Poder, Autonomia E Cultura Política Na Construção Do Império Brasileiro

Poder, Autonomia E Cultura Política Na Construção Do Império Brasileiro

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS EDNA MARIA MATOS ANTONIO “A INDEPENDÊNCIA DO SOLO QUE HABITAMOS”: PODER, AUTONOMIA E CULTURA POLÍTICA NA CONSTRUÇÃO DO IMPÉRIO BRASILEIRO. SERGIPE (1750-1831) Franca 2011 EDNA MARIA MATOS ANTONIO “A INDEPENDÊNCIA DO SOLO QUE HABITAMOS”: PODER, AUTONOMIA E CULTURA POLÍTICA NA CONSTRUÇÃO DO IMPÉRIO BRASILEIRO. SERGIPE (1750-1831) Tese apresentada à Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como pré- requisito para obtenção do Título de Doutor em História Área de Concentração: História e Cultura Política Franca 2011 Antonio, Edna Maria Matos “A independência do solo que habitamos”: poder, autonomia e cultura política na construção do Império brasileiro. Sergipe (1750- 1831) / Edna Maria Matos Antonio. –Franca : [s.n.], 2011 391 f. Tese (Doutorado em História). Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências Humanas e Sociais. Orientador: Marisa Saenz Leme 1. Sergipe – História política. 2. Brasil – História – Império. I. Título CDD – 981.41 EDNA MARIA MATOS ANTONIO “A INDEPENDÊNCIA DO SOLO QUE HABITAMOS”: PODER, AUTONOMIA E CULTURA POLÍTICA NA CONSTRUÇÃO DO IMPÉRIO BRASILEIRO. SERGIPE (1750- 1831) Tese apresentada à Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como pré-requisito para obtenção do Título de Doutor em História Área de Concentração: História e Cultura Política Orientadora: Profa. Dra. Marisa Saenz Leme BANCA EXAMINADORA Presidente:_____________________________________________________ Dra. Marisa Saenz Leme, UNESP-Franca 1º Examinador:__________________________________________________ Dr. José Iran Ribeiro, UFSM 2º Examinador: __________________________________________________ Dra. Andréa Lisly Gonçalves, UFOP 3º Examinador: __________________________________________________ Dr. Pedro Tosi, UNESP-Franca 4º Examinador: __________________________________________________ Dr. Marcos Alves de Souza, UNESP-Franca Franca, 19 de Maio de 2011. Para Giovanna, Guilherme e Sofia. “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.” Clarice Lispector “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” Fernando Pessoa Agradecimentos Tenho fortes motivos para ser grata a muitas pessoas cujas presenças e participação em etapas distintas da elaboração da tese – que também eram fases diferentes de minha vida profissional e pessoal – marcaram de forma muito especial e carinhosa a experiência que foi fazer esse doutorado. Mais do que atender a exigência de um costume acadêmico, tenho uma profunda gratidão por minha orientadora, Profa. Dra. Marisa Saenz Leme, pois sei que testei com ela todos os limites razoáveis da relação de orientadora e orientanda. Prazos, textos e compromissos, nem sempre possíveis de serem cumpridos ou realizados da forma que deveriam, broncas e elogios na hora certa, e, na essência de tudo isso, a orientação segura e compromissada, vivências que fizeram aumentar o meu respeito e carinho por essa admirável intelectual e pessoa. Agradeço pelas observações e críticas dos professores que participaram da banca de exame geral da qualificação, Profa. Dra. Teresa Malatians e Prof. Dr. Pedro Tosi, ao tentar dar, desde o comecinho, o rumo certo para a pesquisa. Sou grata a todas as pessoas cujo esforço e prontidão, muito contribuíram para a concretização dessa pesquisa, nos arquivos e bibliotecas nos quais pesquisei. No Arquivo do Judiciário de Sergipe, agradeço a professora Eugênia Andrade. Fui muito bem atendida pelos funcionários do Arquivo Estadual da Bahia, da mesma forma que pelos funcionários do Arquivo Estadual de Sergipe, especialmente Márcia dos Santos e o Sr. Milton. Na Biblioteca Nacional, contei com a dedicação cuidadosa de funcionários preocupados em fazer valer à pena a estadia no Rio de Janeiro de uma pesquisadora vinda de tão distante. A preocupação foi válida, mas nem precisava, pois a gente sabe que o Rio de Janeiro sempre vale à pena. Agradeço aos funcionários da SEPLAN/SE (Secretaria de Estado de Planejamento de Sergipe): Waltér, Rodrigo, Fátima e Helena e principalmente a geógrafa Fernanda que muito auxiliou na possibilidade de elaboração dos mapas. Não poderia deixar de agradecer aos amigos – antigos, novos e atemporais – colhidos durante a jornada: Cleones e Laura, Ana Mandarino e Estélio Gomberg, Sharize e Waldek Amaral, Andressa e Dilton Maynard, Selma e Fabiano Pastro, Ismânia (Mônia), Andrezza Barroso, Ana Izabel, Vinícius, Floriano Fonseca, Vanderlei e Joaldo. O agradecimento se 8 estende a todos que torceram, emprestaram livros, incentivaram e esperaram com uma ansiedade positiva o término da pesquisa e aos meus alunos, grandes e pequenos. Devo registrar a minha gratidão pelo apoio de importantes e estimadas pessoas em Franca: o prof. Marcos Alves de Souza, Seu Milton, Dona Antônia e Patrícia. Não conheço pessoas mais generosas e afáveis. Agradeço, sempre e sempre, aos meus pais, Antônio e Florência, meus irmãos, principalmente à Érika, pelo apoio, pelo carinho, pelos quebra-galhos, e pela preocupação constante. Pareciam que faziam a tese junto comigo. Assim como Dona Romilda, que acompanhou, numa distância cheia de saudades, tudo muito de perto. Torceu, apoiou e sempre “estava lá”. Por fim, a origem de tudo. Fica o registro de imensa gratidão e amor pela família que formei e que deu grande prova de paciência, afeto, capacidade de sacrifício e cumplicidade: Marco Antônio, Giovanna, Guilherme e Sofia. Esta última praticamente não conheceu outra realidade que não fosse a da mãe “trabalhando na tese”. Por enquanto, acabou. Espero que tenha ficado para vocês dessa experiência conturbada, mas intensa e desafiadora, a validade de se fazer o que se gosta, de se realizar com isso e, principalmente, a certeza de que ter “casa” e os “seus” para onde voltar é a coisa mais preciosa do mundo. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo analisar a dinâmica histórica relativa ao processo de autonomia da capitania de Sergipe e as questões políticas inerentes a essa experiência histórica, no conjunto de reflexões e eventos que envolveram o período joanino e a Independência do Brasil. Considerando que a emancipação administrativa da província em relação à Bahia ocorreu no mesmo contexto das lutas e debates políticos sobre a separação do Brasil, vislumbra-se a necessidade de compreender como o processo de autonomia política local entrelaçou-se com o movimento mais geral que levou a separação da colônia e as discussões, tramas e embates que marcaram o período. A análise centra-se em compreender os posicionamentos, a atuação, as polêmicas e as questões que, guardando semelhanças ou divergências em relação à dinâmica em curso nos centros decisórios (Lisboa, Bahia e Rio de Janeiro), ressoam e complexizam as tensões e os dilemas que os diferentes atores e sujeitos políticos locais se viram obrigados a enfrentar no andamento do processo político desse movimento profundo e amplo. Permite explorar como foram construídas as formas de adesão e a construção dos consensos a um projeto de sociedade e formato de Estado. Baseando-se em fontes documentais diversas e bibliografia ampla e pertinente, espera-se contribuir historiograficamente para a elucidação do comportamento e atuação política das elites regionais e os projetos políticos em evidência, diante da desagregação do Império português e a construção de um novo ordenamento político-institucional que atuara para formar o Brasil como nação independente. Estas questões, acreditamos, podem ser captadas através da análise do movimento de constituição e a configuração institucional do Estado imperial na província de Sergipe. Palavras-chaves: Elites; poder; Sergipe; Independência; Estado nacional. ABSTRACT The present work has as objective to analyze relative the historical dynamics to the process of autonomy of the captainship of Sergipe and the questions inherent politics to this experience in the set of reflections and events that had involved the joanino period and the Independence of Brazil. Considering that the administrative emancipation of the province in relation to the Bahia the same occurred in context of the fights and debates politicians on the separation of Brazil, it is glimpsed necessity to understand as the process of local autonomy politics was interlaced with the general movement that took to the separation of the colony and the quarrels, trams and strikes that they had marked the period. The analysis was centered in understanding the positioning, the developed opinion, controversies and questions that, keeping to similarities or divergences in relation to the dynamics in course in the power to decide centers (Lisbon, Bahia and Rio de Janeiro), had influenced the action of the different actors and citizens local, involved politicians in a process deep and ample politician. Its analysis allows that if it explores with more elements of analysis as to the forms of adhesion and the construction of the consensuses to a society project and format of State had been constructed. For the analysis of diverse documentary sources and ample and pertinent bibliography, one expects historiography to contribute for the briefing of the behavior and

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