AS ARNICAS ENDÊMICAS DAS SERRAS DO BRASIL Uma visão sobre a biologia e a química das espécies de Lychnophora ( Asteraceae ) AS ARNICAS ENDÊMICAS DAS SERRAS DO BRASIL Uma visão sobre a biologia e a química das espécies de Lychnophora ( Asteraceae ) João Semir Alex Ribeiro Rezende Marcelo Monge Norberto Peporine Lopes 2011 AS ARNICAS ENDÊMICAS DAS SERRAS DO BRASIL Uma visão sobre a biologia e a química das espécies de Lychnophora ( Asteraceae ) Gustavo Henrique Bianco de Souza Norberto Peporine Lopes ORGANIZADORES Reitor | João Luiz Martins Vice-Reitor | Antenor Rodrigues Barbosa Junior Diretor-Presidente | Gustavo Henrique Bianco de Souza Assessor Especial | Alvimar Ambrósio CONSELHO EDITORIAL Adalgimar Gomes Gonçalves André Barros Cota Elza Conceição de Oliveira Sebastião Fábio Faversani Gilbert Cardoso Bouyer Gilson Ianinni Gustavo Henrique Bianco de Souza Carla Mercês da Rocha Jatobá Ferreira Hildeberto Caldas de Sousa Leonardo Barbosa Godefroid Rinaldo Cardoso dos Santos APOIO . DEDICATÓRIA A todos os (co)autores que contribuiram para a efetivação dessa publicação. Ao INCT_if/CNPq, Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, pelo estímulo e financiamento. À EDUFOP, Editora da Universidade Federal de Ouro Preto. c EDUFOP Coordenação Editorial Gustavo Henrique Bianco de Souza Projeto Gráfico / Capa Alvimar Ambrósio Revisão Magda Salmen Editoração Eletrônica Autores Fotografia / Capa Norberto Pepporine Lopes FICHA CATALOGRÁFICA S471a Semir, João. As Arnicas Endêmicas das Serras do Brasil - Uma Visão sobre a Biologia e a Química das Espécies de Lychnophora (Asteraceae) / João Semir, Marcelo Monge, Alex Ribeiro Rezende, Norberto Peporine Lopes; organização de Gustavo Henrique Bianco de Souza e Norberto Peporine Lopes – Ouro Preto (MG) : UFOP, 2011. 212 p. : il. color.; grafs.; tabs. 1. Farmacognosia. 2. Plantas medicinais. 3. Arnica. I. Monge, Marcelo. II. Rezende, Alex Ribeiro. III. Lopes, Norberto Peporine. IV. Título. ISBN 978-85-288-0276-4 CDU: 615.322:582.998.16 Catalogação: [email protected] Reprodução proibida, Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à Editora UFOP http//:www.ufop.br e-mail: [email protected] Tel.: 31 3559-1463 Telefax.: 31 3559-1255 Centro de Vivência | Sala 03 | Campus Morro do Cruzeiro 35400.000 | Ouro Preto | MG AGRADECIMENTOS A todos os (co)autores que contribuiram para a efetivação dessa publicação. SUMÁRIO 21 INTRODUÇÃO MORFOLOGIA 31 16 31 HÁBITO 32 A - ARBUSTOS A ARVORETAS CANDELABRIFORMES PINOIDES 35 B - ARBUSTOS OU SUBARBUSTOS SUBDICOTÔMICOS ERICOIDES 37 C – SUBARBUSTOS BROMELIOIDES COM XILOPÓDIO 39 D – SUBARBUSTOS ERICOIDES PROSTRADOS COM XILOPÓDIO E SUBARBUSTOS DECUMBENTE COM XILOPÓDIO 41 E - SUBARBUSTO PROSTRADOS PSEUDOESTOLONÍFERO 43 F – ARBUSTOS E ARVORETAS HETEROCOMOIDES 45 G – ARBUSTOS E ARVORETAS SUBDICOTÔMICOS EREMANTOIDES CAULE, RAMOS E RÂMULOS 47 48 FOLHAS 58 INFLORESCÊNCIA 59 A – GLOMÉRULOS SIMPLES FOLHOSOS 60 B – GLOMÉRULOS ESPICIFORMES TERMINAIS OU ESPIGA DE GLOMÉRULOS FOLHOSOS 61 C – PSEUDOGLOMÉRULOS FOLHOSOS 63 D – GLOMÉRULOS COMPOSTOS FOLHOSOS 64 E – ESPIGAS DE GLOMÉRULOS PALEÁCEOS 65 F – PANICULAS DE GOMÉRULOS SIMPLES E COMPOSTOS 67 G – COMENTÁRIOS ADICIONAIS FRUTO – CÍPSELA 69 72 TAXONOMIA ESPÉCIE TIPO – 17 Lychnophora salicifolia Mart. 73 18 COMENTÁRIOS E CIRCUNSCRIÇÃO DE 73 LYCHNOHORA s.s. CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DE LYCHNOPHORA S.S. 78 81 1- Lychnphora candelabrum 86 2- Lychnophora diamantinana 90 3 - Lychnophora ericoides 102 4 - Lychnophora gardneri 105 5 - Lychnophora granmogolense 109 6 - Lychnophora martiana 113 7 - Lychnophora passerina 118 8 - Lychnophora pinaster 123 9 - Lychnophora pohlii 128 10 - Lychnophora ramosissima 130 11- Lychnophora rosmarinifolia 134 12 - Lychonophora salicifolia 139 13 - Lychnophora staavioides 143 14- Lychnophora uniflora 147 15- Lychnophora villosissima 152 16 - Lychnophora sp. 1 154 17 - Lychnophora sp. 2 155 18 - Lychnophora sp. 3 157 19 - Lychnophora sp. 4 158 20 - Lychnophora sp. 5 160 21- Lychnophora sp. 6 162 22 - Lychnophora sp. 7 ESPÉCIES QUE FUTURAMENTE SERÃO EXCLUIDAS 164 DE LYCHNOPHORA QUÍMICA DE LYCHNOPHORA 165 173 CONSIDERAÇÕES FINAIS 19 173 AMBIENTES DE LYCHNOPHORA ADAPTAÇÕES 20 177 179 1 – NERVURA PRINCIPAL ACHATADA ALADA NA FACE ABAXIAL 180 2 – PROVÁVEL FUSÃO DA BAINHA AO CAULE 180 3 – DISPOSIÇÃO ESPIRALADA E IMBRICADA DAS FOLHAS 181 4 – REDUÇÃO DO LIMBO FOLIAR 182 5 – “ECTODESMATA” TEICHODE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 183 183 1 – ESPÉCIES QUE OCORREM NA CADEIA DO ESPINHAÇO E CADEIAS DE GOIÁS 183 2 – ESPÉCIES ENDÊMICAS DAS SERRAS DE GOIÁS E DISTRITO FEDERAL 184 3 – ESPÉCIES DA SERRA DO ESPINHAÇO E CHAPADA DIAMANTINA 185 4 – ESPÉCIES ENDÊMICAS DA SERRA DO ESPINHAÇO E CHAPADA DIAMANTINA 187 5 – ESPÉCIES MICROENDÊMICAS RESTRITAS A UMA ÚNICA LOCALIDADE 191 PRANCHAS DE FOTOGRAFIA LYCHNOPHORA s.s. E REPRESENTANTES DE LYCHNPHORINAE REFERÊNCIAS 199 INTRODUÇÃO QUANDO SE PENSA NA família Asteraceae (Compositae) em que se encontra o gênero Lychnophora, sempre são lembradas uma série de plantas úteis para a humanidade. Asteraceae está presente em quase todas as categorias de plantas econômicas, com maior representatividade em áreas ligadas à alimentação, na qual muitos de seus representantes são importantes na produção de óleo vegetal e de folhagens. Também são utilizadas espécies da família, mas com menor relevância econômica, na produção de bebidas, condimentos, adoçantes, aromatizantes, coloríficos de alimentos, bebidas, inseticidas, medicamentos, cosméticos, perfumes, resinas, corantes, vernizes, tintas, remédios, sabões e detergentes (SIMPSON, 2006; JEFFREY, 2007). A família é tão importante para a alimentação que, com certeza, o leitor já experimentou algumas espécies de planta dessa família. As mais comumente utilizadas são: alface, Lactuca sativa L.; chicória, Cichorium intybus L. e escarola, Cichorium endivia L., dentre outras folhagens; alcachofra, Cynara scolymus L.; tucupi, Acmella spilanthoides Cass, erva anestésica utilizada na cultura amazônica no preparo de um caldo grosso de mandioca denominado tacacá; estragão, Artemisia dracunculus L., utilizado na culinária como tempero; girassol, Helianthus annus L., de onde é extraído o óleo de cozinha; niger, Guizotia abssynica (L.f.) Cass, utilizada como oleaginosa e os frutos usados na alimentação de pássaros. São também importantes na produção de mel e de própolis da florada do campo (PARK et al. 2004, MAROSTICA et al. 2008)) dentre os quais o alecrim-do-campo, Baccharis dracunculifolia DC, assa-peixe, Vernonia brasiliana L., V. ferruginea Less. e V. polyanthes Less., além 22 de outras espécies. Também são citadas como importantes na produção de bebidas tanto artesanal como industrialmente. Como exemplo, citamos a camomila, Matricaria chamomilla L., com a qual se faz chá, e o Cynar, que é uma bebida produzida a partir do extrato de 35 espécies, mas o principal componente é a alcachofra. Dentre as bebidas, a mais notória e com certo ar místico é o licor de absinto que é produzido a partir de extratos de Artemisia absinthium L. (SIMPSON, 2009). Representantes da família também são utilizados como ornamentais, as espécies dos gêneros comumente utilizados são: Bellis, Callistephus, Centaurea, Crysanthemun, Dahlia, Gazania, Gerbera, Tagetes e Zinnia (ANDERBERG et al. 2007, LORENZI & SOUZA 2008) Representantes da família também são aplicados como veneno. A piretrina, na produção de inseticidas, é extraída industrialmente a partir de Tanacetum cinerariifolium Heyw. Comunidades tradicionais utilizam também T. cinerariifolium na pesca, provocando envenenamento de peixes (JEFFREY 2007), popularmente chamado de timbó. O gênero Pulicaria também é descrito como potencial produtor de substâncias com propriedades inseticidas (JUDD et al. 2009). A família Asteraceae (Compositae), além de ser muito importante economicamente, também possui grande importância biológica, pois na família há cerca de 23.600 espécies e 1620 gêneros, o que a coloca como uma das maiores famílias em número de espécies de Angiospermas e a mais diversa dentre as Eudicotiledôneas, representando cerca de 10% das Angiospermas (BREMER, 1994, STEVENS, 2001, SIMPSON, 2006, JUDD et al. ,2009). A família possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo em todos os continentes, com exceção do Antártico (BREMER 1994). Porém, a Asteraceae está mais bem representada nas regiões temperadas e semiáridas dos trópicos e subtrópicos (JEFREY, 1978; CRONQUIST, 1981; BARROSO, 1991). A diversidade de Asteraceae para o Neotrópico é de 8.040 espécies distribuídas em 580 gêneros (PRUSKI & SANCHO 2004). Segundo Bremer (1994), metade dessas espécies e um terço dos gêneros ocorrem na América do Sul. Das 40.000 espécies de plantas que ocorrem no Brasil, 1.966 espécies pertencem à família Asteraceae. Dessas espécies cerca de 1.300 são endêmicas do Brasil (NAKAJIMA et al. 2010). A grande diversidade e a distribuição das espécies de Asteraceae são o resultado de seu grande sucesso evolutivo, que está associado principalmente a duas importantes estratégias: a ocorrência tanto de defesas químicas quanto de mecanismos de dispersão muito eficientes (DeVore & Stuessy 1995). Asteraceae é reconhecida como um grupo natural, monofilético, (JANSEN & PALMER 1987, CONQUIST, 1988; BREMER, 1994, 1996; LUNDBERG & BREMER, 2002), devido à presença de inúmeras sinapomorfias compartilhadas entre representantes da família. As Compositae apresentam limites bem estabelecidos e grande uniformidade em sua estrutura floral, compartilhada pelos seus membros (JEFFREY, 1978). Dentre as características morfológicas,
Details
-
File Typepdf
-
Upload Time-
-
Content LanguagesEnglish
-
Upload UserAnonymous/Not logged-in
-
File Pages215 Page
-
File Size-