Elis Regina Fernandes Alves a Memória Da Escravidão Em The

Elis Regina Fernandes Alves a Memória Da Escravidão Em The

Campus de São José do Rio Preto Elis Regina Fernandes Alves A memória da escravidão em The Longest Memory (1994) e Feeding The Ghosts (1997), de Fred D’Aguiar São José do Rio Preto 2018 Elis Regina Fernandes Alves A memória da escravidão em The Longest Memory (1994) e Feeding The Ghosts (1997), de Fred D’Aguiar Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Letras, junto ao Programa de Pós- Graduação em Letras, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de São José do Rio Preto. Financiadora: FAPEAM- Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas Orientador: Profº Dr. Álvaro Luiz Hattnher São José do Rio Preto 2018 Alves, Elis Regina Fernandes. A memória da escravidão em The Longest Memory (1994) e Feeding The Ghosts (1997), de Fred D’Aguiar / Elis Regina Fernandes Alves. -- São José do Rio Preto, 2017 430 f. Orientador: Álvaro Luiz Hattnher Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas 1. Literatura - História e crítica. 2. D`Aguiar, Fred. 3. Escravidão na literatura. 4. Escravidão – História. 5. Memória. I. Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas. II. Título. CDU – 8.09 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do IBILCE UNESP - Câmpus de São José do Rio Preto Elis Regina Fernandes Alves A memória da escravidão em The Longest Memory (1994) e Feeding The Ghosts (1997), de Fred D’Aguiar Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Letras, junto ao Programa de Pós- Graduação em Letras, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de São José do Rio Preto. Financiadora: FAPEAM- Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Dr. Álvaro Luiz Hattnher UNESP-São José do Rio Preto Orientador Profª. Drª. Vera Helena Gomes Wielewicki UEM Prof. Dr. Márcio Scheel UNESP – São José do Rio Preto Profª. Drª. Cleide Antonia Rapucci UNESP- Assis Prof. Dr. Ivan Marcos Ribeiro UFU São José do Rio Preto 02 de Fevereiro de 2018 DEDICATÓRIA A todos aqueles que ainda acreditam na educação como meio para a igualdade social. AGRADECIMENTOS Agradeço a UFAM-Universidade Federal do Amazonas pelo apoio em conceder meu afastamento integral para a realização desta pesquisa, em especial aos colegas e alunos do curso de Letras do IEAA- Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente de Humaitá-Amazonas; A FAPEAM- Fundação de Amparo à pesquisa no Estado do Amazonas pela concessão da bolsa estudos que me permitiu concluir com êxito esta pequisa; Ao meu professor orientador Álvaro Hattnher por ter aceitado minha orientação “no meio do caminho” e com muitas pedras, pela paciência, apoio, empréstimo de livros, concessão de assinaturas e orientação efetiva; Aos meus pais, Rafaela e Miguel, meus irmãos Flautenir e Frammarion, meus tios Rosa e Adão, pelo apoio mais que possível a vida toda; Ao professor e amigo Márcio Scheel, pela generosidade, discussões, incentivos, cafés, piadas infames e ajuda gratuita; Ao Edison Bariani, pelas dicas valiosas de livros e pelo humor negro; Aos amigos preciosos, irmãos escolhidos, Maria e André, pelo amor de todo dia, pela atenção, pelo zelo, pela paciência, pelo acolhimento de mim, tal como sou, imperfeita e complicada; Aos amigos, sempre presentes quando sempre preciso: Tátia, Marilda, Lut, Vanessa, Zé, Gisele, Eulina, Cláudia, César, Karen, Néia, Sandra, Tânia, Yony, Ângela, Zilda, Viviane, Laura, Ana Paula, Ana Cláudia, e tantos outros que me deram apoio nesta jornada; Ao Rodrigo, pela paciência, companheirismo, amizade a amor sempre presentes. Não quero lembrar. Lembrar dói. Como chorar. Só que calado e fundo. A lembrança sobe à pele, então e não aguento que me toquem. Dói o corpo todo, doem os ossos, os dentes se afrouxam nas gengivas, o nariz sangra. Não me façam lembrar. Eu esqueço o mais que posso. (The Longest Memory, Fred D’Aguiar) RESUMO Analisam-se os romances The Longest Memory (1994) e Feeding the Ghosts (1997), do anglo-guianense Fred D’Aguiar, sob a perspectiva da memória da escravidão. Os dois romances tematizam a memória da escravidão em momentos distintos, construindo uma espécie de panorama da escravidão negra transatlântica, desde a captura de escravos em África e a passagem intermédia, até a escravidão nas plantations norte-americanas nos séculos XVIII e XIX. A história da escravidão negra evidencia o peso da escravidão para a economia política da Europa e do Novo Mundo. Mas, sua memória tem sido relatada com base na visão do senhor de escravos, e não do escravo. Quando ficcionalizada, a memória da escravidão parece querer revisitar os legados deixados por esta barbárie. Diversos são os tipos de memórias que relembram, discutem, denunciam a escravidão e, neste sentido, este trabalho analisou, com base, principalmente, no conceito de memória coletiva de Halbwachs (2006), as memórias coletivas da escravidão, além de verificar como a memória histórica da escravidão é construída e quais memórias são descartadas para a composição desta memória histórica, que se torna oficializada. Evidenciou-se como o mesmo fato poder ser rememorado de formas diferentes, de acordo com as ideologias de quem as lembra, de modo a deixar claro como a História da escravidão é contada de forma enviesada, unilateral, pois que considera as memórias da elite detentora do poder e não dos sujeitos escravos. As memórias coletivas dos sujeitos escravos não são levadas em consideração ao se oficializar a história e, assim, a memória da escravidão parece estar sendo minimizada pela história e é a ficção quem parece não querer deixar-nos esquecer de seu legado, o que se evidencia nos dois romances analisados que buscam dar voz ao escravo, mesmo que essa voz acabe se perdendo na confecção da memória histórica dos eventos relativos à sua escravização. Palavras-chave: Memória. Escravidão. Fred D’Aguiar. Feeding the Ghosts. The Longest Memory. ABSTRACT The novels The Longest Memory (1994) and Feeding the Ghosts (1997), by the Anglo-Guianian Fred D'Aguiar, are analyzed from the perspective of the memory of slavery. The two novels thematize the memory of slavery at different times, building a kind of panorama of transatlantic black slavery, from the capture of slaves in Africa and the middle passage, to slavery on the American plantations in the eighteenth and nineteenth centuries. The history of black slavery shows the weight of slavery for the political economy of Europe and the New World. But its memory has been told from the point of view of the master of slaves, and not of the slave. When fictionalized, the memory of slavery seems to want to revisit the legacies left by this barbarism. There are several types of memories that recall, discuss, denounce slavery and, in this sense, this work analyzed, mainly, the concept of collective memory of Halbwachs (2006), the collective memories of slavery, as well as to verify how the historical memory of slavery is built and what memories are discarded for the composition of this historical memory, which ones become official. It has been shown how the same fact can be recalled in different ways, according to the ideologies of the one who remembers them, so as to make it clear how the History of slavery is counted in a biased, unilateral way, since it considers the memories of the holding elite of power and not of the slave subjects. The collective memories of the slave subjects are not taken into account when the history is made official, and thus the memory of slavery seems to be being minimized by history, and it is fiction who does not seem to want to let us forget its legacy, which is evidenced in these two analyzed novels that seek to give voice to the slave, even if that voice ends up being lost in the making of the historical memory of the events related to his/her enslavement. Keywords: Memory. Slavery. Fred D’Aguiar. Feeding the Ghosts. The Longest Memory. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10 CAPÍTULO I .................................................................................................................. 16 1. A OBRA DE FRED D’AGUIAR E A TEMÁTICA DA ESCRAVIDÃO ......... 16 1.1 FRED D’AGUIAR: VIDA E OBRA .................................................................... 16 1.2 A OBRA FICCIONAL DE FRED D’AGUIAR MARCADA POR SUA DUPLA NACIONALIDADE ..................................................................................... 20 1.3 THE LONGEST MEMORY E FEEDING THE GHOSTS ................................ 39 1.4 O TEMA DA ESCRAVIDÃO POR FRED D’AGUIAR ................................ 43 CAPÍTULO II ................................................................................................................. 50 2. A MEMÓRIA NA CONSTRUÇÃO NARRATIVA........................................... 50 2.1 A MEMÓRIA DESDE TEMPOS REMOTOS ..................................................... 50 2.2 MEMÓRIAS INDIVIDUAIS E COLETIVAS ..................................................... 59 2.3 MEMÓRIAS COLETIVAS E MEMÓRIAS HISTÓRICAS ............................... 69 2.4 MEMÓRIA, HISTÓRIA E ESQUECIMENTO ................................................... 80 2.5 MEMÓRIA E TRAUMA ...................................................................................... 93 2.6 MEMÓRIA E NARRATIVA.............................................................................

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