J.~ . tr~~·-o LEG~L i8C LISBOA, 11 DE SETEMBRO DE 1934 \ N.º 1

Editor: ANTONIO BELEZA DIRECTOR Redacção, Ad· · Ú•lra çic. e Oficinas: P11,ri1jld1 ja E1,m1 11 11911izl(l3 : ILEftTEJJU • EOlllSA PEDRO MURALHA R. DA ROSA, - Teln. 21622- LISBOA A adesão do nosso Gremio

Recebemos o seguinte oficio e! Oremio Alentejano : Senhor Pedro Mure.lh e.. Cum­ pre-me informar v. que em sessã.o da Direcção celebrada em 8 do corrente, foi delibere.do prestar todo o apoio possível ao novo se­ manário "Vida Alentejana", dan­ do info rmação pormenorise.da de todos os assuntos internos do Gremio e auxiliando a valiosa iniciativa de v. por todos os meios que se encontrem ao nosso alcan­ ce. Com toda a considere.çâo se >,)..... subscreve pelo Gremio Alentejano ~~ - A ntonio lzidro G ama. Um dos p1utorinho1 •lentei•no ~ natural de •nino de 16 mezu, Josi Elias R omio Mar· Monforte que de1àt 01 maia • erdt& ano.s tini, /ilho do "º'"º amiao Joaquim eu•• la7'utam pelo p ~o àe ..d. dia M•rtin1 e de D. Catarina Con.stanç" Romio Martins, de Portolqrt A Vida Alentejana Mercados e feiras O programa da Vida Alentejana? alentejanas E' simples: 0 1. - Defender o Alentejo dos dis· Setembro: lates dos seus detractores; 2.º - Propagar as suas belezas Feiras- Dia t, Montemor·O·Novo; Ama­ que são inumeras; releja ; Aldeia Nova e Santa Clara a Velh a 3.o- (). Dia 3, Safara. Dia 8, Moura e Defender os lavradores das Barbacena (Elvas). Dia 10, Crato. Dia 13, garras dos especuladores, trazendo­ Beri ngel IBeja); Portalegre e Odemira; Dia os sempre ao corrente dos preços 14. Mourão. Dia 15, Belver (O•vião). Dil\ 16, aos produtos que leem para vender. ; ; Vendas No• 4,0 - Dar-lhes, por intermedio de vas e Cabeção Dia 17, Arronches Dia 20, Elvas e Mértola. Dia 21, Viana. Dia 25. AI· pessoas especialisadas corzhecimen· modóvar. Dia 28. . Dia 29, S. Teo­ tos uteis, tanto na agricultura como tónio (udemi ra) e Souzel. Dia 30, Santo An· rza pecuaria, na horticultura, api­ Iónio das Artias (Marvão). cultura, floricultura, etc. Mercados-!.º domingo em Beja. As 2.as E se cumprirmos bem estes quatro feiras. Elvas. 3 u, tvora 4.as, Portalegre e capítulos julgamos ter prestado ao aos sábados Estremoz e Moura. Alentejo o mais relevante serviço. Dos primeiros numeros fazemos Oesejamos dar aos nossos leitores uma grande tiragem. Vai dirigido a to­ infor macões exactas sobre os preços dos os a le ntejanos, ou filhos, ou ainda, dos produtos agriculas e dos gados, a qnem tenhll interesses no Alentejo. cor rentes nas feiras a lentej anas. A Ambicionamos apenas 10 º'• dos no­ principio teremos que luctar com mui­ mes d• queles a q uem nos dirigimos. tas dificuldades, visto pess6as a quem Com eH es contaremos. P r eferimos nos dirigimos não quererem, certa. poucos mas bons, a muitos que nos mente por comodismo, fazer-nos o fa ­ nlo saibam compreender. Os que não vor de nos enviarem os respectivos bo­ nos q uiserem aco mpanhar nesta c ru letins preenchidos. Mas esperamos zada, já nos prestarão um serviço de· encontrar boas vontades pari\ resolver volvendo à procedencia este jornal. esse assunto. 2 VIDA ALENTEJANA

Ao sr. gen eral Teófilo Trindade ...... Aos meus colegas Transcrevemos do Diário de No· Vai o nosso prezado amigo senhor queno grupo que fàcilmente se mele tidas, de 21 do mês passado, no Pedro Muralha tentar a publicação de acordo, e, de outro, um numero relato da V volta a : de um semanário de interesse para infinito de vendedores, que nenhu­ «Na parte mais dura do percurso o Alentejo. ma ligação teem entre si, e que, ge­ deu-se a desistência do ciclista-mari· Um semanário dessa ordem µode ralmente, necessitam de dinheiro e nlleiro•. Entra·se no caminho de S. ser de grande utilidade para todos de pressa. Quer dizer: estão na me· Luiz, a parte mais dura do precurso os lavradores. lhor postura para ser explorados. por uma estrada onde o pó tem mui­ Nele podem ser versadas questões tos cenlimelros de altura. A prova tecnicas, agricolas, sociais, pecuarias, * * feita nestas extraordinárias condições vc erinárias, informações e comuni­ não tem descrição possível. cações legislativas, etc., emfim uma Por isso colegas, de boa vontade• vamos a colaborar todos com o •A energia com que todos procu· QJantidade de coisas. ram vencer as mil dificuldades do Mas para que um periódico destes nosso esforço nesta obra. Prestaremos um grande serviço a percurso é qualquer coisa de formi· ~eja assinado, é necessário que seja dável. Só Santos Duarte tem um mo­ lido, e para isso, que nos dê conhe· nós próprios e à classe, e não só, a êste jornal. mento de desanimo que chega para cimentos uteis. o levar à desistenciv fartos estamos nós, de artigos, UM LAVI{AOOR ALENTEJANO Santos .Duarte foi o enérgico atleta tirados de todos os velhos alfarrá· vencedor da 1.0. etape. Ganhou a ca· bios, enciclopedias de agricultura, misola amarela em Sines para a per· jornais estrangeiros, mais ou menos der no Alentejo, perto de S. Luiz, teoricos, e inaplicaveis ao nosso meio. N oficias pessoais concelho de Odemira, o maior e o O que nós necessitamos é, de fac· mais rico do pais. tos constatados na nossa labuta, pe· Vimos em Lisboa os nossos com· Chamamos para o caso a atenção los nossos colegas. provincianos: da Junta Autonoma das estradas. Quantas coisas sabem os nossos De Evora: Manuel Rosado Mira, agricultores práticos, que não veem José Carlos Abelha e dr. Júlio de a publico e que tão uteis seriam? Morais. Julgam que não vale a pena, não De Beja: Afonso José das fontes, ligam importancia, não se atrevem a Manuel Romão e Augusto Lampreia escrever! (da Salváda). Estão·se a imprimir os últimos E tantas coisas interessantes há a De Portalegre: dr. Oaliano Tavares. concelhos do Distrito de Portalegre, dizer, que muitos sabem, e outros De Alte1 do Chão: dr. Francisco 3.o tomo que deve ficar com maior ignoram. Alvim e Rafael Mendes Calado. número de páginas do que os outros Para isso pode servir este periódico. De Estremôs: João Francisco Car· do~s distritos já publicados. Deseja alguem carneiros. toiros, reço Simões. Este tomo que insere mais de mil ovelhas e porcos? De Souzel: dr. José de Almeida e gravuras, e que trás as descrições Quem tem bom ? Não se sabe. António José Simces (Casa Branca). de cêrca de 100 casas agrícolas. de­ Qual o último preço da cortiça ou De Feffeira do Alentejo: Inácio . verá ficar concluído entre 2 meses, do azeite? Fialho Maceta. para depois se fazer o projectado Quanto vale a aveia nova ? De Moura: José Ramos. apendece ao Distrito de Beja, cujas Já vendeu a sua lã? E qual é o De Monforte: José Pereira de maiores casas agrícolas já aderiram. preço da branca ou da preta? Moura e José Alfredo Sardinha. O Album completo deve ficar com Há procura? Não? De A vis ; José Diogo Pais. 1200 páginas e insere mais de 2 mil Tudo isto necessitamos saber. De Monte Negro: Joaquim da Sil· fotografias. va Brito Pais falcão. Quási todos ~s concelhos de Por­ • • • De Mora: José Homem Vieira talegre teem adquirido separatas. Lopes. Mas todas estas informações de· De Elvas: Domingos Serra. vem ser exactas, verdadeiras, frescas, De Arraiolos: Francisco Marques Muito importante com indicação de qualidade. Coelho. Doentes A Vid~ Alentejana não se vende * * * avulso. E remetida para os seus as­ José Júlio Brito Pais Ninguém imagina a importancia de sinantes, pois custa apmas 1 O es­ cudos por uma série de l O números. um bom servíço de informaçãe rá· Do Luzo retirou para o Monte pido, exacto, verdadeiro. As pessoas que Lhe convierem mais Velho, já em via de convalescência o pagamento às séries de 5 núme­ Compenetrem-se todos que, se o nosso querido amigo sr. José Júlio querem um jornal informado e util, ros, muito agradecemos que nos co­ Brito Pais, que a doença reteve por muniquem. todos devem esforçar-se para o au­ largo tempo no leito. xiliar, de modo que sendo bom, po­ derá ser quási um orgão da classe. Cândido Liberato A caixinha àcerca de preços, pode Lavradores - Quereis estar sem· beneficiar de momento um, na gene­ O inteligente moço eborense, nos· p1e ao facto dos preços dos vossos pro­ ralidade quem lucra é o negociante, so amigo Cândido Liberato que há ductos? adquiti A Vida Alentejana. porque êle é mais mexido, circula um mês deu entrada no Sanatório Alentejan os - Na A Vida Alen· mais, está mais em contacto com o de Portalegre, deu-nos a boa noticia tejana encontrareis sempre a vossa de­ mercado, e, finalmente, quási sem­ das suas melhoras, com o que muito feza e a propaganda da nossa pro· pre se encontra de um lado um pe· nos regosijamos. vinda. 3 Agricullura Alentejana Inf orm ações Os gados, as culturas cerealiferas e o seareiro AGRICOLAS Sem gados não há agricultura progressiva, trigo a um preço mais baixo do que o lavra­ Barrancos diz um velho e conceituoso aforismo. De dor. facto assim t, até mesmo em relação à cul­ t tão marcante a acção do seareiro na tura cerealifera quando exercida sob a forma cultura do trigo que há anos, quando tive• Searas - O ·resultado das colheitas extensiva, não se podendo conceber agricul­ mos interferência na administração duma que estão atrazadas é magnifico. Os tura intensiva sem a existência de gados. grande casa agrícola na região de Beja cons­ trigos estão a produzir de 14 a 18 A ci:ltura cerealífera é de todas a mais tatamos o seguinte: Fazia parte desta admi· contingente do Baixo Alentejo, devendo alri· nistração. além de outras, uma lavoura de sementes; aveias de 13 a 16 e ceva· buir·se essa inconstância, mais à irregularida­ cêrca de 600 hectares. Enquanto esta pro­ das 15 a 17. Nota-se bom peso nos de do clima, sobretudo à distribuição das priedade foi explorada por conta da casa, trigos. chuvas, do que á pobresa dos terrenos. por administração directa, a exploração Montados de azinho - Conse­ Principalmente, nas terras galegas pobres pouco lucro dava, apresentando alguns anos (schistosas), que devem ocupar cêrca de nove prejuizo. Passou.se a dar as terras á ração, quência do burgo e mais ainda dos décimos da área do distrito de Beja, a cul· ao quarto, obrigando o seareiro a cumprir frios da Primavera, não mostram bo· lura cereallfera salda a sua conta com deli· certas normas tendentes a uniformizar a pro­ lota; nesta região não há memória cit, na maior parte dos anos; nalguns as dução e a exploração da propriedade passou de vêr montados tão despidos de receitas mal cobrem as despesas e raros são aqueles em que esta cultura apresenta um fruto. lucro apreciável. Montados de sobro - Dão alguma Estou a ver o leitor, em face desta alir­ esperança mas como se sabe é incer· m3ção, faier a si próprio esta pregunta: ta a produção, pois tudo depende de •Porque é então que a agricultura do sul não faliu já, tendo como base uma cultura um outono temperado. tão contingente?• Não faliu já, mas tem su· Olivais - Má novidade pelo mes­ portado enormes &acrifícios, que alguns dos mo motivo dos frios da Primavera, o nossos economistas fácilmente esquecem que sucede a todos os frutos este sempre que se aproxima um ano de espe­ rançosas colheitas, como as do corrente ano, ano, cuja escassês e má qualidade é falando·se logo na possibilidade e conve­ notória. niência da baixa do preço do trigo, sem se lembrarem que êstes anos mal chegam para salc!ar os encargos acumulados por uma sé­ rie de anos deficitários. Floricultura E assim mesmo muitos pequenos lavra· dores e ainda alguns grandes, baquearam, Durante o mês de Setembro de· por não poderem suportar os encargos que vem plantar-se as seguintes qualida· esta cultura lhes acarretou numa série de des de flores, por ordem alfabética: três anos maus anleriores a 1932, de nada lhe tendo servido a abundante e excessional Açafates de praia, amores perfeitos, as­ ]. Mira Galvao colheita que nêste ano tiveram. f dos res­ sembleias, ásteres, bego11ia sempre em flor, Comendador de rneroto a~rlcola ta~tes lavradores, os que não liquidaram, blents, bocas de lobo. Calceolarias. calen· fot porque, uns, sendo económicos e previ. dulas, casadinhos, cantarias, chagas, ciclames, dentes, haviam amealhado uma pequena re· a dar lucro apreciável, dando igualmente cinerarias, charquias. coelhinhos, cravinas. serva que suportou os encargos do período bons interêsses aos seareiros que a cultiva· cravos dobrados, cravos da China. Ervilhas de crise e os restantes porque tiveram a co· vam e que disputavam as terras por empe· de cheiro, esporas. estrelas do Egito. Flox. brir êsses encargos os gados e a cortiça. nho. Logo os gados e o seareiro são dois Galhardas, gazão (relvai, gerberia, gipsofi· Além disso uma grande parte do trigo que grandes factores económicos da agricultura las. godetia, goivos gotas de sangue. Lem­ se produz no Baixo Alentejo é cultivado por alentejana e sem eles não podr.ria existir a bra-te de mim, leucantemo, linho encarnado, seareiros que amanham as terras quasi ex­ cultura cerealífera. lobelias. Malmequeru anuais. malmequeres clusivamente com os seus bra~os e os de sua Mas ... aaiora reparo. Tinham-me pedide de palha, malvaisco, maravilhas, margaridas, famitia, fazendo por isso render muito mais um pequeno artigo_para a e Vida Alenlejanu marticaria, mimulas, miosótis. Não me es· o seu trabalho e o dos poucos assalariados e êste já vai longo. (,/ue nos desculpe o nosso queças. Paciencias, papões, papoulas, pen· que admitem, do que o pode fazer o grande patrício Pedro Muralha e para me peniten· samentos. piretro dourado, primulas da Chi· e mesmo o pequeno lavrador, por mais bem ciar prometo outro artigo maior, porque este na, primulas dos jardins. Resedas. Sálvia, montada que tenha a sua administração e assunto tem ainda muito que desfiar. saudades, shizanthus, sempre-vivas. Verbe· melhor fiscalisados que traga os seus encar­ Beja, I · 6·934. nas, vinha virgem, violetas. regados. ]. MIRA GALVÃO Consequentemente o seareiro produz o Eng. agrónomo Horticultura Devem, no mês de Setembro, se­ Uma lin~ a ijuinta mear-se: Agriões de agua, de jardim .... e de mastruço; alfaces de recortar e refolhudas; álho francês; beldroegas, bróculos; cebola. cebolinha; cenoura; Vende·se na Ama· cerefólio; chicorias para salada; coen­ dora com linda casa tros. de habitação, com to­ das as comodidades São as seguintes as qualidades de modernas, cuja facha· couves que se devem plantar este da publicamos Os que mês: couves·bróculos, moletas de tenham pessôas de fa. Bruxelas, flores·temporãs, de folha milia fracas terão toda a conveniencia cm lombarda, de repôlho e tronchuda. adquirir esta habita­ Também se devem cultivar: Ervi­ ção que é como que lhas, espinafres (excepto o de inver­ um sanatório. Tem no), feijões, mangerona, morangos, agua nativa e garage. mostarda, nabos seródios e tempa· Nesta redacção se dão todas as informa· rãos; pimpinela, rabanetes temporãos ções. e de inverno; rabano; ruibarbo; sal­ Rua da Rosa 105. sa e segurelha. 4 VIDA

vizinhas, produzindo nesse ano 60.299 Kwth que se elevaram • em 1928 para 258 067. _ Palavras do nosso director Em 1929 a produção atingia 1.188.7~ Kwtt.hs e e~tao a Hidro-Electrica corresponde ao desenvolvimento ind1_1stnal da O sr. Enitenheiro José Custódio Nunes cujas qualidades região e consequente aumento de consumo com o equipamento de iniciativa e de trabalho, têm sido eloqüentemente demonstra· da sua segunda central - Bruceira-com 2500 HP ~e f~rç_a. O das, não é só um grande alentejano; é mais al~uma cousa. Ser consumo duplic.a em 1930 para 2516:623 Kwtts, ate atingir no alentejanista é colocar o Alentejo sôbre todas as causas; ser·se ano findo cerca de 4.000.000 de Kwtths. De novo se chega a afentejanista é trabalhar pelo progresso do Alentejo, é propagar uma quasi saturação e a Hidro- Electrica responde com a cons­ · as belezas do Alentejo. Ora o sr. Engenheiro Custódio Nunes trução da sua terceira central- Velada- co"! 6.000. H!" de força é além de alentejano um grande alentejanista. Nasceu na Póvoa, e que lhe permitiria chegar no ano corrente as prox1m1dades dos concelho de Castelo de Vide, e com as suas faculdades de tra­ 12.000.000 de Kwth., se não fossem as dif!c.u~dade~ burocraticas, balho podia empregar a sua actividade em outros empreendi­ que mais uma vez vêm anular tantos sacnf1c1os leitos. mentos. Podia trabalhar e não criar. E o que fez êsse nosso As suas linhas de transporte, a tensão de 6.000, 30.000, .e distinto comprovinciano ? Olhou para a sua região e viu-a quási 60.000 volts, tenderão no fim do ano corrente para os 5CO qu1- inóspita. Mas lá em cima na Serra de S. Mamede nasce um pc· lometros de extensão, intere11sando 20 concelhos do País. queno riacho conhecido pela ribeira de Niza, que muito a Apesar disto, que não é pouco, dentro da pequenez custo ia desaguar ao Tejo. Olhou e o que viu ? Viu a sua do nosso meio e das díliculdades que ela. t~'!1 encontrado! es­ região querida a fornecer energia para todo o Alentejo; viu tão longe ainda de se esgotarem as pos~1~t1.1da_des da Htdr_o· oure>, muito ouro nessas águas que o Tejo tragava ; viu Electrica e assim em breve tempo se in1c1ara a construçao ainda mais: as aldeias tão suas conhecidas, iluminadas profusa· da linha' partindo de Portalegre por Elvas em direcção a Ev.ora, mente. Seria um sonho, ou uma aspiração real? E sendo uma tendo solicitado dos poderes pubhcos a concessão d1_1ma hnha aspiração como pô-la em prática num país em que se perdem de 60.C06 volts. partindo do Entroncamento e seguindo pela tantas iniciativas, e numa região tão refractária, segundo a len margem esquerda do Tejo à pcninsula de Setubal. • da, a êstes empreendimentos? E então, unido aos seus colegas Não podera a engenheiros João Hidro-Electrica só• Oeirinhas e Mário zinha e dentro da de Albuquerque dc­ força de que dispõe com tão vasto lcio aos seus estudos. Os resulta­ grama? esses estudos foram bem satisla· Admitamos por um momento Os hábeis engenheiros viram que \ não possa, mas a ela compete, por des níveis dos terrenos, em todo A Borr•&•m - Asu• ••Indo pt/01 de1carrt&•deira• a 28,'"5 de altura A conduta forç•à• e • Central da Po•oa f A Indústria Nacional, n • 75, da importante re­ tros maquinismos ao passo que a 1rrande sala do 1,0 andar vista da Associação Industrial Portuguesa, o é destinada aos aparelhos de alta tensão com os seus transfor­ N nosso distinto comprovinciano sr. Engenhei· Hidro- clrica madores para 30.000 volts de tensão, estando esta energia dis­ tribuida proficientemente pelos processos mais modernos, mais ro José e. Nunes. Presidente do Oremio Alen­ simples. tejano. publica um eloqüente artigo que merece uma A água chega às turbinas, por meio. duma conduta forçada referencia especial. de l ,m40 de diâmetro, que parte dessa barragem enorme. Referindo-se aos aproveitamentos hidro·electri­ Sim, tudo nesta Central é prodigioso, nos prende a aten· ção, Os dois grupos turbo-alternadores são de 509 H. P . e os cos, faz uma larga exposiç.ão sobre o esforço da Hi­ dois grupos de transformadores são de igual de fôrça. dro·Electrica do Alentejo do qual com a devida venia Alto nlejo Mas a água, depois de dar movimento às turbinas da Cen­ 1 "ecortamos os seguintes periodos. , tral não é abandonada como se pode imaginar, Essa água que é recaptada à saída da Central referida é conduzida para um canal •Lirismo, tudo lirismo de que enferma esta raça de poe­ com 3 kilóinctros e meio, canal onde se multiplicam os túneis, tas •.. fugindo á tradição e entrando pelo caminho das reali­ gaçõcs a estabelecer ulteriormente os aqueduto e as pontes afé ir despenhar-se duma altura de curso. e pela quantidade de água 65m de queda fornecendo poderosa hulha a uma outra central zações a obra da Hidro-Electrica Alto Alentejo marca uma nota pelo aproveitamento dum outro rio, s meses de inverno por ali pas- vigoro~a de fé nesta terra de descrentes e de derrotistas. Por isso Ar lur No;ueir• rantir o abastecimento de toda a r conhecida pela Central de Bruceira onde põe em movimento avalanches enormes essa região João Geirinbas dois grupos de turbinas com a fôrça de 1.250 cavalos • mesmo, se ela teve desde o inicio e continua tendo a acarinhá­ interessada, depois de esgotadas as eria transformar numa riqueza la um grande numero de dedicações preciosas robustecidas ao sibilidades da rib~ira de Níza, que são bastante maiores do que -se supõe. cada um . cÓntacto das dificuldades, não lhe tem lambem faltado a esca­ . Era questão de dominar a corrente, orientá-la com inteligência, visto essa Esta nova e poderosa fonte de energia electrica foi con· Se em vêz de trabalhar cm Portugal o fizesse num outro Paiz, ha muito constituir uma riqueza enorme transformada em hulha branca. E assim em brosidade do calvario, erguida pela maledicencia indígena d~s o seu programa estaria realisado, porque todos quantos trabalham sabem q cluida em 1920. Os seus maquinismos constituem a última pala· fôra constituída uma e~preza, com o capital de 4.000 contos, começando vra em perfeição e economia. grandes impulsionadores que estadeiam a sua competenc1a esforço e quanta dedicação são necessários para demover entre nó~ as _mil e olimpica pelas mesas dos cafés. lamente as obras respechvas. Consistiam elas numa grande barra~em a umas Mas a a~ua ainda não é desprezada. Pensa a Hidro­ dificuldades que a todo o momento se levantam no caminho das rcahsaçoes. as de Castelo de Vide. Em 1927, isto é: apenas dois anos depois foi inaugu· E' muito mais dificil em Portugal vencer o peso morto da Que importam formida veis capitais absorvidos, os interesses duma ind ·Electrica dirigir êsse precioso filão para uma terceira Central a primeira central electrica, próximo da Póvoa. Tem esta, duas grandes turbi· por um canal que não terá menos do que 14 quilometros, sendo maledicencia, da inveja, da descrença e, ai de nós, da calunia, do incipiente mas que quer viver e expandir-se, se acima de tudo estão uns vagos a fôrça bruta de mil cavalos. que todos os outros obstaculos inevitaveis na marcha de qual­ jectos que a terem visto a luz quando deles se falou já deviam ter cabelos bran metade cm tunel por meio do qual se quer aproveitar um des­ Essa barragem, onde estive e que reproduzimos em gravuras é uma coisa for­ nível de 117°'. Já está principiada a construir essa nova fonte de quer emP.resa. que pesam como chumbo sobre a industria hidro·electrica, estiolando·a e asfixian não conhecendo outra que se iguale em tôda a península. Mede 2s,m30 de Indiferente a todas as arremetidas que se tem esboçado Que luta gigantesca travada de hora a hora que, conhecida, faria conh energia. fica cm Valada e terá uma fôrça de de 7 500 cavalos. por. 360m de comprimento em semi·clrculo, 25m de espessura na base, E' destinada a abastecer de energia a região Leiria-Caldas e a Hidro·Electrica Alto Alentejo tem sabido corresponder à con­ evidencia quanto heroismo, sim, heroismo, é necessário para tentar em Po na cnsta. fiança que nela se depositou. obras de certa envergadura. depois o Baixo Alentejo. Devido á grande crise económica e á Partindo do simples para o composto, ela equipou a sua foi êste um trabalho de Herculcs e só pcssoasque tinham muita confiança no falta de chuvas de 1929 a 1932 esta importante Central não ficou E' tempo e mais que tempo de mudar de rumo, de virar do avesso a er se poderiam abalançar a uma obra tão gigantesca como esta. primeira central em 1927 que abastecia as povoações circun· talidade que tem presidido á organisação destes serviços e em vez de olhar concluída, . . no final de 1932. Ali andavam a trabalhar 800 ope- Todo o capital inicial desta grande obra foi empregado na primeira etapa rartos. que :manifestação de actividadc como um inimigo a abater, estimula-la e a preza. Sim, ninguém diria que êssc prodígio fôsse feito com o capital de qua­ - ra·la. par; que ela possa produzir a bem da colccti­ tro milhões de escudos desvalorizados ; mas o ob­ vidade todo o beneficio que é legitimo exigir·lhe. jectivo havia sido alcançado ; o ouro que essa hulha ' ---.·~.,---,, Maio de 1934. ----- ... representava não era lançado ao Tejo; a água ali eslava submetida à vontade do homem que a havia • Tem muita razão o nosso querido ami­ de transformar em energia elcctrica. go. Se esse esforço estupendo que repre· Esta monumental muralha fecha a garganta • senta a Hidro·Electrica Alto Alentejo, se pro­ dum grande vale; e tudo hoje está convert.ido numa duzis3e num outro paiz onde se sabe galar­ grande albufeira com 7 kil6metros de comprido 28,m5 • • de profundidade, com um volume de mais de 22 mi· doar o trabalho, não lhe faltaria todos os lhões de metros cúbicos de água, que faz girar as elementos para expandir ao maximo esse grandes turbinas que por sua vez vão fazer funcio­ esforço. nar os alternadores, os quais distribuem êsse fluido Todavia o Alentejo, reconhece-o, ou maravilhoso tão necessário às industrias como ao pelo menos, começa a reconhecê lo Por· progresso. e essa superflcie que o dinheiro e o esfôrço quê? Porque os homens que estão á fren· alentejano conseguiu transformar numa grande fonte te dessa empreza, falam pouco mas produ· de riqueza; isto e a superffcie inundada é 340 hecla· zem muito. res tendo sido expropriados pela referida empreza 300. Mas não ficou por aqui o empreendimento a E em Portugal dá·se precisamente o que nos estamos referindo. Era já uma grande obra contrario. Tudo projectos, tudo palavras, não só a barragem mas a Central da Póvoa. Esta Um •1pecto da albufezr• tudo garganta. Outro asptcto da ai o fun rlo a borr•A•m tem no rtz·do-chão os poderosos alternadores e OU· A Centro/ de Bructira com 65m de ttueda

~--~~~~~~~~~~~~~~~~~.~~~~~~~~~~~~~-·~~~~~~~~~~~~~~~~--- , 6 VIDA ALENTEJANA Musa Alentejana Ecos e Noticias P a ra q ue se s aiba - Havendo (Ao meu

Dr. Rosado Baptista VACINA FIEDMANN, peru cure da IU·· MIRANDA, LIMITADA 1 berculose, das 11 as 16. Classu pobr~• · preço de Pollcllolca. és segundas e Quintas· moagem de &!Reais OC>EIVllRA Des

A Junta de Fre;uuia de Cabeço de Vide, conc;usion,ria dutas a;uas fornece todas as inciícaçõe1. JOSÉ JULIO BRITO PAIS FALCÃO 1-tEAC>AC>E C>O IVIONTE VELHO CUNICA MEDICA E Of Nlftftlft Exploração Agrícola e Pecuária 1 Telefone ---2 7146 - LISBOA Doenças da bõca e dentes - Clrurcla da especialidade - Cllnlca m6dlc1. Colos-ALENTEJO Dentes artlflcl•f• colocados pelos mo· dernos processos da técnica dent,rla, ra· rantldos pelo consultori°J quanto 4 per.. feição de exccuçaio, bila a aptaçllo á bllca e aptos para a mastlgoçllo. 1 BLANCO FIALHO Creadores de bovinos e seleccionada raça alentejana PATRICIOS Reprodutores para venda cuidadosamente escolhidos Inscrevei-voa na Porcos gordos, gado tanigero, caprino, cavalar e muar « LUTUOSA NACIONAL » PRODUTORES DE CORTijA E CEREAIS (ASSOCIAÇÃO SOCORRO MUTUO) Exploração Agrico/a e Pecuária-BARRANCOS --- Subsidios de 5, 10, 15 e vinte mil escudos -- A mais solida gara ntia de sobreYlwêncla Herdade l'ale de Paredes ,, --- Peça hoje a s ua Inscrição FRONTEIRA Entrada dos 18 aos 45 anos Exploração Agrícola e Pecuária --- Trigos, cevadas e toda a especie de cereais Rua Victor Cordoo, 31, 2.º LISBOA LÁS E LATICÍNIOS

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...... __ 8 ., VIDA ALENTEJANA Cotação dos produtos agricolas

E:9ora Portalegre Deslsinação Lisboa Serpa Barrancos Mercado Mercado Feira 26 Agosto dia 28 dia 29

Aveia, 20 litros ...•..... 6$50 6$00 60$0) 8$00 6$00 Centeio, 20 litros ...... 9$50 12500 10$00 9$50 12$00 Cevada, • » ..•..•.•.• 11$00 9$00 8$00 10300 CJSOO fava, 20 litros ...... 12$50 12$00 12soo 15$00 13$00 Orão de bico, 20 litros .... . 28$00 20SOO 25$00 25$00 2!'>$00 Lã 1 branca, 15 kilos . . . .•. 140$00 140$00 120$00 140$00 preta, • » . .. ..• . 110$00 110$00 90$00 110$00 Queijos l cabra, kil~ ...... 13$00 10$00 9$t o ovelha, kdo . . .•.. 14$00 16$00 10$00 12$00 Azeite, 10 litros ...... 55$00 60$00 60$00 59$00 58$00 Cortiça, 15 quilos .•.. l5S00 15$00 Vinho J ~ranco, 500 litros ... 300$00 tmto, » » •.. Carvão, 15 quilos...... 4$00 4$00 5$40

Cotação de gados

Designação Pelra do -Jdia ~26 1 1 -·--l-·1-·l- --' 11 - 1- 1- Cavalo de sela ...... 2000SOO 1 Parelha de cavalos ...... 5.000$00 Jumento .. . •...••..•.• 250$000 Parelha de muares ...... 9.000$00 junta de bois ...... 4.000$00 » » vacas . . · ...... 2.000$00 Vaca leiteira ...... •.. 2.000$00 Novilhos •.••...... 1.500$00 Vitela de 6 mezes ...... 700$00 Carneicos ...... •.. 1oasoo Ovelhas ....•...... 60$00 Borregos ...... • 4'$00 Cabra leiteira ...... 80$00 Cabrito ....•..• •...... 53500 Porco, em vivo 15 kilos ... . 300300 l Salários médios

S AL.Á R IC>S

Concelhos Designação de trabalhos Homens 1 Mulheres Ol>ser9ações

------~ : ~------Asêco C/comida Asêco ~mlda l ------~ Serpa...... Trabalhos da época...... 8$50 3$50 4$00 2$00 Barrancos ...... Debulha ...... 9 a 10$00 Portalegre ...... Outros trabalhos ...... 7$00 Trabalhos da época ...... 7SOO 3$50

Carnes verdes e fumadas

Preços por quilograma Designação ,______------··------Serpa Barrancos 1 ~r talegre Lísboa -----!------Cabra •...... 4$00 4$50 3SOO 4$30 Cabrito ...... 5$00 5$00 5$00 6$00 Carneiro ...... 6$00 5$00 4$00 4$90 Porco 1 com osso ...... 7$ o 7$00 10$00 sem osso ...... lOSOO 14$00 14$00 Vitela 1 com osso ...... 4$40 8$00 1sem osso ...... 10$00 10$00 Chouriço ...... 16$00 18$00 l4S00 JôSOO farinheira ...... 7$00 8$00 Morcela ...... 6$00 8$110 Paio ...... 20$00 18$00 20500 24$00 Presunto ...... 18$00 20$00 20SOO 15$00 Toucinho ...... • 6$00 4$50 Banha de porco .... 6$00 1 4S50 ~~88 1 ~~ 1

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