REDE DE AVALIAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES PARTICIPATIVOS

RELATÓRIO ESTADUAL DE AVALIAÇÃO MUNICÍPIOS DO

Pesquisador responsável RS: Regina Maria Pozzobon

Coordenação geral: IPPUR/UFRJ – Rede Observatório das Metrópoles REDE DE AVALIAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES PARTICIPATIVOS

Relatório Estadual de Avaliação dos Planos Diretores Participativos do Estado do Rio Grande do Sul

Pesquisadora responsável pela coordenação da pesquisa: Regina Maria Pozzobon

E­mail e telefone de contato: rmpozzobon@via­rs.net e (61) 82114140

Estado: Rio Grande do Sul

Municípios analisados: , , , Bagé, Balneário Pinhal, Bento Gonçalves, , , Canela, , , , Cruz Alta, , , , Gravataí, Ijuí, , , Lajeado, , , , , Rosário do Sul, , Santa Maria, Santa Rosa, , Santiago, Santo Antonio da Patrulha, São Leopoldo, São Luiz Gonzaga, São Marcos, São Sepé, , , , Tramandaí, Triunfo, .

Estudos de Caso: Bagé e Porto Alegre.

2 EQUIPE DE TRABALHO

COORDENAÇÃO EXECUTIVA DA PESQUISA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL:

Regina Maria Pozzobon – pesquisadora responsável pelo Estado do Rio Grande do Sul, membro do conselho diretor da ONG CIDADE – Centro de Assessoria e Estudos Urbanos.

João Farias Rovati ­ coordenador do Programa de Pós­Graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ­ PROPUR /UFRGS, gestão 2007­ 2009.

Maria Etelvina B. Guimaraens – Mestre em Planejamento Urbano e Regional ­ PROPUR / UFRGS.

PESQUISADORES:

Ana Luísa S. de Carvalho (Cachoerinha, São Marcos) Andrea Teichmann Vizzotto (Lagoa Vermelha, Lajeado, Santana do Livramento) Antonio Tarcísio da Luz Reis (Santa Maria) Caroline Kuhn (Porto Alegre) Cristiano Müller (Balneário Pinhal, Rosário do Sul) Claudio Ugalde (Alvorada, Esteio) Daniela Oliveira Tolfo (Gravataí, ijuí) Débora Bécker (Caxias do Sul, Erechim) Denise Bonat Pegoraro (Frederico Westphalen, Santa Rosa, Tramandaí) Eber Pires Marzulo (Campo Bom, São Leopoldo, São Sepé) Ecléa Morais (Triunfo) Geisa Rorato (Novo Hamburgo, Santiago) Karla F. Moroso (Canela, São Luiz Gonzaga, Vacaria) Leandro M. V. Andrade (Charqueadas, Cruz Alta, Sapucaia do Sul) Letícia Castilhos Coelho (Arroio dos Ratos, Ivoti, Nova Santa Rita) Maria Etelvina B. Guimaraens (Bagé) Maria da Graça Ilgenfritz (Canoas, Santo Antonio da Patrulha, Soledade) Maria Tereza F. Albano (Bento Gonçalves, Santa Cruz do Sul) Michelle Farias Sommer (Alegrete, Passo Fundo, Taquara)

APOIO: Bruno Cesar F. de Mello Carolina Ribeiro de Oliveira

3 Agradecimentos

Esta pesquisa é fruto do trabalho de várias pessoas e instituições, cujo apoio e esforços foram fundamentais para sua realização.

Um agradecimento muito especial pelo apoio e trabalho dedicado à pesquisa, sem o qual não teria sido possível sua concretização, para:

Professor João Farias Rovati, na época coordenador do Programa de Pós­Graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ­ PROPUR /UFRGS, e a Maria Etelvina Bergamaschi Guimaraens, que me ajudaram a coordenar a execução dos trabalhos;

Isabel Barrios, do Ministério Público Estadual, que nos possibilitou o acesso aos textos de lei dos planos diretores dos 42 municípios;

Karla Moroso, Cristiano Müller, do COHRE, e Daniela Tolfo, do CIDADE, pelo apoio logístico nas atividades realizadas;

4 A todos os representantes das diversas entidades e instituições que acolheram a idéia e participaram na construção solidária da Rede Estadual de Avaliação e Capacitação dos Planos Diretores Participativos;

Aos pesquisadores pelo esforço concentrado e dedicado, na corrida contra tempo tão escasso;

E, por fim, ao Orlando Alves dos Santos Júnior, coordenador nacional da pesquisa, e à Mariana Alves, pela atenção dedicada às minhas dúvidas e pedidos ao longo desse período.

Lista de Quadros

Quadro 1 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisadoscom menos de 20 mil habitantes

Quadro 2 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, de 20 a 50 mil habitantes.

Quadro 3 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, de 50 a 100 mil habitantes.

Quadro 4 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, de 100 a 500 mil habitantes.

Quadro 5 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, com mais de 500 mil habitantes.

5 Lista de Tabelas

Tabela 1 ­ Grupo de municípios do Rio Grande do Sul por número de habitantes – 1980 a 2007.

Tabela 2 ­ Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, segundo população, área, taxa de crescimento, densidade demográfica e ano de inclusão na RMPA.

Tabela 3 ­ Aglomerações urbanas do Rio Grande do Sul, segundo população total, taxa de crescimento e taxa de urbanização.

Tabela 4 ­ Evolução do PIB do Rio Grande do Sul e do Brasil 2002 a 2008.

Tabela 5 ­ Estrutura do valor adicionado bruto, a preço básico corrente, por setores de atividade do RS ­ 2002 a 2006.

Tabela 6 – Municípios com menos de 20 mil habitantes, segundo data de aprovação do Plano Diretor, população, localização COREDE e tipologia.

Tabela 7­ Municípios com menos de 20mil habitantes, segundo número de domicílios permanentes, déficit e inadequação habitacional – 2000.

Tabela 8 ­ Municípios com menos de 20 mil habitantes, segundo o índice de Gini e incidência de pobreza.

6 Tabela 9 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005.

Tabela 10 ­ Estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005.

Tabela 11 – Municípios de 20 a 50 mil habitantes, segundo data de aprovação do Plano Diretor, população, localização COREDE e tipologia.

Tabela 12 – Municípios entre 20 e 50 mil habitantes, segundo número de domicílios permanentes, déficit e inadequação habitacional – 2000.

Tabela 13 ­ Municípios entre 20 e 50 mil habitantes, segundo o índice de Gini e incidência de pobreza, 2000/2003.

Tabela 14 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita, dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005.

Tabela 15 ­ Estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005.

Tabela 16 – Municípios de 50 a 100 mil habitantes, segundo data de aprovação do Plano Diretor, população, localização COREDE e tipologia.

Tabela 17 – Municípios de 50 a 100 mil habitantes, segundo número de domicílios permanentes, déficit e inadequação habitacional – 2000.

Tabela 18 ­ Municípios entre 50 e 100 mil habitantes, segundo o índice de Gini e incidência de pobreza, 2000/2003. Tabela 19 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita, dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005.

Tabela 20 ­ Estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005

Tabela 21 – Municípios, segundo data de aprovação do Plano Diretor, população, localização COREDE e tipologia.

Tabela 22 – Municípios de 100 a 500 mil habitantes, segundo número de domicílios permanentes, déficit e inadequação habitacional – 2000.

Tabela 23 ­ Municípios de 100 a 500 mil habitantes, segundo o índice de Gini e incidência de pobreza, 2000/2003.

Tabela 24 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005

7 Tabela 25 ­ Estrutura do Valor Adiconado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005

Tabela 26 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005

Tabela 27 ­ Estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005

Tabela 28 – Estabelecimento da Função Social da Propriedade nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional.

Tabela 29 – Formas de Controle do Uso e Ocupação do Solo nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional.

Tabela 30 – Definição do Perímentro Urbano e das Regras de Parcelamento do Solo, nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional.

Tabela 31 – Definição de Coeficientes de Aproveitamento, de Conceitos de Subutilização, Não Utilização e Terreno Vazio, e, de Políticas para o Zoneamento proposto nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional.

Tabela 32 – Instituição de ZEIS OU AEIS nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional.

Tabela 33 – Instituição de Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional.

Tabela 34 – Plano Diretor e a Integração de Políticas Setoriais Urbana nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional.

8 Sumário

Introdução ...... 09

I – Caracterização do Estado ...... 11

A. Ocupação do Território ...... 11 B. COREDES e Regiões Funcionais de Planejamento ...... 13 C. População ...... 14 D. Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA e Aglomerações Urbanas no Estado do Rio Grande do Sul ...... 16

9 E. Participação na Economia ­ PIB total e PIB percapita ...... 20

II – Síntese da Avaliação dos Planos Diretores dos Municípios Selecionados ...... 24

A. Informações Gerais dos Municípios Avaliados ...... 25

A.1 – Municípios até 20 mil habitantes ...... 26

A.2 – Municípios de 20 a 50 mil habitantes ...... 29

A. 3 – Municípios de 50 a 100 mil habitantes ...... 35

A. 4 – Municípios de 100 a 500 mil habitantes ...... 39

A. 5 – Municípios com mais de 500 mil habitantes ...... 43

B – Acesso à Terra Urbanizada ...... 45

C ­ Acesso a Serviços e Equipamentos (Habitação, Saneamento ambiental, Transporte e Mobilidade) ...... 55

C.1­ Do Plano Diretor e a Integração de Políticas Públicas ...... 55 C.2 ­ O Plano Diretor e a Política de Habitação ...... 56 C.3 ­ O Plano Diretor e a Política de Saneamento Ambiental ...... 57 C.4 ­ O Plano Diretor e a Política de Mobilidade e Transporte ...... 57 C.5 ­ O Plano Diretor e a Política de Meio Ambiente ...... 58 C.6 ­ O Plano Diretor e a Política Metropolitana ...... 58

D – Sistema de Gestão e Participação Democrática ...... 59

III – Estudos de Caso ...... 62

IV – Bibliografia Consultada ...... 72

Anexo 1 – Quadro Existência ou Previsão de Conselho da Cidade ou similar. Anexo 2 ­ Quadros Existência de Conselho da Cidade ou similar, e suas definições de caráter, total de membros e a composição por categoria e conselhos setoriais existentes no município, por faixa de população. Anexo 3 – Municípios do estado do Rio Grande do Sul, por número de lei, data de criação e município de origem.

10 Introdução

Este relatório apresenta uma síntese dos resultados obtidos na pesquisa sobre planos diretores participativos, no estado do Rio Grande do Sul. Em 2008, por iniciativa do Ministério das Cidades, com a aprovação e participação dos integrantes do Conselho das Cidades, se constituiu uma rede nacional de pesquisa, com o objetivo de avaliar o processo de elaboração ou revisão de 526 Planos Diretores Participativos, e, a partir de estudos de caso, analisar a implementação em 26 municípios. A pesquisa se desenvolveu em todo o território brasileiro, em aproximadamente um terço do total de cerca de 1700 municípios, que elaboraram seus planos diretores, em razão da obrigatoriedade estabelecida pelo Estatuto da Cidade.

No estado do Rio Grande do Sul, de acordo com o Estatuto da Cidade, 125 municípios possuíam a obrigatoriedade de elaborar seus planos diretores até outubro de 2006. Tal processo deveria ocorrer com a participação da sociedade e resultar em planos diretores providos de mecanismos de maior controle social sobre o Estado nas questões relativas ao uso e ocupação do solo, e de poder de decisão da sociedade sobre as políticas públicas relacionadas ao planejamento desses municípios.

Na construção dos planos diretores, diferentes pensamentos e práticas foram propostas e executadas. Os principais temas da pesquisa se referem ao acesso à terra urbanizada e bem localizada para todos, e, aos sistemas municipais de gestão democrática.

Para conhecer melhor essa realidade realizou­se uma pesquisa amostral com 42 municípios gaúchos, com base em critérios e procedimentos estabelecidos em nível nacional e estadual, para a avaliação dos planos diretores concluídos até 2008. Como critério estadual incorporou­ se a regionalização existente no estado, definida a partir dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDES), de forma a construir uma amostra, o mais representativa possível dos municípios gaúchos. Além disso, outros fatores foram levados em consideração, tais como: a existência de processos participativos no município, ou a inclusão de temas relacionados ao meio ambiente, e, ao patrimônio histórico e cultural.

Em dois de julho de 2008 foi realizada uma oficina, com a participação de 22 pessoas, representantes de várias entidades e instituições, para a escolha desses 42 municípios que seriam avaliados. Nessa mesma data, também, foi definida uma coordenação estadual para a Rede de Avaliação e Capacitação de Planos Diretores Participativos no Rio Grande do Sul. Inicialmente esta foi composta por representantes das seguintes entidades e instituições: Associação dos Arquitetos do RS; Caixa Econômica Federal; Ong CIDADE; CMP; COHRE; CONAM; Conselho Estadual das Cidades; ConCidades; FEGAM; IAB; IPHAN­ RS; Ministério Público Estadual; PROPUR/UFRGS; e o pesquisador responsável no RS. Posteriormente houve a agregação de novos membros.

Uma segunda oficina foi realizada no dia 23 de abril de 2009, com a presença de 70 pessoas, representantes dos movimentos populares e das prefeituras (técnicos e governantes) dos municípios envolvidos na pesquisa, em conjunto com pesquisadores. O objetivo desta oficina foi debater e confrontar os resultados encontrados na pesquisa com todos aqueles que vivem a cidade.

11 De maneira sintética, pode­se afirmar que o resultado da pesquisa aponta para a incorporação de diferentes instrumentos e mecanismos definidos no Estatuto da Cidade, porém, para sua aplicação efetiva, na maioria dos municípios, é necessária a regulamentação por lei específica. Além disso, os mecanismos de controle social para a implementação do planejamento e da gestão urbana, mostram, em especial, a fragilidade das estruturas de participação quando instituídas nos textos de várias leis aprovadas.

12 I – Caracterização do Estado1

O Rio Grande do Sul está localizado no extremo meridional do Brasil, apresentando uma população de 10.582.887 habitantes, aproximadamente 6% do total da população brasileira, e uma área de 281.748,5 km2*, que corresponde a 3,32% do território brasileiro.

A ­ Ocupação do Território

As primeiras referências de ocupação do território gaúcho são os núcleos fundados pelos jesuítas, a partir de 1626, que mais tarde, organizariam a estrutura comunitária dos Sete Povos das Missões (1680). Os Sete Povos das Missões foram centros econômicos importantes, voltados à produção de erva­mate, à criação de gado e à extração de couro.

Posteriormente, no século XVIII, a Coroa Portuguesa, com o intuito de garantir a posse e defesa das terras localizadas ao sul de sua colônia, utilizaria uma estratégia de instalação de acampamentos militares e a construção de fortes e presídios, bem como a distribuição de sesmarias a pessoas de prestígio e/ou militares. Até a metade do século XIX, decorrente desse processo de ocupação, se desenvolve uma pecuária voltada à produção de charque, ciclo responsável pela prosperidade do sul do estado e de suas cidades ( e Rio Grande).

1 As informações sobre a caracterização do estado do Rio Grande do Sul foram extraídas do Atlas Socioeconômico Rio Grande do Sul, uma publicação da Secretaria do Planejamento e Gestão do estado do Rio Grande do Sul (SEPLAG).

13 A partir de 1752, migrantes açorianos chegariam ao Rio Grande do Sul, e, se estabeleceriam nas cidades de Rio Grande, , São José do Norte, , Santo Amaro (próximo a ), Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, e Conceição do Arroio (Osório). Estes receberam terras para desenvolver atividades agrícolas, em pequenas propriedades rurais, com o objetivo de abastecer a Colônia, propiciando o surgimento de inúmeros núcleos urbanos nestes locais.

Durante todo o século XIX ocorreria um intenso processo de imigração européia, inicialmente alemã (1824), e posteriormente italiana (1875), localizadas principalmente na região nordeste do estado, tornando esta área mais dinâmica que a sul. Embora ao sul, a pecuária continuasse sendo um forte setor econômico e político. O norte do Estado foi povoado basicamente através da expansão das áreas coloniais alemãs e italianas, e da chegada de novos grupos étnicos.

A colonização européia foi fator determinante de uma maior dinamização da economia do norte do estado. A produção diversificada das pequenas propriedades criou uma distribuição de renda menos concentrada resultando uma rede urbana formada por pequenos núcleos próximos entre si.

A diversificada distribuição da população no estado explica em certa medida, a ocupação de seu território. No sul, predominam as cidades de porte médio, refletindo a atividade extensiva das grandes propriedades que criaram espaços rarefeitos. Nas regiões de pequena propriedade, em especial no norte do estado, o parcelamento da terra gerou uma estrutura político­administrativa mais pulverizada. Esta distribuição fundiária resulta em maior densidade demográfica no norte em contraposição ao sul.

A forma de ocupação do território, em suas diferentes fases, condicionou a formação dos municípios no Rio Grande do Sul. Com as sesmarias e os núcleos açorianos, deu­se início ao processo de divisão do seu território em áreas administrativas. Em 1809 ocorreu a separação da Província de São Pedro em quatro áreas: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha. Desde então a divisão foi se intensificando chegando aos atuais 496 municípios.

No início, o sul do estado tinha uma ocupação mais densa, e apresentava um território mais dividido, com áreas menores, se comparados aos situados no norte, que até 1850 era composto por apenas três municípios: São Borja, Cruz Alta e Santo Antônio da Patrulha. Nessa mesma época, o sul e a região próxima à cidade de Porto Alegre já contavam com dezoito municípios, divisão inalterada até a segunda metade do século XIX, quando o norte também começou a sofrer um processo de fracionamento.

Neste mesmo período, a economia baseada na pecuária iniciava um processo de estagnação, coincidindo com imigração européia, cujos migrantes se estabeleceram em pequenas propriedades no vale dos rios Taquari, Sinos e Caí. Com uma

14 produção, inicialmente, voltada à agricultura de subsistência, foi se transformando, a partir da comercialização do excedente, em uma região bastante dinâmica, apoiada no comércio e na indústria, e, que provocaria a formação de novos e inúmeros núcleos.

O crescimento populacional, o fracionamento das colônias e a chegada de novos grupos étnicos, resultaram na expansão das áreas coloniais para o norte do estado. Em 1900, o sul do estado possuía 23 municípios e, somente 59 anos depois teria uma nova divisão pela emancipação de alguns municípios. Nesse mesmo período, o norte passou de 41 para 128 municípios. Até 1966, o estado criou mais 80 municípios, ficando com 232, assim permanecendo, por força de lei federal, até o início dos anos 80.

Durante a década de 80 surgiram mais 100 municípios, 11 em 1982, 29 em 1987 e 60 em 1988. Finalmente, na década de 90, mais 164 municípios foram criados, 94 em 1992, 40 em 1995 e 30 em 1996, somando então, 497 municípios. Novamente a maioria destas novas sedes encontrava­se no norte do estado, na região do Planalto, ficando o sul praticamente com mesma configuração do início do século XX.

Em 2003, através de liminar do Superior Tribunal Federal, o município de foi extinto e o estado passou a contar com 496 municípios, não alterando mais essa configuração até os dias atuais.

B ­ COREDES e Regiões Funcionais de Planejamento

Os Conselhos Regionais de Desenvolvimento ­ COREDEs, criados oficialmente pela Lei 10.283 de 17 de outubro de 1994, são fóruns de discussão e decisão, que tem por objetivo políticas e ações que visam o desenvolvimento regional, criados com intuito de promover a participação social, combinando diferentes formas de democracia direta com representação pública na formulação e execução de estratégias para o desenvolvimento regional.

Assim, os COREDES são espaços plurais e abertos de construção de parcerias sociais e econômicas, em nível regional, por meio da articulação política dos interesses locais e setoriais em torno de estratégias próprias e específicas de desenvolvimento para as regiões do Rio Grande do Sul.

15 Seus principais objetivos são a promoção do desenvolvimento regional harmônico e sustentável; a integração dos recursos e das ações do governo na região; a melhoria da qualidade de vida da população; a distribuição eqüitativa da riqueza produzida; o estímulo a permanência do homem na sua região; e a preservação e a recuperação do meio ambiente.

A divisão regional, inicialmente composta por 21 regiões, sofreu diversas alterações até 2008, quando o estado passa a contar com 28 Conselhos Regionais de Desenvolvimento. Para fins de planejamento, os COREDEs são agregados em 9 Regiões Funcionais, constituindo­se nas escalas de regionalização do Plano Plurianual 2008­2011.

C ­ População

O Rio Grande do Sul, de acordo com a Contagem da População do IBGE de 2007, apresentou uma população de 10.582.887 habitantes.

População Ano (hab) 1872 434.813 1890 897.455 1900 1.149.070 1920 2.182.713 1940 3.320.689 1950 4.164.821 1960 5.366.720 1970 6.664.891 1980 7.773.837 1991 9.138.670 16 2000 10.187.798 2007 10.582.887

Dos 496 municípios, 335 estão na faixa de menos de 10 mil habitantes quase duplicando o número de municípios em relação a 1980. A população neste grupo de municípios, no entanto, teve apenas um pequeno acréscimo, passando de 12% para 13,5%, no mesmo período. Os 18 municípios com população superior a 100 mil habitantes representam 47,2% da população gaúcha.

Tabela 1 ­ Grupo de municípios do Rio Grande do Sul por número de habitantes – 1980 a 2007 Classes 1980 1991 2000 2007 Município Populaçã Município Populaçã Município População Município Populaçã o o o Total do 333 7.773.83 333 9.138.67 496 10.187.79 496 10582.88 Estado 7 0 8 7 Menos de 170 961.611 163 903.319 333 1.375.944 335 1.432.239 10 mil hab. 10 a 50 mil 128 2.504.88 131 2.693.50 121 2.472.546 120 1.574.373 hab. 8 4 50 a 100 24 1.600.78 23 1.555.04 25 1.733.019 23 2.579.153 mil hab. 6 7 Mais de 11 2.706.55 16 3.086.80 17 4.606.289 18 4.997.122 100 mil 2 0 hab. Fonte: IBGE – Censos Demográficos; Contagem da População 2007

A densidade demográfica no Rio Grande do Sul passou de 36 hab/km², em 2000, para 37,5 hab/km². Apresenta a menor densidade da região Sul, mas acima da brasileira de 21,6 hab/km².

Com uma distribuição da população bastante variada no território gaúcho, tem­se no eixo que liga Porto Alegre a Caxias do Sul a área mais densamente povoada, concentrando grande número de municípios e formando a maior área de continuidade urbana do estado. Dos 27 municípios com mais de 200 hab/km², 19 fazem parte deste eixo; 17 na Região Metropolitana de Porto Alegre ­ RMPA e dois na Aglomeração Urbana do Nordeste ­ AUNE.

As áreas menos povoadas correspondem principalmente às regiões Campos de Cima da Serra, Vale do , Fronteira Oeste e Campanha, que apresentam densidades inferiores a 15 hab/km². Nestas regiões os centros urbanos mais importantes concentram a população regional e estão relativamente isolados. Ao sul predominam as grandes propriedades que constituem a base para o povoamento rarefeito destas regiões, que se caracterizam pelos vazios demográficos.

As regiões Fronteira Noroeste, Produção, Norte, Médio Alto Uruguai e Noroeste Colonial situadas no norte do Estado, apresentam densidades superiores ou bem próximas da média estadual. Em razão dos processos emancipatórios recentes, estas regiões apresentam uma base territorial bastante fragmentada com uma rede urbana formada de núcleos com baixa concentração populacional.

17 O Rio Grande do Sul, de forma progressiva, acompanha a tendência brasileira no crescimento do número de habitantes urbanos. A partir da década de 1950, quando a taxa de urbanização do Estado era de 31,14%, a população gaúcha vem se concentrando nas cidades, tendo o estado atingido em 2000 uma taxa de urbanização de 81,6%. A população urbana do estado Fonte: IBGE, 2000 ultrapassou a rural, ainda na década de 60, mantendo a partir daí um crescimento constante. Em números absolutos, a população rural começa a decrescer na década de 70, permanecendo em queda até 2000, quando atinge 1.874.899 habitantes. Em 1991 atinge número inferior ao de 1940.

Nos municípios com menos de 10 mil habitantes, observa­se que 126 possuem taxa de urbanização inferior a 50%, com população predominantemente rural. Deste grupo 47 municípios apresentam valor inferior a 20%, e apenas 19 tem população urbana superior a 70%, com destaque para os municípios de Minas do Leão com 95,72%, com 95,81%, Balneário Pinhal com 95,54% e Xangri­ lá com 93,01%. , com 2.723 habitantes, na região Noroeste Colonial, é o único município gaúcho que não possui população urbana por ter sua origem em um assentamento rural emancipado em 1995. E, na faixa de 10 mil a 50 mil habitantes encontram­se 121 municípios, dos quais apenas 16 possuem taxa de urbanização inferior a 50%.

Entre 50 mil e 100 mil habitantes situam­se 25 municípios com elevada urbanização. À exceção de Canguçu com 34,39% e Venâncio Aires com 59,11%, todos os demais apresentam taxas superiores a 77%, destacando­se Esteio e Guaíba com 99,89% e 97,51%, respectivamente.

A totalidade dos municípios com mais de 100 mil habitantes apresentam alta urbanização, com destaque para Cachoeirinha e Canoas com 100%. Bagé possui a menor taxa na faixa, com 81,92%.

Entre as regiões do estado, seis apresentam taxas de urbanização acima da média estadual: Vale dos Sinos com 97,85%, Metropolitano Delta do Jacuí com 95,54%, Fronteira Oeste com 89,27%, Paranhana­Encosta da Serra com 86,48%, Serra com 82,72% e Sul com 82,61%. Abaixo da média estão 17 regiões com índices que variam de 77,36% na região Central a 43,87% na região do Médio Alto Uruguai, única região onde a população é predominantemente rural.

D ­ Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA e Aglomerações Urbanas no Estado do Rio Grande do Sul

18 A RMPA foi criada por lei em 1973 e era composta, inicialmente, por 14 municípios. O crescimento demográfico resultante principalmente das migrações, a interligação das malhas urbanas e os processos emancipatórios em período relativamente recente, bem como a necessidade das municipalidades alocarem recursos para impulsionar o desenvolvimento local, fizeram com que novos municípios tenham se integrado à região, totalizando 31 em 2001. A partir deste ano não houve alteração na composição dos municípios integrantes desta Região.

A Região Metropolitana de Porto Alegre é a área mais densa do estado concentrando 37% da população, em 31 municípios. Nela encontram­ se nove entre os 18 municípios do estado com mais de 100 mil habitantes.

A densidade demográfica desta região é de 480,62 hab/km², nela se incluí municípios como Alvorada, Esteio e Porto Alegre, que apresentam as maiores densidades do estado com 2.925,28 hab/km², 2861,66 hab/km² e 2.859,48, respectivamente. Os municípios da RMPA, , São Jerônimo e Triunfo, são os que apresentam menores densidades demográficas de 21,34 hab/km², 21,88 hab/km² e 29,20 hab/km², respectivamente.

Tabela 2 ­ Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, segundo população, área, taxa de crescimento, densidade demográfica e ano de inclusão na RMPA.

19 Fonte: IBGE ­ Censo Demográfico 2000, Contagem da População 2007

Estes municípios apresentam grandes disparidades quanto ao PIB per capita e aos indicadores sociais, refletindo a distribuição desigual de agentes econômicos e de equipamentos urbanos como transporte, saúde, educação, habitação e saneamento. Seu território integra cinco Conselhos Regionais de Desenvolvimento: Metropolitano­Delta do Jacuí, Vale dos Sinos, Paranhana­Encosta da Serra, Centro­ Sul e Vale do Caí.

A RMPA constitui­se em pólo de atração no estado, característica antes restrita a Porto Alegre e cidades mais populosas agora se verifica nas cidades da periferia da região, onde, atraídos pelos preços mais baixos da terra e pelas facilidades de emprego das áreas de expansão econômica, aportam migrantes de todo o Estado.

20 Os municípios de Nova Santa Rita, , e Dois Irmãos apresentaram as taxas mais altas de crescimento no período 1991 a 2000, muito acima da média estadual, estando entre os municípios do Estado que mais cresceram na década. Por outro lado municípios como Canoas, Esteio, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Porto Alegre tiveram crescimento próximo ou abaixo da média estadual, demonstrando inversão de tendência.

A Aglomeração Urbana do Nordeste (AUNE) é constituída de dez municípios com uma população de 664.316 habitantes de acordo com dados da Contagem da População de 2007. Foi instituída através de lei em 1994. Situa­se na região da Serra e é a segunda maior aglomeração urbana do Rio Grande do Sul, destacando­se pela concentração populacional e pelo dinamismo de sua estrutura econômica.

Apresenta como pólo a cidade de Caxias do Sul, maior centro urbano da região e um dos mais populosos do Estado, que estende sua influência aos municípios de Bento Gonçalves, , São Marcos, Garibaldi, , , Nova Pádua, e Santa Teresa. A proximidade entre os municípios da AUNE faz da região um grande pólo comercial e de serviços. Forma com a RMPA um eixo de direção norte­sul que se carateriza pelo grande dinamismo econômico.

A Aglomeração Urbana do Sul possui uma população de 585.579 habitantes. Foi instituída em 1990, inicialmente com Pelotas e Capão do Leão e em dezembro de 2003 foram incluídos os municípios de , Rio Grande e São José do Norte.

Em maio de 2004 foi instituída a Aglomeração Urbana do Litoral Norte. A região possui 266.532 habitantes e é formada pelos municípios de , Balneário Pinhal, Capão da Canoa, , Caraá, Cidreira, Dom Pedro de Alcântara, Imbé, , , Maquiné, , Osório, , , Torres, Tramandaí, Três Cachoeiras, Três Forquilhas e Xangri­lá.

21 Tabela 3 ­ Aglomerações urbanas do Rio Grande do Sul, segundo população total, taxa de crescimento e taxa de urbanização

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000; Contagem da População 2007 OBS.: Os municípios de Arroio do Padre e Itati foram instalados em 2001

22 E ­ Participação na Economia ­ PIB total e PIB percapita

O PIB total gaúcho que em 2002 era de 105.407 milhões de reais, passou para 193.485 milhões em 2008, o que representa 6,82% do total brasileiro, conforme dados de 2007.

Informações recentes do crescimento do PIB mostram as diferenças existentes entre as diversas regiões do estado. Tomando a evolução do PIB no período 1990 a 2002, dos 24 COREDEs, quinze apresentaram evolução superior à média estadual que foi de 2,36% a.a. Entre os que se destacaram estão: Vale do Caí com um crescimento de 4,21%, Produção com 4,16%, Nordeste com 3,92%, Norte 3,45% e Serra com taxas de 3,36%. E, no sentido contrário, os COREDEs que tiveram menor crescimento foram o Litoral com um crescimento negativo de ­1,45%, o Sul com 0,85 e o Missões com 0,94%.

Em relação a distribuição espacial regional, considerando os dados de 2006, percebe­se uma concentração no eixo Caxias do Sul ­ Porto Alegre ­ Santa Cruz do Sul, em que se destacam os COREDEs Metropolitano do Delta do Jacuí, Vale do Rio dos Sinos e Serra, que somam 54,3% do PIB Gaúcho. A maioria dos municípios que apresentaram maior PIB, em 2006, possui uma economia predominantemente industrial. Sete municípios se distinguem pelo seu PIB, são: Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Triunfo, Novo Hamburgo, Gravataí e Rio Grande, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, São Leopoldo e Cachoeirinha, que juntos respondem por 50,1% do PIB do estado.

Tabela 4 ­ Evolução do PIB do Rio Grande do Sul e do Brasil 2002 a 2008.

Fonte: FEE – 2009 Estimativas para os anos de 2007 e 2008. Dados não existentes para Brasil no ano de 2008

O PIB per capita gaúcho aumentou significativamente na última década. Considerando a nova série do PIB, com dados a partir de 2002, o PIB per capita gaúcho passou de R$ 10.057,00 para R$ 17.281,00, em 2008. O PIB brasileiro também cresceu no período, passando de R$ 8.378,00, no ano de 2002, para R$ 13.720,00 no ano de 2007, aumento bastante significativo se comparados aos resultados de 1994, que apresentavam dados de R$ 2.232,00 e R$ 3.298,00, para Brasil e Rio Grande do Sul, respectivamente.

23 A distribuição espacial do PIB per capita pelos municípios do Estado, em 2006, indica certa concentração dos maiores valores em torno do eixo Porto Alegre ­ Caxias do Sul, espalhando­se também pela Região da Produção e pelos vales do Taquari e Rio Pardo, distribuição semelhante à verificada em 2002.

Os municípios que apresentam os maiores PIB per capita são predominantemente pouco populosos e apresentam significativa participação da indústria em sua economia. O município de Triunfo, com R$180.420,00, é o que apresenta maior PIB per capita, devido à presença do Pólo Petroquímico. Além deste, Garruchos com R$ 81.187,00, Muitos Capões com R$ 38.771,00, com R$ 38.373,00, com R$ 32.607,00 e com R$ 30.575,00, possuem os maiores valores do Estado.

Já o município de Alvorada, que possui uma população de mais de 200 mil habitantes, apresenta o menor PIB per capita do estado com um valor de R$ 3.973,00. Destacam­se ainda, negativamente, os municípios de Caraá, Cerrito e , todos com PIB per capita inferior a R$ 5.000,00.

A distribução regional do Valor Adicionado Bruto no Rio Grande do Sul mostra uma concentração espacial no entorno metropolitano e no eixo Valor Agregado Total em 2005 Porto Alegre ­ Caxias do Sul. O COREDE Metropolitano Delta do Jacuí é o que apresenta maior participação, principalmente devido a influência do município de Porto Alegre que contribui com 19,4% do VAB estadual. Este COREDE juntamente com as regiões do Vale do Rio dos Sinos e da Serra, participam com 55% no VAB gaúcho (Dados FEE 2005).

No mapa da participação regional na Agropecuária gaúcha, observa­se uma distribuição mais equilibrada que nos outros setores da economia, resultado dos vínculos históricos com o setor, fazendo com que a produção primária seja destaque (e a base da economia) na maior parte das regiões. As regiões Fronteira Oeste, Sul, Vale do Rio Pardo e Serra são as que têm a maior participação, perfazendo juntas 35,6% da produção agropecuária gaúcha.

24 Valor Agregado da Agropecuária em O destaque nestas regiões é a produção de 2005 hortifrutigrangeiros, na região da Serra; de arroz e pecuária na Fronteira Oeste e Sul; e do fumo no Vale do Rio Pardo. A região Serra, por sinal, diferencia­se das outras duas por apresentar também uma forte concentração industrial em seu território, contrastando com um perfil agropecuário típico, como possui a região da Fronteira Oeste. Valor Agregado da Indústria em 2005 No mapa da participação regional no setor Industrial confirma­se a grande concentração industrial localizada em torno do eixo Porto Alegre ­ Caxias do Sul, abrangendo áreas como o COREDE Metropolitano Delta do Jacuí (26,7%), seguido pelo Vale do Rio dos Sinos, com 19,8%) e da Serra com 15,3%. Juntas, estas três regiões perfazem 61,7% da produção industrial do Estado, com um perfil bem distribuído por vários segmentos, sendo pólo de praticamente todos os setores Valor Agregado de Serviços em 2005 industriais relevantes, com exceção de alguns segmentos ligados a agroindústria que localizam­se em outras áreas do Estado.

No mapa da participação regional nos Serviços, encontra­se uma distribuição muito parecida com encontrada no mapa Industrial, com destaque maior para o COREDE Metropolitano Delta do Jacuí (32,6%), onde Porto Alegre contribui com 25,6% do total do Estado com serviços cada vez mais especializados. Deve­se destacar que o aumento deste setor na capital gaúcha vem sendo reforçado pela substituição da sua base industrial, que vem se deslocando para outros municípios da Região Metropolitana e áreas próximas.

25 Tabela 5 ­ Estrutura do valor adicionado bruto, a preço básico corrente, por setores de atividade do RS ­ 2002 a 2006.

Fonte: FEE/Núcleo de Contabilidade Social * Estimativas para 2006

Na relação entre o PIB e a população (PIB per capita) o estado do Rio Grande do Sul se mantém em uma posição privilegiada, com um valor de 17.281,45 (Dados preliminares da FEE para 2008), o que o coloca bem acima da média nacional que está em torno de 13.720,00 reais (Dados 2007).

Apesar da estrutura setorial do VAB do Rio Grande do Sul, em 2006, indicar uma forte participação do setor de Serviços no estado, pode­se dizer que a maior parcela de contribuição é dada por dois setores predominantes: a agropecuária e a indústria de transformação. O setor agropecuário gaúcho apresentou em 2006 uma participação de 9,27% da estrutura do VAB com forte associação com o setor agroindustrial, que, de acordo com estudos existentes (por ex. RUMOS 2015), somado às atividades agroindustriais, chega a 30% da estrutura econômica. O setor industrial também possui grande relevância na economia gaúcha, participando com 28,16% do VAB. Destaca­se a importância da Indústria de Transformação, que participa com de 20,78% do VAB estadual, com destaque para setores como mecânicos e produtos alimentares.

26 II – Síntese da Avaliação dos Planos Diretores dos Municípios Selecionados

SÍNTESE DA METODOLOGIA APLICADA NA PESQUISA A B C D Informações gerais do Acesso à terra urbanizada Acesso a serviços e equipamentosSistema de gest ão e participação município (habitação, saneamentodemocr ática ambiental, transporte e mobilidade) Questões centrais 1. caracterização sócio­ 4. função social da 11. Plano Diretor e17. previsão de audiências demográfica e econômica integração das políticas urbanas: públicas obrigatórias; propriedade; (IBGE) e contexto sócio­político 18. definições sobre 5. controle do uso e 12. política de habitação; da elaboração do Plano; consultas públicas, plebiscito, ocupação do solo; localização do município em 13. política de saneamentoreferendo popular ou outras; 6. perímetro urbano e tipologia (observatório das ambiental; 19. definições relativas às parcelamento do solo; metrópoles/PlanHab); 14. política de mobilidade e conferências (quais e diagnóstico / estudos utilizados 7. coeficientes etransporte; periodicidade); para o Plano; macrozonas; 20. instituição de Conselho política de meio 2. existência de Plano 15. da Cidade ou ligado à política ZEIS; Diretor anterior; 8. ambiente; urbana e se possui articulação com 9. avaliação geral do 3. avaliação sintética do 16. política metropolitanaoutros conselhos; zoneamento em relação ao acesso à Plano Diretor relacionado ou regional. 21. identificar cada quanto: (1) ao terra urbanizada; conselho: (a) composição por conteúdo/estratégia; (2) à 10. instrumentos de política segmento; (b) composição do poder linguagem técnica acessível; (3) fundiária. público e sociedade; (c) caráter à sua relação com o Orçamento deliberativo e/ou consultivo; (d) Municipal/plano de atribuições (revisão do Plano); (e) investimentos; e (4) à sua forma de eleição dos conselheiros; relação com o PAC ou outros (f) existência de critérios de gênero; grandes investimentos. 22. previsão de participação da população e de entidades representativas dos vários segmentos da sociedade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; 23. criação de fóruns governo/sociedade (debate das políticas urbanas); 24. criação de instâncias de participação social no orçamento público municipal – explicitar tipos de instâncias previstas.

27 A. Informações gerais dos municípios avaliados

Faixas Até 20 mil 20 a 50 mil 50 a 100 mil 100 a 500 mil Mais de 500 mil Total Populacionais

Total municípios 398 57 23 17 1 496 RS

Total municípios 125 PD obrigatórios RS 27 57 23 17 1

Total municípios 4 13 11 13 1 42 pesquisados RS

Brasil 23 226 120 130 27 526

A.1 – Municípios até 20 mil habitantes

28 Dos 398 municípios gaúchos situados na faixa de menos de 20 mil habitantes, 27 municípios possuíam obrigatoriedade de elaborar ou revisar seus planos diretores até outubro de 2006, destes foram selecionados quatro municípios para serem avaliados. São eles: Arroio dos Ratos; Balneário Pinhal; Ivoti e São Marcos. Todos eles aprovaram seu plano diretor no ano de 2006.

De acordo com a tipologia do Plano Nacional de Habitação (PLANHAB), dois municípios estão classificados no Tipo B, referente às demais aglomerações urbanas do Centro­Sul: são metrópoles, municípios que compõem aglomerações urbanas e capitais situadas em regiões de alto estoque de riqueza, com grande importância funcional na rede de cidades – são cidades pólo em suas respectivas regiões. Arroio dos Ratos e Ivoti estão localizados na Região Metropolitana de Porto Alegre. A maior parte da população economicamente ativa está concentrada em atividades urbanas.

E, os outros dois municípios, Balneário Pinhal e São Marcos, se enquadram no Tipo I ­ Pequenas cidades em espaços rurais prósperos: são municípios com população menor que 20 mil habitantes, e, se relacionam diretamente com o grau de riqueza da microrregião na qual se insere. O município de Balneário Pinhal pertence à Aglomeração Urbana do Litoral Norte, enquanto que São Marcos está inserido na Aglomeração Urbana do Nordeste.

29 Tabela 6 – Municípios com menos de 20 mil habitantes, segundo data de aprovação do Plano Diretor, população, localização COREDE e tipologia. Municipio Data de População COREDE Tipologia de Municípios - PlanHab aprovação do IBGE-2007 Plano Diretor Arroio dos Ratos 10 de outubro de 13.619 Centro Sul B - Principais aglomerações e capitas 2006 ricas Balneario Pinhal 24 junho de 2006 10.517 Litoral I - Pequenas cidades em espaços rurais prósperos Ivoti 10 de outubro de 18.517 Vale do Rio dos B - Principais aglomerações e capitas 2006 Sinos ricas Sao Marcos 24 de outubro de 19.641 Serra I - Pequenas cidades em espaços rurais 2006 prósperos TOTAL 62.294 População

Segundo dados da FEE, ano 2000, os municípios pesquisados apresentam a seguinte situação, relacionada ao déficit habitacional e a inadequação habitacional, seja por carência ou deficiência no acesso à infra­estrutura básica:

Tabela 7­ Municípios com menos de 20mil habitantes, segundo número de domicílios permanentes, déficit e inadequação habitacional – 2000. Inadequação habitacional (c)

Município (b) por adensamento (d) por carência ou deficiência (e) déficit habitacional Domicílios (a) valor absoluto e relative (%) Arroio dos Ratos 4098 224 (5,5) 233 (5,7) 1513 (36,9) Balneário Pinhal 2283 201 (8,8) 122 (5,3) 747 (32,7) Ivoti 4437 264 (5,5) 75 (1,7) 207 (4,7) São Marcos 5613 263 (4,7) 70 (1,3) 1120 (20,0) Fonte: FEE – 2000, com base no Censo Demográfico do IBGE – 2000

(a) Total de domicílios particulares permanentes (b) Somatório do total dos domicílios improvisados, mais coabitação familiar e mais famílias conviventes. (c) Domicílios que apresentam problemas de acesso à infra­estrutura (por deficiência ou carência) e os que apresentam adensamento excessivo. (d) Total dos domicílios particulares permanentes que estão sob adensamento excessivo (acima de 3 moradores por dormitório). (e) Somatório do total dos domicílios com carência ou deficiência no acesso à infra­estrutura.

Observa­se que os valores relativos do déficit habitacional, destes municípios, são relativamente baixos. No entanto, os valores relativos à inadequação habitacional, por carência ou deficiência de infra­estrutura dos municípios de Arroio dos Ratos e Balneário Pinhal, giram em torno de um terço dos domicílios permanentes.

Com o propósito de melhor estabelecer um perfil desses municípios, fez­se uso de outros dois indicadores publicados no Mapa de Pobreza e Desigualdade dos Municípios Brasileiros (IBGE – 2003). São eles: 1) Índice de Gini, que mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima. 2) Incidência da Pobreza, que é uma estimativa do percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza. 30 As informações obtidas mostram que, os municípios de Arroio dos Ratos e Balneário Pinhal, apresentam uma maior incidência de pobreza que os demais, e, acima do percentual do estado.

No que se refere ao grau de desigualdade medido pelo Índice de Gini, existe muito pouca diferença entre esses municípios, variam de 0,38 a 0,42. Todos os municípios apresentam índices abaixo do correspondente ao estado do Rio Grande do Sul.

Tabela 8 ­ Municípios com menos de 20 mil habitantes, segundo o índice de Gini e incidência de pobreza, 2000/2003. município Indíce de Gini Incidência de pobreza (%) (sem unidade) Arroio dos Ratos 0,41 30,92 Balneário Pinhal 0,41 30,66 Ivoti 0,42 25,83 São Marcos 0,38 21,57 RS 0,48 25,90 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e Pesquisa de Orçamentos Familiares ­ POF 2002/2003. NOTA: A estimativa do consumo para a geração destes indicadores foi obtida utilizando o método da estimativa de pequenas áreas dos autores Elbers, Lanjouw e Lanjouw (2002).

Em relação à estrutura econômica, Ivoti apresenta o maior PIB total e per capita dos quatro municípios analisados. Destaca­se, também, que a estrutura do VAB de Serviços é predominante em todos os municípios. Porém, salienta­se que esses municípios não têm participação relativa significativa no total do VAB do estado, em qualquer um dos três setores.

Tabela 9 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005. PIB PIB per capita Valor Post Participaçã Variação (R$) Post Relativo Variação MUNICÍPIO (R$ 1000) o o % o (1) % %

Arroio dos 96, 155 0 6,7 380 0. 13.1 Ratos 889 º .07 14.5 84 º 51 Balneário 63, 202 0 6,5 400 0. 3.9 Pinhal 214 º .04 8.4 29 º 49 Ivoti 302, 0 1. 16,895 42º -11.7 632 71º .21 -9.4 27 São Marcos 233, 0 124 0. 11,189 6.2 865 95º .16 8.0 º 84 FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social.

IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais.

Tabela 10 ­ Estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005. Estrutura (%) do VAB Participação no VAB do Estado (%)

MUNICÍPIO Agricultur Indústria Serviços Agricultura Indústria Serviços a

Arroio dos Ratos 13.8 62.5 0. 0.0 0.0 5 23.66 0 14 6 7 Balneário Pinhal 4.4 82.4 0. 0.0 0.0 1 13.12 8 03 2 6 Ivoti 1.3 56.9 0. 0.2 0.1 5 41.68 7 04 9 9 31 São Marcos 10.4 56.6 0. 0.1 0.1 2 32.95 3 24 8 5 FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social.

IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais

A.2 – Municípios de 20 a 50 mil habitantes

A totalidade dos municípios gaúchos situados na faixa de 20 a 50 mil habitantes, 57 municípios, possuía obrigatoriedade de elaborar ou revisar seus planos diretores. Destes foram selecionados 13 municípios para serem avaliados. São eles: Canela; Charqueadas, Frederico Westphalen; Lagoa Vermelha, Nova Santa Rita; Rosário do Sul; Santiago; Santo Antônio da Patrulha; São Luiz Gonzaga; São Sepé, Soledade; Tramandai e Triunfo.

32 Os municípios de Canela e São Luiz Gonzaga aprovaram seus planos diretores antes do ano de 2006, outros nove municípios tiveram seus planos aprovados no ano de 2006, e dois municípios aprovaram seus planos em 2007 e 2008.

De acordo com a tipologia do Plano Nacional de Habitação (PLANHAB), os municípios analisados, nesta faixa de população, estão classificados em três tipos:

Tipo B ­ referem­se às Demais aglomerações urbanas do Centro­Sul.

São metrópoles, aglomerações urbanas e capitais situadas em regiões de alto estoque de riqueza, com grande importância funcional na rede de cidades – são cidades pólo em suas respectivas regiões. A maior parte da população economicamente ativa concentrada em atividades urbanas. A taxa de urbanização é de 96,07%. Assim como as metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro, estes concentram desigualdades e graves problemas urbanísticos e sociais.

Os municípios classificados nesse tipo B são os situados na Região Metropolitana de Porto Alegre: Charqueadas, Nova Santa Rita, Santo Antonio da Patrulha e Triunfo.

Tipos F e G ­ Municípios com população entre 20 e 100mil habitantes.

Tipo F­ Centros urbanos em espaços rurais prósperos

São municípios situados em microrregiões do Centro­Sul, predominantemente no Sudeste, com apenas dois municípios deste tipo na macrorregião Norte (0,8%) e 16 na macrorregião Centro Oeste (6,3), de 252 municípios. A taxa de urbanização é alta: 86%. São municípios que estão crescendo moderadamente, com taxas variando no geral entre 0,90% e 2,00%.

Os indicadores de precariedade mostram também uma situação favorável, com média de 0,99 domicílios sem sanitário, contra a média do Brasil de 7,73. As taxas de desigualdades sociais são altas, mas em relação aos demais tipos revelam ainda uma situação favorável.

É característica geral dos municípios brasileiros a taxa alta de desigualdades sociais (medida através do Índice Gini), e no geral, os grupos de municípios que apresentam taxas mais reduzidas de desigualdades são em função de níveis mais altos de pobreza, e reduzida população com renda média e mais elevada.

A renda per capita para 2000 por município tem média e mediana de R$ 312,00, e o número de chefes de família com renda inferior a 2sm é de 44%, que apesar de alto, é reduzido com relação aos demais tipos de municípios desta faixa populacional. Por serem municípios mais prósperos, situados em microrregiões com maiores estoques de riqueza do país, tem maiores condições de enfrentar com recursos próprios seus problemas habitacionais e urbanísticos.

Nesta categoria estão classificados os municípios de Canela; São Sepé e Tramandaí.

Tipo G. Centros urbanos em espaços rurais consolidados, com algum grau de dinamismo.

33 São municípios que tem a condição comum de apresentarem certo grau de precariedade e pobreza, mas ainda em níveis moderados com relação aos demais tipos (o Tipo H apresenta condições bem mais dramáticas). São situados em microrregiões historicamente de maior pobreza, mas apresentam situação relativamente mais positiva, sendo prioridade secundária.

Este tipo pode ser subdividido em três subgrupos: No Norte e Nordeste são municípios situados em regiões de ocupação consolidada em função de atividade econômica rural, mas com relativa estagnação. No Sul e Sudeste são pequenos centros de pouco alcance regional em áreas de ocupação mais rarefeita rurais. No centro­sul, municípios de renda média que vêm crescendo em receita (microrregião com alta variação do PIB), mas com população relativamente estagnada (taxa de crescimento populacional de ­0,05 entre 1991 e 2000). Nestes municípios encontra­se cerca de 80% do Déficit Habitacional.

O número de domicílios sem sanitário está em torno de 5%, abaixo da média nacional. Nestes casos, o atendimento ao passivo é a maior prioridade, já que os municípios apresentam taxa de crescimento reduzido, e maior grau de consolidação e estagnação.

Os municípios pertencentes a este tipo, neste grupo, são: Frederico Westphalen; Lagoa Vermelha; Rosário do Sul; Santiago e Soledade.

Tabela 11 – Municípios de 20 a 50 mil habitantes, segundo data de aprovação do Plano Diretor, população, localização COREDE e tipologia. Municipio Data de População COREDE Tipologia de Municípios - PlanHab aprovação PD IBGE-2007 CANELA 28 de dezembro 38.318 Hortência F - Centros urbanos em espaços rurais 2004 prósperos CHARQUEADAS 10 de setembro 33.705 Centro Sul B - Principais aglomerações e capitas ricas 2006 FREDERICO 27 de junho 2008 27.308 Medio Alto G - Centros urbanos em espaços rurais de WESTPHALEN Uruguai média renda LAGOA VERMELHA 10 de outubro 27.434 Nordeste G - Centros urbanos em espaços rurais de 2006 média renda NOVA SANTA RITA 10 de maio 2006 20.591 Vale do Rio dos B - Principais aglomerações e capitas ricas Sinos ROSARIO DO SUL 10 de outubro 40.509 Fronteira Oeste G - Centros urbanos em espaços rurais de 2006 média renda SANTIAGO 10 de outubro 49.558 Central G - Centros urbanos em espaços rurais de 2006 média renda SANTO ANTONIO 10 de outubro 37.910 Metropolitana B - Principais aglomerações e capitas ricas DA PATRULHA 2006 Delta do Jacuí SAO LUIZ 30 de julho 2002 34.487 Missões G - Centros urbanos em espaços rurais de GONZAGA média renda SAO SEPE 28 de dezembro 23.787 Jacuí Centro F - Centros urbanos em espaços rurais 2007 prósperos SOLEDADE 10 de março 29.926 Alto da Serra do G - Centros urbanos em espaços rurais de 2006 Botucaraí média renda TRAMANDAI 11 de junho 2006 39.891 Litoral F - Centros urbanos em espaços rurais prósperos TRIUNFO 10 de outubro 23.976 Metropolitana B - Principais aglomerações e capitas ricas 2006 Delta do Jacuí TOTAL POPULAÇÃO 427.400

34 Segundo dados da FEE, ano 2000, os municípios pesquisados apresentam a seguinte situação, relacionada ao déficit habitacional e a inadequação habitacional, seja por carência ou deficiência o acesso à infra­estrutura básica:

Tabela 12 – Municípios entre 20 e 50 mil habitantes, segundo número de domicílios permanentes, déficit e inadequação habitacional – 2000.

Inadequação habitacional (c)

por carência ou Municípios por adensamento (d)

déficit deficiência (e) Domicílios (a) habitacional(b) valor absoluto e (%) Canela 9.888 475 (4,8) 371 (3,8) 1869 (18,9) Charqueadas 7.897 548 (6,9) 269 (3,4) 891 (11,3) Frederico Westphalen 7.694 444 (5,8) 203 (2,6) 3.352 (43,6) Lagoa Vermelha 9.084 654 (7,2) 298 (3,2) 3.129 (34,5) Nova Santa Rita 4.572 277 (6,1) 156 (3,4) 1.328 (29,0) Rosário do Sul 12.121 972 (8,0) 558 (4,6) 9.697 (87,2) Santiago 15.843 1013 (6,4) 410 (2,6) 8.882 (56,1) Santo Antonio da Patrulha 11.523 476 (4,1) 239 (2,1) 5.227 (45,4) São Luiz Gonzaga 11.887 681 (5,7) 537 (4,5) 8.275 (69,6) São Sepé 7.676 261 (3,4) 275 (3,6) 3.056 (39,8) Soledade 8.730 615 (7,0) 475 (5,4) 3.590 (41,1) Tramandaí 9.204 653 (7,1) 537 (5,8) 3.276 (35,6) Triunfo 6.805 248 (3,6) 112 (1,6) 3.715 (54,6)

Rio Grande do Sul 3.053.601 193.852 (6.4) 116.392 (3,8) 1.095.702 (35,9)

Fonte: FEE – 2000, com base no Censo Demográfico do IBGE – 2000

a) Total de domicílios particulares permanentes (b) Somatório do total dos domicílios improvisados, mais coabitação familiar e mais famílias conviventes. (c) Domicílios que apresentam problemas de acesso à infra­estrutura (por deficiência ou carência) e os que apresentam adensamento excessivo. (d) Total dos domicílios particulares permanentes que estão sob adensamento excessivo (acima de 3 moradores por dormitório). (e) Somatório do total dos domicílios com carência ou deficiência no acesso à infra­estrutura.

A situação mais precária se encontra no município de Rosário do Sul, cujo dado sobre inadequação habitacional por carência ou infra­estrutura básica alcança um valor relativo significativamente alto (87,2), e, no caso do déficit habitacional, esse município também apresenta um valor relativo acima dos demais.

Triunfo é outro município que os dados chamam a atenção. No Censo 2000 foram contabilizados 6.805 domicílios particulares permanentes no Município de Triunfo. Destes, 54,5% (3.715) apresentavam algum tipo de carência ou deficiência de infra­estrutura.

35 O déficit habitacional era de 248 unidades, ou 3,6%. Considerando que Triunfo possui o maior PIB per capita e o quarto PIB total do estado do Rio Grande do Sul, se observa que tal riqueza não tem refletido com a mesma intensidade em melhoria da qualidade de vida, pelo menos metade da população não está suficientemente atendida por infra­estrutura adequada.

Tabela 13 ­ Municípios entre 20 e 50 mil habitantes, segundo o índice de Gini e incidência de pobreza, 2000/2003. município Indíce de Gini Incidência de pobreza (%) (sem unidade) Canela 0,40 26,68 Charqueadas 0,41 28,83 Frederico Westphalen 0,41 24,06 Lagoa Vermelha 0,40 29,14 Nova Santa Rita 0,41 26,40 Rosário do Sul 0,40 31,14 Santiago 0,41 26,76 Santo Antônio da Patrulha 0,40 22,56 São Luiz Gonzaga 0,41 30,17 São Sepé 0,40 27,43 Soledade 0,40 28,00 Tramandaí 0,40 28,93 Triunfo 0,41 21,84 Rio Grande do Sul 0,48 25,90

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e Pesquisa de Orçamentos Familiares ­ POF 2002/2003. NOTA: A estimativa do consumo para a geração destes indicadores foi obtida utilizando o método da estimativa de pequenas áreas dos autores Elbers, Lanjouw e Lanjouw (2002).

Em relação à estrutura econômica, além de Triunfo, o município de Charqueadas está entre os dez maiores PIB per capita do estado gaúcho. Entre os municípios desse grupo, de 20 a 50 mil habitantes, alguns se distinguem pela variação negativa dos seus PIB total e per capita, em particular, o município de São Sepé.

Tabela 14 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita, dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005. MUNICÍPIOS PIB PIB per capita

Valor (R$ 1 000) Posto Participação Variação (R$) Posto Relativo (1) Variação % % %

Canela 286,515 75º 0.20 12.7 7,318 333º 0.55 9.8 Charqueadas 878,257 28º 0.61 26.8 26,436 8º 1.99 24.5 Frederico Westphalen 295,912 73º 0.21 9.2 10,605 138º 0.80 8.3 Lagoa Vermelha 249,062 91º 0.17 ­3.7 8,656 220º 0.65 ­4.2 Nova Santa Rita 193,847 106º 0.13 2.5 9,976 160º 0.75 ­1.0

36 Rosário do Sul 282,052 79º 0.20 ­6.4 6,808 378º 0.51 ­6.6 Santiago 339,317 66º 0.24 5.4 6,564 397º 0.49 4.8 Santo Antônio da Patrulha 304,711 70º 0.21 5.6 7,905 272º 0.59 4.9 São Luiz Gonzaga 269,470 85º 0.19 2.0 7,601 304º 0.57 2.7 São Sepé 203,748 104º 0.14 ­15.9 8,247 248º 0.62 ­15.9 Soledade 226,881 100º 0.16 ­2.3 7,385 329º 0.55 ­2.8 Tramandaí 281,831 80º 0.20 15.3 7,441 323º 0.56 11.5 Triunfo 4,799,641 4º 3.33 5.1 193,347 1º 14.53 3.1

Rio Grande do Sul 144,344,171 ­ 100.00 4.7 13,310 ­ 1.00 3.6 FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social.

IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais.

(1) PIB per capita municipal / PIB per capita estadual.

Destaca­se que, nos municípios de Triunfo e Charqueadas, prepondera na estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) o setor de Indústria. Importante salientar que em Triunfo se localiza o Pólo Petroquímico. Nos demais municípios, o setor de Serviço tem mais influência na composição do VAB.

Tabela 15 ­ Estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005. Estrutura (%) do VAB Participação no VAB do Estado (%) MUNICÍPIOS Agricultura Indústria Serviços Agricultura Indústria Serviços

Canela 2.16 20.73 77.12 0.06 0.14 0.26 Charqueadas 1.16 69.02 29.82 0.10 1.42 0.30 Frederico Westphalen 11.94 23.53 64.52 0.36 0.17 0.22 Lagoa Vermelha 10.76 19.55 69.68 0.27 0.12 0.20 Nova Santa Rita 4.09 42.00 53.91 0.08 0.18 0.11 Rosário do Sul 27.45 9.71 62.84 0.83 0.07 0.21 Santiago 11.64 12.86 75.49 0.41 0.11 0.30 Santo Antônio da Patrulha 12.48 29.26 58.27 0.39 0.21 0.21 São Luiz Gonzaga 13.28 16.19 70.53 0.37 0.11 0.22 São Sepé 21.05 19.36 59.58 0.45 0.10 0.14 Soledade 8.41 23.00 68.59 0.20 0.13 0.18 Tramandaí 1.80 11.03 87.16 0.05 0.08 0.29 Triunfo 1.28 78.70 20.01 0.57 8.23 1.01

Rio Grande do Sul 7.08 30.25 62.67 100.00 100.00 100.00

FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social.

IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais

37 A. 3 – Municípios de 50 a 100 mil habitantes

38 0s 23 municípios gaúchos situados na faixa de 50 a 100 mil habitantes possuíam obrigatoriedade de elaborar ou revisar seus planos diretores até o ano de 2006. Destes foram selecionados 11 municípios para serem avaliados pela pesquisa. São eles: Alegrete; Campo Bom; Cruz Alta; Erechim; Esteio; Ijuí; Lajeado; Santa Rosa; Santana do Livramento; Taquara e Vacaria.

Os municípios de Cruz Alta e Ijuí aprovaram seus planos diretores somente em 2007. Já o plano diretor de Erechim é de 1994, entretanto passou por várias reformulações e adaptações para atender o Estatuto da Cidade. Os demais municípios tiveram seus planos diretores aprovados até outubro de 2006.

De acordo com a tipologia do Plano Nacional de Habitação (PLANHAB), os municípios analisados, nesta faixa de população, estão classificados nas mesmas categorias dos municípios da faixa anterior, ou seja: Tipo B, F e G

Tabela 16 – Municípios de 50 a 100 mil habitantes, segundo data de aprovação do Plano Diretor, população, localização COREDE e tipologia. Municipio Data de Populaç COREDE Tipologia Municípios - PlanHab aprovação PD ão IBGE ALEGRETE 16 de outubro 78.188 Fronteira Oeste G - Centros urbanos em espaços rurais de

39 2006 média renda CAMPO BOM 10 de outubro 56.595 Vale do Rio dos Sinos B - Principais aglomerações e capitas ricas 2006 CRUZ ALTA 9 de março 2007 63.450 Alto Jacuí F - Centros urbanos em espaços rurais prósperos ERECHIM 4 de janeiro 92.945 Norte F - Centros urbanos em espaços rurais 1994 prósperos ESTEIO 12 de junho 78.816 Vale do Rio dos Sinos B - Principais aglomerações e capitas ricas 2006 IJUI 11 de janeiro 76.739 Noroeste Colonial F - Centros urbanos em espaços rurais 2007 prósperos LAJEADO 10 de outubro 67.474 Vale do Taquari F - Centros urbanos em espaços rurais 2006 prósperos SANTA ROSA 11 de outubro 64.113 Fronteira Noroeste G - Centros urbanos em espaços rurais de 2006 média renda SANTANA DO 10 de outubro 83.479 Fronteira Oeste G - Centros urbanos em espaços rurais de LIVRAMENTO 2006 média renda TAQUARA 10 de outubro 53.428 Paranhana Encosta da B - Principais aglomerações e capitas ricas 2006 Serra VACARIA 10 de outubro 59.938 Campos de Cima da G - Centros urbanos em espaços rurais de 2006 Serra média renda TOTAL 775.165 POPULAÇÃO

Segundo dados da FEE, ano 2000, os municípios pesquisados apresentam a seguinte situação, relacionada ao déficit habitacional e a inadequação habitacional, seja por carência ou deficiência no acesso à infra­estrutura básica:

Tabela 17 – Municípios de 50 a 100 mil habitantes, segundo número de domicílios permanentes, déficit e inadequação habitacional – 2000.

Inadequação habitacional (c)

déficit por carência ou Municípios (a) por adensamento (d) deficiência (e) Domicílios

l (b) l valor absoluto e (%) Alegrete 24.338 2.029 (8,3) 1.431 (5,9) 7.026 (28,9) Campo Bom 16.214 1.019habitaciona (6,3) 577 (1,2) 821 (5,1) Cruz Alta 20.962 1.446 (6,9) 825 (3,9) 15.541 (74,1) Erechim 27.074 1.620 (6,0) 1.000 (3,7) 4.840 (17,9) Esteio 23.599 1.590 (6,7) 1.010 (4,3) 2.530 (10,7) Ijuí 23.398 1.515 (6,5) 777 (3,3) 12.957 (55,4) Lajeado 19.789 945 (4,8) 344 (1,7) 5.028 (25,4) Santa Rosa 19.270 908 (4,7) 534 (2,8) 13.338 (69,2) Santana do Livramento 26.868 2.111 (7,9) 1.525 (5,7) 9.103 (33,9) Taquara 16.317 795 (4,9) 326 (2,0) 4.267 (26,2) Vacaria 16.828 1.223 (7,3) 549 (3,3) 2.925 (17,4)

Rio Grande do Sul 3.053.601 193.852 (6.4) 116.392 (3,8) 1.095.702 (35,9) Fonte: FEE – 2000, com base no Censo Demográfico do IBGE – 2000

a) Total de domicílios particulares permanentes (b) Somatório do total dos domicílios improvisados, mais coabitação familiar e mais famílias conviventes. (c) Domicílios que apresentam problemas de acesso à infra­estrutura (por deficiência ou carência) e os que apresentam adensamento excessivo. (d) Total dos domicílios particulares permanentes que estão sob adensamento excessivo (acima de 3 moradores por dormitório). (e) Somatório do total dos domicílios com carência ou deficiência no acesso à infra­estrutura.

Cruz Alta (74,1%), Santa Rosa (69,2%) e Ijuí (55,4%) são os municípios que apresentam maior carência ou deficiência de infra­estrutura básica. No caso do déficit habitacional, o município que possui o mais alto valor relativo é Alegrete (8,3%), seguido por Santana do

40 Livramento (7,9%), sendo que em sua maioria, os municípios possuem valores relativos acima de 5%. As exceções são os municípios de Lajeado, Santa Rosa e Taquara, mas que possuem valores muito próximos desse percentual.

Tabela 18 ­ Municípios entre 50 e 100 mil habitantes, segundo o índice de Gini e incidência de pobreza, 2000/2003. município Indíce de Gini Incidência de pobreza (%) (sem unidade) Alegrete 0,43 30,92 Campo Bom 0,41 30,10 Cruz Alta 0,41 29,09 Erechim 0,40 26,30 Esteio 0,43 27,64 Ijuí 0,42 26,16 Lajeado 0,43 19,98 Santa Rosa 0,42 25,36 Santana do Livramento 0,42 30,13 Taquara 0,43 27,23 Vacaria 0,40 28,83 RS 0,48 25,90 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e Pesquisa de Orçamentos Familiares ­ POF 2002/2003. NOTA: A estimativa do consumo para a geração destes indicadores foi obtida utilizando o método da estimativa de pequenas áreas dos autores Elbers, Lanjouw e Lanjouw (2002).

As informações obtidas na publicação Mapa da Pobreza e da Desigualdade dos municípios Brasileiros mostram que, no grupo em estudo, o município de Lajeado é o que apresenta uma menor incidência de pobreza (19,98%), os demais municípios estão dentro de uma faixa de 25,36 % ­ Santa Rosa – e 30,92% ­ Alegrete.

No que se refere ao grau de desigualdade medido pelo Índice de Gini, existe muito pouca diferença entre esses municípios, variam de 0,40 a 0,43. Todos os municípios apresentam índices abaixo do correspondente ao estado do Rio Grande do Sul.

Em relação à estrutura econômica, observa­se, neste grupo de municípios, certa discrepância entre a colocação dos municípios em relação ao PIB total e ao PIB per capita, na classificação dos municípios do Rio Grande do Sul, em especial, naqueles situados nas regiões de Fronteira, conhecida como metade sul: Alegrete e Santana do Livramento.

Já os localizados na Região Metropolitana de Porto Alegre – Campo Bom e Esteio – juntamente com Lajeado pertencente à região do Vale do Taquari são os que apresentam uma aproximação maior de suas classificações para o PIB total e per capita.

O mesmo não acontece para o caso de Taquara, também situado na RMPA. Também chama a atenção a variação negativa no resultado obtido pelo município de Cruz Alta: ­ 13,5% para o PIB Total e ­13,9% no PIB per capita.

41 Tabela 19 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita, dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005. PIB PIB per capita MUNICÍPIOS Valor Posto Participaçã Variação (R$) Posto Relativo Variação (R$ 1 000) o % % (1) %

Alegrete 744,499 34º 0.52 ­1.7 8,472 228º 0.64 ­2.4 Campo Bom 1,146,753 22º 0.79 5.5 19,817 22º 1.49 4.2 Cruz Alta 688,927 37º 0.48 ­13.5 10,013 159º 0.75 ­13.9 Erechim 1,302,401 18º 0.90 7.4 13,251 78º 1.00 5.3 Esteio 1,504,230 16º 1.04 9.1 17,491 37º 1.31 7.7 Ijuí 942,408 26º 0.65 ­0.6 11,931 103º 0.90 ­1.4 Lagoa Vermelha 249,062 91º 0.17 ­3.7 8,656 220º 0.65 ­4.2 Lajeado 1,185,314 20º 0.82 7.5 17,857 35º 1.34 5.6 Santa Rosa 829,338 30º 0.57 ­6.4 11,979 101º 0.90 ­7.5 Santana do Livramento 598,387 42º 0.41 7.1 6,138 428º 0.46 5.8 Taquara 417,290 58º 0.29 11.2 7,035 357º 0.53 9.0 Vacaria 572,159 45º 0.40 1.2 9,302 181º 0.70 ­0.1

Rio Grande do Sul 144,344,171 ­ 100.00 4.7 13,310 ­ 1.00 3.6 FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social. IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais. (1) PIB per capita municipal / PIB per capita estadual.

Em relação à estrutura econômica, destaca­se a forte incidência do setor de Serviços na composição do VAB em todos os municípios. Porém, percebe­se que em alguns municípios a participação do setor Indústria possui relevância, como no caso de Campo Bom. Além disso, salienta­se que no Setor de Agricultura, Alegrete tem participação relativa significativa no total do VAB do município.

Tabela 20 ­ Estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005 Estrutura (%) do VAB Participação no VAB do Estado (%) MUNICÍPIOS Agricultura Indústria Serviços Agricultura Indústria Serviços

Alegrete 20.18 19.78 60.04 1.57 0.36 0.53 Campo Bom 0.18 48.22 51.60 0.02 1.25 0.64 Cruz Alta 5.09 10.35 84.56 0.35 0.17 0.66 Erechim 1.74 37.20 61.06 0.23 1.13 0.90 Esteio 0.03 28.68 71.30 0.00 0.95 1.14 Ijuí 3.46 19.61 76.93 0.33 0.44 0.83 Lagoa Vermelha 10.76 19.55 69.68 0.27 0.12 0.20 Lajeado 0.86 36.95 62.19 0.10 1.00 0.81 Santa Rosa 5.02 32.93 62.05 0.42 0.64 0.58 Santana do Livramento 17.71 10.04 72.25 1.11 0.15 0.51 Taquara 3.75 20.65 75.60 0.16 0.21 0.37 Vacaria 11.78 18.14 70.09 0.67 0.24 0.45

Rio Grande do Sul 7.08 30.25 62.67 100.00 100.00 100.00

42 FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social.

IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais

A. 4 – Municípios de 100 a 500 mil habitantes

0s 17 municípios gaúchos situados na faixa de 100 a 500 mil habitantes possuíam obrigatoriedade de elaborar ou revisar seus planos diretores até o ano de 2006. Destes foram selecionados 13 municípios para serem avaliados pela pesquisa. São eles: Alvorada; Bagé; Bento Gonçalves; Cachoeirinha; Canoas; Caxias; Gravataí; Novo Hamburgo; Passo Fundo; Santa Cruz do Sul; Santa Maria; São Leopoldo e Sapucaia do Sul.

Alvorada e Gravataí tiveram seus planos diretores aprovados no ano de 2000, antes do Estatuto da Cidade. O plano diretor de Novo Hamburgo foi aprovado em 2004. Canoas passou por duas mudanças pós Estatuto da Cidade, em 2006 e 2008. Bagé; Cachoeirinha; Caxias do Sul e Santa Cruz do Sul aprovaram seus planos diretores somente em 2007. Os demais municípios tiveram seus planos diretores aprovados até outubro de 2006.

De acordo com a tipologia do Plano Nacional de Habitação (PLANHAB), os municípios situados nesta faixa de população, na RMPA, estão classificados no Tipo B, e, Bento

43 Gonçalves, no Tipo F, descritos anteriormente. Os demais municípios foram incluídos no Tipo D. Ou seja, o Tipo D ­ Espaços urbanos aglomerados e centros regionais do Centro­Sul são aqueles municípios situados em regiões com alto estoque de riqueza, com importância como centros polarizadores em sua microrregião. São cidades com população inferior aoTipo B, se aproximando do patamar inferior, de 100mil habitantes. Os demais indicadores são bastante semelhantes aos municípios de Tipo B, como altos padrões de desigualdade, e alto déficit habitacional absoluto. Tabela 21 – Municípios de 100 a 500 mil habitantes, segundo data de aprovação do Plano Diretor, população, localização COREDE e tipologia. Municipio Data de aprovação PD População COREDE Tipologia de Municípioss ­ PlanHab IBGE 2007 ALVORADA 26 de dezembro 2000 207.142 Metropolitana Delta do B ­ Principais aglomerações e capitas ricas Jacuí BAGE 08 de agosto 2007 112.550 Campanha D ­ Aglomerados e centros regionais Centro Sul BENTO GONCALVES 26 de outubro 2006 100.643 Serra F ­ Centros urbanos em espaços rurais prósperos CACHOERINHA 18 de outubro 2007 107.564 Metropolitana Delta do B ­ Principais aglomerações e capitas ricas Jacuí CANOAS 22 de outubro 2008 326.458 Vale do Rio dos Sinos B ­ Principais aglomerações e capitas ricas CAXIAS DO SUL 24 de setembro 2007 399.038 Serra D ­ Aglomerados e centros regionais Centro Sul GRAVATAÍ 6 de julho 2000 261.150 Metropolitana Delta do B ­ Principais aglomerações e capitas ricas Jacuí NOVO HAMBURGO 20 de dezembro 2004 253.067 Vale do Rio dos Sinos B ­ Principais aglomerações e capitas ricas PASSO FUNDO 10 de setembro 2006 183.300 Produção D ­ Aglomerados e centros regionais Centro Sul SANTA CRUZ DO SUL 1 de março 2007 115.857 Vale do Rio Pardo D ­ Aglomerados e centros regionais Centro Sul SANTA MARIA 29 de dezembro 2006 263.403 Central D ­ Aglomerados e centros regionais Centro Sul SAO LEOPOLDO 19 de dezembro 2006 207.721 Vale do Rio dos Sinos B ­ Principais aglomerações e capitas ricas SAPUCAIA DO SUL 10 denovembro 2006 122.231 Vale do Rio dos Sinos B ­ Principais aglomerações e capitas ricas TOTAL POPULAÇÃO 2.660.124

Segundo dados da FEE, ano 2000, os municípios pesquisados apresentam a seguinte situação, relacionada ao déficit habitacional e a inadequação habitacional, seja por carência ou deficiência no acesso à infra­estrutura básica:

Tabela 22 – Municípios de 100 a 500 mil habitantes, segundo número de domicílios permanentes, déficit e inadequação habitacional – 2000. Fonte: FEE – 2000, com base no Censo Demográfico do IBGE – 2000. Inadequação habitacional (c)

por carência ou Municípios por adensamento (d)

déficit deficiência (e) Domicílios (a) habitacional(b) valor absoluto e (%) Alvorada 51.226 3.295 (6,4) 4.063 (7,9) 6.486 (12,7) Bagé 35.295 2.645 (7,5) 1.826 (5,2) 8.330 (23,6) Bento Gonçalves 27.204 1.742 (6,4) 627 (2,3) 3.698 (13,6) Cachoeirinha 31.637 2.091 (6,6) 1.683 (5,3) 2.021 (6,4) Canoas 89.689 5.066 (5,7) 5.012 (5,6) 8.907 (10,0) Caxias do Sul 109.530 4.862 (4,4) 2.624 (2,4) 13.400 (12,2) Gravataí 67.269 4.793 (7,1) 2.757 (4,1) 15.721 (23,4) Novo Hamburgo 71.185 3.983 (5,6) 2.996 (4,2) 9.427 (13,2) Passo Fundo 49.667 2.992 (6,0) 1.993 (4,0) 28.234 (56,8) Santa Cruz do Sul 32.929 2.075 (6,3) 1.024 (3,1) 6.125 (18,6) Santa Maria 72.753 4.688 (6,4) 2.926 (4,0) 16.236 (22,3) São Leopoldo 57.734 3.458 (6,0) 2.427 (4,2) 6.090 (10,5) Sapucaia do Sul 36.484 2.120 (5,8) 1.714 (4,7) 5.061 (13,9) 44 Rio Grande do Sul 3.053.601 193.852 (6.4) 116.392 (3,8) 1.095.702 (35,9) (a) Total de domicílios particulares permanentes (b) Somatório do total dos domicílios improvisados, mais coabitação familiar e mais famílias conviventes. (c) Domicílios que apresentam problemas de acesso à infra­estrutura (por deficiência ou carência) e os que apresentam adensamento excessivo. (d) Total dos domicílios particulares permanentes que estão sob adensamento excessivo (acima de 3 moradores por dormitório). (e) Somatório do total dos domicílios com carência ou deficiência no acesso à infra­estrutura.

Passo Fundo (56,8%) é o município que apresenta maior carência ou deficiência de infra­ estrutura básica, e, no caso do déficit habitacional, o município que possui o mais alto valor relativo é Bagé (7,5%), seguido por Gravataí (7,1%), sendo que apenas o município de Caxias do Sul possuí valor relativo abaixo de 5%.

No Mapa da Pobreza e da Desigualdade dos municípios brasileiros, neste grupo, tem­se que o município de Alvorada é o que apresenta uma maior incidência de pobreza (37,68%), seguido por Sapucaia do Sul (31,43%), estes dois municípios localizam­se na RMPA. Os demais municípios estão dentro de uma faixa de 21,13 % ­ Bento Gonçalves – e 29,85% ­ São Leopoldo.

No que se refere ao grau de desigualdade medido pelo Índice de Gini, existe muito pouca diferença entre esses municípios, variam de 0,40 a 0,44. Todos os municípios apresentam índices abaixo do correspondente ao estado do Rio Grande do Sul.

Tabela 23 ­ Municípios de 100 a 500 mil habitantes, segundo o índice de Gini e incidência de pobreza, 2000/2003. município Indíce de Gini Incidência de pobreza (%) (sem unidade) Alvorada 0,40 37,68 Bagé 0,41 26,81 Bento Gonçalves 0,40 21,13 Cachoeirinha 0,41 29,35 Canoas 0,43 29,52 Caxias do Sul 0,40 20,93 Gravataí 0,41 29,39 Novo Hamburgo 0,44 29,73 Passo Fundo 0,41 27,91 Santa Cruz do Sul 0,43 22,48 Santa Maria 0,44 25,26 São Leopoldo 0,43 29,85 Sapucaia do Sul 0,41 31,43 RS 0,48 25,90 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e Pesquisa de Orçamentos Familiares ­ POF 2002/2003. NOTA: A estimativa do consumo para a geração destes indicadores foi obtida utilizando o método da estimativa de pequenas áreas dos autores Elbers, Lanjouw e Lanjouw (2002).

Em relação à estrutura econômica, observa­se neste grupo, um conjunto de municípios que possuem os mais altos valores de PIB total do estado do Rio do Grande do Sul, exceção apenas do município de Triunfo que pertence a outro grupo.

Porém, neste grupo de municípios, também, se detecta certa discrepância entre a colocação dos municípios em relação ao PIB total e ao PIB per capita, na classificação dos municípios do Rio Grande do Sul. Isto é percebido nos municípios de Alvorada; Bagé; Santa Maria; São Leopoldo e Sapucaia do Sul.

45 Além disso, uma pequena variação negativa no PIB total e no per capita ocorreu no resultado obtido por Novo Hamburgo.

Tabela 24 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005 MUNICÍPIOS PIB PIB per capita Valor (R$ 1 000) Posto Participação % Variação (R$) Posto Relativo Variação % % (1) Alvorada 783,518 32º 0.54 13.8 3,727 496º 0.28 11.2 Bagé 906,488 27º 0.63 6.4 7,473 317º 0.56 5.4 Bento Gonçalves 1,908,364 14º 1.32 11.9 18,627 27º 1.40 9.7 Cachoeirinha 2,005,512 13º 1.39 10.3 16,755 43º 1.26 8.3 Canoas 9,376,153 2º 6.50 11.1 28,484 7º 2.14 9.7 Caxias do Sul 8,422,381 3º 5.83 11.9 20,838 19º 1.57 9.7 Gravataí 3,713,639 6º 2.57 13.9 14,016 69º 1.05 11.3 Novo Hamburgo 3,726,442 5º 2.58 ­0.1 14,595 60º 1.10 ­1.5 Passo Fundo 2,402,739 10º 1.66 3.4 12,968 80º 0.97 1.7 Santa Cruz do Sul 2,991,816 7º 2.07 5.8 25,365 10º 1.91 4.2 Santa Maria 2,358,076 12º 1.63 9.7 8,864 204º 0.67 8.0 São Leopoldo 2,368,537 11º 1.64 10.8 11,300 120º 0.85 9.3 Sapucaia do Sul 1,520,892 15º 1.05 7.3 11,355 119º 0.85 5.6

Rio Grande do Sul 144,344,171 ­ 100.00 4.7 13,310 ­ 1.00 3.6 FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social. IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais. (1) PIB per capita municipal / PIB per capita estadual.

Em relação à estrutura econômica, destaca­se a forte incidência do setor de Serviços na composição do VAB em praticamente todos os municípios. No entanto, nos municípios de Gravataí e de Sapucaia do Sul, o setor Indústria (55, 0% e 51,22%, respectivamente) ultrapassa o setor Serviços (44,61% e 48,73%, respectivamente).

Outros municípios, também apresentam percentuais significativos no setor Indústria, são eles: Canoas (41,36%); Caxias do Sul (42,73%); e Santa Cruz do Sul (47,78%), os dois primeiros representam juntos 17,40% do VAB no estado do Rio Grande do Sul.

Tabela 25 ­ Estrutura do Valor Adiconado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005 MUNICÍPIOS Estrutura (%) do VAB Participação no VAB do Estado (%)

Agricultura Indústria Serviços Agricultura Indústria Serviços Alvorada 0.14 17.30 82.56 0.01 0.33 0.76 Bagé 7.59 19.21 73.20 0.71 0.42 0.77 Bento Gonçalves 3.41 38.36 58.22 0.63 1.65 1.21 Cachoeirinha 0.05 34.26 65.70 0.01 1.41 1.31 Canoas 0.03 41.36 58.61 0.03 8.25 5.64 Caxias do Sul 1.66 42.73 55.61 1.35 8.15 5.12 Gravataí 0.39 55.00 44.61 0.13 4.40 1.72 Novo Hamburgo 0.27 31.27 68.46 0.10 2.63 2.77 Passo Fundo 1.18 20.62 78.20 0.28 1.15 2.10

46 Santa Cruz do Sul 3.42 47.78 48.80 0.92 3.01 1.48 Santa Maria 2.11 14.75 83.14 0.51 0.82 2.24 São Leopoldo 0.07 31.29 68.64 0.02 1.68 1.78 Sapucaia do Sul 0.04 51.22 48.73 0.01 1.73 0.80

Rio Grande do Sul 7.08 30.25 62.67 100.00 100.00 100.00 FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social.

IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais

A. 5 – Municípios com mais de 500 mil habitantes

47 Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, município sede da RMPA, possui 1.420.667 habitantes (dados do IBGE 2007). Está localizada na região do COREDE Metropolitano Delta do Jacuí.

O plano diretor de Porto Alegre foi aprovado em 12 de janeiro de 1999, e, em seu texto foram previstos instrumentos estabelecidos no Estatuto da Cidade aprovado em 2001.

De acordo com a tipologia do Plano Nacional de Habitação (PLANHAB), os municípios situados nesta faixa de população, na RMPA, estão classificados no Tipo B, que são as metrópoles, aglomerações urbanas e capitais situadas em regiões de alto estoque de riqueza, com grande importância funcional na rede de cidades – são cidades pólo em suas respectivas regiões. A maior parte da população economicamente ativa concentrada em atividades urbanas. A taxa de urbanização é de 96,07%. Assim como as metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro, estes concentram desigualdades e graves problemas urbanísticos e sociais.

No Censo 2000 foram contabilizados 442.007 domicílios particulares permanentes no município de Porto Alegre. Destes, 41.888 (9,5%) apresentavam algum tipo de carência ou deficiência de infra­estrutura, e, 20.454 (4,6%) por adensamento. O déficit habitacional era de 26.340 unidades, ou 6,0%.

No Mapa da Pobreza e da Desigualdade dos municípios brasileiros, tem­se que o município de Porto Alegre apresenta 23,74% de incidência de pobreza, e, possui um grau de desigualdade medido pelo Índice de Gini, de 0,45.

Já no que se refere à situação econômica, Porto Alegre é o município com o maior PIB total. E, como a maioria dos municípios analisados o setor de Serviços é o que mais colabora para a composição do Valor Adicionado Bruto de Porto Alegre, cuja participação alcança 25,62% do VAB do estado.

Tabela 26 ­ Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005 PIB PIB per capita

MUNICÍPIOS Variação Valor (R$ 1 000) Posto Participação % (R$) Posto Relativo (1) Variação % %

Porto Alegre 27,977,351 1º 19.38 13.9 19,582 24º 1.47 12.9

Rio Grande do Sul 144,344,171 ­ 100.00 4.7 13,310 ­ 1.00 3.6

FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social. IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais. (1) PIB per capita municipal / PIB per capita estadual.

Tabela 27 ­ Estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos municípios do Rio Grande do Sul – 2005 MUNICÍPIOS Estrutura Participação (%) do VAB no VAB do Estado (%)

48 Agricultura Indústria Serviços Agricultura Indústria Serviços (%) (%) (%) (%) (%) (%)

Porto Alegre 0.06 14.27 85.67 0.17 8.84 25.62

Rio Grande do Sul 7.08 30.25 62.67 100.00 100.00 100.00

FONTE: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social.

IBGE/Diretoria de Pesquisas/Coordenação de Contas Nacionais

B – Acesso à Terra Urbanizada

As possibidades de acesso à terra urbanizada são desenhadas, em especial, quando estabelecidas as normas de regulação do uso e ocupação do solo. Entre os 42 municípios gaúchos avaliados foram identificadas diretrizes e objetivos associados ao cumprimento da função social da propriedade em 36 (86%) municípios.

Entretanto, ao examinar um conjunto de informações coletadas referentes à priorização de políticas públicas e temáticas que potencializariam o cumprimento da função social da propriedade verifica­se que um número de municípios consideravelmente menor estabelece prioridades nesse sentido: habitação 9 (21%); meio ambiente 11 (27%), saneamento 5 (12%); patrimônio cultural 6 (14%), mobilidade e transporte 6 (14%); e, outros 15 (36%), com maior referência para infra­estrutura.

Observa­se que, especialmente em relação ao zoneamento proposto pela maioria dos municípios analisados, os planos diretores apresentam uma carência de definições concernentes às possibilidades da população de baixa renda ter acesso à terra urbanizada e bem localizada. Na maior parte dos casos, as áreas destinadas estão localizadas na periferia, em zonas sem infra­estrutura e próximas a áreas de preservação ambiental. E, quando há

49 previsão de áreas específicas para população de baixa renda, como ZEIS ou AEIS, necessitam de regulamentação por meio de legislação específica.

Tabela 28 – Estabelecimento da Função Social da Propriedade nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional Função Social da Propriedade O PD De que forma? estabelece Municipios / como OBJETIVO Priorizando: Faixa ou DIRETRIZ o Mobilidad populacional cumprimento Meio Saneame Patrimôni Habitação e_Transpo Outros da função social Ambiente nto o Cultural da propriedade? rte

< 20 MIL 4 4 0 1 0 1 0 2 20 A 50 MIL 13 10 3 3 1 2 1 4 50 a 100 mil 11 10 5 6 3 3 4 7 100 a 500 13 11 1 1 1 0 1 2 mil > 500 mil 1 1 0 0 0 0 0 0 TOTAL 42 36 9 11 5 6 6 15 % 100 86 21 27 12 14 14 36

Na leitura dos planos diretores foi feita uma análise da divisão do território, se em macrozonas ou microzonas, e, se foram incluídas ou não as zonas rurais do município, com objetivos e regras claramente expressos no texto das leis dos planos diretores.

Os municípios analisados mostram uma tendência de divisões macro, com inclusão das zonas rurais. O macrozoneamento foi utilizado nos 42 (100%) municípios analisados, destes, 31 (74%) faz referências à inclusão das zonas rurais, com um número bastante significativo dos municípios nas duas faixas intermediárias de população.

Ainda que se verifique uma tendência de divisão territorial em grandes áreas, a utilização do zoneamento tradicional acontece em 34 municípios (81%). Os dados analisados também mostram que 25 (60%) municípios definem objetivos, ou seja, as razões que levaram os municípios a estabelecer tal divisão territorial. Outro dado significativo é o número de municípios 26 (62%) que demarcam o perímetro das macrozonas, estabelecidos no corpo da lei do plano diretor.

Tabela 29 – Formas de Controle do Uso e Ocupação do Solo nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional. CONTROLE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Municipio PD estabelece Define Macrozoneamento PD PD PD s Total/ macrozoneamento os demarcado estabelece remete a remete a Faixa de (MZ) objetivo outra forma uma elaboraç Habitante s do MZ de revisão ão da lei s Zona Zona Rural regulação da lei de de uso e Urbana Mapa Perímetr de uso e uso e ocupaçã o ocupação ocupação o do solo Delimita do solo do solo do < 20 MIL 4 2 3 3 2 4 0 1 20 A 50 13 11 8 12 10 11 3 1 MIL 50 a 100 11 10 8 11 7 7 1 0 mil 100 a 13 8 6 12 6 11 1 3 500 mil

50 > 500 mil 1 0 1 1 1 1 0 0 TOTAL = 42 42 31 25 39 26 34 5 5 % 100 74 60 93 62 81 12 12

Dos municípios avaliados, 22 (52%) alteraram seus perímetros urbano, entre os quais houve acréscimos em 19 (45%), e decréscimos em 3 (7%). Importante ressaltar que em apenas 7 (17%) municípios foram estabelecidas regras para essas alterações.

Os dados mostram uma tendência, ainda existente, de expansão das periferias. Na grande maioria dos municípios analisados não há qualquer previsão de uma intervenção planejada nessas áreas.

E, nesse sentido, se entende que o processo de transformação de áreas rurais em urbanas apresenta um quadro extremamente frágil, ocasionado pela falta de regras do uso e ocupação do solo e da não utilização de instrumentos que poderiam inibir a supervalorização imobiliária e possibilitar a provisão de infra­estrutura adequada por parte da gestão municipal.

Importante salientar que, em 28 (67%) dos municípios analisados, há previsões de regras para o parcelamento, porém, do total de municípios pesquisados, 22 (52%) remetem as regras para uma regulamentação ou elaboração de legislação específica para o parcelamento do solo.

No que se relaciona ao acesso à terra urbanizada para populações mais pobres, os dados revelam que 15 (36%) municípios apresentam regras específicas para o parcelamento de interesse social, mas, somente um município prevê percentual para área de habitação de interesse social, o município de Santa Rosa.

Tabela 30 – Definição do Perímentro Urbano e das Regras de Parcelamento do Solo, nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional. PERÍMETRO URBANO E PARCELAMENTO DO SOLO Municipi Novos os / PD cria loteament PD remete Faixa de Cria PD inclui regras os as regras Habitant regra regras para específicas prevêem PD alterou o de es alteraçã o para PD prevê área de % para perímetro parcelame o do parcelamen parcelame expansão urbana área de urbano nto para perímetr to do solo nto de Habitação legislação o urbano interesse de específica social Interesse Social Sim, com Sim delimitação Nã Si Nã Nã Nã Sim Não Sim Não Sim Não : Sim o m o o o Map Perí > < a m < 20 MIL 0 1 3 0 3 3 1 0 4 2 2 0 1 3 0 4 20 A 50 5 1 1 1 10 9 4 10 3 4 9 7 0 13 MIL 5 1 50 a 100 7 0 2 4 6 7 4 4 6 4 6 7 1 10 mil 5 0 51 100 a 6 1 3 2 11 8 5 8 5 4 9 7 0 12 500 mil 6 1 > 500 1 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 0 1 mil 0 0 TOTAL 1 = 42 9 3 9 7 31 28 14 22 18 15 26 16 3 24 1 41 4 % 5 7 22 17 74 67 33 52 43 36 62 38 7 57 2 98

A utilização dos instrumentos do Estatuto da Cidade, tais como IPTU progressivo, Parcelamento Compulsório, Outorga Onerosa, ZEIS ou AEIS, entre outros, requer algumas definições conceituais e de parâmetros necessários às suas implementações.

A pesquisa, nos municípios gaúchos, mostra insuficiência no tratamento de alguns desses quesitos básicos. No que se refere, por exemplo, aos Índices de Aproveitamento básico e máximo, em 22 (52%) municípios há definição no próprio plano diretor.

Importante destacar que o índice de aproveitamento básico indica o quanto pode ser construído no lote sem que a edificação implique numa sobrecarga de infra­estrutura para o Poder Público, portanto, é um indicador essencial para por em prática a Outorga Onerosa. O que mais ocorre, ou seja, em 34 (81%) dos municípios é definição dos Indices de Aproveitamento mínimo e/ou máximo,

Fundamental para aplicação do IPTU progressivo, do parcelamento compulsório, das ZEIS ou AEIS em vazios, os conceitos de subutilização, não utilização, terreno vazio, são definidos em 20 (48%), 15 (36%), 14 (33%) dos municípios, respectivamente.

A tendência, na maioria dos planos diretores, é a remissão dessas questões para leis específicas. Em grande parte dos planos diretores analisados não há prazo para elaboração dessas leis, o que joga para um futuro não especificado a aplicação desses instrumentos.

Tabela 31 – Definição de Coeficientes de Aproveitamento, de Conceitos de Subutilização, Não Utilização e Terreno Vazio, e, de Políticas para o Zoneamento proposto nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional. COEFICIENTES E MACROZONAS Municipi Definiç Definiç PD PD os / ão de ão define define Faixa de coef. Definição dos conceitos cálculo MZ zonas Habitant de de: coef. com com Existência de zoneamento e es aprovei de seus seus políticas específicas para: t. aprovei coef. coef. Áreas Sítio Áreas de básico Subutil Não Terren t. Aprovei Aprove Centr s Proteção e iz. utiliz o t. e/ou it. e/ou ais Hist. Ambiental máxim . vazio param. param. o no utiliz. de próprio utiliz.

52 PD < 20 MIL 0 1 1 0 2 1 3 1 1 3 20 A 50 3 5 4 4 11 7 10 1 4 10 MIL 50 a 100 9 6 6 6 8 7 10 5 9 9 mil 100 a 9 5 4 4 12 9 12 10 10 12 500 mil > 500 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 mil TOTAL 18 = 42 22 20 15 14 34 25 36 25 35 43 % 52 48 36 33 81 60 86 60 83

Instrumentos como ZEIS ou AEIS permitem estabelecer padrões urbanísticos próprios para determinados assentamentos, ou seja, cria a possibilidade de uma requalificação do espaço habitado das favelas, com a inclusão no zoneamento do município. O reconhecimento da existência de uma diversidade de ocupações nas cidades, dado pelo estabelecimento desses instrumentos, significa construir uma legalidade para esses assentamentos e, consequentemente, garantir o direito de cidadania a seus moradores.

Verifica­se, na análise dos planos diretores gaúchos, que 33 (79%) referem­se à ZEIS ou AEIS, instituindo­as ou prevendo­as, sendo que deste total 18 (43%) remetem a elaboração de legislação específica para regulamentação e definição de parâmetros. Desses 33 municípios que trazem referências à ZEIS OU AEIS, 15 (45%) estabelecem a criação desse instrumento no próprio corpo da lei.

Tabela 32 – Instituição de ZEIS OU AEIS nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional. ZEIS (Zonas de Especial Interesse Social) ou AEIS (Áreas de Especial Interesse Social)

Municipios / Definição Definição Instituição Definição Localização Remete Previsão Faixa de População Tipologia / Previsão Tipologia Mapa Lei Investimento Habitantes Beneficiada Habitacional

< 20 mil 9 5 6 5 0 5 0 50 a 100 mil 7 6 4 3 2 6 0 100 a 500 13 mil 9 10 3 0 5 1 > 500 mil 1 1 1 1 0 1 0 TOTAL = 42 33 22 24 13 3 18 1 % 79 52 57 31 7 43 2

Entre os instrumentos constantes no Estatuto da Cidade, vários dispositivos guardam relação com a efetivação das políticas de indução para o desenvolvimento urbano, são os relativos ao parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; a desapropriação para fins de reforma urbana, o consórcio imobiliário; as operações urbanas consorciadas e o direito de preempção.

53 Na grande maioria dos municípios gaúchos esses instrumentos estão incluídos no texto da lei, mas muitas vezes aparecem apenas como uma referência ao Estatuto da Cidade, ou seja, o instrumento é listado, sem uma aplicabilidade efetiva.

Tabela 33 – Instituição de Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional. Instrumentos de Política Fundiária ZEIS c/ Edificação ou Outorga Operação Transferên Concessão EIV Direito de Direito de definição Parcelament Onerosa Urbana cia Direito de Uso Superfície Preempçã Total de de o Direito de Consorciad de Especial o Municipios tipologia Compulsório Construir ou a Construir de Moradia Faixa de IPTU Progres. de Habitantes Alteração de uso < 20 mil 2 1 1 2 1 2 3 1 0 20 a 50 mil 5 13 8 10 8 7 11 7 12 50 a 100 mil 6 11 11 9 11 3 9 6 10 100 a 500 mil 11 10 12 11 11 3 11 6 11 > 500 mil 1 1 1 0 1 0 1 0 0

TOTAL = 42 25 36 33 32 32 15 25 20 33 % 59 85 79 76 76 36 59 48 79

A aplicação desses instrumentos, seguida a aprovação do plano diretor, ocorre em um número reduzido de municípios, como pode ser visto nos quadros a seguir, elaborados por município de acordo com as faixas de população definidas na pesquisa.

Quadro 1 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisadoscom menos de 20 mil habitantes Instrumentos de Política Fundiária Municípios ZEIS Edificação Outorga Operação Transferênci Concessã EIV Direito de Direito de < 20 mil ou Onerosa Urbana a Direito de o de Uso Superfície Preempçã habitantes Parcelament Direito de Consorcia Construir Especial o o Construir da de Compulsório ou de Moradia IPTU Alteração Progres. de uso ARROIO DOS Previst NÃO SIM SIM SIM SIM Auto SIM SIM Auto NÃO RATOS o Legislação Legislaçã Legislação Aplicável Legislaçã Aplicável Específica o Específica o Específica Específic a BALNEARIO SIM SIM Auto VEDADO SIM VEDADO SIM Auto SIM Auto VEDADO NÃO PINHAL Aplicável Legislaçã Aplicável Aplicável o Específica IVOTI SIM LISTADO LISTADO LISTADO NÃO LISTADO SIM LISTADO LISTADO SAO MARCOS NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO Total = 4 2 1 1 2 1 2 3 1 0 % 50 25 25 50 25 50 75 25 0

Quadro 2 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, de 20 a 50 mil habitantes. Instrumentos de Política Fundiária Municípios ZEIS Edificação Outorga Operação Transferê Concessã EIV Direito Direito 20 a 50 mil ou Onerosa Urbana ncia o de Uso de de

54 habitantes Parcelament Direito de Consorcia Direito de Especial Superfí Preempç o Construir ou de da Construir de cie ão Compulsório Alteração de Moradia IPTU uso Progres. CANELA NÃO SIM SIM Legislação SIM SIM NÃO Lei PREVIS SIM Legislação Específica Legislaçã Legislação ambient TO Auto Específica o Específica al Auto LegislaçAplicável Específic Aplicável ão a Específi ca CHARQUEADAS SIM SIM Auto SIM Auto NÃO SIM Auto SIM Auto SIM NÃO SIM Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Legislaç ão Específic a FREDERICO SIM SIM Auto SIM Legislação SIM SIM LISTADO SIM SIM SIM WESTPHALEN Aplicável Específica Legislaçã Legislação Auto Auto Legislaç o Específica Aplicável Aplicáv ão Específic el Específic a a LAGOA NÃO SIM SIM Auto SIM SIM SIM Auto SIM SIM SIM VERMELHA Legislação Aplicável Legislaçã Legislação Aplicável Legislaç Legislaç Legislaç Específica o Específica ão ão ão Específic Específic Específi Específic a a ca a NOVA SANTA SIM / SIM SIM Legislação SIM SIM Auto SIM Auto SIM SIM SIM RITA AEIS Legislação Específica Legislaçã Aplicável Aplicável Auto Auto Legislaç Específica o Aplicável Aplicáv ão Específic el Específic a a ROSARIO DO SUL SIM SIM SIM Legislação SIM SIM SIM Auto SIM SIM SIM Legislação Específica Legislaçã Legislação Aplicável Legislaç Auto Legislaç Específica o Específica ão Aplicáv ão Específic Específic el Específic a a a SANTIAGO Referênci SIM Auto SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM a de Aplicável Regulamentaç Legislaçã Legislaç Auto PREVISÃ ão pelo o ão Aplicável O Executivo Específic Específic a a SANTO ANTONIO Referênci SIM NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO SIM DA PATRULHA a AEIS Legislação Auto Auto Específica Aplicável Aplicável SAO LUIZ NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO GONZAGA Legislação Específica SAO SEPE NÃO SIM Auto SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM Aplicável Legislaçã Auto Auto o Aplicável Aplicáv Específic el a SOLEDADE PREVISÃ SIM SIM Legislação SIM SIM NÃO SIM NÃO SIM O Legislação Específica Legislaçã Legislação Legislaç Legislaç Específica o Específica ão ão Específic Específic Específic a a a TRAMANDAI PREVISÃ SIM LISTA SIM LISTADO SIM Auto SIM SIM SIM O Legislação Legislaçã Aplicáv Legislaç Auto Legislaç Específica o ão Aplicáv ão Específic Específic el Específic a a a TRIUNFO SIM SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM NÃO SIM Legislação Legislaçã Legislaç Específica o ão Específic Específic a a Total = 13 5 13 8 10 8 7 11 7 12

55 % 38 100 62 77 62 54 85 54 92

Quadro 3 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, de 50 a 100 mil habitantes. Instrumentos de Política Fundiária

Municípios ZEIS Edificação Outorga Operação Transferên Concessã EIV Direito Direito 50 a 100 mil ou Onerosa Urbana cia Direito o de Uso de de habitantes Parcelamen Direito de Consorcia de Especial Superfíc Preempç to Construir ou da Construir de ie ão Compulsóri de Alteração Moradia o IPTU de uso Progres. ALEGRETE SIM SIM SIM SIM Auto SIM NÃO SIM SIM SIM Legislação Aplicável Legislação Legislaç Auto Específica Específica ão Aplicável Específi ca CAMPO BOM REF / LE SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM Legislação Legislação Legislaçã Legislação Legislaç Legislaç Auto Específica Específica o Específica ão ão Aplicável Específica Específi Específi ca ca CRUZ ALTA SIM SIM Auto SIM Auto SIM SIM SIM Auto SIM SIM SIM Aplicável Aplicável Legislaçã Legislação Aplicável Auto Auto Legislaçã o Específica Aplicáv Aplicáv o Específica el el Específic a ERECHIM NÃO / SIM SIM NÃO SIM Auto NÃO NÃO NÃO SIM ARU Legislação Aplicável Legislaçã Específica o Específic a ESTEIO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM AEIS Legislação Legislação Legislaçã Legislação Auto Auto Legislaçã Específica Específica o Específica Aplicáv Aplicáv o Específica el el Específic a IJUI NÃO SIM Auto SIM Auto SIM SIM SIM Auto SIM NÃO CITADO Aplicável Aplicável Aplicável Legislaç ão Específi ca LAJEADO NÃO SIM SIM SIM SIM Auto NÃO NÃO NÃO SIM Legislação Legislação Legislaçã Aplicável Legislaçã Específica Específica o o Específica Específic a SANTA ROSA SIM SIM SIM SIM SIM Auto NÃO SIM SIM SIM Legislação Legislação Legislaçã Aplicável Legislaç ACONS Legislaçã Específica Específica o ão o Específica Específi Específic

56 ca a SANTANA DO SIM SIM SIM SIM SIM Auto SIM Auto SIM NÃO SIM LIVRAMENTO Legislação Legislação Legislaçã Aplicável Aplicável Legislaç Específica Específica o ão Específica Específi ca TAQUARA SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM NÃO SIM Legislação Legislação Legislaçã Legislação Legislaç Auto Específica Específica o Específica ão Aplicável Específica Específi ca VACARIA PREVISÃ SIM SIM SIM SIM LISTADO SIM SIM SIM O Legislação Legislaçã Legislação Legislaç Auto Auto Específica o Específica ão Aplicáv Aplicável Específica Específi el ca Total = 11 6 11 11 9 11 3 9 6 10 % 54 100 100 82 100 27 82 54 91

Quadro 4 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, de 100 a 500 mil habitantes. Instrumentos de Política Fundiária Municípios ZEIS Edificação Outorga Operação Transferên Concess EIV Direito Direito de 100 a 500 mil ou Onerosa Urbana cia Direito ão de de Preempçã habitantes Parcelame Direito de Consorciada de Uso Superfíc o nto Construir Construir Especial ie Compulsóri ou de de o IPTU Alteração Moradia Progres. de uso ALVORADA SIM / NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO AEIS Definição CONSELH O BAGE SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM Legislação Legislação Legislação parcialme Auto Auto Auto parcialme Específica Específica Específica nte Auto Aplicáve Aplicáv Aplicáv nte Auto Aplicável Aplicável l el el BENTO GONCALVES SIM SIM Auto SIM Auto SIM SIM NÃO SIM SIM SIM Auto Aplicável Aplicável Legislação Legislação Auto Auto Aplicável Específica Específica Aplicáv Aplicáv el el CACHOERINHA SIM SIM SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM Auto Legislação Legislação Legislação Auto Aplicável Específica Específica Específica Aplicáv el CANOAS SIM NÃO SIM SIM SIM NÃO SIM NÃO SIM Auto Legislação Legislação Legislação Legislaç Aplicável Específica Específica Específica ão

57 Específi ca CAXIAS DO SUL PREVISÃ SIM SIM SIM SIM NÃO SIM NÃO SIM O Legislação Legislação Legislação Legislação Legislaç Legislação Específica Específica Específica Específica ão Específica Específi ca GRAVATAÍ SIM NÃO NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO Apreciação CMVEREADO RES NOVO HAMBURGO SIM / SIM SIM SIM SIM NÃO SIM NÃO SIM AEIS Legislação Legislação Legislação Legislação Legislaç Legislação Específica Específica Específica Específica ão Específica Específi ca PASSO FUNDO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM Legislação Legislação Legislação Legislação Auto Auto Legislação Específica Específica Específica Específica Aplicáv Aplicáv Específica el el SANTA CRUZ DO PREViSÃ SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SUL O AEIS Legislação Legislação Legislação Legislação Auto Legislaç Legislaç Legislação Específica Específica Específica Específica Aplicáve ão ão Específica l Específi Específi ca ca SANTA MARIA SIM SIM Auto SIM Auto SIM SIM Auto NÃO SIM LISTAD SIM Auto Aplicável Aplicável Legislação Aplicável Auto O Aplicável Específica Aplicáv el SAO LEOPOLDO SIM SIM Auto SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM Aplicável Legislação Legislação Legislação Legislaç Legislaç Auto Legislação Específica Específica Específica ão ão Aplicáv Específica Específi Específi el ca ca SAPUCAIA DO SUL SIM SIM SIM SIM SIM Auto LISTADO SIM SIM SIM Legislação Legislação Legislação Aplicável Legislaç Auto Legislação Específica Específica Específica ão Aplicáv Específica Específi el ca Total = 13 11 10 12 11 11 3 11 6 11 % 84 77 92 84 84 23 84 46 84

Quadro 5 – Instrumentos de Política Fundiárias nos municípios pesquisados, com mais de 500 mil habitantes. Instrumentos de Política Fundiária

Municípios ZEIS Edificação Outorga OperaçãTransferênConcessão EIV Direito de Direito de > 500 mil ou Onerosa o cia Direito de Uso Superfíci Preempçã habitantes Parcelame Direito de Urbana de Especial e o nto Construir ou Consorc Construir de Compulsóri de Alteração iada Moradia o IPTU de uso Progres. PORTO ALEGRE SIM / SIM SIM Auto NÃO SIM Auto NÃO SIM NÃO NÃO AEIS Legislação Aplicável Aplicável Auto Específica Aplicáve l Total = 1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 100 100 100 0 100 0 100 0 0

No caso dos instrumentos Edificação ou Parcelamento Compulsórios e IPTU Progressivo, um (2%) município prevê a utilização em conjunto com o Direito de Preempção, encontrado no plano diretor de Bento Gonçalves. Em 8 (19%) municípios há uma vinculação com a utilização de Consórcio Imobiliário ou Operação Urbana Consorciada, são eles: Alegrete,

58 Bagé, Cruz Alta, Lagoa Vermelha, Nova Santa Rita, São Sepé, Sapucaia do Sul e Triunfo. O Direito de Preempção está previsto em 33 (79%) dos municípios pesquisados, e o Consórcio Imobiliário ou Operação Urbana Consorciada em 32 (76%).

Em relação ao Consórcio Imobiliário destaca­se, ainda, que os municípios de Bento Gonçalves, Canela e Frederico Westphalen prevêem a sua aplicação associada às áreas com previsão de utilização do Direito de Preempção ou Preferência. Alguns municípios estabelecem um conteúdo mínimo a ser observado na aplicação do instrumento, tais como: Arroio dos Ratos, Bento Gonçalves, Charqueada, Cruz Alta, Esteio, Lagoa Vermelha, Nova Santa Rita, São Sepé. Em alguns casos existe uma vinculação com o zoneamento previsto no plano diretor, ou seja, uma definição das áreas passíveis de utilização do instrumento: Cruz Alta, Gravataí, Lagoa Vermelha, Novo Hamburgo, Soledade, Taquara, Tramandaí.

Os instrumentos de Outorga Onerosa do Direito de Construir ou Alteração de Uso e a Transferência do Direito de Construir foram previstos em 33 (79%) e 32 (76%) municípios, respectivamente, em sua maioria remetem a regulamentação em lei específica. O uso desses instrumentos, na maioria dos municípios, está relacionado aos programas ou projetos ligados a regularização fundiária; a urbanização de áreas habitadas por população de baixa renda; a habitação de interesse social; a reserva fundiária; ao ordenamento e direcionamento da expansão urbana; aos equipamentos urbanos e comunitários; a criação de áreas de lazer e de áreas verdes; a unidades de conservação e proteção ambiental; a áreas de interesse histórico, cultural e paisagístico; ao sistema viário.

Os municípios de Bagé, Rosário do Sul e Sapucaia do Sul estabelecem que os recursos oriundos da utilização da Outorga Onerosa serão destinados a um fundo municipal de desenvolvimento.

A Concessão de Uso Especial para Moradia foi prevista em 15 (36%) municípios, identificado como instrumento de regularização fundiária, e, para sua aplicação, remetem aos dispositivos da Medida Provisória Nº 2.220 / 2001. Em sua maioria estabelece, como destinatário da outorga de concessão, àquele que residia em área urbana, pública, de até 250 metros quadrados, até a data de 30 de junho de 2001, por 5 anos ininterruptos, sem contestação. Excessão ocorre no município de Balneário Pinhal que define o lote de até 300 metros quadrados.

Ao estabelecer o Direito de Superfície, nos artigos 21a 24, o Estatuto da Cidade acrescenta um conceito mais amplo ao direito de propriedade, ou seja, reconhece­se que o direito de construir tem um valor em si mesmo, independente do valor da propriedade. Dentre os municípios gaúchos pesquisados, 20 (48%) prevêem a utilização do Direito de Superfície, porém não há relação com o zoneamento definido nos planos diretores, bem como não há delimitação de áreas passíveis de uso desse instrumento.

Nos municípios de Bento Gonçalves, Cruz Alta, Santa Rosa, São Sepé e Vacaria, o plano diretor define que o Direito de Superfície poderá ser aplicado em todo o território municipal. Já o município de Esteio especifica que o Direito de Superfície poderá ser utilizado em 59 terrenos ou glebas urbanas necessária para abrigar obras, usos ou atividades de interesse público. E, o Plano Diretor da cidade de Cruz Alta discrimina as situações nas quais o poder público poderá exercer o Direito de Superfície em áreas particulares.

Um dos instrumentos previstos, também, em 25(59%) dos municípios pesquisados no estado do Rio Grande do Sul, é o Estudo de Impacto de Vizinhança, considerado na elaboração de projetos que envolvem empreendimentos promotores de mudanças significativas no perfil da região onde será instalado. O Estudo de Impacto de Vizinhança, de acordo com a previsão nos planos diretores analisados, deverá levar em conta os efeitos positivos e negativos na vida dos moradores das áreas próximas ao possível empreendimento, e deverá obrigatoriamente garantir o acesso aos documentos e a consulta pública junto à comunidade afetada. No caso do município de Bagé, a instituição e regulamentação do Estudo de Impacto de Vizinhança é objetivo da Estratégia de Uso e Ocupação do Solo, para atividades potencialmente causadoras de efeitos ambientais negativos que possam prejudicar o meio urbano e rural.

60 C – Acesso a Serviços e Equipamentos (Habitação, Saneamento Ambiental, Transporte e Mobilidade)

C.1­ Do Plano Diretor e a Integração de Políticas Públicas

Um dos grandes desafios da política urbana brasileira é a incipiente integração de políticas públicas setoriais e, em especial, quando se trata de uma ação compartilhada na gestão de aglomerações urbanas. No planejamento de uma cidade é fundamental que se tenha conhecimento das condições de vida da população, do ambiente natural e construído, do contexto local e regional que caracteriza a dinâmica urbana, assim como tratar os problemas setoriais da cidade a partir de uma visão globalizante e atualizada das condições sociais e naturais desse território.

Tabela 34 – Plano Diretor e a Integração de Políticas Setoriais Urbana nos municípios pesquisados, segundo faixa populacional. PLANO DIRETOR E A INTEGRAÇÃO DE POLÍTICAS URBANAS

Definições, Foram criados Número de municípios em que foram identificados a diretrizes ou programas ou existência de um diagnóstico temático Municípios por políticas em instrumentos Habitação Saneament Mobilidade Meio faixa perspectiva que visam a o Ambiental e Ambiente população integrada integração das Transporte políticas? < 20 mil 3 1 0 0 1 1 20 a 50 mil 9 2 0 0 0 0 50 a 100 mil 7 5 2 1 3 2 100 a 500 mil 9 6 6 8 5 9 > 500 mil 1 1 1 0 0 0 Total = 42 29 15 9 9 9 12 % 69 36 21 21 21 29

A pesquisa mostra que 29 (69%) dos municípios apresentam no texto de seus planos diretores definições e/ou diretrizes e/ou políticas numa perspectiva integradora. Já, a criação de programas ou instrumentos que possibilitariam alcançar, concretamente, a integração é encontrado em 15 (36%) dos municípios pesquisados.

No que se refere à existência de diagnóstico relacionado às políticas setoriais, não se obteve a totalidade de informações dos municípios envolvidos na pesquisa que permita uma avaliação segura.

Na pesquisa se identificou um número muito pequeno de municípios, 4 (10%), que apresentam contradições e dicotomias referentes as definições e instrumentos relativos às políticas setoriais previstas no texto do plano diretor.

Os pesquisadores relacionam a existência, ou criação ou previsão de fundos vinculados à política urbana em 25 (60%) municípios. Em geral, são fundos com recursos destinados ao desenvolvimento urbano do município, abrangendo várias temáticas. Em 20 (80 %) municípios, o fundo destina recursos para a política habitacional, em 13(52%) para saneamento ambiental, em12 (48%) para mobilidade e transporte, e, em 17 (68%) para meio ambiente.

61 No município de Caxias do Sul existe o Fundo da Casa Popular (FUNCAP), criado pela Lei Municipal Nº 499, de 1952, este foi atualizado e hoje é regido pela Lei Municipal nº 5.348/2000, também há um fundo específico para o meio ambiente, o Fundo Municipal de Meio Ambiente. No caso de Bagé, o plano diretor instituiu o Fundo de Desenvolvimento Urbano Territorial, cujos recursos devem ser aplicados para: regularização fundiária; programas e projetos de HIS; reserva fundiária; ordenamento e direcionamento da expansão urbana; equipamentos públicos urbanos e comunitários; espaços públicos de lazer e áreas verdes; áreas de conservação ou proteção ambiental, de interesse histórico, cultural ou paisagístico. Entretanto, no exame do PDDUA não se verifica uma articulação com a Lei n 3.579/2000, que criou o Fundo Municipal de Habitação e Saneamento, destinado a apoiar a implementação de programas de habitação e saneamento básico voltados à população de baixa renda. Outro exemplo é o plano diretor do município de Triunfo que apenas cita os fundos de Desenvolvimento Urbano; de Trânsito e Transportes; e, do Meio Ambiente, como instrumentos da política urbana, mas não há previsão de criação dos mesmos.

Em relação ao estabelecimento de critérios referentes a políticas afirmativas, somente o município de São Leopoldo define critérios relacionado à questão de gênero.

C.2 ­ O Plano Diretor e a Política de Habitação.

No que se relaciona à Política de Habitação, 28 (67%) municípios estabelecem, no plano diretor, diretrizes com ênfase na inclusão social, sendo que os objetivos estão definidos apenas em 18 (43%) municípios. Outro dado chama atenção: 8 (19%) municípios indicam possibilidades de concretização das diretrizes e dos objetivos, traçando algumas metas para sua realização. Porém, apenas o município de Santa Maria vincula sua política habitacional a programas e projetos específicos, definindo beneficiados, prazos e recursos necessários.

Em três (7%) municípios há referências a realização de obras e investimentos na área habitacional: Bagé, Santa Maria e Santa Rosa. Do total de municípios pesquisados, 6 (14%) estabelecem relação entre a política habitacional e a legislação orçamentária (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentária e Lei do Orçamento Anual).

Alguns municípios referem­se à criação de programas específicos, tais como: Urbanização de Favelas em 7 (17%) municípios, e, Regularização de Loteamentos em 10 (24%) municípios. E, apenas 4 (10%) municípios definem instrumentos específicos voltados a cooperativas na produção de moradias populares. Entretanto, em 33 (79%) dos municípios pesquisados, o plano diretor traz referências à utilização dos instrumentos do Estatuto das Cidades voltados para fins habitacionais de interesse social, particularmente as ZEIS ou AEIS.

Nos textos dos planos diretores analisados se observa que, em 14 (33%) municípios do total pesquisado se constata indicações de possibilidades de uma ação articulada entre os diferentes níveis de governos: municipal, estadual e federal.

Formas de controle social foram definidas em 16 (38%) municípios, especialmente por meio de conselhos de habitação ou de desenvolvimento urbano ou do plano diretor. Em 19 (45%)

62 municípios, independentes de sua dimensão, se identificou a existência ou a criação (a partir da elaboração do plano diretor) de conselhos voltados à Política de Habitação.

C.3 ­ O Plano Diretor e a Política de Saneamento Ambiental.

Os planos diretores de 20 municípios (48%) apresentam diretrizes para a Política de Saneamento Ambiental. A visão de uma Política de Saneamento Ambiental integrada com outras temáticas ocorre, por exemplo, no caso do plano do município de Bagé, prevista e proposta na implantação de um sistema de planejamento (art. 155, inc. II), sendo que, a sua efetivação será possível pela incorporação dos demais setores da administração municipal, sociedade civil organizada e cidadania, e, mediante o monitoramento do desenvolvimento territorial e ambiental e dos parâmetros referentes à infra-estrutura, estrutura e ambiente, conforme previsto nos termos do art 171.

A articulação entre a política de uso do solo e a disponibilidade de infra­estrutura revelada nos planos diretores de 16 (38%) municípios pesquisados, em especial, na área de saneamento ambiental, mostra uma tendência por uma abordagem integradora das diferentes políticas setoriais nesses municípios.

Dentre os municípios que possuem previsão de diretrizes para a política de saneamento ambiental, poucos estabelecem objetivos concretizáveis no próprio plano, ou seja, 7 (17%) municípios. Além disso, em apenas 4 (10%) municípios tem previsão ou algum tipo de repercussão nas legislações orçamentárias municipais – Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento Anual. Já, a articulação entre as diversas esferas governamentais – municipal, estadual e federal, é referida nos planos diretores de 14 (33%) municípios.

Em 11 (26%) municípios existem definições de alguma forma de controle social, em especial, por intermédio do conselho de desenvolvimento urbano, do plano diretor, ou de conselho específico para a Política de Saneamento Ambiental. Em 7 (17%) municípios, foram identificados a existência ou a criação (a partir da elaboração do plano diretor) de conselhos para tratar de questões relacionadas ao saneamento, sendo que, em 4 desses municípios, os conselhos tratam conjuntamente as políticas de habitação e saneamento.

C.4 ­ O Plano Diretor e a Política de Mobilidade e Transporte.

Os planos diretores de 20 (48%) municípios apresentam diretrizes e objetivos para a Política de Mobilidade e Transporte relacionados à inclusão social; em 5 (12%) municípios há referências a tarifas sociais; em 18 (43%) municípios há propostas de modais com funções diferentes; em 24 (57%) municípios existem indicações do modal prioritário; em 5(12%) municípios existem definição de princípios regulatórios; e, em 33 (79%) são estabelecidos a hierarquia viária do município.

63 Dentre os municípios que estabelecem diretrizes para a Política de Mobilidade e Transporte, 6 (14%) municípios definem, no próprio plano, objetivos com metas concretizáveis. Já, a articulação entre as diversas esferas governamentais, municipal, estadual e federal, é referida nos planos diretores de 18 (43%) municípios.

Em 8 (19%) municípios existe alguma forma de controle social, em especial, por intermédio do conselho de desenvolvimento urbano, do plano diretor, também se identificou, em 6 (14%) municípios a existência de conselhos de Trânsito e Transporte.

C.5 ­ O Plano Diretor e a Política de Meio Ambiente.

A Política de Meio Ambiente definida nos planos diretores analisados apresentam objetivos e instrumentos específicos com o intuito de alcançar a sustentabilidade ambiental em 31 (74%) municípios. No entanto, se verifica que o número de municípios que estabelecem metas concretas para atingir tal sustentabilidade é bem menor, ou seja, 10 (24%) municípios.

Limitações à construção de habitações de interesse social apoiadas em possíveis impactos ao meio ambiente são previstas, com o establecimento de dispositivos restritivos, em 12 (29%) municípios.

Além disso, se observa que, em apenas 4 (10%) municípios há previsão ou algum tipo de repercussão nas legislações orçamentárias municipais – Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento Anual. Já, a articulação entre as diversas esferas governamentais – municipal, estadual e federal, é referida nos planos diretores de 11 (26%) municípios.

Em 13 (31%) municípios são definidas alguma forma de controle social, em especial, por intermédio dos conselhos específicos de meio ambiente ou de desenvolvimento urbano, ou do plano diretor. Em vários municípios, independentes de sua dimensão, se identificou a existência ou a criação (a partir da elaboração do plano diretor) de conselhos para tratar de questões relacionadas ao meio ambiente. Os pesquisadores identificaram 18 (43%) municípios com conselhos voltados à Política de Meio Ambiente.

C.6 ­ O Plano Diretor e a Política Metropolitana

Dos 42 municípios pesquisados, 17 (40%) estão situados na região metropolitana de Porto Alegre. Na análise dos planos diretores dos municípios metropolitanos se observa uma carência de definições sobre políticas urbanas que objetivam orientar uma gestão compartilhada. Em apenas três (18%) municípios se identificou informações referentes ao contexto metropolitano, e, em 9 (53%) municípios os planos diretores definem diretrizes com uma perspectiva de integração dos municípios metropolitanos. Porém, o mais preocupante, nenhum município apresenta, em seus planos diretores, metas concretas para vializar uma Política Metropolitana, na qual se prevê planejamento e gestão compartilhada.

64 D – Sistema de Gestão e Participação Democrática

Na implementação do Estatuto da Cidade, a Gestão Democrática ganha relevância, ou seja, o direito de qualquer cidadão participar no processo decisório das questões urbanas é reconhecido por meio dos mecanismos e processos que possibilitam a ampliação da democracia no Poder Executivo. Daí a importância de se identificar tais mecanismos e instrumentos nos textos dos planos diretores dos municípios pesquisados. Assim, incluem­se entre aqueles que possibilitam a promoção da democratização da gestão da cidade: os debates, as audiências e as consultas públicas, os orgãos colegiados de politica urbana; as conferências sobre assuntos de interesse urbano, etc..

Estes são Instrumentos de Democratização da Gestão Urbana, introduzidos no corpo do Estatuto da Cidade, e, objetivam ampliar a participação dos cidadãos na tomada de decisão referente à gestão e ao planejamento da cidade, ou seja, restituir a decisão aos que vivem a cidade e seus problemas.

As possibilidades de incoporação desses instrumentos nos municípios pesquisados se mostram pouco delimitadas. Verifica­se a definição de audiências públicas obrigatórias em 16 (38%) municípios; de consultas públicas (plebiscito; referendo popular etc.) em 6 (14%) municípios; a previsão de conferências em 11 (26%) municípios, porém apenas em 9 (21%) foi especificado a periodicidade.

Além disso, quando há previsão de conferência, os conteúdos são amplos e genéricos, como se pode visualizar na lista a seguir: avaliação do plano diretor; planejamento territorial; assuntos de interesse urbano; avaliação do desenvolvimento econômico, social, territorial quanto a sua eficácia; desenvolvimento sustentável; apreciar e propor objetivos e diretrizes da política urbana; e, debater relatórios anuais da gestão da política urbana do município para a adequação de estratégias.

Na identificação se o plano regulamenta ou prevê a criação de Conselhos das Cidades ou similar, se observou que os 42 (100%) municípios possuem ou previram algum tipo de conselho relacionado à temática urbana. Desses, se verifica que em 6 municípios há remissão para lei específica, regulamentando o funcionamento do conselho.

65 Os municípios de Charqueadas, Erechim, Gravataí, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Santana do Livramento, São Marcos e Triunfo, adotaram a denominação “Conselho da Cidade”. Em Gravataí funciona, também, o Conselho Municipal do Plano Diretor, no que se percebe certa superposição na atribuição dos dois conselhos. Já no caso de Triunfo, existe o Conselho Municipal do Plano Diretor, criado em 2006, entretanto, no texto da lei do plano diretor há previsão do Conselho da Cidade, ainda não regulamentado. O município de Lagoa Vermelha possui apenas um Conselho do Meio Ambiente, e, não há qualquer previsão, no texto da lei de outro conselho relacionado a política urbana. No município de Rosário do Sul existem três conselhos em funcionamento, que integram o Sistema de Planejamento e Gestão Municipal, são eles: Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, Conselho Municipal do Meio Ambiente, Conselho Municipal de Desenvolvimento.

A análise da composição desses conselhos mostra que os avanços não são satisfatórios, se se considera fatores como a ampliação e incorporação dos setores populares. Observa­se que, nos conselhos analisados, em 20 (48%) municípios se verifica a presença de setores populares. Desses, em 11 (55%) municípios tem apenas 1 representante; em 3 (15%) municípios possui 2 representantes; em 3 (15%) municípios são 3 representantes; em 2 (10%) municípios há 4 representantes; e, em: 1 (5%) município são 10 representantes.

No que se relaciona a presença do Poder Público nos conselhos de política urbana, a partir dos dados encontrados pelos pesquisadores – em 27 (64%) dos municípios se identificou a composição ­, se constata que em: 3 (11%) municípios é de mais de 50%; em 6 (22%) municípios é igual a 50 %; e, 18 (67%) municípios menos de 50%.

O caráter dos conselhos é um dado importante para se qualificar o processo decisório, ou seja, o qual é o real poder de decisão que os conselheiros possuem. Nesse sentido, os dados monstram informações de 33 (78%) município: em 8 (24%) municípios são deliberativos; em 9 (27%) municípios são consultivos e deliberativos; e, em 16 municípios (48%) são consultivos.

Em relação à participação na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos, a pesquisa apresenta as seguintes informações: em 16 (38%) municípios ocorre através dos Conselhos; em 9 (21%) municípios há referências genéricas; em 4 (10%) municípios exite previsão no tratamento de alguns temas como habitação, e meio ambiente; e, 4 (10%) municípios há remissão para lei específica ou para conferência. Além disso, em 7 (17%) municípios foram previstos, além do conselho, outros fóruns de debate de políticas urbanas com a participação do governo municipal e a sociedade, bem como em 17 (40%) municípios se observa a existência de articulação com outros conselhos do município.

A efetividade da gestão democrática tem como componente fundamental a articulação necessária entre as ações prevista nos planos diretores e o processo orçamentário do município, por meio de sua legislação tais como o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentária e a Lei do Orçamento Anual. Nesse sentido, se identificou que, somente em 4 (10%) municípios há definição de participação social no orçamento público municipal. Em 66 dois municípios (5%) existiam lei complementar, anterior ao plano diretor, com remissão da discussão ao orçamento municipal. E, apenas o município de Bagé estabelece uma relacão entre a definição das obras e investimentos com as proposições estabelecidas no plano diretor.

Além disso, no tocante implementação dos impostos territoriais, importante para dar concretude às políticas públicas urbanas, são poucos os municípios que fazem referências: 7 (17%) municípios mencionam a aplicação do IPTU progressivo; 2 (5%) municípios fazem menção ao IPTU; e, a revisão do Código Tributário foi prevista em 4 (10%) municípios.

A implementação do plano diretor demanda uma estrutura mínima na Prefeitura e condições para o planejamento e gestão das ações e seu monitoramento. Portanto, na identificação de referências e definições relativas à previsão e instalação de tal estrutura têm­se informações sobre o grau de comprometimento do Poder Público Municipal com a execução do plano diretor.

Nesse sentido, se identificou que, em 23 (55%) municípios o plano diretor informa sobre a instituição de um sistema de gestão; em 15 (36%) municípios há definição do órgão responsável; em 7 (17%) municípios são previstas formas de planejamento e execução das ações regionalizadas; e, em 14 (33%) municípios, por intermédio do conselho, há previsão de participação social no monitoramento. Além disso, para um efetivo monitoramento na implementação do plano diretor, importante que se tenha instrumentos que permita o acesso às informações, nesse sentido, se identificou que em 18 (43%) municípios existe ou foi prevista a criação de cadastro imobiliário, multifinalitário, etc.

67 III – Estudos de Caso

ESTUDO DE CASO 1 ­ BAGÉ

Processo de elaboração, aprovação e implementação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) do Município de Bagé, Lei Complementar Nº 25, de 2007.

1. Processo de elaboração

1.1 ­ Metodologia

O primeiro momento, período de 2001 a 2005, caracterizou­se pelas atividades de capacitação e formação dos diversos sujeitos (ou atores), bem como de levantamento e organização de dados e identificação de diretrizes gerais, que subsidiaria o segundo momento.

Estas atividades tiveram como desdobramento a criação de diversos espaços de discussão e tomada de decisão na elaboração do PDDUA, tais como:

∙ Grupos Temáticos de Trabalho – GTTs ­ produzir balanços setoriais, analisar a realidade, formular propostas iniciais, diretrizes e propostas. Cada GTT elegia delegados para os Congressos da Cidade ­ 16 delegados, dentre 90 participantes,

∙ Fóruns de Debates Temáticos ­ abordagem teórica sobre o tema, apresentação de dados, diretrizes e propostas. Os fóruns elegeram delegados e formaram oficinas de trabalho ­ participação média de 82 pessoas em cada fórum.

∙ Audiências públicas, Oficinas

∙ 1° Congresso da Cidade ­ diretrizes do plano diretor. O 2º Congresso não chegou a ser realizado.

No segundo momento, período que compreende de 2005 a 2007, foi proposta uma estrutura

68 de debate o Fórum Gestor. Este Fórum exerceu o papel de coordenador externo do processo. Suas atribuições foram: acompanhar todas as etapas, balizar a ação pública frente à diversidade urbana e de interesses envolvidos e colaborar na convocação da sociedade para os eventos públicos, fortalecer o caráter democrático do processo. O Fórum Gestor era composto de representantes da sociedade civil organizada e a instância participativa, aberta à participação popular, se consubstanciava na realização de oficinas regionais e temáticas, audiências públicas e conferência. Nesta instância participativa foram realizadas as leituras comunitárias. Importante salientar a preocupação do Poder Público Municipal com a capacitação dos envolvidos nas diversas etapas do processo desde a etapa inicial, com a realização dos Fóruns de Debate e das Oficinas Planejando a Cidade.

1.2 ­Segmentos e interesses envolvidos

A composição do Fórum Gestor fornece uma idéia da diversidade dos segmentos e interesses envolvidos na elaboração do PDDUA de Bagé :

– União Bageense de Associação de Moradores – UBAM, Conselho Negro da Cidade de Bagé, Movimento dos Trabalhadores Desempregados ­MTD,

– Ministério Público, Câmara de Vereadores, Cartório de Imóveis, EMATER, EMBRAPA, Caixa Econômica Federal,

– Universidade da Região da Campanha, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Pampa,

– Associação Comercial e Industrial de Bagé ­ACIBA, Sindicato / Associação Rural de Bagé, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé, Sindicato dos Municipários de Bagé, Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Sindicato das Empresas da Construção Civil, Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo, Associação Bageense de Engenheiros Agrônomos (ABEA), Conselho Bageense da Mulher Empresária ­ COBAME, Associação Bageense de Turismo, Conselho Bageense dos Corretores de Imóveis.

– Núcleo dos Engenheiros e Arquitetos de Bagé ­ NEAB, Ordem dos Advogados do Brasil ­OAB, ONGs, Centro de Arte Maria de Lourdes Alcaide ­ ECOARTE

– Fóruns Planejando a Cidade

– Oficinas de Leitura Comunitária.

1.3 – Mobilização

Atividades e instrumentos variados foram utilizados para incentivar, garantir participação da população na elaboração do PDDUA, além dos Fóruns “Planejando a Cidade”, que

69 tiveram um papel fundamental para ampliação da participação popular, pode­se distinguir os seguintes:

– visita a lideranças comunitárias, visitas a escolas, postos de saúde, PSF, centros sociais

– rádios comunitárias e rádios da cidade

– apresentação da proposta, reuniões com comunidade e agentes de saúde

– apresentação de vídeo, distribuição e colagem de cartazes, carros de som.

O objetivo da coordenação executiva do processo foi o de envolver o maior número de cidadãos e a maior representatividade possível, e, atender a metodologia indicada na resolução nº 25 do Conselho Nacional das Cidades, com a realização de reuniões por temas, segmentos e regiões.

1.4 ­ temas polêmicos

Durante o processo de elaboração do PDDUA, no executivo municipal, duas questões trouxeram polêmicas ao debate: o índice construtivo e o zoneamento ambiental da zona rural:

­ Índice construtivo ­ Proposta – redução do índice construtivo 6 (único para toda a cidade) para o índice básico e único 1 para a zona urbana, com a possibilidade de utilização de índices máximos mediante outorga onerosa.

­ zoneamento ambiental da zona rural ­ proposta – identificação de áreas vedadas ao plantio de espécies exóticas, principalmente a acácia

E, na Câmara Municipal de Vereadores, estas foram objeto de negociação e emendas, cujo resultado foi a aprovação de:

­ zoneamento de índices construtivos básicos variável entre 1 e 1,5

­ indicação de um prazo de um ano para a apresentação do plano de manejo da área rural

2. Implementação

Importante salientar que o PDDUA foi sancionado em janeiro de 2008, e que, portanto encontra­se em fase inicial de implantação, como se pode observar nos pontos descritos a seguir: Instrumentos de cumprimento da função social da propriedade – Não se verificou a aprovação das leis ou a publicação de regulamentações, porém, os prazos variam de 150 dias a dois anos

Vencidos :

70 – de 150 (cento e cinqüenta) dias para enviar Projeto de Lei para a Transferência de Direito de Construir – TDC: elaborado, ainda não encaminhado;

– de 180 (cento e oitenta) dias para encaminhar Projeto de Lei do Inventário do Patrimônio Cultural: não foi elaborado, o inventário em execução desde dez/2008;

– de 1 (um) ano para enviar o Projeto de Lei da Operação Urbana Consorciada ­ Macrozona Universitária: criada a Comissão Técnica Especial – fase ­ levantamento de dados

– de 1 (um) ano para apresentação do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social (em formulação)

OBS. O Decreto n° 283/08, autorizou a utilização dos índices construtivos máximos sem a aplicação da outorga onerosa pelo prazo de 150 dias ou até a realização do inventário. A aplicação deste decreto pode implicar obstáculo à implementação tanto da Outorga Onerosa como da Transferência do Direito de Construir.

Não vencidos:

– 2 (dois) anos para a apresentação do Projeto de Lei específica do Programa de Utilização dos Vazios Urbanos;

AEIS (ZEIS) ­ o plano identificou as AEIS de regularização fundiária e o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social identificará AEIS para a produção de novas habitações e vazios urbanos para a implementação de projetos habitacionais de interesse social. Segundo os coordenadores do processo, o plano diretor anterior era desconhecido, salvo para arquitetos, engenheiros e empreendedores.

• A partir da formulação participativa, o tema foi apropriado por pessoas e setores antes alheios à matéria e pela população em geral.

• Salientam que o Plano é muito recente, mas que os gestores se remetem ao PDDUA, bem como observam as prioridades nele estabelecidas.

3. Investimentos em habitação e saneamento ambiental X PDDUA

Podem­se identificar vínculos entre as Políticas de Habitação e Saneamento Ambiental e o PDDUA, através dos planos que estão sendo elaborados no município de Bagé, ou seja:

• Plano Municipal de Habitação ­ em elaboração ­ leitura da realidade ­ não iniciada a fase de apresentação de propostas e decisões. Ainda não foram identificados os investimentos. A identificação dos locais deverá observar as definições do PDDUA e indicará áreas para demarcação de Áreas Especiais de Interesse Social e de Vazios Urbanos para fins de cumprimento da função social. (orçamento municipal e FNHIS)

• Plano Municipal de Saneamento e implantação de barragem – em elaboração. Projetos originados no debate do PDDUA, que indicou o saneamento ambiental como prioridade: esgoto e a preservação de mananciais para abastecimento de água. 71 Implementação das obras e identificação dos locais de sua realização observará as diretrizes e zoneamento do PDDUA. (orçamento municipal e PAC)

ESTUDO DE CASO 2 – PORTO ALEGRE

Processo de elaboração, aprovação e implementação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) do Município de Porto Alegre, Lei Complementar Nº 434, de 1999

1. Processo de elaboração

1.1 – Metodologia

O processo de elaboração do PDDUA transcorreu em várias etapas até sua aprovação em 1999, produzindo diferentes metodologias ao longo desse período, a seguir sintetizadas:

∙ De 1993 a início de 1994: foi criado o Projeto Cidade Constituinte com o objetivo de debater sobre a “cidade do futuro”. Este projeto foi o embrião das discussões que levariam ao processo de elaboração do PDDUA. Para condução desse projeto foram criadas várias instâncias de decisão e participação, entre elas:

∙ Coordenação Geral do Cidade Constituinte, constituída como espaço privilegiado da tomada de decisão, tinha a participação de representantes da sociedade civil e do executivo municipal;

∙ Coordenação Executiva, compostas exclusivamente por representantes do executivo municipal;

∙ Grupos de Trabalho – GTs – propostos para os diversos temas, diretrizes, sugestões de projetos e obras, eram abertos à participação da sociedade;

∙ Debates Públicos;

∙ Palestras;

∙ Seminários, com a hierarquização de propostas;

∙ 1° Congresso da Cidade – discussão e voto das propostas advindas dos Seminários. Aprovou 224 diretrizes, programas, projetos e ações, além da Carta de Porto Alegre, com nove eixos orientadores das ações de governo para o desenvolvimento futuro da cidade.

∙ De 1994 a 1995: A Reformulação do I PDDU foi definida como principal prioridade entre as resoluções do 1º Congresso da Cidade. Para dar consecução a tal resolução foi utilizada a seguinte metodologia:

72 ∙ grupos de trabalho abertos, organizados a partir de 4 eixos de discussão: estrutura urbana, política habitacional, gestão e sistema de planejamento, e regionalização;

∙ seminários públicos, de compatibilização dos trabalhos dos GTS e de aprovação do projeto técnico

∙ oficinas técnicas com a participação de consultorias

∙ Reuniões com a comunidade através dos Fóruns Regionais do OP;

∙ II Congresso da Cidade, debate e aprovação de propostas para a reformulação do I PDDU.

Em 1996 ocorreu a formulação técnica do PDDUA, cujas atividades seriam desenvolvidas principalmente pela equipe técnica, ou seja: montagem e redação do Plano e de Projeto de Lei, o encaminhamento, pelo Executivo, ao Legislativo Municipal. As atividades envolvidas nesta etapa foram:

∙ Oficinas e reuniões técnicas;

∙ Reuniões informativas nas regiões do Orçamento Participativo;

∙ Encaminhamento à Câmara Municipal de anteprojetos de lei da reformulação do PDDU;

∙ Oficinas de aprofundamento dos temas considerados não consensuais com técnicos municipais e consultores; nas quais se abandona a idéia de reformulação do PDDU, em favor da elaboração de um novo Plano, o PDDUA;

∙ Apresentações, reuniões públicas e apresentação a Câmara de Vereadores;

∙ Entrega de Projeto de Lei a Câmara Municipal;

∙ Rodadas de esclarecimentos nas Regiões do OP;

Em 1997, o Projeto de Lei é retirado Legislativo Municipal, objetivando o aperfeiçoamento do texto e o aprofundamento dos temas polêmicos, ocorrendo uma nova discussão do PDDUA. Alguns eventos sintetizam as atividades realizadas neste ano:

∙ Criação do Fórum de Secretários, com representantes do executivo e legislativo;

∙ Nova oficina com entidades do Cidade Constituinte

∙ Apresentação do projeto de lei a comunidade nas Regiões de Gestão do Planejamento;

∙ Novembro de 1997: entrega formal do Projeto de Lei do PDDUA a Câmara de Vereadores;

No período de 1998 a 1999, transcorreu o debate e a tramitação do Projeto de Lei do PDDUA na Câmara de Vereadores

1.2 Segmentos e interesses envolvidos

73 Pode­se afirmar que durante todo o processo de elaboração do PDDUA houve a participação de diversos segmentos representando diferentes interesses, conforme listado a seguir:

⋅ Conselho do Orçamento Participativo, ⋅ Central Única dos Trabalhadores, ⋅ Conselho Municipal de Saúde, ⋅ Fundação de Economia Estatística, ⋅ Sociedade de Economia do RS, ⋅ Associação Gaúcha de Empresas de Radio e TV, ⋅ Força Sindical, ⋅ Sindicato dos Micro­empresários, ⋅ UFRGS, ⋅ membros do governo, ⋅ PUC, ⋅ Sociedade de Engenharia, ⋅ OAB­RS, ⋅ SINDUSCON, ⋅ IAB, ⋅ FIERGS, ⋅ FEDERASUL, ⋅ GRAMPAL, ⋅ UAMPA, ⋅ ONG CIDADE, ⋅ FASE, ⋅ Associação RioGrandense de Escritórios de Arquitetura (AREA), ⋅ METROPLAN, ⋅ Câmara de Vereadores e ⋅ Prefeitura Municipal

1.3 ­ Mobilização

Durante todo o processo aconteceram reuniões da Coordenação Geral do Cidade Constituinte, foram constituídos Grupos de Trabalhos, ocorreram oficinas, palestras, seminários, plenárias regionais e rodadas de esclarecimentos nas regiões do Orçamento Participativo, discussões temáticas, e os Congressos da Cidade. Além disso, foram elaboradas cartilhas, materiais didáticos e informativos, divulgação na imprensa, etc.

1.4 ­ Temas polêmicos Durante o processo de elaboração, no Executivo, os pontos geradores de polêmica foram:

• a expansão urbana (área rural, corredores de centralidade); • morfologia (miscigenação de atividades, aumento das alturas, afastamentos laterais);

74 • institucionais (participação no Conselho, prioridade para o gerenciamento em detrimento do planejamento, excessivo poder ao Executivo em detrimento do Legislativo); • “princípio participativo’ (que ampliaria as competências do Executivo e do Conselho do Plano e reduziria as da Câmara Municipal); • a composição do Conselho do Plano; • o modelo espacial (que não é global); • o solo criado (visto como um instrumento arrecadador); • a altura exagerada dos prédios; • o esvaziamento da idéia de planejamento; e, • a descaracterização do perfil volumétrico da cidade. • E, no período de tramitação na Câmara Municipal de Vereadores, os pontos que se destacaram como polêmicos foram:

• a definição e a delimitação da área rural • os Projetos Especiais, • o traçado viário e a altura permitida para as edificações.

2. Implementação

Para uma melhor visualização da implementação do PDDUA, segue a reprodução do quadro feito pela pesquisadora responsável por este estudo de caso. Quanto às disposições transitórias propostas pelo PDDUA (Art. 159 a 169), em alguns de seus artigos são determinados prazos de aplicação, modificação, alteração e/ou revisão. Segue abaixo a tabela com a descrição dos itens destes artigos, que tiveram prazos fixados, com observações ao lado sobre sua situação de atendimento ao disposto no artigo da lei do PDDUA.

PDDUA: ocorreu? Parecer artigo 161

Secretaria da Fazendo fez um cadastro dos proprietários de imóveis que se 180 (cento e oitenta) dias para regulamentação do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 32 enquadram na situação de produção (propriedade rural, e propriedade com patrimônio natural a preservar) agrícola e preservação ambiental, as quais possuem incentivo fiscal

180 (cento e oitenta) dias para definição dos limites das Áreas e Lugares de Interesse Foram definidas, mas não aprovadas Cultural, previstos no § 2º do art. 86

75 12 (doze) meses para reestruturação da Secretaria do Planejamento Municipal ­ SPM Assunto não encaminhado até hoje

18 (dezoito) meses para implantar o Sistema de Informações com acesso do Poder Sim Legislativo por sistema "on­line";

12 (doze) meses para compatibilizar a Lei de Licença Ambiental e os parâmetros dos Assunto não encaminhado até hoje projetos especiais

120 (cento e vinte) dias após o encaminhamento de pedido pelos moradores para iniciar Todas as AEIS de regularização foram projeto de regularização das ocupações existentes com anterioridade à data de 15 de instituídas, e estão em processo de fevereiro de 1999, situadas no Beco Cecílio Monza e adjacências, na forma de AEIS implementação

Regime foi aprovado, encontra­se em 180 (cento e oitenta) dias para definir o regime urbanístico para a área do Estaleiro Só discussão sua modificação

Art. 162

SADUR não regulamentado. O Regulamentação do Sistema de Avaliação de Desempenho Urbano e do Inventário do Patrimônio Cultural foi inventariado e Patrimônio Cultural, no prazo de 24 (vinte e quatro) meses a partir da publicação desta Lei catalogado pela Secretaria da Cultura.

De acordo com técnicos da SPM, tal Parâmetros para cobrança de vagas para guarda de veículos em prédios não­residenciais, questão não foi trabalhado no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a partir da publicação desta Lei posteriormente

Participação da comunidade, de acordo com os arts. 44 e 78 (participação em nível regional e local, e no processo de identificação, delimitação e detalhamento das AEIS), no Sim, nos Fóruns Regionais e locais prazo de 180 (cento e oitenta) dias a partir da publicação desta Lei

Programa Viário, conforme o art. 8º, no prazo de até 360 (trezentos e sessenta) dias a partir Programa viário foi objeto da 1ª da publicação desta Lei, devendo, em prazo menor, ser definido o traçado da radial Anita Conferencia de Avaliação do PD, mas Garibaldi não tem ainda sua lei aprovada.

Art. 163 estoques construtivos com base nos parâmetros fixados nesta Lei, no prazo máximo de 60 Fo criado um Sistema de (sessenta) dias após a sua vigência, bem como a limitação de estoques construtivos Monitoramento de Adensamento (do públicos decorrentes da aplicação do Solo Criado, e a suspensão das vendas, na hipótese do solo criado), o qual criou parâmetros e disposto no art. 53, devendo ser comunicada ao Poder Legislativo em até 60 (sessenta) dias delimitou estoques construtivos após a sua definição

Algumas AEIS dos tipos 1 e 2 foram instituição de AEIS I e II, bem como definição do regime urbanístico, nos termos do art. instituídas. As AEIS para novas áreas 78, para AEIS I, II e III não foram instituídas compatibilização dos regimes urbanísticos das Áreas Funcionais de Interesse Paisagístico e Regimes urbanísticos das áreas Cultural instituídas na Lei Complementar nº 43, de 21 de julho de 1979, aos parâmetros e especiais: com relação ao as áreas de critérios estabelecidos por esta Lei, no prazo máximo de 90 (noventa) dias a partir da sua interesse cultural foi encaminhado em vigência 2004, e retirado pelo executivo em 2005

Alteração dos limites das áreas de Alterações dos limites das Áreas Especiais de Interesse Cultural conforme § 1º do art. 92, interesse cultural foi feito, mas não no prazo de 12 (doze) meses a partir da publicação desta Lei implementado

Reclassificação das Áreas Funcionais para Áreas Especiais, nos termos desta Lei, e Reclassificação de áreas funcionais para compatibilização dos respectivos regimes urbanísticos, no prazo máximo de 90 (noventa) especiais foi feito dias a partir de sua publicação

76 Art. 164

Identificação, hierarquização e classificação das vias existentes conforme art.10 e Anexo 9, Hierarquização vias foi feita, mas não no prazo de 18 (dezoito) meses a partir da publicação desta Lei virou lei

Mediante resolução do CMDUA, os Definição de critérios e parâmetros para análise de Projetos Especiais Pontuais, no prazo projetos pontuais tem seus critérios de 12 (doze) meses a partir da publicação desta Lei definidos.

Art. 165

Estabelecido o prazo máximo de 60 (sessenta) dias após a entrada em vigência desta Lei Sim, foi colocada a venda o Solo para o Poder Executivo colocar à venda o Solo Criado Criado

Demais observações:

Após a vigência do PDDUA, os instrumentos de cumprimento da função da propriedade – AUOPs, IPTU progressivo, gravame de novas áreas de AEIS (AEIS de produção) ­ não foram aplicados

Instrumentos como EIV, direito de superfície, direito de preempção, não foram previstos, lembrando que o PDDUA é anterior ao Estatuto das Cidades, mas não houve a inclusão destes instrumentos posteriormente.

As operações urbanas concertadas, previstas no PDDUA, assemelham­se as operações urbanas consorciadas, porém nenhum exemplo concreto foi implementado, e deveriam ser adequadas aos termos do Estatuto das Cidades

Segundo a opinião da pesquisadora, em questões pontuais e de acordo com o grau de repercussão há a apropriação do PDDUA, mas de maneira geral o plano está bastante desacreditado, são propostas muitas exceções que vão contra o projeto e o corpo de idéias de cidade proposto pelo PDDUA. A questão da apropriação e citação do Plano Diretor por gestores e organizações da sociedade civil fica evidente somente nos debates sobre temas polêmicos, como projetos de maior impacto na cidade, que repercutem nas mídias, como, por exemplo, o projeto “pontal do estaleiro” e a flexibilização da legislação para projetos dos Clubes de Futebol Grêmio e Internacional.

Além disso, no que se refere ao Sistema de Planejamento e Gestão, foi observado que o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA), órgão de integração do Sistema Municipal de Gestão do Planejamento, estabelecido pelo plano no Art. 39, se reúne semanalmente, tendo sido realizada a última reunião em 10/02/2009, tem sido mais burocrático, pois não discute políticas, princípios, detém­se nos procedimentos administrativos. 3. Investimentos em habitação e saneamento ambiental X PDDUA

Observa­se que houve definições construídas a partir do PDDUA, nos seguintes casos:

– As AEIS foram instituídas por decreto posterior ao PDDUA.

– O Solo criado não reverteu recursos para fundo especifico de habitação.

– Com relação ao Saneamento Ambiental, o PISA (programa integrado sócio ambiental) pode ser visto como parte da estratégia de qualificação ambiental, que envolve as temáticas de habitação, saneamento e meio ambiente

77 Além disso, o Plano Municipal de Habitação encontra­se em elaboração, na fase de definição de estratégias de ação.

IV – Bibliografia Consultada

FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA ­ FEE. Estatística. Disponível em http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/estatisticas/index.php

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Cidades. Disponível em http://www.ibge.gov.br/cidadesat/

78 SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO ­ SEPLAG / DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL – DEPLAN. Atlas socioeconômico Rio Grande do Sul. Disponível em http://www.scp.rs.gov.br/atlas.

Anexo 1 – Quadro Existência ou Previsão de Conselho da Cidade ou similar

79 Município Existe ou prevê Conselho da Cidade ou similar Observações Conselho para Política Urbana? Alegrete SIM Conselho Municipal do Plano Diretor Previsão. Lei cria, porém, remete para Lei específica Alvorada SIM Conselho Geral Arroio dos Ratos SIM Conselho Municipal de Planejamento Integrado Previa a instituição, porém remetia a regulamentação - prazo 6 meses PD 2006 Bagé SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial Balneário Pinhal SIM Conselho Municipal de Habitação Previsão do conselho municipal de desenvolvimento integrado. Bento Gonçalves SIM Conselho Municipal de Planejamento - COMPLAN Cachoerinha SIM Conselho Municipal do Plano Diretor Campo Bom SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento - COMUDE Canela SIM Conselho Municipal do Plano Diretor Previsão Canoas SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Previsão de conselho gestor do Plano Diretor Conselho Municipal de Urbanismo Existente na época da elaboração do PD Caxias do Sul SIM Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial Previsão. Remetia a lei específica Conselho do Plano Físico Urbano - CPFU Existente na época da elaboração do PD Charqueadas SIM Conselho Municipal da Cidade Previa a instituição, porém remetia regulamentação prazo 6 meses, PD 2007 Cruz Alta SIM Conselho de Desenvolvimento Urbano Existe o Conselho da Cidade, como parte do Conselho de Desenvolvimento Urbano Erechim SIM Conselho Municipal da Cidade Esteio SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Previsão de fórum de debates territoriais. Frederico Westphalen SIM Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado Gravataí SIM Conselho Municipal do Plano Diretor Os dois funcionam, o primeiro é de 2006 e o segundo 2007. Conselho da Cidade - Concidade Ijuí SIM Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado Ivoti SIM Conselho Municipal do Plano Diretor e Urbanismo Lagoa Vermelha SIM Conselho do Meio Ambiente Não há previsão de criação de outro conselho. Lajeado SIM Conselho Municipal de Política Urbana Nova Santa Rita SIM Conselho da Cidade Novo Hamburgo SIM Conselho da Cidade Criado em 2008, fase de implantação. Antes havia o conselho munic. de urbanismo. Passo Fundo SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Integrado Porto Alegre SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental Rosário do Sul SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Os três conselhos integram o Sistema de Planejamento e Gestão Municipal Conselho Municipal do Meio Ambiente Conselho Municipal de Desenvolvimento Santa Cruz do Sul SIM Conselho Municipal de Planejamento Urbano Previsão. Não regulamentado. Santa Maria SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Substituído pelo Fórum Técnico do Município. O órgão responsável é o Escritório da Cidade. Santa Rosa SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável Santana do Livramento SIM Conselho de Planejamento da Cidade Santiago SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Santo Antonio da Patrulha SIM Conselho Gestor do Plano Diretor Participativo Remete a lei específica São Leopoldo SIM Conselho Municipal do Plano Diretor São Luiz Gonzaga SIM Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Previsão. Não foi identificado se está em funcionamento São Marcos SIM Conselho Municipal da Cidade São Sepé SIM Conselho da Cidade e do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sapucaia do Sul SIM Conselho Gestor do Plano Diretor Soledade SIM Conselho Municipal de Planejamento . Previsão. Não foi identificado se está em funcionamento Taquara SIM Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle do Plano Tramandaí SIM Conselho de Política Urbana Não foi identificado se está em funcionamento Triunfo SIM Conselho Municipal da Cidade Previsão do conselho municipal da cidade. Conselho Municipal do Plano Diretor Existente o conselho municipal do plano diretor (2006) Vacaria SIM Conselho Municipal do Plano Diretor Anexo 2 ­ Quadros Existência de Conselho da Cidade ou similar, e suas definições de caráter, total de membros e a composição por categoria e conselhos setoriais existentes no município, por faixa de população.

Legenda: (P) Previsto; (N) Não Remete à Lei Específica; (S) Sim Remete à Lei Específica; (NI) Não Informado; (ND) Não Definido; (E) Existente; (C) Consultivo; (CD) Consultivo e Delibertativo; (D) Deliberativo.

Municípios até 20 mil habitantes Previsão de Conselho da Remet Define Nº Total Composição Conselho Conselhos Setoriais Cidade ou similar e a lei caráter Membro espec. Conselho

Gov. Legisl Soc. Mov. Popular (%) . (%) Civil (%) Nº % Arroio dos Conselho P NI NI Habitação; Saúde; Ratos Municipal de Defesa Meio Planejamento Ambiente; Cultura e Integrado Turismo; Desenvolvimento; Educação; Desenvolvimento Agropecuário; Bem Estar Social; Desportos Balneário Conselho P NI NI Habitação; Pinhal Municipal de Assistência Social e Desenvolvime Cidadania; nto Integrado Comunitário Ivoti Conselho E C 14 50 50 2 14 Meio Ambiente; Municipal do Desenvolvimento; Plano Diretor Agropecuária e Urbanismo São Marcos Conselho N CD ND Municipal da Cidade Municípios de 20 a 50 mil habitantes

Previsão de Conselho da Remete Define Nº Total Composição Conselho Conselhos Setoriais Cidade ou similar a lei caráter Membro espec. Conselho Gov Legisl Soci Movi erno ativo edad mento (%) (%) e Popul Civil ar (%) Nº %

Canela Conselho P CD 19 11 89 1 5 Saneamento; Meio Municipal do Ambiente; Plano Desenvolvimento Diretor Rural Charqueadas Conselho P C Habitação; Meio Municipal da Ambiente; Histórico, Cidade Cultural e Paisagístico Frederico Conselho do N C 13 39 61 1 8 Meio Ambiente; Westphalen Plano Desenvolvimento Diretor de Agropecuário Desenvolvim ento Integrado Lagoa Conselho do E D 16 44 56 1 6 Meio Ambiente Vermelha Meio Ambiente Nova Santa Conselho da S C Habitação; Rita Cidade Saneamento; Desenvolvimento Rosário do Sistema de P C Desenvolvimento Sul Planejament Rural; Meio o e Gestão Ambiente; Municipal Desenvolvimento integrado por 3 conselhos Santiago Conselho P C 13 Na previsão está listada a representação NI Municipal de institucional de 11 membros Desenvolvim ento Urbano Santo Conselho S C Antonio da Gestor do Patrulha Plano Diretor Participativo São Luiz Conselho P D Hbitação e Gonzaga Municipal de Saneamento Desenvolvim ento Urbano São Sepé Conselho da N CD 11 55 9 36 Habitação; Gestor do Cidade FHIS Soledade Conselho P NI Gestor do FHIS Municipal de Planejament o Tramandaí Conselho de N NI 10 Política Urbana Triunfo Conselho P NI Habitação; Meio Municipal da Ambiente; Cidade Desenvolvimento Conselho E C 17 24 76 4 24 Municipal do Plano Diretor

Municípios de 50 a 100 mil habitantes Previsão de Conselho da Remete Define Nº Total Composição Conselho Conselhos Setoriais Cidade ou similar a lei caráter Membro espec. Conselho

Gov. Legisl Soc. Movimento (%) . (%) Civil Popular (%) Nº % Alegrete Conselho P NI Municipal do Plano Diretor Campo Bom Conselho N C 9 33 11 56 2 22 Desenv.; Municipal de Comunitário Desenv. Cruz Alta Conselho de N D NI 50 50 10 Meio Ambiente Desenv. Urbano / Conselho da Cidade Erechim Conselho N C 15 33 67 1 7 Habitação; Proteção Municipal da ao Meio Ambiente; Cidade Trânsito e Transporte; Patrimônio Artístico Cultural Esteio Conselho P CD 13 31 8 61 Habitação e Municipal de Saneamento Básico Desenv. Urbano Ijuí Conselho do N C 8 50 50 Plano Diretor de Desenv. Integrado Lajeado Conselho S C 20 45 55 3 15 Habitação; Defesa Municipal de do Meio Ambiente; Política Trânsito Urbana Santa Rosa Conselho N CD 12 50 50 Municipal de Desenv. Sustentável Santana do Conselho de N NI 24 Constituído por 19 conselhos, 2 Meio Ambiente; Livramento Planej. da comissões, 1 comitê de gerenciamento de Saúde; Segurança Cidade bacias e órgãos da Prefeitura Alimentar e Nutricional; Educação; Assistência Social; Idoso; Direitos da Criança e do Adolescente; Tutelar; Direitos da Mulher; Desenv. Rural; Habitação; Histórico Cultural e Paisagístico; Defesa Civil; Alimentação Escolar; Anti­ drogas; Turismo; Esporte e Lazer; APA do Ibirapuitã; Desenv. Urbano Taquara Conselho N NI 12 33 66 4 33 Municipal de Acompanha mento e Controle do Plano Vacaria Conselho N C 21 14 86 1 5 Habitação e Municipal do Saneamento; Defesa Plano Diretor do Meio Ambiente

Municípios de 100 a 500 mil habitantes

Composição Conselho Remete Nº Total Previsão de Conselho da Define Soc. Movimento a lei Membro Gov. Legisl Conselhos Setoriais Cidade ou similar caráter Civil Popular espec. Conselho (%) (%) (%) Nº % Conselho Alvorada N D 23 30 70 1 4 Habitação Saúde Geral Habitação e Conselho Saneamento; Municipal de Bagé N CD 30 33 67 1 3 Defesa Meio Desenv. Ambiente; Trânsito e Territorial Transporte Conselho Bento Municipal de N D 23 48 52 1 4 Distrital Gonçalves Planej. Conselho Municipal Cachoerinha N D 18 33 67 Habitação do Plano Diretor Conselho Municipal de Canoas P Desenv. Urbano Conselho Municipal de E Urbanismo Habitação; Saneamento Conselho Ambiental; Municipal de Defesa do Meio Caxias do Planej.e P C 18 50 50 1 6 Ambiente; Sul Gestão Trânsito e Territorial Transporte; Patrimônio Histórico e Cultural Conselho do Plano Físico E Urbano Conselho Municipal Gravataí E C 18 56 44 1 6 do Plano Diretor Conselho da E D 33 33 67 10 30 Cidade Proteção ao Meio Novo Conselho da N CD 24 58 42 2 8 Ambiente; Cultura; Hamburgo Cidade Desenv. Econômico Conselho Municipal de Passo Fundo NI Desenv. Integrado Conselho Santa Cruz Municipal de P do Sul Planej. Urbano Conselho Municipal de Habitação; Cultura; Desenv. Turismo; Transporte; Santa Maria Urbano/ N C 29 28 72 3 10 Patrimônio Histórico Fórum e Cultural Técnico do Município Conselho São Municipal N CD 20 50 50 3 15 Habitação Social Leopoldo do Plano Diretor Conselho Sapucaia do Gestor do N D 18 45 6 49 1 6 Sul Plano Diretor

Municípios com mais de 500 mil habitantes Composição Conselho Remete Nº Total Previsão de Conselho da Define Soc. Movimento a lei Membros Gov. Legisl Conselhos Setoriais Cidade ou similar caráter Civil Popular espec. Conselho (%) (%) (%) Nº % Habitação, Saúde; Existem os Meio Ambiente, Conselho Fóruns Cultura; Trânsito e Municipal de Regionais de Transporte; Porto Alegre Desenv. E CD 28 29 71 Planejamento, Patrimônio Histórico Urbano mas não foi e Cultural; Ambiental identificada esta Orçamento informação Participativo ANEXO 3 – Municípios do estado do Rio Grande do Sul, por número de lei, data de criação e município de origem.Municípios do Estado por nº de lei, data de criação e origem ­ 496 municípios

Municípios do Estado por nº de lei, data de criação e origem ­ 496 municípios Municípios Lei Origem Aceguá 10.766/1996 Bagé Agua Santa 8.461/1987 Ciríaco / Passo Fundo / Tapejara Agudo 3.718/1959 Cachoeira do Sul / Sobradinho 5.085/1965 Ijui 4.578/1963 Alegrete Dec.s/nº/1831 Cachoeira do Sul Alegria 8.502/1987 /Três de Maio Almirante Tamandaré do Sul 10.737/1996 Alpestre 4.688/1963 Iraí Alto Alegre 8.428/1987 Alto 9.623/1992 Feliz Alvorada 5.026/1965 Viamão 8.625/1988 / 9.570/1992 Iraí / Planalto / Andre da Rocha 8.629/1988 Lagoa Vermelha 4.686/1963 Encantado Antonio Prado 220/1899 Vacaria Arambaré 9.603/1992 Camaquã Araricá 10.667/1995 Nova Hartz / Aratiba 2.710/1955 Erechim 5.759/1934 Encantado / Lajeado Arroio do Padre 10.738/1996 Pelotas Arroio do Sal 8.573/1988 Torres 4.605A/1963 Espumoso / Sobradinho / Soledade Arroio dos Ratos 4.902/1964 São Jerônimo 843/1873 Jaguarão 3.717/1959 Encantado / Soledade 5.030/1965 Cruz Alta / Ijuí / Santo Ângelo Áurea 8.419/1987 / Bagé 65/1846 Alegrete / Caçapava do Sul / Balneário Pinhal 10.670/1995 Cidreira Barão 8.635/1988 Bom Princípio / Carlos Barbosa / Barão de Cotegipe 4.737/1964 Aratiba / Erechim / São Valentim Barão do Triunfo 9.571/1992 São Jerônimo 9.572/1992 Barra do Quaraí 10.655/1995 3.719/1959 Guaíba / Tapes 9.605/1992 Aratiba 9.538/1992 Sarandi Barracão 4.732/1964 Lagoa Vermelha / São José do Ouro 4.598/1963 Soledade 10.645/1995 São Valentim Bento Gonçalves 474/1890 Montenegro Boa Vista das Missões 9.539/1992 Palmeira das Missões / Boa Vista do Buricá 4.624/1963 / Humaitá /Três de Maio 10.739/1996 Augusto Pestana/ Cruz Alta/ Ijuí 10.740/1996 Cruz Alta/ 10.633/1995 Barão / Garabaldi Bom Jesus 2.000/1913 Vacaria Bom Princípio 7.653/1982 Montenegro / São Sebastião do Cai 9.567/1992 / Humaitá /Três Passos 3.704/1959 Taquari Boqueirão do Leão 8.458/1987 Barros Cassal / Lajeado / Santa Cruz do Sul / Venâncio Aires 5.058/1965 São Luiz Gonzaga 10.741/1996 Ijuí Braga 5.154/1965 Campo Novo / Redentora 8.556/1988 Montenegro Butiá 4.574/1963 São Jerônimo Caçapava do Sul Dec. s/nº/1831 Cachoeira do Sul / Piratini / Rio Pardo 715/1944 Rosário do Sul / São Gabriel / São Vicente do Sul Cachoeira do Sul Alvará s/nº/1819 Rio Pardo Cachoeirinha 5.090/1965 Gravataí 4.735/1964 / São José do Ouro Caibaté 5.025/1965 São Luiz Gonzaga Caiçara 5.067/65 Frederico Westphalen Camaquã 569/1864 Porto Alegre Camargo 8.620/1988 Marau Cambará do Sul 4.678/1963 São Francisco de Paula 9.573/1992 Vacaria Campina das Missões 4.580/1963 Giruá / Santa Rosa 3.705/1959 Erechim Campo Bom 3.707/1959 Novo Hamburgo / São Leopoldo Campo Novo 3.706/1959 Tenente Portela / Três Passos 8.563/1988 Espumoso Candelária 3.493/1925 Rio Pardo Candido Godói 4.581/1963 Giruá / Santa Rosa 9.574/1992 Bagé / Canela 717/1944 Taquara Canguçu 340/1957 Piratini Canoas 7.839/1939 Gravatai / São Sebastião do Cai 10.755/1996 Lajeado/ Progresso Capão Bonito do Sul 10.742/1996 Lagoa Vermelha Capão da Canoa 7.638/1982 Osório Capão do Cipó 10.743/1996 Santiago/ São Miguel das Missões Capão do Leão 7.647/1982 Pelotas 8.456/1987 Canoas / Portão / São Sebastião do Cai Capitão 9.561/1992 Arroio do meio / Nova Bréscia Capivari do Sul 10.634/1995 Palmares do Sul Caraá 10.641/1995 Santo.Antônio da Patrulha Carazinho 4.709/1931 Passo Fundo Carlos Barbosa 3.831/1959 Garibaldi / Montenegro / São S. do Caí Carlos Gomes 9.540/1992 Viadutos Casca 2.525/1954 Guaporé 8.612/1988 Ciríaco / Ibiaçá / / Lagoa Vermelha Catuípe 4.156/1961 Ijuí / Santo Ângelo Caxias do Sul 257/1890 São Sebastião do Cai Centenário 9.618/1992 Áurea Cerrito 10.656/1995 Pedro Osório 8.628/1988 Cachoeira do Sul Cerro Grande 8.564/1988 Palmeira das Missões 8.619/1988 Tapes Cerro Largo 2.519/1954 São Luiz Gonzaga Chapada 3.712/1959 Palmeira das Missões / Sarandi Charqueadas 7.645/1982 São Jerônimo Charrua 9.617/1992 Getúlio Vargas / Tapejara Chiapeta 5.155/1965 Catuípe Chuí 10.666/1995 Santa Vitória do Palmar 10.637/1995 Camaquã Cidreira 8.606/1988 Palmares do Sul / Tramandaí Ciríaco 5.195/1965 Passo Fundo Colinas 9.562/1992 Estrela / Colorado 4.318/1962 Carazinho / Santa Bárbara do Sul/ Tapera Condor 5.094/1965 Palmeira das Missões / Constantina 3.736/1959 Sarandi 10.765/1996 Nova Bréscia/ 9.565/1992 Carazinho 9.575/1992 Augusto Pestana / Ijuí 4.649/1963 Campo Novo / Palmeira das Missões / 10.744/1996 Garibaldi/ Rosa Sales Cotiporã 7.652/1982 Veranópolis 9.558/1992 Passo Fundo / Sertão Crissiumal 2.553/1954 Três Passos Cristal 8.583/1988 Camaquã / São Lourenço / Canguçu 10.650/1995 Rodeio Bonito / Seberi Cruz Alta Res. s/nº/1833 Rio Pardo 10.745/1996 Campinas do Sul Cruzeiro do Sul 4.615/1963 Lajeado David Canabarro 5.196/1965 Passo Fundo 9.576/1992 Tenente Portela 8.555/1988 São Luiz Gonzaga 10.633/1995 Santa Maria Dois Irmãos 3.823/1959 São Leopoldo Dois Irmãos das Missões 9.619/1992 8.435/1987 Guaporé Dom Feliciano 4.635/1963 Camaquã / Encruzilhada do Sul / São Jerônimo 815/1872 Bagé Dom Pedro de Alcântra 10.647/1995 Torres 4.993/1965 Doutor Maurício Cardoso 8.455/1987 10.639/1995 Anta Gorda / Encantado Eldorado do Sul 8.649/1988 Guaíba Encantado 2.133/1915 Lajeado / Soledade Encruzilhada do Sul 178/1849 Rio Pardo 9.606/1992 Constantina Entre­Ijuís 8.558/1988 Santo Ângelo 8.614/1988 São Valentim 8.557/1988 Getúlio Vargas Erechim 2.342/1918 Passo Fundo Ernestina 8.554/1988 Passo Fundo / Vitor Graeff 3.715/1959 Erechim Erval Seco 4.673/1963 Palmeira das Missões / Seberí / Tenente Portela Esmeralda 4.616/1963 Vacaria Esperança do Sul 10.638/1995 Três Passos Espumoso 2.554/1954 Soledade Estação 8.572/1988 Getúlio Vargas Estância Velha 3.818/1959 São Sebastião do Cai / São Leopoldo Esteio 2.520/1954 São Leopoldo Estrela 1.044/1876 Taquari 10.644/1995 Arroio do Tigre Eugênio de Castro 8.582/1988 Santo Angelo Fagundes Varela 8.460/1987 Veranópolis Farroupilha 5.779/1934 Bento Gonçalves / Caxias / Montenegro Faxinal do Soturno 3.711/1959 Cachoeira do Sul /Júlio de Castilho 8.624/1988 São Valentim Fazenda Vila Nova 10.642/1995 Bom Retiro do Sul Feliz 3.726/1959 São Sebastião do Cai Flores da Cunha 3.320/1924 Caxias do Sul Floriano Peixoto 10.636/1995 Getúlio Vargas 4.974/1965 Soledade 4.575/1963 São Sepé 10.756/1996 Lajeado Fortaleza dos Valos 7.648/1982 Cruz Alta Frederico Westphalen 2.523/1954 Iraí / Palmeira das Missões Garibaldi 327/1900 Bento Gonçalves Garruchos 9.609/1992 Santo Antônio das Missões / São Borja Gaurama 2.530/1954 Erechim General Câmara 1.285/1881 Taquari Gentil 9.577/1992 Ciríaco / Marau /Passo Fundo Getúlio Vargas 5.788/1934 Erechim / Passo Fundo Giruá 2.601/1955 Santa Rosa / Santo Ângelo Glorinha 8.590/1988 Gravataí 2.522/1954 São S. do Caí / Taquara 9.541/1992 9.578/1992 Santa Cruz do Sul Gravataí 1.247/1880 Porto Alegre 8.449/1987 Nova Prata Guaíba 3.697/1926 Porto Alegre Guaporé 664/1903 Lajeado / Passo Fundo Guarani das Missões 3.699/1959 Giruá / Santo Ângelo / São Luiz Gonzaga Harmonia 8.562/1988 Montenegro 1.326/1881 Jaguarão 1.064/1995 Horizontina 2.556/1954 Santa Rosa 9.579/1992 Bagé Humaitá 3.727/1959 Crissiumal / Três Passos 8.485/1987 Sobradinho Ibiaçá 5.102/1965 Passo Fundo / Ibiraiaras 4.976/1965 Lagoa Vermelha Ibirapuitã 8.486/1987 Marau / Soledade Ibirubá 2.528/1954 Cruz Alta 4.733/1964 Taquara Ijuí 1.814/1912 Cruz Alta Ilópolis 4.687/1963 Encantado Imbé 8.600/1988 Tramandaí 8.605/1988 Estrela / Garibaldi Independência 5.073/1965 Três de Maio Inhacorá 9.568/1992 Catuípe / Chiapeta Ipê 8.482/1987 Vacaria 8.568/1988 Getúlio Vargas Iraí 5.368/1933 Palmeira das Missões 10.643/1995 Santa Maria 8.613/1988 Santiago / São Borja 9.580/1992 Arvorezinha 419/1858 São Borja Itati 10.746/1996 Terra de Areia 4.867/1964 Erechim Ivorá 8.597/1988 Júlio de Castilho Ivoti 4.798/1964 Dois Irmãos / Estância Velha Jaboticaba 8.426/1987 Palmeira das Missões 10.757/1996 Espumoso/ Salto do Jacuí Jacutinga 4.734/1964 Campinas do Sul / Erechim Jaguarão Dec. s/nº/1832 Piratini Jaguari 2.627/1920 Júlio de Castilho/ Santiago / São Fco. Assis / São Vicente do Sul 8.457/1987 São Fco. de Paula Jari 10.653/1995 Tupanciretã Jóia 7.656/1982 Santo Ângelo / Tupanciretã Júlio de Castilhos 607/1891 São Martinho (município extinto em 1893) 10.758/1996 Sobradinho Lagoa dos Três Cantos 9.632/1992 Não­Me­Toque / Tapera Lagoa Vermelha 1.309/1881 Vacaria Lagoão 8.569/1988 Soledade Lajeado 57/1891 Estrela 9.551/1992 Cerro Grande / Jaboticaba 1.364/1882 Bagé / Caçapava do Sul 4.736/1964 Constantina / Nonoai Lindolfo Collor 9.630/1992 Ivoti 9.631/1992 Feliz Maçambará 10.646/1995 Itaqui Machadinho 3.716/1959 Lagoa Vermelha Mampituba 10.617/1995 Torres 9.542/1992 Alegrete / São Fco. de Assis Maquiné 9.581/1992 Osório Maratá 9.622/1992 Brochier / Montenegro / Salvador do Sul Marau 2.550/1954 Guaporé / Passo Fundo 718/1944 Erechim / Lagoa Vermelha 9.611/1992 Barra do Ribeiro / Guaíba 4.978/1965 Erechim 10.665/1995 Lajeado Mata 4.836/1964 São Vicente do Sul 9.645/1992 Passo Fundo Mato Leitão 9.607/1992 Cruzeiro do Sul / Venâncio Aires 10.747/1996 Caibaté 4.266/1961 Machadinho / Marcelino Ramos Minas do Leão 9.582/1992 Butiá Miraguaí 5.152/1965 Campo Novo / Tenente Portela 8.607/1988 Guaporé / Serafina Correa 10.664/1995 Vacaria Monte Belo do Sul 9.564/1992 Bento Gonçalves Montenegro 885/1873 Triunfo Mormaço 9.616/1992 Soledade Morrinhos do Sul 9.602/1992 Torres 8.633/1988 Pelotas 9.583/1992 Dois Irmãos Mostardas 4.691/1963 São José do Norte Muçum 3.729/1959 Guaporé Muitos Capões 10.651/1995 Esmeralda / Lagoa Vermelha / Vacaria 9.543/1992 Ciríaco / David Canabarro / Ibiraiaras Não­Me­Toque 2.555/1954 Carazinho 9.544/1992 Marau Nonoai 3.695/1959 Iraí / Sarandi 8.632/1988 Arvorezinha Nova Araçá 4.884/1964 Nova Prata Nova Bassano 4.730/1964 Nova Prata 9.608/1992 Chapada / Sarandi Nova Bréscia 4.903/1964 Arroio do Meio / Encantado Nova Candelária 10.635/1995 Boa Vista do Buricá Nova Esperança do Sul 8.559/1988 Jaguari Nova Hartz 8.429/1987 Parobé / Sapiranga Nova Pádua 9.560/1992 Flores da Cunha 3.933/1960 Júlio de Castilho Nova Petrópolis 2.518/1954 São Leopoldo / São Sebastião do Cai Nova Prata 3.351/1924 Lagoa Vermelha / Veranópolis Nova Ramada 10.652/1995 Ajuricaba 8.423/1987 Antonio Prado Nova Santa Rita 9.585/1992 Canoas 9.563/1992 Palmeira das Missões 10.658/1995 Cachoeira do Sul Novo Hamburgo 3.818/1927 São Leopoldo 9.555/1992 Tucunduva 9.628/1992 Rodeio Bonito Novo Xingú 10.759/1996 Constantina Osório 401/1857 Santo Antônio da Patrulha 4.213/1961 Machadinho / Sananduva Palmares do Sul 7.654/1982 Mostarda / Tramandaí / Osório / Viamão Palmeira das Missões 928/1874 Cruz Alta / Passo Fundo 5.087/1965 Frederico Westphalen Panambi 2.524/1954 Cruz Alta / Palmeira das Missões 8.488/1987 Rio Pardo Paraí 4.977/1965 Nova Prata Paraíso do Sul 8.622/1988 Cachoeira do Sul 9.620/1992 Montenegro Parobé 7.646/1982 Sapiranga / Taquara 10.668/1995 Sobradinho 9.545/1992 Rio Pardo Passo Fundo 340/1857 Cruz Alta Paulo Bento 10.762/1996 Barão de Cotegipe/ Erechim/ Jacutinga/ Ponte Preta 8.560/1988 Taquari 10.760/1996 Herval/ Pinheiro Machado Pedro Osório 3.735/1959 Arroio Grande / Canguçu Pejuçara 5.156/1965 Cruz Alta / Panambi Pelotas Dec.s/nº/1830 Rio Grande Picada Café 9.546/1992 Ivoti / Nova Petrópolis / Pinhal 8.577/1988 Palmeira das Missões / Rodeio Bonito / Seberi 10.748/1996 Esmeralda 9.600/1992 Júlio de Castilho / Nova Palma 9.586/1992 Palmitinho Pinheiro Machado 1.132/1878 Piratini Pirapó 8.425/1987 São Luiz Gonzaga / São Nicolau Piratini Dec.s/nº/1830 Rio Grande Planalto 4.692/1963 Iraí / Nonoai Poço das Antas 8.630/1988 Salvador do Sul Pontão 9.604/1992 Carazinho / Passo Fundo / / Sarandi Ponte Preta 9.537/1992 Barão de Cotegipe / Jacutinga Portão 4.579/1963 Canoas / Estância Velha / São Leopoldo / São Sebastião do Cai Provisão ­ Porto Alegre s/nº/1809 2.665/1955 Santa Rosa Porto Mauá 9.587/1992 Tucunduva / 9.588/1992 Alecrim / Porto Lucena / Santo Cristo 5.214/1966 Cerro Largo 8.581/1988 Arroio do Meio 9.626/1992 Ivoti Progresso 8.424/1987 Lajeado Protásio Alves 8.580/1988 Nova Prata 4.689/1963 Encantado Quaraí 972/1875 Alegrete Quatro Irmãos 10.761/1996 Erechim/ Jacutinga 9.589/1992 Júlio de Castilho 8.454/1987 Cruz Alta / Ibirubá Redentora 4.726/1964 Campo Novo / Tenente Portela Relvado 8.604/1988 Encantado 3.730/1959 Cachoeira do Sul Rio dos Índios 9.547/1992 Nonoai Provisão ­ Rio Grande s/nº/1809 Provisão ­ Rio Pardo s/nº/1810 8.603/1988 Roca Sales 2.551/1954 Estrela Rodeio Bonito 4.667/1963 Iraí / Palmeira das Missões / Seberí 10.750/1996 São Luiz Gonzaga Rolante 2.527/1954 Santo Antônio daPatrulha Ronda Alta 4.690/1963 Nonoai / Sarandi 4.832/1964 Constantina / Sarandi Roque Gonzales 5.134/1965 Cerro Largo Rosário do Sul 1.020/1876 Alegrete / São Gabriel Sagrada Família 9.548/1992 Palmeira das Missões 8.593/1988 Colorado / Santa Bárbara do Sul Salto do Jacuí 7.567/1982 Arroio do Tigre / Cruz Alta / Espumoso Salvador das Missões 9.549/1992 Cerro Largo Salvador do Sul 4.577/1963 Montenegro Sananduva 2.521/1954 Lagoa Vermelha Santa Bárbara do Sul 3.703/1959 Carazinho / Cruz Alta / Ibirubá Santa Cecília do Sul 10.763/1996 Água Santa/ Caseiros/ Ibiaçá/ Tapejara 9.621/1992 Lajeado Santa Cruz do Sul 1.079/1877 Rio Pardo 10.751/1996 São Gabriel Santa Maria 400/1857 Cachoeira do Sul / Cruz Alta Santa Maria do Herval 8.634/1988 Dois Irmâos Santa Rosa 4.823/1931 Santo Ângelo Santa Tereza 9.627/1992 Bento Gonçalves / Garibaldi / Roca Sales Santa Vitória do Palmar 808/1872 Rio Grande 5.029/1965 Caçapava do Sul Santana do Livramento 351/1857 Alegrete Santiago 1.427/1884 Itaqui / São Borja Santo Ângelo 835/1873 Cruz Alta / São Borja Provisão s/nº / Santo Antônio da Patrulha 1809 ­ Santo Antônio das Missões 5.059/1965 São Borja Santo Antônio do Palma 9.591/1992 Casca Santo Antônio do Planalto 9.550/1992 Carazinho / Não­Me­Toque Santo Augusto 3.721/1959 Três Passos Santo Cristo 2.602/1955 Santa Rosa 9.590/1992 Cacique Doble / São José do Ouro São Borja Res. s/nº/1833 Rio Pardo São Domingos do Sul 8.436/1987 Casca São Francisco de Assis 1.427/1884 Itaqui / São Vicente do Sul São Francisco de Paula 563/1902 Taquara Sao Gabriel 8/1846 Caçapava do Sul / Cachoeira do Sul / São Borja São Jerônimo 457/1860 Triunfo São Joao da Urtiga 8.448/1987 Paim Filho / Sananduva São João do Polêsine 9.601/1992 Faxinal do Soturno São Jorge 8.427/1987 Nova Prata São José das Missões 9.552/1992 Palmeira das Missões São José do Herval 8.595/1988 Fontoura Xavier São José do Hortêncio 8.576/1988 São Sebastião do Cai São José do Inhacorá 9.592/1992 Três de Maio São José do Norte Dec.s/nº/1831 Rio Grande São José do Ouro 3.822/1959 Lagoa Vermelha São José do Sul 10.752/1996 Maratá/ Montenegro/ Salvador do Sul São José dos Ausentes 9.559/1992 Bom Jesus São Leopoldo 4/1846 Porto Alegre São Lourenço do Sul 1.449/1884 Pelotas São Luiz Gonzaga 1.238/1880 Santo Ângelo / São Borja São Marcos 4.576/1963 Caxias do Sul São Martinho 4.618/1963 Campo Novo / Humaitá / Santo Augusto / Três de Maio São Martinho da Serra 9.593/1992 Santa Maria São Miguel das Missões 8.584/1988 Santo Angelo / São Luiz Gonzaga São Nicolau 5.104/1965 São Luiz Gonzaga São Paulo das Missões 5.205/1965 Cerro Largo São Pedro da Serra 9.613/1992 Salvador do Sul São Pedro das Missões 10.753/1996 Palmeira das Missões São Pedro do Butiá 9.553/1992 Cerro Largo São Pedro do Sul 3.624/1926 Santa Maria São Sebastião do Caí 995/1875 São Leopoldo São Sepé 1.029/1876 Caçapava do Sul / Cachoeira do Sul São Valentim 3.724/1959 Erechim São Valentim do Sul 9.554/1992 Dois Lajeados São Valério do Sul 9.624/1992 Santo Augusto São Vendelino 8.579/1988 Bom Princípio São Vicente do Sul 1.032/1876 Itaqui / São Gabriel Sapiranga 2.529/1954 São Leopoldo / Taquara Sapucaia do Sul 4.203/1961 São Leopoldo Sarandi 7.840/1939 Passo Fundo Seberi 3.696/1959 Palmeira das Missões 8.601/1988 Campo Novo / Humaitá / São Martinho 8.591/1988 Sobradinho / Soledade Selbach 5.036/1965 Tapera 10.662/1995 Giruá 9.584/1992 Cerro Grande do Sul / Tapes Serafina Correa 3.932/1960 Casca / Guaporé Sério 9.594/1992 Lajeado Sertão 4.597/1963 Passo Fundo Sertão Santana 9.595/1992 Guaíba / São Jerônimo / Tapes Sete de Setembro 10.659/1995 Giruá / Guarani das Missões 4.685/1963 Erechim / Marcelino Ramos / Viadutos 8.481/1987 Faxinal do Soturno / Santa Maria Sinimbu 9.614/1992 Santa Cruz do Sul Sobradinho 3.924/1927 Soledade Soledade 962/1875 Passo Fundo Tabaí 10.660/1995 Taquari Tapejara 2.667/1955 Getúlio Vargas / Passo Fundo Tapera 2.552/1954 Carazinho Tapes 402/1857 Porto Alegre Taquara 1.568/1886 Santa Cristina do Pinhal (extinto em 1892) Taquari 160/1849 Triunfo Taquaruçu do Sul 8.599/1988 Frederico Westphalen Tavares 7.655/1982 Mostardas Tenente Portela 2.673/1955 Três Passos Terra de Areia 8.561/1988 Capão da Canoa / Osório Teutõnia 7.542/1981 Estrela 10.764/1996 Ernestina/ Ibirapuitã/ 9.625/1992 Três Passos 10.669/1995 São Pedro do Sul Torres 1.152/1878 Osório Tramandaí 5.037/1965 Osório 9.596/1992 Arroio do Meio / Nova Bréscia Três Arroios 8.422/1987 Erechim / Gaurama / Mariano Moro / Severiano de Almeida Três Cachoeiras 8.578/1988 Torres Três Coroas 3.741/1959 Taquara Três de Maio 2.526/1954 Santa Rosa / Santo Ângelo / Três Passos Três Forquilhas 9.597/1992 Torres Três Palmeiras 8.631/1988 Constantina / Ronda Alta Três Passos 716/1944 Palmeira das Missões 8.487/1987 Liberato Salzano / Nonoai Triunfo Dec.s/nº 1831 Porto Alegre / Rio Pardo Tucunduva 3.821/1959 Horizontina / Santa Rosa Tunas 8.447/1987 Arroio do Tigre / Soledade 9.629/1992 São José do Ouro Tupanciretã 4.200/1928 Cruz Alta / Júlio de Castilho / Santo Ângelo 8.602/1988 Bom Princípio / Salvador do Sul Tuparendi 3.820/1959 Santa Rosa Turuçu 10.649/1995 Pelotas / São Lourenço do Sul 10.654/1995 Campina das Missões /Giruá União da Serra 9.598/1992 Guaporé 10.648/1995 Santiago Uruguaiana 58/1846 Alegrete Vacaria 1.115/1878 Santo Antônio da Patrulha 9.599/1992 Candelária / Santa Cruz do Sul 9.615/1992 Feliz 10.657/1995 General Câmara Vanini 8.459/1987 Casca / Davi Canabarro Venâncio Aires 371/1891 General Câmara Vera Cruz 3.697/1959 Santa Cruz do Sul Veranópolis 124/1898 Lagoa Vermelha 10.663/1995 Muçum Viadutos 3.728/1959 Gaurama / Marcelino Ramos Viamão 1.247/1980 Porto Alegre 5.032/1965 Frederico Westphalen Victor Graeff 5.072/1965 Não­Me­Toque /Passo Fundo 8.627/1988 Veranópolis Vila Lângaro 10.661/1995 Tapejara Vila Maria 8.598/1988 Casca / Marau 9.610/1992 São Gabriel / São Sepé Vista Alegre 8.596/1988 Frederico Westphalen / Palmitinho 8.611/1988 Nova Prata Vista Gaúcha 8.608/1988 Tenente Portela Vitória das Missões 9.569/1992 Santo Ângelo Westfália 10.754/1996 Imigrante / Teutônia Xangri­lá 9.612/1992 Capão da Canoa

OBS: Municípios hachurados são aqueles que foram analisados na pesquisa.