor, quase num limite sadoma- aqui está mais um ás: a escolha dos Moreira regressa à cidade-berço para soquista, e uma linguagem marcada pela textos. Luís Vaz de Camões empresta apresentar o seu olhar sobre a obra de sexualidade são caraterísticas que têm Estado Novo o título do último tema e do próprio Bernardo Santareno, um dos grandes vindo a marcar o percurso do Útero. nome do disco, Natália Correia de- dramaturgos portugueses do séc. XX. “DUELO” NOS 20 ANOS DO “O Duelo” é apresentado às 22 des- COLETIVO ÚTERO DE ||||| TEXTO: MIGUEL MIRANDA nuncia os atentados contra a forma- Em cena, sete intérpretes e cocria- MIGUEL MOREIRA. ESTE te sábado, 25 de fevereiro. Os bilhetes ção e afirmação da individualidade dores “cospem” palavras, acompanha- SÁBADO, EM GUIMARÃES custam 10 euros (7,50 com desconto. José Mário Branco está associado, ine- e Sérgio Godinho domina com as dos pela música de Pedro Carneiro. Os FOTO: HELENA GONÇALVES Mais informação em: www.ccvf.pt |||||| vitavelmente, ao lote de (bons) can- suas quatro presenças, atacando mor- tores de intervenção. As suas firmes dazmente a burguesia, a guerra e a convicções políticas chocavam com a condição desfavorável das mulheres. opressão imposta pelo Estado Novo Sobram apenas duas para a caneta e, em 1963, optou por exilar-se em do autor: “Nevoeiro” e “Mariazinha”. Paris. Foi lá que gravou o seu primei- Em 1974 regressou a Portugal, ro trabalho discográfico, de 1971, editando oito anos depois dois cé- colaborando não só com músicos lebres registos: o duplo “Ser Solidá- portugueses mas também franceses. rio” e o maxi “FMI”, com uma das O documentário “Mudar de Vida” letras mais cáusticas da música naci- (2014), de Nelson Guerreiro e Pedro onal. Do seu trajecto, percorrido sem Fidalgo, conta a história do cantautor cedências, não se pode esquecer de portuense. Assistimos à sua integra- mais estes passos: a criação do GAC ção no meio parisiense e percebe- (Grupo de Ação Cultural), a produ- mos que os portugueses não emi- ção de “Cantigas do Maio”, de José gravam, naquela fase, exclusivamen- Afonso e o projecto Três Cantos, uma te por motivos económicos. Também celebração com Sérgio Godinho e havia, com um número significativo, Fausto, dois parceiros de qualidade o fenómeno dos refractários. Todo similar. ||||| GANHE UM ALMOÇO PARA DUAS PESSOAS No restaurante ESTRELA DO MONTE o feliz contemplado nesta segunda saída de fevereiro foia nossa estimada assinante Maria José Silva Rocha residente na rua do Rio Ave, em Vila das Aves. O premiado com um almoço para duas pessoas desta quinzena, deve contactar a redação do Entre Margens. DEVE O PREMIADO RACLAMAR O SEU JANTAR NO PRAZO DE 3 SEMANAS (SALVO OS SORTEADOS QUE RESIDAM NO ESTRANGEIRO) Restaurante Estrela do Monte | Lugar da Barca - Monte | Telf: 252 982 607 ENTRE MARGENS | 23 FEVEREIRO 2017| 03 Não há Entrudo sem Lua Nova nem Páscoa sem Lua Cheia SEXTA, DIA 24 SÁBADO, DIA 25 DOMINGO, DIA 26 Céu nublado. Vento fraco. Céu nublado. Vento fraco. Chuva. Vento fraco. Max. 20º / min. 6º Máx. 18º / min. 6º Máx. 17º / min. 7º SANTO TIRSO | TEATRO Uma história luminosa FAMALICÃO | CINEMA “La La Land” com música em dose tripla e texto que rima na Casa “DAMA PÉ DE MIM” NO AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA VILA DAS AVES | MÚSICA das Artes MUNICIPAL, ESTE SÁBADO, ÀS 10H30. ENTRADA LIVRE Este sábado, o pequeno auditório No âmbito do Ciclo de Teatro Para cobre o que é um amigo, com a Contrabaixista da Casa das Artes de Famalicão dá a Infância, a Biblioteca Municipal ajuda do Sr. Rodrigo”. Dama Pé de a ver, em três sessões, o musical do de Santo Tirso acolhe às 10h30 Mim joga com a imaginação, mas momento: “La La Land – Melodia do próximo sábado a peça “Dama também com a realidade, e acon- de Amor” de Damien Chazelle. O Pé de Mim”. Uma criação e inter- tece de forma simples: com uma e compositor filme conta-nos a a história de um pretação de Ana Madureira diri- bacia cria um cavalo musical; de músico e de uma atriz que se co- gida ao público infantojuvenil; “uma uma saia de tule faz um rio; a mon- nhecem e se apaixonam em Los história luminosa, terna e diverti- tanha torna-se lixo; uma caixa de João Paulo Rosado Angeles. O título é, de resto, uma da, com música, texto que rima e a cartão revela-se um senhor rabu- referência à referida cidade norte- participação do público...”. gento. O público acompanha o seu americana e ao termo lalaland, que “Farta de olhar para o umbigo”, pensamento leve e livre. significa estar fora da realidade. diz-nos a sinopse, “Dama Pé de Ana Madureira (1980) licen- no Ciclo de Jazz E tudo começa, como quase tudo Mim monta o seu Cavalo e parte ciou-se em Direito, mas acabou por em Los Angeles, na autoestrada. Este à procura de um amigo. Pelo cami- optar pela formação em teatro, “SINOPSE”, NOME DO QUINTETO DE JOÃO PAULO ROSADO, é o lugar onde o pianista de jazz nho encontra a Amália, a mala que dança e clown. É membro do É TAMBÉM O NOME QUE SE SEGUE NO CICLO DE JAZZ; Sebastian (Ryan Gosling) encontra já foi crocodilo, conhece o Nuno, Clown Laboratori Porto, platafor- a aspirante a atriz Mia (Emma Stone), a nuvem caída do céu e mergu- ma de formação na arte do palha- ESTE SÁBADO NO CENTRO CULTURAL DE VILA DAS AVES. com uma buzinadela de desdém num lha no Rio profundo. Mas só quan- ço e professora de Dança Criativa engarrafamento que espelha o im- do chega ao supermercado, des- na Escola dos Gambozinos. ||||| No âmbito de mais um Ciclo de Jazz qual João Paulo Rosado, músico passe em que navegam as suas vidas. de Santo Tirso, o Centro Cultural de madeirense radicado no Porto, assi- Ambos possuem o tipo de esperan- Vila das Aves acolhe este sábado, 25 na também a composição de todos ças impossíveis que são a alma da de fevereiro, um contrabaixista de exce- os temas do referido disco de estreia cidade: Sebastian tenta fazer com que ção: João Paulo Rosado. No contra- desta formação. Ou, por outras pala- as pessoas gostem do jazz tradicional baixo, mas também no baixo elétrico, vras, música pela música, sem pensar no século XXI. Mia gostava de conse- Rosado apresenta-se com o quinteto em géneros, moldada pelas experi- guir chegar ao fim de uma audição. ‘Sinopse’, bem acompanhado, por isso, ências e referências musicais presen- Mas nenhum dos dois espera que de músicos como João Guimarães (nos tes e passadas.
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