TV Jornal Recife, a Rádio E TV Jornal Do Commercio S/A , Foi Fundada Em 1960 E Foi Uma Das Pioneiras Da Televisão Pernambucana, Do Nordeste E Do País

TV Jornal Recife, a Rádio E TV Jornal Do Commercio S/A , Foi Fundada Em 1960 E Foi Uma Das Pioneiras Da Televisão Pernambucana, Do Nordeste E Do País

1 Os grupos regionais de mídia - estratégias globais do mercado de comunicações e de cultura1 por Luiza Lusvarghi2 As etapas iniciais da pesquisa3 contribuíram para traçar um panorama dos veículos de mídia na região Nordeste, bem como definir o seu impacto sobre a produção cultural musical regional. Assim, o objetivo agora é delinear a estratégia adotada pelos grupos locais com relação às grandes corporações nacionais, mais especificamente aos holdings brasileiros formados a partir das mudanças estabelecidas a partir da década de 90. As novas tecnologias de informação e comunicação – TV paga, celulares, Internet, câmeras portáteis, TV digital – ampliaram a demanda por conteúdo audiovisual e estabeleceram novas possibilidades de produção e difusão da informação para as mídias regionais. A criação do Sistema Jornal do Commércio de Comunicação– um complexo de comunicação que reúne tevê, jornal impresso, duas rádios, jornal e CBN, Internet, acompanha esta tendência. O acordo estabelecido com a Claro4, que possibilitou o acesso da redação a novas mídias, como o equipamento 3G, que permite ao repórter na rua captar uma noticia, gravar e colocar no ar, consolida esta tendência. O blog do portal do JC Online, com três milhões de acesso, é o mais acessado do NE. O JC Online pertence ao Grupo Jornal do Commércio, pioneiro dentro do processo de criação dos grupos de radiodifusão do Nordeste, atualmente um afiliado da SBT, e parte integrante do SBT Nordeste. Palavras-chave: comunicação audiovisual; comunicação internacional; internacionalização midiática; regionalização Introdução A década de 90 assistiu ao crescimento do mercado regional audiovisual, impulsionados em parte por novas tecnologias e a necessidade de expandir os investimentos das grandes redes. A idéia deste estudo é identificar o impacto da globalização na relação 1 Comunicação para ser apresentada ao GT História da Mídia Audiovisual, durante o VI Congresso Nacional de História da Mídia., realizado de 13 a 16 de maio de 2008, em Niterói, na UFF. 2 BolsistaProdoc do PPGCOM da UFPE. 3 As pesquisas iniciaia do projeto “Os Grupos Regionais de Mídia - Estratégias Globais do Mercado de Comunicações e de Cultura”, que teve início, em 01/03/2005, foram desenvolvidas pelo pesquisador Edgard Rebouças, e tiveram continuidade com o pesquisador Felipe Trotta. 4 Claro, operadora celular do grupo mexicano America Móvil. 2 que o nacional estabelece com o regional no Brasil, a partir da Região Nordeste, rica em tradições locais, espaço historicamente relacionado à cultura nacional, e um dos grandes pólos de regionalização da mídia televisiva, já na década de 60. O objeto principal desta comunicação será analisar o grupo pernambucano conhecido como TV Jornal, que neste momento passa por grandes transformações, e foi, na década de 60, um projeto ousado e pioneiro do empresário e político Francisco Pessoa de Queiroz, mais conhecido como F.Pessoa de Queiroz, paraibano, como Assis Chateaubriand, que inaugurou a primeira emissora de televisão no Pais, em 1950 , porém radicado em Pernambuco. O processo de consolidação de uma mídia nacional própria, moderna ocorre a partir, sobretudo, da década de 70, quando a parceria Globo e Time Life (HERZ, 1996) contribui para consolidar no pais, definitivamente, a trajetória de um grupo de mídia de cobertura nacional que atua nos moldes do mercado internacional, e reflete tendências do capitalismo mundial. Este fortalecimento atropela definitivamente qualquer expectativa de crescimento de uma mídia regional autônoma, que passa a ser organizar em função do Grupo Globo, que logo monopoliza o mercado, e contribui para reelaborar uma identidade nacional, criando um padrão jornalístico baseado no modelo americano e uma imagem de pais que reflete o carioca way of life (BRANT, 2005), fartamente difundido nosso principal produto de exportação, o formato telenovela. É na década de 90, contudo, que podemos assinalar o surgimento de sintomas que apontam claramente os efeitos da globalização na mídia nacional, acompanhando transformações em curso no mundo, tão peculiares à pós-modernidade, entendida aqui como o terceiro estágio do capitalismo, conceito tomado a Ernest Mandel por Jameson em sua obra (JAMESON, 1996) sobre a lógica cultural do capitalismo tardio, que só existiria onde houvesse o desenvolvimento do capitalismo. Não existindo, portanto, numa sociedade indígena. A globalização do capitalismo sempre se faz acompanhar do desenvolvimento e formação de vários sistemas econômicos regionais, nos quais as economias regionais se articulam com corporações maiores, criando-se assim novas para a organização e o desenvolvimento das atividades produtivas: Em lugar de ser um obstáculo à globalização, a regionalização pode ser vista como um processo por meio do qual a globalização recria a nação, de modo a conformá-la à dinâmica da economia transnacional. O globalismo tanto incomoda o nacionalismo quanto estimula o 3 regionalismo. Tantas e tais são as tensões entre o globalismo e o nacionalismo que o regionalismo aparece como a mais natural das soluções para os impasses e as aflições do nacionalismo. (IANNI, Octavio, A Era do Globalismo, 1999, 4ª Ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, pág. 101). Uma tendência que se consolida na era global, e se reflete nos mercados regionais de mídia, é a criação dos sistemas de comunicação, na verdade complexos de mídia que reúnem jornal, televisão, rádios e quase sempre outros negócios. No Brasil, esse processo começa a adquirir visibilidade a partir de 2000, não por acaso o ano da megafusão AOL Time Warner, o ápice das fusões de grandes corporações de mídia dentro do processo de globalização do capitalismo mundial. A década imediatamente anterior, de 90, assinala a implantação do sistema de televisão por assinatura no País. Apesar do discurso, os grupos de sinal aberto brasileiros, entretanto, evitaram o confronto e acirrar a discussão sobre os efeitos que a programação segmentada poderia trazer. De qualquer forma, dentro deste novo contexto, a regionalização, em paralelo com a massificação e a exploração do popularesco na grade aberta, poderia significar uma saída para enfrentar a eventual ameaça que a programação segmentada poderia trazer. Entretanto, reagem contra qualquer modificação legal neste sentido. Em maio de 2000 ocorreu o Seminário "Para onde vai a TV aberta?", evento promovido pela RBS, no Teatro do Sesi, em Porto Alegre, em que a diretora-geral das Organizações Globo, Marluce Dias da Silva, analisou a televisão do futuro e as perspectivas da Globo dentro deste novo panorama. Dentre as suas previsões, chama a atenção a necessidade de integração e regionalização, apontadas como essenciais para este momento. Desta forma, o setor dominante do "media business" brasileiro passou a primeira metade da década de 90 evitando a ameaça da TV segmentada e a segunda metade se endividando e sonhando com os enormes lucros que adviriam dela. Se tudo desse certo, a TV aberta poderia“regionalizar-se”. O termo “Regionalização” faz parte do discurso da Globo de tempos em tempos. Nestes dias atuais ela tem se mostrado intransigente em relação ao projeto n.º 256/91, da Deputada Jandira Feghali, através das posições assumidas pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), notória defensora de seus interesses (fato tornado público por diversas outras redes de televisão brasileiras) nas reuniões da Comissão de Regionalização e Qualidade da Programação do Conselho de Comunicação Social (CCS), órgão do Congresso Nacional responsável por emitir parecer ao referido projeto. O mais curioso é que ela já foi a grande instigadora da regionalização em um tempo em que o tema não chamava a atenção de muitas pessoas.(SIMÕES, Cassiano Ferreira, TV a cabo, TV aberta e regionalização da televisão brasileira nos anos 90, , Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y Comunicación, www.eptic.com.br, Vol. VIII, n. 3, sep – dic. 2006, PÁG. 136). 4 A formação de grandes sistemas regionais é fundamental para que o processo de regionalização se complete. O caso das afiliadas da Rede Globo no Sul, como a RBS, e no Nordeste, o Sistema Mirante de Comunicação, no Maranhão, e o Sistema Verdes Mares, se sucedem naturalmente dentro deste quadro. O mais recente dentre eles é o Sistema Jornal do Commércio de Comunicação– um complexo de comunicação que reúne a televisão, o jornal impresso, duas rádios, jornal e CBN, Internet, mas que integra um grupo maior, o JCPM, dirigido pelo empresário João Carlos Paes Mendonça, cujo lema é o mesmo da rede Bom Preço, criada por ele – Orgulho de ser nordestino. No caso da TV Jornal, a junção de todos os veículos de mídia não foi apenas comercial, mas física, uma vez que há dois anos, por decisão do grupo, todos passaram a ocupar o prédio da emissora. A colocação em um mesmo ambiente facilitou o compartilhamento de conteúdos. Apesar das redações trabalharem individualmente, há uma reunião coletiva, diária. E as pautas são checadas por todos, o que potencializa o fluxo de informação. O consumidor pernambucano tem a tradição da noticia local, desde os primórdios com A Aurora Pernambucana, o primeiro jornal de Pernambuco e o terceiro publicado no Brasil, em 1821. Considerado o jornal mais antigo em circulação na América Latina, o Diario de Pernambuco foi fundado no dia 7 de novembro de 1825. Já o Jornal do Commercio foi criado em 3 de abril de 1919. Há 13 anos o JC ostenta o título de jornal de maior circulação de Pernambuco, segundo os índices do Instituto de Verificação de Circulação5. Com 65% de seus assinantes fixados no bairro de Boa Viagem, seu portal integra o portal UOL, da Folha de S.Paulo, e seu padrão visual de uma certa forma reproduz o do periódico paulista. Em 1959, as Rádios Tamandaré, Clube de Pernambuco, Jornal do Commercio e Rádio Olinda já possuíam audiência cativa. A televisão pernambucana surge em 1960, dez anos após ter sido lançada no Brasil a pioneira TV Tupi, do jornalista Francisco Assis Chateaubriand. A TV Jornal, Canal 2, preparava-se para inaugurar os seus serviços, sob a direção de F.

View Full Text

Details

  • File Type
    pdf
  • Upload Time
    -
  • Content Languages
    English
  • Upload User
    Anonymous/Not logged-in
  • File Pages
    18 Page
  • File Size
    -

Download

Channel Download Status
Express Download Enable

Copyright

We respect the copyrights and intellectual property rights of all users. All uploaded documents are either original works of the uploader or authorized works of the rightful owners.

  • Not to be reproduced or distributed without explicit permission.
  • Not used for commercial purposes outside of approved use cases.
  • Not used to infringe on the rights of the original creators.
  • If you believe any content infringes your copyright, please contact us immediately.

Support

For help with questions, suggestions, or problems, please contact us