UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DIOGO CORRÊA MEYER O FUTEBOL EM PARALAXE: A INVENÇÃO DE REPRESENTAÇÕES NAS NARRATIVAS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO GUARULHOS 2016 DIOGO CORRÊA MEYER O FUTEBOL EM PARALAXE: A INVENÇÃO DE REPRESENTAÇÕES NAS NARRATIVAS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais. Área de concentração: Corpo, sexualidade, práticas simbólicas. Orientação: Prof. Dr. Renzo Romano Taddei GUARULHOS 2016 MEYER, Diogo Corrêa. O Futebol em Paralaxe: a Invenção de Representações nas Narrativas dos Meios de Comunicação / Diogo Corrêa Meyer. – Guarulhos, 2016. 205 f. Dissertação (mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, 2016. Orientador: Prof. Dr. Renzo Romano Taddei. Título em inglês: Soccer as a Parallax: the Invention of Representation on Medias Narratives. 1. Futebol. 2. Identidade. 3. Paralaxe. 4. Rio Grande do Sul. 5. São Paulo. DIOGO CORRÊA MEYER O FUTEBOL EM PARALAXE: A INVENÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES NAS NARRATIVAS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais. Área de concentração: Corpo, sexualidade, práticas simbólicas. Aprovação: ____/____/________ Prof. Dr. Renzo Romano Taddei (presidente da banca) Universidade Federal de São Paulo Prof. Dr. José Paulo Florenzano (titular) Departamento de Antropologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Prof. Dr. Luiz Henrique de Toledo (titular) Departamento de Antropologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Aos meus avós. AGRADECIMENTOS Esta pesquisa apresentada em formato de dissertação contou com a colaboração de diversas instituições e pessoas. A UNIFESP trouxe a mim uma série de conhecimentos e sentimentos que sequer imaginei que seria possível adquirir quando ingressei nesta universidade na graduação, em 2010. Amigos, conhecidos, funcionários e professores influenciaram na minha escolha pela de prosseguir com o mestrado no Programa de Pós- Graduação em Ciências Sociais em 2014. Assim como a Capes/CNPq, órgão que financiou tal projeto e possibilitou a minha participação em simpósios, congressos e viagens para fins acadêmicos. Durante a seleção de materiais referentes aos meios de comunicação impressos no Arquivo Público do Estado de São Paulo, pude contar com a atenção dos funcionários, desde os seguranças, até aqueles responsáveis pela árdua manutenção dos materiais. Da mesma forma como ocorrera durante minha ida à Porto Alegre a fim de consultar no Museu da Comunicação Hipólito José da Costa as fontes necessárias para embasar este texto. Contando com a ajuda da Renata e do Beto na procura pelas edições, pude recolher dados valiosos. Na capital do Rio Grande do Sul, tive a oportunidade de entrevistar Luís Fernando Veríssimo e Ruy Carlos Ostermann, dois célebres jornalistas gaúchos que eu nunca imaginaria encontrá-los pessoalmente para conversar sobre futebol e que foram demasiadamente receptivos às indagações, proporcionando rico material. A esta ocasião, devo a Mauro Beting e Paulo Vinícius Coelho, jornalistas paulistas que me passaram o contato de Laura Schneider, repórter da Rádio Gaúcha, que me indicou o contato de Diori Vasconcelos, produtor desta mesma instituição e que me concedeu, enfim, os meios para contatar dona Lúcia, esposa de Luís Fernando, que me tratou extremamente bem. Minha pesquisa na cidade gaúcha contou ainda com uma visita ao Centro de Treinamento do Grêmio Foot-Ball Portoalegrense a fim de entrevistar o treinador do clube em maio de 2016, Roger Machado. Apesar de não ter conseguido a conversação com este, pude dialogar com o auxiliar técnico e educador físico Roberto Ribas; entrevista esta que se revelou de grande valor às ambições desta pesquisa. Sou muito grato a ele pela disposição e atenção aos questionamentos, assim como ao assessor de imprensa do clube, João Paulo, que proporcionou este encontro e ainda me apresentou ao goleiro Marcelo Grohe. Eu, como protótipo de goleiro, não pude deixar de pedir um autógrafo e uma foto junto a este profissional que admiro. Voltando a São Paulo, pude ainda conversar com Camila Mattoso, à época jornalista da seção esportiva da Folha de São Paulo e autora recente de um livro sobre Adenor Leonardo Bacchi, o Tite. Apesar dos imprevistos de agenda dela, o que retardou nosso encontro e impossibilitou a inserção e análise da sua fala neste trabalho, ela respondeu atentamente aos pontos que apresentei durante a entrevista gravada na própria sede editorial deste periódico. Sou muito grato a todos estes que nomeei, assim como os agentes que participaram indiretamente para que estas atividades se concretizassem (como taxistas e o estudante da UFRGS que me emprestou sua carteira da biblioteca para pegar um livro do Tim Ingold para fotocopiar um capítulo e que não me lembro de seu nome). Durante as aulas na pós-graduação, pude ampliar minha perspectiva de pesquisa e encaminhar alternativas ao meu projeto inicial graças às aulas e às conversas com colegas do curso. Agradeço aqui a minha turma de mestrado e ao corpo docente, dentre eles à Jéssica Melo, Angelina Moreno, Diego Ambrosini, Alessandra El Far, José Lindomar Albuquerque e Valéria Macedo. Devo muito ao professor Renzo Romano Taddei, meu orientador que me indicara esta corrente metodológica largamente utilizada no texto a seguir e que me auxiliou a observar novos ângulos de ver o mundo. Ainda na UNIFESP, agradeço aos amigos e estudantes que me ajudaram no meu processo de “ser” professor de alemão durante 2013 e 2014, desde a preparação das aulas até os encontros nos entreaulas. Não poderia deixar de lembrar aqui destes que me apoiaram neste projeto voluntário: Nayra, Lucas, Nathália, Roberto, Bárbara Fernandes, Lara, Wembley e Cícero, morador do bairro dos Pimentas que frequentava piamente as aulas de alemão até antes da mudança da periferia ao centro da cidade de Guarulhos. Vielen Dank für alles! O Grupo de Estudos sobre Futebol da UNIFESP também não pode ser esquecido aqui. Desde 2013, eu e Victor de Leonardo Figols tentamos reunir discentes para discutir sobre o tema e que, em 2015, contou com a presença de Daniela Ribeiro e, agora em 2016, com Mateus Gonçalves, amigos que desejam estudar o esporte. A leitura atenciosa de vocês, com críticas e sugestões, contribuíram para uma melhor versão do texto. Ainda nesta linha do futebol e a universidade, vale destacar também a turma do Futbar, uma reunião para refletir na prática sobre novas corporalidades e estilos de jogo. Lembro ainda do colega Ítalo, um dos poucos que colecionava álbuns de figurinhas lá na academia além de mim. Lembro também dos amigos que fiz desde a graduação em Ciências Sociais em 2010: Leonardo Pomaro Mendes, Barbara Rebeca, Bruna Gonçalves, Vinícius da Rosa, Marcelo Guglielmi, Raoni “Cabeza” Vega, Rodrigo Nascimento, Vinícius Kassouf, entre tantos outros que compartilharam momentos gratificantes. Fora da universidade, lembro-me em especial de Eduardo Detofol, Victor Marcondes, André Villa, Thomas Diniz, Victor Bozzo e Victor Fabrício. E um agradecimento especial ao professor Edison, que me apresentou com muito afinco a sociologia em suas aulas no ensino médio. Muito obrigado pela companhia destes e de outros que não citei diretamente aqui! Por fim, devo minha maior gratidão aos meus pais, Cibele e Fernando, que sempre torceram por mim. Ao meu irmão, Dênis, um amigo especial. Ao meu finado avô, Roberto, o homem que me fez um fanático por futebol e que infelizmente não poderá ver esta dissertação. À minha companheira, Ana Claudia, que esteve ao meu lado e contribuiu decisivamente neste projeto com contatos de jornalistas paulistas, mas, sobretudo, com amor, zelo e paciência. Vocês estarão eternamente dentro do meu coração! Todo novo estilo implica não um “golpe” novo, mas um encadeamento de posturas, isto é, um equivalente de sintaxe, que se faz com base num estilo precedente e em ruptura com ele. As melhorias técnicas só têm seu efeito se tomadas e selecionadas num novo estilo, que elas não bastam para determinar. Donde a importância dos “inventores” no esporte, são os intercessores qualitativos (...) a história do esporte passa por esses inventores, que cada vez constituíam o inesperado, a nova sintaxe, as mutações, e sem os quais os progressos puramente tecnológicos teriam permanecido quantitativos, sem importância nem interesse. (Gilles Deleuze) RESUMO O fito desta pesquisa é a compreensão da criação e recriação das identidades nacionais e regionais a partir da problematização dos estilos de jogo no futebol através da perspectiva da antropologia relacional. Para tal, observamos a trajetória de dois treinadores de equipes do Rio Grande do Sul e São Paulo, regiões que consideramos dotadas de significações acerca do impasse sobre o que é o “futebol brasileiro”. A representatividade do esporte e a sua relação com o local e o nacional é um tema de ambiguidades, visto que ora determinado clube pode aparentar propriedades de uma região (o “futebol-arte” “tipicamente” brasileiro, o “jogo bonito”; ou o “futebol-força” “tipicamente” gaúcho)
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