1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DIMAS BEZERRA MARQUES Pelo bem de meus serviços, rogo-lhe está mercê A influência da guerra de Palmares na distribuição de mercês (Capitania de Pernambuco, 1660-1778) Maceió 2014 2 DIMAS BEZERRA MARQUES Pelo bem de meus serviços, rogo-lhe está mercê A influência da guerra de Palmares na distribuição de mercês (Capitania de Pernambuco, 1660-1778) Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Alagoas, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em História. Orientador(a): Prof. Dr. Antonio Filipe Pereira Caetano Maceió 2014 3 Catalogação na fonte Universidade Federal de Alagoas Biblioteca Central Divisão de Tratamento Técnico Bibliotecário Responsável: Valter dos Santos Andrade M357p Marques, Dimas Bezerra. Pelo bem de meus serviços, rogo-lhe esta mercê: a influência da Guerra de Palmares na distribuição de mercês (Capitania de Pernambuco, 1660-1778) / Dimas Bezerra Marques. – Maceió, 2014. 145 f. Orientador: Antonio Filipe Pereira Caetano. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Alagoas. Instituto de Ciências humanas, Comunicação e Artes. Programa de Pós-Graduação em História. Maceió, 2014. Bibliografia: f. 123-135. Anexos: f. 136-145. 1. Elites (Ciências sociais). 2. Pernambuco – História, 1660-1778. 3. Alagoas – História. 4. Palmares – Historia. 5. Paulistas. 6. Mercês. I. Título. CDU: 981.027 4 5 A meus pais, Fábio e Rosana, a minha princesa Aline e aos meus amigos do GEAC... 6 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, aos meus pais, Fábio e Rosana, pelo amor, carinho e apoio. A minha amada Aline, pelo amor e apoio desde a época da seleção. Aos meus amigos, parceiros e irmãos do GEAC, Arthur, Lanuza e Alex por essa parceria incrível, pelas conversas, bagunças, brigas e tudo o mais que está contribuindo para a historiografia alagoana. Ao Gian, Karol, Everton, Osmundo (GEAC segue cada vez mais forte). Ao Filipe, pela orientação, amizade, parceria, compreensão, oportunidade (ainda te deixarei de queixo caído). Agradeço a CAPES, pelo financiamento dessa pesquisa, concedido através de bolsa. Ao PPGH por ter, finalmente, instalado o mestrado (era desejo poder cursá-lo na UFAL). A professora Célia Nonata e ao professor George Félix, membros da minha banca de qualificação, pelas críticas, sugestões e pelo voto de confiança. Agradeço os membros da banca de defesa, Célia Nonata, Rômulo Nascimento e Luiz Sávio de Almeida, pelas importantes críticas e sugestões. Deixo meus agradecimentos aos colegas de no Mestrado (não citarei os nomes para não esquecer) pelas conversas, risadas, discussões. Aos professores que ministraram aulas pelas sugestões, discussões. Aos colegas de graduação e especialização. Aos professores dos ditos cursos. Todos com quem tive contato contribuíram de alguma forma. Agradecimentos especiais a todos aqueles que me presentearam com livros, foram muitos nesses anos. Vocês contribuíram com meu conhecimento e minha biblioteca. 7 “Apesar de serem tão poucos os nossos, procediam com tanto valor em tão incapaz situação no que deviam e se esperava, que não desmereciam um ápice um do outro. Então, era aproveitar fortuna tão propicia e parcial: cada soldado por si procurava sair em busca de glórias, e espalhavam-se por aqueles desertos como dominadores e quais verdadeiros senhores dos palmares.” (FONSECA, Pedro Paulino da, p. 61) 8 RESUMO Os Mocambos de Palmares duraram mais de um século. As primeiras tentativas de destruição por parte do governo da Capitania de Pernambuco datam de 1602. Durante o domínio holandês, duas entradas foram executadas pelos batavos, em 1644 e 1645. Entretanto, seria após a restauração da Capitania que as expedições começariam a ser organizadas com mais intensidade. Sabe-se que durante a segunda metade do século XVII várias expedições militares foram mandadas para combater os Palmares, levando consigo centenas de soldados. Muitos deles faziam parte da elite pernambucana, assentada na concessão de títulos honoríficos e status social, advindos da conquista e povoação do território e da restauração em 1654. Muitos desses prêmios foram requeridos e ganhos através dos serviços prestados nesses conflitos, e, algumas vezes, deixados para as gerações subsequentes, mecanismo que garantia a perpetuação do poder e do prestígio de uma família. Entretanto, os bandeirantes paulistas foram chamados a combater nos Palmares, contribuindo com sua destruição. Nesse sentido, ganharam mercês, o que incluía extensos lotes de terra na região palmarina, o que lhes garantiu bases para o enraizamento em Pernambuco. Palavras-chave: Palmares; Mercês; Elites; Pernambuco; Paulistas 9 ABSTRACT The Shanties Palmares lasted for over a century. The first attempts of destruction by the government of the province of Pernambuco dating back to 1602. During the Dutch rule, two inputs were executed by the Batavians in 1644 and 1645. However, would be after the restoration of the Captaincy that shipments would begin to be arranged with more intensity. It is known that during the second half of the seventeenth century, several military expeditions were sent to fight the Palmares, carrying hundreds of soldiers. Many of them were part of Pernambuco, elite seated in awarding honorary titles and social status, resulting from the conquest and settlement of the territory and the restoration in 1654. Many of these awards were required and gains through the services provided in these conflicts, and sometimes left for subsequent generations, a mechanism that guarantees the perpetuation of power and prestige of a family. However, the pioneers Paulistas were called to fight in Palmares, contributing to its destruction. In this sense, gained favors, which included extensive tracts of land in Palmarina region, which assured them bases for rooting in Pernambuco. Keywords: Palmares; Favours; Elites; Pernambuco; Paulistas 10 LISTA DE QUADROS E TABELAS Quadro 1 - Expedições realizadas contra Palmares (1602-1749) ..................................... 63 Tabela 1 - Soldados que lutaram nas guerras holandesas e nos Palmares (1645-54) ..... 69 Tabela 2 - Serviços pecuniários em Palmares (1654-1706) ............................................... 84 Tabela 3 - Descendentes de participantes das Guerras nos Palmares ........................... 100 Tabela 4 - Indivíduos que permaneceram em Pernambuco ........................................... 107 Tabela 5 - Indivíduos que saíram de Pernambuco .......................................................... 109 11 LISTA DE ABREVIATURAS AHU – Arquivo Histórico Ultramarino ANTT – Arquivo Nacional Torre do Tombo CHLA - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes IHGB – Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro IAHGP – Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano IHGAL – Instituto Histórico e Geográfico Alagoano IAGA - Instituto Archeologico Geographico Alagoano RIAGA - Revista do Instituto Archeologico Geographico Alagoano RIAHGP - Revista do Instituto Archeológico, Histórico e Geographico Pernambucano RTIHGEB - Revista Trimestral do Instituto Histórico, Geographico Etnographico Brasileiro RTHG ou JIHGB - Revista Trimestral de História e Geographia ou Jornal do Instituto Histórico e Geographico Brasileiro 12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13 CAPÍTULO 1 - AS MERCÊS DE PALMARES NA HISTORIOGRAFIA .................... 17 1.1 - As “histórias do Brasil” ............................................................................................... 18 1.2 - Historiografia clássica .................................................................................................. 19 1.3 - A produção atual .......................................................................................................... 24 1.4 - A historiografia alagoana ............................................................................................ 29 1.5 - Os Institutos Históricos ................................................................................................ 47 1.5.1 – IHGB .......................................................................................................................... 47 1.5.2 – IAHGP ....................................................................................................................... 49 1.5.3 – IHGAL ....................................................................................................................... 50 CAPÍTULO 2 – LUTANDO CONTRA PALMARES E GANHANDO MERCÊS ........ 56 2.1 - Inúmeras Expedições: Um Apanhado Geral ............................................................. 57 2.2 - Como bons vassalos: Os serviços prestados ............................................................... 66 2.2.1 - Perigos, exaustões e apuros: As dificuldades enfrentadas nas entradas .............. 72 2.2.2 - Degolar negros e queimar suas roças ...................................................................... 76 2.2.3 - Para os abastados, o sustento da guerra ................................................................. 82 CAPÍTULO 3 – A CONQUISTA DE MERCÊS, O SÉCULO XVIII E A FORMAÇÃO DE UMA NOVA ELITE ...................................................................................................... 89 3.1 - Da ascensão militar à posse de terras ......................................................................... 90 3.2 - Uma
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