Negócios Estrangeiros Seminário Diplomático Janeiro de 2012 Edição digital, Ano I, número 1 publicação do Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros

Intervenções Paulo Sacadura Cabral Portas Pedro Reis António de Almeida Lima Miguel Horta e Costa Alain Juppé Vítor Gaspar António de Almeida Ribeiro Ficha técnica

Negócios Estrangeiros – Seminário Diplomático Edição digital, Ano I. n.º 1 Publicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros

Diretora Manuela Franco

Diretor Executivo Jorge Azevedo Correia

Editor Executivo Ana Rita Carvalho

Design Gráfico Clássica, SA

Edição Instituto Diplomático, Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) Rua das Necessidades, n.º 19 – 1350-218 Lisboa Tel. 351 21 393 20 40 – Fax 351 21 393 20 49 – e-mail: [email protected]



3 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Nota introdutória Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Com a presente edição do Seminário Diplomático 2012, o Instituto Diplomático inicia-se nas publicações em formato digital, Pedro Reis assegurando assim uma divulgação mais ampla e célere das orientações nacionais em matéria de política externa. Intervenção do administrador da AICEP Reunindo muitos dos benefícios das publicações impressas e digitais, a presente edição insere-se no contexto mais amplo de António de Almeida Lima reformulação da política editorial do Instituto Diplomático. Procurando contribuir para aprofundar a dimensão da política Intervenção do Comissário-Geral de para as comemorações externa como política pública, e atentas as suas atribuições, o Instituto Diplomático terá como prioridade contribuir para do Ano de Portugal no Brasil aprofundar o estudo da diplomacia e da política externa portuguesa em todas as suas dimensões, dirigindo-se a um público Miguel Horta e Costa alargado, dentro e fora de Portugal. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho O Instituto Diplomático espera que este primeiro ensaio seja bem recebido e, assim, abra caminho para tirar partido das novas Intervenção do Ministro de Estado possibilidades proporcionadas pelas tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente para preservar e facultar as e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França fontes documentais imprescindíveis à história da diplomacia e da política externa portuguesa. Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar Manuela Franco

Intervenção do Diretora Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

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Paulo Sacadura Cabral Portas 5 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Intervenção do Ministro de Estado Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP e dos Negócios Estrangeiros Pedro Reis

Intervenção do administrador Paulo Sacadura Cabral Portas da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil O seminário diplomático é o momento adequado para definir o que vai ser o Ministério em 2012, o que vai ser a política externa Miguel Horta e Costa portuguesa em 2012, e qual é o pensamento e o interesse de Portugal sobre algumas das grandes questões internacionais em Intervenção do Primeiro-Ministro 2012. É com gosto que faço este exercício pela primeira vez, precisamente nesta sala que conheço tão bem e que simboliza a Pedro Passos Coelho sempre necessária e propícia relação entre a diplomacia e a segurança. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Começo exatamente pela “casa”, consciente do esforço que está a ser exigido aos diplomatas e da crítica, nem sempre irrazoável, Alain JUPPÉ feita aos ministros, por não tratarem exaustiva ou minuciosamente dos assuntos da “casa”. Ora, é meu parecer que não há boa Intervenção do Ministro de política externa sem um Ministério dos Negócios Estrangeiros organizado, modernizado e motivado. Estado e das Finanças Vítor Gaspar Penso, há muito tempo, e creio ser justo dizê-lo, que há poucos setores da Administração Pública em que o custo de uma polí- Intervenção do tica seja tão pequeno e o benefício que ela pode trazer a Portugal seja tão elevado. Portugal é uma nação antiga e dispõe, por Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro isso, de uma das diplomacias mais sabedoras, experimentadas e competitivas. A nossa invulgar sobrevivência política em con- dições adversas; a audácia das peregrinações de Portugal pelo mundo; uma capacidade não delegável de construir pontes, unir culturas e compreender diferenças; a fina diversidade das nossas parcerias estratégicas, ontem, hoje e amanhã, representam elementos de uma reputação internacional que não devemos apoucar, e que seria impossível de atingir sem uma cultura de profissionalismo diplomático que os outros reconhecem, tanto ou mais do que nós próprios.

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Sucede que, para manter o elevado padrão de serviço da “casa”, o Ministério não pode parar no tempo e precisa de se refor- 6 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros mar. Essa ideia de reforma será inspiradora de todo o mandato. Acredito na renovação das gerações de diplomatas, acredito Paulo Sacadura Cabral Portas na atualização das orgânicas para melhorar resultados e acredito que há novos horizontes a rasgar ou a vincar na ação prio- Intervenção do Presidente da AICEP ritária dos diplomatas. Pedro Reis

Intervenção do administrador Como sabemos, nos primeiros seis meses, fez-se uma reforma orgânica do Ministério, reduzindo 25% dos seus cargos diri- da AICEP António de Almeida Lima gentes, o que sendo boa notícia para o contribuinte só é praticável com escolhas altamente criteriosas daqueles e naqueles em quem depositamos confiança para dirigir. Depois, fez-se uma reestruturação das embaixadas e dos consulados, assumindo, Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações sem medo, que a geografia das nossas missões diplomáticas tem de mudar pela simples razão de que o mundo muda. O “tabu” do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa de que não se podem desativar embaixadas tem uma racionalidade tão misteriosa como a que impediria a abertura de novas

Intervenção do Primeiro-Ministro legações. Portugal tem de estar onde estão os Portugueses – e não permitiremos nenhum sacrifício essencial nessa matéria. E Pedro Passos Coelho Portugal tem de saber ir para onde vão as suas empresas, as suas marcas, os seus interesses, os seus negócios, as suas oportu- Intervenção do Ministro de Estado nidades, o dinamismo das nossas exportações e o potencial dos investimentos no nosso país. Neste processo reformador, foi e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França ainda relevante clarificar a questão da diplomacia económica. Não há tempo a perder e, por isso, quinzenalmente, reúno com Alain JUPPÉ a administração da AICEP. Permitam-me esta pergunta: se países bem mais desenvolvidos e prósperos reúnem nas embaixa- Intervenção do Ministro de das e consulados as suas redes externas – a diplomática, a comercial e a turística – porque haveria Portugal, que até está em Estado e das Finanças Vítor Gaspar dificuldades e não por acaso até precisa, como de pão para a boca, de uma política externa económica e empresarial eficaz, de

Intervenção do manter a ineficiente singularidade de não conjugar, não coordenar, e às vezes nem tão pouco articular todas as suas energias e Secretário-Geral do MNE fontes de ação económica externa? Por fim, recordo ainda a reforma, que bem sei não ser isenta de controvérsia, que fez surgir António de Almeida Ribeiro o novo Camões, que vai simultaneamente ser o Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa. Cuidaremos da importância da língua e da especificidade da cooperação. Mas escapa-me porque há de Portugal replicar e duplicar serviços que podem ser comuns, em duas áreas em que a tangente das políticas é tão próxima e a incomunicação das burocracias é tão penalizadora. Basta recordar o intenso e extenso trabalho em prol do ensino, tanto dos agentes da cooperação como dos da língua, nos paí- ses de expressão portuguesa, para ter a audácia de apostar nas sinergias.

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Ocorre-me que a ordem das coisas deve ser a de arrumar primeiro os conceitos e depois escolher as pessoas. Este seminário 7 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros diplomático acontece no dia seguinte a um dos movimentos diplomáticos de mais longo alcance na história recente do Minis- Paulo Sacadura Cabral Portas tério. Respeitando o natural processo de acreditação junto de países amigos, o que releva afirmar hoje são quatro coisas. A Intervenção do Presidente da AICEP primeira é a minha gratidão a todos os embaixadores de Portugal que se reformam por imperativo legal; a segunda é que Por- Pedro Reis tugal vai ter embaixadores e cônsules de uma nova geração; a terceira é que Portugal duplica o número de mulheres à frente de Intervenção do administrador da AICEP embaixadas ou missões; e, por último, sem que seja um detalhe, houve uma só preocupação, a de procurar colocar os melho- António de Almeida Lima res nos postos mais difíceis, que é exatamente o que Portugal espera da sua diplomacia neste momento tão difícil para a nossa Intervenção do Comissário-Geral realidade interna e para a nossa imagem externa. Anoto, em rodapé, que a deliberada reserva com que o movimento foi pre- de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil parado marca uma atitude – a da suficiente discrição. Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Concluída esta primeira fase, a que alguém, não sem excesso de criatividade, já chamou “Primavera diplomática” – certamente Pedro Passos Coelho para pontuar uma sucessão de transformações conceptuais, orgânicas e de direção, feita com gradualismo e inclusividade –, Intervenção do Ministro de Estado importa estabelecer as prioridades para este ano. A sua execução contará já com a ajuda do novo Secretário-Geral da “casa”, e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França que por todos saúdo, e dos novos Diretores-gerais do Ministério, ontem anunciados, de quem também espero muito. O traba- Alain JUPPÉ lho dos Secretários de Estado, agora que todos os diplomas estão publicados e as competências podem, por isso, ser confiadas, Intervenção do Ministro de é essencial. Estado e das Finanças Vítor Gaspar Novos tempos, novas prioridades. Por isso, enuncio os principais trabalhos que nos esperam, para dotarmos o Ministério de Intervenção do mais consistência na reflexão, mais prontidão na resposta e mais eficácia nos resultados. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Na política de comunidades, temos de garantir uma boa execução de permanências consulares, que substitua com vantagem os vice-consulados que foram desativados. A integração em consulados maiores tem de correr bem, a deslocação de funcionários para fazer atos consulares deve de ser regular e previamente anunciada, a possibilidade de, através de novos equipamentos, servir os nossos emigrantes em locais nunca antes visitados pelo Ministério, deve estar operacional dentro em breve.

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Na política do ensino do Português, terá ser planeada e executada uma reforma em profundidade. Para nós, não há emigran- 8 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros tes de primeira e emigrantes de segunda. Isso significa fazer um esforço considerável para a integração curricular do Português Paulo Sacadura Cabral Portas em vários países, melhorar a respetiva avaliação e certificação, e contrariar a iníqua disparidade existente entre as comunida- Intervenção do Presidente da AICEP des que vivem, por exemplo, no continente americano, e há muito tempo participam na organização e financiamento de rede Pedro Reis do Português, e aquelas outras comunidades, sobretudo em vários países da Europa, onde quase toda a responsabilidade recai Intervenção do administrador da AICEP sobre o Estado. António de Almeida Lima Na política de cooperação, temos de aprender a ter menos dispersão de projetos e mais visibilidade sobre o seu retorno. Deve- Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações mos, também, progressivamente, estimular a coparticipação e o cofinanciamento dos países que beneficiam da nossa coopera- do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa ção na exata medida em que isso seja a consequência do seu maior progresso e desenvolvimento. De igual modo, a aposta na

Intervenção do Primeiro-Ministro cooperação delegada, em projetos de União Europeia, terá maior peso. Em tempo de austeridade, em que o Estado deve dar o Pedro Passos Coelho exemplo, saber escolher é decisivo; e saber avaliar é ser consequente. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Ainda no plano da cooperação, vamos ativar o Conselho Interministerial para a Cooperação. Como todos sabemos, há uma e Europeus de França prática inconveniente, e uma inércia que a torna ainda mais prejudicial, que leva a que cada Ministério tenha a sua peculiar Alain JUPPÉ política de cooperação. O resultado é uma impressionante multiplicação de esforços isolados, e o inerente défice de visão, coe- Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças rência e planeamento globais. Num país que tem de ter muita cautela com o dinheiro que gasta, e onde devemos prestar contas Vítor Gaspar sobre o “como” e o “para quê” de cada despesa, a coordenação das ações de cooperação tem de ser transparente, seletiva e, Intervenção do sobretudo, útil. É preferível apostar em menos projetos com mais lastro do que continuar a disseminar iniciativas que, tantas Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro vezes, se esgotam em si próprias.

As fusões orgânicas não são um fim em si mesmas. Têm de ser meticulosamente acompanhadas: daremos grande enfoque à do novo Camões, pelas razões explicadas; e ao estabelecimento de uma cultura de mútua integração entre a nova AICEP e a antiga e ora extinta Direção-Geral dos Assuntos Técnicos e Económicos.

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Daremos também ênfase à criação, nas capitais em que Portugal tem vários postos diplomáticos em simultâneo – por exem- 9 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros plo Bruxelas, Viena, Paris e Estrasburgo – dos centros administrativos comuns. Permitam-me um testemunho: quando vejo os Paulo Sacadura Cabral Portas países nórdicos, cada qual com a sua soberania, reunirem-se num só edifício, por exemplo em Berlim, custa-me verificar que, Intervenção do Presidente da AICEP em Portugal, ainda há quem tema, e por temer renuncie, a fazer o que é óbvio: agregar serviços administrativos que atualmente Pedro Reis estão dispersos, e redundam despesa, em várias embaixadas ou consulados numa só cidade. Tenhamos a humildade da eficácia. Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Será ainda prioridade, este ano, rever o Estatuto do Pessoal do Serviço Externo. São tantas as queixas sobre a sua rigidez que só um módico de temor corporativo adiará numa mudança que é clamorosamente necessária. Não sou dado a esse género de Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações cobardias institucionais: o que está mal é para mudar, o que está certo é para garantir. do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Também devemos dar início, com idêntica preocupação de diálogo social e a necessária articulação institucional, aos trabalhos Intervenção do Primeiro-Ministro preparatórios da reforma do Estatuto da Carreira Diplomática. É uma reforma profunda, nuclear para o prestígio da carreira Pedro Passos Coelho e a sua meritocracia; é um trabalho de filigrana que, no momento nacional oportuno, ainda nesta legislatura, queremos fazer Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros aprovar. e Europeus de França Alain JUPPÉ Por fim, mas uma vez mais com importância, quero que o Ministério prepare muito bem preparado o concurso para novos Intervenção do Ministro de diplomatas. Vamos aperfeiçoar, tanto o calendário, demasiado extenso, como o programa do concurso, porventura demasiado Estado e das Finanças Vítor Gaspar clássico. Será um caso de extrema exigência, porque o escol que devemos garantir, terá de ser filho único da excelência e do mérito e não de qualquer favor ou cunha. Compreenderão que se acentue a componente de formação económica dos novos Intervenção do Secretário-Geral do MNE diplomatas. António de Almeida Ribeiro Para trabalhos de e na “casa”, parece-me um programa tão aliciante como árduo. Veremos, daqui a um ano, o que conseguimos.

Devo em seguida dizer algo mais sobre duas das prioridades de política externa que, no momento atual de Portugal, elegi, desde o primeiro dia, como principais – tendo o cuidado de acrescentar que não esgotam o elenco das nossas tarefas. Refiro- -me à melhoria da perceção externa sobre Portugal e ao empenhamento total na diplomacia económica.

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O Senhor Primeiro-Ministro e o Senhor Ministro de Estado e das Finanças não deixarão de se referir, nas intervenções que 10 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros hoje aqui farão, à narrativa de Portugal e do caso português no atual contexto financeiro interno e externo. Útil será referir, Paulo Sacadura Cabral Portas para já, alguns pontos politicamente relevantes. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Desde logo, melhorar a perceção externa sobre a situação de Portugal deve ser a vossa missão, diria até, a vossa obsessão diá- Intervenção do administrador ria. Para isso é essencial que os diplomatas tenham informação e convicção. Providenciaremos a primeira, esperamos de vós da AICEP António de Almeida Lima a segunda.

Intervenção do Comissário-Geral Tenho afirmado inúmeras vezes, que, quando um Estado multissecular como Portugal, cai numa situação de défice e de dívida de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil em excesso, carece de ajuda externa para evitar a insolvência ou a rutura do sistema financeiro – e era exatamente nessa posi- Miguel Horta e Costa ção que estávamos em Junho passado -, a única coisa a fazer é corrigir a rota, cumprir os acordos, apostar na credibilidade, Intervenção do Primeiro-Ministro recuperar a nossa reputação. Devemos reagir a esta crise não com espírito de fação, mas como uma só nação; não com lógica Pedro Passos Coelho de classes, mas com atitude nacional; e ter sempre presente que as medidas que são tomadas, na sua grande maioria, na medida Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros em que não constituem uma opção mas uma obrigação, comprometem a palavra do Estado português e não apenas a deste e Europeus de França ou daquele partido. Ora, o que vos peço, como Ministro dos Negócios Estrangeiros, falando para uma carreira que só existe Alain JUPPÉ e faz sentido para prosseguir o interesse nacional, é que em 2012 tenhamos sempre presente este conceito: do vosso profissio- Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças nalismo depende em boa medida o sucesso e a esperança do patriotismo que todos partilhamos, aquele que distingue, explica Vítor Gaspar e defende Portugal no mundo, aqui e agora, em circunstâncias tão voláteis quanto extremamente complexas. Intervenção do Secretário-Geral do MNE Saliento, como pontos essenciais, os que me parecem de elementar evidência e reconhecimento. António de Almeida Ribeiro Há seis meses, Portugal era associado à situação da Grécia. Seis meses volvidos, começam a dar-se condições de espessura e tempo para singularizar o caso português.

É tão necessário, para Portugal, cumprir os acordos que subscrevemos como Estado, como, para os nossos credores, que Por- tugal tenha um bom desempenho. Portugal precisa de ser visto e percebido como um Estado que honra a sua palavra e não

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falha os seus compromissos. E a ninguém escapa que, para a Europa e o Fundo Monetário Internacional, é importante conso- 11 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros lidar um caso de sucesso. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Os dados da execução orçamental do segundo semestre de 2012 parecem substancialmente diferentes da derrapagem verificada Pedro Reis no primeiro semestre. A leitura dessa sua diferença é óbvia: vale a pena fazer todo este esforço porque nos afasta do precipício Intervenção do administrador e nos aproxima do caminho certo. da AICEP António de Almeida Lima O programa de assistência externa, sem o qual, repito, não haveria dinheiro para pagar salários nem pensões, é um programa Intervenção do Comissário-Geral cuja previsão de execução é de 36 meses. Faz sentido ir verificando, com o triunvirato, as melhores soluções; mas é estultício de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil pensar que, ao cabo de apenas seis meses, a reputação de um estado ganha alguma coisa conjugando, politicamente, verbos Miguel Horta e Costa como hesitar, vacilar ou incumprir. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Como elementos de caracterização importantes do caso português, o caso que, se quisermos, pode e deve ser bem sucedido,

Intervenção do Ministro de Estado devemos salientar a solidez de uma maioria de governo, a importância da articulação entre órgãos de soberania e um esforço e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França relevante para manter a coesão social. Tudo isso distingue Portugal de países onde os governos são frágeis, as instituições coli- Alain JUPPÉ dem e a rutura social é dominante.

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Pertencem as senhoras e senhores diplomatas a uma profissão que conhece bem a História de Portugal. Por isso, creio que enten- Vítor Gaspar dem esta mensagem: Portugal nunca soçobrou perante as dificuldades que enfrentou. Vamos superar juntos, enquanto nação, Intervenção do este obstáculo; o que nos move não é sequer essa certeza do passado, é apenas reaver a certeza de um país viável e dedicar às Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro próximas gerações a melhor das homenagens: serem Portugueses livres de hipoteca.

O segundo ponto que devo frisar reconduz-nos a tarefas também urgentes do Ministério, em articulação com os departamen- tos económicos do governo e da administração. Falo da diplomacia económica.

Quando regressarem aos vossos postos, encontrarão uma carta de missão sobre as prioridades da diplomacia económica. Algumas matérias são de natureza reservada, mas posso e devo salientar aqui deveres e tarefas que são a pedra de toque da

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concretização prática desta prioridade, não sem clarificar que há muito tempo, muitos diplomatas já fazem muita diplomacia 12 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros empresarial ou de negócios. O que muda é a radical assunção de que se trata de uma prioridade política; e a facilitação dos Paulo Sacadura Cabral Portas instrumentos orgânicos para a tornar operacional. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis – Será assinado, até ao final do mês, um protocolo entre o Ministério e a AICEP, que prevê as formas de integração entre as Intervenção do administrador duas instituições. da AICEP António de Almeida Lima – É essencial completar a integração, nas embaixadas, das redes diplomática, comercial e turística, sob a autoridade do chefe Intervenção do Comissário-Geral da missão. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa – De cada vez que um diplomata partir para um posto, receberá informação detalhada de sobre os interesses económicos de Portugal nesse país e a rede de empresas portuguesas que aí estão presentes; de igual modo, cada vez que um adido econó- Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho mico for nomeado, receberá informação detalhada sobre o funcionamento das missões diplomáticas.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros – É essencial que os chefes de missão conheçam o trabalho dos adidos de natureza comercial ou turística; em contrapartida, e Europeus de França haverá comunicação fluida entre a AICEP, em cuja administração está um embaixador, e as missões diplomáticas. Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de – Será garantida presença da AICEP na coordenação diplomática promovida pela DGPE, bem como a sua articulação com a Estado e das Finanças DGAE, nas matérias que estão a seu cargo. Vítor Gaspar

Intervenção do – Será estabelecido um serviço de cifra na AICEP, passando a ser corrente a telegrafia diplomática de natureza económica, Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro empresarial e de negócios, segundo os habituais procedimentos de segurança.

– A rede externa da AICEP e do ITP beneficiará não apenas da sua colocalização nas missões diplomáticas, como os seus fun- cionários beneficiarão do mesmo regime fiscal aplicável aos diplomatas portugueses no exterior.

– Serão articuladas as viagens de trabalho dos órgãos de soberania do país – começando pelas do governo – com missões empresariais previamente preparadas e depois objeto de acompanhamento.

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– Em obediência ao princípio, que sempre enunciei, de que as embaixadas e consulados devem ser, também, centros de negó- 13 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros cios de Portugal, onde se promovem as nossas marcas, os nossos produtos e as nossas empresas, cada posto diplomático Paulo Sacadura Cabral Portas deverá definir, num prazo indicado, um business plan, isto é, um conjunto de objetivos e ações para promover as exportações Intervenção do Presidente da AICEP e atrair os investimentos. Pedro Reis

Intervenção do administrador – Esse plano de negócios de cada posto diplomático será alvo de avaliações parcelares e de uma avaliação no final do ano. da AICEP António de Almeida Lima Naturalmente, como estamos no início desta institucionalidade política, os planos serão progressiva e gradualmente mais exigentes. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil – As embaixadas devem estar disponíveis para promover eventos económicos e empresariais credíveis de promoção de Portu- Miguel Horta e Costa gal no exterior, procurando, em articulação com a AICEP e o ITP, sponsors interessados. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho – As missões, sobretudo as que se encontram nas praças financeiras e internacionais mais importantes, devem organizar, regu-

Intervenção do Ministro de Estado larmente, roadshows dirigidos à captação de investimento estrangeiro em Portugal. e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França – É especialmente crítica a informação dos postos diplomáticos sobre a abertura de concursos públicos que suscitem interesse Alain JUPPÉ à geometria das empresas portuguesas que já se internacionalizaram ou procuram internacionalizar-se. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças – É essencial ter uma boa política de informação e comunicação públicas, inclusive nas redes sociais, sobre Portugal, nos pos- Vítor Gaspar tos diplomáticos. Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro – Teremos de fazer um esforço acrescido, metódico e globalizado para construir e mobilizar a rede de quadros portugueses no exterior, não esquecendo o potencial económico dos portugueses que, por esse mundo fora, são empresários e querem apos- tar em Portugal.

Eis o essencial de um projeto inspirador, inovador e até emocionante. Se o cumprirmos, prestaremos um enorme serviço a Portugal.

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A propósito da diplomacia económica quero que saibam, ainda, que, desde que assumi, por delegação do Primeiro-Minis- 14 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros tro, a tutela da AICEP, pedi imediatamente o levantamento dos casos pendentes em duas áreas muito relevantes para a nossa Paulo Sacadura Cabral Portas competitividade. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Refiro-me às convenções para evitar a dupla tributação. Pagar uma vez os impostos previstos na lei é uma obrigação sobre a Intervenção do administrador qual o governo não é condescendente. Mas pagar duas vezes impostos pelo mesmo investimento não é aceitável. A articulação da AICEP António de Almeida Lima com o Ministério das Finanças permitiu delinear uma estratégia: aprovar o que já está negociado, concluir o que estamos a negociar e iniciar negociações com outros estados. Esperamos duplicar a rede de convenções para evitar a dupla tributação, o Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações que eleva o nosso patamar de competitividade fiscal. do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Refiro-me, também, aos benefícios contratuais do investimento. Nos próximos dias, “arrumaremos a casa”, ou seja, contratos Intervenção do Primeiro-Ministro importantes, que geram riqueza e criam postos de trabalho, serão levados a Conselho de Ministros, tanto como aqueles que, Pedro Passos Coelho por circunstâncias de mercado ou das empresas, não atingiram os seus objetivos. A nossa política é a da eficiência: as empre- Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sas que investem e cumprem devem receber os seus créditos fiscais; as que por alguma razão não puderam cumprir, natural- e Europeus de França mente, verão caducar esses créditos. O que não é aceitável é que, para decidir uma coisa ou outra, o Estado se demore, atrase Alain JUPPÉ ou se submeta à inércia. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar Parece-me suficiente, para começo, este programa tão detalhado nalguns dos aspetos que escolhi aqui referir e que ligam a política externa à economia. Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Como vos disse, devemos, neste início de ano, estabelecer as linhas de orientação da política externa portuguesa em relação a alguns – não todos, o embaraço está na escolha… – temas inevitáveis das relações internacionais.

É evidente que as parcerias e alianças estratégicas de Portugal têm constantes que definem o interesse nacional de modo perma- nente. Refiro-me ao empenhamento no projeto da União Europeia, à aposta no multilateralismo das Nações Unidas, à solidez

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do compromisso atlântico, onde destaco a NATO e a especial amizade com os Estados Unidos e, claro, à relação de enorme 15 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros potencial, não só histórico como futuro, com os países de expressão portuguesa. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Abordarei, sucessivamente, cada um destes sectores. Pedro Reis Temos logo no início deste ano, a concretização, sob a forma de tratado, das conclusões do último Conselho Europeu. Digo Intervenção do administrador da AICEP concretização e não negociação, para dar a noção precisa do que, para Portugal, está em causa. António de Almeida Lima A Portugal interessa que este Tratado seja concretizado e ratificado com celeridade e sem sobressaltos. Pela simples razão de Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações que estas alterações, destinadas a corrigir o défice de coordenação económica da União, por comparação com a integração do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa monetária de que dispomos, são entendidas como um instrumento de recuperação da credibilidade e da confiança na Europa em geral e no euro em particular. Ora, estando Portugal a fazer um esforço muito considerável de consolidação orçamental, que Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho o distingue e singulariza, isso tem a consequência de colocar Portugal como um dos países mais interessados em que a estabili-

Intervenção do Ministro de Estado zação da zona euro e a recuperação da confiança aconteçam. Ou seja, se o Tratado é uma peça essencial da resposta europeia e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França à crise, Portugal tem o maior interesse em que o processo do Tratado – antes e até à sua ratificação – mostre uma Europa ágil Alain JUPPÉ e não uma Europa lenta.

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Isso é tanto mais assim quanto, procurando uma posição nacional que implica articulação entre órgãos de soberania e espírito Vítor Gaspar de consenso com o maior partido da oposição, há elementos que, se não tivessem sido contrariados em devido tempo, poderiam, Intervenção do esses sim, prejudicar Portugal. Aplicando linguagem diplomática, os interesses de Portugal passam por fronteiras como estas: Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro – O Parlamento Nacional deve manter as suas prerrogativas na aprovação do Orçamento, sem embargo das consultas já pre- vistas no chamado “semestre europeu” e apesar das limitações que decorrem do período de assistência financeira, transitório por natureza.

– Os mecanismos sancionatórios, quanto aos Estados incumpridores, não devem atingir o direito de voto nos órgãos da União.

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– É importante salvaguardar a posição da Comissão Europeia na arquitetura institucional da União. O papel da Comissão 16 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros garante mais equilíbrio do qualquer diretório. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP A esta prioridade europeia acresce a enorme atenção que teremos de dar a negociações difíceis, como as novas perspetivas Pedro Reis financeiras e a reforma da PAC. Em ambos os casos, a evolução dos documentos negociais não é negativa, o que, em todo o Intervenção do administrador caso, está longe de significar que os nossos interesses já estejam salvaguardados. da AICEP António de Almeida Lima Falamos agora das Nações Unidas. A eleição para o Conselho de Segurança, bem sucedida na vigência do anterior Governo, Intervenção do Comissário-Geral constituiu um êxito diplomático importante. Dá a Portugal, em 2012, uma visibilidade e um potencial geoestratégico que não de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil é negligenciável e que é meu dever acompanhar institucionalmente e pessoalmente. Miguel Horta e Costa A este título, destaco o papel que Portugal desempenhou na questão da Líbia, e aquele que podemos desempenhar, em parceria Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho com os nossos aliados europeus, tendo em atenção os nossos amigos que são membros da Liga Árabe, na evolução da Síria.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Quando não se fazem reformas, acontecem revoluções. E há um momento a partir do qual as lideranças políticas perdem a e Europeus de França sua legitimidade, na exata medida em que perdem o sentido da história. É o que aconteceu ao regime do Presidente Assad, Alain JUPPÉ cuja continuação no poder está hoje irreversivelmente ligada a um chocante uso da violência, pisando diariamente os direitos Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças humanos mais elementares. É entendimento do Ministério que devemos contribuir para uma mudança, e fazê-lo com inteligên- Vítor Gaspar cia nas Nações Unidas a partir de uma iniciativa com legitimidade árabe, bem mais difícil de contrariar por quem ainda olhe Intervenção do para a Síria com os olhos menos atuais da “Guerra Fria”. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Todos sabemos que é possível uma mudança na Líbia, sem exageradas consequências na ordem internacional; do mesmo modo, todos sabemos que uma mudança na Síria – sem a qual os civis não serão protegidos – é portadora de várias e sensíveis alte- rações na região. É este facto que explica a complexidade das decisões. Mas nem isso deve servir de fundamento à paralisia cúmplice da comunidade internacional, em primeira linha das Nações Unidas.

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Precisamente porque a questão do Médio Oriente interessa à Europa e interessa a Portugal – o nosso país tem um olhar muito 17 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros próprio e reconhecido para os temas do Magrebe, Mediterrâneo, Golfo e Médio Oriente – quero sublinhar alguns vértices da Paulo Sacadura Cabral Portas nossa posição: Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis – A Palestina merece ser um Estado, e não há organização internacional que não reconheça os progressos feitos pela sua Auto- Intervenção do administrador ridade quanto à capacidade de organizar, administrar e institucionalizar esse Estado. da AICEP António de Almeida Lima – Israel tem direito à sua segurança, e nós, europeus, temos a responsabilidade importante de garantir que este princípio não Intervenção do Comissário-Geral é aligeirado num processo negocial. É minha firme convicção que só um acordo de paz garante a segurança regional. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa – Portugal apoia inequivocamente os esforços do Quarteto para conduzir as negociações diretas entre as partes.

Intervenção do Primeiro-Ministro – Não há solução que não passe pelo resultado de dois Estados, vivendo lado a lado em segurança. Mas há um caminho de Pedro Passos Coelho boa fé entre as partes que pode conduzir a um “estatuto intermédio” da Palestina nas Nações Unidas, enquanto durar um Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros processo negocial com calendário e parâmetros consequentes. e Europeus de França Alain JUPPÉ – Portugal e os demais países europeus têm a possibilidade acrescida de trabalhar neste cenário, no quadro, não confrontacio-

Intervenção do Ministro de nal, da Assembleia Geral. Estado e das Finanças Vítor Gaspar – Um processo negocial não se compadece com atitudes hostis à negociação. Quero por isso condenar com meridiana clareza Intervenção do a política de colonatos do Governo de Telavive e incentivar as partes à coragem das propostas concretas e das negociações Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro diretas.

No quadro das Nações Unidas, é ainda relevante que todos os diplomatas portugueses executem, meticulosamente, a política de angariação de apoios para o objetivo seguinte que está fixado e cuja estratégia está delineada: a eleição de Portugal para o Conselho de Direitos Humanos.

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Na constância das nossas alianças multilaterais, uma menção atenta sobre a NATO, que é o pilar decisivo na nossa segurança 18 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros coletiva. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Essa menção é de compromisso e determinação. Compromisso, no sentido de darmos execução e consequência às decisões Pedro Reis tomadas com a reestruturação das estruturas e comandos. Determinação, no sentido de contribuirmos, ativamente, para o Intervenção do administrador sucesso da cimeira de Chicago. da AICEP António de Almeida Lima Devemos saber opor aos céticos habituais sobre a NATO depois da Guerra Fria o exemplo dos factos: a intervenção na Líbia, Intervenção do Comissário-Geral que teve um princípio e um fim, e decorreu no quadro de um mandato das Nações Unidas, foi um sucesso manifesto da NATO. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Faz sentido incluir aqui a referência necessária à excelência das nossas relações com os Estados Unidos da América. Costumo dizer aos americanos que Portugal é, na Europa, a primeira terra amiga. E acrescentar-lhes que essa velha amizade tem um Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho símbolo claro no Acordo de Defesa que nos liga e tem expressão relevante no papel que desempenham os Açores, um papel

Intervenção do Ministro de Estado sempre renovável e atualizável. e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França O número de Portugueses e luso-descendentes que vivem nos EUA; a importância das praças americanas na recuperação da Alain JUPPÉ perceção sobre Portugal e sobre a nossa exata situação; a vantagem de beneficiarmos de um regime de circulação simples e Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças fácil que outros países não têm, no quadro do chamado visa waver são outros tantos tónicos para a revitalização, em 2012, da Vítor Gaspar nossa parceria. Sublinho que, no plano económico, temos de trabalhar mais, diria mesmo muito mais, seja para levar as nossas Intervenção do empresas ao mercado americano, e para captar investimento com essa origem, em Portugal. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro E, claro, a CPLP, comunidade que queremos, cada vez mais uma comunidade de povos e não só de Estados, o outro vetor cru- cial da nossa política externa.

As relações entre Portugal e cada um dos Estados CPLP têm um lugar próprio e surgirão, em 2012, quer através de cimeiras, quer através de visitas políticas, momentos importantes. Neste plano, não posso deixar de destacar, sem desvalorizar qualquer outra realização, o duplo acontecimento desejavelmente ímpar que constituirá o ano de Portugal no Brasil e o ano do Brasil em

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Portugal. Estamos a preparar a nossa parte com audácia: queremos mostrar o que Portugal tem de melhor. Na nova economia, 19 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros na nova cultura, no novo conhecimento. E queremos fazê-lo em parceria transparente com a sociedade civil. Por outro lado, os Paulo Sacadura Cabral Portas dez anos de independência de Timor-Leste, que são ainda os quinhentos anos da chegada dos Portugueses, constituirão outro Intervenção do Presidente da AICEP momento saliente do ano e terão a homenagem de uma visita de Estado do Senhor Presidente da República. Na nossa agenda Pedro Reis de 2012 releva também a cimeira dos Chefes de Estado da CPLP, a realizar em Maputo, muito orientada para a renovação do Intervenção do administrador da AICEP nosso compromisso com a institucionalização da língua comum. António de Almeida Lima Uma aposta redobrada na CPLP, na sua capacidade de influência regional e no seu prestígio internacional, é nosso guião neste Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações exigente ano de 2012. A inauguração oficial da sede internacional da CPLP em Lisboa será apenas um símbolo dessa aposta; do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa os sinais mais encorajadores vêm da capacidade de falar a uma só voz em conferências internacionais, e da necessidade de

Intervenção do Primeiro-Ministro falar em português – e garantir a respetiva e boa tradução – nos fora globais. Portugal levará aos seus parceiros projetos que Pedro Passos Coelho acrescentem valor, cultural e económico, à organização. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Não quero terminar sem antes deixar uma reflexão sobre dois temas que interessam de sobremaneira a Portugal e que intro- e Europeus de França duzem elementos de verdadeira transformação na ordem internacional. Refiro-me à particular atenção que a política externa Alain JUPPÉ deve dar ao fenómeno das chamadas “Primaveras Árabes” e à revolucionária mudança do contexto económico global com o Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças advento dos chamados “mercados emergentes”. Vítor Gaspar As “Primaveras Árabes” – expressão algo controversa dado que estamos no inverno e esses movimentos ainda não conheceram Intervenção do Secretário-Geral do MNE fim … – são porventura, um dos dados transformadores mais poderosos desde a queda do Muro de Berlim. António de Almeida Ribeiro Começo por recordar esse facto estranhamente desprezado: na origem dos movimentos políticos e sociais que já transforma- ram a Tunísia, o Egito, a Líbia, o Iémen, e estão em contínua eclosão na Síria, não está nem principal nem relevantemente a Al Qaida. Ora, este facto constitui uma notável derrota de um movimento terrorista – hoje muito “franchisado” – que tinha como pretensão (e arrogância) ser a voz tribunícia das inquietações do mundo islâmico. Se assinalo esta matéria é para centrar os fundamentos visíveis e reconhecíveis desta onda de transformação, que já arruinou regimes durante décadas considerados

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inultrapassáveis, na fadiga face às autocracias, na revolta perante a corrupção e na reivindicação de sociedades com mais e 20 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros maiores oportunidades por parte das novas gerações. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP É minha convicção profunda que as “Primaveras Árabes” constituem uma oportunidade – eu diria, a oportunidade! – para a Pedro Reis Europa, e também o Ocidente, reconstituírem a sua relação com as sociedades árabes. Dá-se o caso de os europeus e ocidentais Intervenção do administrador terem, durante muito tempo, sido vistos como condescendentes com os regimes autocráticos que estão em crise. Essa condes- da AICEP António de Almeida Lima cendência tinha uma leitura: as garantias na luta contra o terrorismo que alguns países ofereciam. Se esta perceção prejudicou a Europa e o Ocidente, honra a verdade reconhecer que o envolvimento europeu nas transformações ocorridas – de que o caso Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações da Líbia constituiu uma fronteira – mudou as perceções e as leituras árabes. Abriu-se uma oportunidade que não podemos do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa nem devemos desperdiçar.

Intervenção do Primeiro-Ministro A responsabilidade de Portugal, nesta matéria não é pequena. Somos um dos Estados e uma das diplomacias com melhor ima- Pedro Passos Coelho gem e reputação nas sociedades em mudança. O facto de, nos primeiros seis meses de mandato, ter visitado sucessivamente, Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Marrocos, Tunísia, Argélia, Líbia, Emiratos e Qatar quer certamente dizer alguma coisa. Quer dizer, simplesmente, prioridade e Europeus de França política. Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Para que nós, europeus, saibamos aproveitar o potencial das “Primaveras Árabes”, em proveito mútuo, é importante não repe- Estado e das Finanças Vítor Gaspar tir erros do passado e evitar qualquer atitude condescendente. Na verdade, a Europa será tanto melhor percebida e recebida nas novas realidades árabes se respeitar integralmente o princípio de que as citadas “Primaveras” não são de autoria concep- Intervenção do Secretário-Geral do MNE tual ou material europeia, são o fruto da coragem e da vontade de mudança das sociedades árabes. António de Almeida Ribeiro Consequentemente, devemos evitar a tentação da “exportação” de modelos políticos. Serão os eleitores desses países a escolher em eleições mais transparentes, o seu futuro.

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A evolução para sociedades mais democráticas não é isenta de tensões – e nós, Portugueses, bem sabemos o tempo que medeia 21 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros entre uma revolução e a institucionalização da democracia. A nossa ação externa, face a esses países, deve favorecer uma ati- Paulo Sacadura Cabral Portas tude compreensiva, inclusiva e de reconciliação social, a par da reconstituição (ou reforma) dos Estados. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis A benefício do relacionamento que defendemos com esses vizinhos do sul, é preciso não vacilar na aceitação das diferenças: Intervenção do administrador uma democracia islâmica terá sempre especificidades culturais, institucionais e políticas que a tornarão diferente – apetece da AICEP António de Almeida Lima perguntar: so what? –, das antigas democracias parlamentares que conhecemos e defendemos. A aceitação dessa diferença é uma fonte de não atritos. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Os direitos humanos são universais. Não devemos, por isso, confundir uma impossível homologação de sistemas políticos – Miguel Horta e Costa daí a aceitação das diferenças a que dou tanto valor – com esse outro facto, constituinte de progresso (e reconstituinte de espe- Intervenção do Primeiro-Ministro rança) que é a atenção que devemos dar, ao olhar para esta “Primavera”, a temas tão sensíveis como a defesa do estatuto da Pedro Passos Coelho mulher e a garantia dos direitos das minorias. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França A regra de ouro da nossa credibilidade terá de ser a coerência com que sabemos aceitar o resultado das eleições que tantas Alain JUPPÉ vezes pedimos para serem justas e transparentes. Não pode haver uma “Segunda Argélia”.

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças A diabolização dos partidos islâmicos é um erro. Desde logo, porque nada é tão previsível e natural, na cultura islâmica, como Vítor Gaspar o carácter orientador da fé. Depois, porque fé e fanatismo são efetivamente realidades culturais e institucionais distintas e negá- Intervenção do -lo é uma simplificação grosseira. Ainda, porque nos partidos islâmicos emergentes há, como em todo o lado, os partidários de Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro “ética de responsabilidade” e os de “ética de convicção”, os adeptos do exercício da responsabilidade e os reféns da demago- gia. O importante, nesta matéria, é contribuir para que o tempo transforme em adquirido o valor da alternância: os partidos islâmicos que agora vão governar serão sujeitos ao escrutínio dos resultados. Podem ganhar hoje e perder amanhã, e vice-versa.

Portugal adotará uma atitude proativa de reforço da cooperação com os novos governos saídos das “Primaveras Árabes”.

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Feita esta reflexão, junto-lhe outra: a necessidade de Portugal ser, na União Europeia, um dos países mais ambicionados no 22 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros relacionamento com as “economias emergentes”. Porque podemos. Porque precisamos. E porque queremos. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Neste ano de 2012, estou a preparar visitas de trabalho a países como a China, a Índia e a Turquia. É possível que aconteçam, Pedro Reis cada qual, sob forma de périplo, de acordo a incluir perspetivas e mercados regionais. O propósito é, também, a coincidên- Intervenção do administrador cia com missões empresariais bem estruturadas. Outros compromissos, a anunciar em breve, por exemplo na América Latina, da AICEP António de Almeida Lima reforçarão esta clara aposta na promoção das nossas exportações, e da abertura ao investimento, para e das economias emer- gentes. Sempre numa lógica de win-win situation. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Não há contradição – mas há complementaridade – entre mercados tradicionais e os mercados emergentes. A conjuntura Miguel Horta e Costa determina a oportunidade: todos sabemos que boa parte das economias para onde vendemos mais estão em recessão ou em Intervenção do Primeiro-Ministro estagnação. Daí o imperativo da diversificação, confirmado pelos números que apontam para uma impressiva resiliência das Pedro Passos Coelho nossas exportações para mercados não europeus. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França A este propósito, é de sublinhar que a recente decisão do governo sobre a privatização da EDP tem consequências de política Alain JUPPÉ externa. Consequências virtuosas, diria eu.

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças À reputação histórica de Portugal no Oriente devemos somar uma agressiva política de investimento nesses mercados, a par Vítor Gaspar da abertura aos seus investimentos. O Ministério tudo deve fazer para que o potencial desta decisão – pela sua transparência, Intervenção do pela sua audácia, ambas de um Portugal europeu – sejam plenamente aproveitadas. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Entregue este roteiro de conceitos que é também o nosso mapa de deveres, cumpre terminar. E quero fazê-lo, confiando em todos os diplomatas e agradecendo ao IDN a excelente colaboração para o sucesso deste seminário.

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Pedro Reis 24 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Intervenção do Presidente da AICEP Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Diplomacia Económica e Internacionalização da Economia Portuguesa Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Embora a formulação ou, se quiserem, o assumir frontal do conceito de diplomacia económica seja relativamente recente, Miguel Horta e Costa parece-me evidente que as preocupações de natureza económica nunca estiveram ausentes da prática diplomática e que esta Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho nunca se limitou à pura representação e negociação política.

Intervenção do Ministro de Estado Esta realidade, porém, se hoje é evidente para qualquer observador, não era, há poucos anos, evidenciada pelos poderes públicos e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França dos mais diversos países: a diplomacia mais nobre (permitam-me o uso do termo) desejava-se essencialmente política, eventu- Alain JUPPÉ almente de caráter militar, mas não assumidamente económica – daí o papel algo subalterno que, na generalidade dos departa- Intervenção do Ministro de mentos governamentais responsáveis pela condução da política externa pelo mundo fora, era atribuído à temática económica Estado e das Finanças Vítor Gaspar vis a vis a agenda puramente política propriamente dita.

Intervenção do Secretário-Geral do MNE Esta situação felizmente modificou-se, entretanto, profundamente; na atualidade as carreiras consular e de adido comercial António de Almeida Ribeiro ou económico ganharam em prestígio, e os membros da carreira diplomática clássica, de resto, passaram em grande medida a exercer funções que antes não lhes estavam cometidas na área económica: o que é de louvar e, claro está, de estimular.

A valorização da dimensão económica da diplomacia acontece, também, porque é hoje ainda mais óbvio que o crescimento económico é decisivo para assegurar a sustentabilidade a prazo dos estados e das nações.

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Vivemos hoje num mundo profundamente interligado com base num modelo sistémico complexo: estamos colocados perante 25 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros problemas globais como a explosão demográfica, a escassez de recursos naturais finitos, os desequilíbrios ambientais, as epi- Paulo Sacadura Cabral Portas demias mundiais, os fenómenos do terrorismo internacional e das migrações provocadas pela pobreza extrema e, como não Intervenção do Presidente da AICEP podia deixar de ser, a força crescente, para não dizer excessiva, dos chamados “mercados” e dos grandes conglomerados e cor- Pedro Reis porações com um PIB maior do que o de muitos países. Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima A todos estes problemas globais há que dar uma resposta sintonizada e sincronizada a nível planetário, o que implica e requer um prisma económico muito vincado nessa mesma resposta. Numa palavra: para problemas globais respostas globais, e para Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações respostas globais soluções também económicas. do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa A promoção e a valorização dos setores privados da economia, que incluem a busca e a defesa das oportunidades de investi- Intervenção do Primeiro-Ministro mento, foram finalmente assumidas pelos poderes públicos como preocupação sua, uma vez que a prosperidade económica das Pedro Passos Coelho nações – e a sua sustentabilidade ao longo da História – traduz-se também em poder e influência para os estados com efeitos Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros multiplicadores poderosos que se sentem ao longo do tempo e nas mais diversas áreas nas sociedades humanas. e Europeus de França Alain JUPPÉ É este ciclo repetitivo que temos de reforçar: melhor economia maior poder, maior poder melhor economia; já para não entrar Intervenção do Ministro de em questões de soberania… Estado e das Finanças Vítor Gaspar A perceção de prosperidade dos estados mede-se hoje sobretudo pela qualidade de vida dos seus cidadãos, pelo seu patamar Intervenção do de consumo, pela vitalidade e dinamismo das suas empresas, e não tanto, ou não só, pela existência de um poderio militar Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro musculado ou pela existência de lideranças políticas carismáticas, num mundo que assiste em direto a alterações tectónicas profundas dos seus polos de poder.

Foi por etapas e aproximações sucessivas que os objetivos económicos das relações exteriores que dão corpo à diplomacia económica foram sendo assumidos. Hoje, nas visitas de estado, com o apoio e sob a proteção dos seus mais altos dignitários

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políticos e institucionais, viajam empresários e outros agentes económicos do setor privado, direta, transparente e abertamente 26 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros envolvidos na prossecução de objetivos de natureza económica: esse é um sinal dos tempos; um bom sinal diria eu. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Penso que é hoje claro para todos que a diplomacia económica não é uma diplomacia à parte e, muito menos, uma forma de Pedro Reis diplomacia paralela ou secundária; mesmo que, em certos casos, possa ser conduzida por um pessoal técnico especializado, Intervenção do administrador distinto do pessoal diplomático strictu sensu, a sua função é sempre a de constituir um instrumento dos interesses do Estado da AICEP António de Almeida Lima no plano externo.

Intervenção do Comissário-Geral A diplomacia económica, mesmo se oferece aos agentes económicos privados um espaço de promoção dos seus interesses pró- de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil prios, deve servir sobretudo o interesse público: empresas e empresários são servidos pela diplomacia económica, apenas e na Miguel Horta e Costa medida em que eles próprios servem o interesse da coletividade nacional, num ciclo virtuoso de mútuo reforço das duas esfe- Intervenção do Primeiro-Ministro ras: tanto da privada como da pública. Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado Quanto ao seu âmbito, a diplomacia económica decalca e abrange todas as áreas da diplomacia política: desde a área bilateral, e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França nas relações entre Estados, à multilateral, de importância crescente à medida que na comunidade internacional regride a lei do Alain JUPPÉ mais forte e se afirma o império do direito, bem como o magistério dos mais aptos, leia-se, dos mais competitivos.

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Quanto aos seus intérpretes e agentes, a diplomacia económica tanto é executada por diplomatas, que para tanto deverão Vítor Gaspar possuir uma formação adequada, como por técnicos especializados dos organismos próprios (como sejam institutos de apoio Intervenção do ao comércio externo, ao investimento estrangeiro ou à promoção turística), funcionando todos na esfera de competência do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro ministério responsável pelas relações exteriores.

Chegados aqui, é importante que também a diplomacia económica detete e monitorize que setores interessa promover prio- ritariamente, que tipo de investimentos importa captar em primeiro lugar, junto de que mercados deve ser promovida a pro- dução industrial ou a oferta turística e que países ou regiões deverão constituir o alvo preferencial da diplomacia económica.

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Tudo isso corporiza um conjunto de questões de natureza mais política do que estritamente técnica (como à primeira vista 27 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros pode parecer), e devem ser respondidas em coerência com as opções de política económica definidas no plano interno. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Ou seja, cada país deve ter uma visão clara do seu lugar no mundo e na economia global para depois saber definir políticas e Pedro Reis alocar recursos, por natureza escassos, de forma a atingir metas nacionais ambiciosas mas necessárias. Intervenção do administrador da AICEP Nesta hora de verdade que atravessa o nosso país, em que somos obrigados a nos reinventar, o que, por sua vez, pressupõe António de Almeida Lima que encontremos um novo paradigma de desenvolvimento e de crescimento, estou absolutamente convencido que é pela inter‑ Intervenção do Comissário-Geral nacionalização da nossa economia que passa o nosso futuro, uma vez que o investimento e o consumo, tanto privado quanto de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil público, se encontram exauridos e limitados por anos de más políticas públicas. Miguel Horta e Costa Internacionalizar a economia portuguesa passou assim a ser um desígnio nacional crucial para o futuro do país, como se cons- Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho tata de forma clara pelo facto do xix Governo Constitucional ter assumido a internacionalização da economia como um vetor

Intervenção do Ministro de Estado chave da sua política externa, o que, por sua vez, nos traz aqui hoje, de forma a melhor articular a rede diplomática e consular e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França com a rede externa da AICEP, entidade a que tenho a honra de presidir. Alain JUPPÉ Para o fazer, não podemos deixar de ter presente que Portugal se vê também a braços com uma crise de reputação, de credibi- Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças lidade. Uma crise que considero ser tão grave como o estado débil das nossas contas públicas. Vítor Gaspar As sucessivas descidas nos ratings da República por parte das principais agências de notação financeira, que afetam não só o Intervenção do Secretário-Geral do MNE Estado mas a nossa banca e as nossas empresas, a par do pedido de ajuda externa, revelaram-se um contributo danoso para a António de Almeida Ribeiro nossa imagem externa e para a capacidade do país produzir riqueza.

Em simultâneo, a banca portuguesa padece de problemas de financiamento, o que a impede de injetar liquidez no setor pro- dutivo nacional, que, por sua vez, estrangula a atividade das empresas e decapita uma quantidade assinalável de projetos de investimento.

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Estamos, portanto, colocados perante um conjunto de constrangimentos que afetam, entre outras coisas, a perceção de Portu‑ 28 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros gal no exterior e que são perniciosos para o clima de negócios, sobretudo para as pequenas e médias empresas que se deparam, Paulo Sacadura Cabral Portas compreensivelmente, e no atual contexto, com dificuldades acrescidas. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Para alterarmos esta situação, como acredito profundamente que vamos conseguir, há que trabalhar a partir das várias van- Intervenção do administrador tagens reais que temos, sendo uma delas a que o Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros identificou ainda há da AICEP António de Almeida Lima dias na visita muito simpática e simbólica que efetuou à AICEP, onde sintetizou a tal vantagem crítica ao sublinhar que “Por‑ tugal tem séculos de boa diplomacia”. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Colocar esta nossa “boa diplomacia” ao serviço da recuperação de Portugal é determinante para que consigamos fazer chegar Miguel Horta e Costa a proposta de valor do país aos mais variados interlocutores que temos no estrangeiro. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Porque a nossa diplomacia de facto abre portas, porque os nossos embaixadores são conhecidos e reconhecidos no estrangeiro

Intervenção do Ministro de Estado e porque as nossas empresas precisam deles mais do que nunca essa “boa diplomacia” tornou-se nevrálgica para o nosso futuro. e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Numa aceção mais abrangente, temos de reconquistar todos os nossos stakeholders, sejam eles as instituições e reguladores Alain JUPPÉ públicos financeiros internacionais, os grandes grupos económicos multinacionais, os mercados financeiros globais ou os prin- Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças cipais investidores que atuam à escala mundial. Vítor Gaspar A diplomacia tem assim a responsabilidade acrescida de actuar, assumidamente, no cumprimento de orientações de política Intervenção do Secretário-Geral do MNE externa, junto destes novos atores, exercendo influência, e dando corpo àquilo que é o cumprimento do desígnio nacional de António de Almeida Ribeiro internacionalizar a economia portuguesa.

Mas também a rede da AICEP tem a obrigação de ajudar a reforçar, em simultâneo, os quatro eixos da internacionalização da nossa economia e que são:

O investimento direto estrangeiro em Portugal;

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O investimento português direto no estrangeiro; 29 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros A internacionalização das empresas; Paulo Sacadura Cabral Portas e, finalmente, as exportações de bens e serviços. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis A AICEP, nomeadamente através da sua rede externa, está por isso à disposição e profundamente comprometida para, de forma Intervenção do administrador da AICEP articulada e próxima com a rede diplomática e consular, contribuir para diversificar as exportações portuguesas, apoiando os António de Almeida Lima projetos de internacionalização de empresas e associações, mas também informando sobre as estimativas de evolução econó- Intervenção do Comissário-Geral mica dos mercados e sobre o histórico e as projeções dos montantes de importação & exportação e de investimento externo, de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil entre outras matérias que se venham a revelar importantes para a internacionalização da nossa economia. Miguel Horta e Costa Sempre procurando melhorar o nível de intelligence que gera sobre os vários mercados, por forma a reforçar o networking Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho entre as nossas empresas e as suas congéneres internacionais.

Intervenção do Ministro de Estado A AICEP tem a obrigação de ajudar e facilitar as atividades das empresas no exterior, contribuindo para remover os custos de e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França contexto que estas enfrentam nesses mercados, bem como aqueles com que os investidores externos se defrontam ao chegar a Alain JUPPÉ Portugal. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Cada mercado e cada região geoestratégica terá para isso disponível o seu próprio plano de desenvolvimento específico, que Vítor Gaspar incluirá as ações de promoção e as diligências a efetuar para remover as barreiras à entrada, designadamente alfandegárias, Intervenção do Secretário-Geral do MNE regulamentares, ou de outro tipo. António de Almeida Ribeiro Se me permitem, passo a apresentar brevemente alguns quadros com informações sobre a rede da AICEP com um conjunto de indicadores que penso que podem ser úteis para compreender o caminho que pretendemos seguir.

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Neste primeiro quadro podemos ver a presença da rede da AICEP na Europa, onde se concentra cerca de metade da rede: 30 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral 8 Centro de Negócios de Portugal para as comemorações 9 Escritórios do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa 8 Representações Oslo Helsínquia

Copenhaga Estocolmo Intervenção do Primeiro-Ministro Dublin Moscovo Pedro Passos Coelho Londres Haia Berlim Varsóvia Intervenção do Ministro de Estado Bruxelas e dos Negócios Estrangeiros Praga e Europeus de França Paris Viena Alain JUPPÉ Zurique Budapeste Vigo Milão Intervenção do Ministro de Madrid Estado e das Finanças Barcelona Bucareste Mérida Vítor Gaspar Istambul Ancara

Intervenção do Atenas Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

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E aqui a presença da AICEP no resto do mundo. No total, a rede externa da AICEP dispõe de 14 centros de negócios, 21 escri- 31 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros tórios e 14 representações (ou seja, neste momento temos presença física directa em 49 países), sendo que cerca de 70% são Paulo Sacadura Cabral Portas em colocalização com as representações diplomáticas: este é um processo dinâmico que está sob permanente observação e Intervenção do Presidente da AICEP ponderação da nossa parte. Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Pequim do Ano de Portugal no Brasil Toronto Miguel Horta e Costa São Francisco Nova Iorque Argel Intervenção do Primeiro-Ministro Tunes Xangai Pedro Passos Coelho Tripoli Tóquio Rabat Abu Dhabi Nova Deli Praia Macau Intervenção do Ministro de Estado Cidade do México Caracas e dos Negócios Estrangeiros Kuala Lumpur e Europeus de França Luanda Jacarta Alain JUPPÉ Singapura

Intervenção do Ministro de São Paulo Estado e das Finanças Maputo Santiago do Chile Vítor Gaspar Joanesburgo 6 Centro de Negócios Buenos Aires Intervenção do 12 Escritórios Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro 6 Representações

A rede externa, como é evidente, terá que ser repensada e balanceada em função dos mercados em que Portugal e as suas empre- sas querem apostar, sobrepondo quatro mapas estratégicos: o das prioridades das empresas, do governo, da rede diplomática e consular e da realidade da AICEP.

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A este propósito, deixem-me que vos diga que, do ponto de vista da AICEP, entendo que a definição dos mercados prioritários 32 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros cabe em primeira instância às próprias empresas que são quem determina e implementa a sua própria estratégia de internacio- Paulo Sacadura Cabral Portas nalização, ou seja, quem define em que mercados lhe interessa atuar e investir. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Como podem verificar neste quadro, há uma elevada concentração dos laços comerciais e dos fluxos financeiros com a União Intervenção do administrador Europeia. da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral Ano de 2000 de Portugal para as comemorações União União do Ano de Portugal no Brasil Europeia Europeia Ano de 2010 94,2% 74,8% Valores em % do total Miguel Horta e Costa 86,6% 72,2%

Intervenção do Primeiro-Ministro América América Norte Norte Pedro Passos Coelho UE UE 1,4% 11,3% 1,5% 5,8% 55,4% 82,5% 74,0% Intervenção do Ministro de Estado 68,1%

e dos Negócios Estrangeiros América América Norte Norte e Europeus de França Ásia Ásia 1,5% 6,1% Alain JUPPÉ 0,1% 1,3% 3,3% 4,1% 0,3% 1,7% Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Ásia Ásia África África Vítor Gaspar 0,3% 2,65 0,0% 3,3% 1,4% 3,1% América América 0,2% 7,0% Intervenção do La6na La6na Secretário-Geral do MNE 0,6% 3,1% 5,6% 5,9% António de Almeida Ribeiro África África Inves6mento Estrangeiro 7,7% 3,7% América América 6,6% 9,7% Exportação de Serviços La6na La6na 27,7% 1,5% 12,0% 3,4% Inves6mento IDPE

Exportação de Bens Fonte: Banco de Portugal

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Os negócios internacionais de Portugal, quer seja investimento direto estrangeiro em Portugal, quer sejam importações, expor- 33 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros tações e investimento das empresas portuguesas no estrangeiro, estão demasiado concentrados nos parceiros da União Euro- Paulo Sacadura Cabral Portas peia, numa percentagem que varia entre 74 e 86% em cada uma das vertentes referidas. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Com a economia europeia à beira de uma estagnação e com 4 dos nossos principais parceiros comerciais – Espanha, França, Intervenção do administrador Reino Unido e Itália – a implementar, simultaneamente, medidas de austeridade, a situação torna-se mais complexa, como é da AICEP António de Almeida Lima fácil de imaginar.

Intervenção do Comissário-Geral De salientar ainda que os 10 principais mercados para as exportações portuguesas representaram cerca de 77% do total das de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil mesmas; sendo 7 desses mesmos mercados, parceiros comunitários. Miguel Horta e Costa Ao nível da exportação de bens e serviços, olhando para o mapa, compreendemos que há margem de crescimento para as Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho empresas portuguesas. Com 8% de exportações de bens e serviços para África e apenas 4% para os mercados das Américas,

Intervenção do Ministro de Estado há que trabalhar para o aumento sustentado e acelerado destes números para compensar a excessiva dependência do mercado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França europeu a que me referi no ponto anterior. Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

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34 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Situação em 2010 Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador América do Norte União Europeia da AICEP Bens + Serviços António de Almeida Lima 4% Bens + Serviços 74% Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado América La>na África e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Bens + Serviços Bens + Serviços Alain JUPPÉ 4% 8%

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar Fonte: Banco de Portugal Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Também ao nível da atração de investimento, é preciso trabalhar no sentido de captar o interesse por parte de investidores fora do espaço da União Europeia.

Não está refletido neste slide o recente investimento chinês feito no nosso país, mas este é seguramente um dos mercados com enorme potencial e no qual, naturalmente, iremos apostar ainda com mais determinação.

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35 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Situação em 2010 Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador América do Norte União Europeia da AICEP António de Almeida Lima Atracção de Inves6mento – 2% Atracção de Inves6mento – 86% Inves6mento no exterior – 4% Inves6mento no exterior – 68% Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho América La6na África Intervenção do Ministro de Estado Atracção de Inves6mento – 6% Atracção de Inves6mento – 1% e dos Negócios Estrangeiros Inves6mento no Exterior – 12% Inves6mento no Exterior – 7% e Europeus de França Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar Fonte: Banco de Portugal Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Como tenho vindo a defender, a internacionalização do nosso tecido económico e empresarial obriga-nos a um esforço adicio- nal de diversificação quanto aos mercados em que estamos presentes.

De forma simplista, devemos olhar para a estratégia de internacionalização como uma matriz de dupla entrada, combinando depois as diversas possibilidades existentes. Isto significa que, se num eixo dessa matriz, considerarmos as grandes empresas e

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as pequenas e médias empresas e, no outro eixo, considerarmos os mercados estabilizados e os emergentes, verificamos que o 36 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros esforço que temos que fazer passa por dar particular atenção à combinação PME’s e mercados emergentes. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Até porque, como é compreensível pela sua dimensão e relevância económica, as grandes empresas geralmente do que precisam Pedro Reis é da intervenção ao mais alto nível da nossa diplomacia, e não tanto de informação relativa a mercados ou a setores específi- Intervenção do administrador cos, como acontece com as pequenas e médias empresas. da AICEP António de Almeida Lima O crescente protagonismo das economias emergentes tem vindo a dar força a um mundo multipolar, com diversas zonas do Intervenção do Comissário-Geral globo a registarem crescimentos muito significativos, nomeadamente em África, na América Latina e na Ásia. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa De notar que África é já hoje a segunda zona do mundo mais representativa para as exportações portuguesas, depois da União Europeia, nomeadamente por causa do peso de Angola mas não só. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Exportámos, em 2011, mais para África do que para toda a América, desde o Canadá ao Chile. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Não deixa de ser curioso que, não tendo África contribuído para a crise económica e financeira com que o mundo se vê a bra- e Europeus de França Alain JUPPÉ ços, esteja hoje a contribuir para a sua solução, através do elevado dinamismo de muitas das economias africanas, que expor-

Intervenção do Ministro de tam matérias-primas para outras economias emergentes e que estão a atrair investimento estrangeiro a um ritmo crescente e Estado e das Finanças assinalável. Vítor Gaspar

Intervenção do A América Latina, por sua vez, também está a registar um crescimento económico significativo: além da exportação de maté- Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro rias-primas para as economias emergentes, nomeadamente a China, assiste-se a um crescimento robusto dos seus mercados internos com um enorme potencial no futuro próximo.

Como sabem, o Brasil ultrapassou recentemente o Reino Unido e tornou-se a sexta maior economia do mundo, sendo a pri- meira vez na história que o PIB do Reino Unido é ultrapassado pelo de um país da América Latina.

Este exemplo não deixa de ter um alto caráter simbólico.

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A proximidade cultural e linguística destes países com Portugal faz de algumas destas economias uma prioridade para a expan- 37 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros são dos negócios das empresas portuguesas. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pelo que, países onde ainda não temos representante da AICEP, como é o caso da Colômbia e do Perú, serão reequacionados Pedro Reis a breve trecho. Intervenção do administrador da AICEP Outro mercado importante que assinalaria é a Rússia, que aderiu no mês de dezembro à Organização Mundial de Comércio, António de Almeida Lima depois de 17 anos de negociações. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Espera-se que a economia russa cresça de forma muito dinâmica nos próximos anos, representando também ela um potencial do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa interessante a explorar pelas nossas empresas e sentindo nós o interesse crescente de investidores russos em ativos nacionais, como é, aliás, também o caso de investidores oriundos da zona do Golfo. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Resumindo, as nossas exportações para os BRIC representaram, em 2010, apenas 2,6% do total exportado por Portugal, com Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros o Brasil a representar 50% deste valor. e Europeus de França Alain JUPPÉ Se considerarmos que os 4 BRIC adicionaram à economia mundial, nos últimos 10 anos, um PIB equivalente a 8 vezes o da

Intervenção do Ministro de economia de Espanha, e não esquecendo que este conjunto de 4 mercados tem 3 mil milhões de consumidores e representa Estado e das Finanças 20% do PIB mundial, fica patente o enorme potencial que tais economias representam para as nossas empresas. Vítor Gaspar

Intervenção do Se agora olharmos para o gráfico dos 50 principais mercados de exportação de bens, não podemos deixar de reparar no enorme Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro peso que Espanha, França, Alemanha e Reino Unido têm na nossa balança de exportações, seguidos de Angola (o primeiro dos países não europeus a figurar no gráfico).

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38 Intervenção do Ministro de Estado 10.000.000 e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas 50 Principais Mercados de Exportação de Bens

Intervenção do Presidente da AICEP 2009 2010 Pedro Reis

Intervenção do administrador 7.500.000 da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil 5.000.000 Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado 2.500.000 e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças 0 Vítor Gaspar Itália EUA Chile EAU Índia Brasil SuéciaSuíça China JapãoRússia Grécia Egipto Israel França Angola Bélgica México Polónia Turquia Argélia Áustria Canadá Tunísia Irlanda Senegal Espanha Holanda Finlândia Gibraltar Roménia Hungria Noruega AustráliaBulgária Alemanha Marrocos Venezuela SingapuraArgentina Cabo VerdeDinamarcaRep. Checa Hong Kong Eslováquia Reino Unido Moçambique África do Sul Luxemburgo Intervenção do Arábia Saudita Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Sem prejuízo de continuarmos a apostar nos mercados consolidados, percebemos que as nossas exportações têm que ter des- tinos mais diversificados, onde o crescimento é mais viável durante os próximos anos.

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39 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Evolução dos 10 Principais Mercados Paulo Sacadura Cabral Portas Entre os anos de 2000 e 2010 Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Espanha 5.466.956 20,1% 4.119 9.760.710 26,6% 4.122 Intervenção do administrador da AICEP Alemanha 4.847.327 17,8% 2.722 4.785.454 13,0% 2.117 António de Almeida Lima França 3.459.035 12,7% 3.547 4.338.416 11,8% 3.064

Intervenção do Comissário-Geral R. Unido 2.938.481 10,8% 2.606 2.014.033 5,5% 1.857 de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Angola 370.986 4.165 1.914.833 5,2% 7.132 1,4% Miguel Horta e Costa Holanda 1.159.589 4,3% 1.971 1.403.774 3,8% 1.575 Intervenção do Primeiro-Ministro Itália 1.087.881 4,0% 1.623 1.393.950 3,8% 1.603 Pedro Passos Coelho EUA 1.525.027 5,6% 3.122 1.326.946 3,6% 2.079 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Bélgica 1.593.920 5,9% 1.767 1.055.762 2,9% 1.497 e Europeus de França Alain JUPPÉ Brasil 196.923 0,7% 1.114 440.171 1,2% 1.302

Intervenção do Ministro de Fonte – INE Valores – Milhares de Euros Estado e das Finanças Vítor Gaspar Desta forma, estou certo que seremos capazes de assegurar a consolidação da nossa presença nos mercados essenciais para o Intervenção do Secretário-Geral do MNE equilíbrio da nossa balança externa, entre os quais os países de expressão portuguesa, aliada a uma aposta nos países de maior António de Almeida Ribeiro potencial, designadamente nos mercados da América Latina, do Norte de África e do Golfo, bem como, em alguns países do espaço asiático como já referi.

Aqui é importante continuar a tentar fazer o match entre as nossas importações de recursos naturais e as nossas exportações; ou seja, estender um esquema de “permuta” com aqueles países em que somos fortes como compradores e onde temos, por isso, uma posição negocial reforçada.

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Neste tipo de mercados, aliás, a atuação da diplomacia é determinante para a concretização de negócios, uma vez que é preciso 40 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros chegar eficazmente ao decisor, que muitas vezes ocupa um cargo político ou de grande relevo na administração. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP A atuação da nossa diplomacia e o seu envolvimento em projetos, designadamente os que dizem respeito às grandes empresas, Pedro Reis é um fator de conforto e de confiança determinante para as nossas empresas, pois o envolvimento da embaixada ou da pessoa Intervenção do administrador do embaixador em fases decisivas do projeto é sinónimo de credibilidade e, logo, de eficácia na condução de todo o processo. da AICEP António de Almeida Lima Do meu ponto de vista, é também essencial e urgente alargar a base de empresas exportadoras portuguesas. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Distribuição das Empresas Exportadoras em 2010 Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Volume de Exportação Nº de Empresas % das Exportações Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros > 50 milhões de euros 90 empresas 47% do Total e Europeus de França Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Entre 25 e 50 milhões de euros 111 Empresas 11% 95% Estado e das Finanças Vítor Gaspar Entre 1 e 25 milhões de euros 2.829 Empresas 37% Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Menos de 1 milhão de euros 14.683 Empresas 5%

Fonte: INE – Ins6tuto Nacional de Estafs6ca

Atualmente, 90 empresas são responsáveis por praticamente cerca de 50% das nossas exportações.

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Há que trabalhar para que mais empresas exportem e para que as que já estão envolvidas no processo de internacionalização 41 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros exportem ainda mais. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Um dos caminhos por onde devemos enveredar para atingir este objetivo passa justamente pelo triângulo geográfico virtuoso Pedro Reis que abarca as maiores potências de língua portuguesa. Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima A Língua Portuguesa como Recurso Económico

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações O Triângulo Virtuoso do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Portugal Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Cabo Verde e Europeus de França S.Tomé e Alain JUPPÉ Príncipe

Intervenção do Ministro de Brasil Moçambique Estado e das Finanças Angola Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Fonte: Banco de Portugal

A meu ver, o conceito chave em que nos devemos concentrar é o da multidiversificação: diversificação de mercados para além do mercado da União Europeia, e diversificação das empresas exportadoras bem como dos produtos e serviços que exportamos.

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Estou convencido que é por esta multidiversificação que passa a reconfiguração da nossa estratégia de internacionalização da 42 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros economia portuguesa. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Uma nota para referir o plano de desenvolvimento específico a elaborar para cada mercado, que incluirá também um plano de Pedro Reis ações para promover a notoriedade do País e dos serviços e marcas portuguesas. Intervenção do administrador da AICEP Há que reforçar e estimular em toda a linha, de forma coerente e concertada, a imagem positiva de Portugal como um país António de Almeida Lima propício para a realização de negócios e adequado à captação de investimento. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Todos sabemos que a estratégia de promoção externa do País tem sido prejudicada nos últimos anos por alguma falta de coor- do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa denação e de consistência (no conceito e no tempo) que escolhemos abraçar: não é de hoje, e muito menos de agora, o pro- blema, ou, deveria dizer, a desorientação. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Acredito que este governo será capaz de articular uma nova imagem para Portugal de forma profissional e bem fundamentada. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros É neste quadro geral e nesse sentido que a AICEP tem vindo a desenvolver algumas feiras setoriais (automóvel e aeronáutica e Europeus de França Alain JUPPÉ para dar dois exemplos); feiras multissetoriais nalguns mercados que pelo seu estágio de desenvolvimento assumem particular

Intervenção do Ministro de relevância (como são exemplo os casos de Angola, Argélia, Líbia e Moçambique); ações “mais procura”, que põem diretamente Estado e das Finanças em contato a procura dos mercados internacionais e a oferta nacional; e ainda ações integradas em alguns mercados (Brasil Vítor Gaspar e Estados Unidos), exatamente por considerarmos que nestes casos existe um défice de perceção da capacidade empresarial Intervenção do Secretário-Geral do MNE nacional, e atuando nós sempre no princípio de colmatar “falhas de mercado”. António de Almeida Ribeiro Para além destas iniciativas, destacaria o trabalho feito pela AICEP na organização de encontros com importadores em Por- tugal e na organização, país fora, de ações de capacitação junto de futuros exportadores.

Sem prejuízo da continuação da aplicação deste programa, existem algumas medidas, que poderão ser dinamizadas e têm por objetivo criar sinergias na projeção internacional do país, tendo sempre presente que devemos definir rapidamente uma

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“proposta de valor para Portugal”, ou seja, uma narrativa sólida para atrair investimento e para ajudar as nossas empresas a 43 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros internacionalizarem-se. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Tal pode, e deve, passar por temas como: Pedro Reis – A definição e promoção de uma imagem integrada do País no exterior, a chamada “Marca Portugal”, que tem que ser o Intervenção do administrador da AICEP espelho do ADN do nosso país e dos seus fatores de diferenciação, com os seus séculos de história e com todos os fatores de António de Almeida Lima atratividade que nos distinguem dos outros povos e nações. A Marca Portugal deve resultar de um esforço de concertação de Intervenção do Comissário-Geral perspetivas diversas, sobretudo ao nível da AICEP e do Turismo de Portugal, que se traduza numa mensagem estável e reco- de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil nhecida por todos os quadrantes políticos, económicos e sociais relevantes da nossa sociedade. Miguel Horta e Costa – A formatação de iniciativas multidisciplinares que envolvam a língua, a cultura, o turismo e a esfera empresarial em merca- Intervenção do Primeiro-Ministro dos relevantes, como é o caso do Brasil no próximo ano; Pedro Passos Coelho – A utilização crescente da cultura – e a oferta respetiva – como elemento integrador e definidor da identidade lusa e da sua Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros capacidade de inovação e universalidade, como fator de promoção do país em todos os mercados relevantes. e Europeus de França – O planeamento atempado das iniciativas externas dos órgãos de soberania e dos organismos da esfera pública: a diplomacia Alain JUPPÉ de negócios deve estar presente nas agendas externas destas instituições, sobretudo junto dos mercados onde o fator de Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças influência política é decisivo para o processo de tomada de decisão. Vítor Gaspar Estes são apenas alguns exemplos práticos do que poderá ser uma nova e estimulante agenda para a diplomacia portuguesa no Intervenção do Secretário-Geral do MNE seu sentido mais lato que, ressalva-se, deve estar devidamente munida de instrumentos que permitam acompanhar o processo António de Almeida Ribeiro de internacionalização da nossa economia, quer numa perspetiva de inbound – atração de investimento, quer numa perspetiva de outbound – investimento direto de Portugal no exterior, internacionalização de empresas e aumento de exportações.

Sem ser exaustivo, dou conta de 3 medidas relativas a cada um destes eixos.

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No eixo do inbound, destacaria a necessidade de simplificar os processos de licenciamento, criando uma verdadeira via verde 44 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros para o processo de investimento externo com maior celeridade e transparência. Destacaria também a necessidade de definir Paulo Sacadura Cabral Portas instrumentos de captação de investimento ao nível do Compete/QREN e IEFP com um papel muito ativo da AICEP na sua Intervenção do Presidente da AICEP formatação, implementação, avaliação e atribuição. Por fim, destacaria a necessidade de rever o sistema de benefícios fiscais Pedro Reis para reforçar a captação de investimento externo e estimular a atração de residentes estrangeiros com poupanças elevadas. Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima No eixo do outbound, salientaria a necessidade de prorrogar as facilidades de seguros de crédito e estender as linhas existen- tes para 2012 com eventual aumento do plafond das mesmas. A melhoria dos prazos de recuperação do IVA em atividades Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações destinadas à exportação (filosofia de conta corrente na qual o IVA da importação é cobrado apenas com a efetiva exportação do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa do produto). E, finalmente, a promoção do capital de risco como instrumento de apoio à internacionalização, passando pela

Intervenção do Primeiro-Ministro eventual criação de um Fundo Soberano para a Internacionalização. Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado Adicionalmente, destacaria apenas uma última medida sobre a qual vale a pena refletir, que pode representar uma oportuni- e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França dade interessante para aproveitar as potencialidades das comunidades portuguesas na diáspora e que passa pela constituição Alain JUPPÉ de fundos de capital de risco, subscritos por elementos das comunidades portuguesas, especificamente para apoiar a entrada Intervenção do Ministro de de empresas portuguesas nos seus mercados. Estado e das Finanças Vítor Gaspar O envolvimento das comunidades portuguesas na internacionalização da nossa economia através do desenvolvimento de mecanis- Intervenção do mos financeiros atrativos representará, estou seguro, uma oportunidade interessante para a captação de capital e financiamento. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Em comunidades significativas como as que existem nos Estados Unidos, África do Sul, ou mesmo Venezuela e Brasil, estes produtos financeiros podem ser instrumentos agregadores de investimento de base portuguesa.

A nova AICEP está a trabalhar com determinação no sentido de criar as condições certas e necessárias para que os serviços públicos de Portugal no exterior, encabeçados pelas representações diplomáticas e consulares, possam ser capazes de captar o

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interesse de investidores para o nosso país por um lado, e por outro de acompanhar as nossas empresas na conquista de mais 45 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros oportunidades de negócios, junto de entidades públicas e privadas. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Esta é a visão da AICEP sobre a diplomacia económica, comercial, ou de negócios, visando aproveitar a oportunidade única que Pedro Reis este momento representa para conferir uma nova vitalidade e uma renovada relevância à diplomacia portuguesa, colocando-a Intervenção do administrador efetivamente ao serviço da internacionalização da nossa economia. da AICEP António de Almeida Lima Tenho a certeza de que os senhores embaixadores e o corpo diplomático nacional, neste contexto singular e exigente, darão o Intervenção do Comissário-Geral seu inestimável contributo para cumprir Portugal. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Podem ter vossas Excelências também a certeza de que a AICEP, por seu lado, está totalmente à disposição dos senhores embai- xadores para tudo o que considerarem oportuno. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Senhor Ministro, permita-me apenas duas palavras finais para encerrar esta minha intervenção: Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros A primeira para lhe assegurar publicamente, a total lealdade e comprometimento por parte da AICEP com os objetivos que o e Europeus de França Alain JUPPÉ seu Ministério definiu: encontrará em mim, na minha administração e em todos os colaboradores da AICEP, absoluta dedica-

Intervenção do Ministro de ção e empenho em cumprir a agenda estratégica e operacional que traçou. Estado e das Finanças Vítor Gaspar Em segundo lugar, e tendo bem presente a hora decisiva que o país atravessa e a exigência que é pedida aos portugueses em Intervenção do geral e àqueles a quem cumpre servir o estado quando o país mais precisa de todos, em particular, saiba que na AICEP dare- Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro mos a Portugal o nosso melhor até ao limite das nossas forças pois essa é a condição, e o ingrediente fundamental, para asse- gurar um futuro melhor às próximas gerações como é nossa responsabilidade e nossa obrigação: pode ter a certeza de a AICEP estará à altura do que o Governo, e o país acima de tudo, exige de nós!

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António de Almeida Lima 47 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Intervenção do administrador da AICEP Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP António de Almeida Lima Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Foi hoje aqui já frisado de forma clara e inequívoca a importância do reforço da diplomacia económica, no seu sentido mais Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações lato, para ajudar a restaurar a credibilidade financeira do nosso país e reduzir o défice externo, além de contribuir para o cres- do Ano de Portugal no Brasil cimento da nossa economia, garantindo desse modo o emprego nacional e o bem estar da população. Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Não irei insistir sobre estes objetivos da diplomacia económica, que são, naturalmente, evidentes para todos. Centrar-me-ei, Pedro Passos Coelho nesta breve intervenção, na forma como o novo modelo institucional deverá contribuir para os atingir e que o senhor ministro Intervenção do Ministro de Estado já aqui enunciou. e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ Em primeiro lugar, é necessário reconhecer que todos nós, ao longo dos anos, nas mais variadas funções, em particular no quadro externo, fomos já chamados a contribuir para a promoção da economia portuguesa, no quadro geral do nosso múnus Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças profissional, mas também em ações concretas e objetivas de defesa do interesse nacional na área comercial ou empresarial. Vítor Gaspar

Intervenção do A novidade não está, portanto, na ênfase dada à promoção da nossa economia, isto é, das nossas exportações de bens e servi- Secretário-Geral do MNE ços, dos investimentos das nossas empresas no exterior e na atração de investimentos para Portugal, funções que todos conti- António de Almeida Ribeiro nuaremos a desempenhar.

O que se espera que o novo modelo institucional traga é uma mais eficiente coordenação da ação externa na defesa dos interes- ses portugueses, favorecendo a unidade de ação e a articulação das suas vertentes política, económica, cultural e de cooperação.

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Em segundo lugar, é necessário esclarecer alguns equívocos quando nos referimos à “diplomacia económica”, equívocos esses 48 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros que têm estado na origem de várias dificuldades práticas que todos nós também conhecemos. Todos eles radicam no erro que Paulo Sacadura Cabral Portas persiste em considerar-se que a “diplomacia económica” é um exclusivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, só porque Intervenção do Presidente da AICEP ela fará uso da arte diplomática. Pedro Reis

Intervenção do administrador Na verdade, a “diplomacia económica”, no sentido lato, exige uma estreita coordenação entre vários agentes, entre os quais da AICEP António de Almeida Lima (i) o sector empresarial, (ii) os organismos públicos e privados, que gerem os mecanismos de apoio à internacionalização da economia, (iii) e a rede externa do estado, que promove os interesses do país no estrangeiro. Em termos institucionais, não Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações existe uma verdadeira “diplomacia económica”, sem uma coerente e particular articulação entre o Ministério dos Negócios do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Estrangeiros, o Ministério da Economia, o Ministério das Finanças e a AICEP. Evidentemente que tal não exclui a necessidade

Intervenção do Primeiro-Ministro de coordenação com outros ministérios setoriais que gerem também mecanismos de apoio, mas o alcance dessa coordenação Pedro Passos Coelho é, precisamente, sectorial e não transversal. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Em poucas palavras, o que se espera do novo modelo institucional de diplomacia económica é uma melhor e mais eficiente arti- e Europeus de França culação de todos os intervenientes no processo de internacionalização da economia. Atendendo ao contexto em que vivemos, Alain JUPPÉ é caso para afirmar que não há melhor ocasião para se promover o trabalho em equipa do que aquela surgida da necessidade! Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar Não me irei alongar aqui sobre as competências de todas as entidades envolvidas na diplomacia económica. Centrar-me-ei apenas naquilo que poderíamos chamar de “diplomacia económica no sentido estrito”: isto é, aquela que envolve sobretudo Intervenção do Secretário-Geral do MNE a articulação entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a AICEP. António de Almeida Ribeiro Neste âmbito, as mudanças do novo modelo foram já anunciadas e são do conhecimento público. Começando pelas resolu- ções do Conselho de Ministros que aprovaram as orientações gerais na matéria de diplomacia económica, a que se seguiu o despacho do Primeiro-Ministro, de 15 de Novembro, delegando as competências sobre a AICEP no Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, a nomeação da nova administração da agência em 2 de Dezembro e, finalmente a publicação, em Diá- rio da República de 29 de Dezembro, da nova lei orgânica do MNE.

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Esse novo modelo assenta nos seguintes elementos principais: 49 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas i) Na criação do Conselho Estratégico para a Internacionalização da Economia (CEIE), presidido pelo Primeiro-Ministro

Intervenção do Presidente da AICEP e que tem por missão avaliar as políticas públicas e as iniciativas privadas e respetiva articulação em matéria de inter- Pedro Reis nacionalização da economia portuguesa, de promoção e captação de investimento estrangeiro e de cooperação para o Intervenção do administrador desenvolvimento; da AICEP António de Almeida Lima ii) Na delegação no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em articulação com o Ministério da Economia e do Emprego, Intervenção do Comissário-Geral da tutela direta da AICEP, que tem agora um lugar particular na preparação dos trabalhos do Conselho Estratégico de de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Internacionalização da Economia e na coordenação e execução e das suas orientações; Miguel Horta e Costa iii) Na reformulação orgânica do MNE, com a extinção da Direção-Geral dos Assuntos Técnicos e Económicos, sucedendo- Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho -lhe nas suas várias atribuições a AICEP, a Direção-Geral de Política Externa e a Direção-Geral de Assuntos Europeus.

Intervenção do Ministro de Estado Neste sentido também, entendeu o Conselho de Ministros nomear um novo Conselho de Administração da AICEP em e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França que tem assento um administrador executivo do quadro diplomático do MNE, para reforçar execução prática da orien- Alain JUPPÉ tação geral para uma maior e melhor coordenação das estruturas da diplomacia económica;

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças vi) Finalmente e no mesmo sentido, na integração das redes externas do MNE, da AICEP e do Turismo de Portugal. Vítor Gaspar Em termos práticos, o objetivo último é o de potenciar a rede externa do Estado para apoiar a economia nacional, racionali- Intervenção do Secretário-Geral do MNE zando os recursos existentes, garantindo a unidade de ação e resolvendo os conflitos de competências. António de Almeida Ribeiro

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Comecemos pela rede externa. 50 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas A ela compete, assim como a outras entidades públicas e privadas, contribuir não só para a execução da estratégia de diplo-

Intervenção do Presidente da AICEP macia económica definida pelo governo, mas também para a sua elaboração e consolidação. Pedro Reis O princípio que norteará a organização das redes é o da integração hierárquica e funcional de todas as estruturas nos postos Intervenção do administrador da AICEP diplomáticos e consulares. António de Almeida Lima Em termos funcionais, em matéria de diplomacia económica, os titulares dos postos passarão a receber orientações e instru- Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações ções diretamente da AICEP, competindo-lhes assegurar localmente a coordenação e a coerência da atuação externa portuguesa. do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Por outro lado, a integração implicará que os delegados da AICEP passem a ser acreditados junto das autoridades locais como Intervenção do Primeiro-Ministro adidos ou conselheiros económicos. Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado Em termos de rede consular, esses delegados poderão, ainda, vir a ser acreditados como vice-cônsules, onde e quando tal se e dos Negócios Estrangeiros justificar, com dependência hierárquica dos cônsules-gerais, sem prejuízo das competências próprias de coordenação do embai- e Europeus de França Alain JUPPÉ xador acreditado no país em questão. A ação dos cônsules honorários pode ser outro instrumento ao serviço da diplomacia

Intervenção do Ministro de económica no âmbito da rede externa, naturalmente bem enquadrados pela estrutura hierárquica referida Estado e das Finanças Vítor Gaspar No que toca ao turismo, nos postos onde haja um delegado do Turismo de Portugal, este passará a depender também hierar- Intervenção do quicamente do titular do posto; onde não exista tal delegado, a promoção do turismo ficará a cargo do adido ou conselheiro Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro económico.

Em termos operacionais, as duas prioridades imediatas serão a continuação do processo de co-localização das várias represen- tações e a definição de estratégias específicas para os mercados de cada país onde existam postos diplomáticos.

Onde a co-localização não seja ainda efetiva, os Chefes de Missão serão chamados a identificar, sempre que possível, as medi- das necessárias à sua rápida concretização, obedecendo, naturalmente, ao critério da contenção de custos.

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Isto implica que os serviços externos do MNE passam a contar de uma forma mais sistemática e formal com a colaboração 51 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros funcional das redes externas da AICEP e do Instituto do Turismo de Portugal, ou seja, um conjunto de mais 173 pessoas, entre Paulo Sacadura Cabral Portas delegados e serviços de apoio, mas também, que a AICEP e o ITP passam a contar da mesma forma com o apoio sistémico e Intervenção do Presidente da AICEP formal da rede externa MNE, incluindo a diplomática e consular. Tem de ser uma win-win situation, porque em última análise Pedro Reis é o país que ganha com isso. Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Quanto à definição de estratégias por mercado, os Chefes de Missão serão chamados a propor os seus elementos definidores, assim como a identificar os objetivos anuais que poderão contribuir para a sua execução. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Com efeito, não se espera que as embaixadas e consulados sejam meros executores da política definida pelas autoridades cen- Miguel Horta e Costa trais, sendo essencial, pela sua experiência e conhecimento do terreno, que contribuam para a elaboração e consolidação da Intervenção do Primeiro-Ministro estratégia de diplomacia económica nacional. Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado Isto significa, que, em termos de procedimentos, os Chefe de Missão passarão a ter três novas responsabilidades, que consti- e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França tuirão a base do trabalho económico a desenvolver: Alain JUPPÉ Em primeiro lugar, deverão apresentar, no início de cada ano, um contributo para a definição ou ajustamento da estratégia ins- Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças titucional de diplomacia económica para o mercado do país onde se encontrem acreditados. Neste caso, poderão igualmente Vítor Gaspar fazê-lo, no caso de se encontrarem acreditados como Chefes de Missão não-residentes noutros países, também para esses mer- Intervenção do cados, se para tal forem solicitados ou se entenderem justificado; Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Em segundo lugar, deverão preparar um plano de anual de objetivos e atividades de diplomacia económica, que contribua para a execução da estratégia para o respetivo mercado e que apresente indicadores que permitam avaliar a afetação prevista dos recursos humanos, materiais e financeiros;

Finalmente, deverão realizar, no final de cada ano, um relatório anual de atividades que avalie qualitativa e quantitativamente os resultados das ações definidas no respetivo plano de atividades.

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Este trabalho de base contará, naturalmente, com o apoio e a coordenação da AICEP na elaboração das estratégias e dos pla- 52 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros nos de atividades, contribuindo, nomeadamente, para a identificação dos meios e instrumentos disponíveis e dos sectores estra- Paulo Sacadura Cabral Portas tégicos para a internacionalização da economia. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Por outro lado, a AICEP promoverá, na medida do possível, a realização de ações de formação para funcionários diplomáticos Intervenção do administrador e técnicos, facilitando o contacto com as empresas investidoras e exportadoras para os diferentes mercados, de acordo com as da AICEP António de Almeida Lima prioridades que venham a ser definidas anualmente.

Intervenção do Comissário-Geral Sobre este ponto, é necessário que sejamos muito claros. Num quadro de consolidação orçamental muito exigente, é crucial de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil uma clara identificação de prioridades, a criteriosa distribuição de recursos humanos e financeiros e uma atuação centrada em Miguel Horta e Costa objetivos e metas bem definidos. Isso significa que não poderão ser atribuídos os mesmos meios a todos os Postos. Mas tal em Intervenção do Primeiro-Ministro nada diminui a importância do trabalho económico que todas as embaixadas e consulados poderão e deverão fazer. Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado Se muito se espera dos Chefes de Missão, na identificação de interlocutores adequados e oportunidades de negócio e no apoio e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França aos empresários portugueses, da parte da AICEP iremos trabalhar para fornecer o apoio que até agora poderia ter faltado para Alain JUPPÉ garantir a coordenação com o sector privado e para uma mais adequada promoção dos produtos, marcas e serviços nacionais.

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Gostaria ainda de referir algumas das alterações que permitirão articular a AICEP com a Direção-Geral de Política Externa e Vítor Gaspar com a Direção-Geral dos Assuntos Europeus. Intervenção do Secretário-Geral do MNE Nos termos da nova lei orgânica do MNE – e em breve irão ser aprovados novos estatutos da AICEP consonantes com esta António de Almeida Ribeiro – a coordenação funcional da ação externa está cometida à DGPE. Nesta conformidade, a administração da AICEP passará também a estar representada no conselho coordenador político-diplomático presidido pelo DGPE.

Desde logo será criada para as comunicações telegráficas a sigla de cifra “AICEP”. Será, assim, possível uma ligação direta com todos os Postos, esperando-se que toda a informação relativa a matérias de diplomacia económica passe a ser atribuída dire-

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tamente à AICEP, mantendo-se em conhecimento a respetiva Direção de serviços regional da DGPE ou da DGAE e, quando 53 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros adequado, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Excetuam-se desta regra, naturalmente, as matérias relativas à Política Comercial Comum da União Europeia, que deverão Pedro Reis continuar a ser atribuídas à DGAE, dando-se delas conhecimento à AICEP. Intervenção do administrador da AICEP Em termos de articulação com outros departamentos, serviços ou organismos sectoriais competentes, a DGPE e a DGAE pro- António de Almeida Lima cederão à difusão adequada da informação telegráfica, sucedendo nesta matéria à extinta DGATE. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações O mesmo sucede em matéria de negociação de acordos do foro económico, cujo acompanhamento imediato competirá aos do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa serviços tanto da DGPE, como da DGAE.

Intervenção do Primeiro-Ministro Finalmente, prevê-se uma crescente mobilidade de funcionários entre o MNE e a AICEP e vice-versa, com o intuito de facilitar Pedro Passos Coelho o trabalho em equipa que se espera de todos nós. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Neste sentido a eventual participação de técnicos da AICEP no estudo sistémico das implicações da legislação comunitária na e Europeus de França Alain JUPPÉ competitividade externa dos vários setores empresariais poderá ser um contributo novo ao trabalho nesse sentido já produzido

Intervenção do Ministro de pela DGAE ou pelos ministérios setoriais Estado e das Finanças Vítor Gaspar Por outro lado, diplomatas e quadros do MNE irão integrar as estruturas da agência. Igualmente poderão ser colocados fun- Intervenção do cionários dos quadros do MNE na rede externa da AICEP. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Vamos trabalhar para que a cultura económica, em especial comercial e empresarial, ganhe cada vez mais peso na formação e avaliação dos nossos diplomatas e demais quadros do MNE. Neste sentido a administração da AICEP passará também a estar representada no conselho diplomático.

Como nos disse esta manhã o senhor Ministro os Chefes de Missão irão receber nos próximos dias uma carta de missão em que estes temas serão mais desenvolvidos. Será o mapa de execução das novas orientações.

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Sei perfeitamente que teremos de ir afinando o rumo à medida que formos navegando, no geral das instruções e no particular 54 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da situação de cada posto. Faremos isso em permanente diálogo construtivo. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Termino citando o ministro britânico dos negócios estrangeiros em recente discurso na conferência anual da confederação da Pedro Reis indústria britânica: O Foreign and Commonwealth office existe para defender e promover os interesses nacionais britânicos Intervenção do administrador no seu sentido mais lato. Hoje mais do que em nenhum outro momento da história recente, esse interesse nacional exige-nos da AICEP António de Almeida Lima que usemos a diplomacia britânica em apoio dos empregos e do crescimento da nossa economia. É isso que estamos determi- nados a fazer. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Tenho a certeza que o MNE, os seus dirigentes e funcionários subscrevem também esta visão. Pela minha parte, gostaria de Miguel Horta e Costa lhes assegurar, desde já, que contarão sempre com a minha pronta e total colaboração. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

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Miguel Horta e Costa 56 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Pedro Reis

Intervenção do administrador Miguel Horta e Costa da AICEP Agenda António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Agenda Miguel Horta e Costa Intervenção do Primeiro-Ministro ▪ Introdução Pedro Passos Coelho Contexto do Ano de Portugal no Brasil Intervenção do Ministro de Estado ▪ e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França ▪ Características do projeto Alain JUPPÉ ▪ Introdução ▪ Organização e cronograma Intervenção do Ministro de Contexto do Ano de Portugal no Brasil Estado e das Finanças ▪ Vítor Gaspar ▪ Características do projeto Intervenção do Secretário-Geral do MNE ▪ Organização e cronograma António de Almeida Ribeiro Ano de Portugal no Brasil 7 de Setembro 2012 a 10 de Junho 2013 2

Apresentação do projeto no Seminário Diplomático 2012

Janeiro de 2012

2

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Agenda

57 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis ▪ Introdução Intervenção do administrador da AICEP ▪ Contexto do Ano de Portugal no Brasil António de Almeida Lima Características do projeto Intervenção do Comissário-Geral ▪ de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil ▪ Organização e cronograma Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Houve por bem o governo português convidar-me para assumir o importante2 cargo de Comissário-Geral para o Ano de Por- Alain JUPPÉ tugal no Brasil. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças É para mim uma grande honra e foi com absoluto sentido de responsabilidade, com muito entusiasmo e também satisfação Vítor Gaspar pessoal que abracei este desafio. Intervenção do Mas ao fazê-lo o que fez o governo foi convidar, do universo empresarial português, entidades para as quais a relação entre Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Portugal e Brasil foi sempre uma constante ao longo do seu percurso profissional. – Em 1982 como presidente da Marconi participei na criação da parceria com a Embratel do Brasil permitindo a automati- zação das comunicações via satélite entre os dois países; – Em 1988 como Secretário de Estado do Comércio Externo presidi pelo lado português a uma Comissão mista Portugal/Bra- sil tendo pelo lado brasileiro o então Secretário de Estado Paulo, Tarso Flexa de Lima.

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Acompanhava-me então o Vice-Governador do Banco de Portugal, Walter Marques, com quem foi possível conseguir a decisão 58 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros histórica do Governo brasileiro de levantar a cláusula-ouro permitindo e facilitando o investimento brasileiro em Portugal. Paulo Sacadura Cabral Portas – Em 1998 como vice-Presidente do Grupo Portugal Telecom com o pelouro internacional liderei a participação do Grupo no Intervenção do Presidente da AICEP processo de privatização do sistema TeleBras e, nesse contexto, a aquisição de uma participação de controle na Telesp celu‑ Pedro Reis lar. Esta aquisição permitiu-me participar no desenvolvimento dos serviços de Telecomunicações Móveis em São Paulo. O Intervenção do administrador da AICEP investimento inicial de 3,5 mil milhões de dólares foi, à data, o maior investimento Português no estrangeiro, e a primeira António de Almeida Lima de várias iniciativas de Grupos empresariais Portugueses no Brasil. Intervenção do Comissário-Geral – Ao longo de quase uma década, primeiro como Vice‑Presidente e depois como presidente executivo do Grupo Portugal Tele‑ de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil com, liderei todo o processo e desenvolvimento de Telecomunicações no Brasil, com a extensão dos serviços a todo o terri‑ Miguel Horta e Costa tório Brasileiro e criação da Vivo em joint venture com a Telefónica. Intervenção do Primeiro-Ministro – Mais recentemente assumi a presidência da Fundação Luso Brasileira, tendo o ano passado levado a primeira exposição Pedro Passos Coelho individual da pintura Paula Rego ao Brasil, num total de 130 obras, que foram apresentadas na Pinacoteca do Estado de Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros São Paulo com o maior sucesso. e Europeus de França Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Deste longo percurso na gestão de relações Luso Brasileiras espero poder retirar a experiência e inspiração necessárias para Estado e das Finanças Vítor Gaspar honrar tão importante responsabilidade como Comissário-Geral para o Ano de Portugal no Brasil.

Intervenção do Secretário-Geral do MNE – Organizado na sequência de programas semelhantes realizados por outros países, nomeadamente o ano de França no Brasil António de Almeida Ribeiro (em 2009) ou ano de Itália no Brasil (a decorrer). – Estes eventos têm tipicamente resultados muito positivos. Na sequência do ano de França no Brasil conseguiu-se, por exem- plo, triplicar o volume negócios entre países, +27% de turistas franceses no Brasil ou +20% matrículas em cursos de Portu- guês em França.

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59 Intervenção do Ministro de Estado Ano de Portugal no Brasil na sequência de iniciativas e dos Negócios Estrangeiros semelhantes de outros países Paulo Sacadura Cabral Portas França Itália Outros

Intervenção do Presidente da AICEP Holanda Período: Abril a Período: Outubro 2011 Pedro Reis 2011 Novembro 2009 a Julho 2012 Intervenção do administrador da AICEP Eventos: 560 espetáculos, shows, Eventos: Mais de 500 mostras, António de Almeida Lima exposições, palestras, debates etc exposições, festas, feiras e fóruns Portugal Intervenção do Comissário-Geral Temas: artes visuais, música, arte Set. 2012 – de Portugal para as comemorações e cultura, ciência, entre outros Temas: enogastronomia, ciência Jun. 2013 do Ano de Portugal no Brasil e tecnologia, arquitetura e Miguel Horta e Costa Resultados: 3x incremento no design, economia e negócios, volume negócios entre países; moda, arte, teatro e dança, Intervenção do Primeiro-Ministro +27% de turistas no Brasil; cinema e desporto Pedro Passos Coelho +20% matrículas em cursos de Alemanha Português em França Resultados: N.a. Intervenção do Ministro de Estado 2013 e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ

3 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

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Período do Ano de Portugal no Brasil O Ano de Portugal no Brasil irá decorrer de 7 de Setembro de 2012, dia da Independência do Brasil, a 10 de Junho de 2013, 60 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Dia de Portugal Paulo Sacadura Cabral Portas Período do Ano de Portugal no Brasil Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador De 7 Setembro 2012 da AICEP António de Almeida Lima (Independência do Brasil) Intervenção do Comissário-Geral De 7 Setembro 2012 de Portugal para as comemorações a 10 Junho de 2013 do Ano de Portugal no Brasil (Independência do Brasil) Miguel Horta e Costa (Dia de Portugal) Intervenção do Primeiro-Ministro Contexto desafiante em Portugal e de elevado Pedro Passos Coelho momentum para o Brasila 10 Junho de 2013 Intervenção do Ministro de Estado (Dia de Portugal) e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Brasil Portugal Alain JUPPÉ 4

Intervenção do Ministro de 6ª economia mundial em Crise económica (com Estado e das Finanças crescimento económico sustentado efeitos na autoestima) Vítor Gaspar 4 Capital humano de elevado Intervenção do Tecnologia de ponta (aeronáutica, Secretário-Geral do MNE potencial, mas com imperativo exploração petrolífera, etc) António de Almeida Ribeiro de olhar para o exterior Palco de grandes eventos culturais Necessidade de capitalizar e desportivos (Copa 2014, língua e cultura portuguesas Olimpíadas 2016)

5 Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72 Intervenção do comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa

Este projeto surge, como todos sabemos, numa altura particularmente desafiante para Portugal, nomeadamente pela forte crise 61 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros económica com efeitos na autoestima, e de elevado momentum para o Brasil, em forte crescimento económico. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Oportunidade para encetar uma nova etapa na construção da Pedro Reis imagem de Portugal no Brasil Intervenção do administrador Etapas e aspetos marcantes para a imagem de Portugal no Brasil da AICEP Ano de Portugal António de Almeida Lima Década de 90 no Brasil Intervenção do Comissário-Geral Década de 70 de Portugal para as comemorações Inicio Sec. XX do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa ▪ Principal destino ▪ Emigração das elites ▪ Início dos grandes ▪ Oportunidade em Portugal Intervenção do Primeiro-Ministro migratório de investimentos de histórica para Portugal Portugal no Brasil renovar imagem de Pedro Passos Coelho ▪ Regresso a Portugal Portugal ▪ Foco em mão de obra no iní cio da década ▪ Presença de ▪ Projetar um Intervenção do Ministro de Estado barata de 80 principais Portugal moderno, e dos Negócios Estrangeiros empresas virado para o futuro Portuguesas (PT, e parte integrante e Europeus de França EDP, etc) da Europa Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

Intervenção do 6 Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Depois de 3 grandes fases da construção da imagem de Portugal no Brasil – o início do século xx, a década de 70 e a década de 90 – todas com os seus traços distintivos, esta é uma oportunidade histórica para renovar a imagem de Portugal no Brasil.

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62 Intervenção do Ministro de Estado Grandes desígnios do programa e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Um Novo Atualizar imagem e apresentar criatividade e 1 Portugal para o conhecimento dos Portugueses Intervenção do Presidente da AICEP Brasil Pedro Reis Portugal de Intervenção do administrador Novo - Projetar da AICEP um Portugal Mais Portugal no Promover intercâmbio cultural, económico, António de Almeida Lima 2 Brasil cientí fico, etc moderno, virado para o Intervenção do Comissário-Geral futuro e parte integrante da de Portugal para as comemorações Europa do Ano de Portugal no Brasil Estreitar vínculos entre as Sociedades Miguel Horta e Costa Civis 3 Mais Brasil em Estimular interes- Portugal se dos cidadãos e insti- Intervenção do Primeiro-Ministro tuições brasileiras em Portugal Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado Realização (em simultâneo?) do Ano do Brasil em Portugal e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ Este é um programa com desígnios ambiciosos, antes de mais de projetar7 Portugal de Novo – um Portugal moderno, virado Intervenção do Ministro de para o futuro e parte integrante da Europa: Estado e das Finanças Vítor Gaspar 1) Trazer um Novo Portugal para o Brasil, nomeadamente: – Atualizar imagem e apresentar a criatividade e conhecimento dos Portugueses; Intervenção do Secretário-Geral do MNE 2) Estimular Mais Portugal no Brasil, nomeadamente: António de Almeida Ribeiro – Promover intercâmbio cultural, económico, científico, etc. 3) Promover Mais Brasil em Portugal, nomeadamente: – Estreitar vínculos entre as Sociedades Civis – Estimular interesse dos cidadãos e instituições brasileiras em Portugal

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63 Intervenção do Ministro de Estado Âmbito temático e geográfico e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Âmbito temático Âmbito geográfico Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis ▪ Áreas de atuação ▪ Cobertura mediática e prioritárias divulgação em todo o Brasil Intervenção do administrador – Empresarial/ da AICEP ▪ Brasília, São Paulo e Rio de António de Almeida Lima Economia Desporto Janeiro como cidades – prioritárias Intervenção do Comissário-Geral – Cultura de Portugal para as comemorações Educação – Salvador e Belo Horizonte do Ano de Portugal no Brasil – Ciência ▪ Miguel Horta e Costa com visão de programa – Tecnologia e Inovação integrado Intervenção do Primeiro-Ministro ▪ 10 a 20 grandes eventos Pedro Passos Coelho ▪ Restantes cidades (a e multiplicidade de definir) com eventos eventos temáticos Intervenção do Ministro de Estado específicos e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ O programa para o Ano de Portugal no Brasil focar-se-á em 6 áreas-chave: 8 Intervenção do Ministro de 1. Empresarial / Economia Estado e das Finanças Vítor Gaspar 2. Cultura

Intervenção do 3. Desporto Secretário-Geral do MNE 4. Educação António de Almeida Ribeiro 5. Ciência 6. Tecnologia / Inovação Este programa pretende gerar awareness a todos os Brasileiros através da cobertura média em todo o Brasil e um plano de eventos nas cidades mais relevantes (10 a 20 grandes eventos e uma multiplicidade de atividades com enfoque nas áreas-chave definidas):

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– Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro como cidades prioritárias 64 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros – Salvador e Belo Horizonte com visão de programa integrado Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Para todas as áreas temáticas que definimos estamos neste momento a iniciar contactos com as entidades setoriais relevantes Pedro Reis e a definir um conjunto de eventos que marquem o projeto. Intervenção do administrador da AICEP Áreas de atuação prioritárias: Empresarial/Economia António de Almeida Lima Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações • Potenciar investimento e reforçar presença • PSI20 meet BM&FBOVESPA do Ano de Portugal no Brasil económica de Portugal no Brasil (e vice Miguel Horta e Costa versa) • Case study empresarial EFACEC Intervenção do Primeiro-Ministro • Confrontar e comunicar casos de sucesso • Programa turístico “Portugal para Pedro Passos Coelho empresarial em ambos os países dois” Intervenção do Ministro de Estado Vouchers Portugal (para utilização e dos Negócios Estrangeiros • e Europeus de França Entidades Chave nos melhores Hoteis e Restaurantes Alain JUPPÉ de Portugal) • Ministérios da Economia de Portugal e Intervenção do Ministro de Brasil • Responsabilidade Social: Casos de Estado e das Finanças sucesso Portugueses e Brasileiros Vítor Gaspar • Principais empresas e gestores de ambos os países Intervenção do Secretário-Geral do MNE

António de Almeida Ribeiro 9 1) Empresarial / Economia

Naturalmente com um foco especial nos setores em que as empresas portuguesas estão a apostar no Brasil: – energia; – telecomunicações;

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– exploração petrolífera; 65 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros – banca e serviços financeiros; Paulo Sacadura Cabral Portas – imobiliário e turismo Intervenção do Presidente da AICEP Mas também em setores onde o conhecimento, e a expertise tem tornado famosos alguns nomes portugueses pela excelência Pedro Reis do seu trabalho como é o caso da arquitetura do design e da moda. Intervenção do administrador da AICEP Exemplos de sucesso António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral Áreas de atuação prioritárias: Cultura de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos Miguel Horta e Costa Apresentar ao Brasil a “Indústria da Literatura Intervenção do Primeiro-Ministro • • Feira do Livro com Portugal como tema Pedro Passos Coelho Cultura Portuguesa” • • Promoção de novos autores Portugueses Intervenção do Ministro de Estado Promover literatura, arte, música, • Arte e dos Negócios Estrangeiros • Bienal de Arte Moderna e Contemporânea e Europeus de França gastronomia, moda, arquitectura, • • Exposição de Arte Sacra Alain JUPPÉ Design, entre outros Música Intervenção do Ministro de • Estado e das Finanças • Duetos entre artistas Portugueses e Vítor Gaspar Entidades Chave Brasileiros - Maior concerto luso-brasileiro Gastronomia Intervenção do • Vinhos/azeites Portugueses no Brasil Secretário-Geral do MNE • Ministérios da Cultura Portugal e Brasil • António de Almeida Ribeiro • Restaurante Portugal Degusto • Principais entidades setoriais • Outros • Eventos em moda, arquitetura, etc

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66 Intervenção do Ministro de Estado 2) Cultura e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Esta área abrange um vasto conjunto de atividades artísticas que vão das artes visuais como a pintura e a escultura, à lite- Intervenção do Presidente da AICEP ratura e à poesia, da música ao teatro, ao cinema e à televisão. Pedro Reis Trata-se de uma área que irá estar naturalmente na base de alguns dos grandes eventos a preparar e nos quais terá também Intervenção do administrador lugar a gastronomia e a enologia portuguesas. da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral Áreas de atuação prioritárias: Desporto de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos Miguel Horta e Costa ▪ Fortalecer laços existentes, com especial Intervenção do Primeiro-Ministro ▪ Jogo amigável entre seleções nacionais incidência em desportos relevantes em ambos Pedro Passos Coelho de futebol os países Intervenção do Ministro de Estado ▪ Competição de surf com atletas e dos Negócios Estrangeiros ▪ Gerar eventos de grande visibilidade para Portugueses e Brasileiros e Europeus de França promoção do projeto Alain JUPPÉ ▪ Torneio de Golf Portugal-Brasil Intervenção do Ministro de Entidades Chave Estado e das Finanças ▪ Regata Pedro Álvares Cabral Vítor Gaspar ▪ Federações de Futebol, Vela, Golf e Surf em … Intervenção do ambos os Países (entre outros) ▪ Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro ▪ Principais clubes desportivos

11 3) Desporto

Quando pensamos em desporto naturalmente pensamos em futebol. Será que termos as duas seleções a jogar é um desafio ao nosso alcance? Penso que sim.

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Mas temos o golf, a vela, o surf e o hipismo que são modalidades com enormes tradições nos dois países e que se podem 67 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros inscrever nas iniciativas a estudar. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Áreas de atuação prioritárias: Educação Pedro Reis Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos Intervenção do administrador da AICEP Intercâmbio entre melhores alunos dos dois António de Almeida Lima Dar visibilidade ao talento nas novas gerações países Intervenção do Comissário-Geral Aproximar entidades-chave em ambos os de Portugal para as comemorações países Bolsas de mérito do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa PSI 20 nas principais Universidades Brasileiras Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Entidades Chave Navio Escola Sagres com jovens Portugueses e Brasileiros Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros … e Europeus de França Ministérios da Educação e Ciência de Portugal e Brasil Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

Intervenção do 12 Secretário-Geral do MNE Educação António de Almeida Ribeiro O Ano de Portugal no Brasil será uma grande oportunidade para o estreitar dos laços entre as grandes escolas portuguesas e brasileiras. As Universidades dos nossos dois países terão neste ano a ocasião de em conjunto reforçarem parcerias e a sua ligação à socie- dade civil.

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68 Intervenção do Ministro de Estado Áreas de atuação prioritárias: Ciência e dos Negócios Estrangeiros Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP ▪Bolsas de investigação para projetos conjuntos Pedro Reis ▪Partilhar experiências e conhecimentos

Intervenção do administrador ▪Mostrar o que de mais avançado existe em ▪ Erasmus científico da AICEP Portugal António de Almeida Lima … Intervenção do Comissário-Geral ▪ de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Entidades Chave Miguel Horta e Costa ▪Ministérios da Educação e Ciência de Portugal Intervenção do Primeiro-Ministro e Brasil Pedro Passos Coelho Principais institutos científicos em ambos os Intervenção do Ministro de Estado ▪ e dos Negócios Estrangeiros Países e Europeus de França Alain JUPPÉ

13 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Ciência Vítor Gaspar A oportunidade de estreitar os laços na investigação científica entre os dois países poderá passar por criar um programa “Eras- Intervenção do Secretário-Geral do MNE mus” para jovens investigadores, cobrindo as mais variadas áreas da ciência ou com um foco especial em algumas em particular. António de Almeida Ribeiro

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69 Intervenção do Ministro de Estado Áreas de atuação prioritárias: Tecnologia/Inovação e dos Negócios Estrangeiros Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP ▪Prémio Portugal Brasil para a Inovação Pedro Reis ▪Alavancar o talento e competências-chave de ambos os países Intervenção do administrador da AICEP ▪Dar a conhecer casos de sucesso Portugueses a ▪Mostra de avanços da Nanotecnologia em instituições brasileiras Portugal António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações ▪… do Ano de Portugal no Brasil Entidades Chave Miguel Horta e Costa ▪Ministérios da Economia de Portugal e Brasil Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho ▪Principais empresas de tecnologia em ambos os Países Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ

14 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Tecnologia / Inovação Vítor Gaspar Considero que é ainda razoavelmente desconhecido da maioria dos portugueses o notável sucesso de muitas jovens e mais Intervenção do Secretário-Geral do MNE maduras empresas portuguesas na área da inovação e da tecnologia. António de Almeida Ribeiro É um grande desafio levá-las ao Brasil, o que poderá para muitas significar o princípio da sua internacionalização.

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70 Intervenção do Ministro de Estado Outras caraterísticas do programa e dos Negócios Estrangeiros Parceria com grande empresa Paulo Sacadura Cabral Portas • •Visibilidade a todos os de media Brasileira (cobertura Brasileiros em todos os meios) Intervenção do Presidente da AICEP Grupo Parcerias e Pedro Reis alvo •Alvos específicos nas Patrocínios •Comité Patrocinadores oficiais áreas temáticas definidas Patrocínio direto de eventos Intervenção do administrador • da AICEP específicos António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral •Definição de métricas para •Eventos sob marca única de Portugal para as comemorações aferição do sucesso do •Grandes eventos com do Ano de Portugal no Brasil Avaliação de programa Modelo de organização centralizada Miguel Horta e Costa sucesso Organização •Exposição •Eventos específicos com Intervenção do Primeiro-Ministro •Resultados organização “local” e Pedro Passos Coelho monitorização central

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Para atingir o objetivo de cobertura em todos os meios e em todo o Brasil estamos em contatos com um grande parceiro media Alain JUPPÉ brasileiro, uma peça fundamental para a promoção e sucesso do programa.15

Intervenção do Ministro de Planeamos dois tipos de parceiros: Estado e das Finanças Vítor Gaspar – Membros do Comité de Patrocinadores oficiais, presentes no advisory board da organização, um grupo selecionado de per- sonalidades portuguesas e brasileiras; Intervenção do Secretário-Geral do MNE – Patrocinadores diretos de eventos específicos nas áreas-chave definidas. António de Almeida Ribeiro

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71 Intervenção do Ministro de Estado Organização e dos Negócios Estrangeiros Advisory Board Paulo Sacadura Cabral Portas Conselho Geral Governo Português

Intervenção do Presidente da AICEP Grupo selecionado Pedro Reis Comissário Geral Dr. Miguel Horta e Costa de personalidades portuguesas e Intervenção do administrador Parceiro de Media brasileiras da AICEP António de Almeida Lima Coordenador Geral

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Relações com Gestão de Equipa do Ano de Portugal no Brasil Media Gestão de Eventos Patrocínios Finanças sediada em Miguel Horta e Costa Portugal e no Brasil Intervenção do Primeiro-Ministro Empresarial / Tecnologia, Inov. Educação e Economia e Ciência Desporto Cultura Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Instituições relevantes portuguesas e brasileiras (Embaixadas, Câmaras de Comércio, entre outros) e Europeus de França Alain JUPPÉ

16 Intervenção do Ministro de Estamos a finalizar a estrutura organizativa para o projeto, que conta já com Pedro Soares Oliveira, do Ministério dos Negó- Estado e das Finanças cios Estrangeiros e Adriano Jordão, para a área da Cultura. Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72 Intervenção do comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa

72 Intervenção do Ministro de Estado Cronograma e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Atividade Dez Fev Abr Mai Ago Set Definição do conceito Intervenção do Presidente da AICEP e estrutura de parcerias Pedro Reis Selecção do parceiro de media Intervenção do administrador da AICEP Apresentação do conceito do programa António de Almeida Lima a patrocinadores e stakeholders (Portugal e Brasil) Preparação da “versão teste” do programa Intervenção do Comissário-Geral nas suas múltiplas vertentes de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Negociação de patrocínios a apoios a eventos específicos Miguel Horta e Costa Preparação e aprovação do caderno de Intervenção do Primeiro-Ministro encargos e macro-objetivos do programa Pedro Passos Coelho Preparação de eventos específicos

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Evento de lançamento (Brasília + SP/RJ) e Europeus de França Alain JUPPÉ

17 Intervenção do Ministro de Estamos neste momento a ultimar a visão geral do projeto e calendário detalhado para sua implementação, que contamos Estado e das Finanças apresentar ao Governo Português em finais de Fevereiro. Vítor Gaspar Nas últimas décadas Portugal assistiu a um elevado desenvolvimento das suas capacidades. Aumentamos os nossos centros de Intervenção do Secretário-Geral do MNE competência. Desenvolvemo-nos em diversas áreas e setores onde somos os principais players a nível mundial. António de Almeida Ribeiro Essa imagem ainda não chegou ao Brasil com a profundidade que todos ambicionamos. Esse é o grande desafio para todos nós.

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Pedro Passos Coelho 74 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Intervenção do Primeiro-Ministro Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Passos Coelho Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Começo por agradecer ao ministro Paulo Portas o convite para participar nesta edição do Seminário Diplomático. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações O senhor ministro já teve ocasião de partilhar convosco as principais prioridades e linhas de força da política externa. do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Dizia há dias um líder político estrangeiro que os diplomatas são “provavelmente a moeda mais depreciada da política”. Que

Intervenção do Primeiro-Ministro fique claro que para o Governo português não o são. Pedro Passos Coelho A carreira diplomática, o quadro diplomático, não configura apenas um corpo especial do Estado. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Ela representa, desde a fundação da nação, uma das nossas mais destacadas linhas da frente, prevendo, protegendo e proje- Alain JUPPÉ tando os interesses superiores do país. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças A nossa soberania, tal como hoje a conhecemos, e a nossa presença no mundo, muito deve à ação dos diplomatas. Vítor Gaspar Temos plena consciência que a segurança política e económica de Portugal passa também pela vossa ação, sobretudo num Intervenção do Secretário-Geral do MNE contexto de acelerada mutação, onde as tradicionais fronteiras e conceitos de soberania se esbatem numa nova realidade de António de Almeida Ribeiro crescente interdependência política, económica e social.

Ainda não há muito tempo se dizia que quando os EUA espirravam, a Europa se constipava. Eu diria que agora basta uma forte gripe na Grécia para que a Europa e o mundo se constipem. É o chamado efeito borboleta, mas causando danos de ele- fante numa loja de cristais.

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93 Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Neste sentido, e perante uma soberania cada vez mais partilhada e reconfigurada, a vossa ação não se cinge apenas ao campo 75 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros externo, ganhando uma dimensão interna cada vez mais relevante. Aliás, já não é mais possível dissociar os planos interno e Paulo Sacadura Cabral Portas externo. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis A diplomacia económica, que importa acentuar na vossa ação quotidiana, também não se dissocia da diplomacia política. Uma Intervenção do administrador proximidade política propicia ou deve propiciar uma proximidade económica e vice-versa. da AICEP António de Almeida Lima Vivemos tempos de crise e de incerteza económica e financeira sem precedentes no pós-Guerra, à escala global mas sobretudo Intervenção do Comissário-Geral à escala europeia. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Raymond Aron, ao rotular o período pós-Segunda Guerra Mundial de “Guerra fria”, dizia que esta se caracterizava por uma situação de “Guerra improvável, Paz impossível.” Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Abusando desta imagem, atrever-me-ia a dizer que a Europa parece viver um período de guerra impossível, devendo contudo Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros alcançar não apenas a paz provável mas a paz duradoira sustentada na resolução política, económica e financeira da crise por e Europeus de França que atravessa. Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de São tempos muito difíceis para a Europa, e para Portugal eu diria mesmo tempos de emergência económica e social. Estado e das Finanças Vítor Gaspar O Governo vai cumprir com determinação e rigor os compromissos assumidos com a União Europeia e o FMI; e vai prosse- Intervenção do guir reformas estruturais abrangentes e indispensáveis para democratizar a economia, e assim promover o crescimento e refor- Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro çar a competitividade – envolvendo a fiscalidade, a legislação laboral, a justiça, a administração pública, a regulação, o sector público empresarial e a valorização do capital humano.

Estou consciente de que este é um desafio muito exigente, que requer um esforço coletivo sem precedentes na história da demo- cracia portuguesa. Tal como acredito na coragem e na capacidade dos Portugueses, também estou confiante no que respeita à participação qualificada e profissional da diplomacia portuguesa nesta grande tarefa nacional.

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93 Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Encaro assim o suporte diplomático como fundamental para a plena modernização de áreas essenciais, por via das reformas 76 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros em curso e em perspetiva. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP A proteção e a salvaguarda do interesse nacional no atual contexto de mudança acelerada exigem assim, por seu turno, da Pedro Reis vossa parte, a capacidade de avaliação, muitas vezes quase imediata, do centro dos nossos interesses e uma atitude firme e Intervenção do administrador determinada na negociação de modo a garantir a proteção desses mesmos interesses. da AICEP António de Almeida Lima Mas não nos iludamos. Temos de estar preparados para trilhar um caminho que será longo e difícil, uma verdadeira maratona, Intervenção do Comissário-Geral em que não se pode perder de vista o potencial de impacto de fatores externos nem sempre inteiramente previsíveis. Basta olhar de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil para o passado recente em termos europeus para perceber que não há soluções fáceis e rápidas e que, mais frequentemente Miguel Horta e Costa do que teríamos desejado, as soluções possíveis são desafiadas no plano institucional antes ainda de sequer serem executadas. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Na Europa, existe por vezes a sensação de que se caminha de forma lenta e fragmentada, anunciando medidas avulsas de

Intervenção do Ministro de Estado cimeira em cimeira. Por vezes apetece dizer como Kissinger: “there cannot be a crisis next week; my schedule is already full”. e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Mas a verdade é que a União Europeia são 27 estados, 27 democracias. O seu tempo de ação, que se mede em meses, e não Alain JUPPÉ em horas, nem sempre coincide com o tempo dos mercados. O importante no entanto é agir de forma clara, segura e sem Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças precipitações. Vítor Gaspar A crise financeira de 2008 alastrou rapidamente ao mercado das dívidas soberanas europeias assentes em défices descontrola- Intervenção do Secretário-Geral do MNE dos de Estados que viveram acima das suas possibilidades. No caso português, a crise financeira acabou por expor aos olhos António de Almeida Ribeiro de todos os nossos desequilíbrios económicos e estruturais.

A crise revelou também fragilidades intrínsecas, de ordem sistémica e estrutural, na economia europeia. Completar Maastricht e Lisboa, reforçando o pilar económico da nossa União Monetária, revelou-se não apenas necessário mas urgente.

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Não se trata apenas de proteger o Euro, que acaba de cumprir a sua primeira década de vida (sendo hoje a segunda moeda 77 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros internacional). Trata-se de revigorar o próprio projeto europeu. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Nas várias Cimeiras em que participei foi possível chegar a consenso em matéria de substância e de processo, de que sublinha- Pedro Reis ria: a necessidade de articular medidas estruturais com medidas conjunturais de impacto a curto prazo; o reconhecimento de Intervenção do administrador que a estabilidade requer mais disciplina e convergência orçamental e económica para alcançar um crescimento mais compe- da AICEP António de Almeida Lima titivo, mas também mais solidário; o carácter imperioso do objetivo do equilíbrio orçamental.

Intervenção do Comissário-Geral É um processo em construção. Participaremos ativamente no processo de negociação – que já se iniciou, envolvendo nesta fase de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil o próprio Reino Unido – do novo Pacto intergovernamental, salvaguardando o nosso ordenamento constitucional e os direi- Miguel Horta e Costa tos de voto. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho É com este propósito que procuraremos reforçar, através da inscrição da chamada “regra de ouro” em sede legislativa refor-

Intervenção do Ministro de Estado çada, os compromissos assumidos quanto ao limite do endividamento, e cumpriremos a obrigação de reduzir a dívida pública e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França na proporção acordada. Alain JUPPÉ É este o desafio que temos pela frente, o desafio de tornar a Europa mais competitiva, de preferência a 27 mas com abertura Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças a projetos de cooperação reforçada se necessário. Schengen e a própria moeda única demonstram que é possível aprofundar o Vítor Gaspar projeto europeu congregando por essa via um máximo de vontades. Intervenção do Secretário-Geral do MNE Mas não tenhamos ilusões: este aprofundamento implica tornar países como Portugal mais convergentes e competitivos. António de Almeida Ribeiro O Pacto de Estabilidade e Crescimento reforçado no Direito Europeu e nacional é a resposta que os 27 estabeleceram e que julgo adequada.

Não se trata de consagrar regras cegas porque a chamada “regra de ouro” comporta a flexibilidade necessária para atender a recessões ocasionais ou a contingências excecionais. Também não se trata de consagrar regras ideologicamente enviesadas

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porque a responsabilidade orçamental não é, ou não deve ser, assunto de direita ou de esquerda. Trata-se até de trazer mais 78 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros transparência ao debate público, na medida em que as diferentes propostas dos vários partidos políticos terão de incluir as Paulo Sacadura Cabral Portas necessárias contrapartidas orçamentais, levando mais informação aos eleitores sem com isso descaraterizar os seus diferentes Intervenção do Presidente da AICEP programas. Pedro Reis

Intervenção do administrador Não há crescimento sustentado sem equilíbrio orçamental. E não há equilíbrio orçamental sustentável sem reformas de fundo da AICEP António de Almeida Lima e estruturais viradas para o crescimento competitivo e gerador de emprego a nível nacional.

Intervenção do Comissário-Geral Estas medidas estruturais da União Europeia e da Zona Euro não devem ser vistas de forma dissociada da importante ação de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil que o BCE tem vindo a desenvolver, no respeito da sua independência e sem requerer revisão dos tratados. Miguel Horta e Costa Por vezes os mercados não reagem de forma tão rápida quanto se supõe (ou o ritmo da especulação sugere). O BCE na vés- Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho pera da Cimeira de dia 9 de Dezembro tomou uma decisão sem precedentes e de grande alcance ao conceder liquidez pratica-

Intervenção do Ministro de Estado mente ilimitada (ao flexibilizar a elegibilidade de colaterais) ao sistema bancário europeu para três anos (repito três anos!). E e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França na penúltima semana de Dezembro facultou 500 mil milhões de Euros, a que a banca nacional não deixou aliás de recorrer. Alain JUPPÉ Muito se tem falado da suficiência ou insuficiência do firewall, do temporário Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças e do permanente Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Mas este firewall também não pode ser visto de forma separada Vítor Gaspar do imenso poder de fogo que o BCE tem demonstrado. Intervenção do Secretário-Geral do MNE Também passou quase despercebida a importante decisão tomada no passado dia 9 de Dezembro pelos Chefes de Estado e António de Almeida Ribeiro do Governo ao mitigar a intervenção do setor privado (PSI) no MEE, através da remissão para o apertado condicionalismo previsto pelo FMI no que toca a restruturações de dívida, o que reforça a mensagem de que o caso grego é verdadeiramente a exceção e não a regra.

Noto aliás que o BCE passou a ser o gestor quer do FEEF quer do MEE.

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A resposta sistémica europeia deve pois ser encontrada nesta articulação pragmática de instrumentos, meios e intervenções. 79 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas A construção da resposta de sistema a uma crise de sistema não deve porém levar-nos a uma postura de complacência. A Europa

Intervenção do Presidente da AICEP defronta-se ainda com grandes desafios. Pedro Reis A Europa não pode permanecer assimétrica. Intervenção do administrador da AICEP Mais Europa significa mais convergência, macroeconómica, orçamental e financeira. Significa também mais integração, mais António de Almeida Lima união económica mas também mais união política, assente numa nova disciplina. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Não bastam “acordos de cavalheiros”, como vimos. A palavra dada deve ser vertida em normas claras e consequentes, deve Miguel Horta e Costa ser traduzida em Direito. A União Europeia é uma comunidade de direito. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho É este o sentido do novo Pacto Orçamental. Acelerar e obrigar a convergência, naturalmente tendo presentes as especificida-

Intervenção do Ministro de Estado des de cada país. e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França A solidariedade deve assentar em responsabilidade. E temos uma responsabilidade nacional a cumprir. Ninguém fará por nós Alain JUPPÉ o que só a nós compete. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Mas este novo Pacto deve pressupor o aprofundamento do mercado único. Daí que se preveja a sua integração nos Tratados, Vítor Gaspar bem como o reforço do papel das instituições europeias e do método comunitário, que defende o interesse geral da União e Intervenção do Secretário-Geral do MNE promove o “bem público europeu”. António de Almeida Ribeiro A questão da legitimidade democrática tem sido suscitada por vários quadrantes políticos.

Sejamos claros: a legitimidade democrática deve assentar no princípio da igualdade entre Estados mas deve também residir numa nova partilha de soberanias à escala europeia, assim como no primado do Direito e na continuada proteção das liber- dades e das garantias.

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A Europa será sempre uma comunidade de democracias. Aliás o Tratado de Lisboa veio confirmar um regime de inclusividade 80 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e interação com os parlamentos nacionais e a atribuir competências colegislativas ao Parlamento Europeu. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP A Europa pós Tratado de Lisboa conta com uma dupla legitimidade democrática, nacional e europeia, a par de uma partilha Pedro Reis alargada de soberanias. Intervenção do administrador da AICEP A resposta europeia à crise global passa por esta realidade dual. António de Almeida Lima E passa por mais mercado interno e mais convergência política na ação externa e de defesa da União. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Portugal deve permanecer na linha da frente nestes domínios, pois os interesses nacionais assim o exigem. Miguel Horta e Costa Nas atuais circunstâncias, julgo correto afirmar que nunca Portugal dependeu tanto da Europa como agora e nunca a Europa Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho dependeu tanto do esforço de reformas estruturais em países como em Portugal. Neste sentido, o interesse nacional confunde-

Intervenção do Ministro de Estado -se hoje cada vez mais com o interesse coletivo europeu. e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Não alimentamos dúvidas retóricas sobre o êxito ou o fracasso do projeto europeu. Sabemos que a resposta tem de ser mais Alain JUPPÉ Europa. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças E mais Europa significa ultrapassar as vulnerabilidades endógenas do projecto europeu, concebido num ciclo de prosperidade Vítor Gaspar e que, ao contrário do que terá sido pensado, não se revelou perene. Intervenção do Secretário-Geral do MNE É pois na Europa que também se joga o futuro de Portugal. Daí a prioridade que atribuí desde a primeira hora ao esforço e António de Almeida Ribeiro ao papel de Portugal no concerto europeu.

Com pragmatismo e realismo, mas sem ceder em questões que radicam da nossa ordem política constitucional.

À escala global, já não há potências na Europa, embora alguns países talvez ainda não se tenham apercebido disso devidamente.

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As projeções são claras: em 2050 não haverá nenhum país europeu entre as seis maiores economias mundiais. Mas a UE estará 81 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros entre as três maiores… Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Para negociar com potências emergentes como a China e a Índia, a unidade europeia torna-se indispensável. Pedro Reis Portugal deve contribuir proativamente para essa unidade. Intervenção do administrador da AICEP Neste sentido, deveremos também aproveitar a participação dos portugueses no Serviço Europeu de Ação Externa, alguns dos António de Almeida Lima quais ocupam postos-chave como Washington, Brasília, Nova Deli e Kiev. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Por vezes esquecemos que a Europa é, a todos os títulos, a potência emergente por excelência nas últimas décadas. Miguel Horta e Costa Nunca a Europa teve tanto poder, sendo o primeiro parceiro comercial e o primeiro doador. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho É também a economia social de mercado mais avançada, o maior mercado interno do mundo e o espaço onde os direitos e Intervenção do Ministro de Estado liberdades fundamentais estão mais desenvolvidos. e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ (Tudo isto com 500 milhões de habitantes e com países ainda muito díspares.)

Intervenção do Ministro de A Europa, ou reforça estas suas características, estes seus atributos, ou perde relevância. Estado e das Finanças Vítor Gaspar Para isso a abertura aos mercados é indispensável. Intervenção do Secretário-Geral do MNE Retroceder para a Europa das nações ou estabelecer a fortaleza europeia em termos de protecionismo comercial não seria ape- António de Almeida Ribeiro nas andar para trás. Seria desaparecer do atual mapa geoestratégico e geo-económico.

Resta-nos pois progredir. Não são apenas os mercados que o pedem. São os nossos parceiros por esse mundo fora.

Destacaria ainda uma outra frente de negociação em 2012, que se antevê extremamente exigente e que é de crucial importância para Portugal: a negociação do Quadro Financeiro Plurianual da UE para o período 2014-2020. Devemos encarar e negociar

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esse quadro de perspetivas financeiras europeias, também na medida do que envolve de perspetivas financeiras para o nosso 82 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros país. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Interessa-nos, desde logo, influenciar a definição das prioridades políticas da UE e aí a Política de Coesão é a nossa primeira Pedro Reis prioridade, na medida em que poderá apoiar decisivamente as reformas estruturais e o programa de ajustamento da nossa eco- Intervenção do administrador nomia. Mas, numa negociação das políticas e instrumentos que será global, temos outros interesses fundamentais a defender da AICEP António de Almeida Lima habilmente.

Intervenção do Comissário-Geral Se muito se pede aos diplomatas que estão na Europa, não menos se pede aos que se encontram fora dela. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Portugal depara-se com um desafio verdadeiramente determinante para o seu futuro: ser simultaneamente um modelo de inte- gração (europeia) e um modelo de abertura (ao Mundo). É este o desafio que temos pela frente e a que devemos responder Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho desde já, lançando as bases para uma ação externa sustentável, com objetivos claros.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Com efeito, se o nosso espaço de inserção económico-financeira se joga cada vez mais no contexto europeu, já a nossa relevân- e Europeus de França cia enquanto país se estabelece e radica, também cada vez mais, nas nossas especificidades de relacionamento extraeuropeu, Alain JUPPÉ que devemos aprofundar com um novo sentido de urgência e uma visão de longo prazo. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Portugal é um país do seu tempo. Somos claramente um país europeu, mas também somos decididamente um país atlântico e Vítor Gaspar de vocação verdadeiramente global. Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro No quadro extraeuropeu, importa pois consolidar uma perspetiva primordialmente ofensiva na defesa e projeção dos nossos interesses, em detrimento de uma lógica reativa ou defensiva.

Daí a importância da vertente Económica da Diplomacia ou da designada Diplomacia Económica.

O Governo tomou um conjunto de medidas destinadas a facilitar a absorção deste objetivo por parte dos poderes públicos, a promover uma maior integração de conhecimento entre o sector público e sector privado.

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A criação do Conselho Estratégico de Internacionalização da Economia é disso um exemplo, assim como a transferência – cla- 83 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros rificadora de competências e fortalecedora do papel da rede diplomática – da tutela da AICEP para o senhor ministro de Estado Paulo Sacadura Cabral Portas e dos Negócios Estrangeiros. Pela primeira vez um diplomata, exercerá funções executivas neste instrumento estratégico. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis A ação diplomática integrada no apoio à internacionalização da economia portuguesa deve ser um eixo prioritário da vossa Intervenção do administrador ação. da AICEP António de Almeida Lima O reforço do vosso conhecimento do ambiente de negócios local, o muitas vezes necessário enquadramento político-económico Intervenção do Comissário-Geral e até das práticas, dos usos e costumes, o acompanhamento hábil e interessado de um projeto de investimento, a facilitação de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil de contatos entre potenciais parceiros de negócios que possam viabilizar a entrada das empresas portuguesas nos respetivos Miguel Horta e Costa mercados, podem ser determinantes do êxito ou do fracasso de um projeto. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Sei que a diplomacia económica não é nova para nenhum de vós, que há muito faz parte do trabalho que, com dedicação e

Intervenção do Ministro de Estado empenho, desenvolvem em Lisboa e no estrangeiro. Mas quero sublinhar que a sua prioridade foi reforçada. Não se trata de e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França um ciclo temporário de interesse. Esse é e será um interesse prioritário e perene; esse é o caminho do futuro, um caminho a Alain JUPPÉ trilhar ofensivamente.

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Este interesse prioritário na diplomacia económica deve acompanhar uma redefinição do interesse estratégico nacional no sen- Vítor Gaspar tido de reposicionar mais favoravelmente a economia portuguesa nas grandes redes económicas mundiais. Intervenção do Secretário-Geral do MNE Os principais fatores de crescimento e emprego nas atuais circunstâncias são conhecidos: as exportações e a atração do investi- António de Almeida Ribeiro mento externo. E aqui importa privilegiar o espaço extraeuropeu por razões óbvias relacionadas não só com o abrandamento económico na Europa mas com o atual e previsível ciclo económico global.

Mas não bastam as exportações e o investimento externo.

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Precisamos de internacionalizar a nossa economia, abri-la ao mundo. Pretendemos não só uma economia mais aberta mas 84 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros também mais competitiva, com mais inovação e empreendedorismo, com o reforço da capacidade produtiva e exportadora. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Precisamos de projetar não apenas as grandes empresas, incluindo do sector financeiro, mas também as pequenas e médias, Pedro Reis numa lógica de coligação empresarial e cruzamento de interesses. A união faz a força. Intervenção do administrador da AICEP Faço pois apelo ao reforço de uma estratégia ativa de promoção internacional de Portugal, junto dos vossos interlocutores nos António de Almeida Lima meios políticos, financeiro, económico-empresariais, sociedade civil, comunidade portuguesa, com mensagens credíveis, posi- Intervenção do Comissário-Geral tivas e geradoras de confiança sobre o rumo que está a ser seguido. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Devemos ainda olhar, na iminência da adesão da Croácia, para os países do alargamento de forma inovadora, procurando desde já identificar mercados e oportunidades. O mesmo se diga a respeito da Rússia, cada vez mais defrontada com dilemas Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho estratégicos que fazem da Europa um destino mais do que natural.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Considero a Lusofonia um quadro estratégico económico emergente no mundo global que devemos explorar com renovado e Europeus de França empenho e visão de longo prazo. Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Constituída por apenas oito países, a CPLP está presente em quase todos os continentes e Oceanos (América, África, Europa, Estado e das Finanças Ásia-Oceânia; Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico). Em termos de organização internacional é simultaneamente pequena e Vítor Gaspar para-global. Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Neste sentido, devemos olhar para a CPLP e cada um dos países que a integra, como a nossa Comunidade emergente à escala global, com mais de 230 milhões de cidadãos que se expressam em português.

Importa hoje mais do que nunca aprofundar o entrosamento dos nossos interesses económicos com parceiros “atlânticos”, como o Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé, e com o parceiro do Índico, Moçambique, e do Pacífico, Timor. É esta plataforma para-global que devemos potenciar.

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Acresce que a Língua Portuguesa se encontra em situação de consolidação, de crescimento e de afirmação internacional, ocu- 85 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros pando atualmente o terceiro lugar das línguas universais de origem europeia, sendo, porém, maioritariamente falada fora da Paulo Sacadura Cabral Portas Europa. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis A CPLP integra o BRIC mais ocidental, e nesse sentido mais “europeu” (o Brasil) bem como as economias que mais crescem, Intervenção do administrador países maioritariamente ricos em recursos naturais mas que vêm acumulando também massa cinzenta e conhecimento. da AICEP António de Almeida Lima Portugal tem capital humano, know-how, acesso a mercados. Tem pequenas, médias e grandes empresas prontas a estabelecer- Intervenção do Comissário-Geral -se, não apenas em termos comerciais, mas também em termos de prestar contributo ao desenvolvimento económico e social de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil dos nossos parceiros. Miguel Horta e Costa Somos sem dúvida um parceiro ideal para o desenvolvimento dos PALOP e Timor, mas também um parceiro preferencial para Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho economias mais desenvolvidas como o Brasil.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Não foi por acaso que as duas primeiras visitas bilaterais que realizei ao espaço extraeuropeu tenham sido precisamente ao e Europeus de França Brasil e Angola, onde se abordou não uma parceria estratégica, mas uma aliança política, económica, empresarial, comercial Alain JUPPÉ e cultural. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Olhando para o Atlântico, para a nossa inserção geográfica, e para as nossas plataformas continentais e zonas económicas Vítor Gaspar exclusivas, para a crescente economia do Mar, a lusofonia representa mais de um terço do Atlântico, e esse terço é central para Intervenção do Secretário-Geral do MNE os nossos interesses partilhados. António de Almeida Ribeiro Este é o novo triângulo estratégico que pode dotar todos os países da CPLP, também no Índico e no Pacífico, de uma nova dinâmica enquanto ator político e económico, reforçando o papel de cada um dos nossos países nas respetivas comunidades regionais.

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Se a CPLP foi uma opção política em 1996 em torno da língua e cultura, a CPLP deve tornar-se agora numa necessária opção 86 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros estratégica e numa opção mutuamente ganhadora, em termos económicos e geopolíticos, no século xxi. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Em suma, a CPLP pode ter a sua Primavera estratégica global. Pedro Reis Se o nosso eixo lusófono e o seu motor atlântico se afiguram cada vez mais importantes na nossa ação externa, tal não nos Intervenção do administrador da AICEP deverá distrair da prioridade consolidada que constitui a nossa relação com o Atlântico Norte, particularmente os EUA. António de Almeida Lima Portugal é e deverá continuar a ser uma ponte euro-atlântica para o desenvolvimento económico, a paz e a segurança Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil A valorização das nossas excelentes relações com o nosso aliado americano representa não só um imperativo nacional, mas Miguel Horta e Costa sobretudo, nas atuais circunstâncias, um enorme desafio de renovação e fortalecimento. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Estamos cientes dos tempos históricos por que atravessam os nossos aliados americanos, dos constrangimentos económicos e

Intervenção do Ministro de Estado orçamentais sem precedentes, da reflexão em curso sobre a sua presença militar no mundo, da atenção crescente virada para e dos Negócios Estrangeiros Asia-Pacífico, tudo isto em ano de eleições. e Europeus de França Alain JUPPÉ É um facto que a Europa e Portugal não são um problema ou uma ameaça para os EUA e que uma definição de prioridades Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças em termos negativos não ajuda certamente a uma correta perceção das atuais realidades geoestratégicas. Vítor Gaspar Mas podemos e devemos (proactivamente) contribuir para aquela perceção. Portugal não é um aliado conjuntural, ou de opor- Intervenção do Secretário-Geral do MNE tunidade. Não é apenas aliado por estar no Conselho de Segurança até ao final deste ano. António de Almeida Ribeiro Daí que a intensificação da nossa aliança no quadro do acordo de cooperação e defesa seja um imperativo de valor acrescen- tado em termos de custo benefício. E essa cooperação ganha em alargar-se a novos domínios, como o da Ciência e Inovação, ou a economia do mar.

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É também no eixo euro-atlântico que devemos procurar inspiração no quadro da NATO, maximizando as oportunidades cria- 87 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros das com a aprovação, em Lisboa, do novo conceito estratégico. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Estamos perante um novo paradigma que a crise financeira veio acelerar, em que, por um lado, os EUA consideram que já não Pedro Reis lhes cabe assumir a principal fatia do chamado esforço de guerra, e, em que, por outro, os membros da União Europeia veem Intervenção do administrador os seus limitados orçamentos de defesa reduzirem-se progressivamente. da AICEP António de Almeida Lima A Líbia deve obrigar-nos a uma reflexão. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Quer a smart defense quer o pooling and sharing devem configurar duas caras da mesma moeda. Quer a NATO, quer a UE, do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa precisam de parcerias sólidas e previsíveis com outros contribuintes militares e políticos.

Intervenção do Primeiro-Ministro Em síntese, o fomento de sinergias e complementaridades a nível de segurança e defesa não é um chavão mas uma necessidade Pedro Passos Coelho que nos obriga a pensar de forma criativa. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Portugal, no esforço coletivo de segurança e defesa e enquanto aliado credível e solidário, irá manter as suas responsabilidades e Europeus de França Alain JUPPÉ operacionais não obstante os atuais constrangimentos.

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Permitam-me uma breve palavra sobre a ONU, onde a nossa atuação tem permitido reafirmar a centralidade da ONU e do Vítor Gaspar sistema das Nações Unidas. Intervenção do Secretário-Geral do MNE Assinalo a importância das iniciativas em áreas como “Os Novos Desafios à Segurança” e a “Proteção de Civis em Conflitos António de Almeida Ribeiro Armados”, bem como os debates sobre os métodos de trabalho do Conselho.

Portugal tem saído reforçado deste exercício, que tem envolvido intensas consultas sobre crises regionais, quer sobre a Líbia (a cujo Comité de Sanções presidimos num momento crucial), sobre o medio Oriente, ou sobre missões em países que importam para Portugal, como a Guiné ou Timor.

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Penso que este excelente desempenho poderá reforçar a nossa candidatura ao Conselho de Direitos Humanos (2015-17). 88 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Falei a propósito da CPLP como uma possível primavera estratégica.

Intervenção do Presidente da AICEP Mas devemos olhar também para outras primaveras ou emergências, como a ocorrida no mundo árabe. Pedro Reis

Intervenção do administrador Existe um mundo de oportunidades na vizinhança a Sul e não podemos deixar de explorar a primavera das nossas relações da AICEP com o Mundo Árabe. António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral Após a queda do muro de Berlim e o 11 de Setembro, esta será a mudança mais significativa a nível geoestratégico. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Temos de nos adaptar, respeitando a escolha livre e democrática dos povos da região, e apreender as diversas facetas do Islão Miguel Horta e Costa político. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Estamos ainda numa fase de transição de desfecho ainda incerto quanto ao maior país árabe, o Egipto. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Mas devemos olhar proactivamente para a estratégia que a Europa e o G8 traçaram, particularmente para a Parceria para a e Europeus de França Alain JUPPÉ Democracia e a Prosperidade Partilhada que a Comissão europeia apresentou em Maio.

Intervenção do Ministro de Esta oferta de apoio europeu, e seus diversos financiamentos, encerrará certamente oportunidades para as nossas empresas, Estado e das Finanças Vítor Gaspar nomeadamente no que respeita à capacitação local em termos de formação profissional, e de modernização do Estado e da

Intervenção do economia. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Claro está que é neste momento, que qualifico de transformação profunda, diria revolucionária, que Portugal deve fazer valer a sua proximidade política e histórica, a sua própria experiência de transição democrática, as suas relações especiais forjadas ao longo dos últimos anos, com Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia.

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Neste contexto de transformação, interessa-nos desenvolver o diálogo e a cooperação com a Liga Árabe, onde Portugal é um 89 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros dos poucos países europeus que beneficiam do estatuto de observador. Será igualmente importante apoiar o relançamento da Paulo Sacadura Cabral Portas União para o Mediterrâneo e do Fórum “5+5”. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Também não podemos deixar de explorar uma nova era de cooperação com o Golfo, com novas Embaixadas nos Emiratos e Intervenção do administrador agora no Qatar. O cruzamento de interesses económicos e financeiros joga aqui um papel crucial. da AICEP António de Almeida Lima Quanto ao processo de paz do Médio Oriente, a nossa posição, como tive a oportunidade de transmitir quer a Abbas, quer a Intervenção do Comissário-Geral Netanyahu, consiste em privilegiar, no quadro europeu, e por esta via no quarteto, o reatamento de negociações diretas. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Consiste em fazer ver que as transformações regionais, não só no Egito mas também a evolução da Síria, do Irão, e noutros países da região, desaconselham vivamente o status quo e que políticas que levem na prática ao enfraquecimento quer dos EUA Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho quer da UE, os negociadores de relevo, redundarão a prazo num novo ciclo de conflito.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Uma breve palavra para sublinhar a importância do reforço das nossas relações com a Turquia, que joga um papel crescente e Europeus de França nas transformações em curso, e que representa para Portugal uma interessante oportunidade económico-comercial tendo em Alain JUPPÉ conta as potencialidades do mercado turco e a ligação à região do Cáucaso e a Ásia Central. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Gostaria também de deixar uma palavra sobre os nossos interesses emergentes na Ásia. Vítor Gaspar

Intervenção do Na Ásia joga-se hoje, para muitos, o futuro. É uma região de relevância central, onde estão em curso mutações profundas com Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro consequências de grande alcance.

A China impõe-se crescentemente no papel de uma poderosa locomotiva com taxas de crescimento impressionantes e com um mercado de 1300 milhões de efetivos e potenciais consumidores.

É, sem dúvida, a grande potência emergente da região mas com um protagonismo que se projeta já a nível global.

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Na senda da China surgem outras economias emergentes entre as quais se destaca a da Índia seguida de perto pela da Malásia, 90 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, da Indonésia e de Singapura. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Devemos ainda ter um novo olhar sobre as potências asiáticas do tradicional arco ocidental, procurando desde já explorar Pedro Reis oportunidades que poderão vir a ser cruciais no quadro do acordo de comércio livre com a União Europeia já em vigor com Intervenção do administrador a Coreia do Sul e em negociação com o Japão. da AICEP António de Almeida Lima Segundo dados da Organização Mundial do Comércio, o mercado asiático representa hoje 1/3 do comércio mundial de mer- Intervenção do Comissário-Geral cadorias. Em 2011, a China foi o primeiro exportador mundial e o segundo importador. A China – juntamente com os EUA e de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil a Alemanha – representa cerca de 28% de todo o comércio mundial de mercadorias. Miguel Horta e Costa Mas mesmo retirando a China da equação, os países asiáticos estão hoje fortemente representados no ranking mundial por Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho exportações (com o Japão no 4º lugar, Singapura no 12º e a Índia no 17º.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros O dinamismo económico da região torna-se ainda mais patente se olharmos para o ranking mundial dos países por cresci- e Europeus de França mento do seu PIB. Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Nessa perspetiva, verificamos que as principais “equipas” neste “mundial” são as asiáticas. Estado e das Finanças Vítor Gaspar No plano político, a afirmação crescente da China tem funcionado como agente catalisador na região. Tem espoletado a busca Intervenção do de realinhamentos geoestratégicos e novos equilíbrios de forças. Os movimentos tectónicos em curso estimulam, por sua vez, Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro dinâmicas novas e agravam contenciosos latentes. A competição pelos recursos energéticos e pelo domínio das vias marítimas são disso exemplo e envolvem quase todos os países da região.

Perante uma Ásia emergente – em plena metamorfose – como deverá agir Portugal? Quais são as nossas mais-valias? Como é que nos deveremos inserir de forma vantajosa neste espaço simultaneamente antigo e moderno?

A meu ver, Portugal beneficia de diversas vantagens:

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a) primeiro que tudo, a sua credibilidade. Resulta do peso da ancestralidade da sua presença e da sua tradição de tolerância, 91 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de diálogo, da sua vocação cosmopolita e de uma agenda sem interesses escondidos. São esses os fatores que sempre represen- Paulo Sacadura Cabral Portas taram um elemento diferenciador positivo face a outras potências europeias que depois de nós vieram; Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis b) em segundo lugar, o seu património histórico e cultural. Portugal é perspetivado pelos asiáticos como uma referência cultu- Intervenção do administrador ral – o encetar de uma nova fase histórica. A herança cultural é enorme não só em termos patrimoniais e arquitetónicos mas da AICEP António de Almeida Lima também artístico e linguístico;

Intervenção do Comissário-Geral c) em terceiro lugar, Portugal detém uma importante rede de relacionamentos especiais, sem paralelo com outros países da de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil nossa dimensão, que abarca, verdadeiramente, todo o globo. É uma porta para a globalização para a esmagadora maioria dos Miguel Horta e Costa países asiáticos que apostam na diversificação das suas relações. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Mas Portugal deverá encarar friamente que a antiguidade da sua presença arrisca-se a não ser mais do que isso. Constata-se

Intervenção do Ministro de Estado hoje um desconhecimento geral do Portugal moderno pelos agentes asiáticos. Simultaneamente, Portugal revela uma penetra- e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França ção comercial reduzida naqueles países. Alain JUPPÉ Torna-se pois necessário dar o “salto para a modernidade” aos olhos dos agentes asiáticos. E, para esse efeito, é na Ásia que a Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças diplomacia económica pode – e deve – ter um papel ainda mais determinante. Vítor Gaspar O objetivo tem de ser, acima de tudo, fortalecer a nossa visibilidade e dar a conhecer o Portugal de hoje. Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Alguns países asiáticos merecem aqui uma breve referência individualizada.

Começaria pela China pois representa um desafio particular pela sua dimensão e pela existência de constrangimentos legais e factuais. Será necessário um trabalho de concertação entre agentes empresariais devidamente apoiados pelo estímulo político. Pequim é hoje uma presença económica em Portugal, agora reforçada através da sua entrada na EDP.

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Esta participação chinesa irá trazer importantes apoios à expansão dos seus projetos industriais bem como um programa de 92 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros investimentos em Portugal no âmbito das energias renováveis. Mas deve servir também para uma maior penetração das empre- Paulo Sacadura Cabral Portas sas portuguesas na China. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis A Índia é outro mercado no qual devemos aprofundar os nossos interesses. Trata-se de um país com a 2ª maior população do Intervenção do administrador Mundo e, depois da China, o outro polo de crescimento na região. Também aqui o Acordo de Comércio Livre com a UE deve da AICEP António de Almeida Lima levar-nos a um exercício de marcação do terreno.

Intervenção do Comissário-Geral A América Latina, para além do Brasil, configura hoje um outro espaço de oportunidades. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Temos que saber retirar consequências da realidade dos factos: é na América Latina, tal como em África e na Ásia, que estão atualmente os países com maiores índices e potencial de crescimento. Tudo aponta para que esta seja uma grande década para Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho a América Latina.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros A América Latina é hoje uma das regiões mais dinâmicas do mundo. Apresenta elevados índices de crescimento económico, e Europeus de França uma população jovem e uma cultura vibrante. Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Há previsões que indicam que, em 2020, haverá ao todo oito países com um rendimento per capita equiparável à média dos Estado e das Finanças desenvolvidos. Vítor Gaspar

Intervenção do Essas previsões estão atentas à forma como as necessidades crescentes de outras áreas do globo, em rápida expansão, têm Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro impactado sobre as economias latino-americanas dando-lhes um impulso acrescido.

Pelas múltiplas oportunidades existentes a região é uma prioridade da nossa política externa.

Para além do Brasil – líder incontestado na região – os interesses de Portugal espalham-se por um conjunto de outros países.

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Nesse quadro, será de destacar o México – atualmente o nosso 4º maior importador fora da UE. Mas também outros, como o Chile, 93 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros a Colômbia, a Venezuela e o , com quem pretendemos prosseguir o aprofundamento das nossas relações e do nosso investimento. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP São, também, motores relevantes de inovação e de mobilidade profissional e académica, geradores de verdadeiras sinergias que Pedro Reis transcendam as meras abordagens segmentadas. Intervenção do administrador da AICEP As empresas portuguesas têm vindo a aumentar de forma significativa os seus investimentos naquela região e, reciprocamente, António de Almeida Lima Portugal tem-se afirmado como um destino de eleição para as companhias latino-americanas. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações A atual crise financeira tende a fazer com que a oferta de oportunidades esteja a pender a favor dos latino-americanos. Com- do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa pete-nos (a nós) explorar esse potencial, cientes da proximidade das nossas relações procurando colher benefícios para as nos- sas empresas e – de forma mais lata – para a nossa agenda de crescimento económico e o emprego. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Concluo com uma palavra de encorajamento para todos, no sentido de fazer do atual momento de crise também uma oportu- Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros nidade para trilhar novos caminhos, para explorar novas primaveras. e Europeus de França Alain JUPPÉ Diz o ditado popular que a necessidade aguça o engenho. Portugal vai também ultrapassar este momento de emergência socioeconómica

Intervenção do Ministro de através do seu esforço e do seu engenho, fortalecendo antigas alianças e estabelecendo novas alianças com novos parceiros. Estado e das Finanças Vítor Gaspar Portugal fortaleceu-se sempre que se abriu ao exterior. Somos um país de múltiplas vocações, na Europa e fora dela.

Intervenção do Secretário-Geral do MNE Um Portugal mais presente e ativo na Europa e um Portugal mais presente, ativo e aberto ao Mundo são as duas facetas – que António de Almeida Ribeiro se reforçam mutuamente – do desafio estratégico que temos pela frente.

O futuro de Portugal no Século xxi passa pela nossa resposta a este desafio. Os diplomatas são, neste aspeto, a moeda crucial que nunca será depreciada pelo Governo que chefio.

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Alain Juppé 95 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Intervenção do Ministro de Estado e dos Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Negócios Estrangeiros e Europeus de França Pedro Reis

Intervenção do administrador Alain JUPPÉ da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Je voudrais d’abord vous remercier, Monsieur le Ministre, de votre invitation et de la chaleur de votre accueil. C’est un grand Miguel Horta e Costa honneur pour moi de pouvoir m’exprimer devant vous aujourd’hui, à l’occasion de votre rencontre annuelle. Je sais la qualité Intervenção do Primeiro-Ministro des relations qu’entretiennent les diplomates français et portugais dans tous les pays où nous avons les uns et les autres des Pedro Passos Coelho ambassades. Je connais et j’apprécie la tradition francophone de la diplomatie portugaise. Et je tiens à vous dire combien le Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros dialogue avec mon homologue, M. Paulo Portas, est pour moi une source d’enrichissement et pour nos diplomaties l’occasion e Europeus de França Alain JUPPÉ de construire ensemble des positions utiles à nos intérêts, à ceux de l’Europe, et pourquoi pas au monde.

Intervenção do Ministro de A l’aube de cette année, je voudrais également vous présenter mes vœux les plus sincères, pour vous-mêmes et pour vos familles. Estado e das Finanças Vítor Gaspar Qu’il s’agisse de la crise de la dette européenne, du succès des transitions démocratiques dans le monde arabe ou encore de la

Intervenção do construction d’un monde plus équilibré et plus juste, 2012 sera une nouvelle année de bouleversements et de renouvellement. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Pour relever ces défis, la France et le Portugal doivent unir leurs forces.

Notre relation, fruit d’une longue histoire commune, est une relation d’amitié et de confiance.

Cette amitié s’appuie sur le partage d’une «latinité» qui nous rapproche, mais aussi sur la vision du monde souvent similaire de deux pays habitués à entretenir des liens sur tous les continents.

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Elle s’appuie également sur une profonde estime. Je voudrais dire aujourd’hui le soutien que la France apporte aux mesures 96 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros courageuses et difficiles décidées par le Portugal pour tenir ses objectifs de redressement budgétaire et de désendettement. Nous Paulo Sacadura Cabral Portas avons confiance dans la capacité du Portugal à tenir sa trajectoire de réduction des déficits, qui accompagne l’effort de solidarité Intervenção do Presidente da AICEP de 78 milliards d’euros accordé par l’Union européenne et le Fonds monétaire international en 2011. Ce message de confiance Pedro Reis a été confirmé par la troïka Fonds monétaire international / Banque centrale européenne / Commission. C’est ce message qui Intervenção do administrador da AICEP compte, bien plus que celui des agences de notation. António de Almeida Lima Notre amitié s’appuie enfin sur l’engagement que nous partageons au service de la paix, de la liberté et de la démocratie. J’en Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações veux pour preuve les efforts conjoints de nos deux pays pour favoriser l’émergence d’un vaste espace de stabilité et de sécurité do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa dans le monde arabe.

Intervenção do Primeiro-Ministro Nul n’avait prévu le «printemps arabe», la France pas plus que d’autres pays. Mais mon pays, comme le vôtre, a très vite con- Pedro Passos Coelho sidéré que cet élan des peuples vers la liberté était une formidable chance. Il s’est très vite mobilisé pour l’accompagner: Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Nous avons appelé la communauté internationale à intervenir en Libye, en application du principe de responsabilité de protéger. Alain JUPPÉ Nous avons proposé notre soutien aux gouvernements engagés dans un processus de transition – je pense à la Tunisie, à l’Egypte Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças et au Maroc. Vítor Gaspar Dans le cadre de la présidence française du G8, nous avons lancé le Partenariat de Deauville, pour aider les pays qui mettent Intervenção do Secretário-Geral do MNE en œuvre des réformes politiques et économiques profondes. António de Almeida Ribeiro Aujourd’hui, ces efforts commencent à porter leurs fruits:

La Libye s’est libérée et la phase de reconstruction est désormais engagée.

Sous notre impulsion commune avec nos partenaires allemands et britanniques, le Conseil de sécurité a pris des positions fer- mes sur la situation au Yémen, qui ont conduit les principaux acteurs à s’engager dans le plan de transition.

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Pour la première fois, des élections libres et démocratiques ont eu lieu en Tunisie, au Maroc et en Egypte. Je sais que ces élec- 97 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros tions suscitent des interrogations. Certains se demandent si les valeurs au nom desquels les peuples se sont levés constitueront Paulo Sacadura Cabral Portas bien la base des futurs régimes. D’autres craignent un retour aux errements du passé. Mais nous ne pouvons refuser à des peu- Intervenção do Presidente da AICEP ples dont la voix a si longtemps été étouffée le droit d’exprimer leurs choix. Nous ne pouvons accréditer l’idée selon laquelle Pedro Reis islam et démocratie seraient incompatibles. Nous ne pouvons admettre que les peuples arabes n’aient d’autre choix que la dic- Intervenção do administrador da AICEP tature ou l’extrémisme. Nous devons au contraire nous garder des procès d’intention et laisser aux nouveaux gouvernements, António de Almeida Lima qui ont été élus pour donner corps aux aspirations des peuples à la liberté et à la démocratie, le temps de faire leurs preuves. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Enfin, le Partenariat de Deauville est désormais pleinement opérationnel. Il constitue un atout majeur au service de l’éducation do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa et de l’accès à l’emploi, qui sont les meilleures garanties du succès des transitions démocratiques.

Intervenção do Primeiro-Ministro Ces efforts, nous devons les poursuivre ensemble. Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado L’urgence, c’est que le régime syrien mette fin aux exactions odieuses qu’il continue à perpétrer contre son peuple et qui cons- e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França tituent un véritable crime contre l’humanité. Nous devons tout mettre en oeuvre, avec nos partenaires européens et avec tous Alain JUPPÉ ceux qui le veulent, au premier rang desquels la Ligue arabe, pour aider l’opposition et le peuple syrien à obtenir enfin le res- Intervenção do Ministro de pect de leurs droits. Le silence du Conseil de sécurité est inacceptable et nous ne nous y résignons pas. Estado e das Finanças Vítor Gaspar Nous devons aussi continuer à nous engager en faveur de la reprise des négociations entre Israéliens et Palestiniens. Nous Intervenção do l’avons fait récemment, quand nous avons répété que la colonisation devait immédiatement cesser, y compris à Jérusalem-Est. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Nous devons également poursuivre nos efforts au sein de l’Union européenne, où nous nous sommes mobilisés pour que la priorité accordée à la rive sud de la Méditerranée soit maintenue dans le cadre de la rénovation de la politique de voisinage.

Enfin, nous devons continuer à nous engager dans le cadre de l’Union pour la Méditerranée, pour renforcer la solidarité entre les pays du pourtour méditerranéen autour de réalisations concrètes. La France apprécie le soutien que le Portugal a toujours apporté à cette initiative, qui renouvelle le projet méditerranéen de l’Union européenne. Un nouveau secrétaire général, le Maro-

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cain Youssef Amrani, a pris ses fonctions en juillet dernier à Barcelone. Nous devons appuyer les efforts qu’il a engagés sur des 98 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros projets précis: l’autoroute trans-maghrébine, le plan solaire méditerranéen, l’office méditerranéen pour la jeunesse, le soutien Paulo Sacadura Cabral Portas aux sociétés civiles et notamment aux femmes, l’appui au PME, la protection civile, etc. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Notre coordination est d’autant plus essentielle que nous devons aider l’Europe à traverser la crise sans précédent à laquelle Intervenção do administrador elle est confrontée. da AICEP António de Almeida Lima Membre actif de l’Union européenne et de la zone euro, le Portugal sait bien ce que la construction européenne a apporté à nos Intervenção do Comissário-Geral peuples: la paix, alors que nous avions connu des siècles de guerre; la démocratie, alors que nous peinions à la construire dans de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil nos pays; la liberté économique et le progrès social, dans une conception humaniste que nous voulons préserver; la liberté de Miguel Horta e Costa circulation des hommes et des femmes, dont le Portugal sait mieux que tout autre combien elle est essentielle. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Aujourd’hui, l’Union européenne est à la croisée des chemins. La conviction du gouvernement français, c’est que si nous

Intervenção do Ministro de Estado voulons surmonter la crise et garantir la poursuite du projet européen, nous avons besoin de nouveaux sauts d’intégration, e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França d’approfondissement et de gouvernance. Nous avons besoin de plus d’Europe. Alain JUPPÉ Cela vaut naturellement pour la zone euro. Avec l’Allemagne, nous avons proposé en décembre l’idée d’un nouveau traité sur Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças l’union économique renforcée. Cette démarche était ouverte à tous. Face à la crise, nous avons en effet besoin de tous ceux Vítor Gaspar qui, comme le Portugal, ont depuis leur adhésion pleinement joué le jeu d’une intégration européenne accrue, avec la convic- Intervenção do tion que nous devons avancer sans niveler les ambitions sur celles du moins disant. Le Royaume-Uni a refusé cette approche, Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro en demandant à amputer le marché intérieur de la régulation des services financiers. Ce n’était pas acceptable. Nous le regret- tons, mais nous constatons que nous avons été 26 à demander - ou à ne pas nous opposer - à ce que nous allions de l’avant.

Le projet de traité qui a été présenté par Herman van Rompuy est une proposition équilibrée, une bonne base de travail. Nous plaidons pour qu’il soit finalisé dès que possible en vue du Conseil européen du 30 janvier:

Avec un gouvernement économique pour la zone euro;

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Avec un volet de croissance et de convergence; 99 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Et avec des règles de responsabilité budgétaire, ce qu’il est convenu d’appeler la règle d’or d’équilibre budgétaire et les sanc-

Intervenção do Presidente da AICEP tions en cas de non respect de ces règles, sauf majorité qualifiée opposée au Conseil. Pedro Reis Ce traité viendra compléter les éléments de la réponse globale de l’Europe à la crise de la dette, qu’il s’agisse des plans d’aide à Intervenção do administrador da AICEP la Grèce, à l’Irlande et au Portugal, de la création du mécanisme de solidarité, des nouvelles règles de gouvernance et d’équilibre António de Almeida Lima budgétaire, ou du «pacte pour l’euro plus» pour la croissance, la convergence et la compétitivité. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Restent les questions de la Banque centrale européenne et des eurobonds. do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Sur la Banque centrale européenne, notre ligne est claire et partagée par Berlin. La Banque centrale est indépendante. Il ne nous Intervenção do Primeiro-Ministro revient pas de dire ce qu’elle doit faire ou ne pas faire. Nous savons pouvoir compter sur elle pour prendre ses responsabilités, Pedro Passos Coelho comme elle l’a toujours fait. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Sur les eurobonds, nous devons faire preuve de réalisme. Une mutualisation des dettes des pays de la zone euro ne sera réa- e Europeus de França Alain JUPPÉ lisable qu’au terme d’un processus d’intégration économique et budgétaire, pas avant d’avoir établi des règles communes de

Intervenção do Ministro de désendettement et de retour à l’équilibre budgétaire. Notre objectif commun, c’est de tenir ces engagements de réduction des Estado e das Finanças déficits pour retrouver ensemble la maîtrise de notre destin, de nos choix et de notre indépendance. Vítor Gaspar

Intervenção do Plus d’Europe, c’est aussi ce dont nous avons besoin pour l’espace Schengen. Il ne s’agit pas de construire une Europe forte- Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro resse. Il s’agit de construire une Europe qui contrôle effectivement ses frontières extérieures afin de préserver la libre circula- tion de ses citoyens.

Les crises migratoires de 2011 l’ont montré, notamment à la frontière gréco-turque et à Lampedusa: nous avons besoin d’un pilotage plus politique, plus clair, plus réactif et plus efficace de l’espace Schengen. C’est le sens des propositions que nous avons présentées en décembre dernier pour renforcer l’agence Frontex, pour disposer de clauses de sauvegardes en matière de visas

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et de rétablissement, dans certains cas précis et encadrés, des contrôles aux frontières intérieures, et pour renforcer le système 100 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros d’évaluation Schengen. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Plus d’Europe, c’est enfin ce dont nous avons besoin pour nous affirmer davantage sur la scène internationale. C’est la raison Pedro Reis pour laquelle nous devons dynamiser le Service européen d’action extérieure (SEAE) et utiliser tous les outils du traité de Lis- Intervenção do administrador bonne, notamment pour faire avancer la politique de sécurité et de défense commune. da AICEP António de Almeida Lima Cette politique, 2011 en a montré les limites, notamment en Libye. Mais 2011 a aussi montré l’efficacité des instruments dont Intervenção do Comissário-Geral elle dispose. Je pense notamment aux sanctions. Elles ont été décisives pour la chute de Laurent Gbagbo en Côte d’Ivoire. Elles de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil ont permis à l’Union européenne de faire pression sur la Syrie quand le Conseil de sécurité restait paralysé. Elles sont plus que Miguel Horta e Costa jamais nécessaires en Iran, notamment sur le secteur pétrolier et financier, face à la poursuite d’un programme nucléaire dont Intervenção do Primeiro-Ministro il est clair qu’il n’a pas de finalité civile. Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado Lors du Conseil du 1er décembre dernier, nous avons pu tracer une feuille de route sur la politique de sécurité et de défense e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França commune. Cela nous a permis de maintenir sur la table l’idée de capacité permanente européenne de planification et de con- Alain JUPPÉ duite d’opérations. Cela nous permet surtout d’avancer sur les opérations et sur les projets concrets de mutualisation et de par- Intervenção do Ministro de tage des capacités identifiées par l’Agence européenne de Défense. La France compte sur le Portugal pour soutenir les futures Estado e das Finanças Vítor Gaspar opérations de politique de sécurité et de défense commune: au Sahel, pour renforcer les capacités régionales de lutte contre Al Qaida au Maghreb islamique, et dans la Corne de l’Afrique, pour renforcer les capacités maritimes régionales de lutte contre Intervenção do Secretário-Geral do MNE la piraterie, en appui de l’opération Atalante. António de Almeida Ribeiro Outre ces trois dossiers, nous avons cette année un défi particulier à relever ensemble: la négociation des prochaines perspec- tives financières pour 2014/2020. Nous y parviendrons d’autant mieux que le Portugal et la France partagent la même ambi- tion: faire en sorte que l’Europe ne dépense pas plus, mais mieux.

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Le budget de l’Union européenne ne peut pas s’exonérer des efforts de maîtrise budgétaire engagés par les Etats membres. Dans 101 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros cet esprit, la Commission a proposé une stabilisation des dépenses de la Politique agricole commune au niveau de 2013. C’est Paulo Sacadura Cabral Portas pour nous un minimum. L’essentiel de l’effort de stabilisation ne saurait porter sur la seule Politique agricole commune. Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Sur les ressources, nous devrons travailler à un système moins complexe que les rabais empilés. La France souhaite notamment Intervenção do administrador que nous avancions sur la directive présentée en septembre dernier pour créer une taxe sur les transactions financières, dont da AICEP António de Almeida Lima une partie pourrait être affectée au budget communautaire.

Intervenção do Comissário-Geral Cette Europe plus intégrée, plus unie et plus forte que nous appelons de nos vœux est indispensable. Dans un monde désormais de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil multipolaire, elle doit trouver toute sa place aux côtés des nouvelles puissances qui s’affirment chaque jour davantage. Miguel Horta e Costa Le Portugal est bien placé pour le savoir, lui qui dispose avec la lusophonie d’un espace de solidarité intercontinental très com- Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho parable à ce qu’est la francophonie pour la France et l’hispanité pour l’Espagne. Nous savons la richesse et la diversité du

Intervenção do Ministro de Estado monde. Nous savons que notre avenir se jouera aussi sur les autres continents. e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Je pense d’abord à l’Afrique, qui comptera demain un quart de l’humanité et qui est aujourd’hui devenue un acteur global sur Alain JUPPÉ la scène internationale. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Nous le savons tous, le continent africain est confronté à des défis majeurs: Vítor Gaspar

Intervenção do Défi de la démocratie – des progrès significatifs on été réalisés en 2011, en Côte d’Ivoire, au Sud-Soudan, au Niger, en Guinée Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro ou à Madagascar, mais l’année 2012 sera également marquée par des échéances déterminantes, au premier rang desquelles les élections au Sénégal.

Défi de la progression de l’Etat de droit – je voudrais saluer le projet engagé par les pays européens pour accompagner les auto- rités de Guinée Bissau dans la réforme de leur système de sécurité. Les événements qui se sont produits à Bissau fin décembre montrent que ces efforts doivent être poursuivis.

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Défi de la sécurité – je pense au terrorisme, à la piraterie et aux trafics en tout genre, notamment celui de la drogue en Afrique de 102 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros l’ouest, face auxquels l’Union européenne est pleinement mobilisée, en étroite coordination avec les pays des régions concernés. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Défi du développement – en 2010, sous présidence française, les pays membres du G20 n’ont pas ménagé leurs efforts pour Pedro Reis lutter contre la famine dans la corne de l’Afrique et aider le continent africain à avancer vers les objectifs du millénaire pour Intervenção do administrador le développement da AICEP António de Almeida Lima Défi écologique, enfin, sur un continent particulièrement menacé par le réchauffement climatique et la désertification. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Pour aider l’Afrique à relever ces défis, la France est déterminée à travailler avec l’ensemble des pays africains: les pays fran- do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa cophones, bien sûr, auxquels nous unit une relation ancienne et profonde, mais aussi les puissances émergentes du continent, comme le Nigéria, l’Afrique du Sud, l’Ethiopie - je me suis rendu dans ces 3 pays en 2010 - ou encore l’Angola. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho La France est également déterminée à soutenir les efforts d’intégration du continent africain. Je pense avant tout à l’Union afri- Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros caine, qui s’est affirmée en moins de 10 ans comme un acteur incontournable et symbolise aujourd’hui la diversité, la force et e Europeus de França la richesse de l’Afrique. C’est la raison pour laquelle, comme le Portugal, nous sommes attachés au respect du multilinguisme, Alain JUPPÉ dans cette enceinte comme au sein des autres organisations régionales. Nous avons exprimé notre tristesse lors de la récente Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças disparition de Césaria Évora, dont l’œuvre contribue au rayonnement de la lusophonie partout dans le monde. Vítor Gaspar Pour relever les défis auxquels elle est confrontée, l’Afrique doit aussi s’exprimer pleinement au sein de la gouvernance mondiale. Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Nous l’avons vu au sommet de Cannes: le continent africain occupe aujourd’hui toute sa place au sein du G20. Nous avons en effet veillé à ce qu’il soit représenté dans toute sa diversité: à travers l’Afrique du Sud, membre permanent, symbole de l’émergence, à travers la présidence en exercice de l’Union africaine et à travers l’Ethiopie, qui préside le comité d’organisation du Nouveau partenariat pour le développement de l’Afrique et porte la voix des pays les plus pauvres.

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L’Afrique doit également trouver toute sa place au sein du Conseil de Sécurité des Nations Unies. Bien sûr, avec trois membres 103 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros non permanents, le continent n’en est pas absent. Mais le Conseil de Securité, créé en 1945 et réformé pour la dernière fois en Paulo Sacadura Cabral Portas 1963, doit mieux refléter la réalité du monde d’aujourd’hui. C’est la raison pour laquelle la France plaide pour son élargisse- Intervenção do Presidente da AICEP ment, et notamment pour l’attribution de nouveaux sièges à l’Afrique, dans les deux catégories de membres. Pedro Reis

Intervenção do administrador Enfin, l’Afrique doit pouvoir trouver toute sa place dans la nouvelle gouvernance mondiale de l’environnement que la France da AICEP António de Almeida Lima appelle de ses vœux. La conférence de Rio + 20 nous permettra de franchir une étape majeure en ce sens, avec la création d’une organisation mondiale de l’environnement, située à Nairobi. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Dans le monde multipolaire qui se dessine sous nos yeux, les pays émergents doivent aussi pouvoir pleinement jouer leur rôle. Miguel Horta e Costa L’émergence est une réalité incontournable: aujourd’hui, 2 des 3 plus grandes économies mondiales sont asiatiques, le Brésil Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho se classe au 7e rang et l’ensemble de l’Amérique latine connaît depuis 10 ans une croissance soutenue d’environ 6% par an.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Nous ne pouvons nier que ce phénomène bouscule nos acquis. Mais trop souvent, l’émergence est perçue comme un danger e Europeus de França pour l’Europe. Trop souvent, l’opinion publique se laisse séduire par les sirènes du déclinisme. Les récents débats sur la con- Alain JUPPÉ tribution de la Chine à la résolution de la crise de la zone euro en sont la meilleure illustration. Contrairement aux idées qui Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças circulent parfois dans les médias, la participation chinoise à la stabilisation financière de la zone euro n’est pas le fruit d’une Vítor Gaspar stratégie prédatrice. Elle est le reflet d’interdépendances croissantes. Si la Chine s’engage, c’est parce qu’il est dans son intérêt Intervenção do bien compris de contribuer à la prospérité de son premier partenaire commercial. Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro La réalité, en effet, c’est que l’émergence représente avant tout la sortie de la misère pour des centaines de millions d’êtres humains. Elle constitue une opportunité sans précédent pour nos économies: l’opportunité d’accéder à des marchés potentiels de plusieurs centaines de millions de consommateurs, l’opportunité de trouver de nouveaux terrains d’investissements et de nouveaux viviers de coopération scientifique et intellectuelle, l’opportunité de développer un dialogue d’égal à égal entre les civilisations, meilleur rempart contre l’extrémisme et le repli sur soi.

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Ces opportunités, nous devons les saisir. Nous devons construire avec les pays émergents une relation équilibrée et responsa- 104 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros ble qui profite à tous. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Une relation équilibrée, cela suppose de repenser les rapports entre les émergents et l’Europe. Face à la Chine, l’Inde ou le Bré- Pedro Reis sil, l’Union européenne avance trop souvent en ordre divisé. Ne nous y trompons pas, si nous voulons être crédibles, c’est bien Intervenção do administrador à l’échelle européenne que doit être conçu notre dialogue avec ces pays. Notre priorité, c’est de nous entendre sur nos objectifs da AICEP António de Almeida Lima et nos stratégies.

Intervenção do Comissário-Geral Au cœur de ces stratégies, nous devons placer le principe de réciprocité. Je pense en particulier aux accords de libre-échange de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil que nous négocions avec les pays émergents et dans lesquels le respect de règles partagées par tous est essentiel, notamment en Miguel Horta e Costa matière d’accès aux marchés publics et de respect de la propriété intellectuelle. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Nous devons aussi relever le défi que l’émergence lance à nos propres modèles et conduire en interne les réformes nécessai-

Intervenção do Ministro de Estado res pour renforcer notre compétitivité. Plus que jamais, une politique industrielle déterminée et des investissements massifs en e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França recherche et développement s’imposent. Alain JUPPÉ Une relation responsable, cela suppose d’accepter de donner aux émergents la place qui leur revient dans la gouvernance mon- Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças diale, tout en les encourageant à prendre leurs responsabilités. Vítor Gaspar La France s’est fortement engagée pour faire évoluer le système international hérité de 1945 et permettre aux pays émergents de Intervenção do Secretário-Geral do MNE s’y impliquer davantage. Je pense à la création du G20, à l’appui sans ambigüité que nous apportons à l’élargissement du Con- António de Almeida Ribeiro seil de sécurité des Nations Unies et à notre position ouverte sur la réforme des droits de vote au Fonds monétaire international.

Dans ces enceintes rénovées, nous ne cherchons pas à imposer nos valeurs et nos intérêts, au risque de passer pour des don- neurs de leçons. Nous cherchons à convaincre que face à défis globaux comme le développement durable, la protection de l’environnement et le réchauffement climatique, nous devons conjuguer nos efforts. Nous avons pour cela une réelle légitimité. En Europe, nous avons su construire un modèle coopératif qui a assuré à notre continent une paix et une prospérité sans précé-

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dent dans l’histoire du monde. A nous de faire rayonner ce modèle. Notre politique culturelle est à cet égard un atout majeur. 105 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Elle démontre que la mondialisation n’est pas synonyme d’uniformisation. Elle contribue au débat d’idées qui agite les pays Paulo Sacadura Cabral Portas émergents. Elle doit également à attirer en Europe les étudiants et les chercheurs de ces pays et nous aider à resserrer les liens Intervenção do Presidente da AICEP entre nos peuples. Pedro Reis

Intervenção do administrador Patrie de navigateurs, d’explorateurs et de voyageurs, le Portugal a toujours été une terre d’audace, de modernité et d’ouverture da AICEP António de Almeida Lima au monde. Depuis son adhésion à la Communauté Économique Européenne, il a toujours fait la preuve de son volontarisme et de son ambition pour l’Europe. Fidèle à l’esprit de la «révolution des œillets», il a à cœur de porter au monde le message Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações humaniste de notre continent. do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Aujourd’hui plus que jamais, à l’aube d’une année qui s’annonce cruciale pour nos pays, pour l’Europe et pour le monde, nous Intervenção do Primeiro-Ministro avons besoin de cette ouverture au monde, de cette ambition et de cette détermination. Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado Forts de notre engagement commun en faveur de la paix, de la démocratie et de la liberté, confiants dans la capacité de l’Europe e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França à surmonter la crise, convaincus de la nécessité d’agir pour un monde plus équilibré où chacun puisse trouver sa place, sachons Alain JUPPÉ unir nos efforts au service de la vision que nous avons en partage.

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

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Vítor Gaspar 107 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Vítor Gaspar Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Portugal: ajustamento na área do euro do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Investimentos internacionais Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho • Quais os aspetos mais importantes para investir, produzir e trabalhar em Portugal? Intervenção do Ministro de Estado • Risco – país determinante para a atração de investimento internacional e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França • Importância do ajustamento no quadro do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Estrutura da Apresentação Vítor Gaspar

Intervenção do 1. O difícil caso português Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro 2. Programa de assistência económica e financeira 3. Consolidação orçamental 4. Estabilidade financeira 5. Transformação estrutural 6. Portugal não pode falhar, Portugal não falhará

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

108 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros O Difícil Caso Português Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Desequilíbrios de Portugal expostos no contexto da crise económica e financeira Intervenção do administrador Desequilíbrios de Portugal expostos no contexto da crise da AICEP Taxas de rendibilidade da dívida António de Almeida Lima económica e financeira pública a 10 anos Intervenção do Comissário-Geral DTaxasiferenciais de rendibilidade face a Alemanha da dívida (em pontos base) de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil pública a 10 anos Miguel Horta e Costa Diferenciais face a Alemanha (em pontos base) 3500 Intervenção do Primeiro-Ministro 1. Finanças públicas numa Pedro Passos Coelho France Netherlands trajetória insustentável 3000 1. Finanças públicas numa trajetória Italy Intervenção do Ministro de Estado Desequilíbrios Austria Finland e dos Negócios Estrangeiros macroeco-insustentável 2500 e Europeus de França Desequilíbrios nómicos e Belgium Greece Alain JUPPÉ Ireland Portugal macroeconómicos e debilidades 2. Endividamento externo 2000 estruturais Intervenção do Ministro de debilidades estruturais 2. Endividamentoenorme externo enorme Estado e das Finanças acumulados durante acumulados 1500 Vítor Gaspar mais de uma década durante mais Intervenção do de uma 1000 Secretário-Geral do MNE década3. Crescimento 3. Crescimento económico anémicoeconómico e António de Almeida Ribeiro anémico e baixa produtividade baixa produtividade 500

0 Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11 Dez-11

Fonte: Bloomberg

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS Fonte: Bloomberg 5

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar 1. FINANÇAS1. FINANÇAS PÚBLICAS PÚBLICAS NUMA NUMA TRAJECTÓRIA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL INSUSTENTÁVEL ImprudênciaImprudência persistente persistente na política na política orçamental orçamental 1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL 109 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Imprudência persistente na política orçamental

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis ElevadosElevados défices défices orçamentais orçamentais e dívida e públicadívida pública FinançasFinanças públicas públicas numa posição numa posição frágil frágil Intervenção do administrador crescentecrescente da AICEP Elevados défices orçamentais e dívida pública crescente Finanças públicas numa posição frágil António de Almeida Lima Défice eDéfice dívida epública dívida pública Saldo correnteSaldo corrente primário primário estrutural estrutural Intervenção do Comissário-Geral Em percentagemEm percentagem do PIB do PIB Em percentagemEm percentagem do PIB do PIB de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil 15 15 100 1006 6 Net borrowingNet of borrowing Gen. Govern. of Gen. Govern. Miguel Horta e Costa 14 14 90 90 5 5 13 13 Public debt Public- right debtaxis - right axis 12 12 80 80 Intervenção do Primeiro-Ministro 4 4 11 11 Pedro Passos Coelho 70 70 10 10 3 3 9 9 60 60 Intervenção do Ministro de Estado 8 8 2 2 50 50 e dos Negócios Estrangeiros 7 7 1 1 e Europeus de França 6 6 40 40 Alain JUPPÉ 5 5 30 30 0 0 4 4 1999 2000 19992001 20002002 20012003 20022004 20032005 20042006 20052007 20062008 20072009 20082010 2009 2010 Intervenção do Ministro de 3 3 20 20-1 -1 Estado e das Finanças 2 2 10 10-2 -2 1 1 Vítor Gaspar Portugal PortugalEuro Area Euro Area 0 0 0 0 -3 -3 1999 2000 20011999 20022000 20032001 20042002 20052003 20062004 20072005 20082006 20092007 20102008 2009 2010 Intervenção do -4 -4 Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Fonte: INE,Fonte: Banco INE, de PortugalBanco de e Portugal Ministério e Ministériodas Finanças das Finanças Fonte: AMECOFonte: e AMECOMinistério e Ministériodas Finanças das Finanças

MINISTÉRIOMINISTÉRIO DAS FINANÇAS DAS FINANÇAS 6 6 Fonte: INE, Banco de Portugal e Ministério das Finanças Fonte: AMECO e Ministério das Finanças

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar 2. ENDIVIDAMENTO2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO EXTERNO ENORME ENORME AcumulaçãoAcumulação de deelevados elevados níveis níveis de dedívida dívida por por famílias famílias e e

2. ENDIVIDAMENTOas empresas EXTERNO ENORME 110 Intervenção do Ministro de Estado as empresas e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Acumulação de elevados níveis de dívida por famílias e as empresas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Endividamento crescente do setor privado Endividamento externo crescente Intervenção do administrador Endividamento crescente do setor privado Endividamento externo crescente da AICEP Endividamento crescente do setor privado Endividamento externo crescente António de Almeida Lima DívidaDívida dos Particulares dos Particulares e Empresas e Empresas não Financeiras não Financeiras DívidaDívida externa externa bruta brutaportuguesa portuguesa Intervenção do Comissário-Geral Em percentagemEm percentagem do PIB do PIB Em percentagemEm percentagem do PIB do PIB de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil 160 160 250 250 Miguel Horta e Costa HouseholdsHouseholds (*) (*)Non-financialNon-financial Corporations Corporations 140 140 Intervenção do Primeiro-Ministro 200 200 Pedro Passos Coelho 120 120 Intervenção do Ministro de Estado 150 150 e dos Negócios Estrangeiros 100 100 e Europeus de França Alain JUPPÉ 100 100 80 80 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças 50 50 60 60 Vítor Gaspar

Intervenção do 40 40 0 0 Secretário-Geral do MNE 2000 20012000 20022001 20032002 20042003 20052004 20062005 20072006 20082007 20092008 20102009 2010 1999 2000199920012000200220012003200220042003200520042006200520072006200820072009200820102009 2010 António de Almeida Ribeiro (*) Dívida(*) financeiraDívida financeira Fonte: BancoFonte: deBanco Portugal de Portugal Fonte: BancoFonte: deBanco Portugal de Portugal

MINISTÉRIOMINISTÉRIO DAS FINANÇAS DAS FINANÇAS 7 7 (*) Dívida financeira Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal

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3. CRESCIMENTO ANÉMICO E BAIXA PRODUTIVIDADE 111 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Condições insuficientes para promover o crescimento económico

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral – Restrições ao controlo de empresas por de Portugal para as comemorações capital estrangeiro – Insuficiente atração de investimento direto do Ano de Portugal no Brasil estrangeiro Miguel Horta e Costa – Proteção de vários setores da economia Intervenção do Primeiro-Ministro – Acumulação de capital no setor dos bens e Pedro Passos Coelho – Fracas condições ao desenvolvimento da atividade serviços não transacionáveis Intervenção do Ministro de Estado empresarial e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França – Rigidez do mercado de trabalho – Falta de concorrência em vários setores Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de – Deficiente funcionamento do sistema de – Baixos níveis de inovação Estado e das Finanças justiça Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

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112 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Programa de Assistência Económica e Financeira Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Programa de ajustamento acordado com o FMI, CE e BCE Pedro Reis Programa de ajustamento acordado com o FMI, CE e BCE em Abril de 2011 em Abril de 2011 Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Intervenção do Comissário-Geral . O Programa de Assistência Económica Envelope financeiro de Portugal para as comemorações •• O Programa de Assistência Económica e Financeira Envelope financeiro do Ano de Portugal no Brasil a Portugal cobree Financeira as necessidades a Portugal de financiamento cobre as MilMil milhõesmilhões de de euros euros Miguel Horta e Costa das Administraçõesnecessidades Públicas entrede financiamento 2011 e meados das Total Desembolsado1 3ª Tranche2 Intervenção do Primeiro-Ministro de 2014. Administrações Públicas entre 2011 e Pedro Passos Coelho EFSM 26 14.1 2.7 •• O envelope meadosfinanceiro detotaliza 2014 78.000. M3 em Intervenção do Ministro de Estado 3 EFSF 26 6.0 2.7 e dos Negócios Estrangeiros empréstimos, incluindo 12.000 M destinados à e Europeus de França recapitalização. do setor bancário. IMF 26 10.3 2.7 Alain JUPPÉ O envelope financeiro totaliza 78.000 •• Cada desembolsoM€ em depende empréstimos do resultado, incluindoda Total 78 30.4 8.0 Intervenção do Ministro de 1. Emissões líquidas Estado e das Finanças avaliação trimestral12.000 daM €missão destinados técnica sobre à a 2.1 AEmissões desembolsar líquidas até ao final de Janeiro de 2012 Fonte: IGCP Vítor Gaspar execução dorecapitalização programa do setor bancário. 2 A desembolsar até ao final de Janeiro de 2012 Fonte: IGCP Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro . Cada desembolso depende do Após a 2ª avaliação trimestral a execução do Após a 2ª avaliação trimestral a resultado da avaliação trimestral da programa foi considerada em linha com os execução do programaobjetivos foi considerada missão técnica sobre a execução do em linha com os objectivos programa. Mais informação disponível em FMI: http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2011/cr11363.pdf Comissão_Europeia:_http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/Mais informação disponível em occasional_paper/2011/pdf/ocp89_en.pdfFMI: http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2011/cr11363.pdf Comissão_Europeia:_http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/occas ional_paper/2011/pdf/ocp89_en.pdf

Negócios Estrangeiros MINISTÉRIO| Seminário Diplomático DAS | Edição FINANÇAS digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140 10 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

113 Intervenção do Ministro de Estado Resposta aos maiores desafios da economia portuguesa e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador PILAR OBJETIVO da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral Retoma de uma trajetória sustentável para as finanças públicas de Portugal para as comemorações • Redução do rácio da dívida pública em percentagem do PIB a partir de 2013 do Ano de Portugal no Brasil Consolidação • Miguel Horta e Costa •• Medidas de consolidação com base em aumento de receita e orçamental diminuição de despesas, com maior peso nos cortes de despesa Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho •• Vasto conjunto de medidas orçamentais de natureza estrutural

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Estabilização do sistema financeiro Alain JUPPÉ Estabilidade •• Medidas para reduzir as vulnerabilidades do setor bancário e a dependência do financiamento junto do Eurosistema Intervenção do Ministro de financeira Estado e das Finanças •• Reforço da liquidez e solvência dos bancos, através de rácios de capital Vítor Gaspar mais elevados e de um fundo de suporte à recapitalização

Intervenção do •• Reforço do quadro de supervisão e de regulação Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Transformação estrutural profunda com vista a Transformação aumentar o crescimento do produto potencial estrutural •• Programa de privatizações •• Remoção dos obstáculos ao adequado funcionamento de uma economia de mercado aberto em Portugal

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114 Intervenção do Ministro de Estado Processo de consolidação orçamental já em curso... e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações •• Contração da atividade económica em 2011 inferior do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa às expetativas (estimativa de 1,6% que compara com Intervenção do Primeiro-Ministro O valor Pedro Passos Coelho 2,2% previstos no programa)

Intervenção do Ministro de Estado défice e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França orçamental •• Evolução da receita fiscal não evidencia Alain JUPPÉ deterioração Intervenção do Ministro de para 2011 Estado e das Finanças Vítor Gaspar ficará abaixo •• Cobrança coerciva de impostos acima dos objetivos Intervenção do Secretário-Geral do MNE de 4% do PIB António de Almeida Ribeiro •• Transferência parcial para o Estado dos fundos de

pensões da banca em cerca de 6.000M€

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115 Intervenção do Ministro de DéficeEstado doDéfice 3º trimestre do 3º trimestre de 2011 de abaixo 2011 abaixodos 4% dos 4% e dos Negócios EstrangeirosDéfice orçamental em contas nacionais – evolução trimestral Paulo Sacadura Cabral Portas Em percentagemDéfice orçamental do PIB em contas nacionais – evolução trimestral Intervenção do Presidente da AICEP Em percentagem do PIB Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP 9,0 António de Almeida Lima 7,7 Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho 3,8

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ ?

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar Q1 Q2 Q3 Q4 Intervenção do Secretário-Geral do MNE Fonte: INE António de Almeida Ribeiro MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 13

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116 Intervenção do Ministro de Estado Sucesso da privatização da EDP e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Sucesso da privatização da EDP

Intervenção do Presidente da AICEP Exemplo das oportunidades de negócio em Portugal Pedro Reis Oportunidades Dados relevantes Processo de privatização Intervenção do administrador identificadasOportunidades da AICEP António de Almeida Lima identificadas Dados relevantes Processo de privatização 4 Bidders internacionais Intervenção do Comissário-Geral EBITDA, 9M2011 de Portugal para as comemorações 4 biders internacionais do Ano de Portugal no Brasil •• 1. Europa1 Europa Miguel Horta e Costa . 2 América Latina Canal de 20% Intervenção do Primeiro-Ministro •• 2. América1 Ásia Latina Pedro Passos Coelho Canal de internaciinternacionaliona- •• 1 Ásia Intervenção do Ministro de Estado Venda de 21,35% do capital zação e dos Negócios Estrangeiros lização à e Europeus de França 40% China Three Gorges Alain JUPPÉ Venda. Receita de 21,35% total do de capi 2.693Mtal € com um prémio de 42,6% Intervenção do Ministro de à Chinapor Thr açãoee Gor1 ges Estado e das Finanças 20% 19% Vítor Gaspar . Investimento de 2.000M€ •• Receitaaté total2015 de em 2.693M€ parques Intervenção do com um prémio de 42,6% Secretário-Geral do MNE Maior plano hídrico da Europa eólicos António de Almeida Ribeiro por. ação Acesso a Maior plano hídrico da Europa Financiamento garantido de 2.000M€ através de Acessknow-howo a 3º maior player mundial em energia eólica •• Investimento de 2.000M€ até especializado 3º maior player mundial em energia eólica 2015entidades em parques bancárias eólicos know-how Best Electric Utility Worldwide em 2010 e 2011 chinesas Best Electric Utility Worldwide em 2010 e 2011 •• Financiamento garantido especializado de 2.000M€ através de 1 Em relação à cotação de fecho da semana anterior à apresentação da proposta vinculativa entidades bancárias chinesas Fonte: EDP – Investor Presentation, November 2011; Ministério das Finanças

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 14 Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

117 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Consolidação orçamental Paulo Sacadura Cabral Portas ReduçãoRedução significativa significativa do défice do estrutural défice estrutural em 2011 eme 2012 2011 e 2012 Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Em percentagemEm percentagem do PIB do PIB Redução significativa do défice estrutural em 2011 e 2012 Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima (*) (*) DDéficeéfice global globalDéfice global Défice estruturalDDéficeéfice estrutural estrutural (*) Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros 10,1 9,8 10,1 9,8 10,9 10,9 e Europeus de França 9,6 9,6 Alain JUPPÉ 7,1 7,1 Intervenção do Ministro de 4,5 4,5 Estado e das Finanças 4,0 4,0 2,9 2,9 Vítor Gaspar

Intervenção do 2009 20102009 20112010(e) 20122011(p) (e) 20122009(p) 20102009 20112010(e) 20122011(p) (e) 2012 (p) Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro (*) Défice corrigido do (*)efeito Défice do ciclocorrigido económico do efeito e dedo outrosciclo económico efeitos de ecurto de outros prazo efeitos de curto prazo (*) Défice corrigido do efeito do ciclo económico e de outros efeitos de curto prazo (e) Estimativa(e) Estimativa (e) Estimativa (p) Previsão(p) Previsão (p) Previsão Fonte: MinistérioFonte: Ministériodas FinançasFonte: das Ministério Finanças das Finanças

MINISTÉRIO DAS FINANÇASMINISTÉRIO DAS FINANÇAS 16 16

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118 Intervenção do Ministro de Estado Esforço de ajustamento em 2012 maioritariamente do lado da despesa e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Esforço de ajustamento em 2012 maioritariamente do lado Intervenção do administrador da AICEP da despesaEm percentagem do PIB António de Almeida Lima Em percentagem do PIB Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil 6 Miguel Horta e Costa 1,7 5,3 5 Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho 4 0,5 3,5 Intervenção do Ministro de Estado 0,2 e dos Negócios Estrangeiros 3 0,6 e Europeus de França 0,8 Alain JUPPÉ 2 1,4 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças 1 Vítor Gaspar 0 Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

Fonte: Ministério das Finanças

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119 Intervenção do Ministro de Estado Principais reformas estruturais nas finanças públicas e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP •• Melhoria do controlo orçamental em todos os níveis da Administração Pública António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral •• Imposição de sanções pelo não cumprimento dos limites de despesa de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil •• Reestruturação do Setor Empresarial do Estado Miguel Horta e Costa •• Controlo e possível renegociação dos contratos de Parcerias Público-Privadas Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho •• Redução e simplificação das estruturas da Administração Pública Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros •• Execução de um programa de privatizações ambicioso e Europeus de França Alain JUPPÉ – REN – TAP – CTT Intervenção do Ministro de – Caixa Seguros – ANA – AdP Estado e das Finanças Vítor Gaspar – GALP – RTP

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

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120 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros - Estabilidade Financeira Paulo Sacadura Cabral Portas Intervenção do Presidente da AICEP - Transformação Estrutural Pedro Reis Finanças públicasFinanças equilibradas públicas equilibradas Intervenção do administrador da AICEP - Portugal Não Pode Falhar, Portugal Não Falhará António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Finanças públicas equilibradas do Ano de Portugal no Brasil Saldo orçamental dasSaldo Administrações orçamental Públicas das Administrações Públicas Diminuição da dívida Diminuiçãopública da dívida pública Miguel Horta e Costa Saldoperto doorçamental equilíbrio dasperto Administrações do equilíbrio Públicas perto do equilíbrio Diminuição da dívida pública

Intervenção do Primeiro-Ministro Saldo orçamental Saldo orçamental Dívida pública Dívida pública Pedro Passos Coelho Em percentagem do PIB Em percentagem do PIB Em percentagem do PIB Em percentagem do PIB

2010 2011 2012 20102013 20112014 20122015 2013 1202014 2015 120 Intervenção do Ministro de Estado 0,0 0,0 e dos Negócios Estrangeiros 110 110 e Europeus de França -2,0 -2,0 Alain JUPPÉ 100 100 -4,0 -4,0 Intervenção do Ministro de 90 90 Estado e das Finanças -6,0 -6,0 Vítor Gaspar 80 80 -8,0 -8,0 Intervenção do 70 70 Secretário-Geral do MNE -10,0 -10,0 60 60 António de Almeida Ribeiro Overall balance StructuralOverall balance balance (1) Structural balance (1) 2010 2011 2012 20102013 20112014 20122015 2013 2014 2015 -12,0 -12,0 (1) Saldo corrigido do efeito do (1)cicloSaldo e de corrigidooutros efeitos do efeito de curto do ciclo prazo e de outros efeitos de curto prazo Fonte: Ministério das Finanças Fonte: Ministério das Finanças Fonte: Ministério das Finanças Fonte: Ministério das Finanças (1)Saldo corrigido do efeito do ciclo e de outros efeitos de curto prazo Fonte: Ministério das Finanças Fonte:MINISTÉRIO Ministério DAS das FINANÇAS Finanças MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 22 22

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121 Intervenção do Ministro de Estado Eliminação do défice externo e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Eliminação do défice externo Intervenção do administrador Em percentagem do PIB da AICEP Em percentagem do PIB António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

Fonte: Ministério das FinançasFonte: Ministério das Finanças

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Retoma Retomada trajetória da trajetória de crescimento de crescimento 122 Intervenção do Ministro de Estado Retoma da trajetória de crescimento e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Crescimento económicoCrescimento sustentado económico sustentado Criação de empregoCriação de emprego Intervenção do administrador Crescimento económico sustentado Criação de emprego da AICEP António de Almeida Lima Crescimento do CrescimentoPIB do PIB Taxa de desempregoTaxa de desemprego Taxa de crescimentoTaxa anual de crescimento anual Percentagem Percentagem Intervenção do Comissário-Geral 3 3 15 15 de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil 14 14 2 2 Miguel Horta e Costa 13 13

Intervenção do Primeiro-Ministro 1 1 12 12 Pedro Passos Coelho 11 11 0 0 Intervenção do Ministro de Estado 2010 2011 20102012 20112013 20122014 20132015 2014 10 2015 10 e dos Negócios Estrangeiros 9 9 -1 -1 e Europeus de França 8 8 Alain JUPPÉ -2 -2 7 7

Intervenção do Ministro de 6 6 Estado e das Finanças -3 -3 2010 2011 20102012 20112013 20122014 20132015 2014 2015 Vítor Gaspar Fonte: Ministério das Finanças Fonte: Ministério das Finanças Intervenção do Secretário-Geral do MNE Fonte: Ministério dasFonte: Finanças Ministério das Finanças Fonte: Ministério dasFonte: Finanças Ministério das Finanças António de Almeida Ribeiro MINISTÉRIO DAS FINANÇASMINISTÉRIO DAS FINANÇAS 24 24

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123 Intervenção do Ministro de Estado Crescimento económico: importância da agenda de transformação estrutural e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Amplo conjunto de reformas estruturais Transformação estrutural Intervenção do administrador da economia portuguesa da AICEP António de Almeida Lima •• Privatizações

Intervenção do Comissário-Geral •• Abertura ao investimento de Portugal para as comemorações •• Medidas de liberalização do controlo das empresas do Ano de Portugal no Brasil estrangeiro e aos Miguel Horta e Costa •• Concorrência, ex. redução de rendas em setores Consolidação protegidos da concorrência internacional desafios da concorrência Intervenção do Primeiro-Ministro orçamental internacional Pedro Passos Coelho •• Mercado de trabalho e estabilidade Intervenção do Ministro de Estado •• Educação e formação e dos Negócios Estrangeiros financeira e Europeus de França •• Localização atrativa para Alain JUPPÉ como condições •• Energia necessárias… investir e trabalhar Intervenção do Ministro de •• Telecomunicações e serviços postais Estado e das Finanças Vítor Gaspar •• Transportes •• Integração plena no Intervenção do •• Outros serviços Secretário-Geral do MNE Mercado Único Europeu António de Almeida Ribeiro … mas não •• Mercado de habitação suficientes •• Sistema judicial •• Desenvolvimento de uma •• Contratação Pública cultura de estabilidade •• Enquadramento da atividade empresarial

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124 Intervenção do Ministro de Estado Portugal não pode falhar, Portugal não falhará e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Crise como uma oportunidade de mudança

Intervenção do administrador positiva que conduz a um novo patamar de progresso da AICEP económico António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa •Amplo consenso Intervenção do Primeiro-Ministro •Portugal protagonizou interno, político Pedro Passos Coelho um caso de e social, sobre a Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sucesso na segunda necessidade de e Europeus de França metade do Séc. xx ajustamento Alain JUPPÉ Portugal vai emergir Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças •A história prova como um país diferente •Apoio dos nossos Vítor Gaspar que conseguimos parceiros Intervenção do grandes feitos internacionais Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro quando enfrentamos para garantir desafios nacionais financiamento até 2014

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O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS 125 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas 1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL Intervenção do Presidente da AICEP Falta de disciplina orçamental Pedro Reis 1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL Intervenção do administrador da AICEP Falta de disciplina orçamental António de Almeida Lima

Intervenção do Comissário-Geral Saldos Orçamentais previstos e observados de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Em percentagem do PIB Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

Fonte: INE e Ministério das FinançasFonte: INE e Ministério das Finanças Nota: Os valores previstos paraNota: os saldos Os valores orçamentais previstos correspondem para os saldos aos orçamentais reportados correspondem nas atualizações aos reportadosdos PEC nas atualizações dos PEC

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O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS 126 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros 2. ENDIVIDAMENTO2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO CRESCENTEEXTERNO CRESCENTE Paulo Sacadura Cabral Portas 2.Níveis ENDIVIDAMENTO muitoNíveis EXTERNO elevados muito CRESCENTE elevados das necessidades das necessidades de financiamento de financiamento Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Níveisda economia muitoda economia elevados das necessidades de financiamento da economia

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima A deterioraçãoA deterioraçãoda posição de da investimento posição de investimento …conduziu Portugal…conduziu à pior Portugal posição à piorentre posição os entre os Intervenção do Comissário-Geral A deterioração da posição de investimento internacional… …conduziu Portugal à pior posição entre os países da área do Euro de Portugal para as comemorações internacional…internacional… países da áreapaíses do Euro da área do Euro do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Posição de investimentoPosição de internacional investimento internacional Posição de investimentoPosição de internacional investimento em internacional 2010 em 2010 Em percentagemEm do percentagem PIB do PIB Em percentagemEm do percentagem PIB do PIB Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho 40 40 Portugal Portugal 20 20 Intervenção do Ministro de Estado Ireland Ireland e dos Negócios Estrangeiros 0 0 Greece Greece

e Europeus de França -20 -20 Spain Spain Alain JUPPÉ Italy Italy -40 -40 France France Intervenção do Ministro de -60 -60 Estado e das Finanças Austria Austria -80 General Government-80 General Government Finland Finland Vítor Gaspar Financial Sector Financial Sector Non-financial corporations andNon Households-financial corporations and Households Netherlands Netherlands -100 -100 Monetary Authorities Monetary Authorities Intervenção do Net Foreign Assets Position Net Foreign Assets Position Germany Germany -120 -120 Secretário-Geral do MNE 1999 2000 2001 20021999 20032000 20042001 20052002 20062003 20072004 20082005 20092006 20102007 2008 2009Belgium2010 Belgium

António de Almeida Ribeiro -150 -100 -150 -50 -100 0 -50 50 0 100 50 100

Nota: No caso da Irlanda,Nota: No a PII caso refere-se da Irlanda, a 30 ajunhoPII refere-se de 2010 a 30 junho de 2010 Fonte: Banco de Portugal Nota: No caso da Irlanda, a PII refere-se a 30 junho de 2010 Fonte: Banco de PortugalFonte: Banco de Portugal Fonte: AMECO, BancoFonte: de AMECO,Portugal eBanco FMI de Portugal e FMI Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI MINISTÉRIO DAS FINANÇASMINISTÉRIO DAS FINANÇAS 32 32

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O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS 127 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas 3. CRESCIMENTO ANÉMICO E BAIXA PRODUTIVIDADE Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Fraco desempenho da economia portuguesa Intervenção do administrador 3. CRESCIMENTO ANÉMICO E BAIXA PRODUTIVIDADE da AICEP António de Almeida Lima Fraco desempenho da economia portuguesa Intervenção do Comissário-Geral PIB – Portugal e alguns parceiros europeus, 2000 = 100 de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa PIB – Portugal e alguns parceiros europeus, 2000 = 100

Intervenção do Primeiro-Ministro 150 Pedro Passos Coelho Germany Ireland Greece Spain Intervenção do Ministro de Estado 140 France Italy e dos Negócios Estrangeiros EA -17 Portugal No período e Europeus de França 1999-2010, o Alain JUPPÉ 130 PIB de No período 1999- Intervenção do Ministro de Portugal 2010, o PIB de Estado e das Finanças 120 cresceu a uma Portugal cresceu Vítor Gaspar taxa média a uma taxa média 110 Intervenção do anual de 1%, o anual de 1%, o que Secretário-Geral do MNE que compara compara com 1,4% António de Almeida Ribeiro 100 com 1,4% na na área do euro área do euro 90 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Fonte: Eurostat

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O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS 128 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros As característicasAs características dos desequilíbrios dos desequilíbrios de Portugal de Portugal não são não são Paulo Sacadura Cabral Portas Asúnicas características únicas dos desequilíbrios de Portugal não são únicas Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Diversos paísesDiversos têm dívida países pública têm dívida elevada… pública elevada……bem como elevado…bem como nível elevadode dívida nível externa de dívida externa Intervenção do Comissário-Geral Diversos países têm dívida pública elevada… …bem como elevado nível de dívida externa de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Dívida pública emDívida 2010 pública em 2010 Dívida externa brutaDívida em externa 2010 bruta em 2010 Miguel Horta e Costa Em percentagemEm do percentagemPIB do PIB Em percentagemEm do percentagemPIB do PIB Malta Malta Intervenção do Primeiro-Ministro United States United States Austria Austria Pedro Passos Coelho Spain Spain France France Greece Greece

Intervenção do Ministro de Estado Germany Germany Finland Finland e dos Negócios Estrangeiros United Kingdom United Kingdom France France e Europeus de França Portugal Portugal Austria Austria Alain JUPPÉ Ireland Ireland Portugal Portugal Intervenção do Ministro de Belgium Belgium Belgium Belgium Estado e das Finanças United States United States Netherlands Netherlands Vítor Gaspar Italy Italy United Kingdom United Kingdom

Intervenção do Greece Greece Ireland Ireland Secretário-Geral do MNE 0 50 0 10050 150100 150 0 200 400 0 600200 800400 1000600 1200800 1000 1200 António de Almeida Ribeiro Nota: A dívida bruta Nota:da Irlanda A dívida refere-se bruta daa 30 Irlanda de Junho refere-se de 2010 a 30 de Junho de 2010 Fonte: AMECO Nota: A dívida bruta da Irlanda refere-se a 30 de Junho de 2010 Fonte: AMECO Fonte: AMECO Fonte: AMECO, BancoFonte: de PortugalAMECO, e Banco FMI de Portugal e FMI Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI MINISTÉRIO DAS FINANÇASMINISTÉRIO DAS FINANÇAS 34 34

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CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL 129 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Ajustamento orçamental previsto no Programa para 2012

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Ajustamento orçamental previsto no Programa para 2012 Intervenção do administradorEm percentagem do PIB da AICEP António de Almeida Lima Em percentagem do PIB Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações 10,0 do Ano de Portugal no Brasil 9,0 Miguel Horta e Costa 8,0 Intervenção do Primeiro-Ministro 0,7 Pedro Passos Coelho 7,0 0,5 0,5 Intervenção do Ministro de Estado 6,0 3,0 e dos Negócios Estrangeiros 5,0 e Europeus de França Alain JUPPÉ 4,0

Intervenção do Ministro de 3,0 5,9 Estado e das Finanças 2,0 4,5 Vítor Gaspar 1,0 Intervenção do Secretário-Geral do MNE 0,0 António de Almeida Ribeiro Défice Medidas (1) Juros Cenário Esforço de Défice 2011 temporárias Macroecon. ajustamento 2012

(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de caráter temporário

(1) Montante de despesaFonte: permanente Ministério coberta das Finanças por receitas de caráter temporário Fonte: Ministério das Finanças

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CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL 130 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Esforço de ajustamento adicional previsto no Orçamento do Estado de 2012

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Esforço de ajustamento adicional previsto no Orçamento Em percentagem do PIB Intervenção do Comissário-Geral do Estado de 2012 de Portugal para as comemorações Em percentagem do PIB Previsão inicial do Ano de Portugal no Brasil Esforço adicional Miguel Horta e Costa previsto no OE 2012 10,0 Intervenção do Primeiro-Ministro 0,8 Pedro Passos Coelho 9,0 0,2 0,7 2,3 Intervenção do Ministro de Estado 8,0 0,5 e dos Negócios Estrangeiros 7,0 e Europeus de França Alain JUPPÉ 6,0 3,2 3,0

Intervenção do Ministro de 5,0 Estado e das Finanças 4,0 0,5 Vítor Gaspar 3,0 Intervenção do 4,5 Secretário-Geral do MNE 2,0 4,0 António de Almeida Ribeiro 1,0

Estimativa0,0 preliminar Défice Medidas Juros Cenário Esforço de Défice 2011 temporárias (1) Macroecon. ajustamento 2012

(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de caráter temporário (1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de carácter temporário Fonte:Fonte: Ministério Ministério dasdas Finanças Finanças

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ESTABILIDADE FINANCEIRA 131 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas O processo de desalavancagem está em curso, assim

Intervenção do Presidente da AICEP como o reforço do capital dos bancos Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Processo de desalavancagem

Intervenção do Comissário-Geral •• Manutenção de um fluxo apropriado de financiamento à economia, em particular ao setor exportador de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil •• Revisão periódica dos planos de financiamento dos bancos Miguel Horta e Costa O processo de desalavancagem está em curso, assim Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Reforço do capitalcomo dos bancos o reforço do capital dos bancos

Intervenção do Ministro de Estado •• Consistência da abordagem de Portugal com a legislação europeia Rácios entre crédito e recursos de e dos Negócios Estrangeiros . Processo de desalavancagem Ráciosclientes, entre Bancos crédito domésticose recursos de clientes, Bancos e Europeus de França •• Lei da Recapitalização Bancária aprovada no Parlamento Percentagem Alain JUPPÉ – Manutenção de um fluxo apropriado de domésticos financiamento à economia, em particular ao Intervenção do Ministro de setor exportador Estado e das Finanças – Revisão periódica dos planos de financiamento Vítor Gaspar dos bancos Intervenção do Próximos desafios Secretário-Geral do MNE 1. Requisitos do BdP: Rácio .de CoreReforço Tier do1 de capital 9% (final dos bancos 2011) e 10% António de Almeida Ribeiro – Consistência da abordagem de Portugal com a Rácio crédito - recursos de clientes (final 2012) Rácio crédito - recursos de clientes legislação europeia Rácio crédito líquido de imparidade - recursos de clientes 2. Requisitos da EBA: Rácio de Core– LeiTier da 1 Recapitalizaçãode 9% (Junho 2012) Bancária + buffer aprovada no 3. Impacto da transferência parcial dosParlamento fundos de pensões dos bancos e do programa especial de inspeções on-site Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal Próximos desafios 1. Requisitos do BdP: Rácio de Core Tier 1 de 9% (final 2011) e 10% (final 2012) 2. Requisitos da EBA: Rácio de Core Tier 1 de 9% (Junho 2012) + buffer Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro3. de 2012Impacto | p. 107 - 140 da transferência parcial dos fundos de pensões dos bancos e do programa especial de inspeções on-site

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 39 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

132 Intervenção do Ministro de Estado The Portuguese measures are aligned with the e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas European strategy Intervenção do Presidente da AICEP The Portuguese measures are aligned with the Aggregated shortfall required Pedro Reis European strategy by country, million Euros Aggregated shortfall required Intervenção do administrador da AICEP by country, million Euros António de Almeida Lima •• The European Banking. AuthorityThe European (EBA) Banking published Authority a formal(EBA) published a formal Recommendation, and theRecommendation, final figures, relatedand the to final banks’ figures, recapitalization related to banks’ Intervenção do Comissário-Geral recapitalization needs. The aggregated shortfall amounts to 114.7bn de Portugal para as comemorações needs. The aggregated shortfall amounts to 114.7bn Euros. do Ano de Portugal no Brasil Euros. Miguel Horta e Costa •• Banks will be required to strengthen their capital positions by building up an exceptional and. temporaryBanks will capitalbe required buffer to strengthen against sovereigntheir capital debt positions by building up Intervenção do Primeiro-Ministro exposures to reflect marketan exceptional prices as at and the temporary end of September. capital buffer against sovereign debt Pedro Passos Coelho exposures to reflect market prices as at the end of September. Intervenção do Ministro de Estado •• In addition, banks will be required to establish an exceptional and e dos Negócios Estrangeiros temporary buffer such. thatIn addition,the Core banks Tier will 1 capitalbe required ratio to establishreaches ana level exceptional of and e Europeus de França 9% by the end of June 2012temporary. buffer such that the Core Tier 1 capital ratio reaches a Alain JUPPÉ level of 9% by the end of June 2012. Intervenção do Ministro de •• Sales of sovereign bonds will not alleviate the buffer requirement to be Estado e das Finanças achieved by June 2012.. Sales of sovereign bonds will not alleviate the buffer requirement Vítor Gaspar to be achieved by June 2012.

Intervenção do •• Pursuant to the Recommendation, the national authorities will require Secretário-Geral do MNE banks to submit, by 20th. Pursuant January, to their the Recommendation, plans detailing the the national actions authorities they will require António de Almeida Ribeiro intend to take to reach thebanks set targets.to submit, by 20th January, their plans detailing the actions they intend to take to reach the set targets.

Source: EBA Communication, 08 December 2011

Source: EBA Communication, 08 DecemberMINISTÉRIO 2011 DAS FINANÇAS 40

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

133 Intervenção do Ministro de Estado Transformação Estrutural e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Reformas estruturais já executadas (1/2) NÃO EXAUSTIVO Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis PRINCIPAIS PROGRESSOS Intervenção do administrador •• Redução do número de cargos dirigentes em 27% (-1712) e do número de estruturas em 38% (-137) da AICEP Administração •• Apresentação do Documento Verde da Reforma da Administração Local (Sector empresarial, Organização António de Almeida Lima pública do Território, Gestão Municipal e Democracia Local) Intervenção do Comissário-Geral •• Diminuição das tarifas de terminação móvel em 22%, que deverão descer 64% (acumulados) até final de 2012 de Portugal para as comemorações Telecomunicações do Ano de Portugal no Brasil •• Conclusão do leilão de radiofrequências para prestação de serviços de comunicações móveis de 4ª geração Miguel Horta e Costa •• Apresentação do Plano Estratégico dos Transportes, com um conjunto de reformas na rede e infra-estrutura Intervenção do Primeiro-Ministro dos sectores rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo Pedro Passos Coelho Transportes •• Em curso a reestruturação das empresas de Transportes (cash flow operacional neutro no final de 2012) Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros •• Alteração da nova lei de arrendamento urbano e simplificação do processo de despejo Mercado da e Europeus de França •• Simplificação do regime de reabilitação urbana Alain JUPPÉ habitação •• Atualização dos valores patrimoniais tributários dos imóveis (a concluir até final de 2012) Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças •• Apresentação de um relatório com um conjunto de medidas concretas para redução das pendências em Vítor Gaspar tribunais •• Elaboração da proposta de Lei sobre custas judiciais Intervenção do •• Implementação da lei de Arbitragem Secretário-Geral do MNE Sistema judicial António de Almeida Ribeiro •• Proposta de alteração do Código de Insolvência e recuperação de empresas, com enfoque na celeridade, simplificação e na criação de fase extra-judicial de recuperação •• Preparação de alteração ao Código do Processo Civil •• Reforma do sistema de gestão dos tribunais e lançamento do novo mapa judicial

•• Aceleração da liberalização do mercados de eletricidade e gás Energia •• Redução de rendas e aumento da concorrência

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134 Intervenção do Ministro de Estado Transformação Estrutural e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas Reformas estruturais já executadas (2/2) NÃO EXAUSTIVO Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis PRINCIPAIS PROGRESSOS Intervenção do administrador •• Eliminação de direitos especiais do Estado e de Golden Shares da AICEP •• Privatização EDP António de Almeida Lima Abertura da economia •• Revisão da Lei Quadro das Privatizações Intervenção do Comissário-Geral •• Preparação de legislação sobre Ativos Estratégicos de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil •• Proposta de reforma do subsídio de desemprego em discussão na Concertação Social Miguel Horta e Costa Mercado de •• Alterações ao regime do despedimento Intervenção do Primeiro-Ministro trabalho •• Redução da compensação por cessação do contrato de trabalho (para 20 dias/ano), com objectivo de reduzir Pedro Passos Coelho até à média da UE (8-12dias/ano de trabalho)

Intervenção do Ministro de Estado •• Liberalização do acesso e exercício de profissões e serviços regulados e dos Negócios Estrangeiros Outros serviços e Europeus de França •• Simplificação dos encargos administrativos das empresas (reforço do balcão único e do licenciamento zero) Alain JUPPÉ •• Redução do preço dos medicamentos (preço máximo dos genéricos e revisão dos países de referência) Intervenção do Ministro de •• Controlo da prescrição de medicamentos e MCDT Estado e das Finanças Serviço Nacional •• Redução da margem das farmácias e distribuidores Vítor Gaspar de Saúde •• Publicação de guidelines clínicas Intervenção do •• Promoção do uso de genéricos Secretário-Geral do MNE •• Revisão das taxas moderadoras António de Almeida Ribeiro •• Operacionalização de um tribunal especializado em Competição, Regulação e Supervisão Concorrência e •• Revisão da Lei da Concorrência – consulta pública concluída, proposta final em conclusão regulação •• Proposta de reforço da independência dos principais reguladores de acordo com melhores práticas internacionais

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135 Intervenção do Ministro de Estado A transformação estrutural está em curso... e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas A transformaçãoA transformação estrutural estrutural está em está curso... em curso... Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Melhoria doMelhoria nível de do qualificação nível de qualificação das gerações das geraçõesmais novas mais novas

Intervenção do administrador da AICEP OO aumento aumento do níveldoO aumentonível de escolaridade de escolaridade do nível das degerações escolaridade das mais jovens… das… tem permitido… temtem aproximar permitido permitido aproximar a aproximarqualificação a qualificação a qualificação do capital humano à dos António de Almeida Lima gerações maisgerações jovens… mais jovens… do capital humanoparceirosdo capital à europeus dos humano parceiros à dos europeus parceiros europeus Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações PercentagemPercentagem da população da que população completou que o completouPercentagem o Percentagem da população da com população ensino com ensino do Ano de Portugal no Brasil ensino superiorensino por gruposuperior etário por grupo etário superior no gruposuperior etário no dosgrupo 25-34 etário anos dos em 25-34 anos em Miguel Horta e Costa Percentagem Percentagem 2009 2009 Intervenção do Primeiro-Ministro 60 60 60 60 Pedro Passos Coelho 50 50 1999 2009 1999 502009 50 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros 40 40 40 40 e Europeus de França 30 30 30 30 Alain JUPPÉ

20 20 Intervenção do Ministro de 20 20 Estado e das Finanças 10 10 10 10 Vítor Gaspar

0 0 0 0 Intervenção do 25-64 25-34 25-6435-44 25-3445-54 35-4455-64 45-54 55-64 Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

Fonte: OCDE - "EducationFonte: OCDEat a Glance - "Education 2011" at a Glance 2011" Fonte: OCDE - “Education at a Glance 2011” Fonte: OCDE - “Education at a Glance 2011” MINISTÉRIO DAS FINANÇASMINISTÉRIO DAS FINANÇAS 44 44

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136 Intervenção do Ministro de Estado A transformação estrutural está em curso... e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas A transformaçãoA transformação estrutural estrutural está em estácurso... em curso... Intervenção do Presidente da AICEP Posição dePosição destaque de nosdestaque níveis nosde qualificação níveis de qualificação mais avançados mais avançados Pedro Reis

Intervenção do administrador Portugal ocupaPortugal uma posição ocupa cimeirauma posição entre oscimeira entre os Algumas escolasAlgumas portuguesas escolas estão portuguesas entre as estão entre as da AICEP Portugalpaíses ocupaeuropeus umapaíses emposição termoseuropeus cimeira de emconclusãoentre termos os países de conclusão de Algumas escolas portuguesas estão entre as melhores do mundo melhores do mundomelhores do mundo António de Almeida Lima europeusdoutoramentos em termosdoutoramentos de conclusão de doutoramentos

Intervenção do Comissário-Geral Estudantes queEstudantes completaram que ocompletaram doutoramento o doutoramento Posição em 2011Posição nos rankings em 2011 dasnos escolasrankings de das escolas de de Portugal para as comemorações percentagem percentagem do Ano de Portugal no Brasil em 2009, em 2009, gestão do Financialgestão Times do Financial Times Miguel Horta e Costa Portugal Portugal Intervenção do Primeiro-Ministro Finlandia Finlandia Pedro Passos Coelho Alemanha Alemanha Eslováquia Eslováquia #33 Escola de Negócios#33 Escola Europeia de Negócios Europeia #65 Mestrado em# Gestão65 Mestrado em Gestão Intervenção do Ministro de Estado Áustria Áustria e dos Negócios Estrangeiros #45 Formação de#45 executivosFormação de executivos UE 21 UE 21 e Europeus de França Países Baixos Países Baixos Alain JUPPÉ França França Intervenção do Ministro de Eslovénia Eslovénia Estado e das Finanças Irlanda Irlanda #39 Escola de Negócios#39 Escola Europeia de Negócios Europeia Vítor Gaspar Bélgica Bélgica #2 e #61 Mestrado#2 em e #61 Gestão Mestrado(1) em Gestão(1) Espanha Espanha #65 Formação de#65 executivosFormação de executivos Intervenção do Secretário-Geral do MNE Estónia Estónia (1) O Mestrado na posição(1) O Mestrado #2 (CEMS) na é posição oferecido #2 por(CEMS) uma redeé oferecido de por uma rede de 0 1 0 2 1 3 2 3 António de Almeida Ribeiro escolas europeias daescolas qual a NOVAeuropeias SBE da faz qual parte a NOVA SBE faz parte

Fonte:Fonte: OCDEOCDE -- "Education“EducationFonte: at atOCDE a a GlanceGlance - "Education 2011"2011” at a Glance 2011" Fonte: Rankings FinancialFonte:Fonte: Times RankingsRankings – Business Financial Financial Education Times Times – –Business RankingsBusiness Education Education Rankings Rankings

MINISTÉRIO DAS FINANÇASMINISTÉRIO DAS FINANÇAS 45 45

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137 Intervenção do Ministro de Estado A transformação estrutural está em curso... e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do PresidenteA da AICEPtransformação estrutural está em curso... Pedro Reis Diversificação geográfica das exportações portuguesas Intervenção do administrador Diversificação geográfica das exportações portuguesas da AICEP António de Almeida Lima Pesos no total em percentagem

Intervenção do Comissário-Geral Intra - UE15 de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil PALOP Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro EUA 2000 Pedro Passos Coelho OPEP 2010 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Brasil e Europeus de França EFTA Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Canadá Estado e das Finanças Vítor Gaspar Japão

Intervenção do Outros Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro 0 20 40 60 80 EFTA: Islândia, Noruega, Liechtenstein, Suíça PALOP: Angola, Cabo-Verde,EFTA: Guiné-Bissau, Islândia, Noruega, Moçambique Liechtenstein, e São SuíçaTomé e Príncipe UE-15: Áustria, Bélgica, Dinamarca,PALOP: Angola, Finlândia, Cabo-Verde, França, Alemanha,Guiné-Bissau, Grécia, Moçambique Irlanda, Itália, e São Luxemburgo,Tomé e Príncipe Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido Fonte: INE UE-15: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido Fonte: INE MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 46

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138 Intervenção do Ministro de Estado Portugal foi bem sucedido em ajustamentos passados e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Portugal foi bem sucedido em ajustamentos passados Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Portugal é um caso paradigmático de ajustamentos rápidos e bem sucedidos em democracia Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Balança corrente Programas de do Ano de Portugal no Brasil ajustamento em Em percentagem do PIB Portugal Miguel Horta e Costa NoN opassado, passado, o o 6 ajustamentoajustamento foifoi Intervenção do Primeiro-Ministro 4 efetuadoefetuado sobretudosobretudo Pedro Passos Coelho 2 pelopelo setor setor privadoprivado Intervenção do Ministro de Estado 0 e dos Negócios Estrangeiros 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 Atualmente, o setor e Europeus de França -2 Alain JUPPÉ Atualmente,público também o setor -4 públicoajustará também de forma Intervenção do Ministro de -6 ajustará de forma Estado e das Finanças significativa -8 significativa Vítor Gaspar -10 Intervenção do Secretário-Geral do MNE -12 António de Almeida Ribeiro -14

Fonte: Banco de Portugal

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 47

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139 Intervenção do Ministro de Estado RespostaResposta Respostarápida rápida do do setorrápida setor privado do privado setor no ajustamentoprivadono ajustamento no ajustamento e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP No anterioranterior programa programaNo anterior de ajustamentode ajustamento programa (83-84), de (83-84), ajustamento o o (83-84),Em 2009, o o setorEmEm 2009, privado2009, oo setor começousetor privado privado o começouprocesso começou o processo o processo de ajustamento (mas …) António de Almeida Lima setor privado privado ajustou ajustousetor de privado formade forma rápida ajustou rápida de forma rápida de ajustamentode (mas ajustamento …) (mas …)

Intervenção do Comissário-Geral Taxa de crescimentoTaxa anualde crescimento anual Necessidades deNecessidades Financiamento de por Financiamento Setor Institucional por Setor, Institucional, de Portugal para as comemorações Percentagem Percentagem em percentagem emdo PIBpercentagem do PIB do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa 12,0 12,0 12 12

10 10 10,0 10,0 Intervenção do Primeiro-Ministro 8 8 Pedro Passos Coelho 8,0 8,0 6 6 6,0 6,0 Intervenção do Ministro de Estado 4 4 e dos Negócios Estrangeiros 4,0 4,0 e Europeus de França 2 2 Alain JUPPÉ 2,0 2,0 0 0

0,0 0,0 -2 -2 Intervenção do Ministro de 1979 1980 1981 1982197919831980198419811985198219861983198719841988198519891986 1987 1988 1989 Total economy Total economyNon-financial private sectorNon-financial private sector -4 -4 Estado e das Finanças -2,0 -2,0 Financial sector Financial sectorGeneral Government General Government Vítor Gaspar Private consumption Private Publicconsumption consumption Public GDPconsumption GDP-6 -6 ( residents) ( residents) Intervenção do 2004 2005 2006 2004 2007 2005 2008 2006 2009 2007 2010 2008 2009 2010 Secretário-Geral do MNE Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal António de Almeida Ribeiro Fonte: Banco de PortugalFonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de PortugalFonte: Banco de Portugal MINISTÉRIO DAS FINANÇASMINISTÉRIO DAS FINANÇAS 48 48

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140 Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

140 Intervenção do Ministro de Estado Successful adjustment processes are possible without a devaluation process, as e dos Negócios Estrangeiros Paulo Sacadura Cabral Portas shown by Latvia’s experience Intervenção do Presidente da AICEP Pedro Reis Successful adjustment processes are possible without a

Intervenção do administrador devaluation process, as shown by Latvia’s experience da AICEP António de Almeida Lima Strong implementation of the budget Intervenção do Comissário-Geral . Strong implementation of the budget de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil •• Fiscal adjustment over– 16%Fiscal of GDP adjustment since end over 2008 16% of GDP Miguel Horta e Costa •• Two-thirds of the adjustmentsince on end expenditure 2008 side Intervenção do Primeiro-Ministro – Two-thirds of the adjustment on Pedro Passos Coelho expenditure side

Intervenção do Ministro de Estado Financial sector stabilization e dos Negócios Estrangeiros . Financial sector stabilization e Europeus de França •• Restructuring of Parex Banka and MLB Alain JUPPÉ – Restructuring of Parex Banka and •• Strengthen of supervision MLBand regulation Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças – Strengthen of supervision and

Vítor Gaspar regulation Intervenção do Internal adjustment for competitiveness Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro •• Wage flexibility. Internal adjustment for competitiveness •• Enhancement of productivity – Wage flexibility •• Gains in competitiveness – Enhancement of productivity – Gains in competitiveness

Source: European Commision, “The Adjustment in Latvia”

Source: European Commision, “The Adjustment in Latvia”

Negócios Estrangeiros | Seminário DiplomáticoMINISTÉRIO | Edição digital, DAS Ano I. n.ºFINANÇAS 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140 49 Intervenção do Secretário-Geral do MNE

António de Almeida Ribeiro 142 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Intervenção do Secretário-Geral do MNE Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP António de Almeida Ribeiro Pedro Reis

Intervenção do administrador da AICEP António de Almeida Lima Cabe-me a honra de hoje encerrar mais uma edição do Seminário Diplomático, uma tradição que se cumpre há já dezasseis Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações anos, e cuja utilidade me parece incontestável, ao permitir, não só o reencontro entre colegas que em muitos casos apenas se do Ano de Portugal no Brasil reveem uma vez por ano, mas também, e sobretudo, para em conjunto debatermos alguns dos temas mais importantes e prio- Miguel Horta e Costa ritários que nos ocuparão ao longo dos próximos doze meses. Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho Não menos importante este ano é o facto de o Seminário ter lugar pouco tempo depois do início de um novo ciclo político em Intervenção do Ministro de Estado Portugal, tendo-nos dado a oportunidade de ouvir as intervenções dos Senhores Primeiro-Ministro e Ministro de Estado e das e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Finanças, bem como a do Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que transmitiu as principais linhas de polí- Alain JUPPÉ tica externa para 2012 e definiu os principais pontos em que a diplomacia portuguesa tem de se concentrar. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças O Seminário permitiu-nos ainda tomar conhecimento e debater outros temas da nossa agenda e projetos que estão no nosso Vítor Gaspar horizonte mais imediato, como é o caso do Ano de Portugal no Brasil, um paradigma inovador no qual a vertente sociedade Intervenção do Secretário-Geral do MNE civil desempenhará um papel de relevância. António de Almeida Ribeiro A presença do Ministro Alain Juppé foi igualmente um momento alto deste nosso encontro, refletindo a importância que damos ao relacionamento com um dos principais Estados-membros da UE, a quem nos unem laços muito especiais, desde logo pela presença de uma vastíssima comunidade portuguesa espalhada por todo o país e de um fluxo de comércio e níveis de investi- mento particularmente relevantes para Portugal.

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Coincide também o presente evento com um período crítico para Portugal, durante o qual se torna imprescindível o contri- 143 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros buto e a solidariedade de todos. É o próprio futuro da nação que está em jogo, e só o esforço e empenho de todos e de cada Paulo Sacadura Cabral Portas um permitirão ultrapassar as presentes dificuldades. Acreditar no nosso futuro como nação, não é só um dever, é um desígnio Intervenção do Presidente da AICEP que todos queremos prosseguir. Pedro Reis

Intervenção do administrador A diplomacia económica deve ser um conceito dinâmico. É consabido que a recuperação económica do nosso país passa fun- da AICEP António de Almeida Lima damentalmente pela prossecução do aumento sustentado das exportações e por atrair mais investimento estrangeiro.

Intervenção do Comissário-Geral É preciso consagrarmos mais tempo e emprestarmos imaginação e esforço ao objetivo crucial de colocar mais produtos nacio- de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil nais no estrangeiro, aumentando índices de exportações, de promover contatos com empresários e empresas, associações e Miguel Horta e Costa organizações empresariais, participações em seminários, promoção de road-shows, conferências e outro tipo de eventos desta Intervenção do Primeiro-Ministro natureza, serão encarados como muito importantes, além de serem essenciais para a avaliação do desempenho de cada um. É Pedro Passos Coelho fundamental criar oportunidades, abrir perspetivas, analisar potencialidades nos vários mercados em que a nossa rede diplo- Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros mática e consular está inserida. Muito se tem feito neste domínio, mas é preciso fazer ainda mais e melhor. e Europeus de França Alain JUPPÉ Nunca é demais recordar a propósito que a promoção da marca Portugal no exterior passa também pela exportação da ima- Intervenção do Ministro de gem de um Portugal político, social e cultural, que suscite interesse nos nossos interlocutores estrangeiros, que entusiasme os Estado e das Finanças Vítor Gaspar seus empresários a investir aqui, que persuada as autoridades em causa a criar condições para que as nossas empresas e os nossos produtos possam afirmar-se nos respetivos mercados. Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro Liga-se com esta ideia a articulação com a AICEP, num novo quadro institucional recentemente aprovado, não pretendendo, no entanto, repetir aquilo que já hoje aqui ouvimos de responsáveis bem mais qualificados do que eu para o fazer.

Justamente por todos querermos que este novo modelo funcione e cumpra os propósitos que estiveram na base da sua criação, julgo essencial que a articulação funcional a nível das embaixadas seja assegurada da melhor forma possível.

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Nesse sentido, é essencial que os delegados da AICEP, a partir daqui plenamente integrados nas estruturas das embaixadas e 144 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros consulados, se articulem e cooperem plenamente com o chefe de missão com quem devem planear o estabelecimento de prio- Paulo Sacadura Cabral Portas ridades e objetivos para cada país e cada mercado. De igual modo, será estabelecido um novo tipo de relacionamento insti- Intervenção do Presidente da AICEP tucional entre MNE e AICEP a nível central, qualitativamente superior, sendo muito relevante o fato de termos um embaixa- Pedro Reis dor colocado como vice-presidente do Conselho de Administração, esperando-se que num futuro próximo possa fazer-se um Intervenção do administrador da AICEP intercâmbio de funcionários de ambas as instituições colocados em diferentes níveis das respetivas estruturas, com o objetivo António de Almeida Lima de facilitar a ligação e a articulação mútuas. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações Pretende-se criar progressivamente uma cultura que temos de cultivar a todos os níveis da carreira diplomática, nomeadamente do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa nas camadas mais jovens e nos futuros adidos, a quem é fundamental incutir a importância do setor económico no exercício

Intervenção do Primeiro-Ministro das funções diplomáticas, cabendo ao IDI nesta matéria um papel destacado. Pedro Passos Coelho Com efeito, na ausência de meios significativos ao nosso dispor, é absolutamente imprescindível criar sinergias e otimizar os Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros recursos existentes, trabalhando em conjunto, naturalmente salvaguardando o papel específico desempenhado por cada um, e Europeus de França mas cabendo ao embaixador a coordenação, a realização de contatos ao nível adequado, muitas vezes da maior utilidade para Alain JUPPÉ se alcançarem objetivos que, de outra forma, seriam mais difíceis ou mesmo impossíveis de atingir. Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar As embaixadas deverão cada vez mais estar ao serviço dos empresários e das empresas portuguesas, que nelas podem pro- curar apoio, um conselho, ou a facilitação de um simples contato. As empresas precisam de sentir que os embaixadores e as Intervenção do Secretário-Geral do MNE embaixadas podem ser úteis para os seus objetivos, para explorar novos mercados e novas oportunidades. Este é um objetivo António de Almeida Ribeiro para nós absolutamente prioritário. Igualmente os nossos empresários precisam de melhor conhecer a estrutura portuguesa, o âmbito e as condições da sua atuação, e o alcance da sua influência para melhor poderem dela se socorrer.

Não quero com isto dizer que os embaixadores portugueses não cumpram já este desiderato, praticando aquilo a que se tem designado “diplomacia económica”. O que quero é sublinhar a relevância da diplomacia económica, para a qual o MNE tem

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de contribuir dando um efetivo valor acrescentado, sob pena de nos arriscarmos a ficar irrelevantes numa matéria fundamen- 145 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros tal para Portugal. Paulo Sacadura Cabral Portas

Intervenção do Presidente da AICEP Referi no início da minha intervenção a difícil situação que o país atravessa e a necessidade de todos colaborarmos com a nossa Pedro Reis participação no esforço nacional de saneamento das finanças públicas. Intervenção do administrador da AICEP Também aqui o MNE não poderá ficar fora deste esforço coletivo, tendo já sido tomadas, ou estando em vias de ser tomadas, António de Almeida Lima uma série de decisões que acabam por afetar a generalidade dos postos e dezenas de funcionários, praticamente abrangendo Intervenção do Comissário-Geral todos os níveis e todas as carreiras do Ministério. de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Tenho perfeita noção de que se trata de medidas em muitos casos penalizadoras e que frequentemente provocam sério trans- torno à vida de cada um, e mesmo ao funcionamento de muitos postos, que de repente se veem privados de meios importantes Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho que tinham ao seu dispor.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Posso assegurar-vos que nenhuma destas medidas foi tomada de ânimo leve, tendo havido plena consciência das consequên- e Europeus de França cias graves que em muitos casos elas iriam implicar. Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Infelizmente, porém, não havia, nem há, qualquer outra alternativa que pudesse ser adotada. Sendo necessário cumprir inte- Estado e das Finanças gralmente o orçamento atribuído ao MNE, foi preciso rever todas as despesas dentro do teto que nos foi atribuído e que sofreu Vítor Gaspar um considerável corte pelas razões que são do domínio público. Acresce que, ao contrário do que se passou em anos anterio- Intervenção do Secretário-Geral do MNE res, não serão expetáveis quaisquer reforços por parte do Ministério das Finanças ao longo de 2012. Esta é a realidade pura e António de Almeida Ribeiro dura e é fundamental que todos tenham dela plena consciência.

Também aqui, só com o esforço de todos poderemos alcançar os objetivos que somos obrigados a cumprir. E só com a boa vontade e a compreensão de todos o conseguiremos atingir. Sei que é o caso porque conheço a capacidade de lealdade e de dedicação à causa pública dos diplomatas e de todos os funcionários deste Ministério.

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É pois, para este quadro muito difícil de forte contenção e de limitações, que peço o vosso compromisso individual e, sobre- 146 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros tudo, a vossa total colaboração. É absolutamente incontornável fazer cortes nas despesas a todos níveis e fazê-lo desde o pri- Paulo Sacadura Cabral Portas meiro momento, única forma de afastar o risco de terem de ser tomadas outras medidas complementares ainda mais gravosas Intervenção do Presidente da AICEP do que aquelas que são já hoje conhecidas. Pedro Reis

Intervenção do administrador Ainda assim, gostaria de mencionar que está prevista a realização de um concurso para adidos a ter lugar no decurso de 2012. da AICEP António de Almeida Lima Há também intenção de retomar as negociações com vista a um novo estatuto da carreira diplomática, tal como o Senhor Ministro anunciou recentemente, procurando-se que o novo diploma reflita as adaptações que o tempo mostrou serem neces- Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações sárias, sem ao mesmo tempo esquecer o objetivo de dignificar a carreira diplomática, elemento que naturalmente não pode do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa deixar de estar presente em todo este exercício.

Intervenção do Primeiro-Ministro Será, igualmente, lançado um movimento diplomático nos termos previstos no estatuto da carreira, ainda que sem a dimensão Pedro Passos Coelho que normalmente teria, se não existissem os presentes constrangimentos. Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Antes de terminar, julgo fazer sentido uma breve referência ao nosso primeiro ano de mandato como membro não permanente Alain JUPPÉ do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que representou um dos mais significativos desafios que a diplomacia portu- Intervenção do Ministro de guesa enfrentou em 2011, e continuará a enfrentar até final de 2012. Estado e das Finanças Vítor Gaspar Visto de Lisboa a avaliação deste primeiro ano de mandato é globalmente muito positiva. Intervenção do Secretário-Geral do MNE Presidimos até aqui a três órgãos subsidiários do Conselho – Comités de Sanções à Líbia e à Coreia do Norte e Tribunais – e António de Almeida Ribeiro participámos ativamente nas discussões sobretudo das questões africanas e dos temas politicamente mais controversos rela-

cionados com a primavera Árabe. A atribuição da presidência do Comité de Sanções à Líbia resultou aliás do reconhecimento – por todos – do nosso perfil e do papel construtivo que desempenhamos no Conselho.

Este primeiro ano de mandato culminou praticamente com a nossa presidência do Conselho, em novembro , que, julgo, reforçou a nossa imagem e credibilidade no sistema das Nações Unidas. Apesar da escassa margem de manobra de qualquer membro em

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impor uma agenda, Portugal conseguiu realizar dois eventos de sua iniciativa – os debates sobre Novos Desafios à Segurança 147 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e sobre Métodos de Trabalho do Conselho. Ambos cobriram questões politicamente muito atuais na agenda internacional e Paulo Sacadura Cabral Portas prioritárias na nossa campanha para o Conselho de Segurança. Tivemos uma participação a nível político nos debates regu- Intervenção do Presidente da AICEP lares sobre Timor-Leste e sobre a Proteção de Civis. Juntamente com o Brasil, conseguimos objetivamente aumentar a visibi- Pedro Reis lidade política da CPLP nos debates do Conselho de Segurança, tendo a Presidência angolana discursado, por diversas vezes, Intervenção do administrador da AICEP em português. António de Almeida Lima O início do segundo ano de mandato e a entrada de cinco novos membros no Conselho, constituem o momento ideal para Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações avaliar se todos os objetivos que nos propusemos estão a ser cumpridos e se podemos, eventualmente, introduzir melhorias. do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa Revendo os procedimentos de funcionamento à luz da experiência deste ano achamos, na Secretaria de Estado, que podemos

Intervenção do Primeiro-Ministro melhorar a circulação de informação entre Nova Iorque, Lisboa e os restantes postos; valorizar a informação a que temos Pedro Passos Coelho acesso estando no Conselho e usar mais eficazmente a nossa presença no CSNU para valorizar as nossas embaixadas junto Intervenção do Ministro de Estado dos países membros do Conselho e dos países cujas situações constam da sua agenda. Naturalmente é fundamental ter o input e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França dos nossos postos nesta análise. Alain JUPPÉ Um balanço final deste nosso mandato no Conselho não passará apenas pela avaliação do que dissemos e fizemos enquanto Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças membros do CS. Passará, sobretudo, por definir o que é que fica deste mandato – para a Missão em Nova Iorque, para o Minis- Vítor Gaspar tério, para a diplomacia portuguesa e para a nossa política externa em geral. Intervenção do Secretário-Geral do MNE Outros desafios virão para além do Conselho de Segurança, e deve ser destacada a campanha em curso para o Conselho de António de Almeida Ribeiro Direitos Humanos, para a qual desde já renovo o pedido de acompanhamento de muito perto por parte de todos os chefes de missão, especialmente nos casos em que ainda não tenha sido confirmado o apoio para a eleição. Sugestões e recomendações sobre esta matéria serão igualmente bem-vindas e serão avaliadas em função da evolução da campanha e da necessidade de se atuar sempre e quando for necessário.

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149 Uma palavra final para recordar que amanhã terá lugar um Seminário sobre Política Consular, organizado e presidido pelo 148 Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, e para o qual chamo desde já a vossa atenção, já que tratará de Paulo Sacadura Cabral Portas temas particularmente relevantes não apenas para os chefes de postos consulares. Contamos com a presença de vós, assim Intervenção do Presidente da AICEP como a dos colegas cônsules que se encontrem neste período em Lisboa. Pedro Reis

Intervenção do administrador Assumi há pouco mais de duas semanas a função de Secretário-Geral. Quero desde já colocar-me, e à minha equipa, à inteira da AICEP António de Almeida Lima disposição, sendo para mim fundamental manter com todos um diálogo estreito e regular sobre as matérias que estão sob a minha área de competência. Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasil Miguel Horta e Costa

Intervenção do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de França Alain JUPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar

Intervenção do Secretário-Geral do MNE António de Almeida Ribeiro

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