Fundado em 2 de fevereiro de 1893 A UNIÃO128 anos - PaTRIMÔnIo Da PaRaÍBa no governo de Álvaro Machado Ano CXXVIII Número 094 | R$ 2,50 João Pessoa, Paraíba - SEXTA-FEIRA, 21 de maio de 2021 auniao.pb.gov.br | @jornalauniao Foto: Marcus Antônius Paraíba ALPB debate LDO, que prevê orçamento de R$ 12,9 bi para 2022 Maio Amarelo Ciclistas ainda lutam contra o desrespeito às leis de trânsito nas ruas de JP. Página 8 Em audiência pública, secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão, Gilmar Martins, AstraZeneca: 2a dose só após apresenta a proposta, que prevê crescimento de 4,28% em relação a 2021. Página 13 a gravidez e o puerpério Secretaria de Estado da Saúde divulga nota com orientações Foto: Marcus Antonius a gestantes a respeito da vacinação contra covid-19. Página 5 Mundo Após 11 dias de ataques, Israel e Hamas anunciam cessar-fogo Líderes asseguram que a trégua na Faixa de Gaza ocorrerá de forma bilateral, simultânea e sem precondições. Página 16 Diversidade CPI da Covid: Calheiros quer checagem dos depoimentos Relator da comissão, senador alagoano criticou depoimento de Pazuello: “Cheio de contradições e omissões”. Página 20 o Economia Orla cheia no 1 dia das novas restrições em JP Pessoas ignoram “toque de recolher” do decreto municipal, que desde ontem proíbe a circulação de pessoas pelo local após as 17h, para evitar disseminação da covid. Página 3 Bares e restaurantes têm o 2 mês de isenção do ICMS Foto: Reprodução Foto: Divulgação Medida, válida de abril a junho, foi tomada pelo Governo do Últimas Cultura Estado para mitigar os efeitos da pandemia no setor. Página 17 Colunas De acordo com uma pesquisa feita pela RME, 68% das donas de negócio do país começaram a empreender depois de terem filhos. Página 17 Fabrício Feitosa O gol marcado pelo brasileiro Alisson, goleiro do Liverpool, no domingo (16), foi, de todos, o mais espetacular gol de goleiro que já vi. Página 22 Vacina para todos Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ontem, “Asa de Cigarro” Escritor paraibano Águia Mendes lança o Felipe Gesteira durante live, que espera imunizar toda a população até o final de 2021. Página 4 primeiro “poema longo” da sua carreira, pela Editora Patuá. Página 9 Foto: Marcus Antonius A covid em números Maio Amarelo C P E G N I T E CASOS MORTES VACINAS aplicadas K R A M NA PARAÍBA 313.077 7.336 1.188.230 O MELHOR CAMINHO É O NO BRASIL 15.898.558 444.391 61.306.903 RES!PEITO NO MUNDO RESPEITE AS 165.091.142 3.421.514 1.528.430.072 REGRAS DE TRÂNSITO. Fonte - PB: SES-PB/ BR: G1/ Mundo: Microsoft Bing Covid-19 Tracker Exame de graça João Pessoa oferece 32 RESPEITE A VIDA. pontos de testes para covid-19 pelo SUS. Página 5 Assine o Jornal A União agora: (83) 3218.6518 | (83) 9 9117.7042 [email protected] Opinião Edição: Demócrito Garcia Editoração: Joaquim Ideão 2 A UNIÃO | João Pessoa, Paraíba - SEXTA-FEIRA, 21 de maio de 2021 CONTATOS: [email protected] REDAÇÃO: (83) 3218-6539/3218-6509 Damião Ramos Cavalcanti Editorial Crônica [email protected] | Colaborador Letras e línguas Além da Semana Nacional Cultura é palavra de muitos conceitos. Um deles define cul- Navega-se além da Semana Nacional nos internou, num isolamento social, lança de Museus, cogitando-se a dinamização com coragem a criação de dois museus. O tura como o produto da ação humana em todos os seus aspec- de verdadeiros museus urbanos, concen- primeiro, Museu da Cidade de João Pessoa; tos. As diferentes formas de ser e estar no mundo sofreriam trados nas mimosas cidades interioranas, e o segundo, o Museu do Estado, a funcio- influências de tudo aquilo que os seres humanos fizeram no a exemplo de Areia, Pilar, Mamanguape e nar no Palácio da Redenção. A pandemia tempo e no espaço, do mesmo modo que, dialeticamente, o que Bananeiras, sobre o que ainda temos muito virótica não só obstaculiza, mas interrom- a contar. E nesse sentido, lá vem o precioso pe e retarda a abertura desses museus. está sendo feito no presente irá interferir na existência futura. IPHAEP, responsabilizando-se, em nome Ela está aí como ondas gigantes contra Cultura, portanto, está relacionada à diversidade humana; do Governo, de proteger esses históricos quem deseja navegar. E quando se pensa às diferentes pessoas, às distintas linguagens, aos desseme- logradouros, através de uma dinâmica po- que ela se desmanchou como a do mar na lhantes costumes. Conhecer e entender a cultura significa en- lítica em prol da criação de centros históri- areia da praia, ela reaparece, pelo infernal cos. Admoeste-se que as cidades históricas contágio. Nesse contexto, também outros tender e conhecer a humanidade em toda sua complexidade são, universalmente, a atração do turismo empreendimentos culturais se raleiam, e, através deste saber, interferir no seu destino, por meio de de excelência, e não aquele de viajar para disciplinando contagiados contagiantes, e atividades como política, arte, educação, ciência etc. comprar, comprar e depois pagar, em moe- também, para oferecer maior estrutura à da ou em não uso daquilo que foi perdula- saúde pública, curando a população. O que Cultura, de modo geral, está muito associada, hoje, ao con- riamente comprado. escapa acontece via vir- junto de manifestações artísticas: cinema, literatura, teatro, Timoneando a política Admoeste-se que as tual. Por analogia, as altas artes visuais, dança etc. A vida de um povo, melhor dizendo, cultural para o vasto inte- ondas parecem não termi- as diferentes formas de viver de uma nação podem ser mais rior do Paraíba, o Governo cidades históricas são, nar, contudo, o promissor João Azevêdo, com discer- é que temos praia e mar, e bem interpretadas por meio do acervo simbólico, formado por nimento e responsabilida- universalmente, a atração um exímio timoneiro para filmes, músicas, espetáculos teatrais etc. de cultural e, consequen- navegar, que reza as pala- Se o fim a ser atingido é a sociedade da prosperidade ma- temente social, volta-se do turismo de excelência, vras do general Pompeu terial, da justiça social e da liberdade, então se infere que o aonde mais se vivencia a aos romanos: “Navegar é endocultura ou a cultura e não aquele de viajar preciso”; então as hostes se desenvolvimento econômico não pode estar dissociado da in group, adequadamente para comprar resignavam de “viver” em evolução cultural. Às pessoas devem ser oferecidas oportuni- aquela que, ab origine, pro- Roma, à busca de trigo no dades iguais de enriquecimento material e acesso democrático paga-se, espontaneamente, além mar, navegando. à educação, à cultura, aos esportes etc. a partir da família, dos primeiros grupos Alois Riegl, já há um século, teoriza- da sociabilidade infantil, na escola, fora de va esses valores, enfatizados por Janete. A língua nacional é um patrimônio inalienável de um povo. casa, na rua, nas praças, nos bairros e nas E na sua obra O Culto Moderno dos Mo- Há quem a defenda com intransigência das invasões idiomáti- coisas da paróquia. numentos, ao abordar esses valores, não cas estrangeiras, que se não podem ser evitadas, pelo menos Quarta-feira, Janete Rodriguez, do nega, contudo, a exigência de outras as- Museu Casa de José Américo, da FCJA, bem pirações, que podem coexistir com essas não deveriam ser incentivadas de modo submisso. Ressalte-se ladeada pelos museólogos Diógenes Cha- que mais importam. Mas, essa sensibili- que a cultura também é uma arma utilizada por algumas na- ves e Chico Pereira, abriu a Semana Na- dade e consciência cidadã do patrimônio ções para subjugar economicamente outras. cional de Museu, ela que tem sido corpo e histórico e cultural, de alto interesse da No caso do Brasil, é ou deveria ser dever do Estado demo- alma, anualmente, desse evento na Paraí- memória coletiva, evitam a destruição ba. Janete discursou, de modo profundo, das ruas, das praças e coretos, dos monu- cratizar o conhecimento sobre a língua portuguesa, valorizar mentos e das coisas históricas, insubsti- os profissionais das Letras, que também primam pelo idioma Sobretudo, nos dias de hoje, como a força tuíveis, mesmo não atendendo a pretex- nacional, e investir no desenvolvimento cultural, conforme foi eextensa reforço definição da memória, do significado tornando-se do museu. mais estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Edu- coisa do presente e do futuro do que do equivocada, de má-fé, contra a memória passado. Nesse sentido, João Azevêdo, não eto osindividual, reais valores de consciência contemporâneos, irrefletida, de cação, a Ciência e a Cultura (Unesco). obstante os obstáculos da pandemia que todos e de cada um de nós. Mariana Moreira Marcus Antonius Artigo [email protected] | Colaboradora [email protected] Fotolegenda Vulneráveis seres! Fim de tarde. A mulher gesticu- emergencial, enxerga na mendicân- la intensamente ao se dirigir ao seu cia a derradeira brecha para esca- veículo estacionado em frente à agên- par da fome. Não tendo como prote- cia bancária. Palavras jorram de sua ger os filhos, de pais ausentes - que boca na intensidade de sua raiva. A contribuíram apenas com os esper- motivação para tamanha indignação matozoides no processo de gesta- está nas escadarias que dão acesso ção das novas vidas -, leva-os para a ao banco. Ali, duas outras mulheres, porta do banco onde os mantêm em com roupas gastas e sujas, abrigando vigilância. entre os braços filhos crianças, es- No dia seguinte, as encontro so- tendem a mão à caridade, no desejo zinhas, no exercício degradante da de um “trocado” para saciar barrigas mendicância. Nos olhos, tristeza e carentes de pão, mas, sobretudo, de preocupação se somam a fiapos de humanidade. indignação e desencanto com os hu- A mulher que gesticula, esbrave- manos.