ISSN 0104-6748 Ementário de Jurisprudência

Nov/2010 Fev/2011 63

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios ISSN 0104-6748

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Ementário de Jurisprudência

Ano 19 Número 63 Nov/10 – Fev/11 Comissão Organizadora

Presidente Des. Dácio Vieira

Secretário de Jurisprudência e Biblioteca Jorge Eduardo Tomio Althoff

Subsecretário de Doutrina e Jurisprudência Marcelo Morum Xavier

Supervisora Fernanda Freire Falcão

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Redação

Palácio da Justiça - Praça Municipal, Bloco A, Ala A, sala 404 Subsecretaria de Doutrina e Jurisprudência Brasília, DF CEP: 70094-900 Telefones: (61) 3103-5909 Fax: (61) 3103-7001 (ramal 5902)

Ementário de Jurisprudência/Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. - vol. 1, nº 1 (1994) - Brasília: O Tribunal, 1994.

Trimestral ISSN 0104-6748 1. Direito - Periódicos. 2. Direito - Jurisprudência.I. Brasil. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

CDD 340.05 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Des. Otávio Augusto Barbosa - Presidente Des. Dácio Vieira - Vice-Presidente Des. Sérgio Bittencourt - Corregedor Dr. Guilherme de Sousa Juliano - Secretário-Geral

CÂMARA CRIMINAL

Des. Silvanio Barbosa dos Santos - Presidente Des. Mario Machado Des. George Lopes Leite Desa. Sandra De Santis Des. Roberval Casemiro Belinati Des. João Timóteo Des. Romão C. Oliveira

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

Des. Natanael Caetano - Presidente Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito Des. Jair Soares Des. Flavio Rostirola Desa. Vera Andrighi Des. José Divino de Oliveira Des. Lécio Resende Des. Nívio Gonçalves

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

Des. Sérgio Rocha - Presidente Desa. Carmelita Brasil Des. Cruz Macedo Des. Waldir Leôncio Júnior Des. J. J. Costa Carvalho Des. Fernando Habibe Des. Arnoldo Camanho Des. Antoninho Lopes TERCEIRA CÂMARA CÍVEL

Des. Humberto Adjuto Ulhôa - Presidente Des. Romeu Gonzaga Neiva Des. Mário-Zam Belmiro Rosa Desa. Nídia Corrêa Lima Des. Lecir Manoel da Luz Des. João Mariosi Des. Angelo Canducci Passareli Des. João Egmont

PRIMEIRA TURMA CRIMINAL

Des. George Lopes Leite - Presidente Des. Mario Machado Desa. Sandra De Santis Des. Romão C. Oliveira

SEGUNDA TURMA CRIMINAL

Des. Roberval Casemiro Belinati - Presidente Des. Silvanio Barbosa dos Santos Des. João Timóteo

PRIMEIRA TURMA CÍVEL

Des. Natanael Caetano - Presidente Des. Flavio Rostirola Des. Lécio Resende Des. Nívio Gonçalves

SEGUNDA TURMA CÍVEL

Desa. Carmelita Brasil - Presidente Des. Waldir Leôncio Júnior Des. J. J. Costa Carvalho Des. Sérgio Rocha TERCEIRA TURMA CÍVEL

Des. Mário-Zam Belmiro Rosa- Presidente Desa. Nídia Corrêa Lima Des. Humberto Adjuto Ulhôa Des. João Mariosi

QUARTA TURMA CÍVEL

Des. Fernando Habibe - Presidente Des. Cruz Macedo Des. Arnoldo Camanho Des. Antoninho Lopes

QUINTA TURMA CÍVEL

Des. Angelo Canducci Passareli - Presidente Des. Romeu Gonzaga Neiva Des. Lecir Manoel da Luz Des. João Egmont

SEXTA TURMA CÍVEL

Des. Jair Soares - Presidente Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito Des. José Divino de Oliveira Desa. Vera Andrighi COMPOSIÇÃO DO CONSELHO ESPECIAL

Des. Natanael Caetano Fernandes Des. Lécio Resende da Silva Des. Nívio Geraldo Gonçalves Des. Otávio Augusto Barbosa - Presidente Des. João de Assis Mariosi Des. Romão Cícero de Oliveira Des. Dácio Vieira - Vice-Presidente Des. Mario Machado Vieira Netto Des. Sérgio Bittencourt - Corregedor Desa. Carmelita Indiano Americano do Brasil Dias Des. Waldir Leôncio Cordeiro Lopes Júnior Des. José Jacinto Costa Carvalho Desa. Sandra De Santis Mendes de Farias Mello Des. Humberto Adjuto Ulhôa Des. Flavio Renato Jaquet Rostirola Desa. Nídia Corrêa Lima Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito COMPOSIÇÃO DO PLENÁRIO ADMINISTRATIVO

Des. Natanael Caetano Fernandes Des. Lécio Resende da Silva Des. Nívio Geraldo Gonçalves Des. Otávio Augusto Barbosa - Presidente Des. João de Assis Mariosi Des. Romão Cícero de Oliveira Des. Dácio Vieira - Vice-Presidente Des. Mario Machado Vieira Netto Des. Sérgio Bittencourt - Corregedor Des. Lecir Manoel da Luz Des. Romeu Gonzaga Neiva Desa. Carmelita Indiano Americano do Brasil Dias Des. José Cruz Macedo Des. Waldir Leôncio Cordeiro Lopes Júnior Des. Humberto Adjuto Ulhôa Des. José Jacinto Costa Carvalho Desa. Sandra De Santis Mendes de Farias Mello Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito Des. Jair Oliveira Soares Desa. Vera Lúcia Andrighi Des. Mário-Zam Belmiro Rosa Des. Flavio Renato Jaquet Rostirola Desa. Nídia Corrêa Lima Des. George Lopes Leite Des. Angelo Canducci Passareli Des. José Divino de Oliveira Des. Roberval Casemiro Belinati Des. Silvanio Barbosa dos Santos Des. Sérgio Xavier de Souza Rocha Des. Arnoldo Camanho de Assis Des. Fernando Antonio Habibe Pereira Des. João Timóteo de Oliveira Des. Antoninho Lopes Des. João Egmont Leôncio Lopes

SUMÁRIO

JURISPRUDÊNCIA...... 11

01. Direito Administrativo...... 13

02. Direito Civil...... 57

03. Direito Comercial...... 181

04. Direito Constitucional...... 189

05. Direito Penal...... 209

06. Direito Previdenciário...... 269

07. Direito Processual Civil...... 277

08. Direito Processual Penal...... 337

09. Direito Tributário...... 359

ÍNDICES ...... 379

Alfabético...... 381

Numérico de Acórdãos...... 493

JURISPRUDÊNCIA

01. Direito Administrativo

Direito Administrativo

1. ADMINISTRATIVO - ABANDONO DE CARGO PÚBLICO - REIN- TEGRAÇÃO - VANTAGENS PATRIMONIAIS NÃO PRESCRITAS - RECEBIMENTO, CRITÉRIOS

(Reg. Ac. 461.103). Relator: Des. Sérgio Bittencourt. Apelantes: Glenervan Ferreira da Rocha (Advs. Dr. José de Ribamar de Souza Nogueira e outros) e Distrito Federal (Adv. Dr. Fabiano Oliveira Mascarenhas - Procurador do DF). Apelados: os mesmos.

Decisão: negar provimento ao recurso do autor e dar parcial provimento ao recurso do réu. Unânime.

Administrativo. Civil. Abandono de cargo público. Reintegração. Vanta- gens pecuniárias. Prescrição. Recebimento de vantagens patrimoniais não prescritas. Distrito Federal. Custas. Isenção. Decreto-Lei 500/69. 1. A rein- tegração em cargo público determinada judicialmente tem por consequência o pagamento dos vencimentos relativos ao período em que esteve afastado, observado o prazo prescricional, nos termos do Decreto nº 20.910/32. 2. Em caso de condenação da Fazenda Pública, os juros moratórios e a correção monetária devem ser aplicados na forma do art. 1º-F da Lei 9.494/97, em sua nova redação trazida pela Lei 11.960, de 29/06/2009. 3. Tratando-se de obrigação de trato sucessivo, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação, conforme súmula 85 do Superior Tribunal de Justiça. 4. Exclui-se da condenação a determinação de pagamento, pelo Distrito Federal, das custas processuais, na forma do Decreto-Lei 500/69.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 144296-9; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 12/11/10; DJ 3, PÁG. 97).

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2. ADMINISTRATIVO - ABONO DE PERMANÊNCIA, MOMENTO DA PERCEPÇÃO - APOSENTAÇÃO, INTEGRAÇÃO DOS REQUI- SITOS - VERBA DE NATUREZA REMUNERATÓRIA - IMPOSTO DE RENDA, INCIDÊNCIA

(Reg. Ac. 469.037). Relator: Des. Angelo Passareli. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Luciano Araujo de Castro - Procurador do DF). Apelada: Maria Rosa de Jesus (Adva. Dra. Ana Flavia Pessoa Teixeira).

Decisão: recebida a remessa ex officio. Conhecer. Dar parcial provimento aos recursos. Unânime.

Processual Civil e Tributário. Abono de permanência. Momento da per- cepção. Integração dos requisitos inerentes à aposentação. Requerimento administrativo. Desinfluência. Verba de natureza remuneratória. Acréscimo patrimonial. Incidência de ir. Honorários advocatícios. Redução. Sentença parcialmente reformada. 1 - Condicionando-se a percepção do abono de permanência (§ 19 do art. 40/CF) unicamente ao preenchimento dos requisitos constitucionais atinentes à aposentadoria (art. 40, §1º, III, “a”/ CF), bem assim por destinar-se a incentivar a continuidade do servidor na carreira, quiçá até a data de sua aposentação compulsória, revela-se antinômico que somente gere efeitos financeiros a partir da dedução de requerimento administrativo para sua fruição. 2 - Em face da natureza remuneratória do abono de permanência, mormente por conferir acréscimo patrimonial ao servidor público, configura-se o fato gerador para incidência do imposto de renda nos termos do artigo 43 do Código Tributário Na- cional - CTN. 2 - Vencida a fazenda pública, os honorários advocatícios deverão ser fixados em observância ao disposto no art. 20, § 4°, do CPC, atendidos os critérios das alíneas “a”, “b” e “c” do § 3° do mesmo artigo de lei. Apelação cível e remessa oficial parcialmente providas.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 011858-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 123).

3. ADMINISTRATIVO - ACUMULAÇÃO DE CARGOS - PROFES- SOR NO DF E EM GOIÁS - COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS, COMPROVAÇÃO

16 Direito Administrativo

(Reg. Ac. 468.048). Relatora Designada: Desa. Nilsoni de Freitas Custódio. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Eduardo Muniz Machado Cavalcanti - Procurador do DF). Apelada: Marléa Macambira Moura Soares (Adv. Dr. Roberto Gomes Ferreira).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Maioria. Redigirá o acórdão a Re- visora.

Constitucional. Administrativo. Acumulação de cargos. Professor da Fundação Educacional do DF e Escola Municipal do Estado de Goiás. Inexistência de afronta ao art. 37, VI, “a”, da CF/88. Compatibilidade comprovada. 1. É permitida a acumulação de dois cargos de professor, desde que desempenhe as funções inerentes ao cargo satisfatoriamente, sem atrasos e faltas excessivas, o que denotaria a incompatibilidade de horários. 2. Comprovado que há a compatibilidade de horário exigida pelo art. 37, inciso XVI, “a”, da Constituição Federal, não há de se falar em ilegalidade na cumulação de cargos. 3. Recurso conhecido e desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 045612-9; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 174).

4. ADMINISTRATIVO - ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS, LEGALIDADE - PROVENTOS DE APOSENTADORIA - MÉDICO DA SECRETARIA DE SAÚDE E PERITO MÉDICO LEGISTA DA POLÍCIA CIVIL

(Reg. Ac. 477.588). Relator: Des. Dácio Vieira. Impetrante: José Maria Rodrigues de Moraes (Advs. Dr. José Rossini Campos do Couto Corrêa e Dra. Nirciene Rosa Laboissiere). Informante: Secretário de Estado de Planejamento e Gestão do Distrito Federal.

Decisão: denegou-se a segurança. Prejudicado o agravo regimental. Decisão unânime.

Administrativo e Constitucional. Mandado de segurança. Acumulação lícita de cargos públicos, permitida em face do disposto no art. 37, XVI, da Cons-

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tituição Federal. Hipótese de acumulação de proventos de aposentadoria nos cargos de médico da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e perito médico-legista da Polícia Civil do Distrito Federal. Teto remuneratório. Constitucionalidade e legalidade do ato normativo local. Precedentes desta Corte de Justiça. Ordem denegada.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2009 00 2 011406-3; C. ESPECIAL; PUBL. EM 09/02/11; DJ 3, PÁG. 33).

5. ADMINISTRATIVO - ALVARÁ - FEIRA ITINERANTE - LEI DIS- TRITAL Nº 2.815/2001, INCONSTITUCIONALIDADE - REQUE- RIMENTO DE ALVARÁ, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 469.019). Relator: Des. Sérgio Rocha. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Deirdre de Aquino Neiva - Procurador do DF). Apelado: Ponta Negra Ex- posições Promoções de Eventos e Turismo Ltda. (Adv. Dr. Jurandir Grossmann Anastácio).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Apelação Cível. Feira itinerante. Inconstitucionalidade da Lei Distrital 2.815/2001. Ressarcimento de custas processuais adiantadas. 1. Declarada inconstitucional a Lei Distrital n. 2.815/2001 (que dispõe sobre a instalação e o funcionamento das feiras itinerantes no âmbito do Distrito Federal), pelo Conselho Especial deste TJDFT, por vício de iniciativa, as exigências nela constantes para a concessão de alvará eventual para realização de feira itinerante tornam-se inócuas e abusivas. 2. O fato de o Distrito Federal ser isento do pagamento de custas processuais não o exime de reembolsar as custas adiantadas pela parte vencedora (Lei n. 9.289/96 4º parágrafo único). 3. Negou-se provimento ao apelo do Distrito Federal e a remessa ex officio.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 116569-8; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 13/12/10; DJ 3, PÁG. 78).

6. ADMINISTRATIVO - APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO - DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO, IMPOSSIBILIDADE - ERRO DA ADMINISTRAÇÃO - NATUREZA ALIMENTAR

18 Direito Administrativo

(Reg. Ac. 478.362). Relator: Des. Antoninho Lopes. Apelante: Mônica Cristina Rodrigues Serra (Advs. Dr. Victor Mendonca Neiva e outros). Apelado: Distrito Federal (Advs. Dra. Camila Bindilatti Carli de Mesquita e Dr. Rogério Oliveira Anderson - Procuradores do DF).

Decisão: dar provimento ao recurso, unânime.

Direito Administrativo. Servidor público. Aposentadoria. Desconto em folha de valores pagos por erro da Administração sem a participação da servidora. Boa-fé. Natureza alimentar. 1. Somente a presença da má-fé cumpridamente provada poderá obrigar o servidor público a devolver à Administração o que, à guisa de proventos, dela recebeu a mais. 2. O caráter alimentar da verba paga e a boa-fé no seu recebimento tornam inviáveis a sua repetição. 3. Recurso provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 050986-3; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/02/11; DJ 3, PÁG. 130).

7. ADMINISTRATIVO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - PRO- FESSORA DO DISTRITO FEDERAL - PROVENTOS PROPORCIO- NAIS - REQUISITOS, PREENCHIMENTO

(Reg. Ac. 460.994). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelante: Maria de Fátima Alves de Araújo (Advs. Dr. Victor Mendonca Neiva e outros). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Daniel Augusto Mesquita - Procurador do DF).

Decisão: dar provimento. Maioria.

Professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal aposentada por invalidez, com proventos proporcionais, em 09 de dezembro de 2004. 1. Na aposentadoria por invalidez, a aplicação da lei não deve ser adstrita apenas ao cumprimento de aspectos formais, mas sopesar a realidade fática, em especial o aparecimento da enfermidade e sua repercussão na vida laborativa do servidor, com os requisitos formais da aposentadoria. Consoante o artigo 188, §§ 1º e 2º da Lei n. 8.112/1990, a aposentadoria por invalidez é precedida de licença para tratamento de saúde por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses, ao fim desse prazo, se o servidor não estiver em condições de assumir

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o cargo ou de ser readaptado será aposentado. Peculiaridade do caso posto a exame: a servidora se encontrava doente e afastada do trabalho por um período contínuo de dois anos, a demonstrar sua já configurada incapacidade para o trabalho. Nesse contexto, o laudo médico de aposentadoria apenas referendou a invalidez. Portanto, o caso impõe uma análise à luz dos princípios norteadores do ordenamento jurídico como são os princípios da razoabilidade e da dignidade da pessoa humana, para impedir que a Administração Pública ignore situação de fato já comprovada. Sob esse prisma, há que se considerar indevida a al- teração do fundamento legal da aposentadoria da recorrente, advinda com a Portaria n. 141/2007, pois a reunião dos requisitos para aposentadoria já havia ocorrido desde outubro de 2003, quando presente o diagnóstico de todas as patologias. Logo, há de ser aplicado o regime previdenciário da EC n. 20/98, uma vez que a apelante já se encontrava em efetivo quadro de incapacidade laboral antes da entrada em vigor da EC n. 41/2003, em 31/12/2003. 2. O ato de concessão de aposentadoria do servidor público é complexo, ou seja, necessita, para se aperfeiçoar, do registro pela respectiva corte de contas. Assim, tratando-se de ato de concessão inicial de aposentadoria, caso seja verificada ilegalidade, antes da homologação do ato pelo tribunal de contas competente, pode a administração realizar os devidos ajustes, sem a manifestação da parte contrária, uma vez que a alteração no curso da apreciação da legalidade da concessão inicial. Assim, se o ato de aposentadoria já se tornou perfeito, isto é, foi concedido pela Administração e posteriormente vencido o exame da legalidade pelo tribunal de contas, não pode o Poder Público alterá-lo ou anulá-lo, sem oportunizar defesa ao interessado. Esse é o sentido da Súmula Vinculante n. 03. 3. Recurso conhecido e provido para considerar que a autora preencheu os requisitos da aposentadoria por invalidez ainda na vigência da EC n. 20/98, reformar a r. sentença recorrida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 090604-0; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 19/11/10; DJ 3, PÁG. 69).

8. ADMINISTRATIVO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PER- MANENTE - PROVENTOS INTEGRAIS - REQUISITOS, ATENDI- MENTO

(Reg. Ac. 479.095). Relator: Des. Dácio Vieira. Apelantes: Distrito Federal (Adv. Dr. José Luiz Ramos - Procurador do DF) e Rita de Cássia Soares Silva (Advs. Dr. Victor Mendonca Neiva e outros). Apelados: os mesmos.

20 Direito Administrativo

Decisão: conhecer. Dar provimento ao recurso da autora. Negar provimento ao recurso do DF e a remessa. Unânime.

Constitucional. Administrativo. Aposentadoria por invalidez permanente. Re- quisitos atendidos antes da entrada em vigor da emenda constitucional 41/03 e da Lei 10.887/04. Súmula 359 do STF. Direito a aposentadoria com proventos integrais. Majoração da verba honorária. Precedentes jurisprudenciais.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 082821-8; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/02/11; DJ 3, PÁG. 116).

9. ADMINISTRATIVO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE, INDEFERIMENTO - PROVENTOS INTEGRAIS - DOENÇA GRAVE - ATESTADO DE JUNTA MÉDICA OFICIAL, NECESSIDADE

(Reg. Ac. 459.279). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Impetrante: Marli Arsê- nio Felício (Adv. Dr. Rubem Santos Assis). Informante: Secretário de Estado de Fazenda do Distrito Federal.

Decisão: rejeitada a preliminar, denegou-se a segurança. Decisão unânime.

Mandado de Segurança. Servidora pública portadora de neoplasia maligna. Aposentadoria por invalidez. Ausência dos requisitos legais à concessão. Indeferimento. Para ser deferida a aposentadoria por invalidez permanente, com proventos integrais, além de o servidor ser portador de doença grave, a incapacidade para o trabalho deve estar devidamente atestada por junta médica oficial, além de restar demonstrada a impossibilidade de readaptação.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 006304-9; C. ESPECIAL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 76).

10. ADMINISTRATIVO - ATENDENTE DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL - CANDIDATO INAPTO - PROVA PSICOLÓGICA, LEGALIDADE

(Reg. Ac. 459.101). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Agra- vante: Pedro das Neves Costa Júnior (Adva. Dra. Michele Fiore). Agravado: Dis- trito Federal (Adv. Dr. Gustavo Geraldo Pereira Machado - Procurador do DF).

21 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

O art. 3º, da Lei n. 4.281/08, autoriza a aplicação de provas psicológicas aos candidatos a cargos de atendente de reintegração social. O candidato teve acesso aos critérios utilizados na aplicação do exame, satisfazendo os critérios de objetividade que devem nortear a avaliação psicológica do candidato, não há que se falar em ilegalidade. O contraditório e a ampla defesa foram efetivados na possibilidade de apresentação de recurso quanto ao resultado do exame em questão. O Poder Judiciário não pode prescrever os métodos psicológicos a serem adotados pelos profissionais desta área por ocasião da aplicação do exame psicotécnico, a este cabe apenas a verificação da legalidade. A declaração de inaptidão, após criteriosa análise dos resultados obtidos pelo candidato, faz com que este exame, de inegável valor científico, avalie o perfil psicológico do candidato ante os riscos e a responsabilidade que envolve a atividade a ser desempenhada. Agravo de instrumento provido. Recurso conhecido e não provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 015038-3; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 204).

11. ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - ÁREA PÚBLICA TOMBADA, OCUPAÇÃO IRREGULAR - LEI DISTRITAL Nº 754/94, DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

(Reg. Ac. 461.715). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Wilson Rodrigues Damasceno - Procurador). Apelados: Mi- nistério Público do Distrito Federal e Territórios, Sorveteria Versiani Ltda. Me (Advs. Dra. Valeria Barnabe Lima e outros).

Decisão: conhecer e negar provimento, unânime.

Administrativo. Ação civil pública. Ocupação irregular de área pública protegida pelo tombamento. Lei Distrital nº 754/94. Declaração de incons- titucionalidade. Condenação do Distrito Federal. Obrigação de não fazer. Possibilidade. I - Correta a condenação do Distrito Federal na obrigação de não fazer, consistente na abstenção de expedição de qualquer tipo de autorização para ocupação de áreas públicas delimitadas pelo tombamento,

22 Direito Administrativo

como forma de garantir o pleno cumprimento da sentença que declarou a inconstitucionalidade da lei distrital que admitia tal prática, em flagrante afronta à Lei Orgânica do Distrito Federal e aos interesses públicos. II - Apelo desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 008986-2; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/11/10; DJ 3, PÁG. 165).

12. ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - CONTRATO DE GESTÃO - DISPENSA DE LICITAÇÃ DE CONCURSO PÚBLICO - DESVIO DE FINALIDADE, NÃO DEMONSTRAÇÃO

(Reg. Ac. 479.096). Relator: Des. Dácio Vieira. Apelante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Apelados: CODEPLAN Companhia de Plane- jamento do Distrito Federal (Adv. Dr. Paulo César Marques de Velasco) e ICS Instituto Candango de Solidariedade.

Decisão: não conhecer do recurso voluntário. Recebida a remessa de ofício, negou- -se provimento. Unânime.

Constitucional, Administrativo e Processual Civil. Ação civil pública. Con- trato de gestão. CODEPLAN. ICS - Instituto Candango de Solidariedade. Dispensa de licitação. Inexigibilidade de concurso público. Desvio de finali- dade, ilegalidade e lesividade não demonstrados. Improcedência do pedido. A gênese do denominado “contrato de gestão”, introduzido em nosso ordena- mento jurídico, remonta aos meados da década de 90, quando iniciada uma ampla reforma ainda em curso na Administração Pública Brasileira, projetada oficialmente a partir da elaboração do “plano diretor da reforma do aparelho do Estado” pelo Ministério da Administração e da reforma do Estado, com aprovação do Presidente da República em novembro/1995 (disponível no ‘site’ da Presidência da República, in “publicações - anteriores”), constando referência à criação do “Programa Nacional de Publicização - PNP”, ao viso de viabilizar “a transformação dos serviços não-exclusivos estatais em orga- nizações sociais” (item 8.1.3), a culminar, na esfera federal, dentre outros normativos, na edição da Emenda Constitucional nº 19, publicada em 05 de maio de 1998, que introduziu o § 8º ao artigo 37 da Constituição Federal; na Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998, que “dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional

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de Publicização (...)”; e Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, que “altera dispositivos das leis nº (...) 8.666, de 21 de junho de 1993 (...)”, lei de lici- tações e contratos administrativos, acrescentando nesta o inciso XXIV, em seu artigo 24, que estabelece a dispensa de licitação “para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempla- das no contrato de gestão”. Incumbe ao autor da ação civil pública o ônus de provar a efetiva ocorrência de alegado desvio de finalidade ou de atos lesivos ao patrimônio público. Impõe-se a improcedência do pedido inicial, formulado em sede de ação civil pública, quando o objeto do impugnado contrato de gestão limitou-se a reproduzir os termos constantes da legislação que o instituiu no âmbito do Distrito Federal (Leis Distritais nº 2.415/99 e 2.523/00), não restando demonstrada, na instrução processual, a ocorrência de efetivos prejuízos ao Erário, a configurar o binômio ilegalidade-lesividade.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2000 01 1 013785-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/02/11; DJ 3, PÁG. 113).

13. ADMINISTRATIVO - AÇÃO POPULAR - PUBLICIDADE INSTI- TUCIONAL - PROMOÇÃO PESSOAL, DESVIO DE FINALIDADE - LESÃO, CONFIGURAÇÃO

(Reg. Ac. 473.275). Relator: Des. Angelo Passareli. Apelantes: Odilon Aires Ca- valcante (Advs. Dr. Jozafá Dantas do Nascimento e Dr. Everardo Alves Ribeiro) e Joaquim Domingos Roriz (Adv. Dr. José Nicodemos Rodrigues Varela). Apelado: Eduardo Felipe Daher (Advs. Dr. José Idemar Ribeiro e outros).

Decisão: não conhecer do recurso do 2º apelante. Conhecer do 1º apelante. Dar parcial provimento. Unânime.

Constitucional e Processual Civil. Ação popular. Irregularidade formal. Razões dissociadas. Ausência de fundamentos. Princípio da dialeticidade. Não conhecimento. Ilegitimidade ativa ad causam. Cerceamento de defesa. Preliminares rejeitadas. Publicidade institucional. Promoção pessoal. Desvio de finalidade. Lesão configurada. Honorários advocatícios. Minoração. Sen- tença parcialmente reformada. 1 - Não se conhece de recurso de apelação que se reporta aos termos da contestação sem, contudo, expor os fundamen- tos de fato e de direito do inconformismo do apelante viola o disposto no

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art. 514, II, do CPC. Princípio da dialeticidade. 2 - Tem legitimidade para ajuizar ação popular o cidadão, sendo que tal condição é comprovada pela apresentação do título de eleitor, nos termos do art. 1º, § 3º da Lei 4.717/65. 3 - Não há cerceamento de defesa quando os elementos dos autos são sufi- cientes para formar o convencimento do juiz, destinatário das provas. 4 - A veiculação de jornal institucional com conteúdo que promova a imagem do agente político viola o dever de informar e educar, previsto no art. 37, § 1º, da Constituição da República, além dos princípios da impessoalidade e da moralidade, configurando desvio de finalidade, que acarreta lesão ao patrimônio público. 5 - A condenação nos honorários advocatícios, ainda que tenha por fundamento o § 4º do art. 20 do CPC, deve submeter-se, no momento da fixação, ao disposto no § 3º, alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’ do mesmo artigo, onde se estabelece como parâmetros o zelo do profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o serviço. Apelação cível do segundo apelante não conhecida. Apelação cível do primeiro apelante parcialmente provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2000 01 1 030254-9; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/01/11; DJ 3, PÁG. 91).

14. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - CANDIDATO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA - INAPTIDÃO PARA EXERCÍCIO DO EMPREGO, IRREGULARIDADE - DIREITO À ADMISSÃO

(Reg. Ac. 457.932). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Apelantes: Carlos Al- berto de Fontes e Wilson Lopes de Sousa (Defensoria Pública). Apelados: Metrô DF - Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Advs. Dr. Luís Maurício Lindoso e outros) e Distrito Federal (Adv. Dr. Ricardo Vieira de Carvalho Fer- nandes - Procurador do DF).

Decisão: conhecer. Dar provimento ao recurso. Unânime.

Constitucional e Administrativo. Concurso público. Candidato portador de deficiência. Sequelas de poliomielite. Emprego de Agente de Estação. Inaptidão para o exercício do emprego. Ausência de motivação válida. Nulidade da decisão. Compatibilidade da deficiência com as atribuições do emprego. Interesse público.

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Direito à admissão. 1 - Verificada a irregularidade do ato que considerou os apelantes inaptos ao exercício do emprego pleiteado, em razão de sua deficiente motivação, contrariando a garantia constitucional do contraditório, outra solução não há, senão o reconhecimento de sua invalidade. 2 - O reconhecimento da inaptidão do candidato deve se pautar pela verificação da efetiva incompatibilidade entre a deficiência de que é portador e as atividades afetas ao emprego, sendo impertinente simples alegação de ausência de agilidade necessária em situações de emergência. 3. Se a perfeita capacidade de locomoção fosse atributo necessário ao exercício do cargo, tal requisito deveria constar expressamente do edital, não se podendo admitir a conduta contraditória da administração que promove a reserva de vagas aos portadores de deficiência, em cumprimento à determinação legal e, num segundo momento, nega-lhes o acesso ao emprego duramente conquistado. 4 - O acolhimento do pleito dos apelantes atende ao princípio da supremacia do interesse público, porquanto as ações que fomentam a inserção dos portadores de deficiência no mercado de trabalho, na medida em que promovem a justiça social, trazem benefícios a toda sociedade. 5 - Cumpre à administração observar o preceito constitucional e legal que impõe a reserva de vagas aos portadores de deficiência, como também promover, de forma efetiva, o acesso aos cargos legitimamente conquistados, realizando as adaptações que se fizerem necessárias ao correto desempenho das atribuições. 6. Recurso provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 135637-6; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 08/11/10; DJ 3, PÁG. 165).

15. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - FISCAL DA RECEI- TA, EXTINÇÃO DO CARGO - TRANSPOSIÇÃO PARA CARGO DE AUDITOR TRIBUTÁRIO, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 459.095). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Ape- lante: Roberto Imbrosio Oliveira (Advs. Dr. Francisco O. Thompson Flores e outros). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Adamir de Amorim Fiel).

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

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Constitucional e Administrativo. Concurso público para fiscal da Receita. Extinção do cargo. Aproveitamento. Fiscal tributário. Lei nº 2.774/2001. Transposição para o cargo de auditor tributário. Impossibilidade. Conforme já se manifestou o Órgão Especial desta Corte, “não há que se falar em inconstitucionalidade dos artigos 4º e 6º da Lei n. 2.774/01, que apenas restabeleceu o status quo ante da carreira de auditoria tributária do Distrito Federal.” (20060020024780Msg) É ilegal a transposição para o cargo de auditor tributário para candidatos que prestaram concurso para cargo intermediário da carreira de auditoria tributária do Distrito Federal, fiscal da Receita. A mera alteração da denominação do cargo é insuficiente para embasar a pretendida ascensão funcional. O artigo 37, inciso II, da Constituição Federal, determina que a investidura em cargo público somente pode ocorrer com aprovação em concurso público. Recurso conhecido e não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 146184-5; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 219).

16. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - MANDADO DE SEGURANÇA - EXAME PSICOTÉCNICO, NÃO RECOMENDAÇÃO

(Reg. Ac. 472.439). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Impetrante: Michelle de Paula Silveira (Advs. Dr. Victor Fernandes Ribas e outros). In- formante: Secretário de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Distrito Federal.

Decisão: rejeitou-se a preliminar, por unanimidade. No mérito, concedeu-se a ordem, decisão por maioria.

Administrativo. Concurso público. Mandado de segurança. Carreira de Assistência Pública em Serviços Sociais/SEJUS. Exame psicotécnico. Não recomendação. Verificação do perfil profissiográfico. Subjetividade. Proibição. Decreto Federal nº 6.944/2009. Segurança concedida. Maioria. 1. Constitui ilegalidade passível de ser declarada pelo Poder Judiciário, sem intromissão no mérito do ato administrativo, a exigência de testes psicológicos, em concurso público, para aquilatar o perfil profissiográfico do candidato. Precedente (STJ, RMS 19339/PB, rel. Ministra Laurita Vaz,

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Quinta Turma, julgado em 19-11-2009, DJe 15-12-2009). 2. Em que pese vigência no âmbito federal, o Decreto nº 6.944/2009 proíbe a realização de teste psicológico para apuração do perfil profissiográfico do candidato. 3. Apesar de revogado o verbete de Súmula 1, desta egrégia corte, mantém- se diretiva de que as condições psicológicas do concorrente deverão ser apuradas, de forma cuidadosa pela Administração Pública, durante seu estágio probatório. 4. Segurança concedida para declarar nulo o teste psicotécnico a que submetido a candidata, permitindo-lhe a participação nas demais fases do certame, nomeação e posse, respeitada a ordem de classificação. Maioria.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 012815-1; C. ESPECIAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 35).

17. ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - AVALIAÇÃO PSI- COLÓGICA - PERFIL PROFISSIOGRÁFICO - PREVISÃO LEGAL, INEXISTÊNCIA

(Reg. Ac. 472.682). Relator: Des. Fernando Habibe. Embargante: Distrito Fede- ral (Adva. Dra. Gabriela Freire de Arruda - Procuradora do DF). Embargado: Mizael Borges da Silva Neto (Adv. Dr. Wander Perez).

Decisão: negou-se provimento. Unânime.

Embargos Infringentes. Concurso público. Policial legislativo. Avaliação psicológica. Perfil profissiográfico. Resolução da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ausência de previsão legal. 1. Segundo entendimento do STF (Súmula nº 686), bem como do TJDFT (Súmula nº 20), a validade do exame psicológico é condicionada à expressa previsão em lei, em sentido formal, inconfundível com resolução da Câmara Legislativa do Distrito Federal - CLDF. 2. Além disso, a avaliação psicológica deve ter por objeto a higidez mental do candidato, de modo a detectar, mediante critérios objetivos, problemas psicológicos que possam comprometer o exercício das funções do cargo em disputa. 3. Inadmissível para tal fim a aferição de perfil profissiográfico delineado pelos promotores do certame, porquanto marcado por acentuada subjetividade e, por isso, propenso, ao menos em teoria, ao arbítrio e ao preconceito, com flagrante ofensa às diretrizes constitucionais que devem nortear a atividade administrativa.

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(EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2006 01 1 043314-9; 2ª C. CÍVEL; PUBL. EM 14/01/11; DJ 3, PÁG. 27).

18. ADMINISTRATIVO - CONTRATO TEMPORÁRIO - VÍNCULO DE TRABALHO COM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NÃO RE- CONHECIMENTO - EXCEPCIONAL INTERESSE DO PODER PÚBLICO, NECESSIDADE

(Reg. Ac. 460.567). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelantes: Cléa Ferreira Pereira e Maria Anete de Sousa Brito (Advs. Dra. Maria Bernadete Teixeira e outros). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Vinícius Silva Pacheco - Procurador do DF).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Direito Administrativo. Contrato temporário. Pretensão de reconhecimento de vínculo de trabalho diretamente com a administração pública ou o status de concurso público ao processo seletivo simplificado. Emenda Constitucional nº 51/2006. 1. O contrato de prestação de serviço temporário é concretizado nos moldes do art. 37, inc. IX, da Constituição Federal, que traz exceção à regra do concurso público para atender à necessidade de excepcional interesse do Poder Público. 2. A pretensão de buscar a estabilidade plena no cargo que atualmente se ocupa, com reconhecimento de vínculo de trabalho, sem a realização de concurso público, não tem amparo legal. 3. “Independentemente do regime jurídico ao qual se submete, a contratação temporária não pode ensejar a efetivação no serviço público, haja vista que a função pública, no caso, inexiste nos quadros da Administração, considerando que a necessidade de seu exercício é episódica e excepcional” (RMS 17.681/ MG, Rel. Min. Paulo Medina, DJU 10.10.05). 4. O caso em comento não se enquadra ao disposto no § 4º do art. 198 da CF/88, inserido pela EC 51, de 14 de fevereiro de 2006, que estabelece regra para a contratação dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias. Tal regra não comporta interpretação extensiva, sendo inviável a aplicação de analogia. 5. Recurso desprovido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 002052-3; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 241).

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19. ADMINISTRATIVO - CONTRATO VERBAL - VÍNCULO, IMPOS- SIBILIDADE DE RECONHECIMENTO - AUMENTO SALARIAL DECORRENTE DE DATA-BASE - REEQUILÍBRIO ECONÔMICO- -FINANCEIRO, AFASTABILIDADE

(Reg. Ac. 471.768). Relator Designado: Des. Cruz Macedo. Apelante: Dinâmica Serviços Especializados Ltda. (Advs. Dra. Mariana Araujo Becker e outros). Apelado: Distrito Federal (Advs. Dr. Sérgio Marcos Alvarenga da Silva e Dr. Marcos Sousa e Silva - Procuradores do DF).

Decisão: negar provimento ao apelo, maioria.

Administrativo. Contrato verbal. Impossibilidade de reconhecimento de vínculo. Aumento salarial. Data-base. Evento previsível. Álea ordinária. Equilíbrio econômico-financeiro. 1. Os contratos formalizados com a administração, quando em decorrência do seu poder de império, devem obedecer à forma prevista em lei, que não reconhece a validade dos contratos verbais, “salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta lei, feitas em regime de adiantamento.” 2. Não se reconhece como evento imprevisível ou previsível de efeitos incalculáveis o aumento salarial decorrente da data-base da categoria, por se tratar de reajuste anual e, portanto, de conhecimento prévio dos contratantes, o que afasta, pois, o pretenso reequilíbrio econômico-financeiro previsto no art. 65, inciso II, alínea d, da Lei nº 8.666/93. 3. Recurso não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 5 007731-8; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 12/01/11; DJ 3, PÁG. 127).

20. ADMINISTRATIVO - DESERÇÃO DE POLICIAL MILITAR, DE- CRETAÇÃO INADMISSÍVEL - INTERRUPÇÃO DE PENSÃO ALI- MENTÍCIA, IMPOSSIBILIDADE - DIREITO À VIDA E À SAÚDE, GARANTIA - SITUAÇÃO REAL DO MILITAR, ESCLARECIMEN- TO NECESSÁRIO

(Reg. Ac. 468.373). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Apelante: DF (Adv. Dr. Djacyr Cavalcanti de Arruda Filho - Procurador do DF). Apelados: A. C.

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L. J. rep. por M. A. F. L. e N. M. J. (Advas. Dra. Juliana Marques de Araújo e Dra. Raquel de Castilho).

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar. Negar provimento. Unânime.

Administrativo. Mandado de segurança. PMDF. Deserção decretada na esfera administrativa. Interrupção do repasse de pensão alimentícia devida pelo militar. Suspensão do plano de saúde. Impossibilidade. Direito à vida e à saúde. Recurso desprovido. Não esclarecida a real situação do militar, torna-se inadmissível a decretação da deserção, ensejando a condição de desamparo aos dependentes do militar.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 048040-4; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 112).

21. ADMINISTRATIVO - GATE, PERCEPÇÃO - ENSINO EM TURMAS MISTAS - LEI Nº 540/93, ART. 1º, INCISO I, APLICABILIDADE

(Reg. Ac. 461.164). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: José Rita Silva Couto (Adv. Dr. Julio Cesar Borges de Resende). Apelado: Distrito Federal (Advs. Dr. Renato de Oliveira Alves e Dr. Eduardo Alecsander Xavier de Medeiros - Procuradores do DF).

Decisão: conhecer e dar provimento, por maioria.

Administrativo. Processo civil. Exercício de magistério em turmas mistas. Gratificação de ensino especial devida. Artigo 1º, inciso I, da Lei Distrital nº 540/93. Lei nº 4.075/07. 1. A existência de atuação profissional voltada para a educação de alunos portadores de necessidades especiais, ainda que realizada em turmas mistas, confere ao professor o direito à percepção da Gratificação de Ensino Especial - GATE, nos termos do disposto no artigo 1º, inciso I, da Lei nº 540/93. 2. Considerou-se descabida a argumentação que sustenta ser plausível o pagamento da referida GATE ou GAEE, nos moldes estabelecidos pela Lei nº 4.075/07, ao professor que ministre aulas apenas para o aluno especial, ainda que somente um, em sala com recursos apropriados para tanto, e que nada seja devido ao professor em regência de classe mista, certamente sem os mesmos recursos. A

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este, ressalte-se, incumbe ministrar conteúdo a alunos em situação de aprendizagem e necessidades completamente distintas. Não bastassem os alunos ditos “normais”, já em número além do razoável em cada classe, como cediço, a existência de crianças portadoras de necessidades especiais torna ainda mais penosa a atividade do docente, que se desdobra para atender às particularidades cognitivas de cada aluno, seja especial ou não. 3. Havendo comprovação de que o autor, de fato, exerceu o magistério junto a alunos portadores de necessidades especiais, impõe-se o pagamento da gratificação de ensino especial durante o referido período. 4. Recurso provido para condenar o Distrito Federal ao pagamento da gratificação de ensino especial, bem como, em face da novel sucumbência, ao pagamento de honorários advocatícios.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 191372-9; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/11/10; DJ 3, PÁG. 163).

22. ADMINISTRATIVO - IMÓVEL PÚBLICO - DIREITO DE PREFE- RÊNCIA, NÃO GARANTIA - NULIDADE DA LICITAÇÃO, DES- PROVIMENTO

(Reg. Ac. 465.812). Relator: Des. Sérgio Bittencourt. Apelante: José Maria Fer- reira (Adv. Dr. William David Ferreira). Apelada: TERRACAP - Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dr. Miguel Roberto Moreira da Silva e outros).

Decisão: rejeitar a preliminar e negar provimento ao recurso. Unânime.

Constitucional e Administrativo. Cautelar inominada e ação declaratória de nulidade de licitação. Art. 557 do CPC. Inaplicabilidade. Edital. Ampla divulgação. Imóvel público. Direito de preferência. Ausência de previsão editalícia. Deve prosseguir o recurso, a contrario sensu do disposto no art. 557 do CPC, se a parte não demonstra a alegada contrariedade a súmula deste eg. Tribunal de Justiça ou do col. STJ. Não há falar em nulidade da licitação, se o ato realizado segundo os ditames do art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal, e da Lei 8.666/93. A justificativa do apelante de que não se habilitou à compra do imóvel público que ocupava a título precário, não o socorre, pois amplamente divulgado nos meios de comunicação a concorrência pública promovida

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pela TERRACAP - Companhia Imobiliária de Brasília, que deu publicidade ao ato. Ainda que tivesse participado do procedimento licitatório, equivocada a alegação de que ficou impedido de exercer o pretenso direito de preferência, já que não houve qualquer previsão editalícia a esse respeito, valendo lembrar que sua norma vincula-se a todos os particulares. A Administração Pública não está obrigada a garantir aos ocupantes dos imóveis licitados o direito de preferência pelo fato de tal prerrogativa ter sido prevista em outros editais, tanto que a Lei 8.666/93 nada dispõe nesse sentido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 052972-2; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/12/10; DJ 3, PÁG. 141).

23. ADMINISTRATIVO - INCORPORAÇÃO DE QUINTOS - EXERCÍ- CIO DE CARGOS NA ESFERA FEDERAL - DECISÃO DO TCDF Nº 67/2006, NULIDADE

(Reg. Ac. 469.133). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Impetrante: Guimarães Teles da Silva (Advs. Dr. Walter Jose Faiad de Moura e outros). Informante: Presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

Decisão: concedida a ordem, parcialmente, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.

Mandado de Segurança. Constitucional. Administrativo. Exercício de cargos/funções na esfera federal. Incorporação de quintos. Decisões judiciais que tornaram nula a decisão TCDF n.º 67/2006. Aplicabilidade da legislação distrital aos membros e servidores do TCDF. Mudança de paradigma da Corte de Contas. Parcial ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Ordem parcialmente concedida. A declaração de nulidade da decisão TCDF n.º 67/2006, ocorrida no bojo do MSG n.º 2007.00.2.000436-0, atingiu a esfera jurídica do impetrante somente no que diz respeito aos parâmetros de incorporação e sistemática de pagamento da parcela “quintos/ décimos”, mas não cuidou da hipótese de averbação, para todos os efeitos, do tempo de exercício de cargos/funções de confiança na esfera federal. Especificamente quanto a este ponto, cabe à e. Corte de Contas fazer respeitar os princípios do contraditório e da

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ampla defesa, bem como do devido processo legal, se posteriormente às decisões judiciais mudou seu entendimento acerca da matéria, até mesmo porque o tema não se mostra pacífico no seio de nossos tribunais.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 002033-4; C. ESPECIAL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 45).

24. ADMINISTRATIVO - INFRAÇÃO DE TRÂNSITO, INEXISTÊN- CIA - EXCESSO DE VELOCIDADE JUSTIFICADO - EXERCÍCIO DA MEDICINA - ATENDIMENTO DOMICILIAR DE EMERGÊN- CIA

(Reg. Ac. 469.705). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelantes: Agnes Aurea Lucena Wolff (Advs. Dr. Ulisses Riedel de Resende e outros) e DETRAN - Depar- tamento de Trânsito do DF (Advs. Dr. Plácido Ferreira Gomes Júnior - Procurador e Dra. Livia Lemes de Alarcao). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer dos recursos, dar provimento ao apelo da autora e julgar pre- judicado o recurso do DETRAN, unânime.

Processo Civil e Administrativo. Livre convencimento do julgador. Infração de trânsito. Excesso de velocidade. Exercício da medicina. Pronto atendimento. Prova cabal para descaracterizar a infração. 1. Na hipótese em estudo, a afirmação da autora, ora apelante, no sentido de que a sentença estaria viciada não encontra respaldo na realidade dos autos. O eminente julgador singular conferiu à lide desfecho segundo seu livre convencimento, com espeque no artigo 131 do Código de Processo Civil, expondo suas razões de decidir. 2. Para que uma infração possa ensejar os efeitos que lhe são próprios, necessário que a norma infringida haja sido descumprida voluntariamente, tendo em vista que a voluntariedade constitui o mínimo subjetivo para que se possa imputar a alguém qualquer infração. 3. O atendimento domiciliar, prestado pela requerente, representa o lídimo exercício da medicina. Em consequência, a ficha de pronto atendimento reveste-se de idoneidade e boa-fé, até porque o timbre do Governo do Distrito Federal confere ao documento lisura, de modo a retratar a verdade dos fatos, qual

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seja, que a autora excedeu a velocidade da via, para, efetivamente, na condição de médica, socorrer a menor que se encontrava em convulsão. Inexistiu, portanto, conduta voluntária por parte da autora, repelindo-se a noticiada infração administrativa. 4. Deu- se provimento ao apelo da autora, para julgar procedente o pedido e desconstituir o auto de infração n. P000323113. Condenou-se o DETRAN-DF ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios. Julgou-se prejudicado o recurso do DETRAN-DF.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 120679-9; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 71).

25. ADMINISTRATIVO - INTERDITO PROIBITÓRIO - OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA - DIREITO POSSESSÓRIO, INEXISTÊNCIA

(Reg. Ac. 468.575). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelante: Luciana Bezerra dos Santos (Defensoria Pública). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Lénard Vieira de Carvalho - Procurador do DF).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Ação de Interdito Proibitório. Ocupação de área pública. Demolição de obra edificada na Colônia Agrícola Sucupira, Chácara 31, lote 21- a, Riacho Fundo/DF. 1. O interdito proibitório é remédio processual que, assim como as demais ações possessórias, tem por escopo a tutela jurídica do direito de posse daquele que, de fato, a detém. 2. A ocupação de terras públicas ocorre de modo precário; configura mera detenção. Em verdade, no âmbito do regime jurídico dos bens públicos, não há falar em direito de posse do particular. Nesse sentido, os atos de permissão e de tolerância do estado, ainda que perdurem por um longo período, jamais induzem a superveniência do direito possessório. 3. O ato administrativo impugnado não representa ameaça de turbação ou esbulho ao alegado direito de posse da autora. Trata-se, tão somente, do legítimo e regular exercício do poder de polícia, entendido como uma “prerrogativa do direito público que, calcada na lei, autoriza a Administração Pública a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade em favor do interesse da coletividade” (Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de direito administrativo). Demais disso,

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está em perfeita consonância com o disposto nos arts. 51 e 178 da Lei Distrital n. 2.105/1998, os quais regulamentam a prerrogativa da administração distrital de determinar a demolição de obras edificadas sem licenciamento ou em desconformidade com a legislação urbanística pertinente. 4. Recurso conhecido e não provido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 001479-3; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 57).

26. ADMINISTRATIVO - LICITAÇÃO - PREGÃO - AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS

(Reg. Ac. 470.986). Relator: Des. Lécio Resende. Apelante: HOSPFAR Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares Ltda. (Advs. Dr. Fabrício Mendonça de Faria e Dr. Antônio Augusto Rosa Gilberti). Apelado: Distrito Federal (Adva. Dra. Luciana Ribeiro e Fonseca - Procuradora do DF).

Decisão: conhecer e negar provimento, unânime.

Direito Processual Civil. Constitucional e administrativo. Licitação sob a modalidade pregão. Aquisição de medicamentos. Requisitos previstos no § 3º, art. 5º, da Portaria MS/GM n. 2.814/98 do Ministério da Saúde. Status de lei nova. Legalidade da licitação questionada.1. A republicação da Portaria MS/GM n. 2.814/98, do Ministério da Saúde, com alterações substanciais no seu texto original lhe confere o status de “lei nova”, momento em que passa a viger como tal, a teor do disposto nos artigos 1º, § 4º, e 2º, § 1º, da Lei de Introdução ao Código Civil. 2. A inobservância da Administração quanto às exigências trazidas na MS/ GM n. 2.814/98 do Ministério da Saúde, não macula o procedimento licitatório, pois quaisquer restrições relativas à habilitação das empresas e certames públicos estão, exclusivamente, condicionadas às normas constitucionais e infralegais aplicáveis ao procedimento licitatório, regras que não podem ser supridas pela edição de norma de natureza infraconstitucional, como é o caso da Portaria 2.814/98. 3. Recurso desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 024663-3; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 241).

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27. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - SERVI- DORES DO DISTRITO FEDERAL - AVERBAÇÃO DE QUINTOS - TEMPOS DE SERVIÇO PRESTADO NA ESFERA FEDERAL

(Reg. Ac. 457.926). Relator: Des. Otávio Augusto. Impetrantes: Paulo Sérgio Carlos de Brito e Marilea Aparecida Machado Peres de Brito (Advs. Dr. Luís Maximiliano Leal Telesca Mota, Dr. Radam Nakai Nunes e outros). Informante: Presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

Decisão: rejeitada a preliminar, concedeu-se a segurança. Decisão unânime.

Constitucional. Administrativo. Mandado de segurança. Servidores públicos do Distrito Federal. Decisão administrativa que retira o pagamento das vantagens pessoais anteriormente concedidas (quintos). Preliminar de conexão. Rejeição. Teoria dos motivos determinantes. Motivação equivocada. Ato vinculado. Cassação da decisão. Contraditório e ampla defesa. Ausência. Cassação da decisão. Tempo de serviço prestado na esfera federal. Averbação para fins de percepção de vantagens pessoais (quintos) na esfera distrital. Impossibilidade. Denegação da segurança. A identidade de objeto ou de causa de pedir de duas ou mais ações recomenda a conexão entre as demandas (art. 103 do CPC). Há identidade de objeto das ações ajuizadas quando se referem à mesma relação jurídica havida entre as partes. Com efeito, é sabido que a jurisprudência majoritária trilha no sentido da impossibilidade de o Poder Judiciário adentrar, quando do exercício do controle jurisdicional, o mérito dos atos administrativos. Tal vedação ocorre em respeito à teoria da separação e independência dos poderes, pela qual o mérito é atribuição exclusiva do poder executivo, não podendo o judiciário invadir esse campo, fazendo as vezes de administrador. Entretanto, pela moderna teoria dos motivos determinantes, quando a administração motiva o ato, mesmo que essa motivação não seja exigida por lei, este só será válido se os motivos que lhe serviram de fundamento forem verdadeiros. A jurisprudência desta Corte, seguindo orientação do pretório excelso, firmou entendimento no sentido de que a desconstituição da eficácia de qualquer ato administrativo, que repercuta no âmbito dos interesses individuais dos servidores ou administrados, deve ser precedido de

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instauração de processo administrativo, em obediência aos princípios constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa, com todos os recursos a ela inerentes. Segurança concedida. Unânime.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 001911-3; C. ESPECIAL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 96).

28. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - DOCÊNCIA NA ÁREA MÉDICA - DESCLASSIFICA- ÇÃO INDEVIDA

(Reg. Ac. 462.588). Relatora Designada: Desa. Vera Andrighi. Impetrante: Osório Luís Rangel de Almeida (Adv. Dr. José Carlos Nespoli Louzada). Informante: Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal e Presidente da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde.

Decisão: conceder a segurança. Decisão por maioria. Redigirá o acórdão a Desem- bargadora Vera Andrighi. Afirmou suspeição o Desembargador Flavio Rostirola.

Mandado de Segurança. Concurso público. Docência na área médica. Mestrado. Especialização. Qualificação. Desclassificação indevida. Ordem concedida. I - O impetrante demonstrou com os certificados de mestrado e especialização que possui a necessária qualificação para o exercício de docência na área médica. Incabível, portanto, sua desclassificação do concurso, baseada em interpretação restritiva meramente formal, porque comprovado, de forma idônea, o atendimento aos requisitos do edital. II - Ordem concedida.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 006927-6; C. ESPECIAL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 79).

29. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

(Reg. Ac. 467.674). Relator: Des. Lécio Resende. Impetrante: Eliane Bonfada (Advs. Dr. Gediael Cordeiro Leite e outros). Informante: Secretário de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Distrito Federal.

38 Direito Administrativo

Decisão: rejeitada a preliminar. Concedeu-se a segurança. Decisão por maioria.

Mandado de Segurança. Concurso público. Atendente de reintegração social. Avaliação psicológica. Prova pré-constituída. Perda do objeto. Rejeição. Critérios subjetivos. Ilegalidade. Cerceamento de defesa configurado. Ordem concedida. 1. A matéria discutida nos autos circunda a legalidade da eliminação da impetrante do concurso, com base nos fundamentos e documentos juntados à inicial, não havendo, pois, necessidade de dilação probatória. 2. A homologação do concurso público e as respectivas nomeações não conduzem à perda do objeto do mandamus porque este visa a anulação de uma das fases do concurso e a impetrante obteve liminar para a reserva de vaga. Importa, ainda, seja confirmada a liminar e apreciada a legalidade do ato impugnado. 3. Carece de consistência jurídica o ato que eliminou a impetrante do certame, eis que não foi garantida à candidata a devida amplitude recursal, para análise da legalidade na forma de realização do exame psicotécnico, a constar indícios de subjetividade e ausência de fundamentação na rejeição dos candidatos. 5. Ordem concedida.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 013309-7; C. ESPECIAL; PUBL. EM 06/12/10; DJ 3, PÁG. 273).

30. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - PERÍCIA MÉDICA ADMISSIONAL, REPROVAÇÃO - DEFICIÊNCIA AUDITIVA

(Reg. Ac. 469.129). Relator: Des. Flavio Rostirola. Impetrante: Paulo Roberto Candido Chagas (Advs. Dra. Vânia Lúcia Chassim Drumond Mascarenhas e outros). Informantes: Diretor-Geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal, Secretário de Estado de Planejamento e Gestão do Distrito Federal e Diretor de Saúde Ocupacional SUGEP/SEPLAG.

Decisão: recurso conhecido e improvido. Decisão unânime.

Processual Civil. Mandado de segurança. Agravo regimental. Concurso público. Perícia médica admissional. Reprovação. Perda de audição. 1. O laudo médico de inaptidão física proferido em exame admissional

39 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

não deve prevalecer em face da ausência de norma editalícia específica esmiuçando condições ou limitações para amparar a exclusão de candidatos portadores de deficiência, no caso, auditiva. 2. Agravo regimental não provido.

(AGRAVO REGIMENTAL NO(A) MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 017769-0; C. ESPECIAL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 44).

31. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE - ÁREA RESIDENCIAL DO CANDI- DATO, DELIMITAÇÃO

(Reg. Ac. 474.079). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Impetrantes: Rosangela Barboza Rodrigues, Donizete Carlos da Silva, Deisyelly Delfino Bor- ba, Marta Edna Dias Silva, Juliana Pacheco Padre Andrade, Rosimeire Gomes da Cruz, Arlene dos Santos de Souza, Wesley Gonçalves dos Santos, Maria de Lourdes Nogueira Costa e Danielle Batista de Oliveira Sales (Advs. Dr. Raul Canal e outros). Informante: Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal.

Decisão: concedeu-se a segurança. Decisão por maioria, prejudicado o agravo regimental.

Direito Constitucional e Administrativo. Mandado de segurança. Agente comunitário de saúde. Residência. Distrito Federal. “Microrregiões”. Rescisão contratual pretendida pela administração. Princípio da razoabilidade (proporcionalidade). Violação. Agravo regimental. Julgamento do mandado de segurança a ele vinculado. Prejudicialidade. 1. Apesar de o § 2º do art. 6º da Lei nº 11.350/2006 dispor sobre a competência da Administração Pública para definição da área geográfica, não pode ser restringido o alcance do requisito do edital onde consta “residir na área da comunidade em que atuar”, ante a falta de previsão legal. 2. O disposto no edital está, aparentemente, a excepcionar onde o legislador não excepcionou, ao subdividir as regiões administrativas em quadras, bairros, condomínios, ruas e congêneres, denominando-os de microrregiões. Porque ausente previsão legal acerca da delimitação da área da comunidade em que deve residir o candidato em microrregiões, a par de desarrazoada tal exigência no edital do certame, concede-se a segurança pleiteada”. (20100020010192MSG,

40 Direito Administrativo

Relator Lécio Resende, Conselho Especial, julgado em 04/05/2010, DJ 07/07/2010 p. 41). 3. A Administração Pública deve ter sempre em conta o princípio da razoabilidade (proporcionalidade), o qual, revelando-se como um ponto de referência, deve pautar a atuação discricionária do Poder Público, a fim de evitar larga margem ao arbítrio que as avaliações subjetivas propiciam. 4. Resta prejudicado o agravo interno interposto contra decisão concessiva de liminar se a ordem é concedida. 5. Segurança concedida. Agravo regimental prejudicado.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 000059-7; C. ESPECIAL; PUBL. EM 07/02/11; DJ 3, PÁG. 37).

32. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - CONSE- LHEIRO TUTELAR DO DISTRITO FEDERAL, ELEIÇÃO - PRO- PAGANDA IRREGULAR, ACUSAÇÃO - PROCEDIMENTO AD- MINISTRATIVO, INSTAURAÇÃO

(Reg. Ac. 474.506). Relator: Des. João Egmont. Apelante: Luzia Vieira Guedes Amancio (Advs. Dr. Lilian Macedo Guimarães e outros). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Vicente Martins da Costa Júnior - Procurador do DF).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Administrativo, Constitucional e Processual Civil. Mandado de segurança. Eleição para conselheiro tutelar do Distrito Federal. Acusação de propaganda irregular. Instauração de procedimento administrativo. Contraditório e ampla defesa. Oferecimento de oportunidade para o efetivo exercício. Demonstração. Mérito administrativo. Análise pelo Judiciário. Vedação. Ausência de direito líquido e certo. 1. Tendo sido oferecida oportunidade para o efetivo exercício do direito de defesa à candidata participante de processo eletivo para o cargo de conselheiro tutelar do Distrito Federal, de contrariar as acusações a si imputadas, concernente à veiculação de propaganda irregular, em sede procedimento administrativo instaurado para apurar tal fato, que ao final culminou na sua exclusão do pleito, ao Poder Judiciário não compete perscrutar acerca da justiça ou injustiça da pena aplicada à concorrente, levada pela autoridade competente. 2. “1. A função jurisdicional

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só pode compreender a verificação de sua legalidade, intrínseca e/ ou extrínseca, sendo defeso incursionar no mérito administrativo, sob pena de violação da harmonia e independência dos poderes da república. Com fundamento na separação dos poderes da federação, atendida a independência e harmonia entre os mesmos, o Poder Judiciário não poderá apreciar o mérito do ato administrativo, nem tampouco determinar a sua execução, pois a oportunidade e conveniência são os trilhos que o administrador tem para traçar a sua gestão, sendo, portanto, indevida a intervenção”. (STJ, 1ª Turma, Ag.Rg. No Resp. Nº 995.348-SP, Rel. Min. Luiz Fux, DJE de 03/09/2009). 3. Inexistente qualquer direito líquido e certo, correta a decisão denegatória da segurança pretendida. 4. Recurso conhecido e não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 178835-7; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 26/01/11; DJ 3, PÁG. 105).

33. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA PRESUMIDA, VIOLA- ÇÃO

(Reg. Ac. 476.593). Relator: Des. George Lopes Leite. Impetrante: Anderson Martins Otto (Adv. Dr. Olivio Ulisses Otto). Informante: Secretário de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Distrito Federal.

Decisão: concedeu-se a ordem. Decisão unânime.

Constitucional e Administrativo. Mandado de segurança. Concurso público. Exclusão de candidato que respondeu ação penal que resultou na impronúncia. Violação ao princípio da inocência presumida. Concessão da ordem. 1. Ninguém pode ser considerado culpado sem o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. O princípio da presunção da inocência é garantia constitucional de aplicabilidade plena na esfera administrativa. O fato de estar respondendo ou ter respondido ação penal não impede o candidato de participar de todas as etapas do concurso público, tendo asseguradas a nomeação e a posse, observada ordem de classificação. 2. Sempre que o ato administrativo contraria princípios constitucionais e administrativos,

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o Poder Judiciário pode intervir para verificar sua regularidade. No caso de concursos públicos, tal intervenção não caracteriza substituição da banca examinadora porque busca apenas examinar a legalidade, a moralidade, a motivação, a publicidade e a finalidade do ato administrativo, assegurando-se a supremacia do interesse público nos atos praticados pela Administração. 3. Segurança concedida.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 011968-1; C. ESPECIAL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 34).

34. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCUR- SO PÚBLICO - CONVOCAÇÃO DE CANDIDATO - REMESSA DE TELEGRAMA, OBRIGATORIEDADE

(Reg. Ac. 476.988). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Impetrante: Fábia Ramos de Castro (Advs. Dr. Luiz Fernando Braz Siqueira e outros). Informante: Secretário de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal.

Decisão: concedeu-se a ordem. Unânime.

Mandado de Segurança. Concurso público. Convocação de candidato aprovado. Inobservância de exigência legal de efetivar o ato por meio de telegrama. Obrigatoriedade. Lei 1.327/96. Ordem concedida. 01. “Conforme disposto na Lei Distrital nº 1.327/96, é necessária a remessa de telegrama ao endereço fornecido pelo candidato aprovado, para convocá-lo a participar das etapas seguintes do concurso público.” (Reg. Ac. 427346) 02. Segurança concedida. Unânime.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 012686-0; C. ESPECIAL; PUBL. EM 09/02/11; DJ 3, PÁG. 34).

35. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL - VAN- TAGEM DESTINADA À ESPECIALIDADE AGENTE DE PORTARIA - EXTENSÃO AOS IMPETRANTES, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 477.583). Relator: Des. Dácio Vieira. Impetrantes: Nilson Macedo Silva e Jonas da Conceição Martins (Adva. Dra. Maria da Conceição M. da S.

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Mascarenhas). Informantes: Secretário de Estado de Fazenda do Distrito Federal e Secretário de Estado de Planejamento e Gestão do Distrito Federal (Adv. Dr. Robson Vieira Teixeira de Freitas - Procurador).

Decisão: denegou-se a segurança. Decisão unânime.

Constitucional e Administrativo. Mandado de segurança. Servidor público. Auxiliar de Administração Pública do Distrito Federal. Tabelas de vencimento básico e gratificações instituídas pela Lei Distrital nº 4.278/2008. Vantagem destinada à especialidade Agente de Portaria. Pretensão de extensão aos impetrantes. Ausência de previsão legal. Impossibilidade. Segurança denegada. Precedentes deste Tribunal.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2009 00 2 005223-5; C. ESPECIAL; PUBL. EM 09/02/11; DJ 3, PÁG. 33).

36. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - SELEÇÃO PÚBLICA DE PROJETOS CULTURAIS - RESTRIÇÃO À INSCRI- ÇÃO DE SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL, DESCABIMEN- TO

(Reg. Ac. 477.584). Relator: Des. Dácio Vieira. Impetrante: Adirley Queirós de Andrade (Adv. Dr. Ronaldo Alves Mousinho). Informantes: Governador do Distrito Federal e Secretário de Estado de Cultura do Distrito Federal.

Decisão: concedeu-se a ordem. Decisão unânime.

Administrativo e Constitucional. Mandado de segurança. Seleção pública de projetos culturais. Preliminares: inadequação da via eleita, interesse de agir e mandado de segurança contra lei em tese. Rejeitadas. Mérito: restrição à inscrição de servidores do Distrito Federal. Ausência de respaldo legal. Existência de precedente jurisprudencial deste tribunal para restrição como particular de processo seletivo do PAC - Programa de Apoio à Cultura.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2009 00 2 012627-5; C. ESPECIAL; PUBL. EM 09/02/11; DJ 3, PÁG. 33).

44 Direito Administrativo

37. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA, DENEGA- ÇÕES - CONCURSO PÚBLICO - EXIGÊNCIA EDITALÍCIA, NÃO ATENDIMENTO - CERTIDÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL

(Reg. Ac. 472.531). Relator: Des. Lécio Resende. Impetrante: Davi Luis Soares e Silva (Advs. Dr. Luciano Melo Moreira Lima e Dra. Aline Bicalho Moreira Lima). Informante: Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: denegada a segurança. Unânime.

Mandado de Segurança. Concurso público. Certidão de quitação eleitoral. Exigência editalícia não atendida. Segurança denegada. A exigência, por parte da Administração Pública, de que o candidato aprovado esteja em dia com as obrigações eleitorais, não é ilegal nem abusiva. Segurança denegada.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 006067-6; C. ESPECIAL; PUBL. EM 20/01/11; DJ 3, PÁG. 49).

38. ADMINISTRATIVO - OBRIGAÇÃO DE FAZER - VENDA DE VEÍCULO PARA FERRO VELHO - PERECIMENTO TOTAL DO BEM - TRANSFERÊNCIA DE DOMÍNIO JUNTO AO DETRAN, NECESSIDADE

(Reg. Ac. 469.928). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Apelante: Adilson Neres Moreira (Defensoria Pública). Apelado: Ovidio Teixeira Barbosa (Defensoria Pública).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Direito Civil e Administrativo. Apelação cível. Obrigação de fazer. Venda para “ferro velho”. Perecimento total do veículo. Transferência de domínio junto ao DETRAN-DF. Possibilidade. Manutenção da multa cominatória imposta no juízo singular. 1. Determinação sentencial para que o réu opere a transferência de veículo para si, ante o decurso de tempo em que adquiriu o bem. 2. Veículo entregue a ferro velho sem a respectiva transferência, possibilidade de realizá-

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la munido da declaração do terceiro adquirente de perecimento total do automóvel naquele local. 3. Perecimento de veículo em “ferro velho”, não obsta que o adquirente tome todas as providências administrativamente cabíveis à realização da transferência de titularidade junto ao DETRAN/DF. 4. Necessária a manutenção da multa cominatória imposta no primeiro grau para compelir o comprador ao cumprimento da obrigação judicial. 5. Recurso desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 04 1 004020-2; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 69).

39. ADMINISTRATIVO - POLICIAL MILITAR - RESERVA REMUNE- RADA, TRANSFERÊNCIA - PROVENTOS CORRESPONDENTES AO GRAU SUPERIOR, IMPOSSIBILIDADE - DIREITO SUPRIMIDO POR LEGISLAÇÃO POSTERIOR

(Reg. Ac. 464.164). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelante: Raimundo Gomes de Souza (Adva. Dra. Maria Lúcia Bezerra Nunes). Apelado: Distrito Federal (Adva. Dra. Patrícia Lyrio Assreuy - Procuradora do DF).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Administrativo. Policial militar. Transferência para a reserva remunerada após trinta anos de serviço. Proventos correspondentes ao grau hierárquico superior. Direito suprimido por diplomas legais posteriores. Verificação da data de preenchimento dos requisitos legais. Impossibilidade. Ausência de provas. Recurso improvido. I - “A modificação introduzida pela Lei nº 7.475/86 garantiu aos policiais militares a percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico superior “ou melhoria dela” quando, ao serem transferidos para a inatividade, contassem com mais de 30 anos de serviço (art. 50, II). II - Entretanto, na data da transferência dos militares para a reserva remunerada, já estava em vigor a Lei nº 10.486/2002, que dispôs especificamente sobre a remuneração dos militares do Distrito Federal, introduziu novas regras, retirando a promoção quando da passagem para a inatividade, mas garantindo, àqueles que já tivessem preenchido os requisitos para transferência à inatividade, o direito à percepção de remuneração com base na legislação

46 Direito Administrativo

então vigente.” (APC 2005.01.1.147700-9, Rel. Des. Lecir Manoel da Luz) III - Recurso conhecido e desprovido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 080617-3; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 214).

40. ADMINISTRATIVO - PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLI- NAR - SERVIDOR DO TJDFT - ANULAÇÃO DO ATO DE NOME- AÇÃO - REINTEGRAÇÃO AO CARGO, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 478.559). Relatora: Desa. Vera Andrighi. Impetrante: Bruno de Souza Lima (Adv. Dr. Márcio Ferreira da Cunha). Informante: Conselho Especial Administrativo do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: proferir a seguinte decisão: denegar a segurança. Decisão por maioria.

Mandado de Segurança. Processo administrativo disciplinar. Recurso administrativo. Servidor público. TJDFT. Anulação do ato de nomeação. Reintegração ao cargo. I - O impetrante não tem direito líquido e certo de ser reintegrado aos quadros do TJDFT, visto que o processo disciplinar não padeceu de qualquer nulidade, assegurando-se devidamente os direitos ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal. II - O recurso administrativo objeto deste mandado de segurança, que manteve o ato de anulação de nomeação do impetrante, concluiu pela existência de robusta prova acerca da existência de fraude no concurso público. Conclusão mantida pela ampla prova documental que instrui a ação. III - Denegada a segurança.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 009936-3; C. ESPECIAL; PUBL. EM 10/02/11; DJ 3, PÁG. 36).

41. ADMINISTRATIVO - PROFESSOR - GATE, CABIMENTO - TURMA MISTA - HONORÁRIOS, MAJORAÇÃO

(Reg. Ac. 469.791). Relator Designado: Des. Sandoval Oliveira. Apelantes: Distrito Federal (Adv. Dr. Rogério Oliveira Anderson - Procurador do DF) e Monica Venancio Santana (Advs. Dr. Julio Cesar Borges de Resende e Dr. Roberto Gomes Ferreira). Apelados: os mesmos.

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Decisão: conhecer, negar provimento ao recurso do Distrito Federal e dar parcial provimento ao da autora, por maioria, redigirá o acórdão o e. Revisor.

Direito Administrativo. Professor. Gratificação de ensino especial. GATE. Lei Distrital n. 540/93. Honorários advocatícios. 1. A Gratificação de Ensino Especial - GATE, de que trata a Lei Distrital nº 540, de 21 de setembro de 1993, é destinada aos servidores das carreiras de magistério público e assistência, da Secretaria de Educação do Distrito Federal, que atendam a alunos portadores de necessidades especiais. 2. Restando comprovado nos autos que o requerente ministrava aulas a alunos especiais, faz jus ao benefício, porquanto o mesmo não tem como condicionante o fato de ser a turma composta apenas de estudantes especiais. De igual forma, o legislador não instituiu, como requisito, o número de alunos em tal situação, motivo por que, ao intérprete não cabe fazer exegese restritiva ao direito. 3. Verba honorária arbitrada em cem reais não é compatível com a atividade advocatícia desenvolvida, mesmo considerando cuidar-se de demanda repetitiva, pois a parcela questionada há que ser estabelecida de forma equitativa pelo juiz, sem aviltar o relevante trabalho do advogado. 4. Recurso do Distrito Federal conhecido e não provido. 5. Recurso da autora conhecido e parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 002766-8; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 90).

42. ADMINISTRATIVO - REMESSA NECESSÁRIA, DESPROVIMENTO - DETRAN/DF - CERTIFICADO DE LICENCIAMENTO ANUAL, EXPEDIÇÃO - CONDICIONAMENTO A PAGAMENTO DE MUL- TA, INVIABILIDADE

(Reg. Ac. 466.258). Relator: Des. Otávio Augusto. Apelante: Detran Depar- tamento de Trânsito do Distrito Federal (Adva. Dra. Cristiana De Santis M. de Farias Mello - Procuradora). Apelado: José Gomes da Mota (Adv. Dr. Anderson Gomes Rodrigues de Sousa).

Decisão: conhecido. Rejeitada a preliminar. Negou-se provimento. Unânime.

Apelação Cível. Remessa necessária. Mandado de segurança. Legitimidade recursal do DETRAN/DF. Condicionamento da

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expedição do certificado de licenciamento anual do veículo ao pagamento de multa por infração afeta aos transportes. Inviabilidade. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, “a legitimidade para interpor recurso contra decisão proferida em sede de mandado de segurança não pertence à autoridade impetrada, mas à pessoa jurídica de direito público interessada, que suportará o ônus da sentença” (Agrg no Resp 901794/PR). Multa relacionada a transporte irregular de passageiros não tem o condão de obstar a emissão do licenciamento anual do veículo, seja porque ausente previsão legal nesse sentido, seja porque inaplicável o art. 131, § 2º, do Código de Trânsito Brasileiro à espécie. Remessa oficial e recurso voluntário improvidos. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 144699-8; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 217).

43. ADMINISTRATIVO - RESCISÓRIA, IMPROCEDÊNCIA - SERVI- DOR PÚBLICO - APOSENTADORIA - ERRO DE FATO, INEXIS- TÊNCIA

(Reg. Ac. 462.827). Relatora Designada: Desa. Vera Andrighi. Autor: Distrito Federal (Adv. Dr. Leonardo Tavares de Queiroz - Procurador). Ré: Josefa Filha França Campos (Advs. Dr. Victor Mendonca Neiva e outros).

Decisão: proferir a seguinte decisão: julgar improcedente. Decisão por maioria. Redigirá o acórdão a Revisora.

Ação Rescisória. Servidor público. Aposentadoria. Erro de fato. Ausência. Improcedência. I - O erro de fato, para autorizar a rescisória, tem que estar lastreado na hipótese do § 1º, art. 485 do CPC e amplamente demonstrado. II - A ação rescisória é medida excepcional, cujas hipóteses de cabimento estão previstas no art. 485 do CPC de forma taxativa. Incabível o seu ajuizamento para reexame da lide, como sucedâneo de recurso. III - Ação rescisória improcedente.

(AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2010 00 2 004106-8; 1ª C. CÍVEL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 89).

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44. ADMINISTRATIVO - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - ÓBITO DE PRESO - DANO MORAL

(Reg. Ac. 470.482). Relator: Des. Sérgio Rocha. Apelantes: Edivaldo Bezera da Silva e Vani dos Santos (Defensoria Pública). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Rubem Dario França Brisolla - Procurador do DF).

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Apelação Cível. Administrativo. Responsabilidade civil do Estado. Óbito de preso. Omissão do Estado na manutenção de sua integridade física. 1. É assegurada, pela CF/88 (art. 5º, XLIX) a integridade física do preso. 2. Configura-se a responsabilidade do Estado, por omissão, na modalidade subjetiva (falta do serviço), o óbito de detento que durante quarenta dias permaneceu preso, reclamou de dores de cabeça, vômitos e constante debilidade física e não foram realizados exames e tomadas às medidas necessárias para diagnosticar e tratar o mal. 3. Não havendo prova de que a vítima exercia atividade lícita, remunerada, não há que se falar em indenização por danos materiais, com fixação de pensão mensal. 4. Para o arbitramento do valor da indenização por danos morais, devem ser levados em consideração o grau de lesividade da conduta ofensiva e a capacidade econômica da parte pagadora, a fim de se fixar uma quantia que cumpra a dupla função do instituto: diminuição da dor sofrida pelas vítimas e a punição do causador do dano, evitando-se novas condutas lesivas. 5. Deu-se parcial provimento ao apelo dos autores para condenar o Distrito Federal ao pagamento de indenização por dano moral.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 148001-5; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 320).

45. ADMINISTRATIVO - SERVIDOR DO SLU - ADICIONAIS DE IN- SALUBRIDADE E PERICULOSIDADE, NÃO CUMULATIVIDADE - JORNADA DE TRABALHO, POSSIBILIDADE DE AUMENTO - DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO

(Reg. Ac. 459.898). Relator: Des. Sérgio Rocha. Apelante: Alberto Sebastião Del- mondes (Advs. Dr. Roberto Gomes Ferreira e Dr. Júlio Cesar Borges de Resende). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Sandro Moraes da Silva - Procurador do DF).

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Decisão: negar provimento ao recurso. Unânime.

Apelação Cível. Administrativo. Servidor do SLU. Adicional insalubridade. Adicional periculosidade. Jornada de trabalho. 1. Incabível o pedido de recebimento de adicional de insalubridade se, conforme prova produzida nos autos, o autor já o recebe em patamar médio, conforme laudo técnico pericial. 2. A Lei 8.112/90 em seu art. 68 estabelece que o servidor deverá fazer opção entre os adicionais de insalubridade e periculosidade, não sendo cumuláveis. 3. A possibilidade de aumento da jornada de trabalho para 40 (quarenta) horas semanais é ato que está na discricionariedade do administrador, devendo estar presentes a necessidade do serviço e previsão orçamentária para tanto. Não cabe ao Judiciário imiscuir-se no mérito do ato administrativo. 4. Negou-se provimento ao apelo do autor.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 019328-8; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/11/10; DJ 3, PÁG. 85).

46. ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO - LICENÇA MÉDICA - ATESTADO MÉDICO PARTICULAR, INSUFICIÊNCIA - PERÍCIA OFICIAL, CONDIÇÃO

(Reg. Ac. 459.121). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Agra- vante: Salma Nasser (Advs. Dra. Tatiana Freire Alves e outros). Agravado: Distrito Federal (Adv. Dr. Daniel Augusto Mesquita).

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Agravo de Instrumento. Licença médica. Perícia. O direito dos servidores públicos à licença médica não é absoluto, não sendo suficiente apenas o atestado médico concedido por médico particular. Tal direito está condicionado à realização de perícia oficial, consoante o disposto no art. 202 c/c art. 203, ambos da Lei n.º 8.112/90, aplicável no âmbito do Distrito Federal por força da Lei Distrital nº. 197/91. A falta de elementos que demonstrem a plausibilidade do direito invocado pela parte, o confronto do parecer médico particular com a perícia médica oficial demonstram

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que a eventual incapacidade laborativa será aferida em cognição exauriente. Agravo de instrumento não provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 014859-0; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 204).

47. ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO DA SECRETARIA DE SAÚDE - LICENÇA-MATERNIDADE - SUSPENSÃO DE GRATIFI- CAÇÕES, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 467.749). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Apelante: Distrito Federal (Adva. Dra. Jaqueline Brito de Barros - Procuradora do DF). Apelada: Flávia de Oliveira Pinto Britto (Advs. Dr. Lincoln de Oliveira e outros).

Decisão: conhecer. Negar provimento aos recursos. Unânime.

Constitucional e Administrativo. Servidor público. Médica da Secretaria de Saúde do DF. Licença-maternidade. Suspensão das gratificações GAB e GCET. Impossibilidade. 1. O afastamento de servidora para fruição de licença-maternidade é considerado como efetivo exercício para todos os fins conforme art. 102, inciso VIII, alínea “a” da Lei nº 8.112/1990. 2. A suspensão no pagamento das gratificações, que integram os vencimentos de servidor, (Gratificação de Ações Básicas - GAB e Gratificação por Condições Especiais de Trabalho - GCET), por fruição de licença-maternidade, revela-se ilegal, ante a patente previsão para percepção desses valores. 3. Recurso e remessa oficial desprovidos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 192704-0; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 226).

48. ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO DE SAÚDE - ACU- MULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS, CRITÉRIOS - JORNADA DE TRABALHO SUPERIOR A 60 HORAS SEMANAIS - HORÁRIO, COMPATIBILIDADE

(Reg. Ac. 466.869). Relator Designado: Des. José Divino de Oliveira. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Ademir Marcos Afonso - Procurador do DF). Apelado: Edilson Gomes Izaias (Advs. Dr. Igor Paulino Cardoso e outros).

52 Direito Administrativo

Decisão: conhecido. Negou-se provimento, por maioria. Redigirá o acórdão o Revisor.

Administrativo e Constitucional. Servidor público. Profissional de saúde. Acumulação de cargos públicos. Previsão no art. 37, XVI, da CF/88. Compatibilidade de horário. Jornada de trabalho superior a 60 horas semanais. Possibilidade. Precedentes STJ. I - São requisitos para a acumulação de cargos somente a compatibilidade de horário e estar o cargo previsto no rol do art. 37, XVI, da CF/88, portanto inexiste previsão legal a amparar a limitação da jornada de trabalho, na hipótese, a 60 horas semanais. II - Negou-se provimento ao recurso e à remessa oficial.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 153561-9; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 225).

49. ADMINISTRATIVO - SERVIDORA COMISSIONADA - EXONERA- ÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ - INDENIZAÇÃO, CABIMENTO

(Reg. Ac. 462.029). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Demetrius Abiorana Cavalcante - Procurador do DF). Apelada: Janaina Pereira de Souza (Adv. Dr. Vinicios Cecchetto).

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Constitucional. Administrativo. Servidora comissionada. Exoneração durante a gravidez. Indenização. I - A nomeação e a exoneração de servidores em cargo de comissão está inserida no âmbito do juízo de conveniência e oportunidade da administração, sendo certo que o Poder Judiciário não pode se imiscuir no mérito administrativo. No entanto, pode proceder a análise da legalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade dos atos administrativos, bem como de eventual violação do direito do servidor. II - Na confrontação entre os direitos assegurados à Administração Pública e as garantias sociais constitucionais, deve prevalecer aqueles que resguardem o princípio da dignidade humana. III - A despeito da discricionariedade da administração pública na nomeação e exoneração de seus servidores, subsiste à ocupante do cargo em comissão exonerada durante a gestação

53 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

o direito a respectiva indenização, correspondente a remuneração do período em que a Constituição da República lhe garante estabilidade. IV - Negou-se provimento ao recurso.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 068324-6; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 201).

50. ADMINISTRATIVO - SERVIDORES DISTRITAIS - CARGO DE FISCAL TRIBUTÁRIO - DECLARAÇÃO DE VACÂNCIA - POSSE EM OUTRO CARGO PÚBLICO INACUMULÁVEL

(Reg. Ac. 460.176). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Agravante: Distrito Federal (Advs. Dr. Zélio Maia da Rocha - Procurador do DF). Agravado: Marcelo de Melo Castro (Adv. em causa própria).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Agravo de Instrumento. Mandado de segurança. Concessão de liminar. Declaração de vacância de cargo de fiscal tributário. Posse em outro cargo público inacumulável. Possibilidade. 01. O artigo 33 da Lei 8.112/90, que prevê a possibilidade de declaração de vacância em decorrência de posse em outro cargo inacumulável, deve ser aplicado aos servidores distritais, uma vez que a Lei Distrital nº 197/1991 determinou a aplicação da Lei 8.112/90 a seus servidores. A declaração de vacância, no caso de haver posse em cargo público situado em pessoa jurídica de direito público diverso, não enseja, por si só, ofensa ao princípio da autonomia das unidades da federação. 02. Recurso desprovido. Unânime.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 011917-9; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 243).

51. ADMINISTRATIVO - SISTEMA DE COTAS - ALUNOS DA REDE PÚBLICA DO DF - UNIVERSIDADES E FACULDADES PÚBLICAS, INSCRIÇÃO

(Reg. Ac. 458.957). Relator: Des. João Egmont. Autor: Fernanda Mendes de Araújo (Adv. Dr. Rodrigo Marçal Rocha). Réu: Diretor da Escola Superior de Ciências da Saúde (mantida pela Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde) (Adv. Dr. Gabriel de Britto Campos - Procurador).

54 Direito Administrativo

Decisão: recebida. Negar provimento. Unânime.

Civil e Processual Civil. Remessa necessária. Cota para alunos da Rede Pública do Distrito Federal. 1. Os que comprovarem ter cursado os níveis fundamental e médio, integralmente em escolas públicas do Distrito Federal, fazem jus ao benefício da inscrição em cota especial em universidades e faculdades públicas do Distrito Federal, na forma do art. 1º da Lei Distrital nº 3.361/2004. 2. Neste sentido, o indeferimento da inscrição para concorrer à cota do vestibular da Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal fere o direito líquido e certo da impetrante. 3. Remessa necessária não provida.

(REMESSA DE OFÍCIO Nº 2010 01 1 007963-7; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 180).

52. ADMINISTRATIVO - TEORIA DA ENCAMPAÇÃO - CONCURSO PÚBLICO - NEGATIVA DE POSSE - PRINCÍPIOS CONSTITUCIO- NAIS, OFENSA

(Reg. Ac. 459.458). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Impetrante: Viviane Furlan Lozano (Adva. Dra. Camilla Thaís Porto). Informante: Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal e Governador do Distrito Federal.

Decisão: conceder a ordem. Decisão por maioria.

Mandado de Segurança. Teoria da encampação. Concurso para o cargo de técnico em saúde, especialidade técnico em laboratório. Negativa de posse. Candidato aprovado com escolaridade superior à exigida pelo edital. Ofensa a princípios constitucionais. Ordem concedida. I. Encampa o ato impugnado o impetrado que, ao prestar suas informações, não se limita a alegar que não é a autoridade coatora. Ao contrário, adentra no mérito para defender o acerto do ato combatido. Precedentes do STJ. II. Comprovado que a escolaridade do candidato é superior à exigida para o cargo, afasta- se qualquer prejuízo à Administração Pública. Ausente motivação para exclusão do certame ou negativa de posse. III. Segurança concedida.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 007265-3; C. ESPECIAL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 76).

55 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

53. ADMINISTRATIVO - USUCAPIÃO, IMPOSSIBILIDADE - BEM PERTENCENTE À SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - PRIN- CÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO

(Reg. Ac. 474.310). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelantes: João José de Souza e Maria das Neves Aires de Souza (Adv. Dr. Caleb de Melo Filho). Apelada: CEB - Companhia Energética de Brasília (Advs. Dr. Murilo Bouzada de Barros e outros).

Decisão: conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negar-lhe provimento. Unânime.

Direito Administrativo e Direito Processual Civil. Apelação cível. Ação de usucapião. Princípio da reserva de plenário. Inovação à lide. Bem pertencente à sociedade de economia mista concessionária do serviço público de distribuição de energia elétrica. Obtenção de domínio. Impossibilidade. 1. A discussão acerca da aplicação da cláusula de reserva de plenário, por ter sido trazida aos autos tão somente em sede recursal, constitui inovação ao objeto da demanda, inviabilizando o seu conhecimento por esta Corte de Justiça. 2. Os bens de entidade da administração indireta, com personalidade de direito privado, afetados à realização de serviço público, submetem-se ao regime publicístico, o que os torna inalienáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de usucapião e de direitos reais, não podendo “ser distraídos da correspondente finalidade, necessários que são ao cumprimento dos interesses públicos a que devem servir” (Mello, Celso Antônio bandeira de Curso de direito administrativo). 3. Tratando-se de bem público, a ocupação precária exercida configura mera tolerância por parte do Poder Público, afigurando-se inviável o pleito de aquisição de domínio dos bens integrantes do patrimônio de sociedade de economia mista em decorrência da prescrição aquisitiva. 4. Recurso de apelação parcialmente conhecido e, na parte conhecida, desprovido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 109186-9; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 24/01/11; DJ 3, PÁG. 76)

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56 02. Direito Civil

Direito Civil

54. CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - SEMÁFORO DANIFICADO - REPARAÇÃO INTEGRAL DO EQUIPAMENTO, INVIABILIDADE - DANOS ALEGADOS, NÃO COMPROVAÇÃO

(Reg. Ac. 469.634). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelante: DETRAN/ DF - Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Adv. Dr. Plácido Ferreira Gomes Júnior - Procurador). Apelado: Adriano Rodrigues de Faria (Adv. Dr. Onofre Déco da Silva).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Responsabilidade Civil. Ação reparatória. Acidente de trânsito. Semáforo danificado. Pretensão de reparação integral do equipamento. Comprovação apenas de parte dos danos alegados. Sentença mantida. 1. Comprovado apenas que a parte superior do semáforo, relativa à comunicação visual, fora danificada pelo acidente de trânsito provocado pelo réu, não há como imputar a esse a responsabilidade pela reparação integral do equipamento (art. 944, CC/02). 2. Recurso não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 018415-1; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/12/10; DJ 3, PÁG. 89).

55. CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - ÔNIBUS INTERESTADUAL - TETRAPLEGIA - QUANTUM, MAJORAÇÃO

(Reg. Ac. 471.343). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelantes: Viação Itapemirim SA (Advs. Dr. Albertino Ribeiro Coimbra e outros) e Damiao Frutuoso da Silva (Advs. Dr. Elir Cananea Silva e outros). Ape- lados: os mesmos.

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Decisão: conhecer. Dar parcial provimento ao recurso do autor e da ré. Unânime.

Indenização. Acidente de trânsito. Ônibus interestadual. Lesões graves. Tetraplegia. Dano moral e estético. Quantum arbitrado. Majoração. Despesas médicas mensais. Valores comprovados por notas fiscais. Pensão mensal. Ausência de comprovação do exercício da atividade. Salário-mínimo. Não inclusão das verbas relativas ao 13º salário e férias. Pedido de pagamento único. Possibilidade. Parágrafo único do artigo 950 do CC. Sentença reformada em parte. 1. Consoante a doutrina e a jurisprudência, a indenização por danos morais não tem unicamente o caráter sancionatório. Dessa forma, observada a gravidade das lesões (tetraplegia), o quantum deve ser majorado, com prudente arbítrio, a fim de se estabelecer a exata correspondência entre a ofensa e o valor da condenação a esse título. 2. Na fixação do valor da indenização a título de dano estético, deve-se considerar a deformidade estética e a influência desta na autoestima da vítima, levando-se em conta, também, os mesmos parâmetros delineados quando do arbitramento do dano moral, justificando-se, no caso, a majoração do quantum fixado. 3. Nos termos de precedentes do STJ, sem provas do exercício de atividade remunerada, tampouco de eventual remuneração recebida antes do ato ilícito, a vítima tem direito a pensão mensal de 1 (um) salário-mínimo, desde o evento danoso. 4. Valores referentes a férias e décimo terceiro salário somente são devidos no caso de efetiva comprovação de que a parte deixou de auferi-las em razão do acidente. Precedentes. 5. Verificada a capacidade econômica do ofensor, pode a vítima pleitear que a indenização, incluídas aqui as despesas com o tratamento médico, e a pensão prevista no artigo 950 do C.C. sejam pagas de forma única, conforme autoriza o parágrafo único do citado dispositivo. In casu, a condição econômica favorável da requerida Itapemirim não obsta o deferimento do pedido, tendo em vista tratar-se de empresa sólida, há muito estabelecida no mercado e atuante em um ramo extremamente rendoso. 6. Impõe-se a correção do número de meses relacionados ao pagamento da pensão, quando evidente o equívoco na feitura dos cálculos, considerando a expectativa de vida informada pelo IBGE (65 anos de vida), para se encontrar o valor real da indenização a ser paga de forma única, como pretende a vítima. 7. As inúmeras notas fiscais, acompanhadas da descrição dos procedimentos realizados mensalmente com a vítima, colacionadas pela própria requerida são suficientes à

60 Direito Civil

comprovação dos custos mensais referentes às despesas médicas, ainda que bem superiores ao indicado no laudo pericial realizado, devendo ser tomadas como base para o cálculo do valor da indenização relativa ao tratamento médico mensal da vítima. 8. Se a empresa requerida vem custeando as despesas médicas mensais da vítima, tais valores, desde que efetivamente comprovados e limitados aos custos relativos ao tratamento mensal necessitado pelo autor, devem ser devidamente descontados do total da indenização a ser paga, já que esta foi calculada considerando os gastos desde o evento danoso (expectativa de vida a contar da data do acidente), mostrando-se, por isso, justa a compensação. 9. Indiscutível que na atual situação em que se encontra, aliás, que permanecerá para o resto de sua vida (tetraplégico), o autor, de certo, necessitará de acompanhamento psicológico. Assim, em se tratando de despesa de tratamento, a verba deve ser incluída na indenização. 10. Recursos conhecidos e providos parcialmente.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 095347-6; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 13/01/11; DJ 3, PÁG. 47).

56. CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO COM MORTE - FATO OCORRI- DO EM 2001 - PERÍCIA REALIZADA EM MINAS GERAIS - TEMPUS REGIT ACTUM

(Reg. Ac. 463.490). Relator: Des. João Egmont. Apelante: Elo Distribuição Ltda. (Advs. Dr. Marlos Tiano Almeida Ribeiro e outros). Apelados: Maria Teresa de Azevedo Briglia Ferreira, Heliton Sabino Briglia Ferreira, Adriana Briglia Ferreira e Helter Rondineli Briglia Ferreira (Adv. Dr. Moacir Guimarães Morais Filho).

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar. Dar parcial provimento. Unânime.

Direito Civil e Processual Civil. Acidente de trânsito com morte. Fato ocorrido em 2001. Realização de perícia no local, pelo instituto de criminalística de Minas Gerais, vindo o laudo subscrito por dois peritos oficiais. Tempus regit actum. Ato ilícito. Elementos. Consequência. Culpa do preposto da empresa requerida. Danos morais e materiais. Parâmetros para fixação daqueles. Correção monetária dos danos morais. Pensão devida à viúva e aos filhos. Ocorrência da cessação da condição da prestação alimentar aos filhos. Reversão à viúva. Constituição de capital.

61 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Súmula 313 STJ. Honorários advocatícios. 1. Sabido e consabido que o juiz indeferirá a perícia quando “III- a verificação for impraticável” (art. 420, III, CPC), ou seja, deverá a prova pericial ser indeferida quando não puder ser executada. 1.1 In casu, o local do acidente, o tempo decorrido e outros fatores, impedem a realização de perícia, fato este que apenas comprometeria a solução deste processo que tramita há mais de oito anos, fazendo-se ainda tabula rasa ao princípio da razoável tramitação do processo, hoje alçado a dogma constitucional. 2. Aplica-se ao caso o Código Civil revogado, porque era o diploma em vigor na época em que os fatos ocorreram: 13 de maio de 2001, aplicando-se, por conseguinte, o princípio tempus regit actum. 2. O ato ilícito é aquele praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direito subjetivo individual, causando dano a alguém, criando, ao causador do dano, o dever de repará-lo. 2.1 Para a configuração do ato ilícito, necessária a presença de seus elementos essenciais, quais sejam: a) fato lesivo causado pelo agente, por ação ou omissão, em razão de um comportamento negligente, imprudente ou imperito; b) ocorrência de um dano, patrimonial ou moral, sendo que serão cumuláveis as indenizações por dano material e moral, nos termos da Súmula 37 do c. STJ; c) nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. 2.2 A consequência do ato ilícito é a obrigação de indenizar, sendo ainda certo que são também “responsáveis pela reparação civil” (...) “III- o patrão, amo ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou por ocasião dele (art. 1.522)” (art. 1521, III, CC/02). 3. Consoante laudo nº 048/05/2001, elaborado pelo instituto de criminalística da Secretaria do Estado da Segurança Pública de Minas Gerais, subscrito por peritos oficiais e cuja conclusão não restou elidida, a culpabilidade do evento está ligada à pessoa do condutor do veículo de propriedade da apelante, que agiu com injustificada imprudência e negligência, sobretudo por trafegar pela rodovia com velocidade incompatível com o local e com as condições climáticas (chovia), a ponto de perder totalmente o domínio sobre o volante do mesmo, deixando que este atingisse a contramão de direção, onde se colidiu violentamente contra o veículo em que viajavam a viúva e seu esposo, que se encontravam transitando na faixa de sua mão direciona. 4. A concessão dos danos morais tem por escopo proporcionar ao lesado meios para aliviar sua angústia e sentimentos atingidos. 4.1 no caso em tela, a perda de um ente querido, como esposo

62 Direito Civil e pai, nas condições em que os fatos ocorreram, ensejam indenização por dano moral, que se traduz em uma forma de se amenizar a dor e o sofrimento pela perda precoce e irreparável do chefe de família, sendo ainda certo que se é verdade que não há como mensurar tal sofrimento, menos exato não é que a indenização pode vir a acalentar, tranquilizar, sossegar ou serenar a dor aguda. 4.2 “12. A indenização por dano moral não é um preço pelo padecimento da vítima ou de seu familiar, mas sim uma compensação parcial pela dor injusta, que lhe foi provocada, mecanismo que visa a minorar seu sofrimento, diante do drama psicológico de perda a qual foi submetida. 13. No dano moral por morte, a dor dos pais e filhos é presumida, sendo desnecessária fundamentação extensiva a respeito, cabendo ao réu fazer prova em sentido contrário, como na hipótese de distanciamento afetivo ou inimizade entre o falecido e aquele que postula indenização. (...).” (in Resp 866450 / RS Recurso Especial 2006/0139197-3, Ministro Herman Benjamin, Dje 07/03/2008). 5. O termo inicial da correção monetária, tratando-se de indenização por danos morais, é a data em que foi arbitrado o seu valor definitivo, ou seja, a data do julgamento, independentemente da data da publicação do acórdão. 5. Deve a prestação alimentar, devida à viúva e aos filhos, corresponder a 2/3 (dois terços) dos rendimentos da vítima, diante da compreensão de que 1/3 (um terço) destinava-se às suas despesas pessoais, sendo ainda certo que o pensionamento deve compreender o período relativo à data do fato (13 de maio de 2001) estendendo-se até a data em que o finado completaria 65 (sessenta e cinco) anos, ou seja, deve a pensão ser paga até o dia 27 de maio de 2.012. 5.1 quanto aos filhos, a prestação de alimentos deve corresponder à data do óbito do genitor (13 de maio de 2001), até que os mesmos atinjam a idade de vinte e um anos de idade ou vinte e quatro anos, no caso de estarem cursando universidade, observando-se a data de nascimento de cada um deles. 6. “O valor da pensão para a viúva e os filhos da vítima deve corresponder, pelas peculiaridades da espécie, a 2/3 (dois terços) dos rendimentos desta, presumindo-se que o restante se destinava para despesas estritamente pessoais da vítima, e não da família” (in Resp 100927 / RS Recurso Especial 1996/0043627-4, DJ 15/10/2001 p. 265). 7. Cessada a obrigação de prestar alimentos quanto aos filhos, deve a respectiva parcela se reverter em favor da viúva. 8. Pagará a apelante as custas e os honorários devidos à parte contrária, no importe de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, sendo

63 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

que o cálculo da verba honorária é feito sobre o somatório de todas as prestações vencidas, incluindo o valor fixado a título de danos morais, não havendo o acréscimo de doze prestações das vincendas, porque, no particular, não houve recurso dos apelados não se podendo, portanto, se reformar para piorar a situação de quem recorre. 9. Necessária a constituição de capital ou caução fidejussória, uma vez que “em ação de indenização, procedente o pedido, é necessária a constituição de capital ou caução fidejussória para a garantia de pagamento da pensão, independentemente da situação financeira do demandado” (Súmula 313/STJ). 10. Recurso conhecido e parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002 01 1 024833-2; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 19/11/10; DJ 3, PÁG. 133).

57. CIVIL - ACORDO DE ALIMENTOS - PARENTES COLATERAIS DE TERCEIRO GRAU - CARÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL

(Reg. Ac. 459.782). Relator: Des. Fernando Habibe. Apelantes: M. L. R. e J. C. R. (Adv. Dr. Fabrício da Costa Rosal). Apelado: N. H.

Decisão: cassar a sentença e, de ofício, julgar extinto o processo sem julgamento do mérito e julgar prejudicada a apelação, unânime.

Apelação Cível. Acordo de alimentos. Parentes colaterais de terceiro grau. Carência de interesse processual. O interesse na homologação de acordo de alimentos entre parentes restringe-se aos que estão legalmente obrigados a prestá-los, a saber, ascendentes, descendentes e colaterais, estes últimos até o segundo grau.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 096718-5; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 08/11/10; DJ 3, PÁG. 206).

58. CIVIL - ACORDO JUDICIAL - ANULAÇÃO DE CLÁUSULA - DI- REITO INTERTEMPORAL - LEGISLAÇÃO NOVA, APLICAÇÃO

(Reg. Ac. 478.424). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: Tânia Maria Mascarenhas Pinto (Advs. Dr. Jorge Elias Suaid e outros). Apelado: Joaquim Messias Gonçalves de Castro (Advs. Dr. Luis Mauricio Daou Lindoso e outros).

64 Direito Civil

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Civil. Ação de anulação de cláusula de acordo de separação homologado judicialmente. Direito intertemporal. Aplicação da legislação novel. Prazo decadencial quadrienal. Termo a quo quando da vigência da lei nova. 1. De acordo com a regra de transição intertemporal prevista no Código Civil de 2002, em seu art. 2.028, são duas as condições para que se apliquem os prazos do Código Civil de 1916: a) se houverem sido reduzidos pela legislação novel; e b) se houverem transcorrido mais da metade do tempo. 2. A alteração ou anulação de cláusula de acordo de separação consensual homologado em juízo decai em quatro anos da decisão judicial, redação tanto do Código Civil de 1916, art. 178, § 9º, quanto do Código Civil de 2002, art. 178, inciso II. 3. No presente caso, o prazo decadencial iniciou-se na data em que o Código Civil de 2002 entrou em vigor, em 11.01.2003. Patente a decadência do direito pleiteado pela apelante. 4. Negou-se provimento ao apelo, mantendo- se incólume a r. sentença.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 072805-2; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/02/11; DJ 3, PÁG. 72).

59. CIVIL - ADICIONAL DE COLETA DE ESGOTO - COBRANÇA INDEVIDA - CRITÉRIO DE AFERIÇÃO, INCONSISTÊNCIA

(Reg. Ac. 470.214). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: Hotel Nacional Ltda. (Adv. Dr. Marcus Vinicius de Almeida Ramos). Apelada: CAESB - Com- panhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Adv. Dr. Maurício Costa Pitanga Maia).

Decisão: conhecer e dar provimento, unânime.

Civil. Processo civil. CAESB. Existência de fonte alternativa de captação de água potável no imóvel. Serviços adicionais de coleta de esgoto. Inconsistência do critério de aferição. Cobrança indevida. Aplicação do Decreto nº. 20.658 de 1999. 1. Regra geral, consoante determina o artigo 41 do Decreto nº. 20.658 de 1999, a forma de apuração do montante devido em função do serviço de coleta de esgotos resta vinculada ao volume de água utilizado pelo imóvel, a qual, de acordo com o artigo 29 do Decreto

65 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

nº. 20.658/99, deve ser apurado por meio de hidrômetro. 2. Destarte, de acordo com o primeiro critério estabelecido no item 12.6 da norma sobre leitura de hidrômetros e faturamento da CAESB, em sua alínea “a”, a aferição do adicional relativo à coleta de dejetos observará o volume de água extraída das fontes alternativas, levando-se em consideração a soma dos valores apurados nas medições. 3. No caso dos autos, contudo, não se vislumbra a realização de qualquer medição pela CAESB para fins de cobrança do adicional de esgotos devido pela apelante. 4. A aferição da contraprestação com base nas médias de consumo de água registradas não se mostra subsistente, porquanto, no presente caso, inexiste certeza acerca da data em que a captação de água por fonte alternativa iniciou. 5. Recurso provido para julgar improcedente a cobrança do adicional de coleta de esgotos. Em face da novel sucumbência, condena-se a autora ao pagamento de custas e honorários advocatícios fixados nos termos do artigo 20, § 3º, do Código de Processo Civil.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 134327-7; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/01/11; DJ 3, PÁG. 32).

60. CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - DPVAT, COBRANÇA - FORO DE COMPETÊNCIA, CONVENIÊNCIA DO CONSUMIDOR

(Reg. Ac. 469.083). Relator Designado: Des. César Loyola. Agravante: Uni- banco Vida e Previdência S/A (Advs. Dr. Jacó Carlos Silva Coelho e outros). Agravada: Eleonice Rodrigues de Souza Pereira (Advs. Dr. José Orisvaldo Brito da Silva e outros).

Decisão: conhecer. Negar provimento, por maioria. Redigirá o acórdão o 1º Vogal.

Agravo de Instrumento. Ação de cobrança DPVAT. CDC. Competência. Não há óbice a que o consumidor, residente no Distrito Federal, por conveniência renuncie ao foro de seu domicílio e proponha a ação de cobrança na Circunscrição Judiciária de Brasília, onde o réu tem agência, foro que, em razão da opção manifestada, deve facilitar o exercício de seu direito. Recurso improvido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 015830-8; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 159).

66 Direito Civil

61. CIVIL - AGÊNCIA DE VIAGENS - FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - GREVE DOS CONTROLADORES DE VOO - FATO DE TERCEIRO, NÃO CONFIGURAÇÃO

(Reg. Ac. 470.405). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Apelante: Voejá Viagens e Turismo Ltda. (Advs. Dr. Igor Mendonça Gonçalves e Dr. Augusto Carreiro Gonçalves). Apelada: Vilma Maria de Aquino do Ó (Advs. Dr. Joaquim de Arimathéa Dutra Junior e Dr. Bailon Carlos Domingues Júnior).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Responsabilidade Civil. Reparação de danos morais e materiais. Agência de viagens. Falha na prestação do serviço. Relação de consumo. Atraso no voo. Greve dos controladores de tráfego aéreo. Fato de terceiro. Não configuração. Em sendo os destinatários finais dos serviços de transporte aéreo consumidores, aplicáveis as regras do Código de Defesa do Consumidor. O sistema de controle do tráfego aéreo está diretamente relacionado ao transporte aéreo e, por esta razão, integra o risco da atividade de venda de pacotes de turismo. Por essa razão, problemas no sistema por conta de ação dos controladores devem ser assumidos pela empresa ou pela agência, na qualidade de prestadora de serviço público, integrando inclusive o custo dos serviços prestados.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 129118-7; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 322).

62. CIVIL - ALIMENTOS - MAIORIDADE CIVIL - NECESSIDADE DOS ALIMENTOS, COMPROVAÇÃO - DEMANDA CONTRA OS AVÓS

(Reg. Ac. 460.850). Relator: Des. Jair Soares. Apelante: R. B. G. (Advs. Dr. Luís Maurício Lindoso e outros). Apelados: R. L. E. M. (Adva. Dra. Michele Fiore), J. M. S. (Adv. Dr. Joaci Marques da Silva), P. C. G. (Advs. Dr. Marcelo Souza Mendes Patriota e Dr. Antônio Mendes Patriota) e R. C. G.

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Alimentos. Avós. Maioridade. Necessidade. 1 - A obrigação de prestar alimentos a descendente que completou a maioridade civil pressupõe

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prova da necessidade desse e da possibilidade econômica daquele que se obriga a pagá-los. Na falta ou impossibilidade dos genitores, podem ser demandados os avós, que têm obrigação sucessiva e complementar. 2 - À neta que, mesmo tendo atingido a maioridade, cursa faculdade e não exerce atividade remunerada, não dispondo de meios para se manter, são assegurados os alimentos. 3 - Apelação não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 078487-3; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/11/10; DJ 3, PÁG. 158).

63. CIVIL - ÁREA RESIDENCIAL - PERTURBAÇÃO DO SOSSEGO ALHEIO - ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO - REVOGAÇÃO, IM- POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 471.066). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Agravante: Andrade Lima Comércio de Alimentos Ltda. Me (Adv. Dr. Ariel Gomide Foina). Agravado: Distrito Federal (Adv. Dr. Alexandre Vitorino Silva - Procurador do DF).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Revogação de alvará e interdição de estabelecimento comercial. Incômodos à vizinhança. Aglomeração de pessoas e de veículos irregularmente estacionados. Antecipação de tutela requerida pelo estabelecimento comercial. Indeferimento. Identifica-se a verossimilhança inversa das alegações do autor, em ordem a manter a decisão judicial de indeferimento da antecipação de tutela, na revogação do alvará de funcionamento decorrente do exercício do poder de polícia da Administração Pública ao fazer prevalecer o interesse público na proteção da paz e do sossego em área residencial em face dos interesses particulares dos proprietários de bares e restaurantes. Recurso conhecido e não provido. Unânime.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 011586-1; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 309).

64. CIVIL - ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR DA PMDF - GE- NITORES - DEPENDÊNCIA DO MILITAR, COMPROVAÇÃO

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(Reg. Ac. 469.084). Relator Designado: Des. João Egmont. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Renato Guanabara Leal de Araújo - Procurador do DF). Apelados: Valdimundo Vasconcelos Alves e Maria Valdete Vasconcelos (Defen- soria Pública).

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar por unanimidade. Negar provimento por maioria. Vencido o Relator. Redigirá o acórdão o Revisor.

Administrativo e Processual Civil. Ausência de interesse processual. Preliminar rejeitada. Plano de assistência médico-hospitalar da PMDF. Lei 10.486/02. 1. Rejeita-se a preliminar de ausência de interesse processual, porquanto a falta de documentos que comprovem a negativa do réu de incluir a dependente no plano de assistência médico-hospitalar foi suprida por meio de confissão. 2. Para os efeitos de assistência médico-hospitalar, médico-domiciliar, psicológica, odontológica e social, são considerados dependentes do militar os pais, com comprovada dependência econômica deste, desde que reconhecidos como dependentes pela corporação, conforme disposto no art. 34, II, da Lei nº 10.486/2002. 3. Aplica-se, ainda, o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), o qual prevê que “é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária” (art. 3º). 4. Recurso improvido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 088025-9; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/12/10; DJ 3, PÁG. 117).

65. CIVIL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - DANO AMBIENTAL - OBRIGA- ÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER - MULTA POR DESCUMPRIMEN- TO

(Reg. Ac. 463.584). Relatora: Desa. Vera Andrighi. Apelantes: Distrito Federal e SLU Serviço de Conservação de Monumentos Públicos e Limpeza Urbana do Distrito Federal (Adv. Dr. Lénard Vieira de Carvalho - Procurador) e TERRA- CAP - Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dr. Marcus Vinícius Freitas Barros e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

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Decisão: conhecido. Negou-se provimento aos recursos. Unânime.

Ação Civil Pública. Dano ambiental. Responsabilidade objetiva. Obrigações de fazer e não fazer. Multa por descumprimento. Interesse processual. Possibilidade jurídica do pedido. I - A mera concordância do SLU com a obrigação de limpar o terreno não exonera a entidade das demais obrigações estabelecidas na ação nem afasta o dever de instituir na sentença determinação compulsória que assegure a eficácia do provimento final. Rejeitada a alegação de falta de interesse processual. II - A preservação do meio ambiente não configura obrigação sujeita aos critérios de conveniência e oportunidade, mas, ao contrário, representa direito fundamental, metaindividual de terceira geração, sobre o qual não pode dispor o Poder Público. Impossibilidade jurídica do pedido de tutela ambiental rejeitada. III - Como a responsabilidade ambiental do proprietário do imóvel é objetiva, afiguram-se irrelevantes a culpa na materialização do dano e a aptidão da requerida para recuperar a área degradada, por se tratar de obrigação propter rem. IV - A elaboração de plano de recuperação de área degradada não pode ser dispensada quando verificado dano em localidade de proteção de mananciais de relevante interesse difuso. V - O pedido de concessão de prazo maior não merece acolhida, uma vez que até o momento não foram adotadas nenhuma das medidas recomendadas pelo Ministério Público em 2007. Diante da ausência injustificada de providências administrativas eficazes, revela-se adequada a fixação de multa por descumprimento das obrigações de fazer e não fazer. VI - apelações improvidas.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 043742-7; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/11/10; DJ 3, PÁG. 309).

66. CIVIL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INVASÃO DE ÁREAS PÚBLICAS - QUADRAS COMERCIAIS DO PLANO PILOTO - INDENIZAÇÃO POR DANOS AO MEIO AMBIENTE E AO PATRIMÔNIO, DESCA- BIMENTO

(Reg. Ac. 474.208). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (Adva. Dra. Denise Lyrio Pacheco). Apelados: Distrito Federal (Adva. Dra. Marilucia Santos Silva - Procura- dora do DF), J.T. Braservice Prestação de Serviços Ltda. (Adv. Dr. Anísio

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Batista Madureira), Restaurante e Lanchonete Alimentares Ltda. Me (Advs. Dr. Murilo Bouzada de Barros e Dr. Dalmo Silva Meireles), Biônica da Borracha Ltda. (Adv. Dr. Carlos Augusto Montezuma Firmino), Armindo Fortaleza - Me, Auto-elétrica Reguladora Modelo, Só Elétrica Vieira Ltda., Auto Escort Serviços Mecânicos Lanternagens e Pintura Ltda.-Me, Maria Del Pilar Bajo Castilho - Me, Juraci Antoio de Otonásio - Me, Auto Nível Comércio de Veículos Lanternagem e Pintura Ltda., Auto Socorro Brasília Ltda.-Me e Costa Coimbra Veículos Ltda. (Adv. Dr. Dalmo Silva Meireles), José Carlos da Silva - Me, Brasil Borrachas Ltda., Guilherme Sampaio de Almeida - Me, ACS Automóveis Ltda., São José Peças e Serviços Ltda. e Roberto Mendonça dos Santos.

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Administrativo. Apelação cível. Ação civil pública. Invasão de áreas públicas. Quadras comerciais. Plano Piloto. Irregularidade na ocupação e em construções. Condenação na demolição. Descabimento de indenização por danos ao meio ambiente e ao patrimônio. Possibilidade de retorno ao estado anterior. Sentença parcialmente reformada. 1. A Declaração da Inconstitucionalidade da Lei Distrital n. 754/94 pelo Conselho Especial deste Tribunal (ADI n. 2005.00.2.005004-2) torna prejudicado o exame do pedido de declaração incidental da inconstitucionalidade da referida norma e impõe o reconhecimento da nulidade dos atos praticados com respaldo nessa lei. 2. Comprovada a irregularidade da ocupação de terras públicas adjacentes a áreas comerciais, impõe-se a demolição das edificações ilegalmente implementadas, sobretudo porque evidenciado o intento de ocupação definitiva dos espaços públicos. 3. Cada um dos particulares ocupantes deve responsabilizar-se pelas medidas e despesas necessárias para a concretização da retirada das construções irregulares. 4. A possibilidade de retorno ao Estado anterior após a efetivação das demolições leva ao afastamento da condenação em pagamento de indenização por dano ao meio ambiente e ao patrimônio público. 5. Não cabe a responsabilização do Distrito Federal pela ocorrência de invasão por particulares a áreas públicas se não está comprovada a omissão específica do ente distrital, já que a objetividade da responsabilidade civil do estado

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é balizada nos casos de responsabilidade por omissão. 6. Apelação cível conhecida e parcialmente provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 1998 01 1 013915-0; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 26/01/11; DJ 3, PÁG. 63).

67. CIVIL - AÇÃO DE DESPEJO - ADQUIRENTE DE IMÓVEL LO- CADO - LEI DE LOCAÇÕES, APLICABILIDADE - REQUISITOS, PREENCHIMENTO

(Reg. Ac. 458.570). Relator: Des. Angelo Passareli. Agravantes: Rita de Cássia Alves da Silva, Jorge Vaz Pinto Neto, Marco Antônio Rezende Silva, Alexandre Nonino e Marco Murilo Buso (Adva. Dra. Daniele Luisa Almeida Tavares). Agravado: Pirueta Festas Infantis e Decorações de Eventos Ltda. Me (Adv. Dr. Raphael Augusto Pinheiro Anunciação).

Decisão: conhecer. Dar provimento. Unânime.

Direito Civil e Processual Civil. Agravo de instrumento. Ação de despejo. Adquirente do imóvel locado. Liminar. Art. 59, § 1º, VIII, da Lei de Locações. Requisitos preenchidos. Decisão reformada. 1 - O parágrafo único do artigo 56 da Lei nº 8.245/91 não se aplica aos adquirentes do imóvel locado, mas apenas ao locador originário. 2 - Considerando que os adquirentes dos imóveis locados cumpriram as normas insculpidas no art. 8º, caput, e no parágrafo único do art. 56, ambos da lei de locações, denunciando, assim, o contrato de locação e propondo a ação de despejo no prazo de 30 (trinta) dias do término do prazo concedido para a desocupação voluntária, com o intuito de se evitar a prorrogação da locação, em face dos adquirentes, por prazo indeterminado, sendo que a hipótese também não se enquadra nas exceções que poderiam obstar a denúncia do contrato, ou seja, a locação não é por prazo determinado e não consta dos contratos de locação cláusula de vigência (art. 8º, caput, parte final), bem como que foram observados os requisitos previstos no art. 59, § 1º, VIII, do mesmo diploma legal, impõe-se a reforma da decisão para deferir a liminar e determinar, depois de prestada a devida caução, a intimação da locatária para desocupar o imóvel no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de despejo. Agravo de instrumento provido.

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(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 004659-3; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 181).

68. CIVIL - AÇÃO DECLARATÓRIA - DESPESAS MÉDICO-HOSPI- TALARES - TITULAR DO PLANO DE SAÚDE, OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO

(Reg. Ac. 460.529). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelante: Oscar Urias Luiz dos Santos Filho (Adv. Dr. Carlos Fernando Vieira de Souza). Apelados: Hospital de Especialidade Médicas Ltda. (Adva. Dra. Patrícia Regina Marmentini) e Distrito Federal (Adv. Dr. Fabio Oliveira Leite - Procurador do DF).

Decisão: conhecer e negar provimento, unânime.

Ação Declaratória. Despesas médico-hospitalares. Dependente. Antes de decretado o divórcio, o titular do plano de saúde é obrigado pelo pagamento das despesas referentes a tratamento de saúde de seu cônjuge, que figurava, na época, como seu dependente.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 012082-8; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 125).

69. CIVIL - AÇÕES PREFERENCIAIS - VENDA NÃO AUTORIZADA - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA - VALORES, RESTITUIÇÃO

(Reg. Ac. 465.370). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelante: Banco Bradesco S/A (Advs. Dr. Osmar Mendes Paixão Côrtes e outros). Apelado: Augusto Patareli (Adva. Dra. Iara Sonia de Aquino Neiva).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Venda não autorizada de ações preferenciais. Ação de reparação de danos materiais e morais. Restituição dos valores das ações escriturais indevidamente alienadas pelo banco, acrescidos de todos os frutos civis (bonificações, dividendos, juros, correção monetária). 1. No âmbito das relações consumeristas os fornecedores de serviço respondem, independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados por

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defeitos atinentes à prestação dos serviços, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. 2. Na espécie, o resultado do serviço prestado pelo Banco Bradesco S.A. Foi defeituoso porque não forneceu a segurança que o consumidor dele esperava. Nesse contexto, a responsabilidade da instituição financeira é objetiva, não se discutindo a existência de culpa. A responsabilidade do prestador de serviço apenas seria afastada se houvesse prova quanto à culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Contudo, não apresentou qualquer prova a respeito da lisura dos documentos apresentados no ato do pedido de venda das ações feito por terceiro que fraudulentamente se apresentou como o acionista. 3. No tocante ao quantum da indenização por danos morais, atende os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade a fixação em R$ 8.000,00 (oito mil reais), a qual está em harmonia com o porte econômico do banco, com as condições pessoais e sociais da vítima, com a gravidade da ofensa, e com o caráter punitivo e pedagógico da medida. 4. Recurso conhecido e não provido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 027907-9; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/11/10; DJ 3, PÁG. 175).

70. CIVIL - CANCELAMENTO DE MATRÍCULA, INDEFERIMENTO - PRESTAÇÕES INDEVIDAS - RESCISÃO DO CONTRATO, PRO- CEDÊNCIA

(Reg. Ac. 461.993). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelante: Priscila Fonseca César (Adv. Dr. Bruno de Andrade Silva). Apelado: Uniplac União Educacional do Planalto Central (Advs. Dr. Djalma Nogueira dos Santos Filho e outros).

Decisão: conhecido. Deu-se provimento. Unânime.

Direito do Consumidor. Embargos em ação monitória. Pedido de cancelamento de matrícula em instituição de ensino superior. Prestações indevidas. I - O indeferimento de pedido de cancelamento de matrícula em instituição de ensino superior, solicitado por aluno, se mostra abusivo quando as próprias disposições contratuais preveem expressamente que o referido pedido após o início das aulas seria procedido, mas sem a devolução das quantias pagas. II - Procedida à rescisão do contrato nos

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termos pactuados não há que se falar em parcelas devidas posteriores ao cancelamento da matrícula. III - Deu-se provimento ao recurso.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 005899-9; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 209).

71. CIVIL - CASAL DIVORCIADO - GUARDA COMPARTILHADA, REGULAMENTAÇÃO - INTERESSE DO MENOR, PREVALÊNCIA

(Reg. Ac. 460.172). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelantes: A. F. N. (Advs. Dr. Deirdre de Aquino Neiva e outros) e P. A. G. S. (Advs. Dr. Victor Alves Martins e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar. Negar provimento aos recursos. Unânime.

Civil. Família. Casal divorciado. Guarda compartilhada. Interesse do menor. Regulamentação efetivada. Sentença mantida. 1. Para fins de concessão de guarda compartilhada, imprescindível aos pais terem diálogo e maturidade para conduzirem uma boa formação do filho, de modo a proporcionar a base adequada de valores e princípios familiares, inerentes ao desenvolvimento humano. 2. Considerando a existência de um bom relacionamento entre o menor e os genitores, não havendo nada de negativo no seu convívio com o pai ou com a mãe e conseguindo os genitores estabelecerem parâmetros entre o relacionamento pessoal e o parental, construindo eles mesmos uma linha de comunicação em prol do filho, o que, na prática, se assemelha à guarda compartilhada, a regulamentação deve ser mantida, eis que observou em primeiro lugar os interesses do menor. 3. Rejeitada a preliminar. Recursos desprovidos. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 010022-7; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 246).

72. CIVIL - CLÁUSULAS CONTRATUAIS, REVISÃO - CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO - CLÁUSULA MANDATO, LICITUDE - CAPITALIZAÇÃO DE JUROS, CRITÉRIOS

(Reg. Ac. 473.365). Relator: Des. Otávio Augusto. Apelante: Unicard Banco Múltiplo S/A (Unicard Unibanco) (Advs. Dr. Roberto de Souza Moscoso e ou-

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tros). Apelada: Mirna do Lago Abrahão Angelini (Adva. Dra. Vanessa Castro de Sá Teles).

Decisão: deu-se provimento. Unânime.

Apelação Cível. Ação revisional de cláusulas contratuais. Contrato de cartão de crédito. Incidência do Código de Defesa do Consumidor. Cláusula mandato. Licitude. Capitalização de juros em periodicidade inferior a um ano. Possibilidade. Medida Provisória 2.170-36/2001. Aplicação. Dano moral não configurado. Sentença reformada. As administradoras de cartão de crédito, por serem instituições financeiras, estão submetidas ao Código de Defesa do Consumidor, de forma que, de acordo com o art. 51, incisos IV e X, do indigitado diploma legal, viabiliza-se a revisão contratual no intuito de extirpar as cláusulas abusivas porventura existentes. Embora não expresso no contrato o percentual dos juros remuneratórios, o referido quantum é divulgado mensalmente nas faturas. Assim, não há ilegalidade, tendo em vista que o pacto é entabulado por prazo indeterminado, não sendo exigível que a empresa preveja as variações do mercado financeiro; estando em sintonia com a taxa média de mercado, não há abusividade. A cláusula mandato no contrato de cartão de crédito é válida porquanto faz parte da natureza do pacto celebrado. A jurisprudência do col. Superior Tribunal de Justiça admite ser possível a capitalização mensal dos juros em periodicidade mensal para os contratos celebrados a partir de 31 de março de 2000, data da primitiva publicação do art. 5º da MP 1.963-17/2000, atualmente reeditada sob o nº 2.170-36/2001, desde que pactuada. Configurado o atraso no cumprimento da obrigação, a inscrição do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito representa exercício regular de direito, não constituindo ato ilícito a ensejar o dever de indenizar. Recurso provido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 080270-3; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 20/01/11; DJ 3, PÁG. 148).

73. CIVIL - COBRANÇA - CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO - FIANÇA, PERMANÊNCIA - INÉRCIA DO FIADOR

(Reg. Ac. 460.961). Relator: Des. Dácio Vieira. Apelantes: Olavo Magalhaes Silva Junior (Adv. Dr. Hélio Cézar A. Rodrigues) e Ambient Instalações Comerciais

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e Representações Ltda. (Advs. Dr. Luis Carlos B. de Oliveira Alcoforado, Dr. Marcelo Alexandre Andrade de Almeida e outros). Apelado: Banco do Brasil S/A (Adva. Dra. Paula Rodrigues da Silva).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Civil. Processual civil. Ação de cobrança. Contrato bancário de abertura de crédito. Fiança. Ilegitimidade passiva ad causam do fiador afastada. Inocorrência de prescrição. Cláusula de prorrogação. Permanência da garantia em face da inércia do fiador. Alteração do quadro societário. Responsabilidade pela dívida pactuada pelos novos sócios. Exoneração do fiador. Inocorrência. Necessidade de efetiva comprovação. Hipótese de abusividade da taxa de juros não configurada. Precedentes jurisprudenciais do STJ. Recurso improvido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 069347-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 234).

74. CIVIL - COBRANÇA - FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO - CEN- TRUS - NORMA DO SFH, INAPLICABILIDADE

(Reg. Ac. 469.590). Relator: Des. Sérgio Rocha. Apelante: CENTRUS - Fun- dação Banco Central de Previdência Privada (Advs. Dr. Diego da Silva Vencato e outros). Apelados: Ezequias de Souza Torres e Dulcineia Sa Torres (Advs. Dr. Sebastião Moraes da Cunha e outros).

Decisão: dar parcial provimento. Vencido, em parte, o Relator.

Apelação Cível. Ação de cobrança. Financiamento imobiliário. CENTRUS. Entidade fechada de previdência privada. Inaplicabilidade das normas do SFH. Amortização posterior à atualização. Legalidade. Capitalização mensal de juros. Inconstitucionalidade. 1. Inaplicáveis as normas do Sistema Financeiro da Habitação em financiamento de imóvel obtido junto à CENTRUS - Fundação Banco Central de Previdência Privada, entidade fechada de previdência privada, regida por legislação própria (Lei 6.435/77 e Lei Complementar 109/01, 9º § 1º e Resoluções do BACEN), salvo acordo entre as partes. 2. É vedada a capitalização mensal de juros, ante a ausência de autorização

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legal para sua incidência, sobretudo quando já declarada, incidenter tantum, a inconstitucionalidade do art. 5ª da MP 2.170-36/2001, pelo Conselho Especial do TJDFT. 3. A amortização da dívida deve ser realizada posteriormente à atualização monetária do débito, consoante a Súmula 450 do STJ. 4. Deu-se parcial provimento ao apelo da ré, para determinar que amortização da dívida seja realizada posteriormente à atualização monetária do saldo devedor.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 068685-2; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 127).

75. CIVIL - COBRANÇA - CONSÓRCIO, DESISTÊNCIA - QUANTIAS PAGAS, DEVOLUÇÃO

(Reg. Ac. 469.936). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Apelante: Bancorbrás Administradora de Consórcios Ltda. (Adva. Dra. Marcela de Lima da Costa). Apelado: Raimundo Duarte Monteiro Filho (Adv. Dr. Jorge Caetano Júnior).

Decisão: conhecer. Dar parcial provimento, por maioria.

Apelação Cível. Cobrança. Consórcio. Desistência. Devolução das parcelas pagas após o término do grupo. Taxa de administração. Taxa de adesão. Cláusula penal. Seguro. Recurso parcialmente provido. I - Comungo na orientação assente no e. Superior Tribunal de Justiça de que as parcelas a serem restituídas devem ser corrigidas, porém não de imediato, e sim após 30 (trinta) dias a contar do prazo previsto contratualmente para o encerramento do grupo. Portanto, é abusiva cláusula contratual que extrapole esse lapso temporal. II - Conforme orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, as administradoras de consórcios são livres para estabelecer a taxa de administração, inexistindo ilegalidade ou abusividade na fixação da referida taxa em percentual superior a 10% (dez por cento), salvo se for demonstrado nos autos que é abusiva, quando em cotejo com as taxas de mercado. III - A retenção da quantia cobrada a título de taxa de adesão somente se mostraria viável, se comprovada a efetiva intermediação na venda do consórcio, porém se constata que foi a própria administradora quem recebeu o valor dado pelo autor. Assim, ilícita a retenção pelo consórcio. (2008.01.1.004134-5 ACJ, Relator Silva Lemos, 1.ª Turma

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Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, julgado em 19/5/2009, DJ 18/6/2009 p. 231). IV - Apenas se admite a retenção do valor pago a título de seguro pela administradora quando comprovada a contratação de cobertura securitária. Logo, inviável a retenção, por parte da administradora de consórcios, da importância paga a esse título. V - Apesar de estipulado em contrato, a cobrança da cláusula penal que estabelece multa para o consumidor desistente apenas se legitima diante de comprovação efetiva de prejuízo para o grupo; assim, não demonstrado o suposto dano, a retenção também é indevida (2007.07.1.028223-3 ACJ, Relatora Leonor Aguena, Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, julgado em 24/3/2009, DJ 4/5/2009 p. 222). VI - Se ambas as partes saíram vencidas e vencedoras na lide, tudo fica justo e perfeito, dividindo-se as custas e as demais despesas processuais; arcando, cada uma das partes, com os honorários advocatícios de seus respectivos patronos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 076796-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 157).

76. CIVIL - COBRANÇA - COOPERATIVA HABITACIONAL - DES- LIGAMENTO DE COOPERADO - PEDIDO DE DESLIGAMENTO, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 475.776). Relator: Des. Angelo Passareli. Apelante: Maria Piedade Coelho (Advs. Dr. João Paulo Pinto e outros). Apelado: Coohamec/Coohab- -educação Cooperativa Habitacional dos Servidores do MEC e Prestadores de Serviços Educacionais do DF Ltda. (Adva. Dra. Gislaine Jaciara Castro dos Santos).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Direito Civil. Ação de cobrança. Cooperativa habitacional. Desligamento do cooperado. Inocorrência. Improcedência do pedido. Sentença mantida. 1 - O integrante de sociedade cooperativa habitacional pode requerer a extinção da sua condição de associado, pois ninguém pode ser obrigado a associar-se ou manter-se associado, nos termos do art. 5º, XX, da Constituição Federal. 2 - Para que possa haver a extinção da qualidade de associado da cooperativa que integra, o cooperado deverá requerer o seu

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desligamento nos termos preceituados na Lei nº 5.764/71, que cuida da política do cooperativismo, e do estatuto da cooperativa. 3 - Inexistindo pedido de desligamento da cooperativa - porquanto o termo de adesão a uma modalidade de financiamento (autofinanciamento) não se confunde com pedido de desligamento -, é de se reconhecer a improcedência dos pedidos deduzidos em ação de cobrança, consubstanciados na restituição das parcelas pagas. Apelação cível desprovida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 025427-4; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 31/01/11; DJ 3, PÁG. 147).

77. CIVIL - COBRANÇA SECURITÁRIA - ACIDENTE DE TRÂNSITO - MORTE DO SEGURADO - INDENIZAÇÃO, CABIMENTO

(Reg. Ac. 476.687). Relatora: Desa. Nídia Corrêa Lima. Apelante: Bradesco Vida e Previdência S/A (Advs. Dr. André de Barros Pereira e outros). Apelada: Vera Lúcia Rodrigues Costa (Advs. Dr. Adailton Moreira Mendes e Dra. Lisângela de Macêdo Reis Moreira).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Civil e Processual Civil. Embargos à execução. Cobrança securitária. Acidente de trânsito. Estado de embriaguez. Morte do segurado. Agravamento intencional do risco. Ausência de comprovação da dinâmica do acidente e, consequentemente, do nexo de causalidade. Responsabilidade da seguradora. Indenização devida. 1. Constitui condição sine qua non para exoneração da responsabilidade da seguradora de indenizar o beneficiário de seguro, a comprovação efetiva de que o segurado, ao se embriagar intencionalmente para agravar o risco, tenha agido de forma determinante para a ocorrência no sinistro. Precedentes do STJ. 2. O fato de o teor etílico encontrado na concentração de sangue do de cujus ser superior ao permitido por lei não se mostra suficiente para configurar o nexo de causalidade com o acidente sofrido, mormente quando não elucidada a dinâmica do sinistro. 3. Incumbe à seguradora demonstrar a voluntária e intencional conduta do segurado de forma a agravar o risco e justificar a exoneração da obrigação de indenizar, porquanto o contrato de seguro submete-se ao Código de Defesa do Consumidor. 4. Recurso de apelação conhecido e não provido.

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(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 071886-0; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/02/11; DJ 3, PÁG. 79).

78. CIVIL - COMINATÓRIA - FORNECIMENTO DE REMÉDIO INDIS- PENSÁVEL - DEVER DO PODER PÚBLICO

(Reg. Ac. 475.052). Relator: Des. Antoninho Lopes. Autora: Kamilla Pereira Alves rep. por Cristiano Messias Alves da Cunha (Defensoria Pública). Réu: Distrito Federal (Advs. Dr. Rogério Andrade Cavalcanti Araújo e Dr. Valdson Gonçalves de Amorim - Procuradores do DF).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Constitucional e Civil. Ação cominatória. Fornecimento gratuito de medicamento indispensável. Dever do Poder Público. Verba honorária. 1. O direito à vida e à saúde deve ser obrigatoriamente garantido pelo Estado, a quem cabe colocar em favor da população os meios a tanto necessários, em cumprimento das normas constitucionais. 2. Nas demandas patrocinadas pela Defensoria Pública do Distrito Federal, não pode haver imposição de verba honorária quando o acionado é o Distrito Federal, pela confusão entre credor e devedor. 3. Remessa improvida.

(REMESSA DE OFÍCIO Nº 2008 01 1 028115-4; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 26/01/11; DJ 3, PÁG. 93).

79. CIVIL - COMPETÊNCIA TÉCNICA DE PROFESSOR, DEPRECIA- ÇÃO - PANFLETOS DISTRIBUÍDOS POR ALUNOS - VALOR DA INDENIZAÇÃO, ARBITRAMENTO

(Reg. Ac. 476.166). Relator: Des. João Mariosi. Apelantes: Adauto Silva, Barbara de B. G., Bruno Muniz Magalhães, Danúbia Cristina, Gabriela de Lima, Isa Cardoso, João Paulo Silvério Perfeito, Lívio Barbosa, Maria Luiza Pontes, Mariana Gaspar Falcão, Mariana Vidal, Pedro Vinícius, Pollyana Sousa, Rafael Antonio, Rafael Fernandes, Sabrina Araújo e Sofia José (Adv. Dr. João Gomes Pereira). Apelada: Monica Valero Singh (Adva. Dra. Luciene Nascimento Chaves).

Decisão: conhecer. Dar parcial provimento ao recurso. Unânime.

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Civil. Processo civil. Alunos. Divulgação de panfleto que desacredita publicamente competência técnica de professor. Dano moral. Configuração. Arbitramento do valor da indenização. 1. Há ofensa a direito da personalidade quando alunos publicam panfletos, nos corredores da faculdade e na internet, com expressões pejorativas e que desacreditam a competência técnica de professor. 2. O valor da indenização por danos morais deve corresponder a uma quantia razoável, proporcional à relevância do evento danoso e às condições econômicas das partes envolvidas. 3. Apelação parcialmente provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 072563-4; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/02/11; DJ 3, PÁG. 112).

80. CIVIL - COMPRA E VENDA DE IMÓVEL - CONTRATO, RESCISÃO - ÁREA MENOR QUE A CONTRATADA - VENDA AD MENSURAM

(Reg. Ac. 472.758). Relator: Des. Sérgio Bittencourt. Apelantes: Anísio Albu- querque Calazans e Cleide Maria Marques Calazans (Advs. Dr. Hebert da Silva Tavares e outros), Brasif - Comercial Exportação e Importação Ltda. (Advs. Dr. Carlos Roberto Siqueira Castro e outros) e Paulo Octavio Investimentos Imobi- liários Ltda. (Advs. Dr. Roberto Luz de Barros Barreto e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: dar parcial provimento ao recurso dos autores, dar parcial provimento ao recurso da Paulo Octávio Investimentos Imobiliários Ltda. e negar provimento ao recurso da Brasif, unânime.

Civil e Consumidor. Rescisão de contrato de compra e venda de imóvel. Inadimplemento das prestações mensais. Entrega de bem com área efetiva menor do que a contratada. Venda ad mensuram. Interpretação favorável ao consumidor. Culpa recíproca. Retorno ao status quo ante. O inadimplemento das parcelas do contrato de compra e venda de imóvel dá ensejo à rescisão do pacto e à reintegração dos vendedores na posse do bem. A entrega do bem com área efetiva menor do que a contratada também é causa de rescisão contratual por parte dos compradores, mesmo que a diferença não ultrapasse um vigésimo (5%) da extensão total anunciada. Isso porque, nesses casos, sendo o contrato regido pelo Código de Defesa do Consumidor, a venda deve ser sempre considerada

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ad mensuram, não podendo a especificação da área ser considerada meramente enunciativa, a fim de preservar o pacta sunt servanda, a boa-fé objetiva, a equidade, a confiança, a lealdade e a segurança nas relações jurídicas, pilares vigentes no novo panorama social do direito contratual e do consumidor. Dessa forma, caracterizada a culpa recíproca na rescisão do pacto, devem as partes retornar ao status quo ante, com a devolução do sinal e das parcelas pagas aos compradores, após o abatimento do valor dos aluguéis, a título de ocupação do imóvel, e dos encargos incidentes, tais como IPTU, TLP, condomínio, entre outros.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2001 01 1 064892-5; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 100).

81. CIVIL - COMPRA E VENDA DE IMÓVEL - ENTREGA DO IMÓVEL, ATRASO INJUSTIFICADO - DANO MATERIAL - DANO MORAL, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 476.110). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelantes: MB Engenharia S/A e Cooperbrapa Cooperativa Habitacional dos Empregados da Embrapa (Advs. Dra. Luciana Ferreira Gonçalves e outros), Paulo César de Almeida, Denise Aparecida Geronimo de Almeida (Advas. Dra. Sandra Giselda Gil Brambilla e Dra. Marília Gabriela Gil Brambilla). Apelado: Unibanco União de Bancos Brasileiros S/A (Advs. Dra. Ana Ligia Ribeiro de Mendonca, Dr. Fabio Alessandro Malatesta dos Santos e outros).

Decisão: negou-se provimento aos recursos. Unânime.

Direito Civil. Contrato de promessa de compra e venda de unidade imobiliária. Entrega do imóvel. Atraso injustificado. Pagamento de aluguel e condomínio. Dano material. Ocorrência. Danos morais. Inocorrência. Cooperativa habitacional. Inaplicabilidade CDC. I - Havendo atraso injustificado na entrega de imóvel, objeto de contrato de compra e venda, possível a indenização pelos danos materiais decorrentes do pagamento de aluguel e condomínio. II - Em se tratando de relação jurídica entre cooperativa e cooperado, não incidem as normas do Código de Defesa do Consumidor, em virtude da natureza jurídica dessa sociedade e de seus objetivos sociais, portanto

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a cooperativa não se sujeita a responsabilidade objetiva prevista no art. 14 do CDC. Contudo, sujeita-se a responsabilidade prevista nos artigos 186 e 927 do Código Civil. III - A não entrega de imóvel não pode, por si só, ser considerada fato gerador de dano moral, na medida em que não tem aptidão para gerar ofensa aos atributos da personalidade de forma a ensejar a compensação pecuniária. O inadimplemento contratual não é de todo imprevisível e não dá ensejo, por si só, ao pagamento de indenização por danos morais. IV - Negou-se provimento aos recursos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 07 1 014364-0; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 167).

82. CIVIL - COMPRA E VENDA DE VEÍCULO - ANUÊNCIA DO PRO- PRIETÁRIO, INOCORRÊNCIA - DANO MORAL - GRAVAME DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

(Reg. Ac. 477.725). Relator: Des. João Mariosi. Apelantes: Pedro Ricardo Araújo Carvalho (Adv. Dr. Everaldo Bosco Rosa Moreira) e Banco Finasa S/A (Advs. Dr. Lino Alberto de Castro, Dra. Aparecida Bordim Moreira e Dr. Eduardo Maranhão Ferreira). Apelados: os mesmos e Ana Célia da Silva Gadelha (Advs. Dr. Elcio Gonçalves da Silva e Dr. Marco Antônio Fioravante).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso do réu. Dar provimento parcial ao recurso do autor. Unânime.

Civil. Contrato de compra e venda de veículo sem a anuência do proprietário. Instituição financeira. Gravame de alienação fiduciária. Dano moral. Devolução do valor recebido pelo dono do automóvel. 1. Faz jus à indenização por dano moral aquele que tem seu veículo gravado indevidamente com registro de alienação fiduciária por instituição financeira (Código de Defesa do Consumidor, artigo 14). 2. O proprietário do veículo objeto de contrato de compra e venda firmado sem sua anuência deve devolver o dinheiro depositado em sua conta, quando o negócio jurídico for declarado nulo, sob pena de enriquecimento sem causa lícita (CC, artigo 884). 3. Recurso do autor parcialmente provido. Recurso do réu não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 110924-9; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/02/11; DJ 3, PÁG. 108).

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83. CIVIL - CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA - COMPANHEIRO E DES- CENDENTES - ART. 1.790, III DO CÓDIGO CIVIL - PRINCÍPIOS PROCESSUAIS, APLICAÇÃO

(Reg. Ac. 459.369). Relator: Des. Sérgio Bittencourt. Apelante: MPDFT. Apela- do: A. F. F. e A. F. F. F. rep. por A. F. F. (Defensoria Pública - Curadoria Especial).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Civil. Concorrência sucessória. Companheiro e descendentes. Bem adquirido na vigência da união estável. Aplicabilidade do art. 1.790 do Código Civil. Constitucionalidade pronunciada em reserva de plenário. Desnecessidade de nova submissão ao órgão especial. Desnecessária nova arguição de inconstitucionalidade ao órgão especial, quando já houver pronunciamento deste a respeito da constitucionalidade de dispositivo legal questionado. Aplicação dos princípios da utilidade, segurança jurídica, racionalidade, razoabilidade e celeridade, bem como do disposto no parágrafo único do art. 481 do Código de Processo Civil. Reconhecida pelo órgão especial do tribunal, em controle difuso, a constitucionalidade da aplicação do art. 1.790, inciso III, do Código Civil, deve-se assegurar ao companheiro a meação do bem imóvel adquirido onerosamente na vigência da união estável.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 10 1 003247-0; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 174).

84. CIVIL - CONDOMÍNIO - USO DE DUAS VAGAS DE GARAGEM - PERMISSÃO DE USO TEMPORÁRIO E REMUNERADO

(Reg. Ac. 462.014). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelante: Honildo Amaral de Mello Castro (Advs. Dr. Fabrizio Morelo Teixeira e outros). Apelado: Condomínio do Bloco K da SQS 216 (Advs. Dr. Edson Maraui e outros).

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Civil. Processo civil. Condomínio. Uso de duas vagas na garagem. Convenção condominial. Obrigação de fazer e de não fazer. Inobservância. Irregularidade formal. Cerceamento de defesa.

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Carência de ação. Prescrição da pretensão. Usucapião. Rejeitadas. Natureza da relação. Nulidade da assembleia. Não cabimento. Astreintes. Manutenção do valor. I - Constatado que a parte impugnou os fundamentos alinhavados pelo magistrado para reconhecer o direito da parte adversa, não há se falar em não conhecimento do recurso por inobservância de regularidade formal; II - O magistrado é o destinatário da prova, de modo que compete a ele avaliar a necessidade de outros elementos para formar seu convencimento em cada demanda. Ao entender que a lide está em condições de ser julgada, sem necessidade de dilação probatória, a prolação da sentença constitui uma obrigação, máxime em face dos princípios da economia e celeridade processuais; III - Demonstrado que a pretensão inicial não encontra óbice no ordenamento jurídico pátrio, além de ser útil e necessária para se obter o resultado almejado e postulado por parte legítima, presentes estão as condições da ação; IV - Se, da entrada em vigor do atual Código Civil, em janeiro de 2003, já houver transcorrido mais da metade do prazo previsto na lei anterior, deve-se aplicar o prazo desta, a teor da regra de transição do art. 2028 do Código Civil/2002. Não decorrido o prazo respectivo, não há prescrição da pretensão; V - A usucapião, seja qual for sua modalidade, pressupõe decurso de tempo, posse mansa e pacífica e o animus domini. Para a usucapião ordinária, deve-se demonstrar, ainda, o justo título e a boa-fé; para a usucapião especial urbana, exigem-se como requisitos suplementares que a área urbana seja de até 250 m², haja a moradia, e não possua outro imóvel; e, para a usucapião especial rural, requer-se, além da moradia e da inexistência de propriedade de outro imóvel, tratar de área rural de até 50hec, que tenha se tornado produtiva por trabalho do usucapiente ou de sua família; VI - A situação jurídica em questão qualifica-se como permissão de uso temporário e remunerado, que, dada a transitoriedade e a faculdade de supressão de uso a qualquer tempo pelo real possuidor, autoriza o autor a impor ao réu o cumprimento da obrigação. Ademais, a resistência do réu fere o princípio da confiança, expressão da boa-fé objetiva (venire contra factum proprio); VII - A despeito da falta de interesse quanto ao pedido de nulidade da assembleia-geral extraordinária, que aprovou o regimento interno do condomínio, não há provas de que o réu não tenha recebido a

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carta convocatória em seu apartamento, ou que deixou de recebê- la, embora tivesse comunicado outro endereço para qual deveriam ser remetidas. Além disso, inexistindo disposição específica para a aprovação do regimento interno, esta deva ocorrer por maioria simples dos votos dos condôminos presentes, conforme art. 13 da convenção. VIII - As astreintes possuem natureza inibitória do descumprimento de obrigação, e não acessória, de modo que não se vincula ao valor da causa, ao revés, pode, inclusive, ultrapassar o valor do principal. IX - Negou-se provimento ao recurso.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 021015-5; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 200).

85. CIVIL - CONSTRUÇÃO DE PRÉDIO - INCÔMODO CAUSADO A PRÉDIO VIZINHO - ATO ILÍCITO, INEXISTÊNCIA - DANO MORAL, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 471.775). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelante: Condomínio do Edifício Residencial Monet (Advs. Dr. Grimoaldo Roberto de Resende e outros). Apelada: Construtora Villela e Carvalho Ltda. (Advs. Dra. Andréia Moraes de Oliveira Mourão e outros).

Decisão: conhecer, rejeitar a(s) preliminar(es) e, no mérito, negar provimento, unânime.

Apelação Cível. Construção de prédio. Terreno vizinho habitado. Invasão de espaço aéreo. Necessidade de instalação de telas de proteção. Interdição temporária da área de lazer. Incômodo. Ato ilícito. Inexistência. Danos materiais. Prova. Essencialidade. Dano moral. Condomínio edilício. Ente despersonalizado. Descabimento. O incômodo causado aos moradores do prédio vizinho em decorrência da construção de edifício não enseja indenização, salvo nos casos em que restar caracterizada a prática de ato ilícito pelo construtor ou o abuso do direito de construir. A condenação ao pagamento de indenização por dano material está condicionada à prova efetiva do dano, não sendo possível a fixação de indenização para ressarcimento de evento danoso futuro e incerto. Sendo o condomínio edilício um ente despersonalizado, apesar de gozar de capacidade processual, a ele não é conferida a

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proteção dos direitos da personalidade, motivo por que não pode ser vítima de danos morais.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 024653-3; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 249).

86. CIVIL - CONSTRUÇÃO DE QUIOSQUES EM ÁREA PÚBLICA - POLO DO ARTESANATO - DEMOLIÇÃO, SUSPENSÃO

(Reg. Ac. 462.434). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Agravante: AGEFIS Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Adva. Dra. Renata Andrea Carvalho de Melo Espíndola - Procuradora do DF). Agravado: ARTLAGO Associação dos Artesãos e Expositores do Lago Sul (Advs. Dra. Patrícia Barreto e outros).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Agravo de Instrumento. Ação cautelar inominada. Construção de quiosques em área pública. Polo do artesanato. Demolição determinada pelo poder público. Suspensão. Fumus boni iuris e periculum in mora comprovados. Liminar mantida. Recurso improvido. A liminar em cautelar deve ser concedida desde que presentes os requisitos exigidos, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora. Presentes os referidos requisitos, correta a decisão que a defere para suspender a demolição de quiosques construídos em área pública, constatando- se, em sede cognição sumária, que as edificações foram ali erigidas por iniciativa do poder público.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 014503-1; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 128).

87. CIVIL - CONSÓRCIO DE IMÓVEL - PAGAMENTO, ATRASO - CONCORRÊNCIA A SORTEIO E PARTICIPAÇÃO DE LANCES, VEDAÇÃO CONTRATUAL

(Reg. Ac. 467.395). Relator: Des. Cruz Macedo. Apelante: Maria Lucia Men- donça (Defensoria Pública). Apelado: Consórcio de Imóveis Rodobens (Advs. Dr. Martius Alexandre Goncalves Bueno, Dr. Miguel Boulos e outros).

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Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Civil. Consórcio. Bem imóvel. Atraso no pagamento das parcelas mensais. Vedação contratual de concorrer ao sorteio ou de participar de lances. Inexistência de ambiguidade ou contradição nas cláusulas impugnadas. Dano moral. Inocorrência. 1. Constatando-se que as cláusulas contratuais impugnadas não estão eivadas de contradição ou ambiguidade, não se vislumbra ofensa aos arts. 6º, VIII, e 47, ambos do CDC, e tampouco aos arts. 112 e 423 do CC. 2. Restando demonstrado que a autora atrasou o pagamento das prestações mensais, correta é a aplicação da cláusula contratual que impede que concorra ao sorteio e participe dos lances. 3. Somente é cabível a condenação em danos morais quando violadas a honra, a intimidade, a vida privada ou a imagem da pessoa, o que não ocorre no caso sub judice. 4. Recurso não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 07 1 027088-5; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 181).

88. CIVIL - CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO - CAPITALI- ZAÇÃO MENSAL DE JUROS, CRITÉRIOS - PERÍCIA TÉCNICA, DISPENSABILIDADE

(Reg. Ac. 466.314). Relator: Des. Jair Soares. Apelante: Dênia dos Santos de Oliveira (Advs. Dr. Rafael Klier da Silva Oliveira - NPJ - Uniceub e outros). Apelados: Bradesco Cartões S/A (Advs. Dr. Lino Alberto de Castro, Dra. Apa- recida Bordim Moreira e Dr. Eduardo Maranhão Ferreira) e COMPCARD.

Decisão: conhecer. Negar provimento. Por maioria.

Contrato de cartão de crédito. Cerceamento de defesa. Revisão. Juros. Taxa. Limite. Capitalização mensal. 1 - A legalidade ou não da capitalização mensal de juros, matéria unicamente de direito, dispensa a realização de perícia técnica, caso em que possível o julgamento antecipado da lide. 2 - A capitalização mensal de juros é admitida pela MP 1963-17, de 30.3.00 (atualmente MP 2170-36/01), quanto aos contratos celebrados após sua vigência. 3 - As administradoras de cartão de crédito, instituições financeiras, quando autorizadas ou se

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contratados, podem cobrar juros acima do limite legal (l. 4.595/64, 4o e 9o). 4 - Apelação não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 07 1 026624-9; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 220).

89. CIVIL - CONTRATO DE SERVIÇOS, REVISÃO - INADIMPLE- MENTO - NOVAÇÃO, NÃO CONFIGURAÇÃO - RESTITUIÇÃO DE VALORES, IMPROCEDÊNCIA

(Reg. Ac. 470.973). Relator: Des. Lécio Resende. Apelante: APIS Soluções Tecnologia da Informação Ltda. (Adv. Dr. Tulius Marcus Fiuza Lima). Apelada: Brasil Telecom S/A (Advs. Dr. Eduardo Moreth Loquez e outros).

Decisão: conhecer e negar provimento, unânime.

Civil. Contrato de serviços. Revisão contratual. Inadimplemento. Instalação. Atraso. Culpa concorrente - novação - não configurada - restituição de valores - improcedência - princípio da demanda - sentença mantida. As provas indicadas não têm o condão de caracterizar a novação, pois, para tanto, o negócio jurídico deve trazer claramente os termos em que o devedor contrai com o credor nova dívida a fim de extinguir e substituir a anterior, consoante o disposto no artigo 360, I, do Código Civil. Em atenção ao princípio da demanda, o julgador está adstrito aos termos do pedido especificamente deduzido na exordial. Dessarte, tendo em vista a ausência de fatos e fundamentos jurídicos dos quais decorressem o pedido relativo às restituições, exsurge manifesta sua improcedência.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 037823-3; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 259).

90. CIVIL - DANO MATERIAL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - COLI- SÕES SUCESSIVAS

(Reg. Ac. 475.642). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Ape- lante: Distrito Federal (Adv. Dr. Rubem Dario França Brisolla - Procurador do DF). Apelado: Bruno Moraes Soares (Advs. Dr. Giovanni Figueiredo Zoch e Dr. Rodrigo de Marchi Berjas).

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Decisão: negou-se provimento. Unânime.

Direito Civil. Ação de indenização. Danos materiais. Acidente de trânsito. Colisões sucessivas. Honorários advocatícios. Não diminuição. Artigo 20, §4º do Código de Processo Civil. Na hipótese de colisões sucessivas, a culpa é atribuída ao motorista que teve influência decisiva na produção do dano, presumindo-se que seja de quem colide na parte traseira do carro que lhe segue a frente, fazendo com que este também abalroe outro veículo por trás. A presunção de culpa do condutor que abalroa o outro na traseira é juris tantum, podendo ser elidida se nos autos houver prova robusta em contrário. Não havendo prova que afaste mencionada presunção, a condenação ao pagamento pelos danos materiais causados é medida que se impõe. Nas demandas em que for vencida a Fazenda Pública, não merece alteração o valor fixado a título de honorários advocatícios quando em consonância com o grau de zelo, o tempo despendido e o trabalho dos patronos, o lugar da prestação do serviço e a natureza e importância da causa, nos termos do artigo 20, § 4º do Código de Processo Civil. Apelação conhecida e não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 100630-9; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 154).

91. CIVIL - DANO MATERIAL E MORAL - EXTRAVIO DE BAGAGEM - VIAGEM INTERNACIONAL

(Reg. Ac. 474.213). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelante: Felipe da Fonseca Silva Couto (Adv. Dr. Augusto José Alencar Gambôa). Apelado: TAP - Transportes Aéreos Portugueses S/A (Advs. Dr. Rodrigo de Sa Queiroga e outros).

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Civil. Responsabilidade civil. Dano material e moral. Extravio de bagagem. Viagem internacional. Prevalência do Código de Defesa do Consumidor. Reparação ampla e integral. Impossibilidade de tarifação do dano material ainda que falte prova documental dos bens transportados e extraviados. Desnecessidade de apresentação de notas fiscais. Ônus da empresa de exigir declaração de valor da bagagem sob pena de prevalecer o valor alegado pelo transportado. Dano moral.

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Majoração. Perfil de advertência. Sentença parcialmente reformada. 1. O Código de Defesa do Consumidor prevalece em relação às normas internacionais, devendo, por isso, a operação judicial tendente à mensuração dos danos materiais fundar-se nos parâmetros do sistema consumerista, não cedendo passo, tão logo, à aplicação subsidiária da Convenção de Montreal. 2. A reparação deve ser ampla e integral, não podendo jamais ser pautada em margens tarifadas, ainda que falte prova documental atinente aos bens alegadamente constantes na bagagem extraviada, sendo imperioso anotar que o e. Superior Tribunal de Justiça ratificou a primazia do Código de Defesa do Consumidor, infirmando, neste ensejo, a postura de referenciar a mensuração da extensão do dano material com base em Unidades de DES (Direitos Especiais de Saque). 3. Não é razoável exigir do passageiro a juntada das notas fiscais de todos os seus pertences, quando estes se referem sobremaneira a bens que não foram adquiridos na viagem, mas, sim, a bens que foram levados para a viagem desde o início. Isso porque a juntada de notas fiscais não cumpre a finalidade de conferir segurança à tutela buscada, haja vista que jamais haverá certeza acerca da correspondência entre os bens alegadamente transportados e aqueles nomeados nas notas eventualmente apresentadas. 4. A cláusula de incolumidade própria do contrato de transporte assume o perfil de garantia de risco, de modo que a empresa transportadora deverá reparar o dano decorrente do extravio de bagagem (art. 734, do Código Civil), sob o esquadro fático oferecido pela parte autora, haja vista que, por escolha operacional da empresa, não se é exigido de todos a declaração de bagagem. 5. Cumpre à empresa aérea a obrigação de definir previamente o valor da bagagem (artigo 734, parágrafo único, do Código Civil) para, com isso, limitar a indenização, de modo que, acaso não o faça, não haverá limitação, devendo ser prestigiado o valor alegado pelo transportado como extraviado. 6. Embora o valor da bagagem deva ser mensurado a partir do rol dos bens e sob os valores ofertados pela parte autora, a extensão do dano material deve observar a razoabilidade, não podendo, ademais, contemplar objetivamente determinados bens (eletrônicos, dinheiro, joias etc.), tendo em conta que o seu transporte, na bagagem de porão, exige a declaração de responsabilidade do passageiro. Desse modo, não havendo tal demonstração, evidencia-se a violação às normas da empresa que vedam o transporte desse tipo de bens sem a devida declaração de responsabilidade, eximindo, por conseguinte, a empresa aérea da

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responsabilidade de reparar o extravio desses bens em específico, na forma do art. 738, do Código Civil. 7. O Judiciário, em vista da real promoção da pacificação social, deve adotar medidas severas e comprometidas em relação aos efeitos danosos da desorganização da atividade empresarial de transporte aéreo, o que se revela concretamente no arbitramento de quantia que cumpra o perfil de advertência às empresas aéreas. 8. Apelação conhecida a que se dá parcial provimento.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 080277-0; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 26/01/11; DJ 3, PÁG. 70).

92. CIVIL - DANO MATERIAL E MORAL, DESCABIMENTO - MORTE DE FILHO NO HORÁRIO DA JORNADA DE TRABALHO - RES- PONSABILIDADE DO EMPREGADOR, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 459.354). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Apelante: Janes Ferreira da Cunha (Adv. Dr. João Teixeira dos Santos). Apelados: Ipanema Em- presa de Serviços Gerais e Transportes Ltda. (Advas. Dra. Lirian Sousa Soares e Dra. Raquel Corazza) e NOVACAP - Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Advs. Dr. Antônio Marques dos Reis Filho e outros).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Civil. Indenização por danos materiais e morais decorrentes da morte do filho. Falecimento ocorrido no horário da jornada de trabalho. Responsabilidade do empregador. Inocorrência. Ausência de nexo de causalidade. 1. A mãe pode requerer danos morais e materiais decorrentes da morte do filho ao responsável civil pelo evento danoso. Entretanto, não se pode responsabilizar a pessoa jurídica empregadora e a empresa pública onde o falecido prestava serviços, se o acervo probatório aponta que este se ausentou do local de trabalho durante a jornada noturna e foi encontrado morto por tiros em local distante, não havendo qualquer indicativo de que o óbito teve nexo com alguma conduta comissiva ou omissiva das demandadas ou relação com o serviço. 2. Recurso improvido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 133485-7; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 175).

93 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

93. CIVIL - DANO MATERIAL E MORAL, DESCABIMENTO - IN- CÊNDIO EM AUTOMÓVEL APÓS REPAROS - LAUDO TÉCNICO INCONCLUSIVO

(Reg. Ac. 475.049). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelantes: Nara Veículos Ltda. (Advs. Dra. Mônica Ponte Soares e outros) e João Marcelo Barbosa Alves (Adva. Dra. Luciana Martins Barbosa e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: dar provimento ao recurso principal. Julgar prejudicado o recurso ade- sivo. Maioria.

Indenização por Danos Materiais e Morais. Automóvel incendiado pouco tempo após reparos mecânicos e elétricos. Laudos técnicos inconclusivos quanto à causa do evento. 1. A relação jurídica subsume- se à legislação consumerista, porquanto presentes os requisitos dos artigos 2º e 3º da Lei n. 8.078/90. Por consequência, eventual direito à reparação de danos reger-se-á pelos termos da responsabilidade objetiva, consoante reza o art. 14 do mencionado diploma legal. 2. Em que pese ser o caso de responsabilidade objetiva, é certo que a indenização somente será cabível para as hipóteses de defeito do serviço, quando ficar constatado, além do dano (moral e/ou material) sofrido pelo consumidor, o nexo causal entre este e o ato praticado pelo fornecedor. Tais requisitos constituem fato constitutivo do direito do autor; portanto, encerram matéria de prova. 3. A respeito da inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, do CDC), constitui faculdade concedida ao juiz proceder à referida inversão quando, segundo as regras da experiência, houver verossimilhança das alegações ou comprovação da condição de hipossuficiência do consumidor. Não obstante a divergência existente sobre a matéria, tem-se que o momento apropriado para a aplicação de tal regra é o do julgamento da causa, já que “efetivamente, somente após a instrução do feito, no momento da valoração das provas, estará o juiz habilitado a afirmar se existe ou não situação de non liquet, sendo caso ou não, consequentemente, de inversão do ônus da prova. Dizê-lo em momento anterior será o mesmo que proceder ao prejulgamento da causa, o que é de todo inadmissível”. (in Watanabe, Kazuo. Código brasileiro de defesa do consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto.). 4. A perícia realizada pelo Corpo de Bombeiros do Distrito

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Federal não comprova procedimento irregular e ilícito da empresa prestadora de serviços e o necessário nexo causal com os danos sofridos pelo consumidor. O laudo é inconclusivo acerca da causa do incêndio do veículo do consumidor. Embora conste do laudo como uma das três prováveis causas do incidente a montagem errada do motor (fato que imputaria à ré a pretendida responsabilidade civil), é indiscutível a ausência de certeza sobre a origem do incêndio. É dizer: mesmo após a instrução probatória, paira dúvida sobre o fato constitutivo do direito autoral. Ademais, não foram contratados serviços de revisão geral com efeitos preventivos. É forçoso, pois, reconhecer a precariedade do conjunto probatório na elucidação do evento, máxime no que tange à comprovação do nexo de causalidade entre os serviços fornecidos e os danos sofridos pelo consumidor. 5. Ausente a prova do liame causal entre o dano e eventual ato praticado pela requerida, merece ser provido o recurso principal para julgar improcedente o pedido inicial. Por outro lado, versando o recurso adesivo a respeito da majoração do quantum fixado a título de danos materiais e da pretendida indenização por danos morais, fica prejudicado seu exame. 6. Apelos principal e subordinado conhecidos, provido o primeiro e prejudicado o último.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 107490-2; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/02/11; DJ 3, PÁG. 95).

94. CIVIL - DANO MORAL - PUBLICAÇÃO DE FOTOGRAFIA NÃO AUTORIZADA - CORPO DE VÍTIMA DE HOMICÍDIO

(Reg. Ac. 458.760). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelantes: Na Polícia e Nas Ruas - L&S Publicidades Ltda. (Adv. Dr. Alexandre Rocha de Castro) e Isadora Evangelista Barretos rep. por Lucimar Alves Evangelista (Adv. Dr. Ma- ximiliano Kolbe Nowshadi Santos). Apelado: Henrique Evangelista Barreto rep. por Lucimar Alves Evangelista (Adv. Dr. Maximiliano Kolbe Nowshadi Santos).

Decisão: negar provimento a ambos os recursos. Unânime.

Constitucional. Indenização. Publicação de fotografia. Corpo de vítima de homicídio. Não autorização. Ofensa à dignidade da pessoa humana. Dano moral configurado. Incremento na venda do jornal. Não comprovação. Dano material inexistente. Honorários de sucumbência.

95 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Divisão igualitária. Sentença mantida. 1. Ofende a dignidade da pessoa humana a publicação de fotografia em jornal, sem qualquer autorização dos familiares, do corpo de pessoa assassinada, merecendo a compensação a título de danos morais. 2. Não há que se falar em danos materiais sem a devida comprovação do dano emergente ou do lucro cessante, por suposto incremento na venda do jornal. 3. Dividem-se igualmente os honorários, quando os litigantes forem em parte vencedor e vencido (art. 21, CPC). 4. Sentença mantida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 04 1 006337-4; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 207).

95. CIVIL - DANO MORAL - ACESSO A IMAGEM DE CELULAR ALHEIO - ENVIO DE MENSAGENS COM CONTEÚDO OBSCENO

(Reg. Ac. 458.856). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelantes: Francisco David Silva da Luz (Adv. Dr. Diogo Fonseca Santos Kutianski) e Juliana Gomes da Silva (Adv. Dr. Robison Clomar Figueiredo Santos). Apelados: os mesmos e Americel S/A (Claro Região Centro-Oeste) (Advs. Dr. Diogo Fonseca Santos Kutianski e outros).

Decisão: negar provimento a ambos os recursos. Unânime.

Civil e Processual Civil. Indenização. Acesso a imagens de celular alheio e envio de mensagens com conteúdo obsceno. Violação à intimidade e à privacidade caracterizada. Responsabilidade civil do empregador afastada. Dano moral devido. Valor condenatório mantido. 1. O acesso não autorizado a imagens de celular de outrem e o envio de mensagens com conteúdo obsceno violam a intimidade e a privacidade, gerando o dever de reparar os danos morais decorrentes desses fatos. 2. Afasta-se a responsabilidade civil do empregador em reparar os danos suportados por cliente, quando o ato praticado pelo empregado vai além de suas atribuições, revelando-se ainda totalmente estranho aos serviços e às atividades prestados pela empresa. 3. Não comporta alteração o valor de indenização por danos morais que contempla com prudência e moderação a situação fático-jurídica encartada nos autos e ainda considera tanto a capacidade econômica das partes envolvidas quanto a ausência de publicidade dos fatos, de modo a não importar

96 Direito Civil

em excessiva oneração do réu nem, tampouco, em enriquecimento sem causa do autor. 4. Recurso conhecidos e desprovidos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 044225-6; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 204).

96. CIVIL - DANO MORAL - QUEDA EM BOCA DE LOBO ABERTA - RESPONSABILIDADE ESTATAL POR OMISSÃO

(Reg. Ac. 461.046). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelante: Distrito Federal (Adva. Dra. Renata Barbosa Fontes - Procuradora do DF). Apelada: Maria Doracy Oliveira da Costa (Defensoria Pública).

Decisão: dar parcial provimento ao recurso. Unânime.

Civil e Processo Civil. Danos morais. Queda em boca de lobo aberta. Indenização devida. Responsabilidade estatal por omissão. Ausência de sinalização. Ilegitimidade das partes. Rejeição. Quantum indenizatório. Manutenção. Correção monetária e juros de mora. Termo inicial. Data da fixação da condenação. Sentença parcialmente reformada. 1. Escorreita a pertinência subjetiva da ação, em ambos os polos, quando se verifica a coincidência com os sujeitos da relação jurídica substancial, ainda que o serviço público não tenha sido prestado diretamente pelo Distrito Federal. 2. Afigura-se devida indenização por danos morais suportados em razão de queda de pedestre em boca de lobo aberta sem sinalização, porquanto materializada negligência do ente público que atua abaixo dos padrões legais desejados, descurando do dever de fiscalizar as condições de segurança necessárias à população durante a execução de obra de pavimentação. 3. Mantém-se valor fixado a título de danos morais, quando sopesadas as peculiaridades do caso, especialmente a correspondência com a gravidade do ato ilícito e a capacidade econômica do réu, satisfazendo-se o caráter pedagógico e a função punitiva da condenação, sem o enriquecimento indevido da parte. 4. A correção monetária e os juros de mora devem incidir a partir da data do arbitramento dos danos morais. 5. Apelação conhecida e parcialmente provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 045212-8; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/11/10; DJ 3, PÁG. 61).

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97. CIVIL - DANO MORAL - AGRESSÃO FÍSICA EM BOATE - ESTA- BELECIMENTO COMERCIAL, RESPONSABILIDADE

(Reg. Ac. 463.621). Relator: Des. Antoninho Lopes. Apelante: Flex Bar e Restaurante Ltda. Epp (Advs. Dr. Fábio Fonseca Aires e Dr. Rafael Furtado Ayres). Apelado: Lauro Pais de Lima Júnior (Adv. Dr. Felipe de Almeida Ramos Bayma Sousa).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Responsabilidade Civil. Danos morais. Agressão física sofrida por cliente em interior de boate. 1. Incumbe ao estabelecimento comercial garantir ao cliente condições para que ele possa divertir-se com tranquilidade e segurança, cuidando de manter fiscalização adequada e eficiente para que seja alcançado esse objetivo. 2. O valor da indenização deve levar em conta a repercussão do dano na esfera da vítima, a sua extensão em caso de desdobramento e o potencial econômico-social do obrigado ao ressarcimento. 3. Recurso improvido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 010776-4; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 181).

98. CIVIL - DANO MORAL - PLANO DE SAÚDE, ABUSIVIDADE - CIRURGIA EMERGENCIAL

(Reg. Ac. 467.548). Relatora: Desa. Nídia Corrêa Lima. Apelante: Golden Cross Assistência Internacional de Saúde Ltda. (Advs. Dr. Marconi Chianca T. da Franca e outros). Apelada: Joana Darc Pereira da Silva (Advs. Dra. Shaila Gonçalves Alarcão e Dr. Neiva Esser).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Civil e Processual Civil. Consumidor. Ação de indenização. Contrato de plano de saúde. Cirurgia cardíaca de emergência. Lei nº 9.656/98 e resoluções do CONSU e da ANS. Prevalência das normas de proteção ao consumidor. Prazo de carência. Abusividade. Dano moral. Devido. 1. Havendo conflito entre as disposições da Lei nº 9.656/98 e de resoluções do CONSU e da ANS com as normas insertas na Lei nº

98 Direito Civil

9.078/90, deve ser adotada a interpretação mais favorável ao segurado, dada a natureza de ordem pública do Código de Defesa do Consumidor. 2. Tratando-se de cirurgia de emergência, necessária à manutenção da vida do paciente, a recusa da operadora do plano de saúde de emitir autorização para a realização do procedimento sob o fundamento de que não foi observado o prazo de carência, se mostra abusiva, devendo, por conseguinte, ser afastada pelo Poder Judiciário. 3. Recurso conhecido e não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 05 1 000454-8; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/12/10; DJ 3, PÁG. 120).

99. CIVIL - DANO MORAL - DÍVIDA ATIVA, INSCRIÇÃO INDEVIDA - HOMÔNIMO

(Reg. Ac. 468.302). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Leny Pereira da Silva - Procurador do DF). Apelado: Rubens Ferreira de Araújo (Advs. Dr. Frederico Soares de Alvarenga, Dra. Patrícia Helena Pereira Fernandes e outros).

Decisão: conhecer da apelação, conhecer e negar provimento ao agravo retido e negar provimento à apelação, unânime.

Indenização. Dano moral. Responsabilidade objetiva. Dívida ativa. Inscrição indevida. Homônimo. Quantum indenizatório e honorários. Fixação. Proporcionalidade e razoabilidade. Correção monetária. Termo inicial. Retificação de ofício. Ordem pública. Recurso desprovido. I - A inscrição indevida do nome do contribuinte no Cadastro da Dívida Ativa (CDA) redunda na obrigatoriedade do ente público de reparar os danos morais decorrentes desse fato, independentemente de dolo ou culpa, por se tratar de responsabilidade objetiva e dano in re ipsa. II - O arbitramento dos danos morais há que se balizar dentro de parâmetros razoáveis, atentando-se para a extensão do dano, as condições pessoais do ofensor e do ofendido, levando-se em consideração, ainda, o caráter pedagógico da medida. III - Se a verba honorária fixada pela sentença atende aos parâmetros legais, não se revelando exorbitante e remunerando adequadamente o labor dos advogados, não há justificativa para reduzi-la. IV - A indenização por

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dano moral é arbitrada pelo julgador já em valor atual, razão porque a correção monetária deve incidir a partir da fixação desse quantum, e não do ato lesivo. V - Recurso desprovido. Sentença retificada de ofício para determinar que a correção monetária incida a partir da fixação do quantum indenizatório.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 143852-5; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 145).

100. CIVIL - DANO MORAL - IPTU/TLP - INSCRIÇÃO INDEVIDA EM DÍVIDA ATIVA

(Reg. Ac. 469.151). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Apelantes: Distrito Federal (Advas. Dra. Karla Aparecida de Souza Motta e Dra. Maria Wilma de Azevedo Silva Mansur - Procuradoras do DF) e Mitsutoshi Akimoto (Adva. Dra. Thaisa Felix de Oliveira). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar. Negar provimento. Unânime.

Apelação Cível. Indenização. Danos morais. Inscrição indevida em dívida ativa. IPTU/TLP. Responsabilidade da Administração. Arbitramento do quantum. Mantidos honorários advocatícios. Recursos desprovidos. 1. Comprovada a inscrição indevida do nome de quem não é o proprietário do imóvel, por ato que não deu causa, a Administração Pública tem o dever de indenizar. 2. Mantém-se a indenização por dano moral arbitrada na r. sentença em patamar razoável e moderado. 3. O pedido feito pelo autor em relação ao quantum a ser indenizado a título de danos morais tem caráter meramente estimativo e não caracteriza sucumbência recíproca quando o valor fixado na r. sentença é menor do que o postulado. 4. Quando a Fazenda Pública for vencida, os honorários serão fixados consoante apreciação equitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas “a”, “b” e “c” do § 3.º, quais sejam, o grau de zelo do profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o serviço (art. 20, § 4.º do CPC).

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 114886-2; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 120).

100 Direito Civil

101. CIVIL - DANO MORAL - INFILTRAÇÃO EM APARTAMENTO - VIZINHO DO IMÓVEL SUPERIOR, RESPONSABILIDADE

(Reg. Ac. 469.650). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelantes: Maria Zilda da Conceicão (Advs. Dra. Maria Regina Ghisleni Zardin e outros), Roque Magno de Oliveira e Maria Aparecida Assuncão (Advs. Dr. João Tadeu Severo de Almeida Neto e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Negar provimento aos recursos. Unânime.

Civil. Ação indenizatória. Ilegitimidade ativa. Preliminar rejeitada. Infiltração e vazamento de água em apartamento. Responsabilidade dos proprietários do imóvel vizinho superior. Inobservância do cuidado necessário durante a realização de obra. Dano moral caracterizado. Quantum indenizatório. Majoração afastada. Sucumbência recíproca reconhecida. Sentença mantida. 1. Restando comprovado que a autora detinha a posse mansa e pacífica do imóvel à época dos fatos narrados na exordial e que suportou os prejuízos alegados, patente a sua legitimidade ativa. 2. O dano moral está ínsito na ilicitude do ato praticado, decorre da gravidade do ilícito em si, sendo desnecessária sua efetiva demonstração. In casu, o dano moral existe in re ipsa. 3. O dano moral, na hipótese, encontra- se consubstanciado nas agruras enfrentadas pela autora durante a obra realizada pelos réus no apartamento imediatamente superior ao seu, as quais fugiram da normalidade, causando danos graves ao respectivo imóvel, o que, indiscutivelmente, excede o mero dissabor. 4. A doutrina tem consagrado a dupla função na indenização do dano moral: compensatória e penalizante, valendo ressaltar que o valor arbitrado deve guardar pertinência com a força econômico-financeira das partes, razão pela qual, considerando-se os aspectos citados, afigura-se razoável a manutenção do quantum fixado no decisum. 5. Uma vez caracterizada a sucumbência recíproca e equivalente, deve ser aplicado o disposto no ‘caput’ do artigo 21 do CPC, justificando, assim, o rateio das despesas processuais e o pagamento da verba honorária por cada uma das partes aos respectivos patronos, ressarcindo os réus à autora metade do valor adiantado a título de honorários periciais. 6. Recursos conhecidos e improvidos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 064983-2; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/12/10; DJ 3, PÁG. 78).

101 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

102. CIVIL - DANO MORAL C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER - CHEQUES DEVOLVIDOS - CONTA ENCERRADA HÁ 16 ANOS - CADASTRO DE INADIMPLENTES, INSCRIÇÃO

(Reg. Ac. 458.759). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelante: Banco Santander Banespa S/A (Advs. Dr. Fábio Fonseca Aires, Dr. Rafael Furtado Ayres e outros). Apelados: Espólio de Lusalva Souza dos Santos, Allen David Souza Santos e Mo- rais de Lima, Marco Maurício Souza Santos e Morais de Lima e Márcia Lusalva Souza Santos e Morais de Lima (Advs. Dra. Lílian Mara Ferreira e outros).

Decisão: dar parcial provimento ao recurso. Maioria.

Apelação Cível. Indenização por danos morais c/c ação de obrigação de fazer. Dezessete cheques devolvidos. Mais de dezesseis anos após pedido de encerramento de conta-corrente. Responsabilidade objetiva do banco. Ausência de prova de culpa exclusiva de terceiro ou da vítima. Expectativa legítima da vítima na segurança do serviço. Impossibilidade de enriquecimento sem causa. Redução do valor indenizatório. Sentença parcialmente reformada. 1. Há responsabilidade da instituição financeira que, após dezesseis anos de informar à correntista que dentro de noventa dias após zerar o saldo da conta-corrente esta seria encerrada, efetiva inscrição do nome da consumidora em cadastro de proteção ao crédito em função de dezessete cheques sem fundo. Eventual participação de terceiro em fraude não afasta a responsabilidade objetiva do banco na quebra de expectativa legítima da consumidora se não há prova da participação e da exclusividade deste terceiro nas condutas de recebimento dos cheques, conferência das assinaturas e inscrição do nome da correntista. 2. Embora tenham transcorrido mais de quinze anos entre o pedido de encerramento da conta-corrente pela autora e a devolução de dezessete cheques da correntista por ausência de fundos e a consequente inscrição do nome da consumidora em cadastro de proteção ao crédito, não há prova de que as compras não efetuadas pela requerente em função desta falha da instituição financeira se destinavam ao custeio de tratamento de saúde, motivo pelo qual, ao lado da impossibilidade de a indenização por danos morais servir de enriquecimento sem causa, deve-se reduzir quantum indenizatório fixado em valor por demais superior ao comumente

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mensurado em hipóteses como a dos autos. 3. Apelação cível conhecida e parcialmente provida, apenas para reduzir o valor da indenização.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 023909-0; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 203).

103. CIVIL - DANO MORAL E MATERIAL - MORTE DE GENITOR - PENSIONAMENTO - DEMONSTRAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA, IRRELEVÂNCIA

(Reg. Ac. 467.096). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Apelante: José Fernando Clara de Souza (Defensoria Pública). Apelados: Luciano Souza Pereira (Advas. Dra. Lilia de Sousa Ledo e Dra. Erika Fonseca Mendes) e Antônio Evaristo da Rocha (Advs. Dra. Taciana Nunes de Farias Valadares e Dr. Augusto Santa Cruz Valadares).

Decisão: conhecer. Dar parcial provimento ao recurso. Unânime.

Direito Civil e Processual Civil. Ação ex delicti. Morte do genitor. Indenização por danos morais e materiais. Pensionamento. Dependência econômica e demonstração de auferição de renda. Comprovação. Irrelevância. Presunção. Valor da indenização por danos materiais. Atividade econômica não demonstrada. Família de baixa renda. 2/3 (dois terços) do salário-mínimo. Fixação. Dano moral. Quantum indenizatório. Fixação em primeira instância. Prevalência. 1. É devida pensão por morte ao filho de família de baixa renda, em decorrência da morte do genitor, não sendo exigida, para fins de obtenção desse direito, prova material para comprovação da respectiva dependência econômica, sendo essa, pois, presumida. 2. Mesmo não se comprovando que o falecido genitor exercia atividade remunerada, mas em se tratando de família de baixa renda, é de se ter por viável a indenização por danos materiais. 3. No caso de morte de genitor, a pensão devida ao(s) filho(s) deverá, caso não se comprove o exercício de trabalho remunerado, ser de 2/3 (dois terços) do salário-mínimo, considerando que, quando em vida, a vítima gastaria consigo o valor correspondente a tal diferença. 4. Se o valor da indenização fixado em primeira instância observou os parâmetros referentes à razoabilidade e à proporcionalidade, não há

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razão para que se albergue a pretensão reformatória ostentada no apelo. 5. Recurso conhecido e parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 03 1 011346-4; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 136).

104. CIVIL - DANO MORAL E MATERIAL - SUICÍDIO DE PRESO EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL - DEVER DE GUARDA E VIGI- LÂNCIA DO ESTADO

(Reg. Ac. 467.755). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Apelante: Ygor Durães Campos rep. por Anália Sinara Alves Durães (Defensoria Pública). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Elenauro Batista dos Santos - Procurador do DF).

Decisão: conhecer. Dar parcial provimento ao recurso. Unânime.

Administrativo. Apelação cível. Indenização. Danos morais e materiais. Suicídio de preso em estabelecimento prisional. Nexo causal. Dever de guarda e vigilância do Estado. Possibilidade. Manutenção da integridade física dos detentos. 1. Do Estado exige-se cuidado e vigilância constantes e eficientes daqueles que se encontram encarcerados em estabelecimentos prisionais, a fim de manter sua integridade e incolumidade física. 2. A contribuição da vítima para o evento morte não afasta o nexo causal, muito embora possa repercutir na redução da indenização. 3. Em se tratando do evento morte o sofrimento e o flagelo experimentados repercutem na esfera moral da prole, ensejando o direito à indenização. 4. É evidente a necessidade alimentar tendo em vista a presumida dependência econômica decorrente do poder familiar. 5. Na fixação do quantum relativo à reparação material deve-se considerar o emprego de 1/3 (um terço) dos ganhos que o pai auferiria com gastos pessoais, restando 2/3 (dois terços) para a prole. 6. Recurso parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 043665-3; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 214).

105. CIVIL - DANO MORAL E MATERIAL - PROTESTO INDEVIDO - DÉBITO QUITADO

104 Direito Civil

(Reg. Ac. 469.085). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Apelantes: Banco Sofisa S/A (Advs. Dr. Felipe Affonso Carneiro e outros) e Banco Itaú S/A (Advs. Dra. Estefânia Gonçalves Barbosa Colmanetti e outros). Apelados: os mesmos, Elétrica Luz Ltda. Me (Adva. Dra. Alice Ramos de Moraes Rego) e Trading Light Iluminação e Comércio Ltda. (Advs. Dr. Enrico Francavilla e outros).

Decisão: conhecer, rejeitar a(s) preliminar(es) e a prejudicial e, no mérito, negar provimento, unânime.

Apelação Cível. Ação de indenização de danos materiais e morais. Protesto indevido. Débito quitado. Endosso-mandato do título. Legitimidade do endossante e do mandatário. Prescrição. Demora na citação decorrente de Judiciário. Súmula 106 do STJ. Existência de dano moral. Quantum indenizatório. I - Constatado que o título foi objeto de endosso-mandato, tanto o banco credor, na qualidade de endossante, como o banco mandatário, tem legitimidade para figurar no polo passivo da ação em que se pleiteia a reparação pelos danos morais decorrentes do protesto indevido. II - Afasta-se a prescrição quando verificado que a demora na citação dos réus decorreu de falhas no mecanismo da justiça, a teor do disposto na Súmula nº 106 do STJ. III - O protesto de título já pago configura ato ilícito que, por si só, enseja a indenização por dano moral. IV - O quantum fixado, tendo em vista o seu caráter pedagógico educativo, deve buscar gerar no agente causador efetiva mudança de conduta, e sem ser objeto de enriquecimento ilícito para a vítima. V - Recursos desprovidos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 07 1 015107-4; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 75).

106. CIVIL - DANO MORAL E MATERIAL - TRANSPORTE AÉREO - ATRASO DE VOO DOMÉSTICO - PERDA DE CONEXÃO INTER- NACIONAL

(Reg. Ac. 473.562). Relator: Des. Sérgio Bittencourt. Embargante: Societé Air France (Adv. Dr. Sergio Luiz Silva). Embargadas: Maria Gorete Cosme e Bárbara Cosme Burello rep. por Maria Gorete Cosme (Advs. Dra. Maria Gorete Cosme e Dr. Andre Miranda Burello).

Decisão: negar provimento ao recurso. Unânime.

105 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Civil e Processual Civil. Embargos infringentes. Indenização por danos morais e materiais. Transporte aéreo. Relação de consumo. Atraso. Voo doméstico. Perda de conexão. Danos morais. Há relação de consumo entre a empresa aérea e passageiro de voo internacional. Aplicáveis, portanto, as regras do estatuto consumerista, as quais devem prevalecer sobre as normas da Convenção de Montreal. Constitui falha do prestador serviço de transporte aéreo, e enseja indenização por danos morais, o atraso que implica a perda da conexão com destino internacional, ante a má prestação dos serviços. Fornecedora somente se exime do dever de indenizar caso comprove a ocorrência de caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima, consoante art. 14 do Código de Defesa do Consumidor.

(EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2007 01 1 126870-8; 2ª C. CÍVEL; PUBL. EM 20/01/11; DJ 3, PÁG. 51).

107. CIVIL - DANO MORAL, CABIMENTO - EMPRÉSTIMO FRAUDU- LENTO - PROVENTOS DE APOSENTADORIA

(Reg. Ac. 469.517). Relator Designado: Des. João Egmont. Apelante: Banco Pine S/A (Advs. Dr. Wilton Roveri e outros). Apelado: Odilon de Freitas (Advs. Dr. Nilton Lafuente e Dra. Danielle A. Ferreira).

Decisão: conhecer. Negar provimento, por maioria, vencido o Relator. Redigirá o acórdão o Revisor.

Embargos Infringentes. Empréstimo fraudado. Proventos de aposentadoria. Dano moral. Responsabilidade objetiva da instituição financeira. Código de Defesa do Consumidor. Dano moral. 1 - É fato incontroverso que a aquisição do empréstimo ocorreu de forma fraudulenta, o que privou o aposentado de uma quantia considerável de seus proventos de aposentadoria, isto é, da sua fonte de subsistência. 2. Neste diapasão, se aplica ao caso dos autos o art. 927 do Código Civil, que dispõe de forma clara que “aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. O parágrafo único do referido dispositivo esclarece ainda que “haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor

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do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. 3. Além disto, o Código de Defesa do Consumidor dispõe no art. 14, caput, que cumpre à empresa responder de forma objetiva “pela reparação de danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre a sua fruição e riscos”. 4. Por se tratar de responsabilidade objetiva, cabia ao embargante comprovar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros, conforme disposto no art. 22 do CDC, tarefa da qual não se desincumbiu, respondendo pelos danos advindos de sua conduta. 5. Não resta dúvida que há responsabilidade objetiva do banco no caso dos autos, uma vez que o simples fato de privar um aposentado de boa parte da renda de sua família configura dano moral, pois a ameaça aos meios de subsistência ocasiona em qualquer ser humano uma violação de ordem psíquica e moral. 6. Recurso não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 139136-2; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/12/10; DJ 3, PÁG. 155).

108. CIVIL - DANO MORAL, CONFIGURAÇÃO - TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO JUNTO AO DETRAN, INOCORRÊNCIA - ANTIGO PROPRIETÁRIO, INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA

(Reg. Ac. 462.394). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Apelante: Euclides Pereira dos Santos (Advs. Dr. Antônio Rildo e outros). Apelada: Magnólia Alves de França (Advs. Dr. Amaury Walquer Ramos de Morais - NPJ - Projeção e outros).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Responsabilidade Civil. Dano moral. Ausência de transferência de veículo junto ao DETRAN débito fiscal posterior à tradição. Inscrição do nome do antigo proprietário do automóvel na dívida ativa. Dano moral configurado. Quantum. Critérios de fixação. A inscrição em dívida ativa do nome do antigo proprietário do veículo em face da ausência de providência do comprador para regularizar a documentação junto ao DETRAN/DF, é suficiente para configurar dano moral. Para a fixação do quantum devido a título de danos morais, a jurisprudência pátria tem consagrado a dupla função: compensatória e penalizante, bem assim

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que a referida verba deva ser arbitrada com moderação, evitando o enriquecimento sem causa.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 07 1 012622-3; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 137).

109. CIVIL - DANO MORAL, CONFIGURAÇÃO - OFENSA À HONRA E À IMAGEM - NOTA DE REPÚDIO, DIVULGAÇÃO

(Reg. Ac. 468.045). Relatora Designada: Desa. Nilsoni de Freitas Custódio. Apelantes: Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Advs. Dr. Valerio Alvarenga Monteiro de Castro e outros) e Luis Gustavo Barbosa de Oliveira (Adv. Dr. Jonas Modesto da Cruz). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Rejeitar a preliminar. Dar provimento ao recurso do autor. Negar provimento ao recurso do réu. Por maioria. Redigirá o acórdão a Revisora.

Processo Civil. Civil. Indenização. Danos morais. Agravo retido. Produção de prova. Cerceamento de defesa. Inocorrência. Nota de repúdio a magistrado divulgada em imprensa escrita e televisiva. Ofensa à honra e à imagem do ofendido. Dano moral configurado. Indenização devida. Quantum indenizatório inadequado ao dano sofrido. Majoração devida. 1. O juiz é o destinatário da prova e pode dispensá-la ou usar daquelas de que dispõe se entender suficientes para formar seu convencimento, nos termos do art. 131 do Código de Processo Civil e do art. 93, inc. IX, da Carta Magna. 2. A existência do dano moral restou configurada em razão do abuso praticado no exercício do direito de expressão, impondo-se o dever de indenizar. 3. A indenização deve ser fixada em atenção às circunstâncias específicas do caso, à condição econômico-financeira das partes e à gravidade da repercussão da ofensa, sempre em sintonia com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de forma que seja atendido o caráter compensatório, pedagógico e punitivo da condenação, servindo como desestímulo a práticas da mesma natureza. 5. As circunstâncias do presente caso merecem reparação condizente como os fatos, pois se trata de veiculação na imprensa escrita e televisiva em horário nobre de notícia de conduta desabonadora a magistrado, sugerindo que este atuou fora dos limites estritos da legalidade, de maneira imparcial e movido por sentimentos

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mesquinhos. 6. Recursos conhecidos. Negou-se provimento ao recurso do réu e deu-se provimento ao recurso do autor.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 091804-0; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 173).

110. CIVIL - DANO MORAL, DESCABIMENTO - DISCUSSÃO EM AS- SEMBLEIA DE ASSOCIAÇÃO - TROCA DE OFENSAS

(Reg. Ac. 459.425). Relator: Des. Jair Soares. Apelante: Erivelton Rosa de Jesus Almeida (Adv. Dr. Nelson Tokashike). Apelados: ACS/ASPRA Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do Distrito Federal e João de Deus da Silva Carvalho (Adv. Dr. Valdilene de Lima Moizinho).

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Danos Morais. Ofensa verbal. Discussão em assembleia de associação. Inexistência de intenção de ofender. Discussão em assembleia de associação, em que evidente o conflito de interesses entre os participantes, com troca de acusações, mesmo que ofensivas, mas sem intenção de ofender a honra, não constitui conduta ilícita que causa dano moral passível de reparação. Apelação não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 07 1 024699-3; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 222).

111. CIVIL - DANO MORAL, DESCABIMENTO - ATUAÇÃO PROFIS- SIONAL - IMUNIDADE, CRITÉRIOS - EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO

(Reg. Ac. 468.640). Relator: Des. Jair Soares. Apelante: Wilson Issao Koressawa (Advs. Dr. Marcelo Antônio Rodrigues Viegas e outros). Apelado: Francisco Nunes Dourado Neto (Adv. em causa própria).

Decisão: conhecer. Dar parcial provimento. Unânime.

Danos Morais. Advogado. Atuação profissional. Imunidade. Exercício regular de um direito. Honorários. Montante. 1 - Não causa dano

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moral a atuação de advogado que, em causa própria e em favor de representados, nos limites da lide, atribui conduta delituosa a outra parte, fato que constitui a causa de pedir da pretensão defendida em juízo. 2 - Honorários fixados em valor elevado reclamam redução. 3 - Apelação provida em parte.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 005882-8; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 159).

112. CIVIL - DANO MORAL, REPARAÇÃO - QUEDA EM BUEIRO ABERTO - DISTRITO FEDERAL, RESPONSABILIDADE SUBSI- DIÁRIA - CAESB, RESPONSABILIDADE

(Reg. Ac. 461.983). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelantes: Maria de Fátima Pedrosa de Figueiredo (Advs. Dr. Lécio Márcio Rodrigues de Assis - NPJ - Uniceub e Dr. Rafael Klier da Silva Oliveira - NPJ - Uniceub) e Distrito Federal (Adv. Dr. Rogério Marinho Leite Chaves - Procurador do DF). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecido. Julgou-se prejudicado o recurso da autora. Deu-se provimento ao recurso do réu. Unânime.

Processo Civil. Reparação. Danos morais. Legitimidade passiva. Distrito Federal. I - Conforme estabelecido pelo art. 2° do Decreto-Lei 524/69, a manutenção da rede de esgotos do Distrito Federal compete à CAESB. II - O Estado responde pelos danos causados por empresas estatais apenas subsidiariamente, isto é, na hipótese de exaurimento dos recursos da prestadora de serviços. III - Deu-se provimento ao recurso do réu. Julgou-se prejudicado o recurso da autora.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 001206-2; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 209).

113. CIVIL - DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO - FIAN- ÇA, EXONERAÇÃO - EXCLUSÃO DO SÓCIO FIADOR - COMU- NICAÇÃO AO CREDOR

(Reg. Ac. 469.026). Relator: Des. Sérgio Rocha. Apelante: Banco do Brasil S/A (Advs. Dra. Lílian Mara Ferreira e outros). Apelados: Adélia Lucia do Amaral e

110 Direito Civil

José Alfredo do Amaral (Advs. Dr. José Alfredo do Amaral e Dr. Leandro Oliveira Alves), Maurício Lucio Pereira e Fernando Paulo Pereira.

Decisão: negar provimento. Unânime.

Apelação cível. Ação declaratória de inexistência de débito. Fiança. Pessoa jurídica. Exclusão do sócio fiador. Comunicação ao credor. Exoneração da fiança. Contrato personalíssimo. Nova teoria contratual. Revisão de cláusulas abusivas. Boa-fé objetiva. Função social do contrato. Contrato de adesão. Vulnerabilidade. Dívida posterior à exclusão do sócio fiador. 1. A exclusão do sócio fiador da sociedade opera a exoneração da fiança prestada em razão da participação societária, pois foi comunicado ao credor a alteração do quadro social, sendo presumível o desinteresse no prosseguimento da fiança. 2. É possível a revisão de cláusulas contratuais abusivas com base na moderna teoria contratual, que abandonou o primado do patrimônio e adotou os princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato. 3. É flagrantemente abusiva a cláusula que prevê ser a fiança absoluta, irrevogável, irretratável e incondicional, não comportando qualquer tipo de exoneração, com renúncia aos benefícios dos artigos 827, 830, 834, 835, 837 e 838, todos do Código Civil Brasileiro, bem como a possibilidade de prorrogações automáticas e indefinidas do contrato, ainda que sem anuência do fiador. 4. O contrato de fiança é personalíssimo e se interpreta restritivamente, não sendo razoável o entendimento de que, mesmo após a saída do sócio da sociedade este continua indefinidamente obrigado à fiança que prestou em contrato com prazo de validade. 5. Se o sócio fiador comunicou a sua exclusão da sociedade, não é razoável que continue obrigado pelas dívidas sociais adquiridas quase três anos depois. 6. Tratando-se de contrato de adesão, em que o contratante não pode dispor das cláusulas contratuais, é evidente a vulnerabilidade frente à instituição financeira, ainda que o contratante seja pessoa jurídica. 7. Negou-se provimento ao apelo do réu.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 07 1 001193-8; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 13/12/10; DJ 3, PÁG. 87).

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114. CIVIL - DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO - IPTU/TLP, NÃO PAGAMENTO - PREVISÃO CONTRATUAL, NÃO CUMPRIMEN- TO

(Reg. Ac. 469.611). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelantes: Nei Barbosa Santos, Tais Monteiro Barbosa e Maria Zilda Monteiro Barbosa (Advs. Dr. Rafael Amorim Onuki e Dr. Fabrício Magalhães de Oliveira). Apelado: Eliseu Pereira dos Santos (Adva. Dra. Raquel Pereira Ramos).

Decisão: conhecer. Dar parcial provimento aos recursos dos apelantes. Unânime.

Processual Civil e Civil. Ação de despejo por falta de pagamento. Preliminar de cerceamento de defesa. Rejeição. Não pagamento de IPTU/TLP. Previsão contratual. Inadimplência comprovada. Seguro contra incêndio. Descumprimento contratual. Direito aos valores. Impossibilidade. Art. 940 do CC. Não incidência. Direito sobre o ponto comercial. Impossibilidade. Indenização pelas benfeitorias. Não cabimento. Cláusula contratual. Validade. Litigância de má-fé. Não configuração. Condenação do autor nos ônus da sucumbência. Cabimento. Sentença parcialmente reformada. 1. À luz do disposto nos artigos 130 e 131 do CPC, o juiz é soberano na análise das provas, cabendo a ele a determinação das provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias, para que decida, fundamentadamente, de acordo com a sua convicção. 2. Obrigando-se a locatária ao pagamento do IPTU/TLP, a ausência de comprovação do pagamento, importa em condenação à quitação do débito, não se mostrando plausível a alegação de que não o fez por culpa exclusiva do locador. 3. Embora comprovado o descumprimento contratual relativo a não contratação do seguro contra incêndio por parte da locatária, tal atitude não gera para o locador o direito de receber os valores correspondentes. Se não houve o efetivo desembolso dessas quantias por parte do locador, não se justifica a condenação da locatária em restituí-las, sob pena de enriquecimento indevido, uma vez que não há a possibilidade de pagamento retroativo do seguro. 4. O c. STJ considera possível a aplicação da penalidade estabelecida no art. 940 do Código Civil somente quando demonstrada a conduta maliciosa do credor. 5.

112 Direito Civil

Se a locatária, além de não comprovar efetivamente a compra do ponto comercial, não maneja a devida ação renovatória, incabível se mostra a indenização prevista no § 3º, do art. 52 da Lei 8.245/91. 6. “Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção” Súmula 335 do c. STJ. 7. Não há litigância de má-fé quando a conduta da parte não se amolda a quaisquer das hipóteses exaustivamente previstas no art. 17, incisos I a VII do CPC. 8. Verificado que em relação a dois requeridos, em razão do reconhecimento da ilegitimidade passiva e prescrição, o autor sucumbiu integralmente, impõe-se a condenação deste no pagamento da verba honorária. 8. Recursos conhecidos e providos parcialmente.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 047294-8; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/12/10; DJ 3, PÁG. 82).

115. CIVIL - DIREITO AO SOSSEGO, ASSEGURAMENTO - ÁREA RESIDENCIAL - USO DA PROPRIEDADE VIZINHA, OFENSA - LIBERDADE DE CULTO, CRITÉRIOS

(Reg. Ac. 461.178). Relator Designado: Des. Jair Soares. Agravante: Mitra Arquidiocesana de Brasília (Advs. Dr. Jamile Campelo Gabriel Nunes e outros). Agravados: Eduardo Gurgel de Amaral Valente e Vicente Martins da Costa Júnior (Adv. Dr. Vicente Martins da Costa Júnior).

Decisão: conhecer. Negar provimento, por maioria. Redigirá o acórdão o Primeiro Vogal.

Direito ao Sossego. Área residencial. Uso da propriedade vizinha. Ofensa. O direito ao sossego, a todos assegurado (CC, art. 1.277), impede - sobretudo nas horas de repouso noturno - que o uso da propriedade vizinha, ainda que seja no exercício da liberdade de culto, incomode e traga transtorno ao morador de área residencial. Agravo não provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 013618-9; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/11/10; DJ 3, PÁG. 146).

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116. CIVIL - DIREITO AUTORAL - DIREITOS MORAIS, INTRANS- MISSIBILIDADE - LEI FEDERAL Nº 9.610/98, APLICABILIDADE - DIREITOS PATRIMONIAIS, CRITÉRIOS DE CESSÃO

(Reg. Ac. 475.715). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Apelante: Niki Comercial Ltda. Me (Advs. Dr. Marcelo Luiz Ávila de Bessa e outros). Apelada: Fox Importadora Ltda. (Adv. Dr. Rafael Ferreira de Carvalho).

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Direito Autoral. Lei Federal nº 9.610/98. Danos morais. Intransmissíveis. Danos materiais. Possibilidade de cessão expressa. Nos termos do artigo 27, da Lei Federal nº 9.610/98, “os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis”. Por sua vez, o art. 49, inciso I, da referida lei prevê que os direitos patrimoniais do autor podem ser cedidos, excluindo expressamente, todavia, os direitos de natureza moral da transmissão. Em relação aos danos materiais, o artigo 22, da citada lei, menciona pertencerem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra, ressalvando que, somente em relação a estes há a possibilidade de cessão, desde que exista previsão contratual expressa nesse sentido. Inteligência dos artigos 37, 49 e 50 da Lei nº 9.610/98. Apelação conhecida e não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 133592-3; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 158).

117. CIVIL - DIREITOS AUTORAIS, COBRANÇA - EXPOSIÇÃO AGRO- PECUÁRIA - RECEITA BRUTA OBTIDA, NÃO APRESENTAÇÃO - APURAÇÃO POR ESTIMATIVA, POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 472.052). Relator: Des. Lécio Resende. Apelante: ACP - Associação dos Criadores do Planalto (Advs. Dr. André Marques Cabral e outros). Apelado: ECAD - Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Advas. Dra. Viviane Becker Amaral Nunes e Dra. Tatiane Becker Amaral).

Decisão: conhecer da apelação, não conhecer do agravo retido e negar provimento à apelação, unânime.

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Processual Civil. Civil. Agravo retido. Não conhecimento. Mérito. Cobrança. Direitos autorais. Recurso desprovido. 1. Não se conhece de agravo retido interposto pelo ECAD - Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, eis que ausente o requerimento expresso da parte agravante para sua apreciação. 2. Se o responsável pela realização do evento musical deixa de apresentar o efetivo valor da receita bruta obtida com a realização do show, é possível ao ECAD apresentá-lo por estimativa. 3. Recurso desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 045505-0; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 242).

118. CIVIL - DISSOLUÇÃO DE CONDOMÍNIO - ALIENAÇÃO JUDI- CIAL DE IMÓVEL, POSSIBILIDADE - LOTEAMENTO IRREGULAR

(Reg. Ac. 459.798). Relator: Des. Sérgio Rocha. Apelante: Jadson Nascimento Silva (Advs. Dr. Bruce Flávio de Jesus Gomes - NAJ/Faciplac e outros). Apelada: Marcia Marques de Oliveira (Defensoria Pública).

Decisão: dar provimento ao recurso. Unânime.

Apelação cível. Ação de alienação judicial de imóvel com dissolução de condomínio. Imóvel sito em loteamento irregular. Possibilidade de alienação judicial. 1. É cabível a alienação judicial do imóvel (CPC 1.117), ainda que situado em loteamento irregular, tendo em vista que a jurisprudência dominante do TJDFT admite a sua penhora. 2. Deu-se provimento ao apelo do autor.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 10 1 003973-0; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/11/10; DJ 3, PÁG. 71).

119. CIVIL - DIVÓRCIO - BEM IMÓVEL - CESSÃO DE DIREITOS - PARTILHA, POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 473.580). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Agravante: M. S. C. C. C. (Advs. Dra. Claudia Rejane de Lima e outros). Agravado: S. M. C.

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Decisão: conhecer. Dar provimento ao recurso. Unânime.

Direito Civil e Família. Agravo de instrumento. Divórcio. Partilha de imóvel. Cessão de direitos. Expressão econômica. Direitos possessórios. Partilha. Possibilidade. 1. Bens imóveis adquiridos por cessão de direitos, não obstante traduzirem direitos de ordem pessoal, eis que desprovidos de registro no cartório de imóveis, são dotados de expressão econômica. 2. Provada a aquisição e a posse exercida pelo casal sobre o imóvel cuja partilha se pretende, deve esta ser deferida, outorgando-se metade dos direitos possessórios incidentes sobre o bem para cada parte. 3. Recurso provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 017528-3; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/01/11; DJ 3, PÁG. 110).

120. CIVIL - DIVÓRCIO DIRETO - CÔNJUGE VIRAGO - NOME DE CASADA, MANUTENÇÃO

(Reg. Ac. 466.719). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Apelante: S. M. S. (Defensoria Pública). Apelado: N. H.

Decisão: conhecer. Dar provimento. Unânime.

Civil. Divórcio direto. Cônjuge virago. Pleito de manutenção do nome de casada. Sentença homologatória que altera o patronímico para o de solteira. Equívoco do nobre causídico na elaboração da petição inicial. Ação de retificação. Aplicação dos artigos 1.571, VI, § 2.º e 1578, § 2.º, ambos do Código Civil. Recurso provido. Nos termos do artigo 1.578 do Código Civil “o cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge inocente”, prevendo, ainda, os parágrafos 1.º e 2.º que: “o cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a qualquer momento, ao direito de usar o sobrenome do outro e, nos demais casos, caberá a opção pela conservação do nome de casado.”

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 153414-2; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/12/10; DJ 3, PÁG. 160).

116 Direito Civil

121. CIVIL - DIVÓRCIO DIRETO CONSENSUAL - AUDIÊNCIA DE RA- TIFICAÇÃO, DESNECESSIDADE - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66/2010, APLICABILIDADE

(Reg. Ac. 474.631). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Apelante: MPDF. Apelados: M. F. L. S. e L. C. S. (Defensoria Pública).

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Divórcio Direto Consensual. Separação de fato por mais de dois anos. Prova testemunhal. Sentença homologatória do acordo. Audiência de ratificação. Desnecessidade. Lei nº 11.441/07 e Emenda Constitucional nº 66. I - Já com o advento da Lei nº 11.441/06, que acrescentou o art. 1.124-A ao Código de Processo Civil, possibilitando a separação consensual e o divórcio consensual por escritura pública na via administrativa, tornou-se prescindível a realização de audiência de ratificação, em especial para os casos em que há consenso entre os cônjuges e não há filhos menores envolvidos. Depois da Emenda Constitucional nº 66/2010, é inquestionável que esse procedimento simplesmente não tem mais lugar. II - Recurso desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 07 1 036775-5; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/01/11; DJ 3, PÁG. 85).

122. CIVIL - DOAÇÃO INOFICIOSA, NULIDADE - PROTEÇÃO DA LEGÍTIMA - ALIENAÇÃO GRATUITA

(Reg. Ac. 468.078). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelantes: Jose Aguiar de Souza Cruz e Marilena Benages Gonçalves (Advs. Dr. Oliveira Belchior Ribeiro e outros), Leni dos Reis Silva Lima de Souza Cruz, Oyama Silva de Souza Cruz e Aurelio Silva de Souza Cruz (Adv. Dr. Luiz Carlos de Souza). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer e negar provimento a ambos os recursos, unânime.

Civil. Doação inoficiosa. Nulidade. Proteção da legítima. 1. Consubstanciou-se, no caso vertente, a chamada doação inoficiosa, na medida em que a liberalidade, promovida pelo doador, ultrapassou

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sua metade disponível. A alienação gratuita procedida pelo doador alcançou a metade disponível dos herdeiros necessários, no caso, os descendentes, mostrando-se passível de nulidade por esses, já que detêm a legítima. 2. Apelação e recurso adesivo não providos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 041372-5; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 142).

123. CIVIL - ECAD - DIREITOS AUTORAIS, COBRANÇA - EVENTO MUSICAL - ARTISTAS ESTRANGEIROS

(Reg. Ac. 471.430). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelante: Rafael Reisman Studios (Advs. Dr. James Augusto Siqueira e outros). Apelado: ECAD Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Advs. Dra. Viviane Becker Amaral Nunes e outros).

Decisão: conhecer. Rejeitar as preliminares. Negar provimento ao recurso. Unâ- nime.

Processo Civil e Civil. Ação de cumprimento de obrigação negativa c/c perdas e danos. Direitos autorais. Evento musical. Preliminar de ilegitimidade ativa do ECAD. Artistas estrangeiros. Rejeição. Cerceamento de defesa. Não ocorrência. DJ’s. Alegação de não reprodução de obras musicais. Não comprovação. Base de cálculo. Estimativa. Possibilidade. Sentença mantida. 1. O c. STJ possui posicionamento firmado no sentido de que, em se tratando de artistas estrangeiros, a legislação mais recente manteve a determinação da lei anterior, exigindo prova tão somente do mandato conferido pela associação sediada no exterior à sua representante em âmbito nacional. Precedentes. 2. Ante a ausência de prova contrária, mostram-se suficientes as certidões, que gozam de fé pública, fornecidas pelo 8º Ofício de Registro de Distribuição de Títulos e Documentos, nas quais se confirma a existência de contratos de reciprocidade entre o apelado e os países dos artistas estrangeiros. Preliminar de ilegitimidade rejeitada. 3. À luz do disposto nos artigos 130 e 131 do Código de Processo Civil, o juiz é soberano na análise das provas, cabendo a ele a determinação das provas necessárias à instrução do processo,

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indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias, para que decida, fundamentadamente, de acordo com a sua convicção, não configurando, portanto, cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide quando acostados aos autos os documentos necessários ao deslinde do feito. Preliminar rejeitada. 4. Demonstrado que os débitos cobrados são baseados em relatórios de visitas realizados por técnicos de arrecadação presentes no evento, entre outros documentos suficientes a confirmar a estimativa feita, impõe-se reconhecer a ausência de abusividade na cobrança efetivada. 5. Recurso conhecido e não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 039322-5; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 19/01/11; DJ 3, PÁG. 70).

124. CIVIL - EMANCIPAÇÃO - ENFERMIDADE GRAVE - CURADOR, COMPANHEIRO - PROIBIÇÃO DE APROXIMAÇÃO DO GENI- TOR, POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 468.499). Relator: Des. Lécio Resende. Agravante: I. A. C. (Defensoria Pública). Agravado: P. A. C. (Defensoria Pública).

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Agravo de Instrumento. Estatuto da Criança e do Adolescente. Ação de emancipação. Enfermidade grave. Internação em hospital. Decisão interlocutória. Nomeação de curador. Companheiro. Proibição de aproximação do genitor. Recurso desprovido. Consta da inicial do pedido de emancipação que a autora sempre viveu na companhia de seu tio paterno e da avó paterna, vez que o genitor não quis arcar com seus encargos paternos, bem como que passou a residir companhia de seu namorado. Os médicos, como o namorado da adolescente, temem o contato da mesma com o genitor, em razão do estresse que a mesma pode vir a passar. Foi determinado o encaminhamento dos autos à equipe interprofissional para estudo e apresentação de relatório, a fim de verificar a vida familiar da adolescente, assim como ela é capaz de gerir a própria vida. Se é certo que não se pode negar a um pai o direito de visitar a filha enferma no hospital, por outro lado os autos demonstram que a

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relação da menor com o seu genitor é conflituosa, tanto que ajuizou ação de emancipação, tendo saído de casa e passado a conviver com um servidor público que, depois, foi designado seu curador provisório.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 014660-8; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 139).

125. CIVIL - EMBARGOS INFRINGENTES - PUBLICAÇÃO DE MATÉ- RIA OFENSIVA - DANO MORAL CONFIGURADO

(Reg. Ac. 461.180). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Embargantes: Cristovam Ricardo Cavalcante Buarque e Francisco Domingos dos Santos (Adva. Dra. Licia Juliane de Almeida Paiva). Embargado: Folha da Samambaia Ltda. e Arthur Afonso Herdy de Oliveira (Adv. Dr. Antonio Carlos Fontes Cintra).

Decisão: conhecer. Dar provimento ao recurso. Unânime.

EIC. Responsabilidade civil. Publicação de matéria jornalística reputada ofensiva. Dano moral configurado. Abuso do direito de liberdade de imprensa. Violação a direito personalíssimo. Acusação sem elementos mínimos de verossimilhança. Ato ilícito. Quantum indenizatório. Não se pode considerar como mero exercício do direito de informar reportagens que, além de narrar fatos, emitem juízo de valor depreciativo sobre o ofendido. No caso, sendo os autores adjetivados de “lalaus”, ou seja, desonestos, corruptos e de terem assaltado os cofres de determinada associação revela um juízo de valor de caráter negativo em relação aos fatos que envolvem a acusação, de modo a caracterizar o dano moral.

(EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2002 01 1 046411-2; 2ª C. CÍVEL; PUBL. EM 11/11/10; DJ 3, PÁG. 82).

126. CIVIL - EMBARGOS INFRINGENTES - DIREITOS AUTORAIS - PREÇOS PELA COBRANÇA DA FRUIÇÃO - ECAD, ATRIBUIÇÃO

(Reg. Ac. 474.843). Relator: Des. Antoninho Lopes. Embargante: NET Brasília Ltda. (Advas. Dra. Maria Zuleika de Oliveira Rocha e Dra. Marta Mitico Va- lente). Embargado: ECAD - Escritório Central de Arrecadação e Distribuição

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(Advas. Dra. Karina Helena Callai, Dra. Mara Lúcia Colombo Reginato e Dra. Denise Brandão Ribeiro da Cruz).

Decisão: negou-se provimento. Decisão unânime.

Embargos Infringentes. Preços pela cobrança da fruição de direitos autorais. Atribuição do ECAD. 1. Incumbe ao ECAD, na qualidade de órgão central de arrecadação e distribuição do produto de direitos autorais, fixar o preço pelo aproveitamento econômico de obras intelectuais, formado por associações de titulares dos direitos autorais com vistas a fiscalizar o aproveitamento econômico de suas obras. 2. Embargos infringentes improvidos.

(EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2004 01 1 038409-7; 1ª C. CÍVEL; PUBL. EM 27/01/11; DJ 3, PÁG. 52).

127. CIVIL - EMPREITADA, SUBCONTRATAÇÃO - TOMADORA DE SERVIÇO, RESPONSABILIDADE - DANO MORAL, CARACTERI- ZAÇÃO

(Reg. Ac. 458.807). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelante: Nebrasco S/A Equipamentos e Máquinas (Advs. Dr. Wagner Raimundo de Oliveira Sales e outros). Apelado: CIPLAN - Cimento Planalto S/A (Advs. Dr. Paulo Roberto Roque Antônio Khouri e outros).

Decisão: negar provimento a ambos recursos. Unânime.

Civil e Empresarial. Empreitada. Subcontratação. Responsabilidade da tomadora de serviço quanto aos serviços prestados por subcontratada. Não caracterização de novação ou assunção de dívida. Ilegitimidade e inexigibilidade de duplicatas emitidas pela subcontratada em nome da tomadora. Inexistência da dívida. Apontamento irregular. Dano moral caracterizado. Sentenças mantidas. 1. A duplicata é título cambial causal, de modo que, vinculada à relação jurídica que lhe deu origem, enseja a demonstração da existência de relação contratual na forma da Lei 5.474/68, para que, assim, seja verificado se a dívida ilustrada nas cártulas mencionadas é legítima e exigível. 2. Os pagamentos

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realizados pela tomadora do serviço diretamente à empresa subcontratada em nome da prestadora do serviço, utilizando-se dos créditos que essa última ainda tinha por receber da tomadora não ilustra caso de novação ou assunção de dívida, hábil a caracterizar laço contratual autônomo entre a tomadora e a subcontratada. 3. Inexistindo demonstração de vínculo contratual autônomo, ausente está a responsabilidade da tomadora quanto à dívida representada em duplicatas emitidas pela subcontratada, o que revela que compõe ato ilícito o protesto das cártulas, caracterizando-se como dano moral o apontamento indevido do nome da tomadora em cadastro de proteção ao crédito. 4. Apelações conhecidas às quais se nega provimento.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 06 1 008013-0; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 202).

128. CIVIL - EMPRÉSTIMO BANCÁRIO, NEGATIVA DE CONCESSÃO - DANO MORAL, DESCABIMENTO - EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

(Reg. Ac. 473.509). Relator: Des. Jair Soares. Apelante: Renato Lopes Zaniz (Adv. Dr. Antônio Barbosa da Silva). Apelado: Banco Santander Brasil S.A (Adv. Dr. Osmar Mendes Paixão Côrtes).

Decisão: negou-se provimento. Unânime.

Danos Morais. Exercício regular de direito. Para que exista a obrigação de indenizar por danos morais, imprescindível a existência de conduta ilícita, que não ocorre com aquele que age no exercício regular de um direito, a exemplo da recusa em conceder empréstimo bancário. Apelação não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 07 1 016005-7; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 20/01/11; DJ 3, PÁG. 152).

129. CIVIL - EMPRÉSTIMO FRAUDADO - PROVENTOS DE APO- SENTADORIA - DANO MORAL - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA

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(Reg. Ac. 472.446). Relator Designado: Des. João Egmont. Embargante: Banco Daycoval S/A (Advs. Dr. Bruno Marques Siqueira Mendes, Dr. Fernando de Mattos Faé e outros). Embargado: Alonso Barbosa do Nascimento (Advs. Dr. Nilton Lafuente e Dra. Danielle A. Ferreira).

Decisão: conhecer por unanimidade. Rejeitar por maioria, vencido o Relator. Redigirá o acórdão o Revisor.

Embargos infringentes. Empréstimo fraudado. Proventos de aposentadoria. Dano moral. Responsabilidade objetiva da instituição financeira. Código de Defesa do Consumidor. Dano moral. 1 - É fato incontroverso que a aquisição do empréstimo ocorreu de forma fraudulenta, o que privou o aposentado de uma quantia considerável de seus proventos de aposentadoria, isto é, da sua fonte de subsistência. 2. Neste diapasão, se aplica ao caso dos autos o art. 927 do Código Civil, que dispõe de forma clara que “aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. O parágrafo único do referido dispositivo esclarece ainda que “haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. 3. Além disto, o Código de Defesa do Consumidor dispõe no art. 14, caput, que cumpre à empresa responder de forma objetiva “pela reparação de danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre a sua fruição e riscos”. 4. Por se tratar de responsabilidade objetiva, cabia ao embargante comprovar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros, conforme disposto no art. 22 do CDC, tarefa da qual não se desincumbiu, respondendo pelos danos advindos de sua conduta. 5. Não resta dúvida que há responsabilidade objetiva do banco no caso dos autos, uma vez que o simples fato de privar um aposentado de boa parte da renda de sua família configura dano moral, pois a ameaça aos meios de subsistência ocasiona em qualquer ser humano uma violação de ordem psíquica e moral. 6. Recurso não provido.

(EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2007 01 1 124749-6; 3ª C. CÍVEL; PUBL. EM 17/01/11; DJ 3, PÁG. 46).

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130. CIVIL - ENCARGOS CONDOMINIAIS - PAGAMENTO REALIZA- DO APÓS AJUIZAMENTO DA AÇÃO - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ, CONFIGURAÇÃO

(Reg. Ac. 470.407). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Apelantes: Gilberto Aparecido Rodrigues e Vera Lúcia Zorzeto Rodrigues (Adv. Dr. André Soares). Apelado: Condomínio Edifício Paul Verlaine (Advs. Dra. Regina Célia de Souza e Dr. Flávio Alves de Lima).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Encargos Condominiais. Cobrança indevida. Pagamento realizado após o ajuizamento da ação. Inaplicabilidade do art. 940 do Código Civil. Litigância de má-fé. Configuração. Se por ocasião do ajuizamento da ação de cobrança não havia sido paga a dívida cuja satisfação é perseguida, não há que se falar em cobrança indevida, de forma a legitimar a incidência do art. 940, CC, ainda que o débito tenha sido pago logo após o manejo da demanda. Constatada a violação ao dever de boa-fé - elemento subjetivo - por meio das condutas elencadas nos incs. II e V do art. 17 do CPC, aplica-se a multa de até 1% (um por cento) sobre o valor da causa, prevista no caput do art. 18 do CPC.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 067458-6; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 322).

131. CIVIL - EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS, RETENÇÃO - LO- CATÁRIOS INADIMPLENTES - INDENIZAÇÃO, DESPROVIMEN- TO - APROPRIAÇÃO INDÉBITA, AFASTAMENTO

(Reg. Ac. 471.344). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelantes: Ana Teresa Thompson Vieira e Nikson Nascimento Brito (Adv. Dr. Adelson Viana da Silva). Apelado: Paulo Sérgio Leite de Oliveira (Adv. Dr. João Marconi Oliveira de Melo).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Responsabilidade Civil. Retenção de equipamentos odontológicos. Bens colocados à disposição dos locatários inadimplentes. Inércia

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dos proprietários em reaver os bens. Alegação de exercício arbitrário das próprias razões e apropriação indébita afastada. Sentença mantida. 1. Restando comprovado que o réu transferiu o mobiliário e os equipamentos que guarneciam as salas comerciais alugadas pelos autores para a sua residência para que pudessem ser ocupadas por um novo inquilino, face à inadimplência dos ex-locatários, e que tais bens só não foram resgatados por inércia de seus proprietários, não pode ser acolhida a alegação de que o locador excedeu-se no exercício do seu direito, impondo-se a manutenção da r. sentença que nega provimento ao pedido de indenização. 2. Recurso conhecido e não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 054990-6; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 19/01/11; DJ 3, PÁG. 72).

132. CIVIL - FINATEC - PESQUISADOR BOLSISTA - RESSARCIMENTO AO ERÁRIO, IMPROCEDÊNCIA - ENRIQUECIMENTO INDEVIDO E PREJUÍZO PARA ENTIDADE, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 462.541). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelante: Minis- tério Público do Distrito Federal e Territórios. Apelado: Antônio Manoel Dias Henriques (Advs. Dr. Getúlio Humberto Barbosa de Sá e Dr. Inácio Bento de Loyola Alencastro).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Processo Civil. Ação de ressarcimento. Fundação de empreendimentos científicos e tecnológicos. FINATEC. Ilegitimidade passiva. Pesquisador agraciado com bolsa de pesquisa. Pertinência subjetiva comprovada. Preliminar rejeitada. Prescrição reconhecida de ofício. Afastamento. Ilegalidade na concessão de bolsa de pesquisa pela FINATEC. Não comprovação. Pedido improvido. Sentença mantida. 1. Indiscutível a legitimidade do réu para a presente ação de ressarcimento vez que, segundo a causa de pedir deduzida na inicial, a FINATEC suportou prejuízo em razão da transferência ao mesmo dos recursos relativos à bolsa de pesquisa. 2. A jurisprudência do c. STF firmou entendimento no sentido da imprescritibilidade das ações que têm por objeto o ressarcimento ao Erário, conforme dispõe o art. 37, § 5º, da Constituição Federal. 3. Na hipótese, restou comprovado que o réu tinha capacidade

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técnica para o desenvolvimento do projeto de pesquisa para o qual foi selecionado, recebendo, por intermédio da FINATEC, bolsa cujo valor foi devidamente aprovado por representantes do CNPQ, realizando o trabalho satisfatoriamente, o que autoriza concluir que não houve enriquecimento indevido do réu e prejuízo da entidade encarregada de repassar os recursos pela financiadora dos trabalhos, razão pela qual a improcedência do pedido ressarcitório é medida que se impõe. 4. Recurso conhecido e não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 113141-2; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 19/11/10; DJ 3, PÁG. 101).

133. CIVIL - FURTO DE VEÍCULO EM CONCESSIONÁRIA - VÍCIO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - DANO MATERIAL - DANO MORAL, DESCABIMENTO

(Reg. Ac. 477.961). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelantes: Ana Cláudia Braga da Cunha Santos e Alessandro Teixeira Santos (Advs. Dr. Roberto de Souza Moscoso e outros). Apelados: Fiat Automóveis S/A (Advs. Dr. Adelmo da Silva Emerenciano e outros) e Itália Brasília Veículos Ltda. (Advs. Dra. Adriana Barreto Faleiro Vasconcelos Pessôa e outros).

Decisão: conhecer e dar parcial provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Direito Civil e do Consumidor. Furto de veículo após ter sido deixado em concessionária para primeira manutenção mecânica. Vício na prestação do serviço. Dano material. Gastos. Ressarcimento. Dano moral. Inexistência. Mero dissabor. Indenização. Inviabilidade. Sucumbência recíproca proporcional. Ônus. Distribuição equivalente. Honorários advocatícios. Fixação. Valor da condenação. É dever da empresa fornecedora do produto ou prestadora de serviço se cercar dos cuidados necessários para que não venha a concorrer de forma eficiente na construção de danos. As falhas na prestação do serviço, consubstanciada por danos causados ao bem nas dependências de empresa fornecedora são entendidos como acidentes de consumo, nos termos do disposto no art. 12 do CDC, aplicando-se, por conseguinte, o regramento contido no art. 14 do CDC, respondendo a concessionária

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independentemente de culpa. Assim, tendo o veículo sido furtado nas dependências de concessionária após ali ter sido deixado para sua primeira manutenção mecânica e havendo prova efetiva dos gastos despendidos pelo consumidor com o seu transporte e o de sua família, é devido o ressarcimento desses valores. Tal fato, contudo, por si só, não configura dano moral passível de ensejar o dever de indenizar, se não se implementaram os requisitos que configuram a responsabilidade civil e não houve dor, vexame, transtorno ou sofrimento que fujam à normalidade. O mero dissabor, aborrecimento ou irritação estão fora da esfera do dano moral, não ensejando o direito à indenização, sob pena de se colaborar com a banalização do instituto. Tendo os autores decaído integralmente de um dos pedidos formulados em juízo, não há que se falar em sucumbência mínima, mas de sucumbência recíproca, sendo adequada a sua condenação ao pagamento de metade das custas processuais. Proferida sentença de natureza jurídica condenatória, os honorários advocatícios devem ser fixados consoante o disposto no § 3º do art. 20 do CPC.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 032237-0; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 08/02/11; DJ 3, PÁG. 94).

134. CIVIL - GRAVIDEZ INESPERADA - USO DE ANTICONCEPCIO- NAL - PENSÃO, ESTABELECIMENTO - QUANTUM, ADEQUA- ÇÃO

(Reg. Ac. 466.561). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelantes: União Química Farmacêutica Nacional S/A (Advs. Dr. Irley Carlos Siqueira Quin- tanilha do Nas e Dr. Max Rezende Braga), Azenaide Andrade Mariano e Judá Davi Andrade de Lucena rep. por Azenaide Andrade Mariano (Adv. Dr. Demas Correia Soares). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecido o recurso da ré. Não se conheceu do recurso da autora. Unânime. Deu-se parcial provimento ao recurso da ré, sendo que o relator o fazia em maior extensão.

Civil e Processual Civil. Indenização. Gravidez inesperada. Apelação intempestividade. Utilização de medicamento. Comprovação. Causa de pedir. Perícia. Referência genérica. Fundamento da sentença.

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Impedimento. Inocorrência. Culpa contra legalidade. Concepção. Responsabilidade. Dano moral. Pensão. Quantum. Adequação. I - Segundo a Lei nº 11.419/06 (art. 4º, § 3º), data da publicação é o primeiro dia útil seguinte à disponibilização no DJE. Dessa sorte, se a sentença foi publicada em 22/03/2010, o prazo recursal findou-se em 06/04/2010. Considerando que a apelação foi protocolada em 09/04/2010, o recurso é intempestivo. II - Comprovado que anteriormente ao relatado na inicial o anticoncepcional fora receitado por médico e apenas continuado por enfermeira em programa de saúde pública (art. 11, II, “c” da Lei 7498/86), não se pode ignorar o testemunho dos agentes de saúde como prova de que a autora fazia uso do contraceptivo. III - A referência genérica acerca da eficácia de um medicamento, mediante prova consubstanciada em diversas reprovações no controle de sua qualidade, não tem o condão de limitar a causa de pedir às perícias juntadas à inicial. IV - Nada obstante eventual controvérsia técnica, se há por parte da ré ofensa a norma legal, presume-se tenha agido com culpa. V - Como o aborto é crime, salvo as hipóteses de excludente da ilicitude, infere-se que nascimento significa prosperidade e que nenhuma gravidez é indesejada. Nada obstante, é juridicamente legítimo que o casal escolha, mediante métodos anticoncepcionais prévios à concepção, se e quando terá filho, de sorte que furtar-lhes essa opção enseja dano moral, mormente quando a gravidez, por ser inesperada, ensejou complicações à saúde da gestante e parto prematuro. VI - Na fixação da compensação por dano moral, devem ser levados em consideração, entre outros fatores, proporcionalidade e razoabilidade, as condições das partes envolvidas, a natureza e a extensão do dano, de modo que não seja fixado valor tão grande a ponto de traduzir enriquecimento sem causa, nem tão pequeno que se torne inexpressivo. VII - Quem dá ensejo ao nascimento de uma criança, deve responder pelo seu sustento. Entretanto, tendo em consideração que há famílias inteiras no Brasil que sobrevivem à custa de um salário-mínimo, razoável será a pensão para o filho inesperado estabelecida em dois salários-mínimos por mês até os 21 anos de idade, quando se espera já possa se sustentar por si só. VIII - Deu-se parcial provimento ao recurso da ré. Não se conheceu do recurso da autora.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 04 1 007876-7; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 228).

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135. CIVIL - GUARDA E RESPONSABILIDADE - GUARDA EXCLUSIVA EM FAVOR DA GENITORA - CONDUTA DESREGRADA, NÃO COMPROVAÇÃO - INTERESSE DO MENOR, PREVALÊNCIA

(Reg. Ac. 471.545). Relatora: Desa. Nídia Corrêa Lima. Apelante: O. C. B. (Defensoria Pública). Apelado: M. M. V. (Defensoria Pública).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Civil e Processual Civil. Ação de guarda e responsabilidade. Dever legal de cuidado. Interesse da menor. Relevância. Conduta desregrada. Não comprovação. Manutenção da guarda exclusiva em favor da genitora. Regulamentação de visitas. Alteração. Não cabimento. 1. Nas ações de guarda e responsabilidade, cumpre ao magistrado decidir da forma que melhor atenda ao interesse da infante. 2. Inexistindo prova de conduta desregrada, bem como de maus tratos, a guarda da infante deve permanecer com a genitora, a qual demonstrou possuir boas condições para cuidar adequadamente da filha, que reside em sua companhia desde o nascimento. 3. Não se justifica a mudança na regulamentação de visitas nos moldes estabelecidos na r. Sentença recorrida, eis que não há no conjunto fático-probatório carreado para os autos qualquer elemento que indique que o genitor da infante trabalha nos dias designados para a realização das visitas. 4. Recurso conhecido e não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 03 1 007153-4; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 94).

136. CIVIL - IMISSÃO NA POSSE - TRANSFERÊNCIA DE BENS MÓ- VEIS - INDIVIDUALIZAÇÃO FÍSICA DA ÁREA, NECESSIDADE

(Reg. Ac. 475.596). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Agravantes: Ubirajane Santos de Andrade e Riacho Doce Balneário e Estância de Montaria Ltda. (Adv. Dr. Sérgio Luiz Oliveira de Moraes). Agravados: NO- VACAP Companhia Urbanizadora da Nova Capital, TERRACAP Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dr. Carlos Henrique Ferreira Alencar e outros).

Decisão: deu-se provimento. Unânime.

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Agravo de Instrumento. Imissão na posse. Transferência de bens móveis. Responsabilidade. Necessidade de individualização física da área. Não se afigura razoável impor à proprietária da terra o ônus de disponibilizar local para guardar todos os bens móveis localizados na área a ser imitida. Portanto, a disponibilização de local para transferência dos bens deverá ocorrer a expensas dos seus proprietários desses bens. Ressalte-se que a diligência a ser empreendida não configura cumprimento de medida liminar, tampouco de penhora dos bens, mas sim de imissão de posse da proprietária em caráter definitivo, motivo pelo qual a retirada dos bens móveis e semoventes que existem no local será permanente. O mandado de imissão na posse fica suspenso enquanto não houver a individualização física da área a ser imitida. Agravos de instrumento conhecidos e providos.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 014272-8; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 145).

137. CIVIL - IMÓVEL PÚBLICO - DIREITO REAL DE USO, CONCESSÃO - ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, ACOLHIMENTO

(Reg. Ac. 475.817). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelantes: TERRACAP - Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dra. Mariana Bontempo Bastos, Dra. Nadya Diniz Fontes e outros), Companhia Brasileira de Distribuição (Advs. Dr. Osmar Mendes Paixão Côrtes e outros) e Marcus Vinicius Souza Viana (Adv. Dr. Eduardo D’albuquerque Augusto). Apelados: os mesmos e Paulo Tadeu Vale da Silva (Adva. Dra. Aline Ramos Ribeiro).

Decisão: instaurar o incidente de inconstitucionalidade, suscitado de ofício, unânime.

Ação Popular. Bem público. Imóvel. Concessão de direito real de uso. Opção de compra. PRO-DF. Lei 2.427/99. Arguição de inconstitucionalidade. Acolhimento. Por ser indispensável para o julgamento da validade do contrato de cessão de direito real de uso de bem público, realizado segundo o procedimento previsto na lei de regência do PRO-DF (Lei 2.427/99), acolhe-se a arguição de inconstitucionalidade suscitada pelo Ministério Público relativa aos artigos 11 e 12 da referida legislação.

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(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2001 01 1 102555-7; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/02/11; DJ 3, PÁG. 71).

138. CIVIL - INDENIZATÓRIA - QUEDA EM ÔNIBUS - IMPRUDÊNCIA DO MOTORISTA

(Reg. Ac. 468.032). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelantes: Maria de Lourdes Leonias Guimaraes (Advs. Dra. Nelma Lucia de Franca Moura - NPJ - Uniceub, Dra. Haiana Dias dos Santos - NPJ - Uniceub e Dr. Vanderson Teixeira de Amorim - NPJ - Uniceub) e Viplan Viação Planalto Ltda. (Advs. Dra. Viviane Kaliny Lopes de Souza e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso da autora. Dar parcial provimento ao recurso da ré. Unânime.

Consumidor. Ação indenizatória. Acidente em veículo de transporte coletivo. Queda da passageira por imprudência do motorista. Submissão da vítima à intervenção cirúrgica e sessões de fisioterapia. Dano moral configurado. Quantum indenizatório. Manutenção. Indenização do seguro DPVAT. Abatimento. Possibilidade (Súmula 246 do STJ). Sentença parcialmente reformada. 1. Indiscutível o abalo moral sofrido pela vítima, vez que o acidente fez com que fosse submetida a doloroso tratamento iniciado com uma intervenção cirúrgica e concluído com sessões de fisioterapia e uso de fortes medicamentos, mormente se considerada a sua idade à época do acidente, qual seja, sessenta e um anos. 2. O dano moral está ínsito na ilicitude do ato praticado, decorre da gravidade do ilícito em si, sendo desnecessária sua efetiva demonstração. In casu, o dano moral existe in re ipsa. 3. Deve-se observar, na fixação do valor da indenização por dano moral, o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, de forma que a soma não seja tão grande que se converta em fonte de enriquecimento, nem tão pequena que se torne inexpressiva. Atendido os critérios para tal mister, mantém-se o quantum fixado a este título. 4. Admissível a dedução do valor correspondente ao seguro obrigatório - DPVAT sobre o valor arbitrado a título de danos morais. Súmula nº 246, do STJ. 5. Recurso da autora conhecido e improvido. Recurso da ré conhecido e parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 154194-9; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 219).

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139. CIVIL - INDENIZATÓRIA, DESPROVIMENTO - CAMPANHA ELEITORAL - UTILIZAÇÃO INDEVIDA DE SLOGAN, NÃO COM- PROVAÇÃO

(Reg. Ac. 463.253). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelantes: Hilda Cipriano de Acacio Me e Jose Araujo Wagner (Advs. Dr. Eduardo Marcos de Almeida e outros). Apelados: Partido Comunista do Brasil PCDOB (Advs. Dr. Luis Carlos B de Oliveira Alcoforado e outros), João Cerqueira de Santana Filho e Polis Propaganda e Marketing Ltda. (Advs. Dra. Rayanna Werneck, Dr. Marcio Luiz Silva e outros), Partido dos Trabalhadores PT (Adv. Dr. Luiz José Bueno de Aguiar), Luiz Inácio Lula da Silva e Partido Republicano do Brasil PRB.

Decisão: conhecer. Agravo retido improvido. Rejeitada a preliminar. Negar pro- vimento. Unânime.

Processual Civil. Agravo retido. Inclusão no polo passivo do candidato à Presidência da República em 2006. Ilegitimidade passiva. Recurso improvido. Nulidade da sentença. Cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. Civil. Ação indenizatória. Utilização indevida de slogan na campanha eleitoral de 2006. Não comprovação. Sentença mantida. 1. Cuida-se de ação indenizatória em que os autores alegam que os réus fizeram uso indevido de slogan por eles criado para a campanha eleitoral de 2006. 2. A conduta ilícita objeto do feito deve ser imputada apenas ao partido político que contratou os responsáveis pelo desenvolvimento do material publicitário, vez que o candidato, mesmo ciente da contratação, não tem ingerência neste aspecto da campanha, razão pela qual patente é a sua ilegitimidade passiva para a presente ação indenizatória. 3. O depósito de compact disc - cd em cartório não cerceia a defesa das partes, vez que não impede o acesso do julgador à prova. 4. Restando comprovado que os autores não criaram o slogan utilizado na campanha eleitoral para presidente da república de 2006, e que o mesmo constitui adaptação de um ditado popular que está sob o domínio público, havendo inclusive sido utilizado em campanha anterior, impõe-se a rejeição do pleito indenizatório. 5. Nas causas em que não houver condenação, a verba honorária deve guardar justa proporção com os parâmetros previstos nas alíneas “a”, “b” e “c”, do § 3º, art. 20, CPC. Nestes termos, em

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caso de improcedência do pedido, aplica-se, quanto aos honorários, o critério estabelecido no art. 20, § 4º, do CPC, razão pela qual o seu valor é fixado consoante apreciação eqüitativa do juiz, que levará em conta o grau de zelo profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 6. No caso em apreciação, e em observância aos critérios norteadores para a fixação da sucumbência, impõe-se a manutenção da verba honorária fixada pelo juízo singular. 7. Agravo retido conhecido e improvido. Apelação cível conhecida e improvida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 046807-5; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 182).

140. CIVIL - INDENIZAÇÃO - CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO - CONS- TRUTORA, DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO

(Reg. Ac. 467.692). Relatora Designada: Desa. Nídia Corrêa Lima. Apelantes: Mater Engenharia Ltda. (Adv. Dr. Dilson Carvalho da Cunha), José Luiz Mar- tins Spino e Marse Amaral Spino (Advs. Dr. Luiz Antonio Muniz Machado e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer, negar provimento ao recurso da ré e dar provimento ao recurso adesivo, por maioria, vencido o Relator. Redigirá o acórdão a Revisora.

Civil e Processual Civil. Ação de indenização. Construção de edifício. Descumprimento da obrigação por parte da construtora. Prejuízo demonstrado. Indenização por danos materiais. Cabimento. Multa contratual. Novação. Modificação do valor da multa. 1. Verificado que houve efetivo descumprimento contratual por parte da construtora ré, que motivou a contratação de outra empresa para concluir a edificação do empreendimento imobiliário, tem-se por cabível a indenização pelos prejuízos materiais experimentados pelos proprietários de unidades autônomas, bem como a incidência da multa convencionada pelas partes. 2. Tendo em vista que as partes, após a celebração do negócio jurídico, promoveram a alteração do valor da multa pelo descumprimento de obrigações contratuais, mediante escritura pública, impõe-se reconhecer que houve

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novação, de forma a impor a observância do último valor pactuado. 3. Apelação cível interposta pela ré conhecida e não provida. Recurso adesivo interposto pelos autores conhecido e provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 057540-9; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 210).

141. CIVIL - INTERDITO PROIBITÓRIO - BEM PÚBLICO NÃO AFE- TADO - DISPUTA ENTRE PARTICULARES

(Reg. Ac. 460.235). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: Francisco Soares de Araújo (Advs. Dr. Natanael Antônio de Oliveira e Dr. Wolmer Antônio de Oliveira). Apelados: Gilmar Pereira da Costa, Rosival Rodrigues Ribeiro, Wander Rolse Pereira de Assunção e Márcio Simões (Advs. Dr. Emiliano Cândido Póvoa e outros).

Decisão: conhecer e dar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Civil e Processual Civil. Ação de interdito proibitório. Disputa possessória entre particulares envolvendo bem público não afetado a qualquer finalidade pública. Critério funcional. Direito à proteção possessória. Necessidade de dilação probatória. 1. O critério para saber se o particular ocupante de área pública faz jus à proteção possessória é um critério funcional: em se tratando de bens afetados a uma finalidade pública - bens de uso comum do povo e bens de uso especial -, o particular ocupante da área não poderá se valer das ações possessórias, inclusive contra outro particular; sob outro ângulo, constituindo o bem público objeto da disputa possessória um bem dominical, assim entendido as terras sem destinação pública específica, possível ao particular deduzir pleito de proteção possessória contra outro particular, como no caso em análise. 2. Recurso apelatório provido para tornar sem efeito a sentença recorrida, reconhecendo a admissibilidade da ação possessória. Ato contínuo, o feito deverá retornar à origem para o seu regular processamento.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 008636-5; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 146).

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142. CIVIL - INTERDITO PROIBITÓRIO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE - IMÓVEL RURAL ARRENDADO PELA TERRACAP - COMODA- TO - ESBULHO, CARACTERIZAÇÃO

(Reg. Ac. 475.717). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Ape- lantes: Geraldo Vilela Couto e Farm’s House Agropecuária Ltda. (Advs. Dr. Emiliano Cândido Póvoa e outros). Apelados: Júlio César Lacerda Júnior e Renato Constantino Bressan (Advs. Dr. Pedro Calmon Mendes e outros).

Decisão: conhecido. Deu-se provimento. Unânime.

Processo Civil e Civil. Interdito proibitório e reintegração de posse. Imóvel rural arrendado pela TERRACAP. Comodato. Permanência com animus domini. Notificação. Esbulho caracterizado. O art. 1.196 do Código Civil atual define o possuidor como sendo “todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”. A proteção possessória consiste no consentimento de meios de defesa da situação de fato, que aparenta ser uma exteriorização do domínio. Para facilitar a defesa de seu domínio, a lei confere proteção ao proprietário ou possuidor, desde que provem estarem ou que estavam na posse da coisa, e que foram esbulhados ou estejam sendo perturbados. Tratando-se de posse indireta exercida por pessoa jurídica que arrendou o imóvel rural, junto aos órgãos públicos, conta esta com o melhor título a comprovar a posse. Assim, no momento em que os ocupantes, a título gracioso, concedido por parte da pessoa jurídica, são notificados a desocuparem a área por esta arrendada, e não o fazem, perde a posse o caráter de boa-fé, presumindo- se que aqueles já não ignoravam que possuíam indevidamente a coisa. Configurado o esbulho, a procedência do pedido em ação reintegratória é medida que se impõe. Recursos conhecidos e providos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 012727-7; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 181).

143. CIVIL - INVENTÁRIO - CRÉDITO TRABALHISTA, HABILITA- ÇÃO - PATRIMÔNIO DA PESSOA NATURAL E DA JURÍDICA, CONFUSÃO

(Reg. Ac. 476.523). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Apelante: E. J. F. G. (Advs. Dr. Lycurgo Leite Neto e outros). Apelado: I. L. R. T. (Advs. Dr. Raimundo Borges Pereira e Dr. Secundo Valdevino Alves Jardim).

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Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Direito Civil. Inventário. Habilitação de crédito trabalhista. Empresa devedora. Individual. Patrimônio. Confusão. 1. Não há que se falar em separação entre o patrimônio da pessoa jurídica com o da pessoa natural, se a esta última tinham sido transferidas todas as cotas de titularidade da outra única sócia, havendo deixado, portanto, de se tratar de empresa de sociedade limitada para se transformar em empresa individual. 2. Apelação conhecida e desprovida. Sentença prestigiada.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 07 1 008809-0; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/02/11; DJ 3, PÁG. 78).

144. CIVIL - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - ALIMENTOS - EXAME DE DNA, NÃO COMPARECIMENTO - PATERNIDADE, PRESUNÇÃO

(Reg. Ac. 469.680). Relator: Des. Lécio Resende. Apelante: R. P. S. J. (Defensoria Pública). Apelado: MPDFT.

Decisão: conhecer e negar provimento, unânime.

Família. Investigação de paternidade. Alimentos. Não comparecimento ao exame de DNA previamente designado. Paternidade presumida. Recurso desprovido. 1. O réu, que se compromete ao pagamento e submissão ao exame de DNA, mas não comparece ao laboratório para realização do exame, deve ver decretada contra si a paternidade do filho que pleiteia o reconhecimento, assim como deve ser condenado ao pagamento de alimentos. 2. Recurso desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 09 1 009430-7; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 77).

145. CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA - OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA - ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE TRANSIÇÃO, REVOGAÇÃO - ALVARÁ DEFINITIVO, DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO

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(Reg. Ac. 460.059). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Agravante: Cult Café Ltda. (Advs. Dr. Raul Canal e outros). Agravado: Distrito Federal (Adva. Dra. Ana Lúcia de Lima Costa - Procuradora do DF).

Decisão: negar provimento. Decisão por maioria.

Agravo de Instrumento. Mandado de segurança. Ocupação de área pública. Auto de interdição. Alvará de funcionamento de transição revogado. Lei 4.201/08. Inconstitucionalidade. Ausência de verossimilhança. Concessão de alvará definitivo. Discricionariedade da Administração Pública. Direito líquido e certo inexistente. Recurso desprovido. I - Declarada a inconstitucionalidade de ato normativo distrital que possibilitava a concessão de alvará de funcionamento provisório para o exercício de atividades incompatíveis com o plano diretor do Distrito Federal, não se vislumbra in limine qualquer ilegalidade ou abusividade no ato de revogação da licença pelo Poder Público. II - Por se tratar de ato manifestamente discricionário, e decorrente do regular exercício do Poder de Polícia, a Administração Pública não está obrigada a conceder alvará de funcionamento para o uso de área pública, inexistindo direito líquido e certo à sua concessão constatável de plano, não se podendo, em face disso, deferir liminar que resguarde tal intento. III - Recurso desprovido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 009549-1; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 85).

146. CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA - APLICAÇÕES FINANCEI- RAS ARRESTADAS - LIBERAÇÃO DE PARTE PARA PAGAMENTO DE IMPOSTOS, POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 469.046). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Impetrante: E. C. L. (Advs. Dr. Pedro Ivo Rodrigues Velloso Cordeiro e outros). Informante: J. D. V. C. B. D.

Decisão: concedeu-se a segurança nos termos do voto do Relator. Unânime. Votou o presidente.

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Mandado de Segurança. Bens móveis (aplicações financeiras) sob arresto judicial. Liberação de parcela para pagamento de impostos. Possibilidade. 1. O pedido do impetrante, consistente em parte de liberação de valores arrestados, para os fins de pagamento de impostos deles decorrentes, se insere no que a doutrina denomina de “reserva de manutenção”, prevista nas disposições dos artigos 137, parágrafo 2º, e 139, do Código de Processo Penal. Estas últimas disposições remetem o depósito e administração dos bens apreendidos ao regime do processo civil. Logo, o pagamento dos impostos é uma imposição legal, pois o depositário ou administrador tem o dever de zelar pela conservação das aplicações financeiras; e, nestas estão inseridas as responsabilidades pelo pagamento dos impostos. 2. Concedida a ordem.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 011753-3; C. CRIMINAL; PUBL. EM 13/12/10; DJ 3, PÁG. 54).

147. CIVIL - MANDATO PARA TRANSFERÊNCIA DE IMÓVEL - INTER- DIÇÃO DE UM DOS MANDATÁRIOS - EFEITOS DO MANDATO, CESSAÇÃO

(Reg. Ac. 474.228). Relator: Des. Esdras Neves. Apelante: Antônia Vaz de Aguiar Calixto (Adva. Dra. Otanylda Tavares Badú de Oliveira).

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Direito Civil. Mandato outorgado para a transferência de imóvel. Superveniente interdição de um dos mandatários antes da transferência dos direitos. Cessação dos efeitos do mandato. Incompetência do Juiz da Vara de Registros Públicos para decidir a contenda. Possibilidade de suprimento de consentimento do interditado na Vara de Família ou de adjudicação compulsória na Vara Cível. Interditado um dos outorgantes de procuração lavrada para a transferência de imóvel, quer seja a procuração in rem suam ou não, cessam os poderes por ela outorgados, a teor do art. 682, inciso IV, do Código Civil. Não se insere na competência do Juiz da Vara de Registros Públicos restabelecer poderes de procuração extintos em razão de interdição do outorgante. Para a transferência do imóvel, todavia, ainda restam ao antigo mandatário

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o caminho do suprimento do consentimento do interditado, na vara de família (o curador se manifesta), ou da adjudicação compulsória, na Vara Cível. Recurso improvido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 109082-9; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/01/11; DJ 3, PÁG. 89).

148. CIVIL - MANUTENÇÃO DE POSSE - REQUISITOS DO ART. 927 DO CPC, COMPROVAÇÃO - ESCRITURA PÚBLICA, APRESEN- TAÇÃO

(Reg. Ac. 469.868). Relator: Des. João Batista Teixeira. Apelantes: CAESB - Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Advs. Dra. Graciela Renata Ribeiro e outros) e TERRACAP - Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dra. Vivian Vitali Mendes Rocha e outros). Apelados: os mesmos e José Carlos Moreno (Advs. Dr. Luiz Gonzaga Leite Silva e outros).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Civil. Processo civil. Ação de manutenção de posse. Requisitos do artigo 927 do CPC comprovados. Manutenção de posse que se impõe. 01. Na ação de manutenção de posse, logrando o autor demonstrar a ocorrência dos requisitos especificados pelo artigo 927 do Código de Processo Civil, quais sejam a posse exercida sobre o imóvel objeto do litígio, a ocorrência de turbação e a perda da posse em razão de ato praticado pelo demandado, a procedência do pedido de manutenção do demandante na posse do imóvel é a natural consequência que se impõe. 02. Recursos conhecidos e desprovidos, sentença mantida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2001 01 1 021312-5; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 59).

149. CIVIL - NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA E DEMARCAÇÃO, CUMU- LAÇÃO - REQUISITOS, NÃO PREENCHIMENTO - PEDIDO DE CONVERSÃO PARA O RITO ORDINÁRIO, INEXISTÊNCIA

(Reg. Ac. 461.999). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelante: Imaculada Conceição Almeida Santos (Adva. Dra. Lilian Beatriz Fidelis Maya). Apelado: Condomínio Residencial Mansões Itaipú (Adv. Dr. Ednilson Paula Melo).

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Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Processual Civil. Nunciação de obra nova. Demarcação. Cumulação. Possibilidade. Requisitos. Não preenchimento. Tutela. Limitação. I - Os requisitos de admissibilidade da cumulação são que os pedidos sejam compatíveis entre si, que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo e que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento, admitindo-se a cumulação ainda se o autor empregar o procedimento ordinário quando para cada pedido corresponder tipo diverso de procedimento (art. 292 do CPC). II - A tutela da nunciação de obra nova, sendo inibitória, tem objeto limitado à reconstituição, modificação ou demolição de algo (art. 936, I do CPC), o que não alcança o restabelecimento de limites físicos de propriedades, porquanto solucionável mediante ações de procedimento próprio, quais sejam, de divisão e da demarcação de terras particulares. III - Enquanto a nunciação admite até confissão ficta, por força dos artigos 939 c/c 803 do CPC, na demarcação é imprescindível, ante possibilidade de interferência no direito de terceiros, perícia (art. 956 do CPC, de ofício) para estabelecer um “antes” e um “depois” que, podendo ser comparados, permitam dar pela procedência ou não do pedido. IV - Caso empregado um único procedimento de rito não-ordinário pelo autor para pedidos de nunciação e de demarcação, não havendo pedido de conversão para o rito ordinário em momento nenhum do processo, a inicial sequer poderia ter sido deferida em relação ao pedido a que corresponde procedimento diverso do eleito. V - Negou-se provimento ao recurso.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 08 1 007537-0; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 208).

150. CIVIL - OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA - PODER FAMILIAR - DEVER DE SUSTENTO, CRITÉRIOS - ABUSO DE DIREITO, VEDAÇÃO

(Reg. Ac. 459.373). Relator: Des. Sérgio Bittencourt. Apelante: F. A. M. (Advs. Dr. João Marcos de Werneck Farage e outros). Apelado: C. A. M. (Advs. Dr. José Carlos Alves de Oliveira e Dra. Luciana Ribeiro Melo de Moraes).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

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Direito Civil. Embargos à execução. Obrigação alimentícia. Poder familiar. Dever de sustento. Prestação in natura. Alimentos civis. Manutenção da condição social. Vedação ao abuso de direito. Sentença mantida in totum. 1. Os alimentos civis, devidos em razão do dever de sustento - poder familiar -, nos termos do caput do art. 1.694 do Código Civil, devem ser os necessários para que o alimentando viva de modo compatível com a sua condição social, mantendo o status da família, além de abranger as necessidades primárias da vida referentes a todo ser humano (alimentação, vestuário, saúde, habitação etc.). 2. O termo jurídico “condição social”, previsto no caput do art. 1.694 do Código Civil é uma cláusula geral - não definida quanto à sua extensão pelo legislador -, competindo ao julgador, in casu, dar o seu verdadeiro significado e alcance, que, com certeza, não poderá ser invocado para que o alimentado leve uma vida de luxo, ostentação e gastos supérfluos por conta do alimentante. 3. Nos termos do art. 187 do Código Civil age com abuso de direito aquele que, ao exercê-lo excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Excedem os fins sociais dos alimentos, devidos em razão do poder familiar, os pleiteados em desconformidade aos que usualmente são pagos a título de gastos com a educação e tratamento médico-hospitalares. 4. Apelo desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 010655-4; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 172).

151. CIVIL - OBRIGAÇÃO DE ALIMENTOS - FIXAÇÃO EM PATAMAR IRRISÓRIO, REJEIÇÃO - PENSÃO, REDUÇÃO PONDERADA

(Reg. Ac. 478.425). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: C. G. L. (Advs. Dr. Frederico Pinto Cunha e Dr. Leonardo Fabricio de Resende). Apelado: A. G. L. rep. por G. G. M. F. (Adv. Dr. Jésio Adriano Fialho).

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Direito Civil. Família. Obrigação de alimentos. Necessidade- possibilidade. Desproporcionalidade. Redução ponderada da pensão. 1. O pedido de redução da pensão alimentícia remete à análise da modificação do binômio necessidade-possibilidade, a

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teor do disposto no § 2º do art. 1.694, combinado com o art. 1699, ambos do Código Civil. 2. Cumpre ao magistrado, atento às balizas da prudência e do bom senso, considerar a situação econômica das partes, de forma a averiguar a real possibilidade do alimentante e a necessidade do alimentando, bem como se houve alteração nesses parâmetros, observando, sempre, o princípio da proporcionalidade. 3. Embora não haja regra matemática preestabelecida, rejeita- se o pedido de fixação da verba alimentar em patamar irrisório, impróprio para suprir as exigências vitais do alimentando, bem assim o pleito de valor excessivo, capaz de levar o obrigado à situação de penúria. 4. No presente conjunto probatório, não se encontram dados que justifiquem redução da prestação alimentícia ainda maior que a deferida pela r. sentença vergastada. 5. Recurso não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 195739-9; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/02/11; DJ 3, PÁG. 85).

152. CIVIL - OCUPAÇÃO IRREGULAR - DEMOLIÇÃO, LEGITIMIDA- DE - INDENIZAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 473.499). Relator: Des. Jair Soares. Apelantes: Anastácio Pereira da Silva, Antônio Carlos do Nascimento, Arnaldo Magalhães dos Santos, Carlito Estanislau de Oliveira, Edson Carlos Vieira, Giuvan Vieira dos San- tos, Hamilton Alves dos Santos, Isalberto Silva Assunção, João Aparecido Herculano, João Soares da Silva Filho, Joveni Gonsalves de Siqueira Leite, José Laluce, José Pedro da Silva, Manoel Henrique do Nascimento, Maria Barros da Silva, Mariene de Freitas, Nilza Ferreira Lima da Silva, Railda Garcia Silva, Ricardo Rodrigues da Silva, Severo Ferreira Filho e Simão Alves de Oliveira (Adv. Dr. Francisco Pereira Serpa). Apelado: Distrito Federal (Adva. Dra. Cláudia do Amaral Furquim - Procuradora do DF).

Decisão: rejeitada a preliminar. Negou-se provimento. Unânime.

Área Pública. Ocupação irregular. Indenização. Impossibilidade. Demolição. 1 - A competência da Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal se restringe aos feitos que versem sobre o meio ambiente natural,

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urbano e cultural, inclusive as questões relacionadas à ocupação do solo urbano ou rural e ao parcelamento do solo para fins urbanos, dentre as quais não se compreende ação que se postula indenização por benfeitorias erigidas em área pública. 2 - O poder de fato sobre área pública se faz por mera tolerância do Poder Público, titular do domínio. Irrelevante a boa ou má-fé do ocupante. Caracteriza, a ocupação, simples detenção, não passível de se lhe estenderem os efeitos da posse, entre eles a proteção dos interditos e a indenização por benfeitorias. 3 - Obras, em área urbana ou rural do Distrito Federal, só podem ser iniciadas após expedida licença de construção (Lei Distrital 2.105/98, art. 51) que, inexistente, torna legítima a ação da Administração Pública, demolindo a construção irregular, máxime se se trata de gleba pertencente ao domínio público. 4 - Apelação não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 021635-8; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 20/01/11; DJ 3, PÁG. 148).

153. CIVIL - OFERTA DE ALIMENTOS, FIXAÇÃO A MENOR - JUL- GAMENTO EXTRA PETITA, NÃO CONFIGURAÇÃO - BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE, OBSERVÂNCIA

(Reg. Ac. 470.798). Relator: Des. João Batista Teixeira. Apelante: H. Q. D. L. (Defensoria Pública). Apelado: J. D. Q. rep. por K. D. C. (Adv. Dr. Thamara Kyth).

Decisão: conhecer. Preliminar rejeitada. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Civil e Processo Civil. Oferta de alimentos. Fixação a menor. Julgamento extra petita. Não configurado. Binômio necessidade- possibilidade. Sentença mantida. 1. As decisões judiciais devem se vincular ao pedido inicial, entretanto, o julgador não está adstrito a conceder a quantia alimentícia ofertada pelo requerente, podendo fixá-la em valor diverso, valendo-se da ponderação, sem que isso acarrete julgamento extra petita. 2. A pensão alimentícia se apresenta subordinada à necessidade do alimentando e à capacidade econômica do alimentante. De conformidade com o § 1º do art. 1.694, do Código Civil, os alimentos devem ser fixados na proporção

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das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. 3. Recurso conhecido e desprovido. Sentença mantida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 06 1 012301-7; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 95).

154. CIVIL - OMISSÃO DO ESTADO, INOCORRÊNCIA - CESÁREA EM HOSPITAL PARTICULAR, OPÇÃO - INTERNAÇÃO DO RECÉM- -NASCIDO EM UTI, NECESSIDADE - TRANSFERÊNCIA PARA HOSPITAL PÚBLICO, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 467.337). Relator: Des. Cruz Macedo. Apelante: Karolina da Silva Oliveira (Adv. Dr. Heilonn de Sousa Melo). Apelados: Distrito Federal (Adv. Dr. Cláudio Fernando Eira de Aquino - Procurador do DF) e Hospital Santa Luzia (Advs. Dra. Tissiana Carvalho Badaró Barbosa e outros).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Civil e Processo Civil. Paciente internada por opção em hospital particular para realização de cesárea. Necessidade internação da recém- nascida em UTI neonatal. Impossibilidade de transferência da criança para hospital público. Alto custo do tratamento. Não configuração de omissão do Estado. Não há falar em responsabilidade do Distrito Federal pelo pagamento das despesas médicas. 1 - Tendo a parturiente optado em dar à luz em hospital particular, o Distrito Federal não pode ser responsabilizado pelo pagamento das despesas médicas decorrentes da internação da recém-nascida em UTI neonatal, eis que não houve negativa de atendimento médico e tampouco restou configurada omissão do ente público na prestação do serviço. 2 - Recurso não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 069039-4; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 167).

155. CIVIL - PENSÃO ALIMENTÍCIA - RETENÇÃO DE VALORES - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, CONDUTA ILÍCITA

(Reg. Ac. 458.863). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelante: Banco do Brasil S/A (Adv. Dr. Irandi de Paula Machado). Apelados: Paulo Victor Silva

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Nascimento e Felipe Fontinelle Silva Nascimento rep. por Edileusa Pires da Silva (Defensoria Pública).

Decisão: negar provimento ao recurso. Unânime.

Ação de Restituição. Retenção de valores destinados à pensão alimentícia. Exercício regular de um direito. Impossibilidade. Prevalência do direito aos alimentos. Recurso não provido. 1. Estabelece o Código Civil, em seu artigo 1.707, que é vedado ao credor renunciar o direito aos alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. 2. É ilícita a conduta da instituição financeira que retém valores recebidos em conta-corrente, a título de pensão alimentícia, para compensar empréstimo bancário contraído pela genitora dos requerentes. 3. A importância arbitrada a título de danos morais encontra-se em consonância com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, merecendo ser mantida. 4. Apelação não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 121381-7; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 206).

156. CIVIL - PESSOA JURÍDICA - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSO- NALIDADE, IMPOSSIBILIDADE - REQUISITOS LEGAIS, INEXIS- TÊNCIA

(Reg. Ac. 479.512). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Agravante: Regina Estela Melo de Oliveira (Defensoria Pública). Agravado: Global Vilage Telecom GVT (Advs. Dr. Geraldo Mascarenhas Lopes Cançado Diniz e outros).

Decisão: dar provimento. Unânime.

Execução de Sentença. Pretensão de atingir bens dos sócios. Aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica da empresa. Ausência dos requisitos legais (CC, art. 50). Impossibilidade. Diante da acentuada excepcionalidade da medida da desconsideração da personalidade da pessoa jurídica prevista no art. 50 do CC, a caracterização da fraude e do abuso de direito no âmbito da gestão empresarial devem restar comprovados. A dissolução irregular para

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fins de desconsideração da pessoa jurídica não se caracteriza, tão somente, pelo fato de a empresa fechar as portas, mas fechá-las tendo a possibilidade de continuar a atividade. Precedente o c. STJ. O fato de não terem sido encontrados bens em nome da pessoa jurídica não caracteriza, por si só, a fraude ou o abuso, não autorizando, portanto, a consequente desconsideração da personalidade jurídica com objetivo de alcançar os bens dos sócios a responderem pelo cumprimento da obrigação da empresa.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 016140-9; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/02/11; DJ 3, PÁG. 60).

157. CIVIL - PODER FAMILIAR DO GENITOR, SUSPENSÃO - RELA- ÇÃO CONFLITUOSA COM OS FILHOS - ESTUDO TÉCNICO, ELABORAÇÃO

(Reg. Ac. 467.158). Relator: Des. Cruz Macedo. Apelante: A. M. C. (Defensoria Pública). Apelado: MPDFT.

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Civil. Suspensão do poder familiar. Genitor. Relação conflituosa com os filhos. Estudo técnico. Sentença mantida. 1. É de ser mantida a sentença que, diante da relação conflituosa entre pai e filhos e das dificuldades em retomar-se a convivência, constatadas em estudo técnico elaborado pelo Juízo da Infância e da Juventude, decreta a suspensão do poder familiar do genitor, até que surjam novos elementos capazes de reverter o quadro apresentado. 2. Recurso não provido.

(APELAÇÃO DA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE Nº 2008 01 3 005806-7; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 157).

158. CIVIL - POSSE, NÃO DEMONSTRAÇÃO - TERRA PÚBLICA - CESSÃO DE DIREITOS ENTRE PARTICULARES

(Reg. Ac. 468.386). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Apelante: Irani Cardoso de Barros (Adv. Dr. Raul Canal). Apelados: Geralda Maria de Sousa Melo (Adva. Dra. Elene de Souza Bastos de Albuquerque), José Marcos de Oliveira

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(Defensoria Pública) e Igreja Evangélica Assembléia de Deus (Minist.Cent. Paranoá) (Adv. Dr. Paulo Vidal).

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar. Negar provimento. Unânime.

Civil e Processual Civil. Possessória. Terra pública. Cessão de direitos entre particulares. Preliminar de cerceamento de defesa. Prova oral. Indeferimento do pedido. Preclusão. Rejeição. Mérito. Posse não demonstrada. “Invasão” dos lotes pela Aeronáutica. Posterior ocupação por terceiros, ora demandados. Recurso desprovido. 1. Indeferida a oitiva de testemunhas, por inobservância ao prazo estabelecido no art. 407 do Código de Processo Civil, a autora quedou-se inerte, deixando de impugnar a tempo e modo a decisão. Revela-se, portanto, infundada a alegação de cerceamento de defesa. 2. Não evidenciada a prática de atos de posse, não há como acolher a pretensão autoral.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 08 1 008290-0; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 110).

159. CIVIL - PRESTAÇÃO DE CONTAS - AÇÃO CONTRA GENITORA DA MENOR - MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE - IMÓVEL ALIENADO PARA AQUISIÇÃO DE OUTRO, DESCUMPRIMENTO

(Reg. Ac. 464.947). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelante: L. P. M. F. (Adv. Dr. Anderson de Melo Silva). Apelado: MPDFT.

Decisão: negar provimento. Unânime.

Ação de prestação de contas movida pelo Ministério Público contra a genitora da menor. Imóvel alienado para aquisição de outro. Descumprimento dessa obrigação. Determinação judicial de depósito do valor da venda. 1. O Ministério Público tem legitimidade para exigir prestação de contas de genitor que, autorizado a alienar bem do filho incapaz, não cumpre a obrigação de adquirir outro. Preliminar de cerceamento de defesa rejeitada. 2. A sentença proferida no pedido de alvará autorizou a apelante a proceder à venda da parcela do imóvel da menor sob a condição de comprovar a aquisição de outro. O descumprimento dessa obrigação, a pretexto de impossibilidade de

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operacionalizar a aquisição porque os vendedores (avós da menor) estão sendo demandados e a operação poderia configurar fraude contra os credores, não se justifica legal ou moralmente. Negócio temerário capaz de colocar em risco o patrimônio da menor. Nessas condições, impõe-se a obrigação de prestar contas e de depósito judicial da importância proveniente da alienação. 3. Recurso conhecido e não provido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 066355-4; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 161).

160. CIVIL - PRESTAÇÃO DE CONTAS - CONDOMÍNIO - EX-SÍNDICO, DEVER DE PRESTAR CONTAS

(Reg. Ac. 475.723). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Ape- lante: Antônio Carlos Lopes Olsen (Advs. Dr. Daniel Ayres Kalume Reis e Dr. Rafael Moreira Mota). Apelado: Condomínio do Edifício Boulevard Antares II (Advs. Dr. Carlos Manoel Garcia de Oliveira Tapia e outros).

Decisão: rejeitadas as preliminares. Negou-se provimento. Unânime.

Direitos Processual Civil e Civil. Ação de prestação de contas. Condomínio. Ex-síndico. Preliminares de ausência de interesse processual, inadequação da via eleita e cerceamento de defesa rejeitadas. Dever de prestar contas. Artigo 1.348, inciso VIII do Código Civil. Honorários advocatícios. Art. 20, § 4º do Código de Processo Civil. É patente o interesse do condomínio em propor ação de prestação de contas, com o objetivo de ver esclarecidos os gastos condominiais. Dessa feita, a via eleita foi a correta para o provimento jurisdicional invocado. O magistrado é o destinatário da instrução probatória e cabe a ele aferir a necessidade de outros elementos para julgar. Se o julgador considerou prescindir das provas em comento para formar seu convencimento, vez que entendeu ser suficiente o conjunto probatório até então apresentado, agiu em consonância com o Código de Processo Civil, aliás, como era seu dever. Com efeito, encontrando-se a demanda em condições de julgamento, sem necessidade de colheita de novas provas, a prolação da sentença sequer é uma faculdade, mas uma obrigação, à vista dos princípios da economia e celeridade processuais, princípios tão

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almejados com as recentes reformas processuais. Constitui obrigação do ex-síndico do condomínio diligenciar e pesquisar, junto ao próprio condomínio e às empresas que prestam serviços de contabilidade condominial, acerca de todo o histórico contábil de sua gestão como síndico. Não o fazendo, deve arcar com o encargo de não ter suas contas julgadas boas, além de ser condenado a restituir valor tido como indébito pelo condomínio. Como ex-síndico do condomínio, a parte possui o dever de prestar contas. A obrigação decorre da natureza da função, nos termos do art. 1.348, inciso III, do Código Civil, bem como da própria convenção de condomínio. Em provimentos jurisdicionais em que não há condenação, os honorários devem ser fixados segundo apreciação equitativa do juiz, nos termos do artigo 20, § 4º, do Código de Processo Civil, considerando o grau de zelo profissional, as circunstâncias da lide e a complexidade da causa, bem assim, o tempo despendido para o patrocínio. Apelação conhecida e não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 036227-5; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 162).

161. CIVIL - QUEDA DE ELEVADOR - ESTABELECIMENTO DE ENSI- NO - MÁ PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - DANO MORAL

(Reg. Ac. 469.033). Relator: Des. Angelo Passareli. Apelantes: ICESP - Instituto Científico de Ensino Superior e Pesquisa (Advs. Dr. Renato Andrade de Souza e outros) e Nara Marta Lima Ferrari (Advs. Dr. Antônio Alberto do Vale Cerqueira e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: agravos retidos improvidos. Conhecer. Dar parcial provimento aos recursos. Unânime.

Civil e Processual Civil. Agravo retido. Intervenção de terceiro. Relação de consumo. Vedação legal. Responsabilidade civil. Queda de elevador. Estabelecimento de ensino. Má prestação do serviço. Danos morais. CDC. Responsabilidade objetiva. Nexo de causalidade. Reconhecimento. Indenização. Critérios de proporcionalidade e razoabilidade. Danos físicos estéticos reversíveis. Capacidade laborativa inalterada. Redução do quantum indenizatório. Honorários advocatícios. Litigância de má-fé. Capitulação. Necessidade. Sentença

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parcialmente reformada. 1 - Considera-se como de consumo a relação estabelecida entre instituição de ensino superior privada e os seus alunos, destinatários finais dos serviços educacionais, aplicando-se os dispositivos do Código de Defesa do Consumidor, razão porque não se admite intervenção de terceiros, como a denunciação à lide, em processo que se busca indenização por danos morais e materiais decorrentes da má prestação do serviço. 2 - Comprovado o defeito em elevador decorrente de sua má instalação e manutenção, mediante laudos técnicos do instituto de criminalística, responde de forma objetiva a instituição de ensino pelos danos causados aos seus alunos em decorrência da queda do equipamento, pois ao permitir o seu uso pelos discentes, assumiu objetivamente os riscos por eventuais acidentes. 3 - O nexo de causalidade com o evento danoso decorre diretamente da ausência de cuidado na manutenção do equipamento defeituoso, devidamente comprovada, imputa à instituição de ensino o dever de indenizar pelos danos morais e materiais decorrentes do ato ilícito, não se perquirindo acerca da culpa, por se tratar de responsabilidade objetiva. 4 - O valor do quantum indenizatório a título de danos morais deve guardar íntima relação com os critérios de proporcionalidade e razoabilidade, de forma que seja atendida a finalidade compensatória e o caráter pedagógico, sem implicar enriquecimento sem causa da vítima ou o empobrecimento do responsável pelo dano. 5 - Constatando-se que dos ferimentos advindos de acidente decorrente de queda de elevador não advieram danos físicos e estéticos irreversíveis, nem incapacidade laborativa permanente, impõe-se a redução do valor fixado na sentença, a título de danos morais, a fim de adequá-lo à sua finalidade compensatória e pedagógica, observando-se os limites decorrentes das provas dos autos. 6 - Não há de se falar em minoração dos honorários advocatícios, se o valor fixado em sentença atende ao que estabelece o art. 20, § 3º, alíneas “a”, “b” e “c”, do CPC. 7 - “É dever do magistrado, ao aplicar a sanção por litigância de má-fé, proceder à correta capitulação e enquadramento da conduta da parte às hipóteses do art. 17 do CPC” (Resp 1035604/RS) Agravos retidos do réu desprovidos. Apelação cível da autora parcialmente provida. Apelação cível do réu parcialmente provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 097065-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 119).

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162. CIVIL - REGISTRO PÚBLICO IMOBILIÁRIO - AVERBAÇÃO DE RESERVA LEGAL - IMÓVEL INTEGRANTE DE CONDOMÍNIO -

(Reg. Ac. 463.889). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelante: Augsue Armazéns Frigoríficos Ltda. (Adv. Dr. Sebastião Pereira Gomes).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Registro Público Imobiliário. Averbação de reserva legal. Imóvel integrante de condomínio. 1. No registro imobiliário, toda matrícula corresponde a uma transcrição; o inverso não é necessariamente verdadeiro. Somente quando a transcrição tem por objeto a transferência de um imóvel por inteiro, e não apenas parte ideal dele, é que haverá possibilidade da abertura de outra matrícula, respeitando-se, assim, o princípio da especialização imobiliária (Lei de Registros Públicos, art. 176, § 1º, I). 2. Fração, ou parte ideal, de imóvel não se confunde com o todo; por isso, não dá ensejo à abertura de matrícula autônoma. Assim, estabelecendo a lei que a reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel, deve ela corresponder ao mínimo de 20% da totalidade do imóvel, e não de partes ideais, as quais, por óbvio, não possuem matrícula própria (Código Florestal, Lei 4-771/65, § 2º do art. 16). 3. Reza o art. 1.314, parágrafo único, do Código Civil de 2002 que nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros. É dizer: a parte em comum deve ser usada de acordo com sua natureza e sua finalidade. É proibido ao condômino, sem a anuência dos demais, fazer modificações que alterem a substância da coisa, bem como as que mudem a maneira de sua exploração. 4. Recurso conhecido e não provido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 034689-7; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 156).

163. CIVIL - REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CONTRATO DE COMO- DATO - OCUPAÇÃO DE CANIL - DANO MATERIAL, CONFIGU- RAÇÃO

(Reg. Ac. 468.385). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Apelantes: Otávio Augusto Ferreira da Silva (Advs. Dr. Valerio Alvarenga Monteiro de Castro

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e outros) e Lilian Costa Schuler (Advs. Dr. Leonardo Costa Schiler e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar. Negar provimento. Unânime.

Civil. Processo civil. Reintegração de posse. Contrato de comodato. Ocupação de canil. Preliminar. Competência. Indenização. Esbulho. Danos morais. Sucumbência recíproca. Sentença mantida. Recursos de apelação e adesivo desprovidos. I - O artigo 34 da Lei n.º 11.697/2008, c/c o artigo 2.º da Resolução n.º 03/2009, deste Tribunal, estabelecem a competência da Vara do Meio Ambiente para a análise das causas relativas à ocupação do solo urbano ou rural, assim entendidas as questões fundiárias e agrárias de interesse público ou de natureza coletiva, bem como para as causas relativas ao parcelamento do solo para fins urbanos. No caso dos autos, a controvérsia gira em torno de reintegração de posse e cumprimento de obrigações referente a contrato de comodato, realizado entre particulares, não existindo qualquer interesse público ou de natureza coletiva, razão pela qual se impõe o reconhecimento da competência do Juízo da Vara Cível para processar e julgar o feito. II - O acordo verbal, entabulado entre as partes, caracteriza comodato, e garantiu, à autora, o direito à reintegração de posse, uma vez que, encerrado o prazo para a sua retirada, a permanência dos cães de raça no canil, sem justo título, por parte do réu, configurou esbulho. III - O fato de o procurador da autora permitir a fuga de dois cães de raça, pertencentes ao réu, configurou abuso de direito, motivo por que escorreita a reparação por danos materiais, tendo em vista o prejuízo patrimonial sofrido pelo réu, com o desaparecimento dos animais.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 111140-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 108).

164. CIVIL - RENOVAÇÃO DE MATRÍCULA - ALUNO INADIMPLEN- TE - BOLSA DE ESTUDO, NÃO ACEITAÇÃO PELA SUCESSORA - OBRIGAÇÃO, INEXISTÊNCIA

(Reg. Ac. 465.935). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Agravantes: Glauciene Lopes dos Santos, Gleise Cristine Lopes dos Santos Borges e Kesia Michelle Teixiera de Oliveira Siqueira (Adv. Dr. Jônatas Lopes dos Santos). Agravada: Anhanguera Educacional S/A (Advs. Dra. Lívia Carolina de Medeiros e outros).

152 Direito Civil

Decisão: negar provimento. Unânime.

Agravo Regimental. Negativa de provimento ao agravo de instrumento. Renovação de matrícula. Aluno inadimplente. Aceitação da bolsa de estudo pela sucessora. Ausência de obrigação. Benefício assistencial sem efeito vinculante. 1) A renovação da matrícula pressupõe regularidade junto à instituição de ensino, conforme previsto no art. 5º da Lei 9.870/99. 2) A sucessora, a princípio, não é obrigada a manter as bolsas de estudo antes concedidas aos alunos, ainda mais em se tratando de benefício assistencial concedido pelo governo, restrito a alguns estabelecimentos de ensino. 3) Agravo regimental não provido.

(AGRAVO REGIMENTAL NO(A) AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 016974-9; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 26/11/10; DJ 3, PÁG. 129).

165. CIVIL - REPARAÇÃO DE DANOS ESTÉTICOS E MORAIS - ACI- DENTE AUTOMOBILÍSTICO - ACIONAMENTO DE AIRBAG

(Reg. Ac. 466.558). Relator: Des. Jair Soares. Apelante: Luiz Gustavo Meira Gomes (Adv. Dr. Marco Aurelio Meira Gomes). Apelados: Saint Moritz Dis- tribuidora de Veículos e Serviços Ltda. (Advs. Dr. Marcelo Borges Fernandes e outros) e Peugeot Citroen do Brasil Automóveis Ltda. (Advs. Dr. Rodrigo Neiva Pinheiro e outros).

Decisão: conhecido. Deu-se parcial provimento. Unânime.

Reparação de danos estéticos e morais. Acidente automobilístico. Acionamento de airbag. Lesões. 1 - Para que ocorra o dano estético é necessário que a lesão, duradoura, se prolongue no tempo de forma que efetivamente cause danos de natureza estética à vítima. 2 - O produto é considerado defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando em consideração sua apresentação, o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam, e a época em que foi colocado em circulação (art. 12, § 1º, do CDC). 3 - Inexiste defeito no produto se este oferece a segurança que dele legitimamente se espera e os riscos produzidos se incluem nos que razoavelmente se esperam pela sua utilização. 4 - Descabida indenização por danos morais se não demonstrado o defeito no produto e nem a prática de

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ato ilícito por parte das rés. 5 - Reduz-se honorários fixados em valor elevado, considerando-se a complexidade da causa e os demais critérios estabelecidos pelo art. 20, § 4º, do CPC. 6 - Apelação provida em parte.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 133949-3; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 217).

166. CIVIL - REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS - FURTO EM APARTAMENTO - SERVIÇO DE PORTARIA, NEGLIGÊNCIA - EMPRESA CONTRATADA, RESPONSABILIDADE

(Reg. Ac. 475.690). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Ape- lante: House Service Serviços Gerais Ltda. (Adv. Dr. Ednilson Paula Melo). Apelados: Klaus Bulcão Roseira e Sandra de Sousa Santos (Advs. Dr. Frederico Raposo de Melo e outros).

Decisão: negou-se provimento. Unânime.

Direito Civil e Processo Civil. Apelação civil. Reparação por danos materiais. Furto de objetos no interior de unidade autônoma do condomínio. Responsabilidade da empresa contratada para prestar serviço de portaria. Tendo a propriedade dos bens objeto do furto sido evidenciada por meio de notas fiscais, bem como o desaparecimento desses bens sido demonstrado por boletim de ocorrência policial, não impugnado de forma eficaz pela outra parte, a presunção da boa-fé deve se dar em favor do comunicante. A responsabilidade da empresa contratada para prestar serviços de portaria implica, necessariamente, no dever de vigilância, devendo a empresa fiscalizar adequadamente a entrada e saída de pessoas estranhas ao condomínio, não autorizadas pelos condôminos. Tendo o porteiro, empregado da empresa, descumprido essa obrigação, o que culminou em furto dentro da residência dos autores, resta solar a atuação negligente da empresa prestadora dos serviços, mostrando-se devida a indenização pelos danos materiais sofridos pelo detentor de unidade autônoma do condomínio. Apelação conhecida e não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 009643-2; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 154).

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167. CIVIL - RESCISÃO DE CONTRATO - COMPRA E VENDA DE VEÍCULO - VEÍCULO ORIUNDO DE OUTRO ESTADO - MOTOR COM NÚMERO TROCADO

(Reg. Ac. 465.141). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelante: James Martins da Silva (Adva. Dra. Sandra Guerra Mesquita). Apelados: Batista e Albano Comércio de Veículos Ltda. (Adva. Dra. Maria de Fátima Aparecida de Sousa) e Banco ABN AMRO Real S/A.

Decisão: dar provimento para cassar a respeitável sentença recorrida. Unânime.

Ação de rescisão de contrato de compra e venda de veículo e de contrato de mútuo com alienação fiduciária cumulada com restituição de valores e danos morais. Veículo oriundo de outro Estado da Federação. Motor com número trocado. Impossibilidade de transferência junto ao DETRAN-DF. Retorno ao satus quo ante. É requisito de validade da decisão judicial a observância ao princípio da congruência, o qual diz respeito à necessidade de que o decisum esteja correlacionado com os sujeitos envolvidos no processo (congruência subjetiva), bem como com os elementos objetivos da petição inicial e da resposta do demandado (congruência objetiva). Recurso conhecido e provido. Acolhida a preliminar de nulidade da sentença, por julgamento extra petita, pois o pedido de devolução do valor total das parcelas pagas no financiamento foi dirigido à financeira e, não, à agência de automóvel. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 10 1 002568-2; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/11/10; DJ 3, PÁG. 177).

168. CIVIL - RESCISÃO DE CONTRATO - COMPRA E VENDA DE IMÓVEL - CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA

(Reg. Ac. 470.864). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelantes: Fernando Machado Coelho e Luciana Brasil Ferreira Coelho (Advs. Dr. Leonardo Antônio de Sanches e outros), Marcus Vinicius Lisboa de Almeida e Valdisia Amaral de Oliveira (Advs. Dr. Emiliano Cândido Póvoa e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: recursos conhecidos. Deu-se parcial provimento ao apelo e ao recurso adesivo. Unânime.

155 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Civil. Processual civil. Reconvenção. Rescisão de contrato. Compra e venda de imóvel. Inadimplência do promitente comprador. Perdas e danos. Cláusula penal compensatória. Arras. Lucros cessantes. Alugueres pelo bem indevidamente ocupado. Multa. Art. 14, par. único, do CPC. Juros de mora. Correção monetária. Ônus da sucumbência. Honorários advocatícios. 1. Como no contrato estipulado não houve cláusula de arrependimento para qualquer das partes, prevalece a cláusula penal acordada. 2. De acordo com a cláusula geral de boa-fé objetiva, estabelecida no art. 422 do Código Civil, mitiga-se o princípio da intangibilidade contratual e permite-se a redução judicial da penalidade, caso comprovado o manifesto excesso, haja vista a natureza e a finalidade do negócio jurídico. 3. Não há prova nenhuma de que os promitentes- vendedores lucraram com as prestações recebidas, não podendo a simples ilação, como na v. sentença, servir de base para isentar os apelados de suportarem obrigações, daí tenho que devam ser condenados por todo o período em que permaneceram no imóvel. 4. Rescindido o contrato por inadimplemento, o uso indevido do imóvel por considerável tempo leva a fixar-se ressarcimento pela ocupação indevida, a título de aluguéis, a ser apurado em liquidação de sentença. Precedentes. 5. A boa-fé do litigante sempre se presume. Aquele que alegar má-fé da parte contrária tem o ônus de provar essa circunstância. 6. Os juros moratórios traduzem uma indenização para o inadimplemento no cumprimento de obrigação. No caso, demonstrado o inadimplemento culposo dos recorrentes, não incidem os mencionados juros nos valores a serem devolvidos pelos recorridos. 7. Os valores a serem devolvidos pelos promitentes vendedores pela alienação do imóvel devem ser corrigidos monetariamente, desde a data do desembolso. 8. “Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários” (CPC, par. único, art. 21). 9. O pedido principal consiste na rescisão do contrato celebrado entre as partes, traduzindo-se os demais em decorrência do acolhimento do principal. E a decretação da rescisão contratual ostenta, indubitavelmente, eficácia constitutiva. Nesse contexto, a verba honorária deve ser fixada em R$ 6.000,00, em observância do art. 20, §§ 3º e 4º, do CPC. 10. Dar parcial provimento ao apelo e ao recurso adesivo. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 013433-5; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 114).

156 Direito Civil

169. CIVIL - RESPONSABILIDADE CIVIL - VENDA DE AUTOMÓVEL - ANO DE FABRICAÇÃO, INFORMAÇÃO EQUIVOCADA - VALOR PAGO A MAIOR, DEVOLUÇÃO

(Reg. Ac. 470.366). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Apelantes: Planeta Veí- culos Ltda. (Adv. Dr. Rogério Augusto Ribeiro de Souza) e Asfalto Brasília Ltda. (Advs. Dr. Antonino Jerônimo de Oliveira Piazzi e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: negar provimento ao agravo retido. Negar provimento aos apelos. Unânime.

Apelação Cível. Revelia. Alegação de justa causa. Inexistência de prejuízo. Pas de nullité sans grief. Responsabilidade civil. Venda de automóvel. Informação equivocada quanto ao ano de fabricação do veículo. Devolução do valor pago a maior em decorrência da informação enganosa. Dano moral. Não configuração. Segundo o brocardo pas de nullité sans grief, o juiz não deve pronunciar a nulidade de um ato processual, se dela não resulta prejuízo para a parte. Demonstrado nos autos o dano sofrido pela autora, consistente na compra de veículo por preço mais elevado em razão da informação enganosa de que possuía ano de fabricação mais recente, impõe-se à empresa vendedora ressarcir a quantia paga a maior pela requerente, aferida em face de proposta realizada à época por outra concessionária. Conquanto a pessoa jurídica possa sofrer dano moral, somente em raríssimos casos é possível entender que o descumprimento de contrato gera tal espécie de danos, ou seja, quando o descumprimento transcenda os limites do negócio jurídico e venha a macular a honra da vítima.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 094452-0; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 325).

170. CIVIL - RESPONSABILIDADE CIVIL - PRESIDENTE DE ENTI- DADE PRIVADA - MÁ-GESTÃO, CONFIGURAÇÃO - DEVER DE INDENIZAR

(Reg. Ac. 474.104). Relator: Des. Jesuíno Rissato. Apelante: Sérgio Koffes (Adv. Dr. Airton Rocha Nobrega). Apelado: SESC Serviço Social do Comércio - Ad- ministração Nacional (Adv. Dr. Francisco Martins Leite Cavalcante).

157 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Decisão: conhecer unânime. Rejeitar preliminar por maioria. Negar provimento por maioria.

Civil. Responsabilidade civil. Presidente de entidade privada. Má- gestão. Ato ilícito configurado. Dever de indenizar. Sentença mantida. 1. Uma vez comprovado que a conduta do réu, na qualidade de presidente da entidade, causou sérios prejuízos ao seu patrimônio, resta evidenciada a sua responsabilidade em indenizar os danos causados. 2. Recurso conhecido e improvido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 047316-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 24/01/11; DJ 3, PÁG. 111).

171. CIVIL - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - QUEDA DE REVESTIMENTO DE VIADUTO - DANO MATERIAL EM VEÍCU- LO - LEGITIMIDADE PASSIVA DO DF

(Reg. Ac. 460.226). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Rogério Andrade Cavalcanti Araujo - Procurador do DF). Apelado: Othon José de Aguiar (Advs. Dr. Thiago Moreira da Silva e outros).

Decisão: conhecer, rejeitar a(s) preliminar(es) e, no mérito, negar provimento, unânime.

Administrativo. Responsabilidade Civil do Estado. Queda de revestimento de viaduto. Legitimidade do Distrito Federal. Danos materiais em automóvel. Danos e nexo de causalidade comprovados. 1. Em que pese a NOVACAP ostentar natureza de empresa pública do Distrito Federal, com personalidade jurídica própria e capacidade processual para responder pelas ações e omissões de seus agentes, tal qualidade não exime o Distrito Federal de responsabilizar- se pela fiscalização e manutenção do aparelhamento urbanístico. Ademais, segundo a própria NOVACAP, esta somente executa seus serviços mediante autorização do governo do Distrito Federal. 2. A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, ocorre diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa;

158 Direito Civil

c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ação administrativa. 3. Restou exaustivamente demonstrado nos autos que, em decorrência da soltura do revestimento do teto do viaduto sob o qual passava o apelado com seu veículo, o automóvel sofreu grandes prejuízos. 4. Logo, não há como excluir a responsabilidade estatal, haja vista o dano experimentado pelo recorrido bem como o nexo causal entre a omissão da Administração na manutenção do viaduto, que resultou no desprendimento de seu revestimento, e os prejuízos materiais sofridos. 5. Negou-se provimento ao recurso do Distrito Federal.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 108806-3; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 102).

172. CIVIL - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO, NÃO CONFI- GURAÇÃO - QUEDA DE CICLISTA EM BUEIRO DESTAMPADO - CALÇADA DESTINADA A PEDESTRES

(Reg. Ac. 473.667). Relator: Des. João Egmont. Embargante: Joel Carolino de Andrade (Defensoria Pública). Embargado: Distrito Federal (Adva. Dra. Renata Barbosa Fontes - Procuradora do DF).

Decisão: admitidos e rejeitados. Por maioria.

Administrativo, Civil, Constitucional e Processual Civil. Embargos infringentes. Responsabilidade civil do Estado. Ato omissivo do Poder Público. Queda em buraco destampado na calçada, por onde o autor da ação trafegava em bicicleta. Pretensão ao recebimento de danos morais. Omissão. Responsabilidade subjetiva. Necessidade de demons- tração de dolo ou culpa. Artigo 37, § 6º, da CF. 1. A responsabilidade civil do Estado, fundada em conduta omissiva, é de natureza subjetiva, reclamando, portanto, a demonstração da existência de dolo ou culpa (por negligência, imperícia ou imprudência), ainda que quanto a esta última seja prescindível sua individualização, haja vista que pode ser atribuída genericamente a falta do serviço público - faute du servic public. 2. Precedente do STF “tratando-se de ato omissivo do Poder Público, a responsabilidade civil por esse ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, em sentido estrito, esta numa de suas três vertentes — a negligên- cia, a imperícia ou a imprudência — não sendo, entretanto, necessário

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individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do serviço. II. - A falta do serviço — faute du servic dos franceses — não dispensa o requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre ação omissiva atribuída ao Poder Público e o dano causado a terceiro. III. - Detento ferido por outro detento: responsabilidade civil do Estado: ocorrência da falta do serviço, com a culpa genérica do serviço público, por isso que o Estado deve zelar pela integridade física do preso. IV. - Reconhecido e provido”. (STF, 2ª Turma, Re nº 382.054-RJ, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 01-10-04, p. 37). 3. Precedentes do c. STJ. “1. A pacífica jurisprudência do STJ e do STF, bem como a doutrina, compreende que a responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo necessário, dessa forma, comprovar a negligência na atuação estatal, ou seja, a omissão do Estado, apesar do dever legalmente imposto de agir, além, obviamente, do dano e do nexo causal entre ambos” (in Resp 1023937 / RS Resp 2008/0015011-7, Ministro Herman Benjamin, DJE 30/06/2010). 3.1 “4. A jurisprudência desta Corte tem se posicionado no sentido de que em se tratando de conduta omissiva do Estado a responsabilidade é subjeti- va e, neste caso, deve ser discutida a culpa estatal. Este entendimento cinge-se no fato de que na hipótese de responsabilidade subjetiva do Estado, mais especificamente, por omissão do Poder Público o que de- pende é a comprovação da inércia na prestação do serviço público, sen- do imprescindível a demonstração do mau funcionamento do serviço, para que seja configurada a responsabilidade. Diversa é a circunstância em que se configura a responsabilidade objetiva do Estado, em que o dever de indenizar decorre do nexo causal entre o ato administrativo e o prejuízo causado ao particular, que prescinde da apreciação dos elementos subjetivos (dolo e culpa estatal), posto que referidos vícios na manifestação da vontade dizem respeito, apenas, ao eventual direito de regresso. Precedentes: (Resp 721439/RJ; DJ 31.08.2007; RESP 471606/ SP; DJ 14.08.2007; Resp 647.493/SC; DJ 22.10.2007; Resp 893.441/RJ, DJ 08.03.2007; Resp 549812/CE; DJ 31.05.2004) 5. In casu, o Tribunal de origem entendeu tratar-se da responsabilidade subjetiva do Estado, em face de conduta omissiva, consoante assentado: “(...)Também restou incontroverso nos autos que o incêndio teve como causa imediata as faíscas advindas do show pirotécnico promovido irresponsavelmente dentro do estabelecimento, não obstante constar da caixa de fogos o alerta do fabricante para soltá-los sempre em local aberto, ao ar livre, e nunca perto de produtos inflamáveis. Ainda assim, me parece óbvio

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que, se o município tivesse sido diligente, exercendo regularmente seu poder de polícia, fiscalizando o estabelecimento e tomando as medidas condizentes com as irregularidades constatadas, certamen- te evitaria o incêndio, porque a casa não estaria funcionando, ou, alternativamente, daria às pessoas ali presentes a possibilidade de se evadirem do local de maneira mais rápida e segura .(...)” (in (fls. 410) Resp 888420 / MG Resp 2006/0200995-6, Ministro Luiz Fux, DJE 27/05/2009). 4. In casu, não cabe condenar o Estado. Danos morais pretensamente devidos em razão de uma queda do autor da ação em um bueiro, quando o mesmo trafegava em sua bicicleta e em razão da queda veio a sofrer fratura em sua mão, na medida em que a culpa deve ser atribuída exclusivamente ao autor, que pedalava em uma calçada destinada apenas aos pedestres, sendo de se esperar, neste caso, que o ciclista deveria ter redobrada sua atenção ao transitar em local onde não se permite a circulação daquele tipo de veículo. 5. Embargos infringentes conhecidos e não providos.

(EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2008 01 1 083816-3; 3ª C. CÍVEL; PUBL. EM 20/01/11; DJ 3, PÁG. 58).

173. CIVIL - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO - FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - BENEFÍCIO RENDA MINHA, NÃO PAGAMENTO - DANO MORAL

(Reg. Ac. 459.896). Relator: Des. Sérgio Rocha. Apelante: Jairo Tavares Silva Santos (Adva. Dra. Emilena Tavares Santos Amorim). Apelado: Distrito Federal.

Decisão: dar parcial provimento ao recurso. Unânime.

Apelação Cível. Administrativo. Falha no serviço. Responsabilidade civil objetiva do Estado. Dano moral. 1. A responsabilidade civil do Estado é objetiva, devendo responder pelos danos que seus agentes causarem no exercício da função pública, independentemente da demonstração de culpa. 2. Comprovada a falha da Administração, o dano da vítima, que se viu desprovido do benefício Renda Minha por dois meses e o nexo de causalidade entre fato e resultado danoso, está configurada a responsabilidade objetiva do Estado. 3. Para o arbitramento do valor da indenização por danos morais, devem ser levados em consideração o grau de lesividade da conduta ofensiva

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e a capacidade econômica da parte pagadora, a fim de se fixar uma quantia que cumpra a dupla função do instituto: diminuição da dor sofrida pela vítima e a punição do causador do dano, evitando-se novas condutas lesivas. 4. Deu-se parcial provimento ao apelo do autor para condenar o Distrito Federal ao pagamento de indenização por dano moral no valor de R$ 3.320,00.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 162871-5; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/11/10; DJ 3, PÁG. 93).

174. CIVIL - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO - HOS- PITAL PÚBLICO - PARTO COM USO DE FÓRCEPS - DANOS MORAIS E ESTÉTICOS

(Reg. Ac. 471.250). Relatora Designada: Desa. Vera Andrighi. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Elenauro Batista dos Santos - Procurador do DF). Apelada: Larissa Silva das Neves rep. por Maria Lima da Silva (Defensoria Pública).

Decisão: conhecido. Negou-se provimento a apelação. Negou-se provimento a remessa oficial, por maioria. Redigirá o acórdão a Revisora.

Indenização. Parto. Uso de fórceps. Lesões física e psicológica. Hospital público. Responsabilidade civil objetiva do Estado. Danos morais e estéticos. I - O ato ilícito e o nexo causal restaram demonstrados, porquanto as lesões física, estética e psíquica sofridas pela autora decorreram da imperícia e da demora nos procedimentos do parto, que necessitou do uso de fórceps. II - Nos termos da Súmula 387 do STJ, “é lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral”. III - A valoração da indenização pelos danos moral e estético, entre outros critérios, deve observar a gravidade, a repercussão, a intensidade e os efeitos da lesão, bem como a finalidade da condenação, de desestímulo à conduta lesiva, tanto para o réu quanto para a sociedade. Deve também evitar valor excessivo ou ínfimo, de acordo com o princípio da razoabilidade. Mantido o valor fixado na r. sentença. IV - Apelação e remessa oficial improvidas.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 035007-0; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/01/11; DJ 3, PÁG. 51).

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175. CIVIL - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO - DANOS MORAIS - INVASÃO DE DOMICÍLIO POR POLICIAIS - ABUSO DE AUTORIDADE, CONFIGURAÇÃO

(Reg. Ac. 477.675). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Embargante: Distrito Federal (Adva. Dra. Luciana Marques Vieira da Silva - Procuradora do DF). Embargada: Alzira Ferreira de Souza (Defensoria Pública).

Decisão: embargos infringentes admitidos e rejeitados, decisão por maioria.

Administrativo. Embargos infringentes. Reparação de danos morais. Invasão de domicílio por policiais civis. Mandado de busca e apreensão. Abusos. Responsabilidade objetiva do Estado. Recurso desprovido. 1. “O Distrito Federal, ao colocar seus policiais civis nas ruas, corre o risco de que estes venham a causar danos a terceiros o que, in casu, ocorreu, sendo, pois, objetiva a responsabilidade do governo local, vez que os executores não mostraram nem leram o mandado de busca e apreensão ao morador, antes de entrarem na casa, restando configurado o abuso de autoridade pela violação do domicílio” (art. 3º da Lei n. 4.898/65). 2. Recurso admitido e rejeitado. Maioria.

(EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2007 01 1 062755-7; 3ª C. CÍVEL; PUBL. EM 07/02/11; DJ 3, PÁG. 40).

176. CIVIL - REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS - FINAN- CIAMENTO DE VEÍCULO - TEORIA DA IMPREVISÃO, INA- PLICABILIDADE - FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS, MITIGAÇÃO

(Reg. Ac. 469.871). Relator: Des. João Batista Teixeira. Apelante: Banco Finasa S.A. (Advs. Dra. Jacqueline Rodrigues Morandin e outros). Apelado: Aquiles Sousa Santos (Advs. Dr. Silvio Lucio de Oliveira Junior e outros).

Decisão: conhecer. Preliminar rejeitada. Dar parcial provimento ao recurso. Unânime.

Ação Revisional de Cláusulas Contratuais. Financiamento de veículo. Código de Defesa do Consumidor. Teoria da imprevisão. Inaplicabilidade.

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Força obrigatória dos contratos. Mitigação. Capitalização mensal dos juros. Impossibilidade. Comissão de permanência. Ausência de previsão de cobrança no caso concreto. Correção monetária. Incidência do INPC. Cobrança de Taxa de Abertura de Crédito (TAC) e de Taxa de Emissão Boleto Bancário (TEC). Ilegalidade. Repetição do indébito. Descabimento. Apelo parcialmente provido. 1. Na forma do enunciado da Súmula 297 do Superior Tribunal de Justiça, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. 2. Não há embasamento para a tese de que, admitida a incidência da Lei nº 8.070/1990, as cláusulas ajustadas só possam ser revistas havendo fato superveniente que as tornem excessivamente onerosas. Essa é uma das muitas hipóteses colocadas à disposição do consumidor para se defender dos abusos que venha a suportar em função da relação de consumo estabelecida. 3. Está sedimentado que a força obrigatória dos contratos, o pacta sunt servanda, a autonomia da vontade são passíveis de mitigação, notadamente em se tratando das relações de consumo. 4. A Súmula nº 121 do Supremo Tribunal Federal estabelece que seja vedada a capitalização dos juros, ainda que expressamente convencionada. 5. Este Tribunal de Justiça, por sua Corte Especial, já decidiu pela inconstitucionalidade do artigo 5º da Medida Provisória nº 2.170-36/2001, persistindo o entendimento de que a capitalização de juros por período inferior a um ano é ilícita. 6. Não tendo sido ajustada a cobrança da comissão de permanência, para a hipótese de inadimplemento, não é cabível a sua incidência. 7. Impõe-se a nulidade da cláusula que previu a aplicação da correção monetária de acordo com a taxa idêntica à maior taxa cobrada nas operações ativas da instituição financeira, tendo em vista o seu caráter potestativo, não coadunado às normas consumeristas, eis que a contratação fica em aberto, ao alvedrio de uma das partes. Em seu lugar, tem aplicação a correção pelo INPC, índice que melhor recompõe o valor da moeda e não se traduz em onerosidade excessiva para o consumidor. 8. Na forma do inciso IV do artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor, nulas se apresentam as cláusulas contratuais que autorizam cobrança da Taxa de Abertura de Crédito - TAC e da Taxa de Emissão de Boleto - TEC. 9. Apelo conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em parte.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 149962-0; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 68).

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177. CIVIL - REVISÃO CONTRATUAL - FINANCIAMENTO IMOBI- LIÁRIO - PREVIDÊNCIA PRIVADA - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLICABILIDADE

(Reg. Ac. 469.069). Relatora Designada: Desa. Nídia Corrêa Lima. Apelantes: PREVI - Caixa de Previdência dos Funcionários Banco do Brasil (Advs. Dr. Carlos Roberto Siqueira Castro e outros), Cleudinéia Aparecida Marques e Silva, Edneia Silva Garcia, Gabriel Walter Moreira de Oliveira, Inha de Freitas Reis, Izaltino Costa da Silva, José Maria Rebello de Souza, Márcia de Lourdes Miguel Stavale, Neli Aparecida Davoglio e Regina Lúcia da Silva Parente (Advs. Dr. José Carlos de Almeida e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer, dar parcial provimento aos recursos, por maioria. Vencido o Relator, redigirá o acórdão a Revisora.

Civil e Processual Civil. Ação de revisão contratual. Contrato de financiamento imobiliário. Entidade de previdência privada. Código de Defesa do Consumidor. Aplicação. Capitalização mensal de juros. Vedação. Saldo devedor. Correção precedida da amortização das parcelas. Legalidade. Desconto das parcelas em folha de pagamento. Possibilidade. Taxa de juros especial destinada apenas aos associados. Desligamento. Majoração da taxa de juros. Possibilidade. CET. Cumulação com outros encargos que possuem a mesma finalidade. Onerosidade excessiva. 1. O Código de Defesa do Consumidor aplica- se ao contrato de mútuo imobiliário firmado entre particular e entidade de previdência privada, eis que a referida entidade se caracteriza como prestadora de serviço no mercado de consumo. 2. Em face do reconhecimento da inconstitucionalidade do artigo 5º da Medida Provisória nº 2.170-36, pelo Egrégio Conselho Especial desta Corte de Justiça, persiste o entendimento de que a capitalização mensal de juros, salvo nas hipóteses autorizadas por lei, constitui prática vedada em nosso ordenamento jurídico. 3. Nos termos da Súmula 450 do colendo Superior Tribunal de Justiça, “nos contratos vinculados ao SFH, a atualização do saldo devedor antecede sua amortização pelo pagamento da prestação”. 4. Não padece de ilegalidade a cláusula contratual que prevê o desconto das prestações em folha de pagamento, já que seu objetivo é reduzir os riscos de inadimplemento contratual, fazendo com que o financiamento apresente condições mais atrativas para

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os mutuários. 5. Conforme se depreende do regulamento da carteira de financiamento imobiliário da PREVI, a taxa de juros fixada em patamar especial é uma vantagem exclusiva dos associados. Trata-se de induvidosa forma de contraprestação à contribuição mensal vertida pelos associados e pensionistas, de sorte que não há justificativas para manter tal benefício àqueles que não são mais sócios e que deixaram de contribuir. 6. Revela-se iníqua a cláusula contratual que estabelece o Coeficiente de Equalização de Taxas (CET), cumulado com outros encargos contratuais com a mesma finalidade. 7. Recursos de apelação interpostos pela ré e pelos autores conhecidos e parcialmente providos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 045814-4; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 97).

178. CIVIL - REVISÃO DE CLÁUSULA - CORREÇÃO DE SALDO DE- VEDOR - SUBSTITUIÇÃO DA TR PELO INPC, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 461.101). Relatora Designada: Desa. Nilsoni de Freitas Custódio. Apelante: Normélia Costa Ferreira Leite (Advs. Dr. Sebastião Moraes da Cunha e outros). Apelado: POUPEX - Associação de Poupança e Empréstimo (Advs. Dra. Flávia Almeida da Fonseca Gildino e outros).

Decisão: conhecer. Dar parcial provimento ao recurso. Por maioria, vencido o Relator. Redigirá o acórdão a Revisora.

Civil e Processo Civil. Revisão de cláusula. Correção de saldo devedor. Amortização. Substituição da TR pelo INPC. Impossibilidade. Capitalização mensal de juros. Coeficiente de equiparação salarial. 1. Nos termos da Súmula n. 450 do STJ: “nos contratos vinculados ao SFH, a atualização do saldo devedor antecede sua amortização pelo pagamento da prestação”. 2. Tendo sido expressamente pactuada a TR com índice de correção do saldo devedor, não há que falar-se na sua substituição pelo INPC. 3. A Tabela Price é vedada pelo ordenamento jurídico, uma vez que enseja a contagem de juros sobre juros, porquanto se o valor da prestação for insuficiente para quitar o montante correspondente aos juros, incorporando-se estes ao saldo devedor, os juros do mês subsequente incidirão sobre os anteriores. 4. Cabível a incidência do coeficiente de equiparação salarial, eis que disciplinada na Resolução

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nº 1.446/98 e prevista no contrato firmado entre as partes. 5. Recurso conhecido e parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002 01 1 095119-7; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/11/10; DJ 3, PÁG. 188).

179. CIVIL - REVISÃO DE CLÁUSULAS - FUNCEF - CONTRATO DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL - TABELA PRICE, INAPLI- CABILIDADE

(Reg. Ac. 467.459). Relator: Des. Cruz Macedo. Apelante: Euza Pires Brandão (Advs. Dr. Sebastião Moraes da Cunha e outros). Apelada: FUNCEF - Fundação dos Economiários Federais (Advs. Dr. Luiz Antônio Muniz Machado e outros).

Decisão: dar parcial provimento ao recurso, unânime, vencido em parte o Relator que deu parcial provimento em maior extensão.

Civil e Processual Civil. Revisão de cláusulas. Contrato de financiamento habitacional. FUNCEF. Aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor. Correção do saldo devedor. Precedência da amortização das prestações. Tabela Price. Capitalização indevida de juros. Substituição pelo SAC (Sistema de Amortização Constante). Observância dos juros contratuais. Reajuste do saldo devedor. Índice oficial. 1. Incidem as regras do Código de Defesa do Consumidor nos contratos de financiamento habitacional firmados com entidades de previdência privada. 2. O critério da equivalência salarial (PES/CP) não prevalece para o reajuste das parcelas mensais se há previsão contratual de índice diverso (INPC) cuja aplicação não encontra óbice. 3. A correção do saldo devedor do financiamento imobiliário deve ocorrer somente depois da amortização da prestação mensalmente paga pelo mutuário. 4. Por implicar capitalização mensal de juros, imprópria na modalidade de contratação firmada entre as partes, reconhece-se a inaplicabilidade da Tabela Price, que deve ser substituída pelo SAC (Sistema de Amortização Constante). 5. Não cabe a distinção entre os juros nominalmente previstos e os efetivamente praticados, eis que vedada a capitalização mensal de juros. 6. Recurso parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 051034-7; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/12/10; DJ 3, PÁG. 154).

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180. CIVIL - SEGURO DPVAT - ACIDENTE DE TRÂNSITO - CÔNJUGE SOBREVIVENTE, BENEFICIÁRIO ÚNICO - DIREITO INTERTEM- PORAL

(Reg. Ac. 472.764). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: Maria Luiza de Melo (Adv. Dr. Eduardo Bittencourt Barreiros). Apelada: Mapfre Vera Cruz Seguradora S/A (Adv. Dr. Guilherme Campos Coelho).

Decisão: conhecer e dar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Processo Civil e Civil. Seguro obrigatório. DPVAT. Acidente de trânsito. Morte. Indenização. Direito intertemporal. Lei 6.194/74. Cônjuge sobrevivente. Único beneficiário. 1. A Lei nº. 11.482/2007, de 31 de maio de 2007, que estipulou valores específicos de seguro obrigatório para os casos de morte, invalidez permanente e despesas com assistência médica e suplementar, somente se aplica aos sinistros ocorridos após o início de sua vigência, consoante seu artigo 24, inciso III. 2. No caso vertente, todavia, o acidente que ensejou a morte do segurado ocorreu quando ainda se encontrava em vigor o regramento previsto na redação original da Lei nº 6.194/74, o qual deve prevalecer na presente hipótese. 3. Segundo o artigo 4º, caput, da Lei n. 6.194/74, em sua redação original, a indenização no caso de morte deve ser paga ao cônjuge sobrevivente, sendo devido também aos herdeiros legais apenas na ausência daquele. 4. Recurso provido para reconhecer a autora como única beneficiária do seguro e determinar que a indenização securitária lhe seja paga no importe de 100% (cem por cento) do valor reconhecido na sentença.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 099272-0; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 73).

181. CIVIL - SEGURO DPVAT, DIFERENÇA - DEBILIDADE PERMA- NENTE - GRAU DE COMPROMETIMENTO, VERIFICAÇÃO DESNECESSÁRIA - TEMPUS REGIT ACTUM

(Reg. Ac. 465.392). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Embargante: Sul América Companhia Nacional de Seguros S/A (Advs. Dr. Guilherme Campos Coelho e outros). Embargado: Paulo Sérgio Coelho de Souza (Advs. Dra. Tana Rosa Caldas e outros).

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Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Embargos Infringentes. Diferença do seguro DPVAT. Debilidade permanente. Fixação no valor de R$ 13.500,00. 1. Em virtude da data do sinistro, 21.09.2006, aplica-se o montante fixado pela Lei 11.482/2007, qual seja, 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais), em razão do princípio ‘tempus regit actu’. 2. O que importa, nos termos da lei vigente à época dos fatos, é que a debilidade da parte autora é permanente, sendo desnecessária a verificação do grau de comprometimento. 3. Negou-se provimento. Unânime.

(EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS Nº 2008 01 1 144450-7; 3ª C. CÍVEL; PUBL. EM 24/11/10; DJ 3, PÁG. 76).

182. CIVIL - SEPARAÇÃO - CONSTRUÇÃO EM TERRENO - ADJUDI- CAÇÃO DO IMÓVEL - INDENIZAÇÃO, IMPROCEDÊNCIA

(Reg. Ac. 469.104). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Apelante: Andre Roberto Lima Ribeiro (Advs. Dr. José Carlos Ferreira da Silva e outros). Apela- dos: João Luiz de Almeida, Iraci Ferreira Guedes de Almeida e Iramiz Ferreira de Almeida (Advs. Dr. Kleber de Oliveira Coêlho e outros).

Decisão: conhecer e negar provimento, unânime.

Apelação Cível. Separação. Construção em terreno. Adjudicação do imóvel. Indenização. Improcedência. Doação realizada pelo demandante aos filhos. Alegação de coação. Ausência de prova. I - A adjudicação de imóvel pressupõe a prova da propriedade do bem, não bastando a do exercício de posse anterior sobre o terreno. II - É improcedente o pleito de indenização pelas construções erigidas no terreno se, quando da separação do casal, o autor doou aos filhos os direitos a elas inerentes. III - Evidenciado, dos termos da declaração assinada pelo doador, que a transferência dos direitos foi imediata, não há como prosperar a tese de houve apenas promessa de doação. IV - Ausente a prova de que a doação e a assinatura de substabelecimento de procuração sobre imóvel decorreram de coação, não há que se falar em invalidação dos citados atos. V - Apelação desprovida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 07 1 012565-3; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 73).

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183. CIVIL - SEPARAÇÃO CONSENSUAL, CONVERSÃO EM DIVÓR- CIO - ALIMENTOS PARA EX-MULHER - AÇÃO PROPOSTA APÓS SEPARAÇÃO, POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 463.257). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelantes: C. A. C. A. (Adva. Dra. Patrícia Helena Pereira Fernandes) e A. C. S. G. (Adv. Dr. Peter Erik Kummer). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Negar provimento aos recursos. Unânime.

Civil e Processual Civil. Separação consensual convertida em divórcio. Ex-mulher. Ação de alimentos. Necessidade x possibilidade. Requisitos presentes. Quantum. Proporcionalidade. Honorários. Razoabilidade. Sentença mantida. 1. Tem direito a postular alimentos do ex-cônjuge, mesmo após a separação consensual convertida em divórcio, a ex-mulher de militar das forças armadas que, com idade avançada (48 anos), durante a constância do matrimônio dedicou-se a cuidar do lar e da família. 2. Verba alimentícia fixada em observância ao binômio necessidade x possibilidade, não merecendo reparos. Os alimentos podem ser revistos em ação própria a ser proposta por qualquer das partes litigantes, frise-se, em caso de eventual e futura modificação na situação fática atual. 3. Honorários advocatícios arbitrados conforme os critérios estabelecidos pelo art. 20 do CPC, não merecendo majoração. 4. Recursos conhecidos e não providos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 103202-9; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 187).

184. CIVIL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO - CONTRATO DE GAVETA - MORTE DO PROMITENTE VENDEDOR - QUITA- ÇÃO DO IMÓVEL PELA SEGURADORA

(Reg. Ac. 462.385). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Apelante: Marlene Pereira da Silva (Advs. Dr. Sebastião Moraes da Cunha e outros). Apelados: Rosângela de Oliveira Penha Costa Rios, Palova Penha Lima e Mirian de Oliveira Penha (Adva. Dra. Andrea Nobre), HSBC Bank Brasil S/A (Advs. Dr. Paulo Guilherme de Mendonça Lopes e outros).

170 Direito Civil

Decisão: conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, dar-lhe parcial provimento. Unânime.

Sistema Financeiro de Habitação. “Contrato de gaveta”. Morte do promitente vendedor. Quitação do imóvel pela seguradora. Direito dos promitentes compradores à adjudicação e baixa na hipoteca. A morte do mutuário de contrato regido pelo Sistema Financeiro de Habitação - SFH implica na quitação do saldo devedor, independentemente de posterior cessão de direitos (contrato de gaveta) a terceira pessoa. Segundo já decidiu o e. STJ (Resp 122032) “a morte do vendedor, subsequentemente ao contrato de promessa de compra e venda, nada obstante verificada antes da transferência junto ao agente financeiro (credor hipotecário) e da formalidade do registro imobiliário, quita o respectivo contrato de financiamento em proveito do adquirente, como forma de impedir eventual enriquecimento sem causa e, também, em decorrência da sub-rogação de fato “nas obrigações de mútuo hipotecário”, com o pagamento das prestações e do prêmio do seguro neles embutido”. Nessa esteira, o promitente comprador tem direito a adjudicação do bem hipotecário, com a consequente baixa do referido gravame.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 089862-7; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 132).

185. CIVIL - SOCIEDADE CIVIL DE ADVOGADOS - CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE, IMPOSSIBILIDADE - CARGO DE FISCAL DE ATI- VIDADES URBANAS DO DF, INCOMPATIBILIDADE - DIVISÃO DE HONORÁRIOS, CRITÉRIOS

(Reg. Ac. 471.220). Relator: Des. Cruz Macedo. Apelante: Marco Aurelio Go- dois Brito (Advs. Dr. Paulo Sérgio Hilário Vaz, Dr. Andre Soares Branquinho e outros). Apelados: Euler Rodrigues de Souza (Adv. em causa própria) e Valter Rodrigues de Souza (Adv. em causa própria).

Decisão: rejeitar a preliminar e negar provimento ao recurso, unânime.

Civil e Processual Civil. Sociedade civil de advogados. Sócio fiscal de atividades urbanas do Distrito Federal. Incompatibilidade com a

171 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

advocacia. Impossibilidade da sua constituição. Divisão de honorários advocatícios entre patronos. Inexistência de previsão contratual. Improcedência do pedido. 1. A constituição de uma sociedade civil de prestação de serviços de advocacia pressupõe a inexistência de incompatibilidade dos sócios, a teor do que dispõe o artigo 16, caput, da Lei nº 8.906/94. Acaso inobservada tal exigência, inadmite-se o registro, bem como o funcionamento da sociedade. 2. O cargo de fiscal de atividades urbanas do Distrito Federal é incompatível com o exercício da advocacia, nos termos do que preceitua o artigo 28, V e VII, da Lei nº 8.906/94, vez que dentre as atribuições daquele profissional está o exercício de polícia administrativa e a execução das funções de lançamento e fiscalização de taxas oriundas do exercício do poder de polícia, no âmbito de sua competência (artigo 2º, I e XIII, da Lei Distrital 2.706/2001). 3. Verificando-se que no contrato de prestação de serviços advocatícios e de honorários entabulado com cliente consta determinado advogado como único contratado, não há como se presumir que outro profissional da advocacia faça jus à verba honorária dele decorrente. Eventual ajuste entre os defensores deve ocorrer em avença autônoma, onde o terceiro advogado que atuou profissionalmente, sem acordo com a parte, fará jus apenas à remuneração pelos serviços prestados, sem vinculação com o contrato primitivo de honorários. 4. Recurso não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 124209-5; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 99).

186. CIVIL - SUPRIMENTO DE OUTORGA - LAVRATURA DE ESCRI- TURA PÚBLICA - USUFRUTO DE IMÓVEL, INEXISTÊNCIA

(Reg. Ac. 477.559). Relator: Des. Angelo Passareli. Apelante: Angélica Hugueney Moreira Caland (Adv. Dr. Waldivino Carvalho dos Santos). Apeladas: Angélica Lilia Maria Hugueney Moreira Linhares Arruda e Marina Hugueney Moreira (Adv. Dr. Benedito Celio de Vasconcelos).

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar. Negar provimento. Unânime.

Civil e Processual Civil. Ação de suprimento de outorga. Incompetência absoluta. Cerceamento de defesa. Pas de nulitté sans grief. Sentença

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extra petita. Preliminares rejeitadas. Declaração e vontade. Lavratura de escritura pública. Imóvel adquirido da TERRACAP. Alegação de usufruto de bem imóvel. Requisitos ausentes. Artigo 1.391 do Código Civil. Sentença mantida. 1 - O pedido de suprimento de outorga para lavratura de escritura pública de imóvel adquirido da TERRACAP, não se trata de questão contenciosa que se refira diretamente a ato de registro público e notarial em si mesmo; constitui, em verdade, litígio de natureza patrimonial entre particulares. 2 - O princípio pas de nullité sans grief determina que, sem prejuízo, não se anula ato processual, razão pela qual não se reconhece a nulidade do processo ante a ausência de designação de audiência de conciliação, o que, por si só, não constitui nulidade, tendo em vista que as partes podem transigir a qualquer tempo no processo. 3 - Constatando-se ser claro o pedido inicial formulado no sentido de ser suprimida a declaração de vontade da parte, age corretamente o magistrado que sentencia nos estritos limites do pedido constante na exordial, em observância ao princípio da correlação. 4 - O usufruto de imóveis, nos termos do artigo 1.391 do Código Civil, quando não resulte de usucapião, será constituído mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar da matrícula do bem, com seus registros e averbações. 5 - Deve ser suprida a declaração de vontade da parte que se recusa injustificadamente a apor sua assinatura, com o objetivo de lavrar escritura pública para regularizar negócio jurídico de compra e venda de imóvel da TERRACAP, objeto de acordo homologado em ação de inventário. Apelação cível desprovida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 046404-4; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/02/11; DJ 3, PÁG. 131).

187. CIVIL - SUSPENSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, TENTATIVAS - FATURA PAGA - CIÊNCIA DA CONCESSIONÁRIA - DANO MORAL, CARACTERIZAÇÃO

(Reg. Ac. 463.252). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelantes: CEB Distribuição S/A (Advs. Dra. Ana Paula Souza da Costa e outros) e Juciane Mascarenhas Nascimento (Adva. Dra. Juciane Mascarenhas Nascimento). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Negar provimento aos recursos. Unânime.

173 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Civil e Processual Civil. Direito do consumidor. Prestador de serviços. Tentativas de suspensão de energia elétrica. Fatura paga. Ciência da concessionária. Dano moral. Caracterização. Quantum. Razoabilidade. Sentença mantida. 1. A responsabilidade civil do fornecedor de bens e serviços é objetiva e por isso sua caracterização prescinde da existência de conduta dolosa ou culposa. 2. Na hipótese vertente, resta induvidosa a existência de defeito na prestação dos serviços por parte da concessionária ré, restando plenamente comprovados os requisitos da responsabilidade civil face ao resultado danoso noticiado nos autos. O caso dos autos não gerou um mero dissabor. Além de ser considerado inadimplente, por fatura quitada, o consumidor foi exposto a um constrangimento no dia de seu aniversário, quando recebia seus amigos e familiares em sua residência, frisando que idêntica conduta já havia sido realizada pelos prepostos da ré em momento pretérito, alertados, já naquela época, de que a conta estaria paga, mas mesmo assim a concessionária insistiu em seu equívoco, o que, sem sombra de dúvida, causou transtorno indenizável à autora. 3. A concepção atual da doutrina orienta-se no sentido de que a responsabilização do agente causador do dano moral opera-se por força do simples fato da violação (danum in re ipsa). Verificado o evento danoso, surge a necessidade da reparação, não havendo que se cogitar da prova do prejuízo, se presentes os pressupostos legais para que haja a responsabilidade civil. Precedentes. 4. Fixação do “quantum” indenizatório (R$ 10.000,00) que não merece reparos. 5. Recursos conhecidos e não providos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 068631-0; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 181).

188. CIVIL - SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS - CARGO DE PRESIDENTE DO PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO - PER- DA OU CANCELAMENTO DO CARGO PARTIDÁRIO, NÃO CABIMENTO

(Reg. Ac. 464.153). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelante: Raul Canal (Advs. Dr. Valter Ferreira Xavier Filho e outros). Apelado: Diretório Nacional do PTB - Partido Trabalhista Brasileiro e Roberto Jefferson Monteiro Francisco (Advs. Dr. Luiz Gustavo Pereira da Cunha e outros).

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Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Apelação. Cargo de Presidente do Partido Trabalhista Brasileiro. Suspensão. Restrição aos direitos políticos. Lei dos Partidos Políticos (Lei nº. 9096/95). Perda ou cancelamento do cargo partidário. Não cabimento. Recurso desprovido. I. Não há se falar no cancelamento de filiação partidária ou da nomeação ao cargo partidário se a Lei dos Partidos Políticos, no caso de suspensão dos direitos políticos, não dispõe de norma específica acerca da matéria. II. Depreende-se dos autos que o apelado sofreu a suspensão e não a perda de seus direitos políticos. III. Recurso desprovido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 035995-8; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 218).

189. CIVIL - TRATAMENTO MÉDICO INADEQUADO - MORTE DE PACIENTE - REDE PÚBLICA DE SAÚDE - INDENIZAÇÃO, CRI- TÉRIOS

(Reg. Ac. 469.813). Relator: Des. João Batista Teixeira. Apelantes: Distrito Fe- deral (Adv. Dr. Gustavo Assis de Oliveira - Procurador do DF), Isabel Ezequiel da Silva Moura, Wendelkelly Ezequiel de Moura, Wesley Ezequiel de Moura rep. por Isabel Ezequiel da Silva Moura e Williane Ezequiel de Moura rep. por Isabel Ezequiel da Silva Moura (Adv. Dr. Zuleide Gomes Medeiros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Negar provimento aos recursos dos autores e do réu. Dar parcial provimento à remessa. Unânime.

Direito Civil e Administrativo. Ação de indenização por danos morais e materiais. Tratamento médico inadequado. Morte. Rede Pública de Saúde. Responsabilidade objetiva do Distrito Federal. Prescrição. Caracterização. Dano moral. Termo inicial. Correção monetária. Data do arbitramento. Súmula 362 do STJ. Juros de mora. Evento danoso. Súmula 54 do STJ. Pensão alimentícia. Sentença mantida. 1. A prescrição quinquenal, prevista no Decreto nº 20.910/32, aplica-se a qualquer direito ou ação contra a Fazenda Pública, inclusive, o Distrito Federal. 2. Conforme a teoria do risco administrativo, consagrada no artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, a

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responsabilidade objetiva do Estado dispensa a comprovação da culpa em relação ao ato danoso, sendo necessária a ocorrência da relação causal entre o fato e o dano. 3. A perda de um ente querido, a toda evidência, ocasiona transtornos emocionais, tristeza e sofrimento que se inserem no contexto de danos imateriais, passíveis de compensação pecuniária. 4. Conforme a Súmula 362 do Superior Tribunal de Justiça, a correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento. 5. Nos casos de responsabilidade objetiva do Estado, o termo inicial dos juros de mora é a data do evento danoso, conforme Súmula 54 do Superior Tribunal de Justiça. 7. Apelações conhecidas e desprovidas. Remessa oficial conhecida e parcialmente provida. Sentença mantida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 116363-9; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 60).

190. CIVIL - UNIÃO ESTÁVEL - RECONHECIMENTO JUDICIAL, DESNECESSIDADE - CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA - COMPA- NHEIRA E COLATERAIS

(Reg. Ac. 461.106). Relator: Des. Sérgio Bittencourt. Agravantes: Maria Anto- nieta Nogueira de Azevedo, Dilce Nogueira de Azevedo, Maria Diogo do Carmo de Mello, Narcizo da Silva e Otacílio Francisco da Silva (Adva. Dra. Analice Cabral Costa Andrade). Agravada: Maria do Carmo Dias (Adv. Dr. Vicente Wilson Ferreira Reis).

Decisão: dar provimento ao agravo. Unânime.

Civil e Processo Civil. Concorrência sucessória. Companheira e colaterais. Controle incidental de constitucionalidade ex officio. Possibilidade. União estável. Fato reconhecido pelas partes. Desnecessidade de reconhecimento judicial. Aplicabilidade do art. 1.790, inciso III, do Código Civil, declarado constitucional em controle difuso. Desnecessária a declaração judicial sobre a existência de união estável, posto que simples questão de fato já admitida pelas partes. Reconhecida pelo Órgão Especial do Tribunal, em controle difuso, a constitucionalidade da aplicação do art. 1.790, inciso III, do Código Civil, deve-se assegurar aos colaterais (irmãos do de cujus), quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, habilitação

176 Direito Civil

em inventário ajuizado pela companheira. O agravo se presta tão somente à correção da decisão, em caso de erro de procedimento ou julgamento, não sendo possível discutir questões não submetidas ao conhecimento do juiz originalmente competente, sob pena de supressão de instância. Manifestações injuriosas devem ser riscadas dos autos, com fulcro no art. 15, do Código de Processo Civil.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2009 00 2 010782-8; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 12/11/10; DJ 3, PÁG. 88).

191. CIVIL - UNIÃO ESTÁVEL, RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO - PARTILHA - BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO

(Reg. Ac. 466.747). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelantes: N. R. S. (Advs. Dr. Valter Ferreira Xavier Filho e outros) e L. C. B. O. A. (Advs. Dr. Luis Carlos B de Oliveira Alcoforado e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer das apelações, conhecer e negar provimento ao agravo retido, rejeitar a(s) preliminar(es), por unanimidade, e, no mérito, negar provimento a ambos os apelos, por maioria.

Reconhecimento e dissolução de união estável. Partilha de bens. Aquisição na constância da união. Manutenção da sentença. Havendo o reconhecimento e a dissolução da união estável, os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes na constância da união estável e a título oneroso, em pecúnia ou não, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito ou quando comprovada qualquer das causas que os excluam da comunhão dos bens (artigo 5º da Lei 9.278/96).

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 165846-0; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 87).

192. CIVIL - USUCAPIÃO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE, INVIABILI- DADE - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - BEM PÚBLICO

(Reg. Ac. 478.431). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelantes: Natalia Ale- xandrina da Luz Silva e Jose Tomaz da Silva (Adv. Dr. Vinícius Pereira Melo).

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Apelada: CEB - Companhia Energética de Brasília (Adv. Dr. Murilo Bouzada de Barros).

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Administrativo e Civil. Usucapião e reintegração de posse. Sociedade de economia mista. Regime híbrido. Companhia Energética de Brasília. Distribuidora de energia elétrica. Finalidade pública. Bem público. Usucapião e posse. Inviabilidade. 1. A Companhia Energética de Brasília, CEB, consubstancia sociedade de economia mista, dotada, portanto, de personalidade jurídica de direito privado, possuindo regime híbrido, público e privado. A predominância de um desses depende da finalidade da estatal: se prestadora de serviço público ou se exploradora de atividade econômica. 2. Embora a CEB explore atividade econômica, tal sociedade de economia mista presta serviço público de distribuição de energia elétrica, de maneira que se pode concluir pela afetação de seus bens para a realização das suas atividades públicas, permanecendo nesse estado até que ocorra sua desafetação por ato formal ou quando os bens se tornam inservíveis, transformando os bens de uso público especial em bens particulares. 3. Uma vez constatado cuidar-se de bem público, inexiste hipótese de usucapião para tanto, consoante a Constituição Federal de 1988, no artigo 183, parágrafo terceiro, e no artigo 191, parágrafo único, tampouco se admite que o particular reclame a proteção possessória desse bem em detrimento do ente público, detentor da propriedade devidamente comprovada. 4. Apelos não providos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 019101-0; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/02/11; DJ 3, PÁG. 87).

193. CIVIL - VERBAS DE INDENIZAÇÃO TRABALHISTA, INCOMU- NICABILIDADE - MEAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE - PROVENTOS DO TRABALHO PESSOAL DE CADA CÔNJUGE

(Reg. Ac. 462.987). Relator: Des. Cruz Macedo. Apelante: A. G. M. (Advs. Dra. Thaisa Felix de Oliveira e outros). Apelado: S. H. Q. (Advs. Dr. Amário Cassimiro da Silva e outros).

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Decisão: negar provimento ao agravo retido, rejeitar a preliminar e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso, unânime.

Civil. Família. Sobrepartilha. Meação de verbas provenientes de indenização trabalhista. Comunhão universal. Prescrição. Incomunicabilidade. Proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge. Improcedência da ação. Sentença reformada. 1. Iniciada a contagem do prazo prescricional estabelecido pelo CC/1916, e havendo transcorrido menos da metade deste quando da entrada em vigor do novo Código Civil, há de se iniciar novo cômputo a partir da vigência deste último, 11 de janeiro de 2003, devendo ser desprezado o tempo anteriormente decorrido. 2. Ainda que a ação trabalhista tenha sido ajuizada na constância do matrimônio, os créditos a serem recebidos pela apelante são incomunicáveis ao cônjuge varão, no regime de comunhão universal de bens, em virtude de expressa exclusão legal, seja a partir do CC/1916 (art. 263, inciso XIII - “são excluídos da comunhão os frutos civis do trabalho ou indústria de cada cônjuge ou de ambos”), seja à luz do CCB/2002 (art. 1.659, VI - “são excluídos da comunhão os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge”, aplicável à espécie por determinação do artigo 1.668, inciso V, do mesmo diploma legal. 3. Preliminares rejeitadas. Recurso provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 017851-6; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 165).

194. CIVIL - VIAGEM INTERNACIONAL - MUDANÇA NO TRAJETO - EXTRAVIO DE BAGAGENS - INDENIZAÇÃO, MAJORAÇÃO

(Reg. Ac. 465.827). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelante: Natália Cruz Soares Pinto (Adv. Dr. Orisson Augusto Costa e Silva). Apelado: Tam Linhas Aéreas S/A (Adva. Dra. Danielle Zulato Bittar).

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Direito do Consumidor. Viagem internacional de Brasília a Nova Iorque. Remanejamento da cidade de conexão. Extravio de bagagens e incômodos experimentados pela passageira. Indenização por danos materiais e morais. Quantificação desta. 1. Fatos incontroversos.

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Bilhete de viagem contratado: destinos e escalas: a) ida - Brasília/Nova York, com escala em São Paulo; b) volta - Nova York/Brasília, com escala no Rio de Janeiro. Mudança no trajeto de retorno. Acidente no translado do Aeroporto de Cumbica para o Aeroporto de Guarulhos no ônibus fretado, prolongando, ainda mais, o tempo de viagem. Chegada da passageira ao destino final (Brasília) com cinco horas de atraso e atraso na entrega das malas, uma das quais, por ter sido encaminhada a outra Unidade da Federação (Rio de Janeiro), fora retida pela Receita Federal do Brasil, ante a “ausência da passageira”. Necessidade de ida até o Rio de Janeiro para o resgate da bagagem remanescente, a qual somente foi liberada mediante o pagamento de multa à Receita Federal. 2. Dano moral. Violação aos direitos da personalidade da recorrente, haja vista que os transtornos e aborrecimentos pelos quais passou (atraso no voo, atraso na entrega das bagagens e o envio de uma delas, por equívoco, ao Rio de Janeiro) fogem à situação de normalidade da vida em sociedade, gerando, portanto, a obrigação da companhia aérea recorrida em indenizar o dano moral (CF, art. 5º, V e X; CDC, art. 6º, VI). 3. Quantificação. Em homenagem à capacidade econômica das partes e atendendo às circunstâncias fáticas do caso concreto (gravidade, repercussão do dano, reprovabilidade da conduta, efeitos compensatório-punitivo/preventivo), o valor arbitrado em R$ 3.000,00 na sentença merece reparo, a fim de que, adequando-o a trilha do bom senso, da moderação e da prudência, seja este compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita e, ao mesmo tempo, incuta à recorrida maior diligência no desempenho/execução de suas atividades. A luz dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade e atendendo às circunstâncias do caso concreto, merece prosperar a pretensão de majoração do quantum indenizatório para o patamar de R$ 10.000,00 (dez mil reais). 4. Recurso conhecido e parcialmente provido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 011789-5; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 26/11/10; DJ 3, PÁG. 137).

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Direito Comercial

195. COMERCIAL - DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE - APURAÇÃO DE HAVERES - PRO LABORE E DISTRIBUIÇÃO DE RESULTADOS, DISTINÇÃO

(Reg. Ac. 459.110). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Apelante: Blas Juan Jose Cedrola Stoduto (Adv. Dr. Roberto do Espírito Santo Mesquita). Apelada: Selma Alves Garcia (NPJ- Uniceub).

Decisão: conhecido. Deu-se parcial provimento. Unânime.

Civil. Processo civil. Dissolução de sociedade. Apuração de haveres. Prestação de contas. Quantia recebida a título de pro labore não se confunde com lucros e patrimônio da sociedade. Honorários periciais. Devidos pelo vencido na demanda. Taxa SELIC. Aplicação restrita a débitos fiscais. O pro labore percebido mensalmente pelo sócio da sociedade constitui remuneração pela prestação de serviços à pessoa jurídica, e constitui parcela independente da distribuição dos resultados, não se confundindo, outrossim, com o patrimônio da empresa. Ou seja, o sócio que presta serviços à sociedade faz jus a pro labore, além dos lucros, com os quais não se confunde. O artigo 20, §2º, do Código de Processo Civil, estabelece que as despesas do processo, incluindo custas e honorários periciais, devem ser arcadas integralmente pela parte sucumbente na ação. Dessa forma, ainda que, em audiência, o juiz determine a divisão das custas e dos honorários do perito entre as partes, tais verbas deverão ser suportadas integralmente pela parte sucumbente na demanda, sobretudo se a parte contrária, que se saiu vitoriosa, for beneficiária da justiça gratuita. “A taxa SELIC tem aplicação específica a casos previstos em lei, tais como restituição ou compensação de tributos federais. Não é a ela que se refere o art. 406 do novo Código Civil, mas ao percentual previsto no art. 161, § 1º, do CTN” (Agrg no Resp 727842/SP Agravo Regimental no Recurso Especial 2005/0030245-9, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ

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14.12.2007, p. 398). Tratando-se de dissolução de sociedade civil e apuração de haveres, o saldo credor a ser restituído ao sócio retirante não deverá ser corrigido pela SELIC, mas sim pelo INPC, a partir do ajuizamento da ação, e acrescido de juros de mora de 1% ao mês, a partir da citação. Apelo conhecido e parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 018476-0; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 207).

196. COMERCIAL - INDENIZAÇÃO C/C COMPLEMENTAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER - SUBSCRIÇÃOS COMPLEMENTAR DE AÇÕES - EMPRESA DE TELEFONIA

(Reg. Ac. 475.691). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Apelantes: João Batista de Oliveira (Advs. Dr. João Americo Pinheiro Martins e outros) e Brasil Telecom S/A (Advs. Dra. Gabriela Oliveira Telles de Vasconcellos, Dra. Ana Tereza Palhares Basilio e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: deu-se provimento ao recurso da Brasil Telecom, julgando-se prejudicado o recurso do autor. Decisão unânime.

Direito Comercial e Processual Civil. Ação de indenização de quantia certa c/c complementação de obrigação de fazer. Empresa de telefonia. Subscrição complementar de ações. Conversão em pretensão indenizatória. Ilegitimidade passiva. Necessidade de ratificação da apelação. Prescrição. A Telebrás S/A é parte ilegítima para figurar no polo passivo da ação que busca o cumprimento de obrigações transferidas à Brasil Telecom S/A, por ocasião da cisão da Telebrás S/A. Tendo em vista que o dispositivo da sentença não foi alterado em razão da oposição dos embargos, permanecendo-se íntegra, a ratificação do recurso de apelação interposto, dentro do seu prazo e antes da oposição de embargos pela outra parte, implica formalidade desnecessária e ofende o princípio da instrumentalidade das formas, uma vez que o processo tem como fim principal a tutela do direito material. Em ação de complementação de ações, se o pedido principal formulado pelo autor foi de reparação civil, consistente na conversão da obrigação de entregar as ações faltantes em indenização, a disciplina legal da prescrição é aquela atinente ao artigo 206, § 3º, V, c/c art. 2.028 do Código Civil. Considerando que a nova lei civil passou a estabelecer prazo específico de

184 Direito Comercial

3 anos para a pretensão à reparação civil, e levando-se em conta que, entre a data de entrada em vigor do novo Código Civil (11 de janeiro de 2003) e a data do ajuizamento da ação (12 de dezembro de 2008) transcorreram mais de 5 anos, inarredável o reconhecimento da prescrição da pretensão à reparação civil, consistente no pagamento de indenização correspondente ao valor das ações não subscritas. No tocante aos dividendos de ações, incide a regra segundo a qual o acessório segue o principal (accessorium sequitur suum principale). Assim, tendo em vista que os dividendos das ações constituem frutos civis, e, portanto, bens acessórios, a decretação da prescrição também quanto à pretensão aos dividendos é medida que se impõe. Apelação do autor prejudicada. Apelação da ré conhecida e provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 162815-3; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 166).

197. COMERCIAL - MONITÓRIA - CHEQUE PRESCRITO EMITIDO NO EXTERIOR - EMISSÃO PARA PAGAMENTO DE CONTRATO, NÃO DEMONSTRAÇÃO - COMPROVAÇÃO DA CAUSA DEBEN- DI, DESNECESSIDADE

(Reg. Ac. 477.237). Relator: Des. Angelo Passareli. Apelante: Aladir Corrêa Martins (Advs. Dra. Fabiane Petry e outros). Apelado: Francisco Chagas da Costa Freitas (Adv. Dr. Fábio Broilo Paganella).

Decisão: conhecer. Dar provimento. Unânime.

Civil, Processual Civil e Comercial. Ação monitória. Cheque prescrito emitido no exterior. Alegação de emissão para pagamento de contrato objeto de execução judicial. Não comprovação. Prazo prescricional quinquenal. Artigo 206, § 5º, inciso I do Código Civil atual. Cômputo a partir da vigência do novo Código Civil - 11/01/2003. Desnecessidade de comprovação da causa debendi. Pagamento em moeda nacional. Conversão na data do efetivo pagamento. Correção monetária a partir da emissão da cártula. Juros de mora de 1% a. m. a contar da citação. Sentença reformada. 1 - Sendo evidente que o contrato firmado entre as partes não é objeto de execução que se processa em outro juízo e não havendo comprovação de que a importância constante da cártula esteja inserida no objeto do título que está sendo executado, afastando, portanto, a alegação de cobrança dupla do mesmo valor, afigura-se plenamente

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possível a cobrança da importância representada pelo cheque, que fora de forma incontroversa emitido pelo réu em favor do autor e, de forma confessa, não paga. 2 - Nos termos da Lei do Cheque (Lei nº 7.357/85), prescrita a pretensão executiva (art. 59) e a de locupletamento ilícito (art. 61), assegura o seu artigo 62 o manejo de ação fundada na relação causal, feita a prova do não pagamento, haja vista que o cheque passa a valer apenas como elemento de prova, porquanto perdeu a sua característica de título cambiariforme, o que se coaduna com o escopo da ação monitória, sendo assente no c. STJ que “é admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito” - Súmula 299. 3 - Emitido o cheque na vigência do Código Civil de 1916, cujo artigo 177 estabelecia o prazo vintenário para a sua cobrança em via ordinária, e não transcorrido mais da metade do prazo na data de entrada em vigor do atual Código Civil em 11/01/2003, conforme regra de transição inserta no seu artigo 2.028, incide o novo diploma civil para disciplinar o prazo prescricional para a cobrança da cártula. 4 - Como se cuida de simples documento desprovido de eficácia executiva e que evidencia a existência de uma dívida líquida, mas que comporta prova em sentido contrário, incide o disposto no artigo 206, § 5º, inciso I, do Código Civil que dispõe que “prescrevem em 5 (cinco) anos a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular”, o qual deverá ser computado a partir da vigência do novo Código Civil - 11/01/2003. 5 - Computado o prazo quinquenal a partir de 11/01/2003, rejeita-se a alegação de ocorrência de prescrição se ajuizada a ação em 22/04/2005 e interrompido o curso do lapso prescricional com o despacho inicial do juiz - artigo 202, inciso I, do Código Civil - assim como que inexistente prescrição intercorrente se efetivada a citação do réu em 25/07/2005. 6 - Julga- se procedente o pedido deduzido em ação monitória fundada em cheque prescrito, quando não comprovado nos autos fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, notadamente quando a emissão da cártula, a sua entrega ao autor e a ausência de pagamento são incontroversas nos autos. 7 - Para pagamento de importância em moeda estrangeira, deverá ser feita a conversão em moeda nacional, no valor de cotação vigente na data em que ocorrer o efetivo pagamento do débito. 8 - Consoante a reiterada jurisprudência pátria, ao valor do débito deverá ser acrescida correção monetária a partir da data de emissão do cheque e juros de mora a partir da citação. Apelação cível provida. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 040074-2; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 128).

186 Direito Comercial

198. COMERCIAL - SOCIEDADE COMERCIAL - TRANSFERÊNCIA INTEGRAL DE QUOTAS - DÍVIDAS PRETÉRITAS, ASSUNÇÃO DE RESPONSABILIDADE

(Reg. Ac. 459.528). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Apelantes: Jorge Antonio de Oliveira (Adv. Dr. Jorge Antônio de Oliveira), Espólio de Maria de Fátima Moreira e Francisco de Assis Moreira (Adv. Dr. Alcides Souza Henriques). Apeladas: Carla Bueno Gonzales Pena e Roberta Bueno Gonzales Pena (Adv. Dr. Maurício Romero Peixoto de Azevedo).

Decisão: negar provimento aos recursos, unânime.

Civil e Processual Civil. Transferência integral de quotas de sociedade comercial. Assunção de responsabilidade pessoal pelas dívidas pretéritas. Legitimidade ativa dos novos sócios para cobrarem dos antigos sócios os valores correspondentes aos débitos que herdaram da pessoa jurídica. Limitação da responsabilidade de um dos sócios prevista no contrato social. Disposição contratual posterior em sentido contrário. Pedido de exclusão de parte dos créditos cobrados apresentado em grau recursal. Alegação não formulada na contestação. Preclusão consumativa. 1. Se os antigos sócios, ao transferirem integralmente as cotas da sociedade empresária, assumiram a obrigação de arcar com as dívidas da pessoa jurídica existentes até a data da cessão, os novos sócios possuem legitimidade ativa para cobrar daqueles os valores referentes aos débitos transmitidos, ainda que estes tenham sido posteriormente quitados por terceiros. 2. A cláusula originariamente prevista no contrato social que limitava a responsabilidade de um dos sócios a certo montante do capital social, não se opõe à alteração posterior, por meio da qual este se retirou da sociedade, assumindo, juntamente com a outra sócia, responsabilidade solidária por todos os débitos pretéritos da pessoa jurídica. 3. Segundo o princípio da eventualidade, consubstanciado no art. 300, do CPC, o réu tem o ônus de apresentar, na ocasião da contestação, toda a matéria de defesa, sendo-lhe defeso formular, nas razões recursais, novas alegações, que poderiam ter sido articuladas na peça de defesa, sob pena de preclusão. 4. Preliminar rejeitada. Apelos improvidos.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 015294-3; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 233).

187 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

199. COMERCIAL - SUBSCRIÇÃO DE AÇÕES - BRASIL TELECOM, LEGITIMIDADE - DIREITO PESSOAL

(Reg. Ac. 478.420). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: Brasil Telecom S.A. (Advas. Dra. Gabriela Oliveira Telles de Vasconcellos e Dra. Ana Tereza Palhares Basilio). Apelada: Maria de Lourdes Souza Cosme (Advs. Dr. Lino de Carvalho Calvalcante e outros).

Decisão: conhecer da apelação, conhecer e negar provimento ao agravo retido, rejeitar a(s) preliminar(es) e a prejudicial, e, no mérito, negar provimento à apelação, unânime.

Civil. Empresarial. Processo civil. Brasil Telecom. Subscrição de ações. Legitimidade passiva. Prescrição. Direito pessoal. Legalidade. 1. A Brasil Telecom S/A, na desestatização do setor, sucedeu a Telebrás assumindo a responsabilidade por contratos celebrados pela empresa na época, sendo legítima para responder passivamente na presente ação. 2. A pretensão em questão não diz respeito à relação societária, mas à relação de direito pessoal. A regra aplicável é mesmo a disposta no art. 205 do Código Civil, uma vez que não se trata de disciplina especial da prescrição, mas de prazo geral das ações pessoais, qual seja, o de 10 (dez) anos, respeitada a regra de transição do art. 2.028 do referido diploma legal. 3. Não merece reparo o entendimento lançado pelo d. Sentenciante para a apuração do número de ações Telebrás, uma vez que, em consonância com a jurisprudência remansosa sobre o tema, o contratante tem direito a receber a quantidade de ações correspondente ao valor patrimonial na data da integralização, com base no balanço imediatamente anterior, sob pena de sofrer prejuízo severo, não podendo ficar à mercê dos critérios abusivos da operadora de telefonia. Precedente do c. STJ. 4. Recurso não provido. Sentença mantida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 120075-6; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/02/11; DJ 3, PÁG. 71).

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188 04. Direito Constitucional

Direito Constitucional

200. CONSTITUCIONAL - AÇÃO AFIRMATIVA - SISTEMA DE COTAS, CRITÉRIOS - ALUNO BOLSISTA DE ESCOLA PARTICULAR

(Reg. Ac. 465.135). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Apelante: FEPECS - Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Advs. Dra. Olimpia de Lourdes Campos Vidigal e outros). Apelado: Pedro Felipe Coelho Alvarenga (Defensoria Pública).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Direito Constitucional. Ação afirmativa. Sistema de cotas do processo seletivo para o curso de graduação em Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde/FEPECS. Ensino superior. Alunos oriundos de escola pública. Uma série cursada em escola da rede privada com bolsa de estudo integral. Deferimento do pedido. 1. O deslinde da controvérsia consiste em saber se quem cursou a 1ª série do ensino fundamental em escola particular, na qualidade de bolsista integral, faz jus à inscrição no sistema de cotas do processo seletivo para o curso de Graduação em Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde/ FEPECS, ex vi do artigo 1º da Lei Distrital n. 3.361/04. 2. À luz do disposto nos artigos 205 e 206 da Constituição Federal, a educação, como atributo da pessoa humana, foi elevada à categoria de direito fundamental, sendo ministrada em “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”. Tal concepção importa em elevar o ensino à categoria de serviço público essencial, daí um dos deveres do Estado, constante do artigo 208 do mesmo diploma legal, qual seja, a garantia de “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”. O objetivo primordial da política de cotas é propiciar o acesso às escolas públicas superiores de alunos hipossuficientes por meio de uma política compensatória de condições em razão da desigualdade educacional que enfrentam. 3. A Lei n. 3.361/04 condiciona a participação no sistema de cotas tão somente ao aluno que comprovasse ter

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cursado integralmente os ensinos fundamental e médio em escolas públicas do Distrito Federal, razão pela qual, em uma primeira acepção, o recorrido não seria beneficiário da ação afirmativa em questão. Todavia, com o advento da Constituição Federal de 1988, principalmente, a aplicabilidade de uma norma ao caso concreto passou a ser feita sem as amarras do sistema fechado que preponderava em tempos primórdios, impondo-se aos operadores do direito uma interpretação compatível aos princípios constitucionais, a fim de aproximar-se do ideal de justiça tão avidamente buscado. A intenção da Lei Distrital n. 3.361/04, ao reservar vagas para as pessoas oriundas de escolas públicas, tutela o princípio da igualdade substancial entre os estudantes, justamente para, reduzindo as situações que dão origem a graves distorções sociais, garantir, por meio de uma política compensatória, o exercício de diretos básicos, dentre os quais a educação é espécie, ao setor populacional educacionalmente desfavorecido. 4. Não se mostra razoável o indeferimento da inscrição do acesso à universidade de quem estudou a 1ª série do ensino fundamental em escola privada na condição de bolsista integral, de tal sorte que não lhe é diferente a situação de miserabilidade/ precariedade dos demais alunos beneficiados com a ação afirmativa, tendo em vista que estudava gratuitamente nesta instituição. 5. Recurso conhecido e não provido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 184990-9; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/11/10; DJ 3, PÁG. 181).

201. CONSTITUCIONAL - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONA- LIDADE - LEIS DISTRITAIS - OCUPAÇÃO E USO DO SOLO - INI- CIATIVA DE PARLAMENTARES, INCONSTITUCIONALIDADE

(Reg. Ac. 468.634). Relator Designado: Des. Romão C. Oliveira. Requerente: Procurador Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Requeridos: Presidente da Câmara Legislativa do DF (Advs. Dr. Sidraque David Monteira Anacleto e Dr. Fernando Augusto Miranda Nazaré - Procuradores) e Governador do DF.

Decisão: rejeitar a arguição de incompetência da Corte, por maioria. No mérito, julgar procedente a ação, por maioria. Redigirá o acórdão o Desembargador Romão C. Oliveira.

Ação Direta de Inconstitucionalidade. Leis nº 515/93, 544/93, 973/95, 1000/96, 1040/96, 1069/96, 1078/96, 1082/96, 1091/96, 1099/96, 1106/96,

192 Direito Constitucional

1242/96, 1334/96, 1342/96, 1345/96, 1405/97, 1421/97, 1423/97, 1468/97, 1476/97, 1477/97, 1482/97, 1496/97, 1521/97, 1529/97, 1747/97, 1760/97, 1762/97, 1893/97, 1929/97 e 2029/97. Diplomas normativos locais. Competência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para processar e julgar a ação. Ocupação e uso do solo. Iniciativa de parlamentares. Inconstitucionalidade. Competência privativa do chefe do Poder Executivo. O Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios é competente para o julgamento de ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo que promane de autoridade do Distrito Federal em face da Lei Orgânica desta Unidade da Federação. Em se tratando de diplomas normativos que disponham sobre a administração de áreas públicas e sobre o uso e ocupação do solo do Distrito Federal, a iniciativa do processo legislativo compete privativamente ao Governador do Distrito Federal. Por isso mesmo, demonstrado que a iniciativa das leis distritais em apreço coube a parlamentar, declara-se a inconstitucionalidade formal dos diplomas legais impugnados.

(AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 2010 00 2 002047-2; C. ESPECIAL; PUBL. EM 10/12/10; DJ 3, PÁG. 44).

202. CONSTITUCIONAL - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONA- LIDADE - LEIS DISTRITAIS NºS 4.081/08 E 4.249/08 - ENTIDADES PRIVADAS COMO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, QUALIFICAÇÃO - CONTRATO DE GESTÃO

(Reg. Ac. 470.862). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Requerente: Procurador Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Requeridos: Governador do DF e Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Adv. Dr. José Edmundo Pereira Pinto).

Decisão: rejeitar a preliminar de inadequação da via eleita por unanimidade. Rejeitar a preliminar de incompetência por maioria. No mérito, julgar parcialmente procedente a ação direta de inconstitucionalidade, por maioria, sendo que os efeitos da declaração, uma vez não alcançada a previsão de maioria de dois terços dos membros do Conselho, remanescem os efeitos ex tunc.

Ação Direta de Inconstitucionalidade. Leis Distritais nºs 4.081/08, 4.249/08 e legislação revogada. Qualificação de entidades privadas como

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organizações sociais. Contratos de gestão. Preliminar de inadequação da via eleita prejudicada e de incompetência do TJDFT para o julgamento da ação rejeitada. Mérito: o autor imputa violação aos artigos 3º, inciso VI, 15, inciso VI, 19, caput, 26, 48, 49, 51 e 151, inciso IV, todos da LODF. Julgou-se parcialmente procedente a ação, com efeitos ex tunc e eficácia erga omnes. Maioria. I - A preliminar de inadequação da via eleita por ausência de interesse de agir, frente aos parágrafos únicos dos artigos 19, 20 e 21 da Lei Distrital n.º 4.081/08, encontra-se prejudicada, em razão da revogação dos referidos dispositivos pela Lei Distrital n.º 4.249/08. II - O Conselho Especial do TJDFT é competente para processar e julgar ação direta de inconstitucionalidade de lei distrital em face da Lei Orgânica do Distrito Federal. III - A Lei Distrital n.º 4.081/08, acoimada de inconstitucional, reproduz, em essência, o modelo de organizações sociais de que cuida a Lei Federal n.º 9.637/98, surgidas no bojo do plano diretor da reforma do aparelho do Estado com a finalidade precípua de desempenharem atividades não exclusivas do Estado, mediante os denominados contratos de gestão. IV - Referidas organizações, em sua gênese federal, surgiram para prestar serviços não exclusivos do Estado na área de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, cultura, saúde, preservação e proteção do meio ambiente. Nesse passo, o modelo distrital não deve afastar-se do modelo federal, ampliando as áreas de atuação, pois o que se acresce perde legitimidade perante diversos dispositivos da LODF, dada a competência concorrente do Distrito Federal para dispor acerca de licitação, bem como de sua dispensa. V - Da leitura do artigo 24, inciso XXIV, da Lei Federal n.º 8.666/93, extrai-se que a dispensa de licitação aplica-se à celebração do contrato de gestão, mas não à seleção da entidade privada candidata a qualificar-se como organização social, não devendo o Poder Público furtar- se a selecionar a melhor capacitada a executar o objeto do contrato de gestão, preservando-se os princípios do interesse público, da moralidade e da isonomia. VI - Estando a organização social totalmente voltada para a execução do objeto do contrato, qual seja, prestar serviço de utilidade pública, com pesados mecanismos de cobrança de resultado e sob estreita vigilância da entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada, do Tribunal de Contas e do Ministério Público (Seção IV), descabida é a exigência de licitação no desenvolvimento regular de suas atividades, bem como a negativa de dotação orçamentária, utilização de bens públicos mediante permissão de uso (§ 3º do art. 13) e cessão de servidores, observando-se, na última hipótese, a compatibilidade dos direitos,

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deveres e restrições impostas aos servidores públicos. VII - As entidades de direito privado devem conformar-se aos requisitos específicos da lei para fins de qualificação como organização social, sendo esse um dos pontos que confere legitimidade às citadas entidades e, por outro lado, segurança ao patrimônio público que lhes é dado gerir. Assim sendo, inconstitucional é a previsão legal de qualificação de outras entidades de natureza e regime institucional diverso, que não obedeçam ao modelo criado especificamente para as organizações sociais. VIII - Julga-se parcialmente procedente a ação, para declarar, com efeito ex tunc e eficácia erga omnes, a inconstitucionalidade das expressões “e institucional, da flora e da fauna”, “ação social”, “defesa do consumidor”, “esporte”, “agricultura e ao abastecimento”, contidas no artigo 1.º; a inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 3.º; a inconstitucionalidade da expressão “a contratação da entidade” contida no §1.º do artigo 6.º; e a inconstitucionalidade do artigo 18, todos da Lei 4.081/08, com a redação dada pela Lei n.º 4.249, de 14 de novembro de 2008.

(AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 2009 00 2 012305-3; C. ESPECIAL; PUBL. EM 07/01/11; DJ 3, PÁG. 15).

203. CONSTITUCIONAL - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONA- LIDADE, IMPROCEDÊNCIA - DESAFETAÇÃO E ALTERAÇÃO DE USO DE ÁREAS PÚBLICAS - CONSULTA PRÉVIA À POPULAÇÃO, EXIGÊNCIA MITIGADA

(Reg. Ac. 461.560). Relator: Des. Dácio Vieira. Requerente: Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Requeridos: Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal e Governador do Distrito Federal.

Decisão: afastar a preliminar por unanimidade. Julgar-se improcedente a ação, decisão por maioria.

Constitucional. Ação Direta de Inconstitucionalidade das Leis Complementares Distritais nº 746/2007 e 758/2008, esta última alterada pela Lei Complementar nº 771/2008, em face do disposto nos artigos 19, caput, 51, caput e § 2º, da Lei Orgânica do Distrito Federal, bem como no artigo 56 do Ato das Disposições Transitórias. Desafetação e alteração de uso de áreas públicas. Consulta prévia à população interessada. Exigência mitigada em face das peculiaridades da hipótese. Áreas isoladas, equidistantes de setores

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habitacionais, destinadas à edificação de equipamentos e prédios públicos, no interesse de toda a população do Distrito Federal e entorno. Audiências públicas realizadas após a iniciativa das respectivas leis complementares pelo Poder Executivo, conquanto anteriormente à edição dos decretos que efetivaram a desafetação das áreas em questão. Interesse social demonstrado. Induvidosa existência de estudos técnicos quanto aos impactos resultantes das alterações de uso. Constitucionalidade dos normativos impugnados. Improcedência do pedido.

(AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 2008 00 2 018825-4; C. ESPECIAL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 87).

204. CONSTITUCIONAL - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONA- LIDADE, IMPROCEDÊNCIA - LEI DISTRITAL 4.233/2008 - CON- VÊNIO ENTRE ESTADOS E DISTRITO FEDERAL - REDUÇÃO DE ALÍQUOTA DE ICMS

(Reg. Ac. 469.758). Relator: Des. João Mariosi. Requerente: Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Requeridos: Governador do Distrito Federal (Adva. Dra. Ludmila Lavocat Galvão Vieira de Carvalho - Procuradora) e Presidente da Câmara Legislativa do DF.

Decisão: afastada a preliminar. Maioria. No mérito, julgou-se improcedente a ação. Maioria.

Ação Direta de Inconstitucionalidade. Lei Distrital nº 4.233/2008. Convênio entre Estados e Distrito Federal. Regime especial de cumprimento de obrigação tributária. Redução alíquota de ICMS para 10%. Serviços de comunicação prestados a central de atendimento telefônico na modalidade de call center, listados em regulamento. Alegada afronta aos artigos 19, caput, 128, II, 131, I, 135, § 5º, VII e 149, § 7º e seu inciso II, da Lei Orgânica do Distrito Federal. Inocorrência. 1 - Não há inconstitucionalidade a ser declarada se o Distrito Federal concede redução de alíquota de ICMS para empresas do ramo de comunicação, na modalidade call center, se o benefício observou a existência de lei complementar federal (LC 24/1975), prévio convênio firmado entre todos os estados e anterior lei local. 2 - O regime especial de cumprimento de obrigação tributária constitui um grupo de normas que são aplicáveis a determinados contribuintes, dentre as quais se

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inclui a redução de alíquota. Correta é sua implementação se ocorreu de forma consensual, por autorização expressa de Convênio 126/98, assinado por todos os Estados e o Distrito Federal. 3 - Ação julgada improcedente. Maioria.

(AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 2009 00 2 016062-3; C. ESPECIAL; PUBL. EM 07/01/11; DJ 3, PÁG. 15).

205. CONSTITUCIONAL - CONCURSO PÚBLICO - RESERVA DE VAGAS - PORTADORES DE DEFICIÊNCIA - COEFICIENTE FRA- CIONÁRIO, ARREDONDAMENTO

(Reg. Ac. 473.266). Relator: Des. Angelo Passareli. Apelante: Eduardo de Sousa Lemos (Adva. Dra. Zélia R. Rezende). Apelados: Distrito Federal (Advs. Dr. Romildo Olgo Peixoto Júnior e Dr. Rogério Oliveira Anderson - Procuradores do DF) e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar. Negar provimento. Unânime.

Constitucional, Administrativo e Processual Civil. Ação civil pública e ação declaratória. Nulidade da sentença. Omissão e contradição. Coisa julgada. Conexão e continência. Não configuração. Teoria da transcendência dos motivos determinantes. Não aplicação. Legitimidade do Ministério Público para ajuizamento da ACP e interesse processual. Concurso público. Procurador do Ministério Público junto ao TCDF. Anulação. Ausência de reserva de vagas para portadores de deficiência. Art. 37, inciso VIII da CF/88. Lei Distrital nº 160/91. Obtenção de número fracionário. Arredondamento da fração com aumento da porcentagem. Inexistência de previsão legal em âmbito distrital à época de publicação do edital do certame. Princípio da igualdade e princípio da razoabilidade. Igualdade de condições como regra nos concursos públicos. Prevalência da razoabilidade. Precedentes do STF. Declaração de suspensão de prazo de validade de concurso pelo ajuizamento da ACP. Necessidade de decisão judicial expressa. Preclusão da matéria na ACP. Ação declaratória ajuizada após expirado o prazo de validade do concurso. Inaptidão à produção de efeitos jurídicos. Decisão liminar cassada na sentença. Ausência de efeitos concretos. Sentença mantida. 1 - Não há nulidade na sentença que aprecia de forma fundamentada as matérias ventiladas pelas partes, mormente quando as matérias cuja

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omissão e contradição se alega foram duplamente objeto de embargos de declaração devidamente apreciados, sendo cediço, ademais, que o julgador não está obrigado a discutir todos os argumentos apresentados pelas partes se encontrou razões suficientes para formar sua livre convicção. 2 - Ausente a configuração de conexão ou continência quando as ações têm partes, objetos e causas de pedir distintas, embora, quanto a este último elemento, sejam semelhantes os fundamentos jurídicos utilizados. No mesmo sentido, o julgamento de demanda com tais elementos não configura coisa julgada. 3 - Não configurada sequer a conexão ou continência alegada, incabível se mostra a aplicação da teoria da transcendência dos motivos determinantes, mormente quando não há entendimento consolidado da Suprema Corte Nacional até mesmo quanto à possibilidade de sua utilização nas ações constitucionais. 4 - Consoante art. 127, da CF/88, ao Ministério Público incumbe a “defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”. O direito constitucional dos portadores de deficiência de ingressar no funcionalismo público constitui hipótese de interesses difusos, aptos, portanto a legitimar a atuação do órgão ministerial em sua defesa por meio da ação civil pública, nos termos do inciso III do art. 129 da Carta Magna. 5 - Claro é o interesse processual do Ministério Público, quando a ação civil pública se mostra útil e necessária para o fim de anulação de concurso por alegação de inobservância da regra constitucional de reserva de vagas para deficientes. 6 - A aplicação do coeficiente determinado pela Lei Distrital nº 160/91 (vinte por cento), sobre o número de vagas oferecidas ou providas no concurso, bem como sobre o quantitativo de cargos de Procurador do Ministério Público junto ao TCDF - quatro - resulta em número fracionário. Seu arredondamento implica aumento da porcentagem de cargos a serem destinados a portadores de deficiência, não havendo, à época da realização do concurso (2002), previsão legal expressa para tal hipótese, sendo inaplicável o Decreto Distrital nº 25.259/2004 que passou a prever o arredondamento da fração para o primeiro número subsequente para tais hipóteses. 7 - Tem sinalizado o Pretório Excelso no sentido de que, constituindo-se a reserva de vagas aos portadores de deficiência em exceção à regra geral de participação dos candidatos em igualdade de condições nos concursos públicos, não cabe o arredondamento da fração com majoração da porcentagem máxima admitida, sob pena de afronta ao princípio da razoabilidade (MS 26310, Relator Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 20/09/2007, DJe-134 divulg 30-10-2007 public 31-10-2007, p. 34-36). 8 - Não se afigura razoável o arredondamento da fração com

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majoração do percentual dos cargos a serem reservados aos portadores de deficiência, uma vez que permite que a desigualdade crie, em verdade, privilégios para uma classe em detrimento de todas as outras, ainda mais quando se trata de carreira com diminuta quantidade de cargos. 9 - A simples propositura de ação civil pública com o objetivo de anular concurso público não enseja a suspensão ou a interrupção do prazo de validade do certame, salvo a existência de determinação expressa derivada de decisão judicial. 10 - Não tendo a parte manejado o recurso cabível contra as decisões que lhes foram desfavoráveis na ação civil pública, o posterior ajuizamento de ação declaratória, após expirado e não prorrogado o prazo de validade do concurso, com o objetivo de que seja declarada a suspensão ou interrupção de referido prazo, não se mostra hábil de produzir efeitos jurídicos, não havendo também que se falar em produção de efeitos ex nunc da sentença que cassa liminar outrora deferida, uma vez que a decisão não foi apta sequer à produção de efeitos concretos, já que no prazo de validade do concurso e ainda que tal prazo fosse prorrogado, a parte não lograria êxito em ser nomeada. Apelações cíveis desprovidas.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 146457-0; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/01/11; DJ 3, PÁG. 93).

206. CONSTITUCIONAL - DECRETO DISTRITAL Nº 31.093/2009, INCONSTITUCIONALIDADE - LICENCIAMENTO AMBIENTAL SIMPLIFICADO - PARCELAMENTO DO SOLO URBANO

(Reg. Ac. 471.638). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Requerente: Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Requerido: Governador do Distrito Federal (Adv. Dr. Marcelo Lavocat Galvão - Procurador).

Decisão: rejeitar as preliminares e julgar procedente a ação. Decisão por maioria.

Ação Direta de Inconstitucionalidade. Decreto Distrital 31.093/2009. Licenciamento ambiental simplificado. Empreendimentos de parcelamento em área urbana. Preliminares de inadequação da via eleita. Decreto autônomo. Possibilidade de controle concentrado. Natureza infraconstitucional do parâmetro indicado. Violação constitucional apenas indireta. Inadmissibilidade. I - O Decreto nº 31.093/2009, por disciplinar, em caráter autônomo, o licenciamento ambiental no âmbito do Distrito Federal, pode

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ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade. II - É manifestamente inviável a alegação de inconstitucionalidade se a suposta ofensa à Lei Orgânica do Distrito Federal é apenas oblíqua e o normativo diretamente violado ostenta caráter infraconstitucional. III - O art. 289, §§ 1º e 6º, da Lei Orgânica do Distrito Federal confere aos empreendimentos de parcelamento de solo urbano, especialmente aqueles com mais de sessenta hectares, o caráter de potencialidade de causar significativa degradação ambiental, sendo, pois, inconstitucional o ato normativo que fixa parâmetros distintos, estabelecendo que os empreendimentos de até cem hectares observarão o licenciamento ambiental simplificado, dispensando-se a realização de estudo de impacto ambiental ou até mesmo de avaliação de impacto ambiental. IV - Ação julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do Decreto nº 31.093/2009, em sua integralidade, com efeitos erga omnes e eficácia ex tunc.

(AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 2010 00 2 009785-6; C. ESPECIAL; PUBL. EM 20/01/11; DJ 3, PÁG. 49).

207. CONSTITUCIONAL - DIREITO À SAÚDE - PACIENTE COM DI- FICULDADE DE LOCOMOÇÃO - TRANSPORTE ESPECIAL, NÃO ABRANGÊNCIA - PACIENTE BENEFICIÁRIO DE PROGRAMAS SOCIAIS

(Reg. Ac. 462.117). Relator: Des. Jair Soares. Apelante: Adriana Araujo da Silva rep. por Andre Araújo da Silva (Advs. Dr. Lécio Márcio Rodrigues de Assis - NPJ/UNICEUB e outros). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Alfredo Henrique Rebello Brandão- Procurador do DF).

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Direito à Saúde. Transporte especial. Paciente com dificuldade de locomoção. A obrigação do Estado em garantir o direito à vida e à saúde abrange o tratamento e a medicação indicada ao paciente pelo tempo que se fizer necessário. Não abrange transporte especial para realização do tratamento, sobretudo se o paciente é beneficiário de programas sociais, como “Passe Livre-DF” e “Volta Para Casa”. Apelação não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 109909-6; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 205).

200 Direito Constitucional

208. CONSTITUCIONAL - INTERNAÇÃO EM UTI PARTICULAR - INEXISTÊNCIA DE LEITO EM UTI PÚBLICA - DIREITO À SAÚDE E À DIGNIDADE - NECESSIDADE DE TRATAMENTO, COMPRO- VAÇÃO

(Reg. Ac. 478.419). Relator: Des. Flavio Rostirola. Agravantes: Luiz Ottavio Veloso Arena, Luiz Philippeveloso Arena, Neide Silva Veloso e Luigi Arena Júnior (Adva. Dra. Patrícia Junqueira Santiago). Agravados: Distrito Federal (Adv. Dr. Ricardo Sussumu Ogata - Procurador do DF) e Hospital do Coração do Brasil S/A (Adv. Dr. Bernardo de Alencar Araripe Diniz).

Decisão: conhecer e dar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Agravo de Instrumento. Distrito Federal. Constitucional e administrativo. Internação em UTI de hospital particular. Despesas hospitalares. Direito a uma vida digna. Direito à saúde. Comprovação da necessidade do tratamento intensivo e da inexistência de leito na rede pública de saúde. Hipossuficiência econômica. Reserva do possível. Mínimo existencial. 1. A compreensão do bem jurídico “vida” passa, necessariamente, pela conjugação do disposto no artigo 5.º, caput, com o artigo 1.º, inciso III, da Constituição Federal, porquanto o direito à vida consiste no direito à subsistência digna, e não apenas no direito a continuar vivo. 2. Os poderes públicos devem promover, mediante prestações materiais de índole positiva, os meios necessários ao alcance das condições mínimas indispensáveis a uma vida digna. 3. Na hipótese em tela, observo que o autor, então com 82 anos, apresentava quadro clínico de extrema gravidade, necessitando, desde então, da internação em leito de terapia intensiva, não havendo leitos na Rede Pública de Saúde do Distrito Federal, contudo, para atender à sua necessidade. Destarte, necessitando a parte autora do tratamento e não possuindo condições de arcar com as despesas de tal providência, imperativa sua manutenção em hospital da rede particular, à custa do ente público agravado. 4. No que se refere à reserva do possível, destaco que a sua invocação pelo Poder Público, com vistas a se escusar de cumprir o comando constitucional, depende da comprovação da falta de recursos orçamentários, o que não ocorreu na hipótese. 5. Deu-se provimento ao agravo para determinar ao hospital que se abstenha de promover a cobrança do débito referente às despesas hospitalares, bem como de inserir o nome do agravante, ou mesmo de seus herdeiros habilitados no feito, no cadastro

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de inadimplentes, com base na situação em contenda, até o julgamento definitivo da lide principal.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 008973-2; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/02/11; DJ 3, PÁG. 65).

209. CONSTITUCIONAL - LEI DISTRITAL Nº 3.977/2007, CONSTI- TUCIONALIDADE - PATRIMÔNIO CULTURAL DO DISTRITO FEDERAL - INICIATIVA DE PARLAMENTAR - VÍCIO DE COM- PETÊNCIA, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 469.759). Relator: Des. João Mariosi. Requerente: Governador do Distrito Federal (Advs. Dra. Maria Dolores Serra de Mello Martins, Dr. Luiz Lucas da Conceição e Dr. Leonardo Antônio de Sanches). Requerido: Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Adv. Dr. Fernando Augusto Miranda Nazaré - Procurador).

Decisão: rejeitada a preliminar de incompetência, por maioria. No mérito, julgou- se improcedente o pedido, em decisão unânime.

Ação Direta de Inconstitucionalidade. Lei Distrital nº 3.977/2007. Iniciativa de parlamentar. Patrimônio cultural do Distrito Federal. Existência de decreto com o mesmo conteúdo da norma. Alegada afronta aos artigos 71, § 1º, IV, 100, X e 151, I, da Lei Orgânica do Distrito Federal. Inocorrência. 1 - Não há inconstitucionalidade formal por vício de competência quando a Câmara Legislativa do Distrito Federal legisla sobre o patrimônio cultural do ente federado, porquanto o artigo 71, da Lei Orgânica, para o qual remete necessariamente o artigo 100, inciso VI, enumera, nos incisos de seu parágrafo 1°, as competências privativas do Governador do Distrito Federal, dentre as quais, não há referencia às matérias tratadas na lei distrital questionada, ao contrário, tal artigo ao não ser específico, coloca tal matéria dentre as atribuições gerais do Poder Legislativo local. 2 - Ausente pecha de inconstitucionalidade se a lei impugnada normatiza situação consolidada no âmbito da administração do ente federativo há mais de quatro anos, por meio de decreto do chefe do Poder Executivo. 3 - Ação julgada improcedente.

(AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 2007 00 2 009202-1; C. ESPECIAL; PUBL. EM 07/01/11; DJ 3, PÁG. 14).

202 Direito Constitucional

210. CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - VAGA DE CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO DF - NORMAS CONSTITUCIONAIS, OBSERVÂNCIA

(Reg. Ac. 468.635). Relator Designado: Des. Romão C. Oliveira. Impetrante: Márcia Ferreira Cunha Farias (Advs. Dr. Emanuel Cardoso Pereira, Dr. Walter do Carmo Barletta e outros). Informante: Presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

Decisão: rejeitar a preliminar, à unanimidade. No mérito, denegar a ordem, por maioria. Redigirá o acórdão o Desembargador Romão C. Oliveira.

Mandado de Segurança. Vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Preliminar de carência de ação. Rejeição. Vaga destinada ao Ministério Público. Dez anos de exercício da função. Desnecessidade. Ordem denegada. A ausência de impugnação de quem tenha participado de todas as fases de elaboração da lista tríplice do Tribunal de Contas do Distrito Federal não implica carência de ação, uma vez que não se pode excluir qualquer lesão ou ameaça de lesão da apreciação do Poder Judiciário. Preliminar rejeitada. A regra de nomeação de membro do TCDF emana da Constituição Federal. A exigência especificada no art. 94 da Carta Magna para o provimento de cargos nos tribunais de justiça por membros do Ministério Público não deve ser estendida ao art. 73, inc. IV, do mesmo diploma, que exige dez anos de qualquer atividade profissional.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 006070-1; C. ESPECIAL; PUBL. EM 10/12/10; DJ 3, PÁG. 45).

211. CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - APREEN- SÃO DE AVES - DELEGACIA ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE, COMPETÊNCIA

(Reg. Ac. 479.099). Relator: Des. Dácio Vieira. Apelante: Karla Cristina Gonçalves Feldkircher (Advs. Dr. Walter de Castro Coutinho e outros). Apelado: Delegado de Polícia da DEMA - Delegacia Especial do Meio Ambiente.

Decisão: conhecer. Dar provimento. Unânime.

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Constitucional, Administrativo e Processual Civil. Mandado de segurança. Apreensão de aves (papagaios) criados em ambiente doméstico há mais de 10 anos. Ato de delegado da Delegacia Especial do Meio Ambiente. Polícia Civil do Distrito Federal. Encaminhamento a autarquia federal - IBAMA. Precedentes jurisprudenciais do STF e STJ. “Em sendo a proteção ao meio ambiente matéria de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e inexistindo, quanto à matéria ambiental, dispositivo constitucional ou legal expresso sobre qual a justiça competente para o seu julgamento, tem-se que, em regra, o processo e o julgamento é de competência da Justiça Comum Estadual” (Resp 601154/TO, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, julgado em 27/04/2004, DJ 28/06/2004 p. 442).

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 033587-5; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/02/11; DJ 3, PÁG. 116).

212. CONSTITUCIONAL - MATRÍCULA NA EDUCAÇÃO INFANTIL - MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE - DIREITOS DE SEGUN- DA GERAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO - VÍNCULO FINANCEIRO DO ESTADO

(Reg. Ac. 463.397). Relator: Des. Flavio Rostirola. Impetrante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Informante: Secretário de Estado de Educação.

Decisão: concedeu-se a ordem. Decisão unânime.

Mandado de Segurança. Vínculo financeiro do Estado. Efetivação. Implementação. Direitos de segunda geração. Reserva do possível. Impactos econômicos e sociais das decisões judiciais. Direitos difusos. Ministério Público. Legitimidade. Consoante a melhor doutrina, os direitos difusos exigem uma interpretação mais flexível acerca de institutos como: legitimidade, verdade real, contraditório, coisa julgada, adstrição ou congruência, inércia, dentre outros dogmas do processo tradicional arquitetado para a solução dos conflitos individuais. Nesse sentido, para além da expressa previsão legal - art. 201, IX, do Estatuto da Criança e do Adolescente -, é legítima a atuação do Ministério Público em benefício de três crianças, representadas por seus pais, pleiteando matrícula na educação infantil. Conclui-se, portanto, que o administrador não tem discricionariedade

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para deliberar sobre a oportunidade e conveniência de implementação de políticas públicas discriminadas na ordem social constitucional, pois tal restou deliberado pelo constituinte e pelo legislador que elaborou as normas de integração. Em uma busca realizada na literatura especializada, constata- se que a inserção do bebê à creche auxilia-o no processo de produção, socialização e apropriação de significações. Diante da indiscutível primazia reconhecida constitucionalmente - CF, art. 208, IV - à educação infantil assegurando o desenvolvimento integral do beneficiário da norma como primeira etapa do processo de educação básica, o atendimento em creche e o acesso à pré-escola, reportando, ainda a compromissos reiterados na Lei Orgânica do Distrito Federal - artigo 223, §2º -, Estatuto da Criança e do Adolescente - artigo 54, inciso IV - e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - art. 4º, IV -, foi concedida a ordem para determinar a imediata matrícula das crianças substituídas na presente ação em instituições de ensino da Rede Pública do Distrito Federal ou instituição conveniada.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 011626-9; C. ESPECIAL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 75).

213. CONSTITUCIONAL - MATÉRIA JORNALÍSTICA - DIREITOS FUNDAMENTAIS, COLISÃO - PRINCÍPIO DA PROPORCIONA- LIDADE, APLICAÇÃO - DIREITO-DEVER DE INFORMAÇÃO

(Reg. Ac. 469.895). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Apelante: Paulo Afonso Cavichioli Carmona (Advs. Dr. Renato Oliveira Ramos e outros). Apelados: Correio Braziliense S/A e Livia Nascimento (Advs. Dr. Ademir Coelho Araújo e Dr. Francisco Queiroz Caputo Neto).

Decisão: conhecer. Rejeitar a preliminar. Dar parcial provimento ao recurso. Unânime.

Constitucional, Civil e Processo Civil. Apelação cível. Indenização. Matéria jornalística. Direitos fundamentais. Colisão. Direito-dever de informação. Menção de norma incompatível com o texto constitucional. Ausência de nulidade. Cerceamento de defesa. Inexistência. Honorários. Fixação. Valor da causa. 1. Havendo colisão entre direitos fundamentais amparados pela Carta Magna, prudente que a solução ampare-se no princípio da proporcionalidade, porquanto inexiste hierarquia entre eles. 2. A narrativa fática no exercício do

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direito-dever concedido à imprensa, sem desbordar a simples informação, é incapaz de gerar indenização. 3. A breve menção acerca da Lei de Imprensa, considerada incompatível com o texto constitucional pelo Pretório Excelso, não é causa de nulidade da sentença, porquanto o fundamento externado por Sua Excelência para rechaçar o pleito indenizatório não foi a mencionada norma. 4. Não se mostrando justificável a vindicada dilação probatória, sobretudo porque o evento restou incontroverso, afasta-se a alegação de cerceamento de defesa. 5. Inexiste qualquer imposição normativa no sentido de impedir o uso do valor atribuído à causa como base para o arbitramento dos honorários por equidade, nos termos do § 4º, do artigo 20, do Código de Ritos. 6. A fixação dos honorários advocatícios no caso de ausência de condenação segue o critério da equidade, respeitadas a proporcionalidade e a razoabilidade. 7. Recurso parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 115482-4; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 67).

214. CONSTITUCIONAL - SERVIDOR PÚBLICO - TRANSPOSIÇÃO DE CARGOS, DESPROVIMENTO - PRESCRIÇÃO DE FUNDO DE DIREITO - REVISÃO DOS PROVENTOS, IMPROCEDÊNCIA

(Reg. Ac. 472.137). Relator: Des. Cruz Macedo. Apelante: Francisco Faria Pereira (Advs. Dr. Sebastião Moraes da Cunha e outros). Apelado: Distrito Federal (Adva. Dra. Leda Maria Soares Janot - Procuradora do DF).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Processo Civil e Constitucional. Ação ordinária. Servidor público. Transposição de cargos. Cargo de Técnico Administrativo. Cargo de Técnico de Orçamento e Finanças. Negativa da Administração. Prescrição de fundo de direito. Reconhecimento. Revisão dos proventos. Improcedência. Artigo 333, inciso I, do CPC. Sentença mantida. 1 - Não ocorre no presente caso a incidência da Súmula nº. 85 do colendo Superior Tribunal de Justiça, eis que é de fundo de direito a prescrição quando há a negativa expressa do direito pela Administração. 2 - Quanto à transposição de cargos reclamada pelo apelante, segundo o entendimento já consagrado pela Súmula nº. 685 do Supremo Tribunal Federal “é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em

206 Direito Constitucional

concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”. 3 - Tendo o autor dispensado a produção de provas, sem trazer aos autos nenhum elemento capaz de comprovar a alegada defasagem de seus proventos e a consequente violação ao mandamento constitucional da paridade entre servidores ativos e aposentados, ainda vigente no momento da sua aposentadoria, mostra- se correta a sentença que julgou improcedente o pedido de revisão dos proventos. 4 - Apelo não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 041915-0; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 12/01/11; DJ 3, PÁG. 130).

215. CONSTITUCIONAL - TÉCNICO EM ENFERMAGEM - CUMULA- ÇÃO DE CARGOS, POSSIBILIDADE - COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS

(Reg. Ac. 462.665). Relator: Des. João Mariosi. Impetrante: Sandra Ferreira da Cruz Torreão (Adva. Dra. Raquel Lucas Bueno). Informante: Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal.

Decisão: concedeu-se a ordem. Decisão unânime.

Mandado de Segurança. Administrativo e constitucional. Cumulação de cargos. Técnico em enfermagem. Possibilidade. Art. 37, XVI, “c”, CF. 1. O artigo 37, inciso XVI, alínea ‘c’, da Constituição Federal permite a cumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, incluindo dentre eles os técnicos em enfermagem, desde que haja compatibilidade de horários. 2. A limitação da carga horária para os técnicos em enfermagem não constitui norma irrenunciável de saúde do trabalho. 3. Segurança concedida.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 004735-6; C. ESPECIAL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 78).

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05. Direito Penal

Direito Penal

216. PENAL - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR - VÍTIMA COM 12 ANOS - PROVA, FRAGILIDADE - IN DUBIO PRO REO

(Reg. Ac. 461.550). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Apelante: A. P. N. (Adv. Dr. Cristiano Correia e Silva - NPJ - UDF). Apelado: MPDFT.

Decisão: dar provimento. Unânime.

Penal e Processual Penal. Atentado violento ao pudor. Vítima mulher com doze anos de idade. Valor probante do testemunho infantil. Fragilidade da prova. Absolvição. In dubio pro reo. Recurso provido. 1. Embora as palavras das vítimas recebam especial valor probatório nos crimes contra a dignidade sexual, em se tratando de testemunho infantil, devem ser admitidas com ressalvas, pois o menor impúbere é extremamente sugestionado, necessitando, pois, que suas palavras sejam apresentadas de forma lógica, coerente e com respaldo em outros elementos probatórios. 2. Necessário evocar o princípio in dubio pro reo nos casos em que a vítima menor apresenta diferentes versões para o fato analisado, o réu nega com veemência a imputação contra si perpetrada, e a genitora da ofendida demonstra insegurança e dúvida quanto à ocorrência do atentado violento ao pudor. 3. Uma condenação deve ser fundamentada em provas firmes, concludentes, plenas e inequívocas, não sendo possível baseá-la em meras suposições e elementos titubeantes. 4. Recurso provido para absolver o réu, com base no art. 386, inciso II, do Código de Processo Penal.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2007 01 1 044994-3; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 16/11/10; DJ 3, PÁG. 261).

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217. PENAL - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR - VÍTIMAS ME- NORES DE 14 ANOS - CONCURSO FORMAL - LEI 12.015/09, IRRETROATIVIDADE

(Reg. Ac. 472.828). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Apelante: Cleber de Oliveira Ferreira (Adv. Dr. Ricardo Kós Junior). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Penal e Processo Penal. Atentado violento ao pudor. Vítimas menores de quatorze anos. Estupro de vulnerável. Não retroatividade da Lei nº 12.015/09. Materialidade e autoria demonstradas. Prescindibilidade de laudo pericial. Prova oral segura e harmônica. Relevância da palavra das vítimas. Absolvição inviável. Atos praticados nas mesmas condições de tempo, maneira e lugar de execução contra duas enteadas e uma amiga. Art. 71 e parágrafo único, do CP. Incidência. Concurso material. Não reconhecimento. Art. 387, inciso IV, do CPP. Fixação de ofício. Impossibilidade. 1. Se o apelante foi condenado pela prática de três crimes de atentado violento ao pudor, praticados contra menores de quatorze anos - sob a antiga redação do art. 214, do CP - que, com o advento da Lei nº 12.015/09, e a previsão do tipo específico que tipifica o “estupro de vulnerável”, implicaria a imposição de pena mínima de oito anos de reclusão, ao invés de seis anos, a lei penal não pode retroagir, pois o prejudicaria, devendo o julgamento ser realizado sob a égide da lei anterior. 2. Sendo a prova constante dos autos farta e uníssona no sentido de que o réu praticou os fatos que lhe foram imputados, até porque, em se tratando de crimes sexuais, geralmente praticados às escondidas, há de se dar especial relevância à palavra da vítima, a presença de vestígios de atos libidinosos atestada pela prova pericial é prescindível, até porque, nem sempre tais crimes deixam vestígios materiais. Inviável, assim, a absolvição. 3. Se os crimes foram praticados nas mesmas condições de tempo, lugar e maneira de execução, deve incidir, na hipótese, a regra prevista no art. 71 e seu parágrafo único, do CP, excluindo-se, em tais casos, o concurso material de crimes. 4. A indenização prevista no art. 387, inciso IV, do CPP, não pode ser fixada de ofício pelo julgador. 5. Apelação parcialmente provida.

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(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2008 03 1 027734-0; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 19/01/11; DJ 3, PÁG. 137).

218. PENAL - CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS - AUTORIZA- ÇÃO DE VISITA, INDEFERIMENTO - DIREITO DE ASSISTÊNCIA FAMILIAR, VIOLAÇÃO

(Reg. Ac. 472.199). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Recorrente: Eduardo Custódia da Silva (Adva. Dra. Vanessa Neves e Silva - NPJ - Uniceub). Recorrido: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: dar provimento. Unânime.

Recurso de Agravo. Pedido de autorização de visita. Irmã condenada por tráfico de entorpecentes. Indeferimento. Recurso da defesa. Violação ao direito fundamental de assistência familiar. Inexistência de fundamento idôneo para a negativa de autorização de visitas. Recurso conhecido e provido. 1. A manutenção do convívio familiar é salutar e extremamente benéfica para a ressocialização do preso, constituindo, pois, direito a ser preservado e garantido ao encarcerado pelo Estado, nos termos do artigo 41, inciso X, da Lei de Execuções Penais. Do mesmo modo, a Constituição Federal assegura ao preso o direito fundamental de assistência familiar (artigo 5º, inciso LXIII, da CF/88). O direito de visitas ao preso tem como escopo a manutenção do convívio familiar para maior efetividade da reinserção social, podendo sofrer limitações a depender das circunstâncias do caso concreto, pois não se trata de direito absoluto. 2. Na espécie, o fato de a irmã do encarcerado ter sido condenada pela prática do crime de tráfico de drogas não lhe impede o gozo dos direitos individuais, exceto aqueles restringidos pela própria sentença condenatória. Impedir a interessada de visitar o irmão no interior de presídio afeta o direito individual desta, além de constituir afronta ao direito do próprio condenado, que se vê privado do direito de restabelecer o convívio familiar com a irmã. Ademais, não se pode inferir que a interessada voltará a delinquir e, caso ocorra, será responsabilizada na esfera penal. 3. Compete ao Estado obstar a entrada de substâncias entorpecentes, armas ou outros objetos que possam comprometer a segurança do presídio. Para tanto, o estabelecimento prisional deve fiscalizar, realizando rigorosa busca pessoal nos visitantes e no material que transportam. Assim, obstruir que a interessada visite o irmão pela condenação por tráfico constitui dupla

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punição, não prevista em lei, pela mesma conduta ilícita, além de restringir direito individual do preso de receber assistência familiar. 4. Recurso conhecido e provido para deferir o pedido de autorização de visitas.

(RECURSO DE AGRAVO Nº 2010 00 2 018940-9; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 191).

219. PENAL - CRIME AMBIENTAL - PESCA ILEGAL E PREDATÓRIA - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE

(Reg. Ac. 456.248). Relator: Des. Alfeu Machado. Apelante: W. L. C. (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: MPDFT.

Decisão: rejeitar a preliminar. Negar provimento. Unânime.

Penal. Apelação criminal. Nulidade da sentença por apreciação das provas e das teses da defesa. Inocorrência. Esgotamento da matéria. Decisum monocrático fundamentado à exaustão. Crime ambiental. Pesca ilegal no Lago Paranoá com rede predatória. Princípio da insignificância. Aplicabilidade tão só a casos específicos, em que haja mínima lesividade real e na ausência de legislação específica proibitiva. Pesca predatória. Substituição da pena corporal por pena de multa apenas. Inviabilidade. Quantum da pena corporal fixada no mínimo legal e substituída por restritiva de direitos. Função pedagógica da pena substituída. Maior gravidade para com o acusado. Relação inversa do pedido. 1. Não há nulidade, por suposta ausência de fundamentação, quando esta se faz de forma exaustiva, tampouco se falar em “sentença genérica”, que desrespeita o trabalho jurisdicional do magistrado singular. Ademais, a proibição advém da lei, cujo questionamento não se fez. Vale ressaltar que o costume contra legem é vedado na seara criminal, além de que o magistrado não é obrigado a responder a todas as teses da parte, se dispuser de outros meios satisfatórios para julgar a demanda, mesmo que não seja, talvez, a alternativa mais recomendável, não tendo, in casu, o condão de impor nulidade ao julgado. 2. A conduta do réu não pode ser tida como insignificante, não havendo que se falar em reduzidíssimo grau de reprovabilidade tampouco em aceitação social, diante da relevância do bem jurídico constitucionalmente protegido, bem como do dever de proteção ao meio ambiente, imposto a cada cidadão pelo texto constitucional, conforme se extrai do art. 225 da Carta Magna. 3. O resultado da conduta praticada

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pelos réus, qual seja, a pesca ilegal de 15 kg de peixe do Lago Paranoá, ou mesmo os 8 kg alegados pela defesa, também não pode ser tido como irrelevante, mesmo que se alegue que o peixe é abundante no lago, quando há expressa proibição da pesca da maneira como feita pelo acusado (uso de rede), se constituindo assim, verdadeiramente em crime formal. 4. Verificada a tipicidade formal e material, não sendo caso de aplicação do princípio da insignificância, ante a ausência de qualquer de suas espécies (insignificância da conduta ou insignificância do resultado). 5. Não é possível, ante a gravidade da conduta, a fixação de pena de multa apenas, ante a necessidade do caráter educativo da pena corporal, substituída por restritiva de direitos, em que poderá se dar real ciência ao acusado da gravidade de seus atos e reeducá-lo, efetivamente, para que não volte a cometer o delito em tela, que ocorre muitas vezes por desconhecimento e de certo não se equipara a muitos dos demais delitos previstos na legislação ambiental. Ademais, foi a intenção da sentença ao não substituir a pena corporal somente por multa, eis que esta seria mais gravosa ao acusado, fato do qual se descurou a defesa. 6. Negou-se provimento ao apelo do réu.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2008 01 1 025470-5; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 359).

220. PENAL - CRIME AMBIENTAL - EMPRESA EM ÁREA DE PROTE- ÇÃO AMBIENTAL - ALVARÁ, EXPEDIÇÃO - FORMALIDADES LEGAIS, INOBSERVÂNCIA

(Reg. Ac. 472.330). Relator: Des. Jesuíno Rissato. Apelante: Marco Antônio dos Santos Lima (Adv. Dr. Fernando Francisco Silva Junior). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: rejeitadas as preliminares. Unânime. No mérito, prover parcialmente. Unânime.

Penal e Processual Penal. Crime ambiental. Artigo 67, da Lei 9.605/98. Expedição de alvará de funcionamento para empresa, em área de proteção ambiental. Inobservância das formalidades pertinentes. Dano ao meio ambiente. Prescindibilidade. Crime de perigo abstrato. Condenação mantida. Pena pecuniária exacerbada. Redução. 1. Age no mínimo com dolo eventual o administrador público que, possuindo os meios à sua disposição

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para assegurar a lisura das formalidades pertinentes à expedição de alvará para funcionamento de empresa em área de proteção ambiental, expede o documento autorizador sem a observância das cautelas legais, incorrendo no tipo penal descrito no artigo 67, caput, da Lei 9.605/98. 2. Os tipos penais dispostos na seção V, da Lei 9.605/98, são de perigo abstrato, e visam tutelar a administração ambiental, contendo, por essa razão, um cunho nitidamente preventivo, que não reclama para sua configuração a causação efetiva do dano. 3. Havendo exacerbação no valor do dia-multa, dá-se parcial provimento para reduzi-lo. 4. Recurso conhecido e parcialmente provido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2003 01 1 068797-0; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 165).

221. PENAL - CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA - CONTROLE PARALELO DE VENDAS - ESCRITA FISCAL, DIFERENÇA

(Reg. Ac. 465.482). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Apelantes: MPDFT e E. A. O. (Adv. Dr. Joaquim Flávio Spíndula). Apelados: os mesmos.

Decisão: rejeitar a preliminar. Negar provimento a ambos os recursos. Unânime.

Penal e Processo Penal. Apelação. Crime contra a ordem tributária. Preliminar. Nulidade da sentença. Cerceamento de defesa. Rejeição. Mérito. Prova robusta. Dolo específico de reduzir ou suprimir tributo. Art. 1º, II e V, Lei 8.137/90. Auto de infração. Materialização da apuração feita pelo Fisco. Interpretação literal. Suficiência. Depoimento de testemunha sufragado pelas demais provas produzidas nos autos. ICMS. Controle paralelo de vendas. Escrita fiscal. Cotejo. Diferença apurada. Tributação. Sonegação. Condenação. Regularidade. Danos materiais. Vários processos. Complexidade. Solução no juízo fazendário próprio. Desprovimento. 1. No que pertine à justa causa para a instauração das ações penais contra o apelante, se a resposta preliminar do réu não afeta o ânimo do julgador que recebe a denúncia, eventual discussão sobre esse tema, em sede de apelação, está necessariamente imbricada com o mérito da demanda. 2. Comprovada a juntada de documentos antes da fase de apresentação de memoriais, não há que se falar em prejuízo para a defesa que, necessariamente, teve acesso a todo processado. Preliminares rejeitadas. 3. A diferença a maior, resultante do confronto entre o controle paralelo de vendas e a escrita fiscal da empresa,

216 Direito Penal

deve ser tributada, com aplicação da penalidade prevista para a hipótese de sonegação fiscal. 4. Nos delitos tributários, sobressaindo o dolo de suprimir ou reduzir o valor do tributo, a condenação é medida que se impõe. 5. A menção, por si só, da prática de mais de uma conduta prevista no art. 1º, da Lei nº 8.137/1990, associada à intensidade do dolo, justificariam a avaliação negativa de tal circunstância judicial. Precedente (STJ, HC 115.951/SC, Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, julgado em 17-6- 2010, Dje 2-8-2010). 6. Diante da informação constante dos autos de que o débito tributário do réu já está inscrito em dívida ativa, e que a Fazenda Pública dispõe de procuradores capacitados para promoverem a competente execução fiscal, se já não o fez, mitiga-se obrigatoriedade de fixação de valor reparatório mínimo, em sede criminal, até por que se cuida de 5 (cinco) processos apensados com complexidade suficiente para justificar a separação das instâncias, visando elidir qualquer possibilidade de balbúrdia processual. 7. Recursos desprovidos.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2005 01 1 102974-5; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 26/11/10; DJ 3, PÁG. 195).

222. PENAL - CRIME DE INCÊNDIO - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - CONFISSÃO ESPONTÂNEA - PENA, REDUÇÃO

(Reg. Ac. 474.019). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Apelante: B. P. R. (Defensoria Pública). Apelado: MPDFT.

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Penal. Processo penal. Crime de incêndio em contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher. Tentativa. Casa habitada. Art. 250, §1º, inciso II, alínea “a”, do Código Penal. Materialidade delitiva. Elemento subjetivo do tipo. Desistência voluntária. Dosimetria. Gratuidade de justiça. Recurso parcialmente provido. 1. No momento em que o apelante ateou fogo a uma tampa de garrafa e, posteriormente, a uma espuma, no interior da casa habitada, perto de objetos inflamáveis, com o uso de acelerante (gasolina), que possibilita que o fogo se alastre rapidamente, deve-se ter por iniciados os atos de execução do delito. 2. Trata-se de crime formal, que não exige a efetiva ocorrência do resultado naturalístico, sendo, portanto, irrelevante se o fogo efetivamente gerou ou não um incêndio ou se foi apagado sem causar

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danos ou expor a perigo. 3. O elemento subjetivo do tipo, no caso do crime de incêndio, é o dolo de perigo, a vontade de expor o bem jurídico tutelado a um risco gerado pelo agente mediante o uso de fogo, não se exigindo um dolo específico. 4. A avaliação negativa dos motivos do crime restou insuficientemente motivada, calcando-se em argumento geral e abstrato, sem considerar as especificidades do caso concreto para justificar a majoração da pena. 5. A atenuante da confissão espontânea (art. 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal) deve ser reconhecida em favor do acusado quando o fato for utilizado na sentença para embasar a condenação. 6. Apelação a que se dá parcial provimento.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 03 1 006801-3; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 21/01/11; DJ 3, PÁG. 239).

223. PENAL - CRIME IMPOSSÍVEL - PLEITO ABSOLUTÓRIO, INVIA- BILIDADE - USO DE DOCUMENTO FALSO, ABSORÇÃO

(Reg. Ac. 474.613). Relator Designado: Des. Romão C. Oliveira. Apelante: José Raimundo Soares de Jesus (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente o apelo, nos termos do voto do Revisor que redigirá o acórdão.

Penal. Pleito absolutório. Crime impossível. Inviabilidade. Uso de documento falso. Absorção. Não exaurimento. Potencialidade lesiva. Pena exacerbada. Redução. Prescrição intercorrente. Extinção da punibilidade. Recurso provido em parte. Se do conjunto probatório ressai que o réu, mediante fraude, consubstanciada no uso de documentos falsos, tentou obter para si vantagem ilícita, em prejuízo alheio, caracterizado está o delito previsto no art. 171, caput, do Código Penal, em hipótese que tal o crime somente não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, porquanto o banco financiador verificou a veracidade dos documentos apresentados antes de conceder automaticamente o empréstimo. Não há como prosperar o pleito de absorção do delito previsto no art. 304 do CP pelo de tentativa de estelionato, quando não exaurida a potencialidade lesiva do documento falso, sobretudo no caso dos autos, em que o acusado utilizou-se do mesmo para praticar outros delitos. Se a pena se encontra exacerbada, cumpre ao

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Tribunal redimensioná-la. Verificada a prescrição intercorrente em relação ao crime de estelionato tentado, declara-se extinta a punibilidade do agente. Recurso parcialmente provido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 013141-6; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 27/01/11; DJ 3, PÁG. 154).

224. PENAL - CRIMES FUNCIONAIS - AÇÃO PENAL, PROPOSITURA - INQUÉRITO POLICIAL, PRESCINDIBILIDADE - INSERÇÃO DE DADOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÃO

(Reg. Ac. 463.284). Relator: Des. João Egmont. Apelante: Adriana Garcia Praciano (Adv. Dr. Marco Antônio Gil Rosa de Andrade). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: dar parcial provimento ao apelo nos termos do voto do Relator. Vencido em parte o Vogal que provia em menor extensão.

Penal. Crimes funcionais. Arts. 312 e 313-A, do Código Penal. Inquérito policial. Propositura de ação penal. Prescindibilidade. Violação da ampla defesa e do contraditório no processo administrativo. Inocorrência. Súmula Vinculante nº 5 do STF. Documentos embasadores da denúncia, juntados sem autenticação. Instauração de incidente de falsidade. Inexistência. Presunção de veracidade. Suspeição de testemunha. Quebra de incomunicabilidade. Ausência de influência no testemunho. Nulidade não verificada. Absolvição por falta de provas. Improcedência. Inserção de dados no sistema de informação. Forma de execução para o alcance do crime de peculato. Aplicação do princípio da consunção. Fixação da pena no mínimo legal. Impossibilidade. Incidência da regra da continuidade delitiva. 1. A instauração de inquérito policial não se afigura essencial e imprescindível para a propositura de ação penal, se por outra forma for possível obter elementos indiciários de autoria e materialidade de um crime, como é o caso dos autos, onde os fatos delituosos foram extraídos do processo administrativo instaurado em desfavor da ora apelante. 2. Não prospera a alegação de nulidade da ação penal, sob a pecha de falta de defesa e exercício do contraditório durante o procedimento administrativo, uma vez que, pelo que consta dos autos, a ré foi devidamente ouvida durante a sindicância e ainda, após ser intimada, apresentou sua própria defesa. Ressalte-se, aliás,

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que mesmo não tendo sido constituído advogado à ré para o exercício de sua defesa procedimento administrativo, tal fato não tem o condão de nulificá-lo, pois, consoante a Súmula Vinculante nº 5, do Supremo Tribunal Federal, “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. 3. Presumem-se verdadeiros os documentos não autenticados, apresentados pelo Ministério Público com a denúncia, se a ré deixa de indicar, por escrito e especificadamente, o documento tido como falso, de modo a ensejar o procedimento previsto no art. 145 do Código de Processo Penal, com a autuação em apartado do incidente de falsidade. 4. O art. 210 do Código de Processo Penal, não proíbe expressamente a comunicação entre as testemunhas, desde que a conversa não seja sobre os fatos objeto do processo. O referido dispositivo legal só determina que as testemunhas sejam inquiridas separadamente, de modo que uma não saiba e não ouça as declarações da outra, evitando-se, assim, que haja influencia prejudicial à finalidade do testemunho, o que restou devidamente observado no caso em tela. De qualquer forma, o testemunho ora impugnado se realizou em dezembro de 2007, quando ainda não havia sido editada a Lei nº 11.690/08, que acrescentou um parágrafo ao referido dispositivo legal, dispondo que “antes do início e durante a sua realização, serão reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas”. 5. As provas colhidas no curso do processo, mormente as testemunhais e documentais, apontam, de forma inequívoca, para a responsabilização criminal da ré pelos fatos narrados na denúncia, sendo inviável, assim, o acolhimento do pleito absolutório. Por outro lado, a conduta da ora apelante de inserir dados falsos em sistema de informações foi usada como elemento essencial e indispensável para alcançar a apropriação da vultosa quantia e consumação da prática do delito de peculato (CP, art. 312), ficando tal conduta, portanto, absorvida pelo crime fim (consunção). 6. Não faz jus a ora apelante na fixação da pena em seu mínimo legal, diante da necessidade de exasperação em decorrência da aplicação da regra da continuidade delitiva (art. 71, do CP). 7. Recurso conhecido e desprovido. Sentença reformada, de ofício, para afastar a condenação da apelante pelo crime tipificado no art. 313-A, do Código Penal, em face da aplicação do princípio da consunção. 8. Recurso provido para excluir a condenação por danos materiais.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2007 01 1 089851-5; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 195).

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225. PENAL - DIREITO AUTORAL, VIOLAÇÃO - CONFISSÃO ESPON- TÂNEA - LAUDO DOCUMENTOSCÓPICO - ERRO DE PROIBI- ÇÃO, AFASTABILIDADE

(Reg. Ac. 466.962). Relator: Des. Mario Machado. Apelante: Elma Vilma Simoes de Sousa (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: desprover. Unânime.

Penal. Violação de direito autoral (art. 184, §2º, CP). Suspensão condicional do processo. Materialidade. Laudo documentoscópico. Autoria. Confissão espontânea. Provas orais. Flagrante. Dolo. Atipicidade. Princípio da adequação social. Princípio da insignificância. Estado de necessidade. Erro de proibição. A alteração do conceito de infração de menor potencial ofensivo conferido pelas Leis nº 10.259/2001 e 11.313/2006 alcançou somente o disposto no art. 61, da Lei 9.099/95. Não houve alteração do patamar estabelecido para oferecimento da suspensão condicional do processo. Não existe óbice a que os peritos examinem o material apreendido apenas por amostragem. Para configuração da materialidade do tipo penal do art. 184, § 2º, do Código Penal basta a constatação de que apenas uma das obras expostas à venda violava o regular direito autoral. Outrossim, prescindível a realização de perícia quando há outras provas suficientes para evidenciar o delito. Autoria desvendada pela confissão espontânea da ré, corroborada pelos depoimentos dos policiais que realizaram o flagrante. Impossível aplicação do princípio da adequação social, ou mesmo do princípio da insignificância, para tornar a conduta atípica. O fato de o comportamento ser socialmente adequado ou aceito não tem o condão de determinar a desconsideração da correta aplicação da lei penal. Esta somente será revogada com a promulgação de nova legislação sobre o tema. Ademais, as condutas tipificadas no art. 184 e dispositivos seguintes do Código Penal são dotadas de considerável grau de ofensividade frente ao bem jurídico tutelado, porque promovem a continuidade de grupos ligados a práticas ilícitas, a sonegação fiscal e a concorrência desleal. Não acobertada sob o manto do estado de necessidade, a conduta da ré que expõe a venda mídias ‘piratas’, ao argumento de que era seu modo sustentar a família. Inexiste perigo atual e o fato é totalmente evitável. Por outro lado, a ré aproveitou-se da facilidade em adquirir obras pirateadas, bem ciente de que estas, não obstante ilegais,

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têm boa aceitação no mercado. O erro de proibição resta afastado pela ampla divulgação sobre a ilegalidade da pirataria. Apelação desprovida.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2007 06 1 000113-5; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 01/12/10; DJ 3, PÁG. 174).

226. PENAL - DIREÇÃO SEM HABILITAÇÃO E EMBRIAGUEZ - PRO- VA TÉCNICA - OBRIGAÇÃO A SE SUBMETER A ETILÔMETRO, NÃO COMPROVAÇÃO

(Reg. Ac. 460.313). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Apelante: Antônio Alcimário Alves da Silva (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: desprover parcialmente. Maioria.

Apelação Criminal. Direção sem habilitação e embriaguez. Absolvição. Concurso formal. I. Foi comprovado por prova técnica, corroborada pela prova oral e confissão do réu, que este dirigia motocicleta com concentração de álcool por litro de ar expelido em patamar superior ao permitido em lei. II. Não comprovado que o apelante foi obrigado a submeter-se ao etilômetro. Se produziu prova contra si, foi por livre e espontânea vontade. III. O crime do artigo 306 do CTB, com a redação da Lei 11.705/08, é de perigo abstrato. Para a consumação do delito basta que o motorista seja flagrado na direção de veículo automotor com quantidade de álcool igual ou superior a 0,6 gramas por litro de sangue, ou 0,3 miligramas por litro de ar expelido dos pulmões. Presume- se o perigo à segurança viária e à incolumidade alheia. IV. Entre os crimes de embriaguez na direção de veículo automotor e direção de veículo automotor sem habilitação aplica-se o concurso formal. V. Apelo parcialmente provido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2008 01 1 152038-2; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 17/11/10; DJ 3, PÁG. 158).

227. PENAL - ESTELIONATO - BAÚ DA FELICIDADE - PROMESSA DE RECEBIMENTO DE PRÊMIO

(Reg. Ac. 457.676). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Apelante: Edmilson Aparecido Almeida (Advs. Dr. Rubens Curcino Ribeiro e Dr. Jarles Curcino Ribeiro). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

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Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Apelação Criminal. Estelionato. Agente que, se identificando como funcionário do “baú da felicidade”, recebe prestações atrasadas do carnê pertencente à vítima, sob promessa de recebimento de prêmio inexistente. Sentença condenatória. Recurso da defesa postulando a absolvição do réu. Alegação de que o recorrente não concorreu para a infração penal ou que seria mero partícipe. Acervo probatório apontando o recorrente como um dos autores do crime. Pena. Avaliação negativa da conduta social e das consequências do crime afastada. Regime inicial de cumprimento da pena. Substituição da pena privativa de liberdade. Suspensão condicional da pena. Indeferimento. Réu reincidente. Recurso conhecido e parcialmente provido. 1. Revelando a prova dos autos que o recorrente foi um dos autores do delito, tendo comparecido à casa da vítima se identificando como funcionário do “baú da felicidade”, ostentando um crachá da empresa com o seu nome e recebido da vítima o pagamento de valores atrasados do carnê, sob a falsa promessa de recebimento de prêmio, não há que se falar em absolvição ou de condenação como mero partícipe. 2. Não pode a folha penal servir de base para a avaliação desfavorável da circunstância judicial da conduta social, a qual deve ser extraída da projeção do indivíduo enquanto ser social. 3. A circunstância judicial das consequências do crime somente deve ser sopesada em desfavor do réu quando ultrapassa as consequências já inerentes ao modelo descritivo que individualizou a conduta penalmente relevante. No crime de estelionato, o prejuízo sofrido pela vítima se exaure na própria elementar do tipo, estando nele previsto e, assim, não pode ser valorado negativamente quando da análise da circunstância judicial das consequências do crime, na primeira fase da dosagem penalógica, sob pena de incorrer bis in idem. 4. Mostra-se adequada a fixação do regime inicial semiaberto ao réu reincidente, ainda que a pena seja inferior a 04 (quatro) anos de reclusão. 5. Tratando-se de réu já condenado definitivamente por outros crimes de estelionato, não faz jus à substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito ou à suspensão condicional da pena. 6. Recurso conhecido e parcialmente provido para, mantendo a condenação do réu nas penas do artigo 171, caput, do Código Penal, excluir a valoração negativa da conduta social e das consequências do crime, reduzindo-se as penas de 02 (dois) anos e 20 (vinte) dias de reclusão para 01 (um) ano e 06 (seis) meses de reclusão e 15 (quinze) dias-multa, fixado cada

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dia-multa no mínimo legal de 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo vigente na data do fato.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2008 10 1 002377-3; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 363).

228. PENAL - ESTELIONATO - COMPRAS COM CARTÃO CLONADO - PRISÃO EM FLAGRANTE - CONSTRANGIMENTO ILEGAL, CARACTERIZAÇÃO

(Reg. Ac. 470.679). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Impetrante: Nilton Mendes Gomes. Paciente: José Luis de Menezes Sousa (Advs. Dr. Nilton Mendes Gomes e outros).

Decisão: conceder a ordem. Expedir alvará de soltura. Unânime.

Habeas Corpus. Estelionato. Realização de compras em cinco lojas no Shopping Iguatemi com cartões de crédito clonados. Prisão em flagrante. Pedido de liberdade provisória indeferido. Fundamentação inidônea. Ausência de demonstração dos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal. Crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa. Condições pessoais favoráveis. Constrangimento ilegal caracterizado. Ordem concedida. 1. Padece de constrangimento ilegal a manutenção da segregação cautelar do paciente com o objetivo de investigar outros criminosos que possam ter contribuído para a clonagem dos cartões de crédito utilizados pelo paciente, sobretudo porque não consta dos autos elementos de que o paciente agia em grupo criminoso, devendo-se salientar que o paciente possui o direito de permanecer em silêncio e não contribuir para eventual investigação. 2. No que se refere ao fato de o paciente não ter comparecido nem constituído advogado em processo perante a comarca de Catalão, vale salientar que, embora tal fundamento seja válido e apto a manter, em tese, a prisão cautelar, a situação dos autos exige a aplicação do princípio da proporcionalidade. De fato, nos referidos autos, a conduta delitiva consistiu na prática da contravenção penal de recusa de dados sobre a própria identidade ou qualificação, prevista no artigo 68, do Decreto-Lei n.º 6.259/1944, cuja sanção cominada pelo legislador é multa. A contravenção penal foi supostamente praticada em 14/10/2000, tendo o processo sido

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extinto, em razão da prescrição da pretensão punitiva, em 09/06/2004. 3. Constata-se, portanto, que não se revela razoável manter a prisão cautelar do paciente em razão de fato anterior que, por si só, não acarretaria pena privativa de liberdade e cuja prática data mais de dez anos, ofendendo, por conseguinte, o princípio da proporcionalidade. 4. Na espécie, os crimes - estelionato - foram praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa, além de que o paciente, que possui 32 (trinta e dois) anos, é primário, possuidor de bons antecedentes, sem passagens pela Vara da Infância e da Juventude, sendo esta a única ocorrência em sua folha penal, tendo sido juntados comprovantes de residência e emprego, circunstâncias que, em tese, evidenciam que em liberdade o paciente não irá reiterar na seara delitiva. 5. Habeas corpus admitido e ordem concedida para deferir o pedido de liberdade provisória ao paciente, mediante termo de comparecimento aos atos processuais, salvo se por outro motivo estiver preso.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 018818-8; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 181).

229. PENAL - ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR - UNIFICAÇÃO DOS DELITOS - PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PROTEÇÃO DEFICIENTE - LEI Nº 12.015/09, RETROAÇÃO

(Reg. Ac. 460.323). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Recorrente: MPDFT. Recorrido: R. S. A. (Defensoria Pública).

Decisão: prover parcialmente o recurso. Unânime.

Recurso de Agravo. Estupro e atentado violento ao pudor. Lei 12.015/09. Unificação os delitos. Tipo misto alternativo. Princípio da proibição da proteção deficiente. Direitos fundamentais do acusado. I. A Lei 12.015/09 passou a considerar os delitos de atentado violento ao pudor e estupro crime único. Por ser mais benéfica, deve retroagir. II. A nova redação do art. 213 do CP descreve delito misto alternativo, em que a realização de mais de uma das condutas previstas não implica em concurso de delitos. Está autorizado a realizar nova análise das circunstâncias judiciais. Nesse caso, o estupro tentado serve como circunstância negativa do crime para aumentar a pena-base do atentado

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violento ao pudor consumado. Precedentes desta Corte. III. Apelo parcialmente provido para redimensionar as penas.

(RECURSO DE AGRAVO Nº 2010 00 2 009835-9; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 17/11/10; DJ 3, PÁG. 151).

230. PENAL - EXTORSÃO, DESCARACTERIZAÇÃO - DÍVIDA DE PROGRAMAS SEXUAIS - ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO

(Reg. Ac. 477.637). Relatora: Desa. Leila Arlanch. Apelante: MPDFT. Apelado: M. G. C. (Advs. Dra. Adriana Castro Brasil Batista - NPJ - Uniceub e outros).

Decisão: desprover. Unânime.

Penal. Extorsão. Dívida de programas sexuais. Ameaças. Constrangimento. Impossibilidade. Na espécie, questiona-se a exacerbação da forma como o réu efetuou a cobrança dos serviços sexuais prestados. A seu turno, há a confirmação da vítima quanto à existência da dívida, o que descaracteriza o crime de extorsão. Nesse sentido, ausente uma das elementares do tipo, impõe-se a absolvição do acusado. Negou-se provimento.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 01 1 191314-2; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 04/02/11; DJ 3, PÁG. 161).

231. PENAL - EXTORSÕES, DEMONSTRAÇÃO - MESMA VÍTIMA - CONTINUIDADE DELITIVA

(Reg. Ac. 469.955). Relator Designado: Des. Roberval Casemiro Belinati. Apelante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Apelado: David Cunha da Cruz ou Davi Cunha da Cruz (Adv. Dr. Hermes Batista Tosta).

Decisão: dar provimento ao recurso do Ministério Público, unânime. O Revisor o fez em menor extensão e foi acompanhado pelo Vogal. Redigirá o acórdão o Revisor.

Apelação criminal interposta pelo Ministério Público. Sentença absolutória. Crimes de extorsão. Artigo 158, § 1º, do Código Penal. Provas da materialidade e autoria do crime. Reconhecimento pela vítima na delegacia por fotografia. Impossibilidade de repetição da prova em juízo

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diante da morte da vítima. Irrelevância. Reconhecimento seguro. Vítima que passou considerável período com o réu. Depoimento da esposa e do sogro da vítima que presenciaram os fatos. Coerência e harmonia com o depoimento da vítima. Localização de um dos bens da vítima na posse do réu segundo testemunha. Condenação por dois crimes de extorsão, com causa de aumento do emprego de arma e concurso de agentes, em continuidade delitiva. Apelação conhecida e provida. 1. Deve ser provido o recurso do Ministério Público para condenar o réu pela prática dos crimes de extorsão, diante da comprovação da materialidade e da autoria. De fato, a vítima narrou que foi constrangida pelo réu e por outro indivíduo, que se diziam policial e oficial de justiça, a lhe entregar bens e dinheiro, sob pena de ser armado falso flagrante para incriminar a vítima. 2. Deve ser atribuído valor ao reconhecimento do réu efetuado pela vítima, por fotografia, na delegacia, ainda que tal prova não tenha sido repetida em juízo, diante do falecimento da vítima, sobretudo porque coerente e harmônico com a prova produzida nos autos. De fato, o depoimento da esposa e do sogro da vítima, que presenciaram os fatos, está em sintonia com a versão da vítima, além de que um dos bens da vítima estava na posse do réu, segundo uma testemunha. A versão do réu encontra-se isolada e não comprovada. 3. Como os dois crimes de extorsão foram idênticos, praticados nas mesmas condições de tempo, lugar e maneira de execução, contra a mesma vítima, aplica-se a regra da continuidade delitiva. 4. Recurso de apelação conhecido e provido para condenar o réu pela prática dos crimes previstos no artigo 158, § 1º, por duas vezes, na forma do artigo 71, ambos do Código Penal, aplicando-lhe pena total de 06 (seis) anos, 02 (dois) meses e 20 (vinte) dias de reclusão, em regime semiaberto, e 15 (quinze) dias-multa, no valor mínimo legal.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2003 07 1 012620-6; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 202).

232. PENAL - FURTO - DESCLASSIFICAÇÃO PARA EXERCÍCIO AR- BITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES, INVIABILIDADE - PENA, ADEQUAÇÃO

(Reg. Ac. 459.083). Relator: Des. Romão C. Oliveira. Apelante: Maria de Lourdes da Nóbrega (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

227 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Decisão: prover parcialmente o recurso, à unanimidade.

Penal. Art. 155, § 4º, incisos I e IV, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Desclassificação para o crime de exercício arbitrário das próprias razões. Inviabilidade. Pena fixada em patamar exacerbado. Adequação. Fixação de regime de cumprimento mais ameno. Possibilidade. Isenção no pagamento das custas. Direito de recorrer da sentença em liberdade. Inviabilidade. Recurso parcialmente provido. Inviável a desclassificação do crime de furto para o de exercício arbitrário das próprias razões se a acusada, visando saldar suposta dívida, investiu-se contra bem de terceiros e não logrou demonstrar a existência da devedora e de seu respectivo débito. Se a reprimenda restou estabilizada em patamar exacerbado, cumpre ao Tribunal proceder ao devido ajuste em juízo de revisão. Fixada pena privativa de liberdade inferior a 4 (quatro) anos, a reincidência não implica fixação obrigatória do regime inicial fechado para seu cumprimento. Há de ser observada a gradação ditada pelo § 2º do art. 33 do Código Penal, estabelecendo-se o regime semiaberto. A impossibilidade do pagamento das custas pelo sentenciado em face de seu estado de pobreza há de ser aferida pelo Juízo das Execuções. Se o acusado respondeu todo o processo segregado cautelarmente, não há lógica em se permitir que apele em liberdade.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 03 1 027629-8; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 300).

233. PENAL - FURTO DE CARRO POR FLANELINHA - DESCLASSIFI- CAÇÃO PARA APROPRIAÇÃO INDÉBITA - REGIME PRISIONAL, ABRANDAMENTO

(Reg. Ac. 455.892). Relator: Des. George Lopes Leite. Apelante: Geofranne Xavier Lira (Advs. Dr. Cristiano Correia e Silva - NPJ - UDF e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente. Unânime.

Penal e Processual Penal. Furto de automóvel por “flanelinha” depois de receber as chaves do dono. Prova satisfatória da materialidade e da autoria. Pretensão à desclassificação da conduta para apropriação indébita. Confissão espontânea, menoridade relativa e reincidência. Abrandamento do regime

228 Direito Penal

prisional. Negativa de apelar em liberdade. Reforma parcial da sentença. 1. Réu condenado em três anos e três meses de reclusão no regime fechado por infringir o artigo 155, § 5º, do Código Penal, eis que subtraiu um veículo estacionado em local público depois de receber da vítima a chave de ignição, a pretexto de lavá-lo. Uma vez na posse do veículo foi a Santo Antônio do Descoberto, GO, onde a res furtiva foi posteriormente localizado por policiais. 2. O fato de receber um para cuidar e dele se apropria como se dono fosse configura o crime de apropriação indébita, possibilitando a mutação do libelo para reclassificar a conduta para o tipo do art. 168, inciso III, do Código Penal. 3. No embate entre reincidência versus confissão espontânea e menoridade relativa, compensam-se plenamente atenuantes e agravante. 4. Presentes os motivos que levaram à constrição preventiva, nega-se ao agente o direito de apelar em liberdade, sendo, conduto, admitido regime prisional semiaberto. 5. Apelação parcialmente provida.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2006 01 1 023678-6; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 233).

234. PENAL - FURTO QUALIFICADO - ROMPIMENTO DE OBSTÁ- CULO - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, DESCABIMENTO - DOSIMETRIA DA PENA, REFORMA

(Reg. Ac. 473.764). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Apelante: Clebson Lustosa dos Santos (Advs. Dr. Lécio Márcio Rodrigues de Assis - NPJ - Uniceub e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Penal e Processo Penal. Furto qualificado pelo rompimento de obstáculo. Bens furtados de dentro de veículo automotor. Reconhecimento de erro material na sentença. Princípio da insignificância. Não cabimento. Valor da res ultrapassa o salário-mínimo. Tentativa. Não ocorrência. Inversão da posse da res. Consumação do delito. Reforma na dosimetria da pena. Extirpação da valoração negativa das circunstâncias e consequências do crime. Prejuízo causado à vítima. Inerente ao tipo penal. Isenção de pena de multa. Competência do Juízo de Execuções Penais. Extirpação da verba indenizatória. Não comprovação do quantum a título de prejuízo para a vítima. Recurso parcialmente provido. 2. O Supremo Tribunal Federal,

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a partir do julgamento do Habeas Corpus n. 84.412/SP, de relatoria do Ministro Celso de Melo, passou a adotar o entendimento de que o princípio da insignificância tem como vetores “a mínima ofensividade da conduta do agente, a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada”. 2. No caso dos autos, não há incidência do princípio da insignificância, pois o valor dos bens furtados ultrapassou o salário- mínimo vigente, não restando caracterizada a inexpressividade da lesão jurídica provocada. 3. Sucede a consumação do delito de furto quando a coisa alheia sai da esfera de disponibilidade do ofendido, ocorrendo a inversão da posse, ainda que por curto espaço de tempo. 4. Devem ser extirpadas as valorações negativas das circunstâncias e consequências do crime, pois o prejuízo sofrido pela vítima, no rompimento de obstáculo, é ínsito ao tipo penal. 5. A conduta social do agente não foi considerada desfavorável na aplicação da pena, todavia, sua vida supostamente marginalizada não pode servir como pretexto para o reconhecimento da coculpabilidade do Estado, pois nem a marginalização do réu, tampouco a omissão do Estado foram efetivamente comprovadas. 5. A competência para concessão de isenção da pena de multa é do Juízo de Execuções Penais. 6. Quando não comprovado o quantum exato do prejuízo sofrido pela vítima, mediante documentos comprobatórios, deve a verba indenizatória ser extirpada, sendo insuficiente a palavra da vítima. 7. Recurso parcialmente provido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 040662-7; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 21/01/11; DJ 3, PÁG. 242).

235. PENAL - HABEAS CORPUS - CITAÇÃO POR EDITAL - ANTE- CIPAÇÃO DE PROVAS, EXCEPCIONALIDADE - PERECIMENTO DAS INFORMAÇÕES, RISCO NÃO AVALIADO

(Reg. Ac. 465.068). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Impetrante: Defensoria Pública do Distrito Federal. Paciente: Paulo Renato Silva dos Santos (Defensoria Pública).

Decisão: conceder e admitir a ordem. Maioria.

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Habeas Corpus. Receptação, direção de veículo sem habilitação. Corrupção de menores. Citação por edital. Produção antecipada de provas. Risco de perecimento das informações não avaliado no caso específico. Prisão preventiva. Endereço do réu ignorado. Obediência ao enunciado da Súmula 455 do STJ. I. A antecipação de provas é medida excepcional. Não deve ser rotina nos casos de réu citado por edital, mas providência resultante da avaliação do risco concreto de perecimento das informações necessárias ao êxito da persecução penal. II. Embora o magistrado tenha mencionado o decurso do tempo e a mobilidade da população de Santa Maria, a fundamentação é genérica e não avalia o risco concreto de perecimento das informações no caso específico. III. Ordem concedida.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 016976-6; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 25/11/10; DJ 3, PÁG. 379).

236. PENAL - HABEAS CORPUS - ESTUPRO DE VULNERÁVEL - FLA- GRANTE, INOCORRÊNCIA - CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZAÇÃO

(Reg. Ac. 472.804). Relator Designado: Des. Romão C. Oliveira. Impetrante e Paciente: D. P. R. (Adv. Dr. Fredson Oliveira Barros).

Decisão: admitir e conceder a ordem, por maioria. Redigirá o acórdão o 1º Vogal.

Habeas Corpus. Art. 217-A do Código Penal. Ilegalidade na prisão. Ausência das hipóteses do art. 302 do Código de Processo Penal. Ordem concedida. Se não houve perseguição ao paciente e nenhum instrumento do crime foi apreendido em seu poder, como sói acontecer nos crimes contra a liberdade sexual, não configura estado de flagrância a prisão decorrente apenas da declaração de pessoa diversa da vítima e que não estava presente na possível cena do crime. Se o auto de prisão em flagrante não se enquadra em nenhuma das hipóteses previstas no art. 302 do Código de Processo Penal, concede-se a ordem para relaxar a prisão do paciente.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 018006-4; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 149).

231 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

237. PENAL - HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO - FURTO QUALIFICA- DO - SUBTRAÇÃO DE TOALHAS DE CRECHE - REINCIDÊNCIA EM CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO

(Reg. Ac. 466.357). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Impetrante: Defensoria Pública. Paciente: Adriano de Souza Santana (Defensoria Pública).

Decisão: denegar a ordem. Unânime.

Habeas Corpus. Furto qualificado. Subtração de toalhas de uma creche. Alegação de atipicidade da conduta diante do baixo valor da res substracta. Princípio da insignificância. Pretensão que demanda dilação probatória. Vedação em sede de habeas corpus. Pedido de liberdade provisória. Indeferimento. Paciente reincidente em crime contra o patrimônio. Garantia da ordem pública. Ordem denegada. 1. O trancamento da ação penal por habeas corpus é medida excepcional. Só é cabível quando ocorrer atipicidade absoluta do fato descrito na denúncia ou ausência absoluta de provas da materialidade ou indícios da autoria, ou, ainda, a presença de alguma causa de extinção de punibilidade. 2. No caso dos autos, não se revela inequívoca a alegada atipicidade da conduta, uma vez que a questão depende de dilação probatória, inviável em sede de habeas corpus. Com efeito, a invocação do princípio da insignificância não restou inequivocamente demonstrada, porquanto, consoante amplo entendimento jurisprudencial, não basta que o objeto material do crime seja de pequeno valor econômico, para que se aplique, de modo automático, o princípio da insignificância, sendo necessário identificar determinados vetores que legitimam o reconhecimento da descaracterização da tipicidade penal em seu aspecto material, como a mínima ofensividade da conduta do agente, a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada, o que não se verifica, de plano, no presente caso. 3. Em relação ao pedido de liberdade provisória, não obstante se tratar de crime praticado sem violência ou grave ameaça - furto qualificado -, restou caracterizado o requisito de garantia da ordem pública, uma vez que o paciente é reincidente em crime contra o patrimônio. 4. Ordem denegada, para manter o prosseguimento da ação penal e para manter a decisão que indeferiu o pedido de liberdade provisória.

232 Direito Penal

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 017326-5; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 01/12/10; DJ 3, PÁG. 204).

238. PENAL - HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO - PRISÃO EM FLA- GRANTE - RECEPTAÇÃO QUALIFICADA - FORMAÇÃO DE QUADRILHA

(Reg. Ac. 476.572). Relator: Des. George Lopes Leite. Impetrantes: Bruno Soares de Carvalho e Norberto Soares Neto. Paciente: Thiago Rabelo Ricardo (Advs. Dr. Bruno Soares de Carvalho e outros).

Decisão: admitir e denegar a ordem. Unânime.

Habeas Corpus. Prisão em flagrante. Receptação qualificada. Formação de quadrilha. Adulteração de sinal identificador de veículos. Corrupção de menores. Presença dos pressupostos da prisão preventiva decretada para garantia da ordem pública. 1. Paciente primário e de bons antecedentes, denunciado por crime de receptação qualificada, formação de quadrilha, adulteração de sinal identificador de veículo e corrupção de menores. 2. Deve ser mantida a prisão preventiva diante da prova material e indícios de autoria em condutas de elevada nocividade social, conforme evidenciado na prova inquisitória, onde se denota que o paciente e comparsas montaram quadrilha especializada na receptação, desmonte e adulteração de sinais identificadores de motocicletas produto de crime. Nada obstante a ausência de violência física contra pessoa, crimes desse jaez implicam elevada nocividade social e exigem resposta enérgica do Estado, pois fomentam a prática de crimes de maior gravidade. 3. Ordem denegada.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 021173-6; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 01/02/11; DJ 3, PÁG. 142).

239. PENAL - HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO - EXECUÇÃO PENAL - FALTA GRAVE - CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS - CONTAGEM DE NOVA DATA, FIXAÇÃO

(Reg. Ac. 476.881). Relator: Des. Mario Machado. Impetrante: Defensoria Pública do Distrito Federal. Paciente: Josimar de Jesus Gonçalves (Defensoria Pública).

233 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Decisão: admitir e denegar a ordem. Unânime.

Habeas Corpus. Execução penal. Falta grave. Fixação de nova data para contagem de prazo para a concessão de benefícios previstos na Lei de Execuções Penais. Possibilidade. Precedentes. A prática de falta grave pelo apenado acarreta a perda dos dias remidos e a interrupção do lapso temporal para a progressão de regime e demais benefícios da execução (precedentes do Supremo Tribunal Federal). Ordem denegada.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 019717-8; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 04/02/11; DJ 3, PÁG. 155).

240. PENAL - HOMICÍDIO CULPOSO - ACIDENTE DE TRABALHO - TREINAMENTO OBRIGATÓRIO, NÃO FORNECIMENTO - EM- PREGADOR, RESPONSABILIDADE

(Reg. Ac. 461.731). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Apelante: Lázaro Consuelo Veloso (Advs. Dr. Fábio Ferreira Franco de Oliveira e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: negou-se provimento, unânime.

Homicídio Culposo (artigo 121, § 3º, do Código Penal). Acidente de trabalho. Construção de fábrica. Queda. Equipamentos de segurança. Treinamento. Não fornecimento. Empregador. Responsabilidade. Absolvição. Inviabilidade. Recurso desprovido. 1. O operário que executa trabalhos em construção civil deve estar provido dos devidos equipamentos de segurança (cinto de três pontas, bota, capacete e luva de raspa), além se ser obrigatória a instalação de cabo-guia de aço, adequado para fixação do respectivo cinto. 2. Imprescindível àquele que executa serviços em obras o devido treinamento, ministrado por técnico em segurança do trabalho. 3. Não há que falar em absolvição do réu, pois configurada a negligência, uma vez que ele, na condição de sócio-gerente da empresa e por conduzir pessoalmente a obra, não forneceu à vítima os equipamentos de segurança necessários, bem como o devido treinamento antes do início dos trabalhos, conduzindo à previsibilidade do resultado. 4. Recurso desprovido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2007 10 1 000172-7; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 244).

234 Direito Penal

241. PENAL - HOMICÍDIO CULPOSO - ACIDENTE DE TRÂNSITO - PENAS, APLICAÇÃO CUMULATIVA - SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR

(Reg. Ac. 462.586). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Embargante: Luiz Manoel Rocha Mendes (Adv. Dr. Eduardo Alexandre de Queiroz Barcelos). Embargado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: deu-se provimento aos embargos, maioria.

Penal e Processo Penal. Embargos infringentes e de nulidade. Homicídio culposo (arts. 302 e 293 CTB). Acidente de trânsito. Proibição do direito de dirigir veículo. Pena acessória compatível e proporcional com a pena privativa de liberdade. Circunstâncias judiciais favoráveis. Mínimo legal. Voto minoritário. Prevalência. Provimento. 1. O artigo 302, da Lei n. 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), preceitua a aplicação cumulativa de, pelo menos, duas penas, tratando-se de homicídio culposo na direção de veículo automotor, indicando uma pena privativa de liberdade associada a uma restritiva de direitos, qual seja, a suspensão da habilitação para dirigir, não sendo facultado ao juiz deixar de aplicar esta última, em caso de condenação. 2. A pena restritiva de direitos, consistente na suspensão da habilitação para dirigir, deve guardar proporcionalidade com a pena privativa de liberdade aplicada, valendo-se dos mesmos critérios utilizados na fixação desta, segundo disposição do art. 59, do Código Penal. Precedente (STJ, HC 137.581/RJ, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 11-5-2010, Dje 7-6-2010). 3. Recurso provido. Maioria.

(EMBARGOS INFRINGENTES CRIMINAIS Nº 2007 09 1 021793-5; C. CRIMINAL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 96).

242. PENAL - HOMICÍDIO CULPOSO - AFOGAMENTO DE ESCOTEI- RO - DEVER DE CUIDADO, INOBSERVÂNCIA - PENA-BASE, REDIMENSIONAMENTO

(Reg. Ac. 472.272). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Apelante: Gustavo Michelotti Fleck (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

235 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Decisão: prover parcialmente. Maioria.

Apelação Criminal. Homicídio culposo. Afogamento de escoteiro. Falta de dever de cuidado. Negligência. Dosimetria. Circunstâncias judiciais desfavoráveis. Redimensionamento. I. O afogamento da vítima foi ocasionado pela inobservância do dever de cuidado por parte do réu, que ao permitir a realização do evento sem as devidas condições de segurança, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. Incabível absolvição. II. A presença de circunstâncias judiciais desfavoráveis autoriza a fixação da pena-base em patamar superior ao mínimo previsto. III. A morte da vítima, que deixa uma família enlutada, não pode ser valorada como consequência negativa. É o resultado naturalístico do tipo infringido. IV. Recurso parcialmente provido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2006 07 1 021445-0; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 166).

243. PENAL - HOMICÍDIO QUALIFICADO - MOTIVO TORPE, CIÚ- MES - NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA, INEXISTÊNCIA - DOSIMETRIA DA PENA, CORREÇÃO PELO TRIBUNAL

(Reg. Ac. 469.211). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Apelante: Anderson Krause Magalhaes (Advs. Dr. Lécio Márcio Rodrigues de Assis - NPJ - Uniceub e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente o recurso, unânime.

Apelação Criminal. Homicídio qualificado. Ciúmes. Motivo torpe. Interposição do recurso por todas as alíneas. Conhecimento amplo. Nulidade posterior à pronúncia. Ausência. Soberania dos veredictos. Dosimetria. Confissão espontânea. Redução da pena. I. Se a ata de julgamento não estampa qualquer impugnação acerca de nulidade posterior à pronúncia, falece insurgência pelo artigo 593, inciso III, alínea ‘a’, do CPP. II. Eventual erro cometido pelo Juiz-Presidente ao aplicar a pena, de sorte a afrontar a lei ou o veredicto dos jurados, pode receber as devidas corrigendas pelo Tribunal. III. A soberania dos veredictos só perde espaço para as decisões que não encontram um mínimo de apoio no contexto probatório. Não há decisão manifestamente contrária quando os jurados optam por uma das versões apresentadas, devidamente respaldada na prova coligida. IV. A

236 Direito Penal

dosimetria deve ser corrigida quando observado equívoco pelo desprezo da confissão espontânea. V. Apelo parcialmente provido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2007 03 1 024111-5; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 15/12/10; DJ 3, PÁG. 130).

244. PENAL - LATROCÍNIO CONSUMADO E TENTADO - DESCLAS- SIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO, IMPOSSIBILIDADE - PARTI- CIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA - IMPUTABILIDADE, CONFIRMAÇÃO

(Reg. Ac. 470.204). Relator: Des. George Lopes Leite. Apelantes: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, José Roberto Torres Lima e Paulo de Tarso Tavares de Oliveira (Advs. Dr. Nilton Mendes Gomes e outros). Apelados: Edney Alves da Silva (Adv. Dr. Roque Telles Ferreira) e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover o recurso ministerial. Maioria. Prover parcialmente o recurso dos réus. Unânime.

Penal e Processual Penal. Latrocínio consumado e tentado. Concurso de agentes. Prova satisfatória da materialidade e autoria em relação a todos os acusados. Participação de menor importância. Preliminar de desclassificação do crime de latrocínio para homicídio. Impossibilidade. Presença inequívoca do animus furandi. Laudo psiquiátrico que confirma a imputabilidade. Extorsão não caracterizada. Crítica da dosimetria da pena. Supressão da indenização civil. Princípio de inércia da jurisdição. Sentença reformada em parte. 1. Réus acusados de infringirem os artigos 157, § 3º, segunda parte, 157, § 3º, primeira parte, e 158, § 1º, combinados com o artigo 61, inciso II, letra “d”, do Código Penal, sendo o primeiro absolvido e os demais condenados na forma da denúncia. Eles combinaram programa sexual com duas vítimas homens e compareceram ao apartamento de um deles, onde um dos réus apanhou uma faca de cozinha para golpear a primeira vítima na nuca, ajudado pelo comparsa. Consumado o latrocínio, os dois réus se voltaram contra a segunda vítima, espancando-a cruelmente, tomando-lhe o cartão de crédito e exigindo a senha. Na sequência o terceiro réu - que até então ficara postado à janela vigiando o movimento de pessoas e assim proporcionando cobertura aos comparsas - saiu à rua com o cartão eletrônico

237 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

subtraído para tentar sacar dinheiro num caixa eletrônico. Frustrado o saque em dinheiro, porque só tinha seis reais na conta, os dois primeiros réus amarraram e novamente espancaram a segunda vítima, passando a revirar o apartamento na busca de outros bens, depois de lhe tomar uma corrente de ouro e a chave do carro. Além do brutal espancamento, a segunda vítima foi esfaqueada e queimada com cigarro nas nádegas, sendo ainda sodomizada com um vibrador e, por fim, estrangulado com o fio do telefone. Escapou com vida porque se fingiu de morto e depois pediu ajuda aos vizinhos, recebendo socorro médico eficaz. Durante estas ações, foi subtraído dinheiro de ambas as vítimas. 2. Não há cerceamento de defesa se à defesa foi deferida prova técnica requerida, sendo os réus submetidos a exame psiquiátrico que concluiu pela imputabilidade plena. Não cabe igualmente a desclassificação da conduta para o crime de homicídio quando a prova dos autos revela de forma inequívoca a intenção de matar com intuito de subtração patrimonial. 3. É indiscutível a participação no crime daquele que, embora sem ajudar diretamente nas agressões às vítimas e sem demonstrar o mesmo grau de crueldade, acompanhou toda a ação criminosa, nada fez em defesa das vítimas e ainda auxiliou indiretamente na prática das ações criminosas, vigiando a eventual aproximação de pessoas e indo ao caixa eletrônico para tentar sacar dinheiro com o cartão da vítima. Provada a participação de menor importância, deve receber punição proporcional à conduta, na forma do art. 29 do Código Penal. 4. Exclui-se da condenação a indenização civil fixada com base no artigo 387, IV, do Código de Processo Penal, à falta de pedido expresso e de controvérsia submetida ao crivo do contraditório e ampla defesa. 5. Provida a apelação acusatória e providas parcialmente as apelações defensivas.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2008 01 1 031700-0; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 167).

245. PENAL - LEI MARIA DA PENHA - LESÃO CORPORAL LEVE - CRIME DE AMEAÇA, INEXISTÊNCIA

(Reg. Ac. 477.903). Relator: Des. George Lopes Leite. Apelantes: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Carleones Jacobina de Souza (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelados: os mesmos.

Decisão: desprover os recursos. Unânime

238 Direito Penal

Penal e Processual Penal. Lei Maria da Penha. Lesão corporal leve. Prova suficiente de materialidade e autoria. Alegação de legítima defesa. Improcedência. Ameaça incapaz de incutir temor. Atipicidade da conduta. Sentença confirmada. 1. Réu condenado por infringir o artigo 129, § 9º, do Código Penal, combinado com o artigo 5º, inciso III, da Lei 11.340/2006, por lesionar a filha da ex-companheira com um golpe de capacete, e absolvido da acusação de ameaça, pois sua ação não atemorizou a vítima. 2. Mantém-se a absolvição pelo crime de ameaça quando a própria vítima declara em juízo que não se sentiu ameaçada em momento algum e até retornou ao convívio conjugal com o agente. 3. Sem prova inequívoca da legítima defesa alegada não se reconhece a excludente, máxime quando comprovado pela prova oral que o réu chegou de madrugada bradando o nome da ex-companheira e querendo a todo custo adentrar a casa. 4. Apelações desprovidas.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 042999-0; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 08/02/11; DJ 3, PÁG. 258).

246. PENAL - MEDIDA RESTRITIVA, DESOBEDIÊNCIA - DOLO, INE- XISTÊNCIA - ABSOLVIÇÃO - TEORIA FINALISTA DA AÇÃO, APLICABILIDADE

(Reg. Ac. 458.837). Relator Designado: Des. Romão C. Oliveira. Apelante: V. N. S. (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: MPDFT.

Decisão: prover o recurso, por maioria. Redigirá o acórdão o 1º Vogal.

Penal. Crime de desobediência. Ausência de dolo. Fato atípico. Absolvição. Recurso provido. A Lei Maria da Penha há de ser analisada cum granu salis. Diante de uma medida preventiva em que o magistrado determine certa distância do acusado em relação à vítima, não é a aproximação pura e simples que caracterizará a desobediência. Segundo a teoria finalista da ação, adotada pelo Direito brasileiro, a ação não se pode dissociar da sua finalidade. Se o acusado não tinha intenção de desobedecer ordem judicial e sua atitude nenhum gravame produziu, a absolvição é medida que se impõe.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2008 08 1 010990-4; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 17/11/10; DJ 3, PÁG. 159).

239 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

247. PENAL - MOTIM - DANO QUALIFICADO - PATRIMÔNIO PÚ- BLICO DO DISTRITO FEDERAL - INDIVIDUALIZAÇÃO DA CONDUTA, CRITÉRIOS

(Reg. Ac. 473.761). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Apelantes: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, João Batista de Santana, Welber de Paulo Neves, Pedro Henrique de Oliveira Rodrigues, Marcos Antônio Pereira de Sousa, Geisilon Nunes de Almeida e Felipe Xavier dos Santos (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelados: os mesmos.

Decisão: dar parcial provimento aos recursos. Unânime.

Penal e Processual Penal. Motim. Ausência de elementar do tipo “preso”. Dano qualificado. Ausência de individualização da conduta. Patrimônio público do Distrito Federal. Inclusão no inciso III do parágrafo único do artigo 163 do Código Penal. Ente federativo. Observância do pacto federativo. Não configuração de maus antecedentes. Recursos providos parcialmente. 1. O delito de motim de presos não pode ser aplicado apenas em relação às pessoas sujeitas à medida de segurança detentiva, que não é o caso dos apelantes, uma vez que eles são maiores de dezoito anos, cumprindo medida socioeducativa de internação. 2. A própria natureza do crime de dano praticado por intermédio de autoria coletiva dificulta a descrição da conduta de cada elemento que participou do evento, porém, além de os réus, havia outros internos, mas a participação dos apelantes foi suficiente para que pudessem ser, inclusive, identificados. Portanto, não há que falar em absolvição. 3. A exegese do inciso III, parágrafo único, do artigo 163, do Código Penal, não deixa dúvidas quanto à inclusão dos bens do Distrito Federal nesse inciso, apesar de não constar expressamente, porquanto a Constituição Federal não faz diferença entre seus entes federativos, possuindo todos, dentro de suas competências e atribuições, importância singular. 4. Para considerar negativa a análise de qualquer das circunstâncias judiciais deve haver fundamentação adequada ao caso concreto, não devendo o d. Magistrado aplicá-la de maneira genérica, a teor do disposto no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal. 5. Vedado ao segundo grau de jurisdição elastecer os fundamentos utilizados pelo juízo monocrático para majorar a pena-base. 6. No tocante aos maus antecedentes, processos e inquéritos em andamento não podem ser considerados para valorar negativamente referida circunstância, conforme Súmula 444 do STJ. 7. Recursos providos parcialmente.

240 Direito Penal

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 01 1 158960-0; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 21/01/11; DJ 3, PÁG. 237).

248. PENAL - PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO - ARMA INEPTA - ATIPICIDADE DA CONDUTA - SENTENÇA ABSOLUTÓRIA, MANUTENÇÃO

(Reg. Ac. 464.957). Relator: Des. João Egmont. Apelante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Apelado: Ailton Ferreira Leite (Defensoria Pública - Defensor Dativo).

Decisão: desprover. Maioria.

Direito Penal. Apelação criminal. Porte ilegal de arma de fogo. Arma inapta para efetuar disparos. Atipicidade da conduta. Precedentes. Sentença absolutória mantida. 1. A inaptidão da arma para efetuar disparos, comprovada (a inaptidão) através de laudo de exame de arma de fogo, acarreta na atipicidade da conduta descrita no art. 14, caput, da Lei 10.826/03, diante da falta de lesividade e consequente impossibilidade de causar perigo ao bem jurídico protegido, no caso, a incolumidade pública. 2. É dizer ainda: “2. A conduta é atípica quando ausente o potencial lesivo do instrumento letal atestada por perícia técnica oficial, eis que não permite a causação de perigo ao bem jurídico protegido. Configura-se a hipótese do art. 17 do Código Penal, de ineficácia absoluta do meio empregado, acarretando o crime impossível” (Desembargador George Lopes Leite, Apelação Criminal 20090810000132Apr). Precedentes citados. 3. Recurso desprovido. Sentença absolutória mantida.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 03 1 002485-0; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 243).

249. PENAL - RECEPTAÇÃO QUALIFICADA - DESCLASSIFICAÇÃO, INVIABILIDADE - QUALIDADE DE COMERCIANTE, INEXISTÊN- CIA

(Reg. Ac. 472.612). Relator Designado: Des. Romão C. Oliveira. Apelante: Robson Batista dos Santos (Defensoria Pública). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

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Decisão: prover parcialmente o recurso, por maioria. Redigirá o acórdão o Revisor.

Penal. Artigo 180, § 2º, do Código Penal. Pleito absolutório. Insuficiência de provas. Inviabilidade. Desclassificação para a figura prevista no caput do artigo 180, do CP. Ausente a qualidade de comerciante. Provimento. Pena. Redimensionamento. Recurso parcialmente provido. Não prospera o pleito absolutório quando os elementos constantes dos autos são suficientes para comprovar que o acusado tinha pleno conhecimento da origem ilícita do bem. Para a caracterização do crime previsto no art. 180, §§ 1º e 2º, do CP, há necessidade da demonstração da atividade comercial ou industrial exercida pelo autor do fato. Se não há provas desse tipo de atividade, a desclassificação do delito para a figura prevista no caput do mencionado diploma legal é medida que se impõe. Se a reprimenda fixada na sentença mostra-se exacerbada, procede-se ao devido decote, no juízo de revisão.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 05 1 004606-3; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 184).

250. PENAL - RECLAMATÓRIA, IMPROCEDÊNCIA - LEI MARIA DA PENHA - AMEAÇAS EM MENSAGENS ELETRÔNICAS - MEDIDAS PROTETIVAS

(Reg. Ac. 477.900). Relator: Des. George Lopes Leite. Reclamante: S. L. L. R. (Advs. Dr. Roney Flávio Rodrigues Bernardes e outros). Reclamado: J. D. J. E. C. B.

Decisão: julgar improcedente. Unânime.

Processual Penal. Lei Maria da Penha. Medidas protetivas. Colocação em sites de rede social de fotografias da ex-namorada em poses eróticas. Ameaças graves em mensagens eletrônicas. Necessidade urgente e imperiosa de evitar a continuidade de agressões morais e de ameaças e agressões físicas. Improcedência da reclamatória. 1. A defesa reclama contra decisão do Terceiro Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Brasília que, depois de audiência de justificação concedeu medidas protetivas contra o autor do fato, proibindo-lhe a aproximação física e de comunicação por qualquer meio em relação à ex-namorada,

242 Direito Penal

baseada no artigo 22, inciso III, alíneas “a” e “b”, da Lei 11.340/2006. Alega estar sujeito a intenso constrangimento e coação na liberdade de locomoção, pois as partes envolvidas trabalham para os mesmos órgãos governamentais. 2. As medidas protetivas determinadas se apresentam pertinentes e necessárias para evitar a continuidade das agressões morais e possível concretização de agressões físicas prenunciadas pelo autor do fato. O seu cumprimento não impede o pleno exercício das funções públicas desempenhadas pelas partes, pois o que se pretende não é proibir aproximações casuais, que podem ocorrer a qualquer momento mesmo fora do ambiente de trabalho, mas contatos preordenados que venham a ocasionar constrangimento e risco à integridade física da ex-namorada. 3. Reclamação desprovida.

(RECLAMAÇÃO Nº 2010 00 2 009602-9; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 11/02/11; DJ 3, PÁG. 145).

251. PENAL - RECLAMAÇÃO, DESPROVIMENTO - REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS - REQUERIMENTO FORMULADO PELO MINISTÉ- RIO PÚBLICO, INDEFERIMENTO

(Reg. Ac. 472.168). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Reclamante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Reclamado: Juiz de Direito da Vara Criminal e Tribunal do Júri do Núcleo Bandeirantes.

Decisão: negar provimento. Unânime.

Reclamação. Ministério Público. Requerimento de diligências por ocasião do oferecimento da denúncia. Indeferimento pelo magistrado. Possibilidade de realização das diligências pelo Ministério Público independentemente da intervenção do Poder Judiciário. Reclamação não provida. 1. O Ministério Público, por expressa previsão constitucional e legal (artigo 129, incisos VI e VIII, da Constituição Federal, artigo 8º, incisos II, III e IV, da Lei Complementar nº 75/1993), possui a prerrogativa de conduzir diligências investigatórias, e, salvo nos casos em que necessária a intervenção do Poder Judiciário, deve requisitar diretamente às autoridades competentes os documentos e informações que entender necessários para o exercício de suas atribuições de dominus litis. 2. Reclamação admitida e não provida para manter incólume

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a decisão que indeferiu o requerimento de realização de diligências formulado pelo Ministério Público quando do oferecimento da denúncia.

(RECLAMAÇÃO Nº 2010 00 2 014789-8; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 192).

252. PENAL - RESISTÊNCIA E CORRUPÇÃO DE MENORES - ABSOL- VIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE - AUTORIA E MATERIALIDADE, COMPROVAÇÃO

(Reg. Ac. 472.677). Relatora Designada: Desa. Leila Arlanch. Apelante: Luis Fernando da Silva (Adv. Dr. Gleyce Belarmino de Lira - NPJ - UCB). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: desprover. Maioria. Redigirá o acórdão a Revisora.

Penal. Crimes de resistência e de corrupção de menores. Absolvição. Impossibilidade. Apelo desprovido. Maioria. 1. Encontrando-se o crime de resistência devidamente comprovado por meio de provas testemunhais idôneas e coerentes, inviável acatar a tese defensiva para absolver o apelante. 2. O crime de corrupção de menores é de natureza formal, posto que prescinde da efetiva prova da corrupção do menor. 3. Desprover o apelo, por maioria.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 09 1 022382-5; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 178).

253. PENAL - ROUBO - CONCURSO FORMAL - INDENIZAÇÃO À VÍTIMA, EXCLUSÃO - PEDIDO EXPRESSO, INEXISTÊNCIA

(Reg. Ac. 455.075). Relator: Des. Mario Machado. Apelante: Franco Santos da Silva (Advs. Dr. Edison Grossi de Andrade Junior - NPJ - UDF e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente. Unânime.

Penal. Roubo (art. 157, § 2º, inciso I, do Código Penal). Preliminar de nulidade. Dosimetria. Alegada ausência de fundamentação. Mérito. Redução

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da pena. Circunstâncias judiciais e reincidência. Bis in idem. Inocorrência. Fundamentos diversos. Exclusão de valor para reparação de danos. Descabe falar em nulidade da sentença por ausência de fundamentação na dosimetria da pena, quando fundamentados os moduladores judiciais apresentados no caso, revelando-se a decisão obediente aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Inexiste bis in idem quando diversos os fundamentos utilizados no processo de valoração das circunstâncias judiciais. Não há cogitar de condenação do agente a indenizar prejuízos da vítima sem que esta haja formado qualquer pedido neste sentido, sob pena de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. A interpretação do art. 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, deve ser compatibilizada com o princípio da inércia da jurisdição. Sem pedido não pode o juiz condenar. Apelação parcialmente provida, excluindo a indenização à vítima.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 01 1 143499-6; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 238).

254. PENAL - ROUBO - CONCURSO DE PESSOAS - MATERIALIDADE E AUTORIA, PROVA SATISFATÓRIA

(Reg. Ac. 470.971). Relator: Des. George Lopes Leite. Apelantes: Douglas Batista Peixoto e Weskley de Souza Claudino (Advs. Dr. Luiz Filipe Vieira Leal da Silva - NAJ/Faciplac e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: desprover. Unânime.

Penal e Processual Penal. Roubo em concurso de pessoas. Prova satisfatória de materialidade e autoria. Crítica infundada da dosimetria penal. Sentença confirmada. 1. Réus condenados em cinco e quatro meses de reclusão no regime semiaberto, além de multa, por infringirem o artigo 157, § 2º, inciso II, do Código Penal, eis que abordaram vítima homem na via pública do Setor Central do Gama, juntos com outro indivíduo não identificado e simulando o porte de arma de fogo, dela subtraindo um aparelho celular, um par de botas e um cordão artesanal, sendo presos pouco depois ainda em situação de flagrante, posto que portassem consigo parte da res furtiva. A materialidade e a autoria foram comprovadas pela confissão dos réus, reconhecido prontamente pela vítima. 2. Circunstâncias atenuantes não

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podem incidir sobre a pena-base para reduzi-la abaixo do mínimo cominado ao tipo, consoante a Súmula 231 do Superior Tribunal de Justiça. 3. Recurso conhecido e desprovido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 04 1 011895-9; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 176).

255. PENAL - ROUBO - DESCLASSIFICAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE - TEORIA DA AMOTIO, APLICABILIDADE - PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, SUBSTITUIÇÃO

(Reg. Ac. 471.852). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Apelante: Alessandro Aparecido Santos Silva (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Penal e Processo Penal. Apelação. Roubo. Desclassificação. Tentativa. Impossibilidade. Teoria da amotio. Peculiaridade do fato. Circunstâncias pessoais favoráveis. Pena privativa de liberdade. Substituição. Restritiva de direitos. Recurso parcialmente provido. 1. É incabível a desclassificação para o crime tentado, eis que a jurisprudência dominante adota a teoria da apprehensio ou amotio para definir o momento consumativo dos crimes de roubo e furto, não se exigindo a posse desvigiada da res furtiva, bastando que ocorra a inversão da posse, ainda que efêmera. 2. As circunstâncias do crime apurado nestes autos e as condições pessoais do agente favorecem a outorga da benesse contida no art. 44 do Código Penal. 3. Recurso parcialmente provido para substituir a pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 07 1 009669-9; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 228).

256. PENAL - ROUBO - CONTINUIDADE DELITIVA - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE - PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA, INVIABILIDADE

(Reg. Ac. 472.547). Relator: Des. Romão C. Oliveira. Apelantes: Diego Souza Lobato (Adv. Dr. João Evangelista Luiz da Costa), João Lucas Alves da Silva

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(Advs. Dr. Cristiano Correia e Silva - NPJ/UDF e outros) e Leandro da Silva Rosa (Adv. Dr. Welder de Assis Miranda). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente os recursos, por maioria.

Penal. Art. 157, § 2º, I e II, do Código Penal em continuidade delitiva, e art. 244-B da Lei 8.069/90. Aplicação do princípio da insignificância. Absolvição. Desclassificação para crimes de roubo simples tentado. Participação de menor importância. Inviabilidade. Concurso formal e crime continuado. Acréscimo único. Redução da pena e fixação de regime semiaberto. Apelos parcialmente providos. Não se pode falar em aplicação do princípio da insignificância quando a integridade física das pessoas esteve sob ameaça, ainda que o valor do bem subtraído seja irrisório ou a vítima não tenha experimentado dano patrimonial, em face da recuperação da res furtiva. Comprovada a materialidade e a autoria dos delitos imputados aos recorrentes, descabe a alegação de insuficiência de provas para embasar o decreto condenatório, mormente quando a narrativa das vítimas e a confissão do corréu são coerentes ao apontá-los como autores do fato delituoso. O crime de roubo se consuma no instante em que, cessada a violência ou grave ameaça, ocorre a inversão da posse da coisa subtraída. Provada a distribuição de tarefas entre os autores do roubo objetivando o fim colimado, não há que se falar em roubo simples tentado, tampouco em participação de menor importância (art. 29, § 1º, do CP). Se não há prova de que o menor estivesse corrompido, aqueles que na sua companhia praticaram crimes devem ser condenados pela corrupção de menores, tipificado no artigo 244-B da Lei 8.069/1990 (ECA). Mostrando-se exacerbado o aumento da pena em face do concurso de pessoas, cumpre ao Tribunal reduzi-la ao patamar adequado. Havendo nexo de continuidade entre os crimes em que foi reconhecido o concurso formal, aplica-se tão somente o acréscimo decorrente da continuidade delitiva (precedentes do STF). Reduzidas as penas, os apelantes fazem jus a cumprir a expiação nos moldes preconizados pela alínea “b” do § 2º do art. 33 do Código Penal.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 009282-9; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 180).

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257. PENAL - ROUBO A POSTO DE GASOLINA - CONCURSO DE PESSOAS - REGIME INICIAL SEMIABERTO

(Reg. Ac. 466.350). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Apelante: Edson Rodrigues Cassiano Junior (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Apelação Criminal. Roubo circunstanciado pelo emprego de arma e concurso de pessoas (CP, artigo 157, § 2º, incisos I e II, c/c artigo 70). Dupla que aborda frentistas de posto de gasolina e, mediante grave ameaça exercida com uso de revólver, subtrai dos frentistas e de um cliente do posto dinheiro, cártulas de cheque e carteira com documentos pessoais. Condenação. Recurso. Pedido de redução da pena-base. Ausência de fundamentação válida para o acréscimo com base na culpabilidade, conduta social, personalidade e consequências do crime. Redução desproporcional da pena em face das atenuantes. Cabimento do regime inicial semiaberto. Exclusão da indenização civil por irretroatividade da lei. Recurso conhecido e parcialmente provido. 1. A culpabilidade se traduz na censurabilidade, reprovação do ato praticado na espécie que se examina. Dessa premissa, estabelece-se que a conduta criminosa pode ostentar diversos níveis de reprovação, devendo o julgador considerar este fator para valorar a circunstância judicial. Na espécie, não houve uma correta apreciação da culpabilidade, na medida em que o elemento apresentado pelo julgador para avaliar negativamente tal circunstância judicial não ultrapassa a reprovação inerente à conduta típica. 2. Se não há nos autos nenhum elemento concreto que aponte para o desvio de personalidade do réu, não há como considerá-la desfavorável a ele. In casu, a personalidade foi apontada como voltada para a atividade criminosa sem a indicação de qualquer justificativa plausível, até porque não é suficiente invocar a folha de antecedentes penais, muito menos se consta nela, apenas, uma condenação sem trânsito em julgado. 3. Conforme precedentes do STJ, o fato de ser o apelante usuário de drogas não deve influir na dosimetria da pena, seja porque tal circunstância não possui relação direta com o evento delituoso, seja porque o tratamento atual conferido pelo ordenamento jurídico ao usuário de entorpecente dirige-se a um modelo terapêutico, voltado à recuperação, e não mais

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à repressão. 4. O prejuízo sofrido pela vítima não pode justificar o aumento da pena-base a título de valoração negativa de tal circunstância judicial, por se tratar de aspecto ínsito aos crimes contra o patrimônio. 5. Tratando-se de réu não reincidente e que possui apenas uma circunstância judicial desfavorável, condenado a pena inferior a oito anos, o regime prisional cabível é o semiaberto, nos termos do art. 33, § 2º, alínea “b”, do Código Penal. 6. A condenação do réu ao pagamento de indenização pelos danos materiais causados à vítima, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, não pode permanecer porque o crime foi praticado pelo réu em dezembro de 2003, quando ainda não vigorava na legislação processual penal tal obrigação. A Lei nº 11.719, publicada em 23 de junho de 2008, somente entrou em vigor 60 (sessenta) dias após a sua publicação, ou seja, em 23 de agosto de 2008. Portanto, considerando que o crime foi praticado antes da entrada em vigor da referida lei, não cabia ao juiz sentenciante condenar o apelante, na sentença penal condenatória, ao pagamento de indenização. Assim, exclui-se da sentença a mencionada condenação. 7. Recurso conhecido e parcialmente provido para, mantida a condenação do réu nas sanções do artigo 157, § 2º, incisos I e II, c/c artigo 70, ambos do Código Penal, excluir a condenação relativamente à indenização civil, considerar desfavorável, na primeira fase da dosimetria, apenas a circunstância judicial dos maus antecedentes, reduzindo proporcionalmente a pena- base, elevar o quantum de redução, pelas atenuantes, de 01 (um) mês para 04 (quatro) meses, e, ainda, conceder o regime prisional semiaberto.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 115202-6; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 01/12/10; DJ 3, PÁG. 222).

258. PENAL - ROUBO CIRCUNSTANCIADO - CORRUPÇÃO DE ME- NOR, EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE - AUTORIA E MATERIA- LIDADE, COMPROVAÇÃO

(Reg. Ac. 461.015). Relator: Des. João Mariosi. Apelante: Humberto Nunes Cabral (Adv. Dr. Evandro Saraiva Reato - NPJ/UNICEUB - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: negar provimento. Julgar de ofício extinta a punibilidade de um dos delitos. Unânime.

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Penal e Processual. Roubo circunstanciado. Provas da autoria e da materialidade do crime. Corrupção de menor. Extinção da punibilidade. 1. Exsurgindo dos autos provas incontestes da autoria e da materialidade do roubo circunstanciado pelo concurso de agentes e pelo uso de arma, mantém-se a condenação do apelante. 2. Caracterizado o transcurso de lapso temporal superior ao previsto no artigo 109 do CP, julga-se extinta a punibilidade do réu pela prescrição da pretensão punitiva do Estado, quanto ao crime de corrupção de menor. 3. Recurso não provido. De ofício declarada a extinção da punibilidade, pela prescrição da pretensão punitiva do Estado, em relação ao crime de corrupção de menor.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2005 09 1 004339-5; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 16/11/10; DJ 3, PÁG. 260).

259. PENAL - ROUBO CIRCUNSTANCIADO - RELAÇÃO DE PAREN- TESCO ENTRE AS VÍTIMAS - CONCURSO FORMAL DE AGEN- TES

(Reg. Ac. 467.383). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Apelante: Anderson Gomes dos Santos (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: negar provimento. Unânime.

Roubo Circunstanciado. Concurso de agentes. Participação de adolescentes. Dosimetria. Concurso formal. Vítimas com relação de parentesco. Patrimônios diversos. 1. O concurso de agentes previsto no artigo 157, § 2º, inciso II do Código Penal, é conduta de cunho objetivo, que fica evidenciada com a prova da presença de duas ou mais pessoas na empreitada criminosa. 2. O fato das vítimas serem parentes as vítimas, sendo uma até menor de idade, não é causa excludente do concurso formal. 3. Apelação desprovida.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 04 1 004256-5; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 03/12/10; DJ 3, PÁG. 241).

260. PENAL - ROUBO QUALIFICADO - EXCLUSÃO DA QUALIFICA- DORA, IMPOSSIBILIDADE - APREENSÃO DA ARMA, PRESCIN- DIBILIDADE - DOSIMETRIA DA PENA, ADEQUAÇÃO

250 Direito Penal

(Reg. Ac. 465.863). Relator: Des. Romão C. Oliveira. Apelante: Márcio Guilherme Pereira da Silva (Adva. Dra. Anelise Acacia Lima Muniz - NPJ - UDF). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente o recurso, à unanimidade.

Penal. Artigo 157, § 2º, incisos I e II, do Código Penal. Absolvição. Improcedência. Exclusão da qualificadora de emprego de arma. Impossibilidade. Afastamento da pena de multa. Inviabilidade. Pena fixada em patamar exacerbado. Adequação. Recurso provido em parte. Nos crimes contra o patrimônio, a palavra da vítima assume especial relevo. Assim, se ela reconheceu com veemência o acusado como sendo um dos autores do delito, não há que se falar em absolvição por insuficiência de provas. A apreensão da arma utilizada em roubo, bem como a realização de perícia para constatar o seu funcionamento, são prescindíveis à caracterização da causa de aumento de pena prevista no art. 157, § 2º, I, do Código Penal. Para tal, basta que fique comprovado nos autos a efetiva utilização do artefato durante a empreitada delituosa. Inexiste previsão legal para a isenção da pena pecuniária em razão da situação econômica do acusado, devendo esta servir, tão somente, de parâmetro para a fixação do valor de cada dia-multa (precedentes). Se a reprimenda restou fixada em patamar exacerbado, cumpre ao Tribunal proceder à devida adequação.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 08 1 003492-5; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 01/12/10; DJ 3, PÁG. 176).

261. PENAL - ROUBO QUALIFICADO - ORDEM DE PERGUNTAS, IN- VERSÃO - ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS - CONCURSO FORMAL

(Reg. Ac. 478.475). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Apelante: Amauri Fidelis da Silva (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente. Unânime.

Apelação Criminal. Roubo qualificado. Inversão da ordem da perguntas. Absolvição por falta de provas. Falta de perícia na arma de fogo. Concurso

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formal. Várias vítimas. I. Não demonstrado o prejuízo à defesa, inexiste nulidade pela inversão na ordem de questionamento. Entendimento desta Turma e do STJ. II. Não é frágil o conjunto probatório baseado nas declarações firmes dos ofendidos e do comparsa, corroboradas pelas provas. II. Em crimes contra o patrimônio, a palavra da vítima merece especial credibilidade. III. A ausência de apreensão ou perícia da arma usada no roubo não afasta, por si só, a causa de aumento do art. 157, § 2º, inc. I, do CP, assim como o concurso de agentes. Comprovação da incidência das agravantes por outros meios. IV. Recurso provido parcialmente, para corrigir a dosimetria.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2003 02 1 000049-5; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 11/02/11; DJ 3, PÁG. 147).

262. PENAL - ROUBOS CIRCUNSTANCIADOS - PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO - FLAGRANTE IMPRÓPRIO - ILICITUDE POR DERIVAÇÃO, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 473.896). Relatora: Desa. Leila Arlanch. Apelante: Thomas Coelho Carvalho (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: desprover. Unânime.

Penal. Roubos circunstanciados e posse ilegal de arma de fogo. Preliminar. Nulidade. Flagrante. Prova ilícita. Ilicitude por derivação. Não ocorrência. Mérito. Absolvição. Impossibilidade. Conjunto probatório robusto. Improvimento. Iniciada a perseguição logo após a execução do feito, sem solução de continuidade, eclodindo na localização do acusado, ainda em poder dos objetos roubados, na companhia do coautor e de terceira pessoa apontada como acompanhante daqueles, resta caracterizado flagrante impróprio ou imperfeito, evidenciada a legalidade da conduta (art. 5º, inciso XI, CF). Não há falar em ilicitude de provas subsequentes e/ou nulidades procedimentais em concretizado flagrante legal, na forma do art. 302, inciso III, do CPP. Fartamente comprovadas a autoria e a dinâmica delitiva, a teor dos testemunhos colhidos, impende prestigiar a denúncia, nos termos em que formulada. Depoimento prestado por policial, agente público no exercício de suas funções, emerge merecedor de fé quando em harmonia com as provas dos autos, não contraditado ou desqualificado. Apelo não provido.

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(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 07 1 012300-7; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 21/01/11; DJ 3, PÁG. 213).

263. PENAL - RUFIANISMO - TRÁFICO DE MULHERES - EXPLORA- ÇÃO SEXUAL - LEI MAIS BENÉFICA, RETROATIVIDADE

(Reg. Ac. 463.262). Relatora: Desa. Nilsoni de Freitas Custódio. Apelante: Ângela Aparecida de Castro (Advs. Dr. Tiago Pugsley e Dr. Tiago Cardozo da Silva). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente, nos termos do voto da Relatora, vencida em parte, a 1ª Vogal, que provia em maior extensão.

Penal e Processo Penal. Rufianismo. Tráfico interno de pessoas para fim de exploração sexual. Preliminares afastadas. Aplicação da Lei nº 12.015/09. Mais benéfica. Retroatividade. Menoridade da vítima. Causa de aumento afastada. Pena parcialmente reformada. 1. Não há que se falar em cerceamento de defesa quando a parte teve acesso aos autos, nos quais consta o teor das interceptações telefônicas que interessam à causa. 2. A sentença não padece de qualquer vício de fundamentação, vez que analisada detidamente a questão atinente à ilegalidade da quebra do sigilo telefônico aventada nas alegações finais. 3. Afastada a alegação de nulidade das interceptações telefônicas, vez que não derivada de prova ilícita. 4. Observado o trâmite legal para a quebra do sigilo telefônico e mostrando-se necessária a prorrogação do monitoramento, não há que se falar em ilegalidade, mormente quando a lei não estipula o número de prorrogações do prazo. 5. Não configura cerceamento de defesa a não instauração de incidente de insanidade mental quando não se vislumbra qualquer elemento que suscite dúvida acerca da capacidade da apelante de compreender a ilicitude de sua conduta. 6. Em razão do princípio da retroatividade da lei mais benéfica aplica-se à hipótese os limites legais previstos no tipo fundamental do art. 231-A na redação dada pela Lei nº. 12.015/09, com a exclusão da pena pecuniária. 7. As provas dos autos são firmes no sentido de que a apelante tinha ciência da menoridade da vítima. Nada obstante, inaplicável o aumento de ½ (metade) do inciso I do § 2º, do art. 231-A na nova redação pela Lei nº 11.015/209, eis que não prevista anteriormente. 8. Recurso parcialmente provido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2008 01 1 122520-4; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 198).

253 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

264. PENAL - TENTATIVA DE ESTUPRO EM QUARTO DE MOTEL - VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, INEXISTÊNCIA - CONJUNTO PROBATÓRIO, INSUFICIÊNCIA - ABSOLVIÇÃO DO RÉU

(Reg. Ac. 464.956). Relator: Des. João Egmont. Apelante: Edinei Dias de Lunas (Advs. Dr. Paulo Victor Nunes de Melo e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover. Unânime.

Penal e Processual Penal. Apelação criminal. Tentativa de estupro ocorrida em quarto de motel. Palavra da vítima e do réu. Ausência de prova de violência ou grave ameaça. 1. Tem-se como consagrado o entendimento segundo o qual a palavra da vítima assume relevante importância em delitos cometidos às escondidas, longe das vistas de testemunhas e desde que em harmonia com os demais elementos de prova, autorizam a imposição de decreto condenatório. 2. Contudo, no caso ora em exame a palavra da vítima e as demais provas produzidas não ensejam o decreto condenatório. 2.1 A palavra do acusado, na hipótese destes autos, tem o seu peso e se é certo que nem tudo que falou seja verdade menos exato que não inventou uma estória fantasiosa a ponto de desafiar a inteligência de um homem médio. 3. In casu, é verdade, não se pode descartar a hipótese do apelante haver insistido em manter relações sexuais com a suposta vítima sem o consentimento desta. 3.1 Entretanto, não se pode afirmar de forma estreme de dúvidas tenha o apelante agido mediante violência ou grave ameaça, exigindo o tipo penal que “a resistência seja inequívoca, demonstrando a vontade de evitar o desejado pelo agente, que será quebrado pelo emprego da violência física ou moral. Não bastam, pois, as negativas tímidas (quando os gestos são de assentimento) nem a resistência passiva e inerte”. (..) A expressão “violência” indica a de natureza física (força bruta)” (..), enquanto a grave ameaça “deve ser séria e realizável, capaz de produzir na vítima o temor que a leve a ceder” (in Código Penal Anotado, Damásio de Jesus, 2002, 12ª edição, p. 723/4). 3.2 Diante das circunstâncias em que os fatos ocorreram não se pode afirmar que a resistência da suposta vítima em ceder ao ato sexual foi precedida de violência ou de grave ameaça. 3.2.1 Réu e vítima já se conheciam, foram ao motel, trocaram carícias, o réu, certamente, contava em manter relações sexuais com a vítima, que resistiu, porém, não há prova do réu ter agido mediante violência ou grave ameaça à suposta ausência de consentimento. 4.

254 Direito Penal

Não se pode através de meras suposições impor decreto condenatório, o qual deve estar fundamentado em prova sólida e consistente. 4.1 É dizer ainda: “se o juiz não possui provas sólidas para a formação do seu convencimento, sem poder indicá-las na fundamentação da sua sentença, o melhor caminho é a absolvição” (in Código de Processo Penal Comentado, Guilherme de Souza Nucci, 8ª edição, 2008). 4.2 Ou também: “o direito penal não opera em conjecturas; sem a certeza total da autoria e da culpabilidade não pode o juiz criminal proferir condenação”. 5. Sentença reformada para o fim de se absolver o réu por ausência de prova suficiente para a condenação.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2006 09 1 009595-7; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 241).

265. PENAL - TENTATIVA DE FURTO QUALIFICADO - ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO - SUBTRAÇÃO DE BICICLETA - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE

(Reg. Ac. 470.662). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Apelante: Alessandro Cipriano Cabral (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Apelação Criminal. Tentativa de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo. Subtração de bicicleta. Sentença condenatória. Recurso da defesa. Princípio da insignificância. Não aplicação. Ausência dos vetores caracterizadores. Configuração da lesão jurídica efetiva e da ofensividade, periculosidade e reprovabilidade da conduta. Valor da res furtiva, apesar de pequeno, não é irrisório. Furto de pequeno valor. Possibilidade. Requisitos preenchidos. Aplicação da pena. Exclusão da análise desfavorável da culpabilidade e das circunstâncias do crime. Segunda fase. Impossibilidade de redução da pena para aquém do mínimo legal. Quantum de diminuição da pena. Delito que se aproximou da consumação. Redução no mínimo legal. Isenção das custas processuais. Competência do Juízo da Vara das Execuções Penais. Recurso conhecido e parcialmente provido. 1. Na espécie, não se vislumbra a presença dos elementos necessários à configuração do princípio da insignificância. A res furtiva foi adquirida por R$ 167,30 (cento e sessenta e sete reais e trinta centavos) em data próxima à tentativa de

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furto, valor que, apesar de não ser expressivo, não se mostra insignificante, notadamente em face das condições econômicas da vítima. Ademais, a conduta do apelante não pode ser considerada como de ofensividade mínima, porquanto, mediante rompimento de obstáculo, consistente na utilização de um canivete para romper o cadeado e a corrente que protegiam a bicicleta. 2. O Supremo Tribunal Federal pronunciou-se no sentido de que não há óbice para que se aplique o benefício previsto no artigo 155, § 2º, do Código Penal, nos casos de furto qualificado. Assim, in casu, diante da primariedade do apelante e do pequeno valor da res furtiva, é de rigor o reconhecimento do privilégio sobredito. 3. O fato de o réu ter agido conscientemente caracteriza a culpabilidade como elemento integrante do conceito tripartido de crime, o que já foi avaliado quando se decidiu condená-lo, não podendo a pena-base ser majorada em razão da existência de elementos que integram a estrutura do crime. 4. Não fundamenta a análise desfavorável das circunstâncias do delito a existência de qualificadora quando esta já foi utilizada para fins de enquadramento jurídico da conduta, sob pena de bis in idem. 5. A incidência de circunstância atenuante não tem o condão de reduzir a pena aquém do mínimo legal. Precedentes desta Corte, do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. 6. Mantém-se a diminuição da pena no patamar mínimo de 1/3 (um terço), em razão da tentativa, porque o agente já havia percorrido considerável parte do iter criminis, aproximando-se da consumação, tendo em vista que, após o rompimento do obstáculo, apoderou-se da bicicleta, somente sendo preso em flagrante pela intervenção das autoridades policiais que passavam pelo local. 7. Conforme entendimento firme dos tribunais pátrios, a questão pertinente à isenção do pagamento das custas processuais é matéria afeta ao Juízo das Execuções Penais. 8. Recurso conhecido e parcialmente provido para, mantida a sentença condenatória do réu nas sanções do artigo 155, § 4º, inciso I, c/c o artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal, diminuir-lhe a pena aplicada, fixando-a em 08 (oito) meses de reclusão, em regime inicial aberto, substituída por uma restritiva de direitos, e 03 (três) dias-multa, no valor mínimo legal.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2006 03 1 006727-4; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 206).

266. PENAL - TENTATIVA DE FURTO QUALIFICADO - AMEAÇA E CORRUPÇÃO DE MENOR - LIBERDADE PROVISÓRIA, INDEFE- RIMENTO

256 Direito Penal

(Reg. Ac. 474.902). Relator: Des. George Lopes Leite. Impetrante: Francisco das Chagas Silva Ribeiro. Paciente: Luana de Lima Alves.

Decisão: admitir e denegar a ordem. Unânime.

Habeas Corpus. Tentativa de furto qualificado. Ameaça e corrupção de menores. Liberdade provisória indeferida. Contumácia delitiva. Necessidade de garantia da ordem pública. 1. Paciente denunciada por infringir os artigos 147 e 155, § 4º, incisos I, II e IV, combinado com 14, inciso II, do Código Penal, mais o artigo 244-B da Lei 8.079/90, eis que tentou furtar peças de roupa da loja Renner, junto com duas comparsas, uma delas inimputável. Flagrada pela fiscal na saída da loja, ameaçou-a veladamente dizendo: “se cuida que a bandidagem está solta”! 2. Evidencia-se a necessidade estrita de manutenção da custódia cautelar flagrancial como garantia da ordem pública quando se trata de réu reincidente em crime da mesma espécie. A contumácia delitiva mostra a inclinação para ofensa à ordem jurídica e insensibilidade à pedagogia da sanção penal. 3. Ordem denegada.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 021165-8; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 26/01/11; DJ 3, PÁG. 134).

267. PENAL - TRÁFICO DE DROGAS - INCIDENTE DE DEPENDÊN- CIA TOXICOLÓGICA, INDEFERIMENTO - CERCEAMENTO DE DEFESA, INOCORRÊNCIA - DESCLASSIFICAÇÃO PARA ART. 28 DA LEI DE DROGAS, DESCABIMENTO

(Reg. Ac. 465.492). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Apelante: João Guilherme de Carvalho Barbosa (Adv. Dr. Ricardo Antônio Borges Filho). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: rejeitar a preliminar. Negar provimento. Unânime.

Penal e Processual Penal. Tráfico de drogas. Preliminar. Cerceamento de defesa. Indeferimento de incidente de dependência toxicológica. Não ocorrência. Provas insuficientes e desclassificação para art. 28 da Lei de Drogas. Não cabimento. Confissão espontânea. Ter em depósito e guardar drogas, núcleos do tipo descrito no art. 33 da Lei n. 11.343/06. Reconhecimento da atenuante de confissão espontânea. Não redução

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da pena na segunda fase. Fixação da pena no mínimo legal na primeira etapa. Não aplicação do art. 41 da Lei de Drogas. Delação premiada. Não comprovação de coautoria. Prisão em flagrante originária de diligências dos policiais em decorrência de denúncia anônima. Recurso desprovido. 1. Deve ser rejeitada a preliminar de cerceamento de defesa e consequente pedido de nulidade da sentença, em decorrência do não deferimento do incidente de dependência toxicológica, se o magistrado de primeiro grau, fundamentadamente e utilizando-se de discricionariedade regrada, não vislumbrou a necessidade de sua realização, nem a presença de indícios de que o réu não tivesse poder de discernimento sobre o caráter ilícito de sua conduta. 2. Não há que falar em absolvição no crime de tráfico de drogas se o réu, apesar de negar a mercancia de drogas, guarda e tem em depósito, em sua residência, quantidade significativa de substância entorpecente e balança de precisão utilizada, mesmo que não seja de sua propriedade. 3. Não se deve olvidar que “ter em depósito” e “guardar” drogas, para o fim de difusão ilícita, evidencia o perigo à coletividade e à saúde pública, caracterizando o crime previsto no art. 33 da Lei n. 11.343/06 o simples proceder em desacordo com determinação legal ou regulamentar, por se tratar de delito de perigo abstrato, ou seja, não exige a produção de resultado para sua consumação. 4. Não há que falar em desclassificação para o art. 28 da Lei de Drogas quando as provas demonstram de forma suficiente e idônea a prática da mercancia de drogas. 5. O regime de cumprimento da pena deve ser o inicialmente fechado conforme disposição expressa no § 1º do art. 2º, da Lei dos Crimes Hediondos. 6. Enquanto não declarada inconstitucional, pelo Plenário da Suprema Corte, a dogmática da Lei Federal 11.464/2007, que estabeleceu o regime inicial fechado para os crimes hediondos, não há como o órgão fracionário do Tribunal deixar de aplicá-la, sob pena de se desrespeitar a Súmula Vinculante n. 10/STF. 7. O excelso STF declarou inconstitucional a parte final do art. 44, da LAD, portanto, possível a substituição da reprimenda corporal por restritivas de direitos, desde que preenchidos os requisitos do art. 44, Código Penal (HC n. HC 97256/RS), todavia, incabível a referida substituição em decorrência da natureza da droga, proveniente da cocaína, de alto teor alucinógeno e de nocividade à saúde, aliada à sua quantidade que não pode ser considerada pequena (64,92g de massa líquida de cocaína). 8. Rejeitada a preliminar. Recurso desprovido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 038556-9; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 26/11/10; DJ 3, PÁG. 215).

258 Direito Penal

268. PENAL - TRÁFICO DE DROGAS EM INTERIOR DE PRESÍDIO - ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE - DESCLASSIFICAÇÃO, DES- CABIMENTO - MAUS ANTECEDENTES, NÃO CONFIGURAÇÃO

(Reg. Ac. 472.365). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Apelante: Gilka Maria de Lima Soares (Adv. Dr. Divino José Santos). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover nos termos do voto da Relatora. O Revisor dava provimento em menor extensão.

Apelação Criminal. Tráfico de drogas no interior de presídio. Absolvição. Impossibilidade. I. Inviável a absolvição em razão da prisão em flagrante da ré e dos depoimentos testemunhais. Incabível também a desclassificação. II. Anotação na folha penal sem trânsito em julgado não configura maus antecedentes (Súmula 444 STJ). III. Apelo parcialmente provido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 049821-4; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 21/01/11; DJ 3, PÁG. 212).

269. PENAL - TRÁFICO DE ENTORPECENTE - FALSA IDENTIDADE, ABSOLVIÇÃO - EXERCÍCIO DE AUTODEFESA - PENA PRIVA- TIVA DE LIBERDADE, SUBSTITUIÇÃO

(Reg. Ac. 465.999). Relatora Designada: Desa. Leila Arlanch. Apelante: Erique Oliveira Lopes (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente, nos termos do voto da Revisora, vencido em parte o Relator, que provia em maior extensão. Redigirá o acórdão a Revisora.

Penal. Artigo 33, caput, da Lei 11.343/06 e artigo 307 do Código Penal. Absolvição por insuficiência de provas. Inviabilidade. Falsa identidade. Absolvição. Exercício de autodefesa. Substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Precedente do STF. Possibilidade. Recurso parcialmente provido. 1. Resta desprovido de fundamento o pleito absolutório, porquanto o contexto probatório deixa induvidosa a

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difusão ilícita da droga por parte do acusado. Não há, portanto, falar-se em desclassificação para o delito de uso. 2. Vigorosa corrente jurisprudencial deste Tribunal e do e. Superior Tribunal de Justiça não entende cometer o delito previsto no art. 307 do Código Penal o réu que, diante da autoridade policial, se atribui falsa identidade em atitude de autodefesa, porque amparado pela garantia constitucional ao silêncio, ex vi do art. 5º, LXIII, da Constituição Federal. 3. Verificada a ocorrência de erro material na fixação da pena, promove-se a necessária adequação. 4. Em recente decisão, o Supremo Tribunal Federal declarou, incidentalmente, a inconstitucionalidade da vedação abstrata introduzida no art. 33, §4º, e no art. 44, caput, ambos da Lei nº 11.343/2006, aduzindo que, preenchidas pelo condenado as condições objetivas e subjetivas, a pena corporal deve ser substituída por restritivas de direitos. Precedente HC-97256/STF. 5. Recurso parcialmente provido. Maioria.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 01 1 146309-6; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 06/12/10; DJ 3, PÁG. 398).

270. PENAL - TRÁFICO DE ENTORPECENTE - ABSOLVIÇÃO, IMPOS- SIBILIDADE - DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITU- CIONALIDADE, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 466.353). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Apelante: Valdemar Candido da Silva (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Apelação Criminal. Tráfico de substância entorpecente. Apreensão de 22 pedras de crack com 4,18g (quatro gramas e dezoito centigramas) de massa líquida, e uma pedra grande de crack com 3,84g (três gramas e oitenta e quatro centigramas) de massa líquida. Sentença condenatória. Recurso da defesa. Pedido de absolvição. Impossibilidade. Declarações dos policiais. Apreensão de significativa quantidade de droga. Pedido de redução da pena. Circunstância judicial desfavorável. Inviabilidade. Redução máxima pela causa de diminuição prevista no artigo 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006. Natureza e quantidade de droga. Redução operada na sentença em 1/2 (metade). Manutenção. Pedido de modificação do

260 Direito Penal regime prisional para o aberto. Inviabilidade. Vedação legal expressa. Substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos. Declaração incidental de inconstitucionalidade dos dispositivos da Lei de Drogas que vedavam o benefício pelo Supremo Tribunal Federal. Pressupostos subjetivos não preenchidos. Necessidade de proporção entre a pena privativa de liberdade e a pena pecuniária. Recurso conhecido e parcialmente provido. 1. Descabido falar em absolvição, quando a prova dos autos demonstra a prática do crime previsto no artigo 33, caput, do mesmo diploma legal. A versão do acusado de que a droga (crack) não lhe pertencia, encontra-se dissociada do conjunto probatório acostado aos autos. Além da significativa quantidade de droga apreendida, as declarações dos policiais são harmônicas, no sentido de que após várias investigações, realizaram filmagens do réu em movimentação típica de tráfico de drogas. No local, encontraram em poder do réu a importância de R$ 37,00 (trinta e sete reais), além de 22 (vinte e duas) pedras de crack e uma outra pedra grande da mesma substância entorpecente. 2. A natureza do entorpecente encontrado com o agente, de alto poder viciante e destrutivo, justifica a fixação da pena-base acima do mínimo abstratamente cominado para o crime, tendo em vista o que dispõe o artigo 42 da Lei nº 11.343/06. 3. Na espécie, a quantidade e a natureza da droga (crack) apreendida em poder do apelante justificam a redução de 1/2 (metade) estabelecida na sentença pela causa de diminuição prevista no artigo 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006. 4. Considerando tratar-se de condenação pela prática do crime de tráfico de drogas, cometido em 07/04/2010, a eleição do regime prisional no inicial fechado decorreu de expressa previsão legal, nos termos da Lei n.º 11.464/2007, que deu nova redação ao § 1º, do art. 2º, da Lei 8.072/1990. Na esteira do entendimento de ambas as Turmas Criminais deste Tribunal de Justiça, no caso de condenação por tráfico de entorpecentes cometido após a vigência da Lei n. 11.464/2007, fixa-se, independentemente do quantum da pena, o regime inicial fechado. A eleição de regime prisional diverso violaria o disposto no artigo 97 da Constituição Federal e ao Enunciado de Súmula Vinculante n. 10 da Suprema Corte, uma vez que não há pronunciamento sobre a questão pelo Conselho Especial deste Tribunal de Justiça ou pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal. 5. Embora a Lei nº 11.343/2006 vede expressamente a concessão do benefício da substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, em recente julgamento, declarou a inconstitucionalidade dos dispositivos da Lei de Drogas que vedavam a

261 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

concessão de mencionado benefício. In casu, réu preenche os requisitos objetivos constantes do inciso I do artigo 44 do Código Penal, porquanto a pena aplicada é inferior a 04 (quatro) anos - 03 (três) anos de reclusão - e o delito não foi cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. No entanto, quanto aos requisitos subjetivos, verifica-se que o réu não é reincidente, mas a sentença fixou a pena-base acima do mínimo legal, a saber, em 06 (seis) anos de reclusão, em razão da natureza e da quantidade de droga (crack) apreendida, qual seja, 22 (vinte e duas) pedras de crack com 4,18g (quatro gramas e dezoito centigramas) de massa líquida, além de uma pedra grande de crack com 3,84g (três gramas e oitenta e quatro centigramas) de massa líquida, o que, no caso dos autos, obsta a substituição pretendida. 6. A mesma fração de redução da pena corporal deve incidir sobre a pena de multa, haja vista a proporcionalidade existente entre as duas modalidades de pena. 7. Recurso conhecido e parcialmente provido para, mantida a sentença condenatória do apelante nas sanções do artigo 33, caput, c/c §4º, da Lei n. 11.343/2006, à pena de 03 (três) anos de reclusão, no regime inicial fechado, reduzir a pena pecuniária para 300 (trezentos) dias-multa, no valor unitário mínimo.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 049212-6; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 01/12/10; DJ 3, PÁG. 220).

271. PENAL - TRÁFICO DE ENTORPECENTE - AUDIÊNCIA DE INS- TRUÇÃO, NÃO COMPARECIMENTO - NULIDADE, INEXISTÊN- CIA

(Reg. Ac. 469.745). Relator: Des. Romão C. Oliveira. Impetrante: José Pedro de Castro Barreto. Paciente: Maria Cristina Almeida Batista.

Decisão: admitir e denegar a ordem, à unanimidade.

Habeas Corpus. Art. 33, caput, c/c o art. 40, V, ambos da Lei nº 11.343/2006. Paciente presa em outra Unidade da Federação, que não comparece à audiência de instrução em que foram interrogados os outros corréus. Presença de defensor constituído pela acusada. Nulidade inexistente. Excesso de prazo. Ação complexa e vários réus. Demora justificada. Instrução encerrada. Súmula n.º 52 do STJ. Ordem denegada. Se a paciente está presa em outra Unidade da Federação e seu interrogatório foi deprecado a

262 Direito Penal

autoridade judiciária competente, sua ausência na assentada em que foram interrogados os demais corréus não induz à nulidade do ato, se o patrono por ela constituído se fez presente e formulou requerimento, restando observado o contraditório pleno. Se o feito é complexo, com múltiplos réus, várias imputações relativas a crimes distintos que envolvem organização criminosa atuando em mais de uma Unidade da Federação, tem-se como justificado o excesso de prazo para o desfecho da ação penal, máxime considerando que a instrução encontra-se encerrada (Súmula 52 do STJ), encontrando-se os autos com vistas às defesas para a apresentação de memoriais.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 019461-4; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 163).

272. PENAL - TRÁFICO DE ENTORPECENTE - CRIME AMBIENTAL - PENA, SUBSTITUIÇÃO

(Reg. Ac. 472.088). Relatora: Desa. Leila Arlanch. Apelante: Raulisson Dias de Souza (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover parcialmente. Unânime.

Penal. Tráfico de entorpecentes e crime ambiental. Pena bem dosada. Substituição da pena. Vedação legal declarada inconstitucional pelo STF. Pena bem dosada, que atende aos requisitos dos artigos 59 e 68 do Código Penal e 42 da Lei de Drogas. Correta a aplicação do regime inicial fechado de cumprimento da pena, conforme art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90. A substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos também encontra óbice no art. 33, § 4º, e art. 44, caput, ambos da Lei nº 11.343/2006. Sucede que, em recente decisão, o Supremo Tribunal Federal declarou, incidentalmente, a inconstitucionalidade dessa vedação abstrata, aduzindo que, preenchidas pelo condenado as condições objetivas e subjetivas, a pena corporal deve ser substituída por restritivas de direitos (Informativo 598). Apelação parcialmente provida para determinar a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 016379-7; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 181).

263 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

273. PENAL - TRÁFICO DE ENTORPECENTE - ABSOLVIÇÃO, IMPOS- SIBILIDADE - PENAS, REDIMENSIONAMENTO

(Reg. Ac. 474.018). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Apelante: Jonatas da Silva Candido (Advs. Dr. Paulo Sérgio Santos Pantoja Júnior e Dr. Erico da Silva Vieira). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Penal. Processo penal. Lei de Drogas. Lei n. 11.343/06. Tráfico de entorpecente. Autoria. Absolvição. Impossibilidade. Prova testemunhal. Dosimetria. Culpabilidade. Conduta social. Personalidade do agente. Redimensionamento das penas. Recurso parcialmente provido. 1. A prova oral produzida em juízo foi corroborada pela prova oral produzida na fase inquisitorial e não foram infirmadas pela defesa, formando um conjunto probatório harmônico e coeso, hábil a embasar a condenação. 2. O depoimento de testemunha policial, prestado em juízo, sob a garantia do contraditório, reveste-se de inquestionável eficácia probatória, sobre o qual incide o princípio da legitimidade e veracidade dos atos administrativos, segundo o qual se presume que a autoridade que praticou o ato era competente para tanto, que o ato foi exercido dentro dos limites legais e que é verdadeiro quanto ao seu conteúdo, não se podendo desqualificá-lo pelo só fato de emanar de agentes estatais incumbidos, por dever de ofício, da repressão penal. 3. A gravidade abstrata do crime de tráfico ilícito de entorpecentes não pode servir de parâmetro para a exasperação da pena- base, porque já foi considerada pelo legislador para a composição do preceito secundário do tipo penal, devendo pautar-se em fatos concretos colhidos pelas provas produzidas nos autos, os quais não foram demonstrados na sentença. 4. A conduta social e a personalidade do agente foram ambas baseadas nas anotações que o acusado possui em sua folha penal, o que representa bis in idem na elevação da pena. 5. A quantidade de droga apreendida (1.076,62g de maconha) autoriza a elevação da reprimenda acima do mínimo legal, nos termos do disposto no art. 42 da Lei n. 11.343/06. 6. A pena pecuniária deve guardar proporcionalidade com a pena corporal imposta. 7. Apelação a que se dá parcial provimento para redimensionar a pena privativa de liberdade e a pena pecuniária impostas.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 01 1 130016-8; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 21/01/11; DJ 3, PÁG. 243).

264 Direito Penal

274. PENAL - USO DE DOCUMENTO FALSO - CRIME IMPOSSÍVEL, DESCABIMENTO - FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA

(Reg. Ac. 464.186). Relator: Des. George Lopes Leite. Apelante: David Fernando de Souza (Advs. Dr. Marcel André Versiani Cardoso e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: prover. Maioria.

Penal e Processual Penal. Uso de documento falso. Alegação de crime impossível. Falsificação grosseira. Sentença reformada. 1. Réu condenado por infringir o artigo 304 do Código Penal, eis que apresentou certidões imobiliárias negativas falsificadas perante a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação - SEDUH - visando a aquisição de imóvel por meio de programa habitacional para servidores. 2. Embora a irregularidade tenha sido comprovada na consulta feita aos ofícios extrajudiciais de registro imobiliário, fora percebida prontamente pelo encarregado da SEDUH, que anotou que percebera “algo estranho” no formulário da certidão cartorária e consultou na origem, verificando constar uma aquisição de imóvel feita anteriormente pelo réu. 3. A falsificação grosseira não ficou cabalmente afastada, não sendo repelida por prova pericial, que o órgão acusador entendeu desnecessária. A questão não se resume apenas em saber se houve ou não a contrafação, mas também se estava apta a enganar terceiros de boa-fé a quem pudesse ser apresentado o documento, com repercussão na órbita jurídica dos direitos obrigacionais. No caso examinado os documentos falsificados se destinavam exclusivamente a provar a inexistência de imóvel em nome do interessado em participar de programa habitacional do governo, o que não aconteceu porque a falsificação foi prontamente percebida. 3. Apelação provida para absolver o réu com base no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2006 01 1 122428-7; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 241).

275. PENAL - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - LESÃO CORPORAL - PEDIDO ABSOLUTÓRIO, INVIABILIDADE

(Reg. Ac. 470.000). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Apelante: D. C. R. P. (Defensoria Pública). Apelado: MPDFT.

265 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Decisão: negar provimento. Unânime.

Penal. Lesão corporal no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher. Relação íntima e duradoura de afeto entre agressor e vítima. Caracterização. Pleito absolutório. Inviabilidade. Negado provimento. 1. A relação de namoro estável e duradoura, no presente caso superior a 03 (três) anos, é suficiente para atrair a aplicação da Lei nº 11.340/06, no âmbito da violência familiar e doméstica contra a mulher. 2. O depoimento judicial da vítima, corroborado pelo laudo de exame de lesão corporal que atestou várias lesões causadas pelo apelante, são elementos que inviabilizam o pleito absolutório formulado pela defesa. 3. Sendo valoradas negativamente as circunstâncias judiciais das circunstâncias e das consequências, deve a pena- base ser fixada pouco acima do mínimo legal, conforme feito pelo MM. Juiz. 4. Negado provimento ao recurso.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 07 1 029206-2; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 220).

276. PENAL - VIOLÊNCIA PRESUMIDA - LEI Nº 11.464/2007, IRRE- TROATIVIDADE - VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE

(Reg. Ac. 462.158). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Apelante: Artur Casimiro de Sousa Neto (Advs. Dr. Thiago Machado de Carvalho, Dr. Adriano Versiane Pinto e outros). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: deu-se parcial provimento, unânime.

Penal. Processual penal. Atentado violento ao pudor. Violência presumida. Absolvição. Impossibilidade. Suficiência do conjunto probatório. Palavra da vítima. Desclassificação. Importunação ofensiva ao pudor. Violação sexual mediante fraude. Artigo 217-A do Código Penal (Lei n. 12.015/2009). Estupro de vulnerável. Dosimetria. Aplicação do artigo 214 do Código Penal. Novatio legis in pejus. Lei n. 11.464/2007. Aplicação retroativa. Impossibilidade. Recurso provido parcialmente. 1. A materialidade do delito de atentado violento ao pudor prescinde da realização de exame de corpo de delito, uma vez que nem sempre deixa vestígios materiais, sendo possível a sua comprovação pelos demais meios de prova. 2. A palavra da vítima, em

266 Direito Penal crimes contra a liberdade sexual, comumente cometidos às ocultas, constitui relevante elemento probatório, mormente quando se mostra coerente com as demais provas produzidas nos autos. 3. O crime de importunação ofensiva, prevista na lei de contravenção penal, caracteriza-se por atos ofensivos ao pudor, como uma breve passada de mãos nas pernas da vítima, enquanto o atentado violento ao pudor, o agente quer satisfazer a sua ânsia sexual, valendo-se de violência ou grave ameaça. 4. Irrelevante para a formação do tipo penal previsto nos revogados art. 214 c/c 224, “a”, todos do Código Penal, se as vítimas tinham noção sobre ato sexual ou qualquer assunto relacionado a sexo, eis que a proibição legal é coibir qualquer prática sexual com pessoa abaixo de 14 anos de idade, protegendo a liberdade sexual do menor em razão da sua incapacidade volitiva, não havendo que falar em desclassificação do delito. 5. Com o advento da nova lei acerca dos crimes contra a dignidade sexual, Lei n. 12.015/2009, que entrou em vigor em 10 de agosto de 2009, vê-se que a conduta ilícita praticada pelo réu, tipificada no artigo 214, caput, c/c artigo 224, alínea a, ambos do Código Penal, foi revogada, devendo ser desclassificada para aquela prevista no artigo 217- A do mesmo diploma legal, mantendo-se a pena mais favorável ao réu. 6. Pacífico na colenda Corte Superior de Justiça o entendimento de que não é possível aplicação retroativa da Lei n. 11.464/2007 (que alterou a Lei dos Crimes Hediondos), posto que em descordo com o disposto no inciso Xl do artigo 5º da Constituição Federal, uma vez que o delito ocorreu antes da vigência da lei (ano de 2003). 7. Em razão da pena ter sido estabelecida no mínimo legal, e, tratando-se de paciente primário, sendo-lhe favoráveis todas as circunstâncias judiciais, impõe-se o estabelecimento do regime semiaberto para o início do resgate da pena, nos moldes do artigo 33, §§ 2º e 3º, do Código Penal. 8. Recurso parcialmente provido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2004 07 1 002114-4; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 238).

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267

06. Direito Previdenciário

Direito Previdenciário

277. PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PER- MANENTE - ACIDENTE DE TRABALHO - INSS

(Reg. Ac. 468.502). Relator: Des. Lécio Resende. Apelante: Vera Cruz Vida e Previdência S/A (Advs. Dr. Paulo Joaquim de Araújo e outros). Apelada: Simone Fernandes Severiano de Miranda (Advs. Dr. Décio Plínio Chaves e Dr. José N. de Sousa).

Decisão: conhecer da apelação, conhecer e negar provimento ao agravo retido, rejeitar a(s) preliminar(es) e, no mérito, negar provimento à apelação, unânime.

Contrato de seguro de vida em grupo. Aposentadoria por invalidez permanente. Acidente de trabalho. LER/DORT. Concessão. Prescrição. Inocorrência do transcurso de um ano entre o termo inicial e o ajuizamento da demanda. Invalidez permanente do segurado. Concessão de aposentadoria por invalidez pelo INSS. Prova suficiente. Correção monetária. Termo inicial. Inadimplemento da obrigação. Sentença mantida. 1 - A ação do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em um ano, cujo termo inicial é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral, suspendendo-se o prazo entre a comunicação do sinistro à seguradora e a resposta da recusa do pagamento. 2 - Tendo em vista as disposições contidas na Lei n. 8.213/91, que discorre sobre os planos de benefícios da previdência social, a patologia denominada LER/DORT constitui em acidente de trabalho passível de cobertura securitária. 3 - A aposentadoria por invalidez permanente somente é concedida pela previdência social após rigorosa verificação da condição incapacitante mediante exames médicos e perícia, constituindo-se, assim, em prova suficiente e justificadora do pagamento da indenização securitária por invalidez total e permanente. 4 - A correção monetária é mero critério de atualização do valor da moeda, devendo incidir a partir da data do inadimplemento da obrigação, isto é, a

271 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

partir do momento em que esta se tornou exigível, no caso dos autos, foi a data da aposentadoria pelo INSS.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 055677-9; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 141).

278. PREVIDENCIÁRIO - COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADO- RIA - FUNCIONÁRIOS APOSENTADOS DO BANCO DO BRASIL - JUSTIÇA TRABALHISTA, COMPETÊNCIA

(Reg. Ac. 463.623). Relator: Des. Antoninho Lopes. Apelantes: José Gabriel de Souza, Raimundo Fernandes Frota e Jairo de Araújo Ramalho (Advs. Dr. Roberto Mohamed Amin Junior e outros). Apelado: Banco do Brasil S/A (Advs. Dr. Carlos Ribeiro de Oliveira e outros).

Decisão: cassar a sentença e, de ofício, anular o processo desde o início, determinar a remessa dos autos à Justiça do Trabalho da 10ª Região, unânime.

Complementação de aposentadoria reclamada do empregador. Funcionários aposentados do Banco do Brasil. Competência da Justiça do Trabalho. É da justiça trabalhista a competência para apreciar questões relacionadas à complementação de aposentadoria reclamadas ao Banco do Brasil pelos seus servidores aposentados porque o direito que sustenta o pedido decorre do contrato de trabalho.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 150384-8; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 171).

279. PREVIDENCIÁRIO - PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR - PREVI - DESLIGAMENTO DE SEGURADO - RESERVA DE POUPANÇA, RESTITUIÇÃO

(Reg. Ac. 469.036). Relator: Des. Angelo Passareli. Apelantes: Neusa Lazarini Trindade (Advs. Dr. José Eymard Loguércio e outros) e PREVI - Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Advs. Dra. Estefânia Gonçalves Barbosa Colmanetti e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso da ré - PREVI. Dar parcial provimento a autora. Nos termos do voto do Relator. Unânime.

272 Direito Previdenciário

Civil e Processual Civil. Previdência complementar. PREVI. Desligamento. Restituição da reserva de poupança. Correção monetária plena. Expurgos inflacionários. Recomposição da desvalorização da moeda. Incidência da Súmula 289/STJ. Juros remuneratórios devidos até a data do desligamento. Previsão expressa. Fato incontroverso. Litigância de má-fé. Não configuração. Sentença parcialmente reformada. 1 - A aplicação da regra contida no caput do artigo 557 do CPC constitui-se tão somente em faculdade da qual o magistrado pode se valer quando está a proceder ao exame definitivo de admissibilidade da apelação a ser realizado pelo tribunal. Inaplicabilidade à espécie. 2 - Encontra- se consolidado na jurisprudência pátria o reconhecimento do direito à correção monetária plena pelos expurgos inflacionários incidentes sobre o resgate da reserva de poupança em planos de previdência complementar (Súmula 289 do c. STJ). 3 - A atualização monetária da reserva de poupança de segurado que se desligou de plano de previdência complementar deve ser feita pelos índices oficiais, denominados expurgos inflacionários, a saber: (26,06%) - junho de 1987, (42,72%) - janeiro de 1989, (84,32%) março de 1990, (44,80%) - abril de 1990, (7,87%) - maio de 1990, (21,87%) - fevereiro de 1991 e (11,79%) - março de 1991. 4 - Uma vez previstos no estatuto ou no regulamento de benefícios da entidade de previdência privada e, ainda, confessado pela outra parte a sua previsão contratual, os juros remuneratórios são devidos até a data do desligamento. Precedentes do e. TJDFT. 5 - Os juros de mora devem incidir a partir da citação, no percentual de 1% ao mês, consoante previsões constantes do artigo 406 do Código Civil c/c o art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional. 6 - Dependendo a determinação do valor da condenação apenas de cálculos aritméticos, não se tem por necessária a liquidação nos moldes do artigo 475-A do CPC. 7- Para a configuração da litigância de má-fé é necessário que fique comprovada a conduta maliciosa da parte, bem como o propósito meramente protelatório do recurso. Apelação cível da autora parcialmente provida. Apelação cível da ré desprovida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 124675-8; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 122).

280. PREVIDENCIÁRIO - PREVIDÊNCIA PRIVADA - PREVI - DESLI- GAMENTO DE ASSOCIADO - COISA JULGADA

(Reg. Ac. 462.085). Relator: Des. Flavio Rostirola. Agravantes: Luci Hissae Hamaguchi, Lúcia Verônica Vasconcelos Afonso, Luciano Belmiro de Souza,

273 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Luciano Raimundo de Oliveira, Luis Alberto Prates Fróes, Luis Augusto Barbosa de Santana, Luís Pessoa Catunda, Luís Roberto Gavazzi da Silva e Luiz Alberto Correia (Advs. Dr. Fernando José Feroldi Goncalves, Dr. José Carlos de Almeida e outros). Agravado: PREVI - Caixa de Previdência dos Funcionários Banco do Brasil (Advs. Dra. Cláudia Sant’anna Vieira e outros).

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Previdência Privada. PREVI. Desligamento do associado. Limites objetivos da coisa julgada. Causa petendi. Artigo 468 do CPC. Coisa julgada. Juros: estatutários, atuariais, compensatórios, legais, contratuais e convencionais. Correção monetária. Planilha. Valor exequendo. Imposição contratual. Pedido implícito. Não ocorrência. Art. 557 CPC. Jurisprudência dominante do respectivo tribunal. Duplo grau de jurisdição. Civil law. Common law. 1. Os juros estatutários pleiteados são devidos por imposição contratual, e não por força de lei. Não podem, assim, ser considerados implícitos na condenação e tampouco integram a correção monetária. Portanto, a incidência desses juros limita-se ao termo final do vínculo empregatício. 2. Em observância à coisa julgada, é de se vedar aos autores o direito do recebimento da verba, simplesmente porque não constou do dispositivo da sentença a condenação dos juros estatutários e de tal questão não houve recurso. 3. O sistema legal vem, por intermédio de diversas leis, transformando a família jurídica tradicionalmente romanística para uma lógica anglo-saxã. Por diversos motivos, a cada dia, está-se dando prevalência aos precedentes jurisprudenciais como base para decisões futuras. A cláusula prevista no art. 557 do CPC faz parte dessa transformação. 4. Viabilizando a celeridade processual, o artigo 557, caput, do CPC instituiu a possibilidade de, por decisão monocrática, o relator deixar de admitir recurso quando seu pedido conflitar com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de tribunal superior. Alargou-se, portanto, à hipótese de conflito do recurso com “jurisprudência dominante do respectivo tribunal”. O caput não exige o exclusivo cotejo do caso com jurisprudência de instâncias jurisdicionais superiores, tal como impõe o seu §1º-A. Tampouco ofende o princípio do duplo grau de jurisdição, pois é mantida a possibilidade de reexame da questão pelo órgão colegiado competente. 5. Negou-se provimento ao agravo regimental.

(AGRAVO REGIMENTAL NO(A) AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 017166-3; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/11/10; DJ 3, PÁG. 129).

274 Direito Previdenciário

281. PREVIDENCIÁRIO - PREVIDÊNCIA PRIVADA - COBRANÇA - BENEFÍCIO DE PECÚLIO POR MORTE - PAGAMENTO AOS DESIGNADOS, CRITÉRIOS

(Reg. Ac. 468.324). Relatora: Desa. Nídia Corrêa Lima. Apelantes: Elizangela Naves Gontijo e Helizabet Naves Gontijo Viana (Adv. Dr. Vinicios Cecchetto). Apelados: Postalis Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Advs. Dr. Edésio Gomes Cordeiro e outros) e Maria Geralda da Silva (Advs. Dr. Francisco Felix Ribeiro e outros).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Direito Civil e Processual Civil. Ação de cobrança. Plano de previdência privada. Benefício de pecúlio por morte. Ausência de qualidade de beneficiário. Pagamento aos designados somente na ausência de beneficiários. Regulamento do plano de previdência contratado pelo participante. Improcedência. 1. Das disposições contidas no regulamento do plano de benefício definido contratado pelo ex-participante, observa-se que o benefício de pecúlio por morte apenas seria pago às pessoas designadas pelo participante na falta de beneficiários. 2. Verificado que a parte autora, apesar de ter sido designada pelo participante, não se qualifica como beneficiária do ex-participante, ao passo que a segunda ré comprovou a condição de beneficiária, na condição de companheira, reputa-se correto o indeferimento do benefício de pecúlio por morte. 3. O plano de previdência privada é regido por normas próprias, devendo ser observado o respectivo regulamento, sendo inaplicáveis as disposições relativas a contrato de seguro de pessoas, constantes no Código Civil. 4. Recurso de apelação conhecido e não provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 012156-6; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 91).

282. PREVIDENCIÁRIO - REVISÃO DE PENSÃO ESTATURÁRIA PELO TCDF, DECADÊNCIA - PENSÃO PREVIDENCIÁRIA POR MORTE - LEI APLICÁVEL, CRITÉRIOS - ENTEADA, COMPARAÇÃO À FILHA

(Reg. Ac. 474.209). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelante: Sebastiana Ferreira da Silva (Defensoria Pública). Apelado: Distrito Federal (Adva. Dra. Maria Júlia Ferreira César - Procuradora do DF).

275 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Decisão: dar provimento. Unânime.

Apelação Cível. Revisão de pensão estatutária. Decadência. Configuração. Segurança jurídica. Enteada solteira maior de 21 anos. Equiparação à filha. Compatibilidade com a Constituição Federal. Apelação provida. 1. O direito de o tribunal de contas examinar a legalidade da pensão decai em 5 (cinco) anos, nos termos do artigo 54 da Lei n° 9.784/99, sob pena de ofensa aos princípios da segurança jurídica e da lealdade. 2. A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado (Súmula 340/STJ). 3. A Lei n° 3.373/58, que equipara o enteado ao filho, é perfeitamente compatível com a Constituição Federal, que atribui um conceito bastante amplo à família, incluindo outros elementos como componentes das relações familiares, tais como os vínculos afetivos. 4. Apelação provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 125623-3; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 26/01/11; DJ 3, PÁG. 64).

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276 07. Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

283. PROCESSO CIVIL - ABANDONO DA CAUSA POR MAIS DE 30 DIAS - INTIMAÇÃO DA AUTORA E DO ADVOGADO - INTIMA- ÇÃO POR ATO DE SERVIDOR - DELEGAÇÃO DE COMPETÊN- CIA, POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 468.092). Relator Designado: Des. José Divino de Oliveira. Apelante: Banco Itauleasing S/A (Adv. Dr. Alexandre Cesar Machado da Silva). Apelado: Jonatas Calebe Meireles.

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Maioria. Redigirá o acórdão o Revisor.

Processo Civil. Abandono da causa por mais de 30 (trinta) dias. Prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Pena de extinção. Intimação pessoal da autora. Art. 267, §1º, CPC. Intimação do advogado. Publicação no diário da justiça. Ocorrência. Inércia. Extinção do processo sem julgamento de mérito. Intimação por ato de servidor do cartório. Possibilidade. I. Extingue-se o processo sem julgamento de mérito quando a parte fica inerte por mais de 30 (trinta) dias, apesar de haver sido intimada pessoalmente para promover o andamento do feito em 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de extinção, nos termos do art. 267, § 1º, CPC e de seu advogado haver sido intimado, por publicação do diário da justiça. II. Não há irregularidade no fato da intimação para dar andamento ao processo ter-se dado por ato de servidor do cartório com delegação de competência, porquanto trata-se de mero ato ordinatório, diga-se ato não decisório, que pode ser executado por servidor, uma vez que não envolve qualquer juízo de valor. III. Negou-se provimento.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 11 1 001084-9; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 189).

279 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

284. PROCESSO CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - AGENTE DO DFTRANS, ENVOLVIMENTO - DISTRITO FEDERAL, ILEGITI- MIDADE PASSIVA

(Reg. Ac. 458.574). Relator: Des. Angelo Passareli. Apelante: Edson Cordeiro de Oliveira (Advs. Dra. Flávia Martins Borges e outros). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Nelson Luiz de Miranda Ramos - Procurador do DF).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Direito Processual Civil. Agr em Apc. Acidente de trânsito causado por agente do DFTRANS. Reparação por danos morais e materiais. Recurso manifestamente improcedente. Distrito Federal. Ilegitimidade passiva ad causam. Decisão mantida. 1 - Sendo o responsável pelo evento danoso servidor do DFTRANS, autarquia dotada de personalidade jurídica própria e autonomia administrativa e financeira, conforme previsão do Decreto nº 241/1992, alterado pelo Decreto 23.902/2003, patente a ilegitimidade ad causam do Distrito Federal para figurar no polo passivo do feito em que se busca o ressarcimento pelos danos materiais e morais causados. 2 - Encontrando-se a sentença a quo em consonância com a legislação de regência e com a jurisprudência dominante no TJDFT, escorreita a decisão do relator em negar seguimento ao recurso de apelação, por se cuidar de recurso manifestamente improcedente, com fulcro no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil e artigo 66, inciso IX, do Regimento Interno do TJDFT. Recurso desprovido.

(AGRAVO REGIMENTAL NO(A) APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 115543- 9; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 179).

285. PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA - APURAÇÃO DE HAVERES, DESCABIMENTO

(Reg. Ac. 460.527). Relator: Des. Dácio Vieira. Agravante: Jorlan S/A Veículos Automotores Importação e Comércio (Advs. Dra. Angela Beatriz Paes de Barros Di Franco, Dr. José Arnaldo da Fonseca Filho e outros). Agravados: Josino Naves de Souza e Antônio Guilherme Naves (Advs. Dr. Micael Heber Mateus e outros).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

280 Direito Processual Civil

Processual Civil. Agravo de instrumento. Liquidação de sentença. Apuração de haveres. Impugnação dos quesitos apresentados pelo sócio retirante e pedido de delimitação do escopo da perícia técnica. Improcedência. Haveres do agravado deverão ser apurados de forma ampla e atualizada, em obediência a parte dispositiva da sentença liquidanda, “através de balanço a ser realizado com essa finalidade, e que deverá considerar o patrimônio líquido existente na data do trânsito em julgado” de modo a demonstrar valor real da participação do sócio retirante de modo a obstar o enriquecimento sem causa. Precedentes do STJ.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2009 00 2 008820-2; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 231).

286. PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROFESSORA TEMPORÁRIA - LICENÇA-MATERNIDADE, POSSIBILIDADADE

(Reg. Ac. 461.234). Relator: Des. Dácio Vieira. Agravante: Diane Alves de Sousa (Advs. Dr. Victor Mendonca Neiva e outros). Agravado: Distrito Federal (Adva. Dra. Camila Bindilatti Carli de Mesquita - Procuradora do DF).

Decisão: conhecer. Dar provimento. Unânime.

Civil e Processual Civil. Agravo de instrumento. Professora. Contrato temporário. Concessão de licença-maternidade pelo período de 180 dias. Possibilidade. Lei Complementar nº 790/2008. Precedentes jurisprudenciais.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2009 00 2 016776-9; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/11/10; DJ 3, PÁG. 133).

287. PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RELAÇÃO DE CONSUMO - FORO DO DOMICÍLIO DO AUTOR, COMPETÊNCIA ABSOLUTA

(Reg. Ac. 461.412). Relator Designado: Des. Antoninho Lopes. Agravantes: José Bueno de Paula, Sebastião Carlos de Almeida, Mauro Sergio Marcolini, Lucilene da Silva Todeschini, Mathildes Apparecida Martins, João Celso Suffi, José Anelli Martins, Jeorgina Domingues Figueiredo, Rosangela Perpetua Timoteo e Ivone Gonçalves (Advs. Dr. Ricardo Alexandre R. Peres e outros). Agravada: Brasil Telecom S.A.

281 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Decisão: desprover o agravo, por maioria. Redigirá o acórdão o 1º Vogal.

Agravo de Instrumento. Relação de consumo. Competência absoluta do foro do domicílio do autor. Qualquer outro foro só poderá receber a ação se algum liame o vincular ao foro escolhido. 1. Embora o consumidor resida em local diverso daquele em que propôs a ação, como as regras do Código de Defesa do Consumidor buscaram protegê-lo, em princípio a sua opção pode ser admitida, desde que algum liame o vincule ao foro escolhido, como o local de trabalho, por exemplo. Inexistindo qualquer vínculo, a opção não pode ser aceita. 2. Agravo improvido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 011202-5; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 12/11/10; DJ 3, PÁG. 90).

288. PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - OBRIGAÇÃO DE FAZER - SOCIEDADE EMPRESÁRIA - ALIENAÇÃO DE QUO- TAS SOCIAIS

(Reg. Ac. 461.568). Relator: Des. Angelo Passareli. Agravante: Carlos Roberto Carvalho Barros (Adv. Dr. Leonardo Fernandes Ranna). Agravados: Juracy Pessoa de Carvalho, Antônio Hilario Salvador e Robson Carlos Gontijo (Adv. Dr. Walter de Castro Coutinho).

Decisão: conhecer. Rejeitar preliminar. Dar parcial provimento. Unânime.

Civil e Processo Civil. Agravo de instrumento. Obrigação de fazer. Preliminar de ilegitimidade ativa ad causam. Rejeição. Pertinência subjetiva identificada. Alienação de cotas sociais de sociedade empresária. Efetivação de registro de alteração da titularidade de cotas sociais perante a junta comercial. Impossibilidade de concessão da antecipação dos efeitos da tutela nos moldes vindicados. Ausência de pressupostos previstos no artigo 273 do CPC. Poder geral de cautela do juiz. Possibilidade de lesão grave e de difícil reparação. Direitos do agravante e de terceiros. Notificação aos órgãos públicos sobre a decisão judicial ora adotada. Decisão parcialmente reformada. 1 - Não merece prosperar a preliminar de ilegitimidade ativa ad causam quando possível aferir a pertinência subjetiva da parte para a demanda, mediante a identificação de seu interesse no registro da transmissão de cotas sociais alienadas, sob pena de assunção de compromissos firmados e responsabilização

282 Direito Processual Civil

por condutas praticadas na gestão da pessoa jurídica. 2 - Considerando que os elementos carreados aos autos não se revelam suficientes a demonstrarem a verossimilhança das alegações do agravante, uma vez que não esclarecem satisfatoriamente os termos do contrato firmado entre as partes, de maneira a suprimir a perspectiva de ocorrência da exceção do contrato não cumprido, bem assim em face da possibilidade de que a não efetivação do registro da alteração do contrato social perante a junta comercial pode haver decorrido de omissão atribuível apenas aos próprios agravantes, não há como se deferir o pedido de antecipação dos efeitos da tutela com o objetivo de compelir os agravados a procederem à transferência para seus nomes das cotas da sociedade empresária a eles alienadas. 3 - Considerando que a situação posta nos autos demanda a tomada de alguma medida com o intuito de se evitar eventual prejuízo ao agravante e a terceiros, tendo em vista que os agravados encontram-se na administração da empresa e esta, junto aos órgãos competentes, ainda consta como seus proprietários o recorrente e sua esposa, invocando o poder geral de cautela do juiz, insculpido no artigo 798 do CPC, impõe-se a reforma parcial da decisão agravada para o fim de notificar os órgãos pertinentes dando-lhes ciência acerca da demanda, determinando que anotem em seus registros que a propriedade da empresa encontra-se em litígio, a fim de que se dê a necessária publicidade de tal fato, bem como que tal pessoa está vedada a prática de qualquer ato de comércio. Agravo de instrumento parcialmente provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 008670-1; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 12/11/10; DJ 3, PÁG. 121).

289. PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - DIREITO À SAÚDE - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 467.651). Relator: Des. Cruz Macedo. Agravante: Distrito Federal (Adv. Dr. Ricardo Sussumu Ogata - Procurador do DF). Agravado: AJUDE-C Associação dos Voluntários Pesquisadores e Portadores de Coagulopatias (Advs. Dr. Rodrigo de Bittencourt Mudrovitsch e outros).

Decisão: dar provimento ao recurso, unânime.

Processo Civil. Agravo de instrumento. Ação civil pública. Competência da justiça comum. Direito fundamental à saúde. Antecipação de tutela.

283 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Ausência de justificação prévia. Impossibilidade. Decisão cassada. 1. “Prevendo o art. 207 da Lei Orgânica do Distrito Federal, a prestação de assistência social aos necessitados, e sendo a manutenção do serviço de saúde no âmbito do DF custeado não apenas com recursos da União, mas também com os provenientes dos tributos instituídos e arrecadados pelo Distrito Federal, indiscutível a competência da justiça comum para processar e julgar o feito.” (20100020058424Agi, Relatora Carmelita Brasil, 2ª Turma Cível, julgado em 08/09/2010, DJ 15/09/2010 p. 82) 2. Não pode ser mitigada a regra do artigo 2º da Lei nº 8.437/92, quando se trata de hipótese na qual o deferimento da tutela antecipada poderá causar grave impacto financeiro para o ente público, inclusive com características de irreversibilidade, principalmente em relação ao pedido de nomeação de servidores públicos com o intuito de suprir alegado déficit funcional para a prestação do serviço público em questão. 3. Agravo provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 009863-6; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/12/10; DJ 3, PÁG. 169).

290. PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO, NÃO CO- NHECIMENTO - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA - INTERESSE RECURSAL, INEXISTÊNCIA

(Reg. Ac. 459.901). Relator: Des. Sérgio Rocha. Agravante: São Braz Organização Hospitalar S/A (Advs. Dr. Carlos Eduardo F. dos Santos Jacinto e outros). Agravado: Pronutrir Ltda. EPP (Advs. Dr. Joaquim Alves Bastos e outros).

Decisão: recurso não conhecido por falta de interesse de agir. Unânime.

Agravo de Instrumento. Desconsideração da personalidade jurídica. Ausência de interesse recursal. 1. A eventual reforma da decisão que desconsidera a personalidade jurídica da sociedade, o que possibilita que o patrimônio dos sócios seja alcançado, interessa não à empresa, mas sim aos sócios, diretamente prejudicados por essa decisão. 2. Não se conheceu do agravo de instrumento interposto por ausência de interesse recursal.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 010644-8; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/11/10; DJ 3, PÁG. 80).

284 Direito Processual Civil

291. PROCESSO CIVIL - AGRAVO INTERNO - RECURSO, ACO- LHIMENTO SINGULAR PELO RELATOR, IMPOSSIBILIDADE - AUXÍLIO-ACIDENTE, CONCESSÃO

(Reg. Ac. 468.214). Relator: Des. J.J. Costa Carvalho. Apelante: Neuci Maria Monteiro do Nascimento (Advs. Dr. Flavia Naves Santos Pena e outros). Apelado: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social (Adv. Dr. Paulo Rios Matos Rocha - Procurador).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Processual Civil. Recurso de apelação. Parcial provimento. Pronunciamento monocrático do relator. Admissibilidade. Agravo interno. Impossibilidade de julgamento e provimento monocrático devido à ausência de súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal ou de tribunal superior. Rejeição. Inviabilidade de acolhimento do recurso singularmente pelo relator por se discutir matéria de fato e não estritamente de direito. Não acolhimento. 1. Correto se revela provimento jurisdicional do relator que, em obediência ao regramento insculpido no artigo 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, e vislumbrando o parcial acolhimento do recurso o provê em parte, para conceder o auxílio-acidente previsto no artigo 86 da Lei nº 8.213/91. 2. Rejeita-se a alegação de impossibilidade de julgamento e provimento monocrático de recurso, fundamentada na ausência de súmula ou entendimento jurisprudencial dominante do Supremo Tribunal Federal ou de tribunal superior, quando a decisão combatida encontra-se fundamentada em diversos precedentes jurisprudenciais oriundos do c. Superior Tribunal de Justiça e da e. Corte julgadora. 3. Insustentável a assertiva de inviabilidade de acolhimento do recurso de modo singular, por se discutir matéria de fato e não estritamente de direito, quando colacionado aos autos certificado de reabilitação profissional e laudo médico pericial, elaborados pelo próprio agravante, atestando a parcial reabilitação e a incapacidade laborativa da segurada. 4. Agravo interno conhecido e desprovido.

(AGRAVO REGIMENTAL NO(A) APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002 01 1 033363- 9; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 13/12/10; DJ 3, PÁG. 72).

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292. PROCESSO CIVIL - ALIMENTOS, EXECUÇÃO - ACORDO REFE- RENDADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO - TÍTULO EXECUTIVO HÁBIL

(Reg. Ac. 465.600). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Agravante: S. K. S. V. (Defensoria Pública). Agravado: A. A. V.

Decisão: conhecer e dar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Agravo de Instrumento. Alimentos. Acordo referendado pelo Ministério Público. Título executivo hábil a embasar a respectiva ação de execução pelo rito do art. 733 do CPC. Recurso provido. I - Segundo recente orientação firmada pelo colendo Superior Tribunal de Justiça, a obrigação do alimentante e a urgência do alimentando não sofrem variação em face da espécie do título executivo, porquanto os efeitos serão sempre nefastos à dignidade daquele que necessita de alimentos, e o bem jurídico tutelado com a coerção pessoal, prevista no art. 733 do CPC, sobrepõe-se ao direito de liberdade do alimentante inadimplente (Resp 1.117.639-MG). II - Os alimentos fixados em acordos extrajudiciais referendados pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública constituem título executivo hábil a embasar a ação de execução de alimentos pelo rito do art. 733 do Código de Processo Civil. III - Recurso provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 015584-9; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/11/10; DJ 3, PÁG. 141).

293. PROCESSO CIVIL - ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO, CONCES- SÃO - PAGAMENTO PRÉVIO DE ONALT, DISPENSABILIDADE - PAGAMENTO POSTERIOR, POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 458.936). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Agravante: Distrito Federal (Adva. Dra. Izabela Frota Melo - Procuradora do DF). Agravado: Kento Imagem Corporal Ltda. Me (Adva. Dra. Patrícia Mendanha Lino).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Processo Civil. Agravo de instrumento. Outorga Onerosa de Alteração de Uso (ONALT). Possibilidade de pagamento posterior. Ausência dos requisitos

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para o deferimento da antecipação da tutela. Impossibilidade. 1. É assente o entendimento nesta Corte de Justiça no sentido de que o pagamento da Outorga Onerosa de Alteração de Uso (ONALT) pode ser dispensado como condição prévia de concessão de alvará de funcionamento. 2. A antecipação dos efeitos da tutela recursal pressupõe a existência de prova inequívoca dos fatos correspondentes ao direito vindicado; o convencimento da verossimilhança da alegação; e a reversibilidade plena da providência adotada. A ausência de tais requisitos impede sua concessão. 3. Recurso desprovido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 009140-4; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 08/11/10; DJ 3, PÁG. 154).

294. PROCESSO CIVIL - ALVARÁ, AUTORIZAÇÃO JUDICIAL - PER- MUTA DE IMÓVEL - ESPOSA CURATELADA - MANIFESTA VANTAGEM, NÃO DEMONSTRAÇÃO

(Reg. Ac. 461.992). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelante: E. B. M. (Advs. Dr. Rafael Klier da Silva Oliveira - NPJ - Uniceub e outros). Apelado: N. H.

Decisão: conhecido. Negou-se provimento. Unânime.

Civil. Processo civil. Autorização judicial. Alvará. Permuta de imóvel. Esposa curatelada. Manifesta vantagem. Prova. Inexistência. I - Nos termos do art. 1.750 c/c o art. 1.774, ambos do Código Civil, os imóveis pertencentes aos curatelados somente podem ser vendidos quando houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial e aprovação do juiz. II - Manifesta vantagem é aquela, como o próprio nome indica, evidente à primeira vista, indene de dúvida e respeitadora da boa-fé. É trocar uma coisa por outra similar, ganhando mais ou gastando menos, levando vantagem no negócio, mas não contra o próximo. III - Se o negócio pretendido, desacompanhado de outros elementos, indica não manifesta vantagem, mas sim patente risco, não há o que corrigir na sentença que julga improcedente o pedido de alvará. IV - Negou-se provimento ao recurso.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 09 1 005684-6; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/11/10; DJ 3, PÁG. 215).

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295. PROCESSO CIVIL - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, INDEFERIMEN- TO - CIRURGIA NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE - INTERVENÇÃO DE EMERGÊNCIA, NÃO COMPROVAÇÃO

(Reg. Ac. 472.392). Relator: Des. Teófilo Caetano. Agravante: Erismar Sousa Sá (Defensoria Pública). Agravado: Distrito Federal.

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Processual Civil e Administrativo. Distrito Federal. Ação cominatória. Cidadão. Lesão física. Cirurgia. Indicação. Rede Pública de Saúde. Atendimento. Observância dos critérios que pautam o sistema. Intervenção emergencial. Prova. Inexistência. Problema antigo. Antecipação de tutela. Dano irreparável. Implausibilidade. Antecipação de tutela. Indeferimento. 1. A antecipação de tutela tem como pressuposto genérico a ponderação da verossimilhança da argumentação alinhada de forma a ser aferido se é apta a forrar e revestir de certeza o direito material invocado, resultando da aferição da inverossimilhança do aduzido a ausência da probabilidade indispensável à sua concessão, à medida que não tem caráter instrumental, ensejando, ao contrário, o deferimento da prestação perseguida de forma antecipada. 2. Aliado ao pressuposto genérico da verossimilhança da argumentação alinhada de forma a ser aferido que é apta a forrar e revestir de certeza o direito material invocado, a antecipação de tutela tem como premissa a aferição de que da sua negativa é possível emergir dano irreparável ou de difícil reparação à parte que a vindicara, o que não se verifica quando o direito permanecerá incólume enquanto a lide é resolvida, revestindo de certeza de que poderá ser fruído integralmente se assegurado somente ao final por derivar de situação de fato vigente há largo lapso temporal. 3. Aferido que, conquanto necessite de atendimento fomentado pelo Sistema Público de Saúde por padecer de lesão física decorrente de acidente que o vitimara, a enfermidade que aflige o cidadão perdura há expressivo tempo e não subsiste indicativo médico de que necessita se submeter a intervenção cirúrgica em caráter emergencial como forma de ser prevenido o agravamento da lesão, o provimento antecipatório que reclamara almejando a cominação de obrigação ao Poder Público de viabilizar, de imediato, o tratamento do qual necessita resta desprovido de sustentação por restar carente do pressuposto da premência que é indispensável à sua concessão. 4. Agravo conhecido e desprovido. Unânime.

288 Direito Processual Civil

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 008686-6; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 13/01/11; DJ 3, PÁG. 66).

296. PROCESSO CIVIL - ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS - SEPARA- ÇÃO JUDICIAL - PARTILHA, DECRETAÇÃO

(Reg. Ac. 475.297). Relator: Des. Sérgio Rocha. Agravante: Eduardo Vignoli (Advs. Dra. Tereza Safe Carneiro, Dr. J. J. Safe Carneiro e outros). Agravada: Marcia Regina da Rosa Vignoli (Advs. Dra. Maria Berenice Dias e outros).

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Processo Civil. Ação de arbitramento de aluguéis. Separação judicial. Decretação de partilha. Instituição do condomínio. 1. Tendo sido determinada a partilha do bem imóvel em ação de separação judicial, demonstrado está o estado de condomínio entre o casal com relação ao bem imóvel objeto da partilha. (Precedente do STJ). 2. Instituído o condomínio, o direito do ex- cônjuge que não está na posse do imóvel exigir do outro metade do aluguel é medida que se impõe. 3. Deu-se provimento parcial ao agravo do autor para determinar que a agravada lhe pague R$ 15.000,00 (quinze mil reais) mensais, a título de aluguel do imóvel até que se ultime a partilha.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 013848-3; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/02/11; DJ 3, PÁG. 89).

297. PROCESSO CIVIL - AÇÃO ACIDENTÁRIA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - JUROS DE MORA, CRITÉRIOS

(Reg. Ac. 457.791). Relatora: Desa. Vera Andrighi. Apelantes: Telma Evangelista Holanda Trancoso (Advs. Dra. Silvâni Alves da Silva Cardoso e outros) e INSS - Instituto Nacional do Seguro Social (Adv. Dr. Rogério Borges de Souza - Procurador). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer e negar provimento à apelação e à remessa oficial, unânime.

Ação Acidentária. Remessa de ofício. Aposentadoria por invalidez acidentária. Juros de mora. Art. 1º-F da Lei 9.494/97. MP 2.180-35/01. Lei 11.960/09. Art. 406 do CC/02. Art. 161, § 1º, do CTN. Honorários

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advocatícios. I - Há remessa de ofício na sentença ilíquida proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e a respectivas autarquias e fundações de direito público. Art. 475, inc. I, do CPC. Precedente do e. STJ em recurso repetitivo. II - A nova redação dada ao art. 1º-F da Lei 9.494/97 pela Lei 11.960/09 somente se aplica aos fatos ocorridos após a sua entrada em vigor, pois a norma que disciplina juros moratórios é de direito material. Precedentes do e. STJ. III - Os juros moratórios incidentes sobre as condenações de natureza alimentar impostas à Fazenda Pública são de 1% ao a.m., nos termos do art. 406 do CC/02, com fundamento no art. 161, § 1º, do CTN, não se aplicando o disposto no art. 1º-F da Lei 9.494/97, acrescentado pela MP 2.180-35/01. IV - Os honorários advocatícios foram fixados de acordo com as alíneas do § 3º do art. 20 do CPC, conforme determina o § 4º. Pedido de majoração rejeitado. V - Apelações e remessa oficial improvidas.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 029081-8; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 99).

298. PROCESSO CIVIL - AÇÃO DECLARATÓRIA - DESAFETAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA - BECOS DO GAMA

(Reg. Ac. 468.888). Relatora: Desa. Nídia Corrêa Lima. Apelante: José Antônio da Silva Filho (Adv. Dr. José Carlos da Silva). Apelados: Distrito Federal (Adva. Dra. Patrícia Novaes Carvalho - Procuradora do DF), CODHAB - Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Advs. Dr. Borman G. Monteiro e Dr. Bruno Ericky Francisco Alvim de Oliveira), José Rossini de Sousa Bezerra e Janete Paula Rodrigues Siqueira (Adv. Dr. Raul Canal).

Decisão: conhecer. Dar provimento ao recurso para cassar a sentença e julgar procedente o pedido. Unânime.

Constitucional e Processual Civil. Ação declaratória. Pedido de declaração de inconstitucionalidade. Leis Complementares nº 728/06 e 780/08. Desafetação de área pública. Espaços intersticiais (becos) na Região Administrativa do Gama. Controle incidental. Interesse processual configurado. Sentença cassada. Aplicação do artigo 515, § 3°, do CPC. Inconstitucionalidade das normas impugnadas reconhecida em sede de controle concentrado. Atos administrativos baseados em normas inconstitucionais. Nulidade

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reconhecida. 1. Constatado que o pedido de inconstitucionalidade foi formulado apenas como causa de pedir, tratando-se de controle incidental, bem como verificado que há direito individual a ser tutelado, resta patente o interesse processual da parte autora em impugnar ato administrativo que autorizou a ocupação da área contígua à sua residência. 2. Tratando-se de ação versando sobre matéria unicamente de direito e estando a causa apta para imediato julgamento, deve o tribunal examinar o mérito da demanda, nos termos do artigo 515, § 3º, do Código de Processo Civil. 3. Tendo em vista que o egrégio Conselho Especial desta Corte de Justiça, reconheceu a inconstitucionalidade da Lei Complementar nº 780/2008, e do inciso V do artigo 105 da Lei Complementar nº 728/2006, na via do controle concentrado, com eficácia erga omnes e efeitos ex tunc, impõe-se a declaração de nulidade dos atos administrativos que autorizaram a ocupação e a construção no espaço intersticial (beco) contíguo à residência do autor, uma vez possuem como fundamento normas declaradas inconstitucionais. 4. Recurso conhecido e provido. Sentença cassada. Pedido inicial julgado procedente.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 059707-9; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/12/10; DJ 3, PÁG. 78).

299. PROCESSO CIVIL - BECOS DO GAMA - LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL Nº 780/08, INCONSTITUCIONALIDADE - NOVAS AUTORIZAÇÕES, PROIBIÇÃO

(Reg. Ac. 461.799). Relator: Des. Lécio Resende. Apelantes: Maria Durcelina Vasques Machado do Espirito Santo, Ilda Salomão Mendes, Marcos Anselmo de Lucena, Sonia Maria Gomes Pedrosa, José Maria de Araujo, João Lourenço da Silva, Espólio de Antônio de Sá Menezes rep. por Fernando de Sá Menezes, Antônio Carlos de Sousa, João Antônio Dias dos Santos e Maria Zélia da Costa (Adv. Dr. Fabiano Almeida Nunes). Apelados: Distrito Federal (Adva. Dra. Valeria Ilda Duarte Pessoa - Procuradora do DF), CODHAB DF Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Adv. Dr. Borman G. Monteiro), CEB Distribuição S/A (Advs. Dra. Ana Paula Souza da Costa e outros) e CAESB - Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal.

Decisão: conhecer e dar provimento, unânime.

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Processo Civil. Ação inibitória. Controle de constitucionalidade incidenter tantum. Adequação da via eleita. Ocupação de áreas intersticiais (becos) localizadas no Gama/DF. Inconstitucionalidade declarada pelo eg. Conselho Especial. Recurso provido. Procedência do pedido de proibição de novas autorizações. 1. O pedido de declaração de inconstitucionalidade do art. 105, IV, da LC 728/06 e da LC 780/08 foi formulado como causa de pedir, e não como pedido principal, de forma que a via eleita é adequada para o fim proposto. 2. O Conselho Especial desta Corte de Justiça declarou a inconstitucionalidade, in abstrato, da Lei Complementar Distrital 780/2008 e do inciso V do art. 105 da Lei Complementar Distrital 728/2006, com eficácia erga omnes e efeito ex tunc (Ação Direta de Inconstitucionalidade 2009.00.2.004905-6). Destarte, não há mais fundamento legal para as autorizações para ocupação das áreas intersticiais (becos) localizado nas quadras do Gama.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 154865-4; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/11/10; DJ 3, PÁG. 151).

300. PROCESSO CIVIL - CARTÃO BRB S/A - ADMINISTRAÇÃO IN- DIRETA DO DISTRITO FEDERAL - COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL

(Reg. Ac. 469.757). Relator: Des. Jair Soares. Suscitante: Juízo de Direito da 8ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal. Suscitado: Juízo de Direito da 1ª Vara Cível de Ceilândia DF.

Decisão: conhecer e declarar competente o juízo de direito da 1ª Vara Cível de Ceilândia-DF. Decisão unânime.

Competência. Cartão BRB S/A. Juízo cível. 1 - O cartão BRB S/A não é integrante da administração pública indireta do Distrito Federal. Competente, portanto, para processar as ações em que é parte o juízo cível, e não o de Fazenda Pública. 2 - Conflito de competência conhecido, para declarar competente o juízo suscitado: juízo de direito 1ª Vara Cível de Ceilândia/DF.

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 018096-4; 1ª C. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 49).

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301. PROCESSO CIVIL - COBRANÇA - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLICABILIDADE - SERVIÇO PRESTADO, NÃO DEMONSTRAÇÃO

(Reg. Ac. 476.599). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: Banco Santander S/A (Advs. Dr. José Manoel de Arruda Alvim Neto, Dr. Guilherme Pimenta da Veiga Neves e outros). Apelado: IBEDEC/DF - Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Advs. Dr. Rodrigo Daniel dos Santos e outros).

Decisão: conhecer da apelação, conhecer e negar provimento ao agravo retido, rejeitar a(s) preliminar(es) e, no mérito, dar parcial provimento à apelação, unânime.

Processo Civil e Código de Defesa do Consumidor. Litisconsórcio necessário. Inexigibilidade. Inépcia da inicial. Inexistência. Legitimidade ativa à luz da lei de ação civil pública. Viabilidade. Interesse de agir. Binômio necessidade-utilidade preenchido. Pedido possível. Convencimento do julgador não coincidente com o entendimento da parte. Prescindibilidade. Ausência de cerceamento de defesa. Valor da causa. Manutenção. Aplicação do Código de Defesa do Consumidor a instituições financeiras. Taxa de liquidação antecipada. Cobrança defesa. Disposição expressa do Código Consumerista. Repetição em dobro. Falta de provas de boa-fé na cobrança. Astreintes. Viabilidade de fixação. Montante razoável. Dispensa de honorários advocatícios. Associação- autora em ação coletiva. Redução de verba advocatícia. 1. Observa-se, no caso em comento, a inexistência de interesse da União Federal e do Banco Central do Brasil no deslinde da demanda, a ponto de ambos integrarem o polo passivo da demanda. Nenhuma das matérias elencadas no artigo 109 da Constituição Federal de 1988 encontra-se nos autos, afastando, portanto, a competência da Justiça Federal. Ademais, de acordo com o artigo 47 do Código de Processo Civil, inexiste previsão legal para a obrigatoriedade de litisconsórcio necessário na hipótese em destaque. 2. A inicial do caso concreto atende aos requisitos do artigo 282 do Código Processual Civil. Em suma, a peça vestibular apresenta o juiz a quem é dirigida, a qualificação das partes, os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido, o pleito e suas especificações, o valor da causa, as provas a serem produzidas e o requerimento de citação do réu. 3. Tem legitimidade para propor ação coletiva a associação que esteja constituída há pelo

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menos 1 (um) ano nos termos da lei civil. 4. Constatada a necessidade e a utilidade no ajuizamento da ação, identifica-se o interesse de agir da parte. 5. Repele-se assertiva de impossibilidade do pedido, na espécie em tela, pois nenhum dos pleitos afronta o ordenamento jurídico vigente; tampouco se mostra vedado pelo arcabouço legal pátrio. Se procedentes ou não, cuida-se de providência a ser examinada em sede meritória, no cotejo dos fatos alegados com as provas coligidas aos autos. 6. O fato de a fundamentação do julgado não coincidir com os interesses defendidos pelos litigantes não implica vício no julgado tampouco na defesa. Se entendeu a douta juíza da situação em tela que novas provas desserviriam para formar sua convicção, tal procedimento não torna o julgado contraditório, quando o resultado com que se deparou a instituição financeira, ora recorrente, foi a procedência do pedido. 7. A referida importância estipulada para a causa em testilha atende ao disposto no artigo 258 do Código de Processo Civil, não traduzindo parâmetro obrigatório para fixação dos ônus sucumbenciais. 8. Há entendimento sumulado do colendo Superior Tribunal de Justiça de que “o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras”, teor do Enunciado n. 297 da Súmula do STJ. 9. O artigo 52, parágrafo segundo, do Código de Defesa do Consumidor, garante ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, sem ônus, conferindo-lhe, inclusive, redução de juros e acréscimos. A indicada regra consumerista não impõe condicionantes ao consumidor, de modo que não cabe à instituição financeira fazê-lo, ainda que sob o pálio de resoluções, expedidas pelo Banco Central do Brasil ou pelo Conselho Monetário Nacional. Afinal, tais normativos não podem contrariar Lei Federal - Lei n. 8.078/90 - que disciplina o tema, tampouco inovar no ordenamento jurídico pátrio a propósito. 10. Na espécie em destaque, não demonstrou o banco-réu configurar a cobrança em tela serviço prestado. Nessas condições, não há, pois, como conceber que a cobrança pela antecipação do cumprimento da obrigação pelo consumidor atenderia aos parâmetros da boa-fé, sobretudo, diante da regra do artigo 52, parágrafo segundo, do Código Consumerista. 11. A sentença proferida em ação civil pública faz coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 12. O escopo das astreintes consiste em evitar a inércia do sujeito obrigado sem implicar, por outro lado, o locupletamento da parte contrária com base na recalcitrância alheia. Na espécie sob exame, razoável o valor estipulado pela douta julgadora

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monocrática, com o escopo de assegurar o cumprimento da obrigação pela requerida, ora apelante. Afinal, não se busca onerar o banco-réu, mas sim evitar resistência ao adimplemento da ordem determinada em sentença. 13. Consoante a dicção do artigo 18 da lei de ação civil pública, quanto à dispensa de honorários advocatícios, verifica-se que tal benesse destina-se à associação-autora, não se cuidando, portanto, da situação do banco-réu. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça apresenta-se firme. 14. Deve ser mantida a fixação de verba honorária em montante que bem remunere o trabalho advocatício prestado. 15. Deu-se parcial provimento ao apelo da instituição financeira, a fim de restringir os efeitos da r. sentença ao Distrito Federal, especificamente aos consumidores signatários de contratos firmados com o banco-réu. No mais, manteve-se incólume a r. sentença hostilizada.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 113350-8; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/02/11; DJ 3, PÁG. 76).

302. PROCESSO CIVIL - COMPETÊNCIA - SOCIEDADE DE ECONO- MIA MISTA - JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA

(Reg. Ac. 466.311). Relator Designado: Des. Jair Soares. Suscitantes: Nivaldo Morais Barros dos Santos, Lucilene Nunes de Carvalho e Alice Nunes Santos (Advs. Dr. Anselmo Lucio Meireles de Lima Ayello e outros). Suscitado: Juízo de Direito da 6ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal e Juízo de Direito do 2º Juizado Especial da Fazenda Publica do Distrito Federal.

Decisão: conhecer e declarar competente o Segundo Juizado Especial da Fazenda Pública do Distrito Federal. Por maioria. Redigirá o acórdão o Desembargador Jair Soares.

Competência. Sociedade de economia mista. Juizado Especial da Fazenda Pública. 1 - As sociedades de economia mista do Distrito Federal não estão excluídas da competência do Juizado Especial da Fazenda Pública. 2 - Conflito de competência conhecido para declarar competente o juízo suscitado - 2º Juizado Especial da Fazenda Pública do Distrito Federal.

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 011426-9; 1ª C. CÍVEL; PUBL. EM 29/11/10; DJ 3, PÁG. 141).

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303. PROCESSO CIVIL - COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLI- CA - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA

(Reg. Ac. 470.468). Relator: Des. Natanael Caetano. Suscitante: Maria Francisca Belchior da Silva (Adva. Dra. Daniela da Cunha Leonarde). Suscitado: Juízo de Direito do 2º Juizado Especial da Fazenda Pública do Distrito Federal e Juízo de Direito da 4ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal.

Decisão: conhecer e declarar competente o juízo de direito do 2º Juizado Especial da Fazenda Pública. Decisão unânime.

Conflito Negativo de Competência. Juizado Especial da Fazenda Pública. Sociedade de economia mista. Lei 12.153/09. Fixação de competência. Omissão. Interpretação restritiva. Ofensa ao devido processo legal. Isonomia processual. Alteração da organização e divisão judiciárias. Iniciativa de lei. Competência dos respectivos tribunais de justiça. Sendo dos tribunais de justiça estaduais e do Distrito Federal a iniciativa da lei de organização judiciária, a eles compete a organização e divisão de suas justiças e, portanto, a fixação de competência dos respectivos juízos para o processamento e julgamento das causas em razão de determinada matéria ou pessoa. Nesse sentido, a competência da União para dispor sobre juizados especiais deve ficar limitada ao estabelecimento de regras processuais, por ser de sua competência privativa legislar sobre processo civil (art. 22, I, CF), não podendo a norma geral estabelecer, de forma absoluta e restritiva, as partes legitimadas a figurarem nas causas de competência desses juízos. Assim, dispondo a Lei Federal 12.153/09 sobre os juizados especiais da Fazenda Pública, aos quais se atribui a competência para processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários-mínimos, caberá a cada estado e ao Distrito Federal estabelecer quem pode figurar como parte nos processos, observando-se o princípio da isonomia processual, que impõe a legitimação de todos os entes da administração direta e indireta, inclusive empresas públicas e sociedades de economia mista, nos casos em que estes já sejam demandados, por força da lei de organização judiciária, no juízo fazendário.

296 Direito Processual Civil

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 015466-1; 1ª C. CÍVEL; PUBL. EM 17/12/10; DJ 3, PÁG. 33).

304. PROCESSO CIVIL - CONDOMÍNIO IRREGULAR, REINTEGRA- ÇÃO - LITÍGIO ENTRE PARTICULARES - MELHOR POSSE

(Reg. Ac. 468.306). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Apelante: Espólio de Antônio de Jesus Souza rep. por Lilian Kelly de Souza (Advs. Dr. Alexandre Cardoso Chaves e Dr. Leopoldo Araújo Chaves). Apelado: Adão Bezerra de Moura (Adva. Dra. Lúcia Helena Silva Marinho).

Decisão: conhecer e negar provimento, unânime.

Apelação Cível. Processo civil. Reintegração condomínio irregular. Litígio entre particulares. Prova. Melhor posse. Honorários advocatícios. I - Em litigo entre particulares sobre posse de imóvel situado em condomínio irregular, decide-se em favor daquele que demonstrar que melhor a exerceu. II - Comprovando o réu que seu ingresso no imóvel foi realizado de boa-fé, bem como que, posteriormente, nele construiu a fim de fixar moradia, a lide deve ser solucionada a seu favor. III - No arbitramento por equidade dos honorários advocatícios, com espeque no § 4º do art. 20 do Código de Processo Civil, observa-se o teor das alíneas do § 3º do mesmo dispositivo, dentre eles, o trabalho realizado pelos patronos das partes durante o processo. IV - Apelação desprovida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 05 1 003437-4; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 151).

305. PROCESSO CIVIL - CONDOMÍNIO SUPOSTAMENTE IRREGU- LAR - COBRANÇA DE TAXA CONDOMINIAL, LEGALIDADE - DESRESPEITO À SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 476.511). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelante: Neuza Maria de Fatima Salomão (Adv. Dr. Luiz Jorge Ferreira de Araújo). Apelado: Condomínio Mansões Entre Lagos (Advs. Dra. Gleusa Gladys do Nascimento Pennington e outros).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

297 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Processual Civil. Cobrança de taxas condominiais. Suposta irregularidade do condomínio. Legalidade da cobrança diante da inadimplência. Alegação de desrespeito à sentença transitada em julgado. Inocorrência. Cobrança a maior. Ônus de impugnação específica não cumprido. Assertiva de irregularidade de assembleia. Preclusão temporal. Taxas estabelecidas em assembleias condominiais. 01. A suposta irregularidade do loteamento não impede o condomínio de vir a juízo cobrar dos adquirentes dos lotes as taxas aprovadas em assembleias regulares, diante da realidade fática que deve ser observada por todos que dele fazem parte. 02. O recorrente não se desincumbiu de demonstrar o alegado desrespeito à sentença que anulou a assembleia extraordinária que criou a taxa a única, eis que excluída da cobrança pelo próprio autor por ocasião da audiência de conciliação 03. “O ônus da prova incumbe ao réu quanto à comprovação de fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor. Não se desincumbindo de comprovar a quitação das taxas condominiais, impõe-se a condenação ao pagamento” (20040710100887APC). 04. Se o réu não aventou a suposta irregularidade na assembleia que majorou a taxa ordinária em contestação, não pode vir querer a analise de tal matéria neste momento, sob pena de supressão de instância. 05. Recurso desprovido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 021102-5; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/02/11; DJ 3, PÁG. 135).

306. PROCESSO CIVIL - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - AÇÃO CONTRA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - COM- PETÊNCIA DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA

(Reg. Ac. 458.607). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Suscitante: Juízo de Direito do 1º Juizado Especial da Fazenda Pública do Distrito Federal. Suscitado: Juízo de Direito da 5ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal.

Decisão: conhecido. Julgou-se procedente o conflito para declarar competente o Juízo Suscitado da 5ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal. Unânime.

Conflito Negativo de Competência. Juizado Especial da Fazenda Pública e Juízo de Direito da Fazenda Pública. Ação ordinária interposta contra sociedade de economia mista. Lei nº 12.153/2009 e Lei nº 11.697/2008.

298 Direito Processual Civil

1. Nos termos de precedentes do colendo Supremo Tribunal Federal, os conflitos de competência instaurados entre juizado especial e juízo de 1º grau devem ser julgados pelo respectivo tribunal de justiça em que ambos os juízos, suscitante e suscitado, estejam vinculados. 2. A lei que instituiu os juizados especiais da Fazenda Pública. Lei nº 12.153/2009. Não prevê a competência para julgamento das ações em que as sociedades de economia mista sejam rés. Por sua vez, a Lei de Organização Judiciária do Distrito Federal. Lei nº 11.697/2008. Atribui expressamente à Vara da Fazenda Pública a competência para julgar causas em que as sociedades de economia mista sejam partes. 3. Conflito negativo de competência conhecido e provido para declarar competente o juízo de direito da 5ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal.

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 015822-1; 3ª C. CÍVEL; PUBL. EM 03/11/10; DJ 3, PÁG. 97).

307. PROCESSO CIVIL - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊN- CIA - QUESTÃO AMBIENTAL, INEXISTÊNCIA - PROTEÇÃO À PROPRIEDADE PRIVADA - JUÍZO DA FAZENDA PÚBLICA, COMPETÊNCIA

(Reg. Ac. 459.337). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Suscitante: Juízo de Direito da Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF. Suscitado: Juízo de Direito da 4ª Vara da Fazenda Pública do DF.

Decisão: declarou-se competente o juízo suscitado, 4ª Vara da Fazenda Pública do DF. Unânime.

Direito Processual Civil. Conflito negativo de competência entre Vara da Fazenda Pública e Vara do Meio Ambiente. Ação de conhecimento em que se questiona tutela de interesse meramente privado, não se colocando em risco qualquer questão ambiental. Competência do juízo fazendário. 1. A discussão referente à paralisação de obra, ou construção de obras complementares, visando a proteger propriedade privada - ainda que em “área verde” ou de “proteção ambiental” - por si só, não atrai a competência do juízo da vara de meio ambiente, desenvolvimento urbano e fundiário, eis que, para que haja o deslocamento da competência para essa vara especializada, é necessário que a causa de pedir e o pedido da

299 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

ação versem sobre questões precipuamente afetas ao meio ambiente, circunstância essa não constatada no caso sob análise. 2. Conflito procedente. Declarado competente o juízo suscitado, da 4ª Vara da Fazenda Pública.

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 011271-8; 2ª C. CÍVEL; PUBL. EM 11/11/10; DJ 3, PÁG. 82).

308. PROCESSO CIVIL - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - CEB - VARA DA FAZENDA PÚBLICA

(Reg. Ac. 467.631). Relator: Des. Cruz Macedo. Suscitante: Juízo de Direito do 2º Juizado Especial da Fazenda Pública do Distrito Federal. Suscitado: Juízo de Direito da 5ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal.

Decisão: declarar competente o juízo suscitante o 2º Juizado Especial da Fazenda Pública do Distrito Federal, maioria.

Processo Civil. Conflito negativo de competência. CEB - Companhia Energética de Brasília. Juizado Especial da Fazenda Pública. Vara da Fazenda Pública. Interpretação sistemática e compreensiva. Artigo 26, inciso II, da Lei de Organização Judiciária do DF c/c artigo 2º da Lei nº. 12.153 de 2009. 1 - A competência dos juizados especiais da Fazenda Pública é expressamente delimitada no artigo 2º da Lei nº. 12.153, de 22 de dezembro de 2009, que assim dispõe: “é de competência dos juizados especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários-mínimos”. 2 - É necessário realizar uma interpretação sistemática e compreensiva do inciso II do artigo 5º da Lei nº. 12.153/09 junto às demais normas de processo civil e de organização judiciária, para incluir as sociedades de economia mista vinculadas ao Distrito Federal no rol dos legitimados no juizado especial da Fazenda Pública, ante a inquestionável presença de interesse do Distrito Federal nas referidas causas - mormente quando envolve a prestação de serviços públicos - e para se evitar a anomalia processual consistente na inaplicabilidade do rito especial dos juizados especiais somente para as referidas pessoas jurídicas. 3 - Conflito julgado procedente para firmar a competência do juizado especial da Fazenda Pública.

300 Direito Processual Civil

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 014516-1; 2ª C. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 39).

309. PROCESSO CIVIL - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - INVENTÁRIO - COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA - CRIAÇÃO DE VARA ESPECIALIZADA

(Reg. Ac. 469.967). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Suscitante: J. D. V. F. O. S. S. Suscitado: J. D. P. V. C. S.

Decisão: conhecer e declarar competente o Juízo de Direito da 1ª Vara Cível de Sobradinho. Decisão unânime.

Conflito Negativo de Competência. Ação de inventário. Competência ratione materiae. Criação de vara especializada. Art. 87, in fine, do CPC e art. 62 da Lei nº 11.697/2008 (Lei de Organização Judiciária do DF). Redistribuição dos feitos. Vedação pela lei de organização judiciária. I - Se a lei de organização judiciária, que tem o mesmo status hierárquico do Código de Processo Civil, cria vara especializada, mas veda a redistribuição dos processos em curso, não há falar-se em modificação da competência, mesmo que seja ratione materiae, não se aplicando, pois, o art. 87 do CPC. II - Conflito acolhido para firmar a competência do juiz suscitado.

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 013879-5; 1ª C. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 49).

310. PROCESSO CIVIL - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO - CARTÃO BRB S/A - COMPETÊNCA DO JUÍZO CÍVEL

(Reg. Ac. 470.863). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Suscitante: Juízo de Direito da 8ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal. Suscitado: Juízo de Direito da 7ª Vara Cível de Brasília DF.

Decisão: conhecer, julgar improcedente o conflito de competência e declarar competente o juízo suscitado, decisão por maioria. Vencido o 3º Vogal.

Processo Civil. Conflito negativo de competência. Juízos cível e fazendário. Pessoa jurídica de direito privado. Grupo econômico. Interpretação

301 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

ampliativa. Impossibilidade. 1. A empresa cartão BRB S/A é pessoa jurídica de direito privado, não se enquadrando no conceito de administração descentralizada, nem, tampouco, no de empresa pública ou de sociedade de economia mista. O fato de integrar o mesmo grupo econômico do Banco de Brasília S/A, por si só, não lhe confere quaisquer daquelas naturezas. 2. Não pode ser estendida a prerrogativa prevista no inciso I do artigo 26 da Lei de Organização Judiciária local à empresa Cartão BRB S/A, pessoa jurídica de direito privado, pelo fato de visar tão somente à lucratividade típica das instituições privadas, sem qualquer propósito de atender ao interesse público, apesar da participação do Banco de Brasília S/A em seu capital social. 3. Conflito de competência conhecido. Julgo-o improcedente para declarar competente o juízo cível, suscitado.

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 016658-8; 3ª C. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 22).

311. PROCESSO CIVIL - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA - LEI Nº 12.153/09, APLICABILIDADE - PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCESSUAL, OBSERVÂNCIA

(Reg. Ac. 471.245). Relator: Des. Natanael Caetano. Suscitante: Juízo de Direito da 2ª Vara do Juizado Especial da Fazenda Pública do Distrito Federal. Suscitado: Juízo de Direito da 8ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal.

Decisão: conhecer e julgar competente o juízo suscitante. Unânime.

Conflito Negativo de Competência. Juizado Especial da Fazenda Pública. Sociedade de economia mista. Lei 12.153/09. Fixação de competência. Omissão. Interpretação restritiva. Ofensa ao devido processo legal. Isonomia processual. Alteração da organização e divisão judiciárias. Iniciativa de lei. Competência dos respectivos tribunais de justiça. Sendo dos tribunais de justiça estaduais e do Distrito Federal a iniciativa da lei de organização judiciária, a eles compete a organização e divisão de suas justiças e, portanto, a fixação de competência dos respectivos juízos para o processamento e julgamento das causas em razão de determinada matéria ou pessoa. Nesse sentido, a competência da União para dispor sobre juizados especiais deve ficar limitada ao estabelecimento de regras processuais, por ser de sua

302 Direito Processual Civil

competência privativa legislar sobre processo civil (art. 22, I, CF), não podendo a norma geral estabelecer, de forma absoluta e restritiva, as partes legitimadas a figurarem nas causas de competência desses juízos. Assim, dispondo a Lei Federal 12.153/09 sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública, aos quais se atribui a competência para processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários-mínimos, caberá a cada Estado e ao Distrito Federal estabelecer quem pode figurar como parte nos processos, observando-se o princípio da isonomia processual, que impõe a legitimação de todos os entes da administração direta e indireta, inclusive empresas públicas e sociedades de economia mista, nos casos em que estes já sejam demandados, por força da lei de organização judiciária, no juízo fazendário.

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 014765-5; 1ª C. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 18).

312. PROCESSO CIVIL - CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO - INADIMPLÊNCIA DO CONTRATANTE - ONEROSIDADE DO CONTRATO, PREVISÃO - LEI DE USURA, INAPLICABILIDADE

(Reg. Ac. 470.515). Relator Designado: Des. Lecir Manoel da Luz. Apelante: Antonio Abilio Sobrinho (Advs. Dr. Rafael Amorim Onuki e outros). Apelados: SICOOB Credibrasil Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Pequenos Empresários Microempresários e Micro Empreendedores do Distrito Federal Ltda. (Advs. Dr. Amilcar Barca Teixeira Junior e outros).

Decisão: conhecer o apelo, unânime. Conhecer o agravo retido, unânime. Improver o agravo retido, maioria. Negar provimento ao apelo. Unânime. Vencido o Relator no improvimento do agravo retido. Redigirá o acórdão o Revisor.

Processual Civil. Ação monitória. Agravo retido. Fraude material não caracterizada. Cerceamento de defesa. Inexistência. Mérito. Onerosidade do contrato. Previsão expressa do total do empréstimo contraído e do valor nominal das parcelas fixas. Prevalência do princípio da boa-fé objetiva. Agravo retido desprovido. Maioria. Apelação desprovida. Unânime. 1. Reconhecendo, o apelante, em sede de embargos, como sendo sua a assinatura constante do contrato, bem como a inadimplência junto à instituição, afirmando que

303 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

buscou meios de adimplir a dívida, não há que se falar em falsidade material. Outrossim, a matéria ensejaria discussão em incidente próprio, não suscitado no momento oportuno. 2. Quanto à preliminar de cerceamento de defesa por indeferimento da produção de prova pericial para demonstração da abusividade do contrato, razão não assiste ao recorrente, pois não esclarecida a necessidade de sua produção à vista do entendimento deste tribunal sobre as matérias ventiladas. 3. Havendo informação clara acerca do valor do financiamento, bem como da quantidade das parcelas fixas assumidas, prevalece o princípio da boa-fé objetiva que orienta os contratos em espécie. 4. Ademais, resta pacificado na jurisprudência pátria que a limitação dos juros a 12%, então imposta pelo artigo 192 da Constituição Federal, hoje já derrogado, não era autoaplicável, assim como também se entende que as disposições da Lei de Usura não se aplicam ao contrato em espécie.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 066833-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 113).

313. PROCESSO CIVIL - CÉDULA DE CRÉDITO RURAL, EMISSÃO - CÓDIGO DO CONSUMIDOR, INAPLICABILIDADE - DECLINA- ÇÃO DA COMPETÊNCIA - DIREITO DO CONSUMIDOR, NÃO ENQUADRAMENTO

(Reg. Ac. 470.430). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Agravante: Hercilio Nardi (Advs. Dra. Viviane Becker Amaral Nunes e outros). Agravado: Banco do Brasil S/A (Advs. Dr. Carlos Ribeiro de Oliveira e outros).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Agravo de Instrumento. Exibição de documentos. Declinação da competência para o foro onde emitida a cédula de crédito rural. Autor que não se enquadra no conceito de consumidor. Aplicação do art. 100, IV, “b”, do CPC. Tratando-se de produtor rural, o autor não se enquadra no conceito de consumidor no tocante à relação havida com a instituição financeira ré mediante emissão de cédula de crédito rural, pois não é destinatário final do crédito, utilizado para fomentar a atividade de comércio de gêneros agrícolas por ele desenvolvida. Não incidem na hipótese, portanto, as disposições protetivas do CDC, aplicando-se a regra do art. 100, IV, “b”, do CPC, segundo a qual é competente o foro do lugar “onde se acha a agência ou sucursal, quanto às obrigações que ela contraiu”.

304 Direito Processual Civil

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 018026-3; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 316).

314. PROCESSO CIVIL - DESAPROPRIAÇÃO - EXECUÇÃO - SOBRES- TAMENTO, NÃO JUSTIFICAÇÃO - PREJUDICIAL EXTERNA, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 471.890). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Agravantes: Gustavo Sérgio Lins Ribeiro e Sílvia Adriana Davini Ribeiro (Adv. Dr. Arnaldo Versiani Leite Soares). Agravados: TERRACAP - Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dr. Flávio Luiz Medeiros Simões e outros), Distrito Federal (Adv. Dr. Wilson Rodrigues Damasceno - Procurador do DF).

Decisão: dar parcial provimento. Unânime.

Desapropriação. Execução. Prejudicial externa. Sobrestamento. Não havendo controvérsia quanto à área da gleba pertencente aos exequentes, que não está sendo discutida na ação de nulidade de cláusula de escritura pública ajuizada pela TERRACAP em desfavor de MINA - Empresa Brasileira de Empreendimentos Imobiliários e Agropastoril Ltda. e Carlos Henrique de Almeida (na qual se pretende a anulação de cláusula da escritura pública de desapropriação amigável que estabelece ser a área objeto da expropriação de 102,7378 hectares, quando deveria ser de 178,6570 hectares), localizada na reserva biológica de “águas emendadas”, objeto de ação de desapropriação n. 19.686/86, não se justifica o sobrestamento da execução porquanto não se identifica, no caso, a prejudicial externa aduzida na decisão agravada. Recurso conhecido, rejeitada a preliminar de não conhecimento, e parcialmente provido. Unânime.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 013399-8; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 310).

315. PROCESSO CIVIL - DIREITO REAL DE USO - LEIS COMPLEMEN- TARES DISTRITAIS - VÍCIO DE INICIATIVA - INCONSTITUCIO- NALIDADE FORMAL

(Reg. Ac. 459.353). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Deirdre de Aquino Neiva - Procurador do DF). Apelado:

305 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Condomínio do Bloco e da SQN 214 (Advs. Dr. Delzio João de Oliveira Júnior e outros).

Decisão: negar provimento ao recurso e dar parcial provimento à remessa oficial, unânime.

Constitucional. Processo civil. Contrato de concessão de direito real de uso. Leis Complementares Distritais 130/1998, 388/2001 e 703/2004. Vício de iniciativa. Inconstitucionalidade formal. Cobrança da ONALT. Sede recursal. Supressão de instância. Distrito Federal. Custas. Isenção. 1. No julgamento conjunto das Adi 2004.00.2.009008-8 e Adi 2005.00.2.006403-8, o Conselho Especial desta Corte de Justiça julgou procedentes os pedidos para proclamar, com efeitos erga omnes e ex tunc, a inconstitucionalidade formal das Leis Complementares Distritais 130/1998, 388/2001 e 703/2004, em virtude de vício de iniciativa. 2. Não se afigura possível adentrar discussão que não foi posta perante o juízo a quo, mas, tão somente, em sede recursal, sob pena de importar em supressão de instância. 3. O Distrito Federal goza de isenção do pagamento das custas processuais (DL 500/69). 4. Apelo improvido. Remessa oficial parcialmente provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 099790-2; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 173).

316. PROCESSO CIVIL - EMBARGOS DE TERCEIRO - EXECUÇÃO FISCAL - AMEAÇA DE CONSTRIÇÃO JUDICIAL

(Reg. Ac. 474.419). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelante: Lindevânia Sousa Barros (Defensoria Pública). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Iran Machado Nascimento - Procurador do DF).

Decisão: conhecer e dar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Processo Civil. Embargos de terceiro. Execução fiscal. Ameaça de constrição judicial. Cabimento. “Os embargos de terceiro são admissíveis não apenas quando tenha ocorrido a efetiva constrição, mas também preventivamente. A simples ameaça de turbação ou esbulho pode ensejar a oposição dos embargos.” (Resp n. 389854/PR, Rel. Min. Sálvio de

306 Direito Processual Civil

Figueiredo Teixeira). Assim, tendo sido opostos embargos de terceiro em razão de ordem de constrição judicial, mesmo que esta ainda não efetivada, encontra-se presente o binômio necessidade/utilidade.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003 01 1 025853-2; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/01/11; DJ 3, PÁG. 68).

317. PROCESSO CIVIL - EMBARGOS DO DEVEDOR - EXECUÇÃO PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, FRACIONAMENTO

(Reg. Ac. 458.557). Relator: Des. João Mariosi. Executante: Sindireta DF Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de Contas do Distrito Federal (Adv. Dr. Marconi Medeiros Marques de Oliveira). Executado: Distrito Federal (Adv. Dr. Fabiano Oliveira Mascarenhas - Procurador do DF).

Decisão: deu-se parcial provimento ao recurso. Decisão unânime.

Agravo Regimental. Embargos do devedor. Execução provisória contra a Fazenda Pública. Honorários advocatícios. Fracionamento. Fixação de verba honorária nos embargos á execução independente de montante determinado no processo de execução. A execução de verba assegurada por mandado de segurança pode ser realizada para que não se retire a eficácia desta ação constitucional, ainda que haja recurso interposto em tribunal superior, sobretudo no caso de servidores, porquanto uma eventual sucumbência dos exequentes não impede que a administração recupere o valor pago com desconto em folha de pagamento. Os honorários advocatícios contratuais podem ser fracionados do valor total executado, pois representam obrigação autônoma. No julgamento dos embargos à execução afere-se o valor dos honorários advocatícios no intuito de incluir os serviços realizados no processo de execução, ainda que não se tenha determinado a verba do advogado nestes autos. Agravo regimental parcialmente provido.

(AGRAVO REGIMENTAL NO(A) EXECUÇÃO Nº 2007 00 2 009328-6; C. ESPECIAL; PUBL. EM 03/11/10; DJ 3, PÁG. 83).

307 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

318. PROCESSO CIVIL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - BENEFÍCIO- -ALIMENTAÇÃO - FRACIONAMENTO INDIVIDUAL DOS CRE- DORES

(Reg. Ac. 461.014). Relator: Des. João Mariosi. Embargante: Distrito Federal (Adv. Dr. Sérgio Silveira Banhos - Procurador do DF). Embargado: Sinafite DF Sindicato dos Funcionários Integrantes da Carreira Auditoria Fiscal do Tesouro do Distrito Federal (Adv. Dr. Rubem Santos Assis).

Decisão: acolhidos, em parte, os embargos, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.

Constitucional. Embargos à execução. Benefício-alimentação. Execução provisória em mandado de segurança. Possibilidade. Fracionamento individual dos credores. Possibilidade. Excesso de execução. Embargos parcialmente acolhidos. 1. A execução de verba assegurada por mandado de segurança pode ser realizada para que não se retire a eficácia desta ação constitucional, ainda que haja recurso interposto em tribunal superior, sobretudo no caso de servidores, porquanto uma eventual sucumbência dos exequentes não impede que a administração recupere o valor pago com desconto em folha de pagamento. 2. A Lei Distrital n. º 3.624/2005, que redefiniu o valor da obrigação de pequeno valor (Requisição de Pagamento Imediato - RPV), interfere no direito patrimonial da parte, porquanto possui natureza material, e por isso não pode ser aplicada de imediato. 3. A individualização do crédito em ações coletivas não configura fracionamento do valor executado, pois se pretende a satisfação singular de um direito (crédito) pleiteado em litisconsórcio, com o intuito de agilidade e celeridade processual. 4. Deve-se acolher os embargos quanto ao valor indicado pelo Distrito Federal, tendo em vista a concordância quase que total pelo credor. 5. Embargos parcialmente acolhidos.

(EMBARGOS À EXECUÇÃO Nº 2010 00 2 004714-8; C. ESPECIAL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 76).

319. PROCESSO CIVIL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DEVIDOS À FAZENDA PÚBLICA - COMPEN- SAÇÃO, POSSIBILIDADE

308 Direito Processual Civil

(Reg. Ac. 467.141). Relator: Des. Cruz Macedo. Agravante: Distrito Federal (Adv. Dr. Fernando Zanetti Stauber - Procurador do DF). Agravada: Maria Magali dos Santos (Advs. Dra. Maria Magali dos Santos e Dr. Manoel Augusto Campelo Neto).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Civil e Processo Civil. Embargos à execução. Compensação. Honorários sucumbenciais devidos à Fazenda Pública. Possibilidade. 1. É possível a compensação dos valores relativos a honorários advocatícios destinados ao fundo da Procuradoria do Distrito Federal por precatórios, haja vista tratar-se de dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 2. Recurso não provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 012345-8; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 153).

320. PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO - PENHORA, EXCEPCIONALI- DADE - FATURAMENTO DIÁRIO DA EMPRESA - EMPRESA DE PEQUENO PORTE

(Reg. Ac. 458.967). Relator: Des. João Egmont. Agravante: Rhodes Contadores Associados S/C (Advs. Dr. Ubirauy Ferreira Costa, Dr. Bruno Carsoso Pieper e outros). Agravado: CPC Construções e Processos Científicos Ltda. (Advs. Dr. Lycurgo Leite Neto e outros).

Decisão: conhecer. Dar parcial provimento. Unânime.

Processual Civil. Execução. Penhora do faturamento diário da empresa. Medida excepcional. Observância das cautelas necessárias. Empresa de pequeno porte. Penhora limitada a 15% (quinze por cento) do faturamento da empresa. Peculiaridades da causa. 1. “1. A penhora sobre o faturamento da empresa não é sinônimo de penhora sobre dinheiro, razão porque esta corte tem entendido que a constrição sobre o faturamento exige sejam tomadas cautelas específicas discriminadas em lei. Isto porque o art. 620 do CPC consagra favor debitoris e tem aplicação quando, dentre dois ou mais atos executivos a serem praticados em desfavor do executado, o juiz deve sempre optar pelo ato menos gravoso ao devedor. 2. A Lei 11.382/2006, que alterou o CPC, acrescentou novo inciso VII ao art. 655, permitindo que a penhora

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recaia sobre percentual do faturamento da executada, verbis: “art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: VII - percentual do faturamento de empresa devedora;” 3. O ato processual regula-se pela máxima tempus regit actum, segundo o que, à luz do direito intertemporal, implica a aplicação da lei nova imediatamente, inclusive aos processos em curso. 4. A penhora sobre faturamento da empresa é admissível, desde que: a) comprovada a inexistência de outros bens passíveis de garantir a execução, ou, sejam os indicados de difícil alienação; b) nomeado o depositário (art. 655-A, § 3º, do CPC), o qual deverá prestar contas, entregando ao exequente as quantias recebidas à título de pagamento; c) fixada em percentual que não inviabilize a atividade econômica da empresa. 5. (...) 6. Omissis. (Precedentes: Resp 996.715/SP, Rel. Ministra Denise Arruda, DJ 5.11.2008; Resp 600.798/ SP, Rel. Ministro Luiz Fux, DJ 17/05/2004). 7. Recurso especial desprovido.” (Resp 1135715/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, DJE 02/02/2010). 2. Outrossim, apesar da jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça admitir a penhora do percentual de até 30% (trinta por cento) sobre o faturamento da empresa, destaco que este deve atender às peculiaridades do caso concreto e desde que não prejudique ou comprometa o desempenho normal das atividades da pessoa jurídica e a sua higidez financeira, ameaçando o prosseguimento das atividades empresariais. 3. O periculum in mora resta caracterizado pelas dificuldades que poderiam ser ocasionadas ao funcionamento das atividades da agravante ter 30% (trinta por cento) de sua renda diária penhorada, principalmente quando se depreende, em cognição sumária dos documentos acostados aos autos, que se trata de empresa de pequeno porte. 4. Isso porque o descumprimento das obrigações contratuais da agravante pode acarretar a imposição de penalidade ou a rescisão dos contratos de prestação de serviços, caracterizando o perigo de irreversibilidade do provimento antecipatório. 5. O fumus boni juris exsurge da regra inserta no art. 655-A, § 3º, do Código de Processo Civil, bem como do artigo 620, do Código de Processo Civil, do qual se extrai que quando se trata de execução “o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor”. 6. Nesta fase inicial do processo, a fim de evitar o perigo de dano, deve ser mantido o bloqueio sobre a margem de lucratividade da agravante, no percentual de 15% (quinze por cento). 7. Agravo parcialmente provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 013271-6; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 183).

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321. PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO EM DESFAVOR DA FAZENDA PÚBLICA - AÇÃO COLETIVA PROMOVIDA POR SINDICATO - PRECATÓRIO, SUJEIÇÃO

(Reg. Ac. 472.393). Relator: Des. Teófilo Caetano. Agravante: Sindireta DF Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta Autarquias Fundações e Tribunal de Contas do Distrito Federal (Advs. Dr. Marconi Medeiros Marques de Oliveira e outros). Agravado: SLU Serviço de Limpeza Urbana (Advs. Dr. Marcos Vinicius Witczak e Dr. Tiago Streit Fontana).

Decisão: dar parcial provimento ao recurso, unânime.

Processual Civil. Execução. Fazenda Pública. Título judicial. Origem. Ação coletiva promovida por sindicato. Regime do precatório. Sujeição. Honorários advocatícios. Pressuposto. Interposição de embargos. Fixação de verba autônoma na execução. Inviabilidade. Regulação legal. Honorários contratuais. Realização. Precatório. Expedição em favor do advogado. Legalidade. 1. O cabimento de verba honorária em sede de execução promovida em desfavor da Fazenda Pública, por traduzir a pretensão procedimento necessário e indispensável à satisfação do crédito por estar sujeita ao regime do precatório, obstando a realização voluntária da obrigação, é condicionado ao aviamento de embargos e sua mensuração é pautada pela resolução conferida à lide incidental, não comportando a espécie fixação de verbas autônomas na execução e nos embargos (Lei nº 9.494/97, art. 1º-D). 2. Conquanto emergindo a obrigação de sentença proferida em sede de ação coletiva promovida por sindicato agindo na condição de substituto processual dos associados, o aviamento de execução global pelo próprio substituto processual com a individualização dos créditos devidos a cada um dos titulares do direito reconhecido não legitima a fixação de verba honorária na execução ante o tratamento específico conferido pelo legislador à espécie, não se coadunando a hipótese com o disposto na Súmula 345 do Superior Tribunal de Justiça. 3. Ante a regulação conferida ao pagamento dos honorários advocatícios contratualmente avençados, segundo a qual ao advogado é resguardado o direito de recebê-los diretamente mediante decote do que alcançam do crédito assegurado ao patrocinado antes da expedição de mandado de levantamento ou precatório, ao advogado assiste o direito de, comprovada a contratação da verba e em se tratando de execução promovida contra a Fazenda Pública, ter expedido em seu nome precatório destinado à

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realização do que lhe é contratualmente reservado (Lei nº 8.906/94, art. 22, § 4º). 4. A vedação encartada pelo legislador constituinte no artigo 100, § 4º, da Constituição Federal é volvida simplesmente a obstar o fracionamento do crédito como fórmula destinada a viabilizar a realização de parte do devido pela Fazenda Pública através de Requisição de Pequeno Valor - RPV e parte através do regime ordinário do precatório, não contemplando proibição hábil a obstar a expedição de precatórios destacados em nome dos titulares dos créditos devidos por não implicar essa fórmula de realização do devido forma de ilidir a regulação estabelecida. 5. Agravo conhecido e parcialmente provido. Unânime.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 008960-2; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 13/01/11; DJ 3, PÁG. 66).

322. PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - EXCEÇÃO DE PRÉ- -EXECUTIVIDADE - RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS GEREN- TES - PRESCRIÇÃO INCIDENTAL, RECONHECIMENTO

(Reg. Ac. 469.965). Relator: Des. Waldir Leôncio C. Lopes Júnior. Agravantes: Érico Souza Ferreira e Magna José de Souza Pimentel (Adv. Dr. Elvis Del Barco Camargo). Agravado: Distrito Federal (Adva. Dra. Mariana Pessoa de Mello Peixoto - Procuradora do DF).

Decisão: dar provimento. Unânime.

Execução Fiscal. Exceção de pré-executividade. Responsabilidade dos sócios gerentes. Prescrição incidental. Manifesta desídia de procuradores da Fazenda do DF que retêm autos por mais de cinco anos. 1. O exame das condições da ação constitui matéria cognoscível pela via da exceção de pré-executividade, mas, se a defesa envolve questão de mérito e há necessidade de dilação probatória, impõe-se o caminho das vias ordinárias. 2. A prescrição intercorrente ocorre quando a Fazenda Pública deixa de impulsionar o feito por lapso superior a 05 (cinco) anos, consumando-se o prazo prescricional da dívida. Em 19/09/2002, foram conferidas vistas dos autos à Procuradoria da Fazenda do Distrito Federal para manifestar-se sobre a exceção de pré-executividade; em 02/10/2007, a agravante requereu busca e apreensão dos autos do executivo fiscal na Procuradoria do DF, tendo em vista a permanência do feito por mais de 05 (cinco) anos em poder da

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exequente para manifestação acerca da exceção oposta; os autos do aludido processo foram remetidos à Procuradoria do Distrito Federal em 19/09/2002 e somente foram devolvidos, em 25/03/2008, sem nenhuma manifestação (!). 3. Agravo de instrumento conhecido e provido para acolher a exceção de pré-executividade, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão executiva do débito e julgar extinta a execução fiscal, condeno o Distrito Federal ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em R$ 1.000,00 (um mil reais), com base no artigo 20, §§ 3º e 4º, do CPC.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 015716-5; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 17/12/10; DJ 3, PÁG. 102).

323. PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO, FRACIONAMENTO - REQUI- SIÇÃO DE PEQUENO VALOR - REPERCUSSÃO GERAL, RECO- NHECIMENTO - SOBRESTAMENTO, NECESSIDADE

(Reg. Ac. 470.880). Relatora Designada: Desa. Carmelita Brasil. Executante: Sindireta DF Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de Contas do Distrito Federal (Adv. Dr. Marconi Medeiros Marques de Oliveira). Executado: Distrito Federal (Adv. Dr. Rogério Oliveira Anderson - Procurador do DF).

Decisão: conhecer. dar provimento ao recurso. por maioria.

Agravo Regimental. Execução. Pedido de fracionamento. Precatório. Requisição de pequeno valor. Repercussão geral reconhecida pelo STF. Sobrestamento. Necessidade. Art. 543-B do CPC. A repercussão geral traz consigo uma valoração evidente da necessidade de unificação do entendimento judicial acerca de determinada matéria, bem como da vinculação vertical das decisões proferidas pela corte constitucional. Reconhecida a repercussão geral da matéria relativa ao fracionamento da execução, com expedição de precatórios e requisições de pequeno valor, impõe-se a suspensão dos feitos que tratam do tema, evitando-se, assim, sejam proferidas decisões divergentes sobre uma mesma questão, causando sentimento de descrédito da justiça e instabilidade no meio jurídico.

(AGRAVO REGIMENTAL NO(A) EXECUÇÃO Nº 2007 00 2 009122-2; C. ESPECIAL; PUBL. EM 07/01/11; DJ 3, PÁG. 13).

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324. PROCESSO CIVIL - EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS - INTERESSE DE AGIR, RECONHECIMENTO - PRINCÍPIOS DA SUCUMBÊN- CIA E DA CAUSALIDADE

(Reg. Ac. 473.511). Relator: Des. Jair Soares. Apelante: Cartões BRB S/A (Adv. Dr. Roberto de Souza Moscoso). Apelada: Christiane Rocha Gonzaga (Defensoria Pública).

Decisão: rejeitada a preliminar. Negou-se provimento. Unânime.

Exibição de Documentos. Interesse de agir. Reconhecimento do pedido. Princípios da sucumbência e da causalidade. 1 - Se há necessidade de intervenção judicial para se exibir o documento, não há carência da ação por falta de interesse de agir. 2 - O reconhecimento do pedido impõe ao réu, em atenção aos princípios da sucumbência e da causalidade, o ônus de arcar com custas e honorários. 3 - Apelação não provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 04 1 005907-4; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 20/01/11; DJ 3, PÁG. 157).

325. PROCESSO CIVIL - EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS - MAIORI- DADE CIVIL - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - GENITORA, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 468.497). Relator: Des. Lécio Resende. Agravante: C. H. A. S. B. (Defensoria Pública). Agravado: S. C. B. (Adv. Dr. Roberto Jordão de Carvalho).

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Agravo de Instrumento. Processo civil e família. Ação de exoneração de alimentos. Maioridade civil. Representação processual. Procuração. Genitora. Impossibilidade. Recurso desprovido. Com o advento do novo Código Civil, a capacidade plena passou a ser adquirida partir dos 18 (dezoito) anos de idade, portanto o agravante já é plenamente capaz à realização dos atos da vida civil e para estar em juízo, não tendo sua genitora capacidade para representá-lo ou assisti-lo. Por ser capaz deverá agir em nome próprio, portanto não deverá ser representado por seus pais, tutor ou curador (art. 8º do CPC). O Código de Processo Civil em seu art. 6º permite a substituição

314 Direito Processual Civil

processual somente naqueles casos que elenca, dispondo claramente que ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. A própria contestação foi assinada pela genitora do agravante, descumprindo realmente o que determina o citado art. 6º da lei adjetiva civil. A ação de alimentos é personalíssima, podendo o maior, entretanto, autorizar sua genitora a constituir defensor para o exercício de seus direitos, mas não pode ser representado ou assistido por ela, uma vez que, obtida a maioridade civil, se torna plenamente capaz para exercitar direitos e cumprir obrigações na órbita civil. Só há duas possibilidades a serem consideradas: ou o representante legal comparece assistindo o descendente relativamente incapaz ou representando o descendente absolutamente incapaz. Não pode a mãe comparecer em juízo representando o filho que já é maior.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 013277-6; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 138).

326. PROCESSO CIVIL - FORNECIMENTO DE REMÉDIO REGISTRA- DO NA ANVISA, DECISÃO LIMINAR - SECRETÁRIO DE SAÚDE DO DF, LEGITIMIDADE PASSIVA - DILAÇÃO PROBATÓRIA, DESNECESSIDADE - PROTOCOLO CLÍNICO DO SUS

(Reg. Ac. 463.958). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Impetrante: André Luiz Ribeiro Machado (Defensoria Pública). Informantes: Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal e Distrito Federal (Adv. Dr. Cláudio Fernando Eira de Aquino - Procurador do DF).

Decisão: negou-se provimento. Decisão unânime.

Agravo Regimental no Mandado de Segurança. Fornecimento remédio registrado na ANVISA. Ilegitimidade passiva ad causam rejeitada. Protocolo clínico do SUS. Dilação probatória desnecessária. Requisitos para concessão da liminar presentes. Agravo regimental desprovido. I - Os entes públicos municipais, estaduais e federal, solidários na gestão do Sistema Único de Saúde, são responsáveis pelo fornecimento de medicamento registrado na ANVISA. O fato de ainda não ser comercializado, por encontrar-se em processo de aprovação de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos - CMED, não

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impede a compra direta no laboratório. É dever do Estado fornecer todos os meios necessários para garantir os direitos à vida e à saúde previstos na Constituição Federal e na Lei Orgânica do Distrito Federal como direitos fundamentais. Rejeitada a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam do secretário de saúde do Distrito Federal. II - Não há necessidade de instrução processual, com ampla produção de provas, quando existir protocolo clínico do SUS para o fornecimento e prescrição do fármaco. Rejeitada a preliminar de inadequação da via eleita. III - Impõe-se a manutenção da decisão liminar que determinou a disponibilização do medicamento se presentes a fumaça do bom direito e o perigo da demora. IV - Agravo regimental desprovido.

(AGRAVO REGIMENTAL NO(A) MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2010 00 2 013231-7; C. ESPECIAL; PUBL. EM 25/11/10; DJ 3, PÁG. 70).

327. PROCESSO CIVIL - IMÓVEL ADQUIRIDO DA TERRACAP - ES- CRITURA PÚBLICA NÃO LAVRADA, IRRELEVÂNCIA - IMÓVEL DE DOMÍNIO PÚBLICO, NÃO CARACTERIZAÇÃO - COMPETÊN- CIA DO JUÍZO CÍVEL

(Reg. Ac. 465.052). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Agravante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: conhecer e dar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Agravo de Instrumento. Ação de usucapião. Imóvel adquirido da TERRACAP. Contrato de promessa de compra e venda integralmente cumprido pelo anterior ocupante. Escritura pública não lavrada. Bem que não mais pertence ao domínio público. Competência do juízo cível. Recurso provido. I - Não se pode considerar bem público o imóvel adquirido da TERRACAP mediante contrato de promessa de compra e venda e integralmente quitado, mesmo que ainda não escriturado no registro de imóveis, porquanto tal ato constitui, na hipótese, mera formalidade. II - Compete ao juízo cível processar e julgar a demanda que tem por objeto imóvel que não mais pertence ao domínio público. III - Recurso provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 017058-9; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 25/11/10; DJ 3, PÁG. 143).

316 Direito Processual Civil

328. PROCESSO CIVIL - IMÓVEL NÃO PARTILHADO - CONTRAPRES- TAÇÃO PELO USO UNILATERAL, IMPOSSIBILIDADE - SOBRE- PARTILHA, NÃO AJUIZAMENTO - EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO

(Reg. Ac. 461.381). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Apelante: Beatriz Celina Alves Ferreira (Adv. Dr. Carlos Roberto Lucas França). Apelado: Mizael Ferreira da Silva (Adv. Dr. Juscelino Campos de Oliveira).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Civil. Processo civil. Direito civil. Contraprestação pelo uso unilateral de imóvel não partilhado na separação judicial. Não ajuizamento da ação de sobrepartilha. Existência de condomínio civil sobre o bem entre os cônjuges. Falta de interesse de agir. Extinção do processo sem resolução do mérito. 1. Os bens sonegados ou que deixaram de ser partilhados por ocasião da ação de separação ou de divórcio, podem ser, posteriormente, objeto de sobrepartilha, visando o reconhecimento do direito de cada um dos ex-cônjuges. 2. Somente após a propositura da ação de sobrepartilha e, reconhecido o direito de ambos os cônjuges sobre o bem, ainda que em proporções distintas da meação, instaurar-se-á o condomínio civil, nascendo para cada um dos cônjuges o direito de exigir os direitos dele decorrentes. 3. Não tendo sido partilhado o imóvel por ocasião da separação judicial das partes e, não tendo sido ajuizada a devida ação de sobrepartilha, falta à autora interesse de agir para requerer a contraprestação pelo uso unilateral do bem havido em condomínio com o ex-cônjuge, vez que não está delimitado o seu direito sobre o imóvel, ensejando a extinção do feito, sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, inciso VI, do CPC. 4. Recurso improvido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 07 1 019105-6; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/11/10; DJ 3, PÁG. 196).

329. PROCESSO CIVIL - INTERVENÇÃO DA UNIÃO - PEDIDO APÓS PROLAÇÃO DE SENTENÇA - COMPETÊNCIA, DESLOCAMENTO

(Reg. Ac. 472.840). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Agravante: Soenergy Sistemas de Energia Ltda. (Adv. Dr. Délio Lins e Silva). Agravado: Eletronorte Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (Advs.

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Dr. Oscar Luís de Morais, Dr. Ilmar Nascimento Galvão, Dr. Cleber Marques Reis e outros).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Agravo de Instrumento. Preliminar de ilegitimidade passiva recursal afastada. Intervenção da União após prolação de sentença. Preclusão lógica a ser decidida pela Justiça Federal. Interesse jurídico a ser aferido. Deslocamento da competência para a Justiça Federal. Enunciado n. 150 da Súmula do STJ. 1. A intervenção da União não a eleva automaticamente a condição de parte do processo, uma vez que, enquanto não for deferido o seu pedido, que somente ocorrerá após a aferição do seu interesse, a União não estará autorizada a praticar atos processuais. Portanto, não é parte legítima desse recurso. 2. O pedido de intervenção da União, mesmo realizado após a prolação da sentença, desloca a competência para a Justiça Federal, consoante jurisprudência firme do colendo STJ. 3. O magistrado da Justiça Federal declinou da competência para a Justiça Estadual em razão da qualidade das partes, por tratar-se de “sociedade de economia mista” e não em decorrência do pedido de intervenção da União, que somente veio a ocorrer quando o processo se encontrava na justiça estadual. Dessa forma, como a Justiça Federal não se pronunciou exatamente sobre o pedido de intervenção, aplica-se o Enunciado nº 150 da Súmula do STJ, em que preleciona a competência da Justiça Federal para decidir sobre a existência de interesse jurídico, que justifique a presença, no processo, da União. 4. A discussão aparentemente de índole processual - alegação de preclusão lógica - está estritamente ligada à questão de fundo tratada nos autos, o que desloca a competência para decidir sobre a possibilidade da União intervir no processo para a Justiça Federal. De sorte que esta é a esfera competente para o exame dessa questão. 5. A forma de intervenção da União, seja como assistente, seja por meio de recurso de terceiro prejudicado ou intervenção anômala, transfere-se a competência para a Justiça Federal, na forma da jurisprudência do STJ. 6. Agravo de instrumento não provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 008639-8; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 99).

330. PROCESSO CIVIL - INTIMAÇÃO PESSOAL DO EXEQUENTE, INOCORRÊNCIA - MUDANÇA DE ENDEREÇO, NÃO COMUNI-

318 Direito Processual Civil

CAÇÃO - PRESUNÇÃO DE ABANDONO DA CAUSA, IMPOSSI- BILIDADE

(Reg. Ac. 459.893). Relator: Des. Sérgio Rocha. Apelante: SL e M Representações Ltda. (Adv. Dr. Thiago Frederico Chaves Tajra). Apelado: Carlos Henrique do Nascimento.

Decisão: dar provimento ao recurso. Unânime.

Apelação Cível. Abandono da causa. Intimação pessoal da exequente. Ausência de intimação por oficial de justiça ou via edital. Impossibilidade de presunção de desinteresse pelo prosseguimento do feito. 1. O fato de a exequente não ter comunicado ao juízo a mudança de seu endereço não permite presumir seu desinteresse no prosseguimento do feito, pois tal inércia, em alguns casos, pode ser imputada ao patrono da parte. 2. Não sendo possível a intimação pessoal via correios, deve ser realizada via oficial de justiça ou, em sendo desconhecido o endereço, via edital. Precedentes do STJ. 3. Deu-se provimento ao apelo da exequente para cassar a r. sentença e remeter os autos à vara de origem para prosseguimento do feito.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 011161-4; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/11/10; DJ 3, PÁG. 91).

331. PROCESSO CIVIL - LICENCIAMENTO DE POLICIAL MILITAR - PRAZO PRESCRICIONAL, SUBMISSÃO - UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA, NÃO INSTAURAÇÃO

(Reg. Ac. 471.998). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelante: Beneildo Gomes da Silva (Adv. Dr. José Geraldo Araújo Malaquias). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Tiago Pimentel Souza - Procurador do DF).

Decisão: conhecido. Rejeitada a preliminar. Negou-se provimento. Unânime.

Processo Civil e Direito Administrativo. Incidente de uniformização de jurisprudência. Instauração. Conveniência e oportunidade. Não configuração. Negativa de prestação jurisdicional. Inocorrência. Licenciamento de policial militar. Nulidade. Prescrição. Segurança jurídica. Decreto-Lei n.º 20.910/32. I - Inexistindo demonstração de

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divergência interna relativa ao entendimento da matéria, não se justifica a instauração de incidente de uniformização de jurisprudência. Ademais, além de não ter caráter recursal, esse incidente apresenta considerável discricionariedade no seu juízo de admissibilidade. II - Reconhecida a prejudicial da prescrição, não é possível conhecer e analisar o mérito em si. III - O administrado, titular de um direito violado, ainda que decorrente de ato administrativo eventualmente nulo, submete-se ao prazo prescricional fixado na lei para aviar a sua pretensão em face da Administração Pública, em atenção ao princípio da segurança jurídica, previsto no caput do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e no caput do art. 2º da Lei n.º 9.784/99. IV - A prescrição da pretensão do administrado em face da administração, em se tratando de direito pessoal, tal como a que ocorre quando se discute o direito a reintegração de policial militar, é regulada pelo art. 1º do Decreto-Lei n.º 20.910/32, que prevê o prazo de prescrição quinquenal. V - Negou-se provimento à apelação.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 072389-8; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 142).

332. PROCESSO CIVIL - LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA, CONFIRMAÇÃO - TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, DESCUMPRIMENTO - CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, INOBSERVÂNCIA - INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINIS- TRATIVO, NECESSIDADE

(Reg. Ac. 472.386). Relator: Des. Dácio Vieira. Agravante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Agravada: Planeta Veículos Ltda. (Adv. Dr. Rogério Augusto Ribeiro de Souza).

Decisão: conhecer. Negar-se provimento. Unânime.

Processual Civil. Concessão de medida liminar em mandado de segurança impetrado contra ato de Promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Cobrança de multa em face de descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta nº 541. Inobservância do direito à ampla defesa. Necessidade de instauração

320 Direito Processual Civil

do regular processo administrativo. Violação aos postulados do devido processo legal, contraditório e ampla defesa.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2009 00 2 001802-5; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 115).

333. PROCESSO CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EFEITO MODIFICATIVO - TEORIA DA EN- CAMPAÇÃO, RECONHECIMENTO

(Reg. Ac. 459.550). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Apelante: Distrito Federal (Advs. Dra. Karla Aparecida de Souza Motta e Dr. Marlon Tomazette - Procuradores do DF). Apelada: Casa de Cultura Santo Thomaz de Aquino Ltda. (Advs. Dr. José Thadeu Mascarenhas Menck e Dr. José Theodoro Mascarenhas Menck).

Decisão: acolher os embargos de declaração com efeitos modificativos, unânime.

Constitucional e Tributário. Mandado de segurança. Teoria da encampação. Recurso de apelação. Reconhecimento da teoria pelo tribunal. Embargos de declaração. Improvimento. Interposição de recurso especial. Provimento para determinar o reexame da matéria em sede de embargos de declaração. Ato praticado por agente de hierarquia superior à da autoridade impetrada. Ilegitimidade passiva reconhecida. Mandamus extinto sem julgamento de mérito. 1. Quando a autoridade apontada como coatora alega sua ilegitimidade, tecendo considerações meritórias, porém, de ato praticado por agente de hierarquia superior, não há que se falar em teoria da encampação. Assim, deve ser dado provimento aos embargos de declaração que, por força de decisão proferida em sede de recurso especial, teve a matéria devolvida para reexame pela egrégia Turma, a fim de que, reconhecida a ilegitimidade passiva ad causam, o mandamus seja extinto sem julgamento de mérito, com base no art. 267, inciso VI, do CPC. 2. Embargos de declaração providos. Mandamus extinto sem julgamento de mérito.

(RECURSOS ESPECIAL / EXTRAORDINÁRIO APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 122167-6; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 214).

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334. PROCESSO CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA - DISTRI- BUIÇÃO DE PROTESTOS A DETERMINADOS CARTÓRIOS, INDEFERIMENTO - ACUMULAÇÃO DOS OFÍCIOS DE NOTAS E PROTESTO DE TÍTULOS EM BRASÍLIA, PREVISÃO LEGAL

(Reg. Ac. 460.703). Relator: Des. Dácio Vieira. Impetrantes: Cartório do 2º Ofício de Notas e Protesto de Títulos de Brasília, Cartório do 3º Ofício de Notas e Protesto de Títulos de Brasília, Goiânio Borges Teixeira e José Carvalho Freitas Sobrinho (Adv. Dr. Eduardo Andrade Ribeiro de Oliveira). Informante: Desembargador Corregedor da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Decisão: acolher a preliminar de ilegitimidade ativa, por maioria. Afastar a preliminar de citação das demais serventias, à unanimidade. No mérito, conceder-se a segurança, por maioria. Afirmou suspeição o Desembargador Mario Machado. Afirmou impedimento o Desembargador Cruz Macedo.

Constitucional, Administrativo e Processual Civil. Mandado de segurança impetrado em face de decisão do Corregedor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, em que restou indeferida a distribuição de protestos aos cartórios do 2º e do 3º ofícios de notas e protesto de títulos de Brasília. Inteligência do disposto no artigo 74, inciso I, ‘a’, da Lei nº 11.697/2008 - atual Lei de Organização Judiciária local, que prevê expressamente a acumulação dos ofícios de notas e protesto de títulos em Brasília. Preliminares: 1. Ilegitimidade ativa ad causam dos cartórios impetrantes acolhida, por maioria, mantendo- se seus respectivos titulares no polo ativo do writ. 2. Alegada necessidade de intimação dos demais cartórios existentes em Brasília. Litisconsórcio passivo necessário não configurado. Rejeição dessa prefacial à unanimidade. Mérito: interpretação sistemática das sucessivas normas de organização judiciária local. Aplicação literal do disposto no inciso I, ‘a’, do artigo 74, da Lei nº 11.697/08, quando admite a visada acumulação dos ofícios de notas e de protesto de títulos, até o advento da vacância, único critério legal de extinção das acumulações atualmente existentes, ex vi do disposto no artigo 49, da Lei nº 8.935/94. Tendo a Lei nº 11.697/08 tratamento expresso atinente às competências conferidas aos ofícios referenciados em seu artigo 74, resta, como único critério a dirimir as atribuições de cada qual, a própria denominação ali individuada, impressa em cada um no rol deste mesmo artigo. A forma de extinção dessas excepcionais acumulações de competência das serventias extrajudiciais, só restou expressamente tratada, em sede normativa, com

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o advento da Lei nº 8.935, de 18.11.1994 que, em seu artigo 26, ao vedar expressamente tais acumulações a partir da sua vigência - ainda que prevendo exceções em seu parágrafo único - veio estabelecer específica regra de transição quanto às situações verificadas à época, ao dispor claramente, em seu artigo 49, que “quando da primeira vacância da titularidade de serviço notarial ou de registro, será procedida a desacumulação, nos termos do art. 26”. Ressalte-se que a redação em vigor deste artigo 74 da Lei nº 11.697/08, é idêntica àquela formulada no projeto de lei originado neste tribunal, a quem incumbe a iniciativa do normativo em tela, tendo, pois, o legislador federal prestigiado a forma de organização dos ofícios do Distrito Federal proposta por esta própria Corte. “Lei injusta não pode o juiz deixar de aplicá-la, pois não lhe é facultado substituir pelas suas as concepções de justiça do legislador (Holmes). O juiz só poderá desprezar o mandamento de lei, quando for inconstitucional e não apenas injusto” (STF, 1ª Turma, AI 19747, Rel. Min. Luis Gallotti, RTJ, Vol. 07-01, p. 117). Assim, a outra conclusão não se chega, senão à que aponta para o fato, inexorável, de que os “3 (três) ofícios de notas e protesto de títulos” previstos na alínea ‘a’, do inciso I, deste artigo 74, só podem se referir aos atualmente existentes na Circunscrição de Brasília, dentre os quais, se encontram os dois ofícios ora impetrantes. Do contrário, forçoso seria concluir que estes dois ofícios restaram extintos por esta atual norma, verdadeiro absurdo (absurdum est), permissa venia, porquanto não haveria, em nenhum outro dispositivo desta lei, qualquer alusão a estes cartórios, senão nesta alínea ‘a’ retrotranscrita. Desconsiderar, atualmente, as atribuições conferidas aos ofícios em legislação ordinária, inclusive pela própria denominação de serviços notariais e de registro, corresponderia atentar contra a própria vigência da Lei nº 11.697/08 (Lei de Organização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios) que, no seu artigo 74 passou a tratar, de forma taxativa, dos serviços notariais e de registro em um único artigo.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2008 00 2 015120-6; C. ESPECIAL; PUBL. EM 08/11/10; DJ 3, PÁG. 128).

335. PROCESSO CIVIL - MANDANDO DE SEGURANÇA - PROMOTOR DE JUSTIÇA - DESIGNAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÕES ELEITORAIS

(Reg. Ac. 479.083). Relator: Des. Dácio Vieira. Impetrante: Wilson Issao Koressawa (Advs. Dr. René Rocha Filho e outros). Informante: Procurador Geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

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Decisão: reconhecida a decadência. Julgado extinto o processo. Unânime.

Processual Civil. Mandado de segurança. Promotor de Justiça. Designação para o exercício de funções eleitorais. Preliminar de decadência quanto ao pedido de declaração de nulidade do ato de suspensão de anterior designação de atribuição eleitoral: acolhimento da preliminar. Extinção do feito sem julgamento do mérito.

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2008 00 2 016709-3; C. ESPECIAL; PUBL. EM 15/02/11; DJ 3, PÁG. 41).

336. PROCESSO CIVIL - MONITÓRIA - CHEQUE PRESCRITO - TRANSCURSO DO PRAZO BIENAL, ADMISSIBILIDADE - INDI- CAÇÃO DA CAUSA DEBENDI, NECESSIDADE

(Reg. Ac. 461.112). Relator Designado: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelante: Ronaldo Rodrigues Sales (Advs. Dr. José Adirson de Vasconcelos Júnior e outros). Apelado: Alan Mendes de Araújo (Adv. Dr. Renato Muniz Lacourt Moreira).

Decisão: conhecido. Deu-se provimento. Maioria, vencido o Relator. Redigirá o acórdão o Revisor.

Processual Civil. Monitória. Cheque prescrito. Transcurso do prazo bienal da ação de locupletamento. Admissibilidade. Indicação da causa debendi. Necessidade. 01. Transcorrido o prazo bienal atinente à ação de locupletamento, a ação monitória instruída com cheque prescrito deve indicar na inicial, a relação jurídica ensejadora da emissão da cártula, propiciando, ao embargante, a produção de prova a respeito de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do crédito. 02. Recurso provido. Maioria.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 087310-4; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/11/10; DJ 3, PÁG. 122).

337. PROCESSO CIVIL - MONITÓRIA - OPERAÇÕES COMERCIAIS, DEMONSTRAÇÃO - JUNTADA TARDIA DE DOCUMENTOS - NULIDADE, INEXISTÊNCIA

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(Reg. Ac. 466.243). Relatora: Desa. Vera Andrighi. Apelantes: Ampla Comercial, Importação e Exportação Ltda. (Advs. Dr. Paulo Emílio Catta Preta de Godoy e outros) e Hoogwest Groep B. V. (Advs. Dr. Juarez Rocha Botelho e outros). Apelados: os mesmos.

Decisão: conheceu-se de ambos os recursos. Negou-se provimento ao agravo retido. Rejeitada a preliminar, no mérito, negou-se provimento ao recurso da ré e deu-se parcial provimento ao recurso da autora. Decisão unânime.

Monitória. Comércio exterior. Importação. Provas. Inadimplemento. Juntada de documentos. Desentranhamento. Agravo retido. Obrigação fixada em moeda estrangeira. Conversão. Honorários advocatícios. I - A juntada tardia de documentos está condicionada à pertinência e relevância admitidas no art. 397 do CPC. O desentranhamento dos documentos não causou nulidade ao processo porquanto a prova pretendida não influenciaria na resolução do mérito, e, além do mais, ausente qualquer prejuízo. Agravo retido improvido. II - A credora apresentou documentos idôneos para comprovar as operações comerciais que embasam o pedido monitório e o inadimplemento da embargante, sendo improcedentes as teses defensivas, que consideram indispensáveis registros administrativos específicos que relaciona. Nos termos do art. 332 do CPC, todos os meios legais e moralmente legítimos são hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação. III - O cumprimento de obrigação fixada em moeda estrangeira pressupõe a conversão para a moeda nacional pelo câmbio vigente na data da citação. IV - Mantidos os honorários advocatícios fixados em 10%, nos termos do art. 20, §3º, do CPC. V - Apelação da ré improvida. Apelação da autora parcialmente provida.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002 01 1 051624-0; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 214).

338. PROCESSO CIVIL - OBRIGAÇÃO DE FAZER - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, INDEFERIMENTO - FORNECIMENTO DE FOLHAS DE CHEQUE - LIMITE ESTABELECIDO PELO BANCO CENTRAL, OBSERVÂNCIA

(Reg. Ac. 468.333). Relatora: Desa. Nídia Corrêa Lima. Agravante: Wadel Clarimundo Gonçalves (Advs. Dra. Carolina de Menezes Neddermeyer e outros). Agravado: BRB Banco de Brasília S/A.

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Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Direito Civil e Processual Civil. Ação de obrigação de fazer. Agravo de instrumento. Fornecimento de cártulas de cheque superiores ao número estabelecido pelo Banco Central do Brasil. Antecipação de tutela. Indeferimento. Ausência dos pressupostos. 1. O acolhimento do pleito antecipatório demanda a conjugação dos requisitos previstos no artigo 273 do Código de Processo Civil. 2. Carecendo de verossimilhança os argumentos expendidos pela parte, impõe-se o indeferimento do pedido de antecipação dos efeitos da tutela. 3. Na hipótese em apreço, não há como compelir o banco agravado, a fornecer as trinta e seis folhas de cheques ao agravante, uma vez que já lhe havia entregado o número máximo de folhas permitido pela Resolução n. 3.518 do Banco Central do Brasil. 4. Agravo de instrumento conhecido e não provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 013754-9; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/12/10; DJ 3, PÁG. 87).

339. PROCESSO CIVIL - OBRIGAÇÃO DE FAZER - ESCRITURA PÚ- BLICA DE IMÓVEL, OUTORGA - PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO - PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE

(Reg. Ac. 475.719). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Apelantes: Farm’s House Agropecuária Ltda., Aurélio Batista Paiva e Lívia Márcia de Carvalho Portugal (Advs. Dr. Raul Queiroz Neves e Dra. Livia Marcia de Carvalho Portugal). Apelado: Geraldo Vilela Couto (Adv. Dr. Emiliano Cândido Póvoa).

Decisão: conhecido deu-se provimento. Unânime.

Processual Civil. Obrigação de fazer. Outorga de escritura pública de imóvel adquirido como parte de pagamento em negócio jurídico. Perda superveniente do objeto. Honorários. Princípio da causalidade. Se a pretensão da parte autora foi totalmente exaurida, porque o requerido reconheceu o direito daquela ao lhe outorgar voluntariamente a escritura de imóvel adquirido como parte de pagamento de negócio jurídico, não poderá o juízo a quo julgar improcedente o pedido. A sentença, nesse caso, deve

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ser reformada para julgar procedente o pedido da parte autora, com fulcro no art. 269, inciso II, do CPC, em razão do reconhecimento efetuado pelo requerido. Quanto à verba de sucumbência arbitrada, esta deve observar o princípio da causalidade e, uma vez que o requerido deu causa à propositura da demanda, sobretudo porque reconheceu o direito da parte autora, por ocasião da lavratura da escritura pública em comento, objeto do presente feito, deve este arcar com tais ônus. Recurso conhecido e provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 038336-7; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 153).

340. PROCESSO CIVIL - PENHORA - DINHEIRO EM CONTA-COR- RENTE - PERCENTUAL SUPERIOR A 30%, POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 466.662). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Agravante: BRB Crédito Financiamento e Investimento S/A (Advs. Dr. Edson Moura Santos e outros). Agravada: Andrea Borges Bottino (Advs. Dr. Aldson Pereira de Castro e outros).

Decisão: conhecer. Dar provimento ao recurso. Por maioria, vencido o 2º Vogal.

Direito Processual Civil. Agravo de instrumento. Penhora. Dinheiro. Conta-corrente. Superior ao limite de 30% (trinta por cento). Possibilidade. 1. Eventual extrapolação do percentual de 30% (trinta por cento) não implica afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana, partindo-se do pressuposto de que as verbas salariais, quando depositadas em conta corrente, perdem a natureza alimentar, não devendo, portanto, ser protegidas pelo manto da impenhorabilidade. 2. O débito oriundo de empréstimo voluntariamente contraído não pode ser obstado, posto que previamente autorizado pelo titular da conta-corrente e contratado pelas partes, sob pena de violação dos princípios da boa-fé, da liberdade contratual e do pacta sunt servanda, não comparecendo correto o descumprimento de obrigações licitamente pactuadas. 3. Recurso provido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 013504-5; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/12/10; DJ 3, PÁG. 118).

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341. PROCESSO CIVIL - QUERELA NULLITATIS - REINTEGRAÇÃO DE POSSE, DESCABIMENTO - INTERESSE DA UNIÃO - COMPE- TÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

(Reg. Ac. 469.549). Relator: Des. Sérgio Rocha. Agravante: Cleto Aparecido Rodrigues (Adv. Dr. Alessandro Marcone Ferraz Mattos). Agravada: TERRACAP - Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dr. Vicente Augusto Jungmann e outros).

Decisão: dar provimento. Unânime.

Agravo de Instrumento. Interdito proibitório. Reintegração de posse. TERRACAP. Querela nullitatis. Interesse da União. Competência da Justiça Federal. 1. Constatado o interesse da União, que se manifestou nos autos informando ser proprietária do imóvel, deve ser obstada a reintegração da TERRACAP no imóvel em questão, e encaminhados os autos à Justiça Federal, para análise da querela nullitatis instaurada no processo. 2. Deu-se provimento ao agravo de instrumento.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 012900-9; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 123).

342. PROCESSO CIVIL - REINTEGRAÇÃO DE POSSE - OPOSIÇÃO - SEMOVENTES NA ÁREA LITIGIOSA - RETIRADA DOS BENS, RESPONSABILIDADE DO AGRAVADO

(Reg. Ac. 462.656). Relator: Des. Flavio Rostirola. Agravante: TERRACAP- Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dra. Vivian Vitali Mendes Rocha e outros). Agravado: Luiz Carlos Gonzaga Pereira rep. por Gilberto Gonzaga Pereira (Adva. Dra. Maria da Conceição Macêdo da Silva Mascarenhas).

Decisão: conhecer e dar provimento, unânime.

Processual Civil. Ação de reintegração de posse. Oposição. Sentença determinando fosse a opoente reintegrada na posse do imóvel. Trânsito em julgado há mais de sete anos. Inexecução do comando judicial. Denegação de justiça. Obstáculos criados pelo executado. Existência de semoventes na área objeto da lide. Retirada. Responsabilidade do agravado. Efetivação da

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tutela específica. Adoção de medidas necessárias pelo juízo a quo. 1. A posse da TERRACAP sobre o imóvel objeto da lide já foi reconhecida por decisão judicial transitada em julgado no dia 06 de outubro de 2003 e, desde então, esse decisum não foi cumprido, sobretudo por causa dos obstáculos criados pelo agravado, que se recusa a retirar os animais situados na área litigiosa. 2. Impor à exequente a obrigação de desocupar a área, quando ela afirma não ter condições de fazê-lo, é penalizá-la pela segunda vez. Com efeito, a primeira punição da agravante deu-se quando ela teve o seu imóvel ocupado por terceiros, necessitando de vir a juízo para obter o bem da vida perseguido. E, agora, mesmo o seu direito substancial havendo sido reconhecido pelo Estado-Juiz, a parte não consegue realizá-lo no plano fático. 3. Em ordem a permitir a efetivação da tutela específica, deve o juiz determinar as medidas necessárias, seja impondo multa por tempo de atraso, seja adotando qualquer outra medida indispensável para tanto, tal como o leilão dos semoventes situados na área litigiosa - devidamente precedido da avaliação dos animais -, com o depósito do produto da arrematação em conta judicial, a ser levantado posteriormente pelo executado/agravado. 4. Agravo de instrumento a que se dá provimento, a fim de, reformando a decisão agravada, reconhecer a responsabilidade do agravado pela retirada dos animais e demais bens existentes na área litigiosa, devendo o douto magistrado a quo adotar todas as medidas necessárias para a efetivação da decisão judicial.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 012400-3; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 99).

343. PROCESSO CIVIL - REIVINDICATÓRIA - QUERELLA NULLI- TATIS - CITAÇÃO DE UM DOS CÔNJUGES, INOCORRÊNCIA - VÍCIO INSANÁVEL

(Reg. Ac. 459.911). Relator: Des. Sérgio Rocha. Apelantes: Manoel Inocêncio Pereira e Sebastiana Soares Pereira (Adv. Dr. Leônidas José da Silva). Apelada: TERRACAP - Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dra. Marajane Silveira, Dra. Christiane Freitas Nóbrega de Lucena e outros).

Decisão: dar provimento ao recurso. Unânime.

Processo Civil. Querela nullitatis. Ação reivindicatória. Ausência de citação de um dos cônjuges. Nulidade do processo. Vício insanável. Ausência

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de coisa julgada. 1. Constada a ausência de citação de um dos cônjuges em sede de ação reivindicatória, não há processo válido, tampouco coisa julgada, impondo-se a procedência do pedido da ação declaratória de nulidade (querela nullitatis), a fim de que sejam declarados nulos todos os atos processuais realizados na ação reivindicatória, com reabertura do prazo para defesa (CPC 10, 10, § 1º, I e 47). Precedentes. 2. Deu-se provimento ao apelo dos autores, a fim de declarar nulos todos os atos processuais realizados na ação reivindicatória.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 028055-9; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/11/10; DJ 3, PÁG. 85).

344. PROCESSO CIVIL - RESCISÓRIA - COBRANÇA - CITAÇÃO, INOCORRÊNCIA - QUERELLA NULLITATIS INSANABILIS, CA- BIMENTO

(Reg. Ac. 463.261). Relator Designado: Des. Cruz Macedo. Autor: Gustavo da Costa Marques (Adv. Dr. Evandro Luis Castello Pertence). Réu: Banco do Brasil S/A (Adv. Dr. Sandro Pissini Espindola).

Decisão: julgar procedente a demanda, maioria.

Processual Civil. Rescisória. Ação de cobrança. Nulidade da citação. Querella nullitatis insanabillis. Possibilidade. 1. Sem que se tenha formado validamente a relação jurídica processual, a sentença é nula, devendo assim ser declarada em sede de impugnação adequada a querella nullitatis insanabillis. Admite-se, porém, por economia processual, a ação rescisória, ainda que equivocadamente proposta com aquela mesma finalidade, hipótese em que, embora sem rescindir a sentença maculada, deverá o Tribunal proclamar a nulidade do processo, a partir do vício constatado. Precedente do STJ. 2. Diante da inocorrência de litisconsórcio unitário ou necessário, permite-se a declaração de nulidade do processo apenas quanto ao autor da rescisória, mantendo-se hígido o processo em relação aos demais litigantes da ação originária. 3. Pedido julgado procedente.

(AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2009 00 2 016131-6; 2ª C. CÍVEL; PUBL. EM 25/11/10; DJ 3, PÁG. 84).

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345. PROCESSO CIVIL - REVISIONAL - CONTRATO BANCÁRIO - FORO DIVERSO DO ELEITO NO CONTRATO

(Reg. Ac. 458.973). Relatora Designada: Desa. Vera Andrighi. Agravante: Izaías Vieira dos Santos (Adva. Dra. Juliana Inácio de Magalhães Guimarães). Agravado: Banco Finasa S/A.

Decisão: conhecer. Negar provimento, por maioria. Redigirá o acórdão a primeira Vogal.

Agravo de Instrumento. Ação revisional de contrato bancário. Consumidor. Competência. Declinação de ofício. Foro. Escolha aleatória. I - Nas demandas oriundas de relação de consumo, a competência é de natureza absoluta, cognoscível de ofício pelo juiz. Em consequência, não se aplica a Súmula 33 do e. STJ. II - A escolha aleatória e injustificada de foro diverso do eleito no contrato e do domicílio do autor da ação revisional não é lícita; não facilita o exercício da defesa do consumidor e burla o sistema de organização judiciária que objetiva melhor distribuição dos feitos e agilização dos julgamentos. III - Agravo de instrumento improvido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 014852-1; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 204).

346. PROCESSO CIVIL - REVISIONAL C/C EXIBIÇÃO DE DOCUMEN- TO - EMENDA À INICIAL, DETERMINAÇÃO - INDEFERIMENTO DA EXORDIAL, DESCABIMENTO

(Reg. Ac. 459.199). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelante: Maristela Marques de Sousa (Adva. Dra. Ana Paula Mendonca Pinto). Apelado: Banco Santander S/A.

Decisão: conhecer e dar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Ação de revisão de contrato cumulada com pedido de exibição de documento. Determinação de emenda à inicial. Prova da recusa da instituição bancária em fornecer a cópia do contrato. Desnecessidade. Solicitação realizada pela via do sistema call center. Interesse de agir. Demonstração. Extinção processual. Descabimento. Sendo conferido o prazo para a parte providenciar

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a emenda da inicial consistente na demonstração de que houve recusa da instituição bancária ré em fornecer-lhe a cópia do contrato questionado na lide, e aquela manifesta-se, esclarecendo que solicitou a documentação exigida, sem sucesso, junto ao sistema call center da instituição financeira demandada, não há falar-se em inércia, sendo descabido o indeferimento da inicial com a extinção do processo sem resolução do mérito, máxime quando se vê desnecessária a comprovação, por escrito, da solicitação e da efetiva recusa.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008 01 1 142409-7; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 120).

347. PROCESSO CIVIL - REVISÃO CONTRATUAL - CRÉDITO RURAL - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, INAPLICABILIDADE - COMPETÊNCIA DO LOCAL ONDE SE ENCONTRA A OBRIGAÇÃO

(Reg. Ac. 476.846). Relator: Des. Sérgio Rocha. Agravante: Antonio Jose Guadagnin (Adv. Dr. Neri Perin). Agravado: Banco do Brasil S/A (Advs. Dr. Carlos Ribeiro de Oliveira e outros).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Processo Civil. Revisão de contratos de credito rural. Inaplicabilidade do CDC. Competência do foro do local da agência onde se contraiu a obrigação. CPC, art. 100, IV, “b”. 1. Produtor rural não é destinatário final do crédito agrícola utilizado para fomentar sua atividade empresarial. Inaplicabilidade do CDC. 2. A ação do devedor, para obter a modificação ou a anulação de cláusula de contrato de crédito rural, deve ser promovida no lugar onde tem sede a agência bancária através da qual foi realizada a operação. Precedentes do STJ. 3. Negou-se provimento ao agravo de instrumento do autor/excepto.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 017740-5; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 03/02/11; DJ 3, PÁG. 71).

348. PROCESSO CIVIL - RÉU CITADO EM CARTÓRIO - MANDADO CUMPRIDO, JUNTADA POSTERIOR - APRESENTAÇÃO DA DEFE- SA, CRITÉRIOS - PRIMEIRO ATO CITATÓRIO, TERMO INICIAL

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(Reg. Ac. 461.573). Relator: Des. Angelo Passareli. Agravante: Denis Sá Andrade (Defensoria Pública). Agravada: Angélica Lemos do Prado (Adv. Dr. Sigrid Costa de Campos Menezes).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Direito Processual Civil. Agravo de instrumento. Ação cautelar inominada. Citação do réu por oficial de justiça e em cartório pelo diretor de secretaria. Termo inicial do prazo para defesa. Primeiro ato praticado. Defensoria Pública. Vista pessoal. Contestação declarada intempestiva. Decisão mantida. 1 - O fato de os membros da Defensoria Pública, em conformidade com o estatuído no artigo 5º, § 5º, da Lei nº 1.060/50 e no art. 44, inciso I, da Lei Complementar nº 80/94, possuírem a prerrogativa de serem intimados pessoalmente de todos os atos processuais, tal é adstrito, pelo texto legal, à intimação e não à citação das partes, a qual se cuida de um ato personalíssimo e cujo prazo é contínuo, não se podendo falar em interrupção, ou seja, iniciado o prazo para resposta não há como interrompê-lo, mesmo que haja pedido de vista da Defensoria Pública para apresentar a defesa do réu. 2 - Tendo o réu sido citado pelo diretor de secretaria do juízo, nos termos e com as advertências legais, em data anterior à juntada do mandado cumprido de citação aos autos, o termo inicial do prazo para a apresentação de defesa é a data do primeiro ato citatório. Agravo de instrumento desprovido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 001821-2; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 12/11/10; DJ 3, PÁG. 120).

349. PROCESSO CIVIL - SUSTAÇÃO DE PROTESTO - DUPLICATA PROTESTADA - ENDOSSO-MANDATO, NÃO COMPROVAÇÃO

(Reg. Ac. 470.810). Relator: Des. João Batista Teixeira. Apelante: Carrefour Comércio e Indústria Ltda. (Advs. Dr. Rodrigo Madeira Nazário e outros). Apelados: Massa Falida de Niterói Distribuidora de Alimentos e Unibanco S/A - União de Bancos Brasileiros S/A (Advs. Dr. Roberto de Souza Moscoso e Dr. José Henrique de Araújo).

Decisão: conhecer. Dar provimento ao recurso. Unânime.

Civil. Processo civil. Cautelar de sustação de protesto. Declaratória de nulidade de título. Duplicata protestada. Endosso-mandato. Não

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comprovação. Legitimidade do banco endossatário. Oponibilidade de exceções pessoais. 01. A lei exige, para a caracterização do endosso-mandato, a existência, no título ou em outro instrumento, de menção que assinale o referido mandato. 02. O endosso-mandato se prova pela expressão “por procuração” ou outra equivalente, expressão esta que deve constar do título. Se o banco não demonstrou tal requisito legal, é parte legítima para figurar no polo passivo de ação declaratória de nulidade de título e sustação de protesto. A instituição financeira não pode ser considerada mera mandatária, mas titular do crédito estampado no título. 03. Comprovada a inexistência do negócio subjacente, não há que se falar em inoponibilidade das exceções pessoais contra o endossatário de boa-fé, máxime quando se percebe que a duplicata, da qual não consta aceite do sacado, fora produzida com o único propósito de ser dada em caução ao banco endossatário. 04. Recurso conhecido e provido, sentença reformada.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 013117-4; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 27/01/11; DJ 3, PÁG. 109).

350. PROCESSO CIVIL - VENDA DE BEM EM HASTA PÚBLICA - CONSTRIÇÃO JUDICIAL, DESCONSTITUIÇÃO - INTIMAÇÃO DO DEVEDOR - ATOS NULOS, TERMO INICIAL

(Reg. Ac. 469.764). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Agravante: Antônio Vieira Barros (Adv. Dr. Antonio Lafayette Cotta Trindade). Agravado: Adalberto Cleber Valadão (Adva. Dra. Andréia Moraes de Oliveira Mourão).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Agravo de Instrumento. Venda do bem em hasta pública. Propriedade do fiador. Desconstituição da constrição judicial. Acórdão proferido na execução da ação de despejo. Recurso desprovido. A nulidade reconhecida na instância ad quem não se refere à penhora. Reconhece, sim, que são nulos os atos a contar da intimação do devedor acerca desta constrição judicial. Assim, não só a penhora é válida como a ciência desta, por meio da intimação. Logo, o juiz a quo agiu corretamente ao determinar a expedição do mandado de reavaliação, com a finalidade de alcançar o valor da caução devida, porquanto esse é o ato processual a se seguir, além do que liquida a irregularidade constatada em segundo grau de jurisdição. Posteriormente,

334 Direito Processual Civil a medida a ser determinada é a designação de data para hasta pública e a expedição das diligências necessárias para sua realização.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 015964-1; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 156).

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08. Direito Processual Penal

Direito Processual Penal

351. PROCESSO PENAL - AMEAÇA E DESOBEDIÊNCIA - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - VÍTIMA NÃO LOCALIZADA PARA INTIMAÇÃO - RENÚNCIA TÁCITA, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 476.780). Relator: Des. Jesuíno Rissato. Apelante: G. M. S. (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: MPDFT.

Decisão: desprover. Unânime.

Penal e Processual Penal. Ameaça e desobediência. Violência doméstica contra a mulher. Lei 11.340/06. Sentença condenatória. Preliminar de nulidade por inadequação de rito. Não acolhimento. Conexão probatória. Institutos despenalizadores da Lei 9.099/95. Recusa motivada. Representação da vítima. Não localização para intimação. Renúncia tácita. Inocorrência. Autoria e materialidade comprovadas. Versão convergente das vítimas em contraposição à negativa de autoria isolada do réu. Dosimetria da pena. Concurso material. Substituição. Impossibilidade. 1. A competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher é absoluta, pois estabelecida em razão da matéria, daí porque funciona como vis attractiva de eventuais infrações conexas. Além disso, a adoção do rito ordinário, por se mais amplo, favorece a defesa no exercício do contraditório judicial, a afastar assim eventual nulidade, por ausência de prejuízo. 2. Se na fase processual própria, houve recusa formal e fundamentada do Ministério Público na aplicação de eventuais medidas despenalizadoras, incogitável alegação de prejuízo ao réu, por adoção de rito diverso do sumaríssimo. 3. O fato da vítima não ser localizada para intimação, no endereço constante dos autos, não autoriza por si só conclusão de renúncia tácita à representação, máxime se anteriormente compareceu à delegacia e assinou termo formal autorizando a deflagração de persecução penal contra o réu. 4. A versão convergente das vítimas,

339 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

corroborada por laudo pericial, prevalece, para deslinde da autoria delitiva, quando em contraposição tem-se apenas a negativa de autoria do réu, francamente dissociada do manancial probatório angariado nos autos. 5. Caracteriza concurso material de crimes a conduta do sujeito que desobedece a ordem judicial de afastamento, consubstanciada em medida protetiva de urgência, e, no mesmo contexto, ameaça a vítima. 6. Inviável, no delito de ameaça, a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, em vista do óbice legal previsto no artigo 44, inciso I, do Código Penal. A gravidade da ameaça é elemento inerente ao próprio tipo penal do artigo 147 do CP, daí a impossibilidade da concessão da medida despenalizadora. 7. Recurso conhecido e desprovido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 03 1 026885-6; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 02/02/11; DJ 3, PÁG. 184).

352. PROCESSO PENAL - CONFLITO DE COMPETÊNCIA - JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E JUIZADO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - AÇÃO EM ESTÁGIO AVANÇADO - APENSAMENTO A FEITO EM OUTRA VARA, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 466.970). Relator Designado: Des. Romão C. Oliveira. Suscitante: Juízo de Direito do 1º Juizado Especial Criminal de Brasília DF. Suscitado: Juízo de Direito do 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Brasília DF.

Decisão: conhecer e declarar competente o juízo suscitante, Juízo de Direito do 1º Juizado Especial Criminal de Brasília. Redigirá o acórdão o eminente Desembargador Romão C. Oliveira, por maioria.

Conflito de Competência. Juizado Especial Criminal e Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Competência do juízo suscitante. Maioria. Se a ação em trâmite na Vara de Violência Doméstica encontra-se em estágio processual avançado, não há como apensá-la àquela distribuída ao Juizado Especial Criminal, a fim de evitar-se manifesto prejuízo à instrução do feito.

(CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 2010 00 2 013709-8; C. CRIMINAL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 67).

340 Direito Processual Penal

353. PROCESSO PENAL - DESACATO E DANO QUALIFICADO - PRIN- CÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE - CRIME CONTINUADO, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 460.366). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Apelante: José Eustaquio de Sa (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: negar provimento. Unânime.

Preliminar de Nulidade. Reabertura do prazo para apresentação de resposta à acusação por intermédio de advogado particular. Defesa realizada pela CEAJUR. Absolvição. Desacato e dano qualificado. Insuficiência de provas. In dubio pro reo. Atipicidade das condutas. Baixo valor econômico do bem público. Princípio da insignificância. Art. 386, III e VII do Código de Processo Penal. Crime continuado. Requisitos objetivos e subjetivos. Art. 71 do Código Penal. Crimes da mesma espécie. Isenção de custas processuais. Juízo da execução. Recurso negado provimento. 1. Não há nulidade do processo e nem reabertura do prazo para apresentação de resposta à acusação por intermédio de advogado particular, se o CEAJUR defendeu o apelante durante todo o processo, assegurando o contraditório e a ampla defesa. 2. Se o conjunto probatório é firme e coerente a comprovar a prática de crime de desacato, além de estar demonstrado, por provas técnicas e orais, o crime de dano ao patrimônio público, é impossível a adoção do princípio in dubio pro reo e da tese de absolvição por insuficiência de provas. 3. Ainda que os bens afetados sejam de baixo valor econômico, não se aplica o princípio da insignificância aos danos que afetam patrimônios públicos, em face dos fundamentos e das utilidades que eles representam para as comunidades. 4. Não se aplica o crime continuado, entre os crimes de desacato e de dano qualificado, mesmo se cometidos nas mesmas circunstâncias de tempo, lugar, e maneira de execução, pois não são crimes da mesma espécie, portanto, não estão preenchidos todos os requisitos objetivos e subjetivos previstos no art. 71 do Código Penal. 5. O pedido de isenção de custas processuais deve ser formulado perante o juízo de execução, a quem compete verificar a condição de hipossuficiência do condenado. 6. Recurso negado provimento.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2006 03 1 025235-4; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/11/10; DJ 3, PÁG. 183).

341 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

354. PROCESSO PENAL - ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR - LEI MAIS BENÉFICA, RETROATIVIDADE - PENA-BASE, EXASPERAÇÃO

(Reg. Ac. 472.726). Relator Designado: Des. George Lopes Leite. Recorrente: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Recorrido: Carlos Luiz Ribeiro Ventura (Defensoria Pública).

Decisão: desprover. Maioria.

Execução Penal. Agravo em execução. Condenação por estupro e atentado violento ao pudor anterior à Lei 12.015/2009. Retroatividade de norma penal mais benéfica. Pretensão em reformar a decisão que excluiu da execução a pena do segundo crime e refez a dosimetria. Decisão confirmada. 1. Embora a intenção do legislador não tenha sido favorecer aqueles que atentam contra a dignidade e liberdade sexual alheia, a reforma promovida pela Lei 12.015/2009 no Código Penal acabou favorecendo esses infratores com a exclusão do artigo 214 e consequente deslocamento da conduta nele descrita para o artigo 213, pois uniu os crimes no mesmo tipo penal, tornando-os um único delito. 2. Assim, o tipo penal passou a ser alternativo, no qual a prática de uma só conduta descrita no tipo ou o cometimento de mais de uma, quando expostas as práticas num mesmo cenário, mormente contra idêntica vítima, resulta na concretização de uma só infração penal. 3. No entanto, o antigo delito de atentado violento ao pudor deve ser considerado como circunstância judicial desfavorável na dosimetria do crime de estupro, com a consequente exasperação da pena-base. 4. Recurso desprovido.

(RECURSO DE AGRAVO Nº 2010 00 2 005201-5; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 21/01/11; DJ 3, PÁG. 200).

355. PROCESSO PENAL - HABEAS CORPUS - BRASILEIRO CONDENA- DO NO EXTERIOR - CUMPRIMENTO DO RESTANTE DA PENA NO BRASIL, POSSIBILIDADE - CONVENÇÃO INTERAMERICA- NA, APLICABILIDADE

(Reg. Ac. 460.672). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Impetrante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Paciente: Wainer Gonçalves Carvalho.

342 Direito Processual Penal

Decisão: admitir e conceder a ordem. Decisão unânime.

Habeas Corpus. Brasileiro condenado no exterior. Solicitação de cumprimento do restante da pena no Brasil. Convenção interamericana. Condições preenchidas. Incidente de execução. Superlotação carcerária. Ressocialização do segregado. Vínculos familiares. Dignidade da pessoa humana. Princípio fundamental constitucional. Concessão do writ. I - A convenção interamericana sobre o cumprimento de sentenças penais no exterior foi aprovada pelo Decreto Legislativo 293, de 12 de julho de 2006, e permite a transferência de condenados entre os países signatários. II - Preenchidas as condições da convenção, não há como negar o direito do cidadão de cumprir o restante da pena no Brasil, especificamente no local onde residem os familiares. A superlotação carcerária não se sobrepõe ao direito do segregado. III - A jurisprudência tem deferido a transferência de um Estado da Federação para outro, com base na “indispensável assistência” pelos parentes ao preso, ainda que considerada a precária situação das penitenciárias brasileiras. O princípio é o mesmo e não pode haver distinção entre os cidadãos. IV - O art. 86, caput, da LEP permite o cumprimento da pena corporal em local diverso daquele em que houve a perpetração e consumação do crime. V - A ressocialização do preso e a proximidade da família devem ser prestigiadas sempre que ausentes elementos concretos e objetivos ameaçadores da segurança pública.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 015796-1; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 17/11/10; DJ 3, PÁG. 151).

356. PROCESSO PENAL - HABEAS CORPUS - LATROCÍNIO, TENTA- TIVA - PERICULOSIDADE DO AGENTE, DEMONSTRAÇÃO

(Reg. Ac. 467.362). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Impetrante: Pedro Portella Nunes. Paciente: Valton Pereira da Silva.

Decisão: denegar a ordem. Unânime.

Habeas Corpus. Latrocínio. Tentativa. Concurso de agentes. Circunstâncias fáticas reais que demonstram a periculosidade do agente. Prisão cautelar. Ameaça. Instrução criminal. Violação ao princípio da presunção de inocência. Coação ilegal inexistente. Ordem denegada. 1. Não há que se

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falar em constrangimento ilegal quando as circunstâncias fáticas relacionadas com a infração penal, quais sejam, latrocínio tentado circunstanciado pelo concurso de agentes em que se tentou a subtração da res com violência, mediante disparo de arma de fogo, o que aliado às ameaças perpetradas pelo paciente em desfavor da vitima, demonstram a periculosidade do paciente e, de consequência da necessidade de preservar-se a ordem pública. 2. Não há que se falar em violação ao princípio da presunção de inocência em decorrência de prisão cautelar, quando presentes os requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal. 3. Ordem denegada.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 018994-6; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 03/12/10; DJ 3, PÁG. 237).

357. PROCESSO PENAL - HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO - FUGA DE REGIME SEMIABERTO - PRAZO PARA CONCESSÃO DE BE- NEFÍCIOS, REINÍCIO DA CONTAGEM

(Reg. Ac. 467.359). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Impetrante: Defensoria Pública do Distrito Federal. Paciente: Cristiano Esser (Defensoria Pública).

Decisão: denegar a ordem. Unânime.

Habeas Corpus. Lei 7.210/84. Lei de Execução Penal. Falta grave no curso do regime semiaberto. Fuga. Reinício da contagem do prazo para concessão de benefícios. Denegação da ordem. 1. O cometimento de falta grave, consistente em fuga, acarreta o reinício da contagem do prazo para a concessão de benefícios relativos ao cumprimento da pena, eis que, em princípio, não se pode fazer interpretação isolada das disposições do artigo 127, da Lei de Execuções Penais (art. 127 - o condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar). Logo, referidas disposições fazem especificamente referência ao tempo da pena remida, e quando começa o novo período de benefícios futuros, devendo se aguardar, nesta matéria, decisões consolidatórias do STJ. 2. Ordem denegada.

(HABEAS CORPUS Nº 2010 00 2 018252-3; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 03/12/10; DJ 3, PÁG. 236).

344 Direito Processual Penal

358. PROCESSO PENAL - HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO - CRIMES HEDIONDOS E A ELE EQUIPARADOS - TRÁFICO DE ENTORPE- CENTES - PRISÃO EM FLAGRANTE, LEGALIDADE

(Reg. Ac. 475.023). Relator: Des. Mario Machado. Impetrante: Manoel de Sousa Pereira. Paciente: Welbet Loiola Pinto de Menezes (Adv. Dr. Manoel de Sousa Pereira).

Decisão: admitir e denegar a ordem. Unânime.

Habeas Corpus. Processo penal. Crimes hediondos e a eles equiparados. Tráfico de entorpecentes. Prisão em flagrante. Legalidade. Vedação de liberdade provisória pela Lei nº 11.343/2006. Constitucionalidade. Lei nº 11.464/2007. Manutenção da vedação, de nível constitucional. Desnecessidade da presença de requisito da prisão preventiva. Presente deste no caso a também impedir o benefício. Não há ilegalidade a contaminar o auto de prisão em flagrante. Não há violação do domicílio pela autoridade policial quando, além de se tratar de hipótese de crime permanente, o acesso à residência é facultado pelo próprio morador. Presença de suficientes indícios de autoria e certa a materialidade do crime. Laudo de exame preliminar que revela a apreensão de dez porções envoltas em segmentos de plástico e agrupadas em uma sacola plástica, perfazendo a massa bruta de 520g de maconha. Com o próprio paciente também foram apreendidas duas porções da mesma substância com massa bruta de 49,99g e 1,87g, respectivamente. Circunstâncias que indicam a necessidade da constrição do paciente para preservar a ordem pública. A tese negativa de traficância desborda dos limites do habeas corpus, já que solicita dilação probatória incompatível com o seu rito sumário. Ocorrida a prisão em flagrante, cuidando-se de tráfico de entorpecentes, opera a vedação de liberdade provisória contida no artigo 44 da Lei nº 11.343, de 23/8/2006, sem ofensa à Constituição, que prevê a inafiançabilidade dos crimes definidos como hediondos e dos a eles equiparados (artigo 5º, inciso XLIII), estando a fiança na mesma linha da liberdade provisória. Vedada constitucionalmente a fiança, não há inconstitucionalidade em vedar a lei a liberdade provisória sem fiança. Malgrado a Lei nº 11.464/07, alterando o inciso II do art. 2º da Lei nº 8.072/90, tenha excluído o termo “liberdade provisória”, mantendo, apenas, a vedação à concessão de fiança nos crimes hediondos e a eles equiparados, o fato é que a Lei nº 11.343/06, por seu artigo 44, mantém a proibição de liberdade provisória nos crimes que define nos

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seus artigos 33, caput e § 1º, e 34 a 37. Ora, a Lei nº 11.343/2006 é especial em relação à Lei nº 8.072/90, e, sabidamente, a lei especial afasta a aplicação da lei geral. Ademais, a exclusão do termo “liberdade provisória”, que era redundante, pela Lei nº 11.464/07 não implica restabelecimento automático da liberdade provisória nos crimes hediondos e a eles equiparados, porque, repita-se, vedada constitucionalmente a liberdade provisória mediante fiança, com maior razão vedada está a liberdade provisória sem fiança. A atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, acompanhando o entendimento do Supremo Tribunal Federal, afirma que a vedação de concessão de fiança ou de liberdade provisória, mediante interpretação do texto constitucional, é, por si só, fundamento idôneo para o indeferimento da benesse. Assim, tratando-se de paciente preso em flagrante pela prática, em tese, de crime hediondo ou a ele equiparado, mostra-se despicienda a fundamentação do decisum que mantém a medida constritiva de liberdade nos termos exigidos para a prisão preventiva propriamente dita, não havendo que ser considerada a presença de circunstâncias pessoais supostamente favoráveis ao réu, ou analisada a adequação da hipótese à inteligência do artigo 312 do Código de Processo Penal (STF, HC 93.302/SP, Rel. Ministra Carmen Lúcia, 25/03/2008, in Informativo nº 499, de 17 a 28/03/2008; STJ, HC 83.010/MG, Rel. Ministro Gilson Dipp, 5ª Turma, julgado em 19.06.2007, DJ 06.08.2007, p. 602). Ordem denegada.

(HABEAS CORPUS Nº 2011 00 2 000128-6; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 26/01/11; DJ 3, PÁG. 135).

359. PROCESSO PENAL - HOMICÍDIO QUALIFICADO CONSUMADO - ERRO SOBRE A PESSOA - COMPETÊNCIA DO JÚRI - PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ, RELATIVIDADE

(Reg. Ac. 472.169). Relator: Des. Roberval Casemiro Belinati. Recorrentes: Osmar Marcelino Fernandes e Luciano de Souza Ferreira (Defensoria Pública). Recorrido: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: rejeitar a preliminar. Dar parcial provimento ao recurso de Osmar Marcelino Fernandes e de Luciano de Souza Ferreira. Unânime.

Recurso em sentido estrito contra sentença de pronúncia. Homicídio qualificado consumado e tentado, porte ilegal de arma de fogo e munições,

346 Direito Processual Penal corrupção de menores e posse de droga para uso próprio. Preliminar. Nulidade da sentença. Inobservância do princípio da identidade física do juiz. Não ocorrência. Aplicação, por analogia, do artigo 132 do CPC. Mérito. Recurso da defesa. Pedido de impronúncia. Homicídio tentado. Erro na execução com resultado simples. Possibilidade. Pedido de impronúncia quanto ao crime de homicídio qualificado consumado. Prova da materialidade e indícios de autoria. Competência do Júri. Absolvição sumária. Porte ilegal de arma de fogo e munições. Abolitio criminis temporária. Não aplicação. Consunção entre a arma e as munições. Mesmo contexto fático. Viabilidade. Recursos conhecidos e parcialmente providos. 1. A Lei nº 11.719/2008 introduziu, no parágrafo 2º do artigo 399 do Código de Processo Penal o princípio da identidade física do juiz. Tal princípio, no entanto, não é absoluto, podendo ter sua aplicabilidade afastada diante de outros princípios processuais, como, por exemplo, os da celeridade e economia processuais. 2. Diante da omissão da nova lei processual penal quanto às exceções ao princípio da identidade física do juiz, deve ser aplicada, por analogia, a previsão legal contida no artigo 132 do Código de Processo Civil. Na espécie, estando o juiz que presidiu a audiência de férias quando da prolação da sentença, não há que se falar em violação ao princípio da identidade física do juiz. 3. Na espécie, os recorrentes pretendiam atingir uma vítima, mas acabaram atingido terceira pessoa, provocando-lhe lesões corporais que a levaram a morte. Nesse contexto, determina o artigo 73 do Código Penal que seja aplicada a regra do erro sobre a pessoa, prevista no artigo 20, § 3º, do mesmo estatuto. Assim, os réus responderão por um único crime de homicídio qualificado consumado, como se tivessem atingido a própria pessoa visada. 4. A decisão de pronúncia é juízo fundado de suspeita, de admissibilidade da acusação, não competindo ao juiz singular a análise aprofundada das provas, contentando-se com razoável apoio nos elementos probatórios, sem avaliações subjetivas, motivando o seu convencimento de forma comedida, de modo a não influenciar o ânimo dos jurados. Todavia, se o julgador não se convencer da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, deverá impronunciar o acusado, com supedâneo no artigo 409 do Código de Processo Penal. 5. No caso em apreço, verifica-se a existência da prova da materialidade e de indícios suficientes de autoria apontando a participação dos recorrentes no crime de homicídio qualificado consumado. 6. O artigo 14, caput, da Lei nº. 10.826/2003, assim dispõe: “art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e

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em desacordo com determinação legal ou regulamentar [...]”. Diante das provas trazidas aos autos, não há dúvidas de que o primeiro réu ocultava a arma de fogo embaixo de um colchão, bem como as munições, conforme descrito na denúncia, enquadrando-se tal conduta no artigo 14 do Estatuto do Desarmamento, não havendo que se falar em abolitio criminis temporária. 7. O porte de uma arma de fogo e de munição dessa mesma arma - desde que no mesmo contexto - não caracteriza dois crimes autônomos, mas apenas uma única infração. Com efeito, tem-se uma só conduta, que viola, de uma única vez, o objeto jurídico protegido pela norma, qual seja, a segurança pública. 8. Não se verifica nos autos nenhuma das hipóteses de conexão em relação aos crimes de homicídio e posse de tóxico para uso próprio, em tese, praticados pelo acusado, sendo inteiramente independentes, além de que as provas necessárias para a caracterização do homicídio não influenciam direta e necessariamente nas provas do crime descrito no artigo 28 da Lei nº 11.343/2006. Portanto, em observância à regra de competência constitucionalmente definida, deve o juizado especial criminal processar e julgar o delito de menor potencial ofensivo, qual seja, o porte de entorpecente para uso próprio. 9. O crime de corrupção de menores possui natureza formal, ou seja, consuma-se diante da conduta do agente, maior de idade, de praticar crime na companhia de pessoa com idade inferior a 18 (dezoito) anos, sendo prescindível a comprovação da idoneidade moral do inimputável ou da efetiva corrupção do menor. Demonstrada a participação do adolescente no crime de homicídio, inviável a absolvição dos réus. 10. É desnecessária a identificação civil da vítima do crime de corrupção de menores quando há elementos probatórios, notadamente por documentos firmados por agentes públicos, que comprovem que se trata de pessoa inimputável em razão da idade. 11. Rejeitada a preliminar de nulidade da sentença. Recurso conhecido e parcialmente provido quanto ao primeiro recorrente para impronunciá-lo quanto ao crime de homicídio tentado, aplicar o princípio da consunção entre as condutas de guardar e ocultar arma de fogo e munições, mantendo a decisão que o pronunciou nas sanções do artigo 121, § 2º, inciso I, c/c o artigo 29, todos do Código Penal; artigo 1º da Lei nº. 2.252/54 e artigo 14 da Lei nº. 10.826/2003, além de desmembrar o feito quanto ao delito do artigo 28 da Lei n. 11.343/2006, a fim de ser processado e julgado pelo Juizado Especial Criminal. Quanto ao segundo réu, recurso parcialmente provido para impronunciá-lo quanto ao crime de homicídio tentado, mantendo a decisão que o pronunciou nas sanções do artigo 121, § 2º, inciso I, c/c o artigo 29, ambos do Código Penal e artigo 1º da Lei n. 2.252/54.

348 Direito Processual Penal

(RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Nº 2009 07 1 001575-6; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 198).

360. PROCESSO PENAL - HOMICÍDIO QUALIFICADO E TENTATIVA DE HOMICÍDIO - MOTIVO TORPE - NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 469.213). Relatora: Desa. Sandra De Santis. Apelantes: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e José Alan dos Santos Furtado (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelados: os mesmos.

Decisão: prover parcialmente o apelo defensivo e desprover o acusatório, unânime.

Apelação Criminal. Homicídio qualificado e tentativa de homicídio (duas vezes). Motivo torpe. Interposição do recurso por todas as alíneas. Conhecimento amplo. Nulidade posterior à pronúncia. Ausência de prejuízo. Soberania dos veredictos. Dosimetria da pena. Confissão parcial. Continuidade delitiva. I. Não há falar em nulidade após a pronúncia quando reconhecido pelo magistrado o direito do acusado de permanecer em silêncio, durante as perguntas do ministério público, sem comprovação de qualquer prejuízo. II. Eventual erro cometido pelo Juiz-Presidente ao aplicar a pena, de sorte a afrontar a lei ou o veredicto dos jurados, pode receber as devidas corrigendas pelo Tribunal. III. A soberania dos veredictos só perde espaço para as decisões que não encontram um mínimo de apoio no contexto probatório. Não há decisão manifestamente contrária quando os jurados optam por uma das versões apresentadas, devidamente respaldada na prova coligida. IV. Para o reconhecimento da atenuante da confissão espontânea, não é necessário ao réu admitir os fatos tal qual exposto pela acusação. A confissão parcial é aceita pelo Superior Tribunal de Justiça. V. A continuidade delitiva deve ser reconhecida ao autor que pratica mais de um crime, mediante mais de uma ação, nas mesmas condições de tempo e lugar e maneiras de execução semelhantes, além de estar presente o liame volitivo que liga uma conduta a outra. VI. Apelo do réu parcialmente provido. Recurso do Ministério Público improvido.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2008 07 1 031062-9; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 15/12/10; DJ 3, PÁG. 131).

349 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

361. PROCESSO PENAL - LEI MARIA DA PENHA - COMPETÊNCIA - MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA, DESCUMPRIMENTO

(Reg. Ac. 464.900). Relator: Des. George Lopes Leite. Recorrente: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Recorrido: Noel Leandro de Araújo (Defensoria Pública).

Decisão: desprover. Unânime.

Processual Penal. Lei Maria da Penha. Competência. Descumprimento de medida protetiva. Conexão probatória entre o crime de desobediência e as medidas protetivas de urgência. 1. O autor do fato descumpriu em ocasiões diferentes a proibição de entrar em contado com a ex-mulher, oriunda de medida protetiva de urgência deferida pelo segundo juizado de competência geral do Paranoá. Assim, cometeu o crime de desobediência objeto de termo circunstanciado lavrado na Circunscrição Judiciária de São Sebastião, local de onde telefonou várias vezes para aquele de quem devia manter-se afastado. Com isso atraiu a aplicação do artigo 76, inciso III, do Código de Processo Penal, que determina a competência por conexão quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares possa influir na prova de outra. Assim, a reunião dos dois processos com base na conexão probatória favorece a objetividade do julgamento porque as provas são produzidas uma só vez, instrumentalizando o magistrado para decidir com presteza, celeridade e com maior economia processual. Ainda que a prova da desobediência não possa influenciar diretamente influa na ação penal onde foi deferida a medida protetiva, é desta decorrência lógica e consequencial. 2. Correta se apresenta a decisão do juízo de São Sebastião quando determinou a redistribuição do termo circunstanciado relativo ao descumprimento de ordem judicial contida na medida de urgência ao juízo de onde emanou a proibição. 3. Recurso conhecido e desprovido.

(RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Nº 2009 12 1 005578-3; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 23/11/10; DJ 3, PÁG. 238).

362. PROCESSO PENAL - LESÃO CORPORAL LEVE - VIOLÊNCIA DO- MÉSTICA - RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO - DENÚNCIA, REJEIÇÃO

350 Direito Processual Penal

(Reg. Ac. 472.094). Relatora: Desa. Leila Arlanch. Recorrente: MPDFT. Recorrido: L. B. X. (Defensoria Pública).

Decisão: desprover. Unânime.

Recurso em Sentido Estrito. Lesão corporal leve. Violência doméstica e familiar contra a mulher. Preliminar de nulidade. Rejeição da denúncia. Retratação da representação. Espontaneidade da vítima. Ação penal pública condicionada. A norma, posta no artigo 563 do Código de Processo Penal, agasalha o princípio pas de nullité sans grief: “nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa”. A demonstração de prejuízo é requerida para a declaração tanto de nulidade absoluta como de relativa. Precedentes do STF. O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial Repetitivo nº 1.097.042, definiu que, nos casos de lesões corporais de natureza leve, decorrentes de violência doméstica, a representação da vítima é condição de procedibilidade para a propositura da ação penal pelo Ministério Público. A interpretação dos artigos 12, inciso I, 16 e 41 da Lei Maria da Penha, em relação ao crime processado mediante ação penal pública condicionada, a incluir o de lesão corporal, encontra-se em conformidade com os princípios norteadores da Carta Magna, não havendo qualquer ofensa a ser reconhecida. A espontaneidade e a ausência de coação estão caracterizadas quando evidenciado que a vítima já retornara ao convívio com o ofensor, não há provas de que dependa integralmente deste e comparece, voluntariamente, à Defensoria Pública para manifestar a retratação em face da representação. Recurso desprovido.

(RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Nº 2010 01 1 014073-8; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 161).

363. PROCESSO PENAL - OPERAÇÃO AQUARELA - SEQUESTRO DE BENS - PODER INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

(Reg. Ac. 458.544). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Apelante: A. T. P. S. (Advs. Dr. Rogério Rocha e outros). Apelado: MPDFT.

Decisão: rejeitar a preliminar. Negar provimento. Unânime.

Penal. Processual penal. Operação aquarela. Sequestro de bens. Preliminar. Poder investigatório do Ministério Público. Possibilidade.

351 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Fatos novos. Não caracterizado. Constrição do patrimônio da recorrente. Viabilidade. Superfaturamento do contrato firmado. Garantia espontânea. Desnecessidade. Litigância de má-fé. Não caracterizado. 1. Ainda que o Ministério Público tivesse conduzido as investigações do inquérito policial alusivo à operação “aquarela”, o que não restou demonstrado nos autos, tal fato não ensejaria a nulidade do processo, conforme orientam precedentes das cortes superiores. 2. Ausente modificação do quadro fático que serviu de motivação para ensejar a medida de constrição de bloqueio e indisponibilidade de bens e direitos, inviável a sua revogação. 3. Caracterizado o liame entre ao menos um dos acusados e a empresa recorrente, é plenamente possível a constrição dos seus bens. 4. No presente recurso, mostra-se inviável a discussão de questões ínsitas ao mérito da ação penal em curso no juízo do conhecimento, sob pena de supressão de instância. 5. Não havendo disponibilidade dos bens, o pedido de garantia espontânea não alcança eficácia jurídica. 6. Para a configuração da litigância de má-fé, nos termos do art. 17 do Código de Processo Civil, necessário se faz a comprovação do elemento subjetivo do dolo, o que, por certo, não está demonstrado nos autos, especialmente pela juntada da documentação pertinente para a análise deste recurso. 7. Rejeitada a preliminar e negado provimento ao recurso.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 01 1 095370-2; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 10/11/10; DJ 3, PÁG. 187).

364. PROCESSO PENAL - POSSE DE ARMA DE USO RESTRITO - ABOLITIO CRIMINIS, INVIABILIDADE - MEDICAMENTOS SEM PROCEDÊNCIA, MANUTENÇÃO EM DEPÓSITO

(Reg. Ac. 472.549). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Apelante: Edvaldo Vieira dos Santos (Adva. Dra. Miriam Rosane Rodrigues Dias). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: rejeitadas as preliminares. Deu-se parcial provimento, o Revisor em maior extensão. Maioria.

Penal e Processo Penal. Apelação. Posse de arma de uso restrito. Violação de domicílio. Inconstitucionalidade do art. 273 do Código Penal. Absolvição. Ausência de provas. Abolitio criminis. Inviabilidade. Medicamentos sem procedência. Art. 273, § 1º-B, inciso V, do CP. Desclassificação para conduta

352 Direito Processual Penal

culposa. Preliminares rejeitadas. Recurso parcialmente provido. Maioria. 1. Não há ilegalidade no tocante as provas produzidas sob a alegação de violação de domicílio, pois a posse de munição ou arma é crime permanente, e, conforme preceitua o artigo 303 do Código de Processo Penal, o agente se encontra em estado de flagrância enquanto durar a permanência. 2. A instauração de incidente de inconstitucionalidade do artigo 273, §§ 1º-A e 1º-B, I e V, do Código Penal, nesta segunda instância, esbarra na cláusula de reserva de Plenário (art. 97, CF), consagrada no verbete de Súmula vinculante n. 10 do Excelso Supremo Tribunal Federal. 3. Flagrado o réu em posse de arma de uso restrito, ocorre a inversão do ônus da prova, ou seja, necessariamente deve provar suas alegações, conforme os ditames do artigo 156 do Código de Processo Penal. 4. A nova situação criada pela Lei 11.706/08, com a redação do artigo 30, ao contrário do previsto na redação original, refere-se expressamente às armas de uso permitido, restando excluídas as armas de fogo ou munições de uso proibido ou restrito, isto é, a conduta do apelante é típica, enquadra-se no artigo 16 da Lei 10.826/03, não contemplada pela abolitio criminis temporária, insculpida nos artigos 30 e seguintes da Lei 10826/03. 5. Pratica o crime capitulado no art. 273, § 1º-B, incisos I, V e VI, do Código Penal, o agente que mantém em depósito medicamentos sem o competente registro, procedência ignorada e adquiridos de estabelecimentos ou pessoas físicas, sem licença da autoridade competente. 6. Pela quantidade e diversidade de medicamentos apreendidos demonstra que a conduta de ter em depósito não se deu por imprudência, negligência ou imperícia. 7. Para considerar negativa a análise de qualquer das circunstâncias judiciais deve haver fundamentação adequada ao caso concreto, não devendo o d. Magistrado aplicá-la de maneira genérica, a teor do disposto no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal. 8. Preliminares rejeitadas, recurso parcialmente provido. Maioria.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2008 03 1 007484-0; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 26/01/11; DJ 3, PÁG. 170).

365. PROCESSO PENAL - PRISÃO PREVENTIVA - HOMICÍDIO QUALI- FICADO - HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO - ORDEM PÚBLICA, GARANTIA

(Reg. Ac. 476.891). Relator: Des. Mario Machado. Impetrante e Paciente: Paulo Cesar Dourado de Sousa (Adv. Dr. Otávio L. F. Santos).

353 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Decisão: admitir e denegar a ordem. Unânime.

Habeas Corpus. Prisão preventiva. Homicídio qualificado. Periculosidade. Garantia da ordem pública. Denegação da ordem. Evidenciada por fatos concretos a periculosidade do paciente, a exigir sua constrição, não cabe a pretendida revogação da prisão preventiva. Trata-se de homicídio duplamente qualificado, ressaltada a gravidade concreta da conduta, empregados faca e instrumentos contundentes na prática do crime, tendo sido desferidos diversos golpes contra a vítima, causa determinante de sua morte. Funda-se, assim, a custódia do paciente na presença de elemento ensejador da prisão preventiva, garantia da ordem pública, havendo prova da existência do crime imputado e indícios suficientes da autoria, tendo sido oferecida e recebida a denúncia. Alicerça-se a constrição nos artigos 310, parágrafo único, 311 e 312 do Código de Processo Penal. Ordem denegada.

(HABEAS CORPUS Nº 2011 00 2 000432-6; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 11/02/11; DJ 3, PÁG. 140).

366. PROCESSO PENAL - QUEIXA-CRIME, REJEIÇÃO - PRONUNCIA- MENTO EM PLENÁRIO - IMUNIDADE PARLAMENTAR

(Reg. Ac. 469.970). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Requerente: Marcos de Alencar Dantas (Advs. Dr. Moisés José Marques e outros). Requerido: Rogério Ulysses Telles de Mello (Adv. Dr. Sanny Braga de Vasconcelos).

Decisão: rejeitada a queixa em decisão unânime.

Queixa-Crime. Imunidade parlamentar. Pronunciamento dentro do parlamento. Nexo com mandato. Rejeição. I - O pronunciamento exarado por deputado distrital durante sessão ordinária da Câmara Legislativa do DF está acobertado, de forma presumida, pela imunidade parlamentar material, prevista no art. 53 da CF e no art. 61 da LODF, notadamente se guarda relação com o mandato. II - Queixa-crime rejeitada.

(PETIÇÃO Nº 2010 00 2 009299-8; C. ESPECIAL; PUBL. EM 07/01/11; DJ 3, PÁG. 17).

367. PROCESSO PENAL - SENTENÇA DE PRONÚNCIA, CONFIR- MAÇÃO - TENTATIVA DE HOMICÍDIO - MATERIALIDADE, COMPROVAÇÃO - IN DUBIO PRO SOCIETATE

354 Direito Processual Penal

(Reg. Ac. 473.753). Relator: Des. Silvanio Barbosa dos Santos. Recorrentes: Andre de Sousa Santos e Sebastião de Sousa Santos (Adv. Dr. Valmir Alves de Carvalho). Recorrido: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: negar provimento. Unânime.

Penal e Processual Penal. Recurso em sentido estrito. Homicídio na modalidade tentada. Materialidade comprovada. Versões diversas sobre a dinâmica dos fatos. Indícios de autoria. In dubio pro societate. Impossibilidade de aprofundamento ou opção quanto a alguma versão apresentada. Necessidade de pronúncia. Dúvida razoável. Conselho de Sentença. Soberania de julgamento. Desclassificação. Não cabimento. Submissão ao Tribunal do Júri. Recurso desprovido. 1. O fundamento da decisão de impronúncia é a ausência de provas da existência do fato, bem como de elementos indicativos da autoria, o que não sói acontecer, no caso em apreço, pois há divergência e dúvidas sobre a versão dos fatos, assim, a pronúncia se impõe. 2. A desclassificação, descrita no artigo 419 do Código de Processo Penal, apenas é cabível quando a acusação por crime doloso é manifestamente inadmissível. 3. Recurso desprovido.

(RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Nº 2009 05 1 007273-3; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 21/01/11; DJ 3, PÁG. 229).

368. PROCESSO PENAL - SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCES- SO, CONCESSÃO - PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA, INVIABILIDADE - OFERECIMENTO DA PROPOSTA, ATRIBUIÇÃO DO MP

(Reg. Ac. 456.253). Relator: Des. Alfeu Machado. Recorrente: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Recorrida: Ivoneide Pereira de Araújo (Defensoria Pública).

Decisão: negar provimento. Unânime.

Recurso em Sentido Estrito. Decisão concessiva de suspensão condicional do processo. Recurso cabível. Preliminar rejeitada. Oferecimento da proposta do artigo 89 da Lei n.º 9.099/95. Atribuição exclusiva do órgão acusador. Prestação pecuniária. Princípio da legalidade. Violação. Prejuízo. Ausência de comprovação. Recurso conhecido e desprovido. 1. A decisão

355 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

que concede, nega ou revoga a suspensão condicional do processo, prevista no artigo 89 da Lei nº 9.099/95, desafia o recurso em sentido estrito, por interpretação analógica do artigo 581, inciso XI, do Código de Processo Penal. 2. O oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo é atribuição exclusiva do Ministério Público, no entanto, não se faz necessária a realização de audiência para tal. 3. A prestação pecuniária, por corporificar pena, depende de previsão legal para sujeitar alguém ao seu cumprimento. Desta forma, é inviável, à míngua de comando respectivo, impor, como condição da suspensão do processo, nos moldes do artigo 89 da Lei n° 9.099/95, prestação pecuniária. 4. Aceitas pela ré todas as condições oferecidas pelo representante ministerial, excluída somente aquela que não poderia figurar do rol, por ausência de previsão legal, não há que se falar em nulidade da decisão que decreta a suspensão condicional do processo. 5. Recurso desprovido.

(RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Nº 2007 08 1 007461-9; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 05/11/10; DJ 3, PÁG. 353).

369. PROCESSO PENAL - TRÁFICO NAS DEPENDÊNCIAS DE PRESÍ- DIO - SUBSTITUIÇÃO DA PENA, IMPOSSIBILIDADE - REQUI- SITOS, NÃO PREENCHIMENTO

(Reg. Ac. 466.560). Relatora Designada: Desa. Sandra De Santis. Apelante: Meirielle Damiana Francisco Ribeiro (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: desprover por maioria o recurso. Redigirá o acórdão a Revisora.

Apelação. Tráfico de substâncias entorpecentes nas dependências de estabelecimento prisional. Artigo 33 c/c o artigo 40, inciso III, da Lei 11.343/06. Redução máxima do art. 44 da LAT. Alteração de regime. Substituição. I. O quantum da pena não altera o regime, pois o artigo aplicado é o 2º, §1º, da Lei 8.072/9, que determina o cumprimento da reprimenda no inicialmente fechado. II. A substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos exige o cumprimento de determinados requisitos (art. 44 do CP) que não foram preenchidos. O benefício não é recomendável nos casos de tráfico de entorpecentes no interior de estabelecimento prisional. III. Negado provimento ao apelo.

356 Direito Processual Penal

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2009 01 1 123026-3; 1ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 02/12/10; DJ 3, PÁG. 238).

370. PROCESSO PENAL - VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA - TORTU- RA, CARACTERIZAÇÃO - DESCLASSIFICAÇÃO PARA MAUS- -TRATOS, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 474.027). Relator: Des. João Timóteo de Oliveira. Apelante: F. S. C. (Defensoria Pública - Defensor Dativo). Apelado: MPDFT.

Decisão: negar provimento. Unânime.

Penal e Processo Penal. Tortura. Condenação. Recurso do réu. Desclassificação para maus-tratos. Diminuição da pena. Exclusão da indenização. Recurso desprovido. 1. Se há provas suficientes de que o apelante submetia a criança vítima a intenso sofrimento físico e psicológico, sua conduta se subsume ao delito de tortura, e não de maus-tratos. 2. A fiança recolhida pelo réu condenado tem por objetivo assegurar o pagamento das custas, multa ou indenização do dano (artigo 336 do Código de Processo Penal). 3. Negado provimento ao recurso do réu.

(APELAÇÃO CRIMINAL Nº 2010 10 1 003183-5; 2ª T. CRIMINAL; PUBL. EM 21/01/11; DJ 3, PÁG. 245).

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09. Direito Tributário

Direito Tributário

371. TRIBUTÁRIO - AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO FISCAL - PARCELAMENTO, INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

(Reg. Ac. 467.752). Relator: Des. Mário-Zam Belmiro. Agravantes: Luiz Carlos Rosane e João Aloysio Carvalho Filho (Advs. Dr. Emmanuel Guedes Ferreira e outros). Agravado: Distrito Federal (Adva. Dra. Jaqueline Brito de Barros - Procuradora do DF).

Decisão: conhecer. Negar provimento ao recurso. Unânime.

Direito Tributário. Agravo de instrumento. Execução fiscal. Prescrição. Parcelamento. Causa de interrupção. Prevalência do Código Tributário Nacional sobre a Lei de Execução Fiscal. Honorários advocatícios compensados entre as partes. Decisão mantida. 1. Prevalece sobre a Lei 6.830/80, de natureza ordinária, o Código Tributário Nacional, recepcionado pela Constituição Federal com o status de lei complementar. 2. Nos termos do artigo 174, § único, inciso IV do Código Tributário Nacional, o pedido de parcelamento do débito interrompe o prazo prescricional. 3. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas. Inteligência do art. 21, caput, do Código de Processo Civil. 4. Recurso desprovido.

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2010 00 2 011867-7; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 07/12/10; DJ 3, PÁG. 209).

372. TRIBUTÁRIO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - ICMS - EVASÃO FISCAL - TARE, ILEGALIDADE

(Reg. Ac. 469.651). Relator: Des. Humberto Adjuto Ulhôa. Apelantes: Campeão Comércio e Representação Ltda. (Advs. Dra. Andréa Barra Cid e outros) e

361 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Distrito Federal (Adva. Dra. Leila Maria Ramos Dourado - Procuradora do DF). Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Decisão: conhecer. Preliminares rejeitadas. O Relator e o Revisor negam provimento ao recurso. O 1º Vogal pede vista.

Ação Civil Pública. Tributo. ICMS. Ilegalidade do TARE. Evasão fiscal. Defesa do patrimônio público. Legitimidade do Ministério Público. Adequação da via eleita e presença do interesse de agir. Mérito. Termo de Acordo e Regime Especial (TARE). Ilegalidade. Sentença mantida. 1. Incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, cabendo-lhe - entre outras funções institucionais - a promoção da ação civil pública para a defesa do patrimônio público (CF, art. 129, III). 2. A ação civil pública não se presta a impugnar tributação excessiva (interesses individuais dos contribuintes). Entretanto, é admissível o seu manejo quando o objetivo visado é a imposição do recolhimento integral de tributo devido, pois a receita tributária é patrimônio público (interesse difuso). 3. Reconhece- se a legitimidade do Ministério Público para ajuizar ação civil pública com vistas à anulação de Termos de Acordo de Regime Especial (TARE) supostamente ilegais. Questão de ordem julgada na c. STF. 4. Há interesse de agir quando, na ação civil pública, o Ministério Público alega que o ato administrativo impugnado é ilegal e causa prejuízos à livre concorrência, ao patrimônio público e aos particulares de forma difusa, sendo que a existência de maior ou menor arrecadação de ICMS é matéria de mérito. 5. “Reveste- se de ilegalidade o Termo de Acordo de Regime Especial - TARE - para o recolhimento de ICMS firmado entre o Distrito Federal e empresa privada, na medida em que concede benefício fiscal (crédito presumido) possibilitando a incidência do imposto sobre operações estimadas sem o respectivo acerto, a posteriori, dos exercícios tributários com base na escrituração regular do contribuinte. Afinal, não é dado ao gestor público conceder ‘descontos’ nas receitas tributárias da administração sob a forma dissimulada de ‘regimes especiais de apuração’. Como corolário lógico da nulidade do tare, tem-se o efeito ex tunc da decisão em que são devidos o ajuste e o pagamento da diferença existente entre o que foi efetivamente recolhido pelo contribuinte e o que deixou de ser arrecadado se o imposto (ICMS) tivesse sido calculado sob sua forma de apuração normal.” (Apelação Cível e Remessa de Ofício nº 2002 01 1 094501 2; Relator Desembargador J. J. Costa Carvalho; 2º Turma Cível). 6. Preliminares rejeitadas. Remessa e apelos não providos.

362 Direito Tributário

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 092308-3; 3ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/12/10; DJ 3, PÁG. 78).

373. TRIBUTÁRIO - BITRIBUTAÇÃO, DESCARACTERIZAÇÃO - CAR- TÃO DE CRÉDITO - TAXA DE ADMINISTRAÇÃO - ICMS, BASE DE CÁLCULO

(Reg. Ac. 478.181). Relator: Des. José Divino de Oliveira. Apelante: Polimport - Comércio e Exportação Ltda. (Advs. Dr. Benedicto Celso Benício e Dr. Benedito Celso Benicio Junior). Apelados: Subsecretário da Receita da Secretaria de Estado da Fazenda do Distrito Federal e Distrito Federal (Adva. Dra. Úrsula Figueiredo Munhoz - Procuradora).

Decisão: negou-se provimento. Unânime.

Apelação. Mandado de segurança. Direito tributário. ICMS. Base de cálculo. Despesas com taxa de administração (cartão de crédito, débito e vale alimentação). Incidência. I - O ICMS incide sobre o valor de venda da mercadoria, como tal considerado o preço constante da nota fiscal de venda do produto ao consumidor. Inteligência dos art. 12 e 13 da Lei Complementar nº 87, de 13.09.199. II - A administradora de cartão e o comerciante celebram contrato pelo qual a primeira adianta o preço pago pelo adquirente da mercadoria ao segundo, recebendo, como remuneração pelo serviço a este prestado, um valor denominado taxa de administração, cuja importância está sujeita à incidência do ISS. Já na relação jurídico- tributária entre o fornecedor e o adquirente do bem, a hipótese de incidência do ICMS é a saída da mercadoria do estabelecimento. Trata-se, portanto, de contribuintes e fatos geradores diversos, não havendo se falar em bitributação sobre idêntico fato gerador. III - Negou-se provimento ao recurso.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 045149-4; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/02/11; DJ 3, PÁG. 147).

374. TRIBUTÁRIO - CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO - DIS- TRATO - DIREITO REAL SOBRE BEM IMÓVEL, INOCORRÊNCIA

(Reg. Ac. 479.806). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Carlos Augusto Figueredo Salazar - Procurador do DF). Apelada:

363 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

TERRACAP - Companhia Imobiliária de Brasília (Advs. Dra. Bruna Ribeiro Ganem e outros).

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Direito Tributário. Agravo interno na apelação cível. Imposto sobre a transmissão de bens imóveis. Concessão de direito real de uso e posterior distrato. Negócios não registrados no cartório imobiliário. Transmissão e aquisição de direito real sobre bem imóvel. Inocorrência. Fato gerador do ITBI não configurado. Cláusula de reserva de plenário. Existência de pronunciamento do Conselho Especial sobre a questão. 1. É firme o entendimento desta egrégia Corte de Justiça no sentido de que o distrato de contrato de concessão de direito real de uso, quando ausente o registro imobiliário, não configura fato gerador do ITBI. 2. Nos termos do art. 1.227 do Código Civil, a transmissão de direitos reais sobre imóveis somente se opera, em regra, com o registro no cartório imobiliário. O registro é, pois, constitutivo do direito real sobre a coisa imóvel, de modo que, sem essa formalidade, não há se falar em transmissão de tal direito e, portanto, na ocorrência do fato gerador do ITBI. 3. Na linha do que dispõe o art. 481, parágrafo único, do CPC, os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão a arguição de inconstitucionalidade ao órgão especial se este já houver se pronunciado sobre a questão. 4. Agravo interno não provido.

(AGRAVO REGIMENTAL NO(A) APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 125399-4; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 15/02/11; DJ 3, PÁG. 50).

375. TRIBUTÁRIO - CONDOMÍNIO - CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINA- ÇÃO PÚBLICA, COBRANÇA - LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL N° 699/2004, APLICABILIDADE - COBRANÇA ANTERIOR A 1º/01/2005, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 459.115). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Luiz Felipe Bulus Alves Ferreira - Procurador do DF). Apelado: Condomínio Chácara 285 da Colônia Agrícola Vicente Pires (Advs. Dr. Luiz Ernane Salino Lemes e Dr. Arno Jerke Junior).

Decisão: conhecido. Deu-se parcial provimento. Unânime.

364 Direito Tributário

Processo Civil. Tributário. Contribuição de Iluminação Pública. Cobrança de condomínio. Possibilidade após mudança legislativa. A cobrança da Contribuição de Iluminação Pública (CIP) de condomínio somente se tornou possível após o advento da Lei Complementar Distrital nº 699/2004 que alterou o § 2º do art. 4º-A da Lei Complementar n.º 673/02, ante a modificação da definição de contribuinte, passando a ser a unidade consumidora constante do cadastro da concessionária de distribuição de energia elétrica, conforme regulamentação da Aneel. A cobrança da Contribuição de Iluminação Pública somente será devida a partir de 1º de janeiro de 2005, data em que a Lei Complementar 699/2004, publicada no DODF de 01/10/2004, passou a produzir efeitos. Resta vedada, portanto, a cobrança da CIP nas faturas anteriores àquela data. Recurso conhecido e parcialmente provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 103233-8; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 209).

376. TRIBUTÁRIO - CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA - CONDOMÍNIO, COBRANÇA - LEI COMPLEMENTAR Nº 699/2004, APLICABILIDADE

(Reg. Ac. 469.101). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Apelante: Condomínio do Bloco e da SQS 306 (Advas. Dra. Erika Fonseca Mendes e Dra. Lilia de Sousa Ledo). Apelado: Distrito Federal (Adva. Dra. Tatiana Ferreira Tamer Lyrio - Procuradora do DF).

Decisão: conhecer e dar provimento, unânime.

Processo Civil. Tributário. Contribuição de Iluminação Pública. Cobrança de condomínio. Possibilidade somente após o advento da Lei Complementar nº 699/2004. Repetição do indébito. Juros. Honorários. Inversão. Custas processuais. Isenção. I - Somente depois da entrada em vigor da Lei Complementar Distrital nº 699/2004, em 1º de janeiro de 2005, é que a cobrança da Contribuição de Iluminação Pública - CIP passou a ser devida pelos condomínios. II - É devida a repetição do indébito das Contribuições de Iluminação Pública pagas pelos condomínios em período anterior a 1º de janeiro de 2005. III - Tratando-se de repetição de indébito tributário, os juros incidem a partir do trânsito em julgado da decisão que determinar a

365 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

restituição. Inteligência do art. 167, parágrafo único, do Código Tributário Nacional. IV - Apelo provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2007 01 1 022533-8; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 70).

377. TRIBUTÁRIO - COOPERATIVA EDUCACIONAL - ISS, COBRAN- ÇA - ATOS MERCANTIS REALIZADOS COM TERCEIROS - DE- SONERAÇÃO TRIBUTÁRIA, IMPOSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 470.514). Relator: Des. Lecir Manoel da Luz. Apelante: Cooplem Cooperativa de Ensino Língua Estrangeira Moderna do Distrito Federal (Advs. Dr. Amilcar Barca Teixeira Junior e outros). Apelado: Distrito Federal (Advs. Dr. Marcelo Lavocat Galvão e Dra. Jaqueline Brito de Barros - Procuradores do DF).

Decisão: conhecer. Negar provimento. Unânime.

Declaratória. Cooperativa prestadora de serviços educacionais. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Lei n.º 5.764/71. Recurso desprovido. I - Segundo a Lei n.º 5.764/71, a finalidade da cooperativa é a prestação de serviços aos associados para o exercício de uma atividade comum, econômica, sem que tenha objetivo de lucro. É uma estrutura de prestação de serviços voltada ao atendimento de seus associados sem finalidade lucrativa (art. 3.º). II - O ato cooperativo consiste, tão somente, naquele decorrente de vínculo existente entre as cooperativas e seus associados. In casu, não vislumbro que a atividade da ora apelante esteja enquadrada nesse conceito legal. III - Portanto, se há atos mercantis realizados com terceiros e tais atos encontram-se elencados entre os serviços sujeitos à incidência do ISSQN, não há que falar em desoneração tributária.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 006320-4; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 10/01/11; DJ 3, PÁG. 113).

378. TRIBUTÁRIO - CRÉDITO TRIBUTÁRIO - PRECATÓRIO DE NATUREZA ALIMENTAR - COMPENSAÇÃO, DESCABIMENTO - REQUISITOS DA LC 52/97, DESATENDIMENTO

(Reg. Ac. 473.513). Relator: Des. Jair Soares. Apelantes: Cia Toy Brinquedos Ltda. Epp (Advs. Dr. Cleyton Soares Nogueira Menescal, Dr. Elvis Del Barco

366 Direito Tributário

Camargo e outros) e Distrito Federal (Adv. Dr. Tiago Streit Fontana - Procurador do DF). Apelados: os mesmos.

Decisão: deu-se provimento ao recurso do DF. Prejudicado o recurso da autora. Unânime.

Crédito Tributário. Compensação com precatórios de natureza alimentar. Litispendência. 1 - Se os pedidos não são idênticos, não há litispendência. 2 - Não se admite a compensação de débito tributário com crédito representado por precatório de natureza alimentar porque excluídos do parcelamento previsto no art. 78, caput e § 2º, do ADCT. 3 - O art. 78, do ADCT não é norma de eficácia plena. A compensação de que trata pressupõe lei específica, autorizando e disciplinando as hipóteses de compensação entre precatório e débito tributário. 4 - No âmbito do Distrito Federal, a compensação é disciplinada pela LC 52/97, posteriormente modificada pela LC 725/2006, que exige que os débitos tributários derivem de fatos geradores ocorridos até 31.12.2003, desde que declarados espontaneamente pelo contribuinte até 31.12.2004. 5 - Não atendidos os requisitos exigidos pela LC 52/97, descabida a compensação tributária. 6 - Apelação do réu provida. Apelação da autora prejudicada.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 121308-2; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 20/01/11; DJ 3, PÁG. 150).

379. TRIBUTÁRIO - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - DÉBITO TRIBUTÁRIO, PARCELAMENTO - REMISSÃO TRIBUTÁRIA, CRITÉRIOS

(Reg. Ac. 469.093). Relator: Des. Nívio Geraldo Gonçalves. Apelantes: Auto Mecânica São Bernardo Ltda., Izabel Cristina Sequeira Baessa e Bernardo Teixeira Baessa (Advs. Dr. Alexandre Garcia da Costa José Jorge e outros). Apelada: Fazenda Pública do Distrito Federal (Adv. Dr. Su Yun Yang - Procurador).

Decisão: conhecer, rejeitar a(s) preliminar(es) e, no mérito, negar provimento, unânime.

Processo Civil e Tributário. Apelação cível. Embargos à execução fiscal. Preliminar de não conhecimento do recurso. Parcelamento do débito

367 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

tributário. Impossibilidade de extinção dos embargos. Cerceamento de defesa. Indeferimento de provas. Preclusão. Impossibilidade de reabertura da fase instrutória. Taxa de fiscalização de uso de área pública prevista na Lei Complementar nº 336/2000. Remissão tributária. Lei Distrital nº 3.194/2003. Impossibilidade de concessão. Necessidade de pedido à autoridade administrativa. Artigo 150, § 6º, da Constituição Federal c/c art. 172 do Código Tributário Nacional. Recurso desprovido. I - A concessão de parcelamento administrativo do débito tributário após o ajuizamento da ação de execução fiscal e do despacho que determinou a citação do devedor não enseja a extinção do crédito tributário e, em face disso, da própria ação executiva, mas apenas a suspensão do feito até a quitação integral do débito, motivo pelo qual os embargos manejados pelo devedor não perdem o objeto, notadamente porque veiculam matéria de defesa. II - Não havendo a interposição do recurso cabível contra decisão que indefere a produção de provas, opera-se a preclusão, pelo que o pedido não pode ser renovado em sede de apelação, sobretudo se as provas postuladas não se prestam a demonstrar os fatos atinentes à solução da lide, cujo juízo de valor compete, soberanamente, ao magistrado. III - A concessão de remissão de crédito tributário depende da edição de lei específica e de deferimento, por despacho fundamentado, pela autoridade administrativa. Inteligência do artigo 150, § 6º, da Constituição Federal c/c o art. 172, caput, do Código Tributário Nacional. IV - Apelo desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 009374-6; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/12/10; DJ 3, PÁG. 68).

380. TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PARCELAMENTO DE DÉ- BITO - DESPACHO ORDENADOR DA CITAÇÃO, INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

(Reg. Ac. 459.120). Relatora: Desa. Ana Maria Duarte Amarante Brito. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Walfredo Frederico de S. Cabral Dias - Procurador do DF). Apelado: Sebastião Gonçalves da Cruz.

Decisão: conhecido. Deu-se provimento. Unânime.

Processual Civil. Tributário. Execução fiscal. Parcelamento de débito. Suspensão da exigibilidade. Interesse de agir. Permanência. Despacho

368 Direito Tributário ordenador da citação. Interrupção da prescrição. A Lei Complementar nº 104/2001 inseriu expressamente o parcelamento do débito tributário no rol do art. 151 do Código Tributário Nacional, elencando-o como uma das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. A suspensão de exigibilidade do crédito tributário gera para o Fisco o dever de abstenção de qualquer medida tendente a exigir o débito, uma vez que a certeza jurídica da obrigação é suspensa, em razão do advento de novas condições para o seu adimplemento, e se prolongará pelo prazo designado na norma que conceder o parcelamento. Esta modalidade de moratória, portanto, torna o crédito tributário temporariamente inexigível. Todavia, permanece o interesse de agir da Fazenda Pública, no que concerne à execução fiscal proposta antes da concessão do parcelamento, ressaltando-se, apenas, que, nesse caso, a execução deve ficar suspensa, aguardando o cumprimento integral da obrigação ou eventual inadimplemento por parte do devedor. (“O parcelamento de débito tributário não implica a extinção da execução fiscal, porquanto não tem o condão de extinguir a obrigação, o que só se verifica após a quitação do débito. Desse modo, o parcelamento apenas enseja a suspensão da execução fiscal.” - Resp 504631/PR). O Código de Processo Civil, em seu artigo 792, estabelece, para as execuções em geral, que, “convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo credor, para que o devedor cumpra voluntariamente a obrigação”. O parágrafo único do mesmo artigo corrobora esse entendimento, ao preceituar que, “findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo retomará seu curso”. As normas do Código de Processo Civil podem incidir, por analogia, às execuções de natureza tributária, tendo em vista que o artigo 1º da Lei 6.830/80, que dispõe sobre a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública, autoriza a aplicação subsidiária daquele diploma processual às execuções fiscais. Evidenciado o interesse de agir da Fazenda Pública durante o parcelamento administrativo concedido no curso da execução fiscal, permanecem íntegros, via de consequência, todos os efeitos do despacho ordenador da citação, inclusive a interrupção da prescrição, a teor do que dispõe o artigo 174, parágrafo único, inciso I, do Código Tributário Nacional. Apelo conhecido e provido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 108358-3; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 04/11/10; DJ 3, PÁG. 219).

369 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

381. TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - DÉBITO TRIBUTÁRIO - PARCELAMENTO ANTES DA CITAÇÃO - PRESCRIÇÃO, IN- TERRUPÇÃO

(Reg. Ac. 469.803). Relator: Des. Flavio Rostirola. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Walfredo Frederico de S. Cabral Dias - Procurador do DF). Apelado: Manoel Pereira Ferreira.

Decisão: conhecer e negar provimento, por maioria.

Tributário e Processual Civil. Execução fiscal. Parcelamento dos débitos tributários antes da citação do executado. Relação processual não efetivada. Ausência de interesse processual. Extinção do executivo fiscal. Prazo prescricional. Causas de interrupção. Parcelamento. 1. Constituindo o parcelamento uma causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151, VI, do Código Tributário Nacional, e estando a Fazenda Pública recebendo o seu crédito sem resistência do executado - que não tem sequer conhecimento desse processo -, inviável manter o executivo fiscal se o fim último deste já está sendo alcançado administrativamente. Falta interesse processual à apelante. 2. O parcelamento, como um ato inequívoco de reconhecimento do débito pelo devedor, interrompe o prazo prescricional, tal como disposto no artigo 174, parágrafo único, IV, do CTN, não havendo que se falar, por isso mesmo, em risco de perecimento dos créditos fazendários. 3. Na linha do que já decidiu esta egrégia 1ª Turma Cível, a suspensão da execução em razão da convenção das partes só tem lugar quando a ação está em curso, o que, em se tratando de demanda judicial, só ocorre com a formalização da citação - momento em que se aperfeiçoa a relação processual -, situação inocorrente na espécie. 4. Negou-se provimento ao apelo, mantendo-se íntegra a r. sentença hostilizada.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 097803-5; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 16/12/10; DJ 3, PÁG. 81).

382. TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - CITAÇÃO, NÃO FORMALI- ZAÇÃO - DÉBITO FISCAL - PARCELAMENTO ADMINISTRATIVO

(Reg. Ac. 471.760). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelante: Distrito Federal (Advs. Dr. Su Yun Yang e Dr. Rafael Santos de Barros e Silva - Procurador do DF). Apelado: Paulo Severino de Alcantara.

370 Direito Tributário

Decisão: conhecer e negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Execução Fiscal. Citação. Não formalização. Débito fiscal. Despacho que ordena citação. Parcelamento administrativo. Interrupção da prescrição. (art. 174, parágrafo único, incisos I e IV, do CTN). Suspensão da exigibilidade. (art. 151, VI, do CTN). Falta de interesse processual. Ocorrência. Se ainda não houve a citação inicial e foi noticiada a ocorrência de parcelamento administrativo da dívida fiscal, fato este confirmado pelo Distrito Federal, correto o reconhecimento da falta superveniente do interesse processual na ação de execução fiscal, em razão de ser inútil e desnecessária a ocorrência de citação válida no processo, com vistas à interrupção da prescrição para a cobrança do débito, em virtude de já se encontrar paralisada a fluência do prazo prescricional pelo despacho que ordenou a citação (inciso I do parágrafo único do art. 174 do CTN, com a redação dada pela Lei Complementar nº 118/2005) e pelo posterior parcelamento, que constitui ato inequívoco de reconhecimento da dívida fiscal, nos termos do disposto no inciso IV do parágrafo único do art. 174 do Código Tributário Nacional. A suspensão da execução em razão da convenção das partes só é possível quando a ação estiver em curso (art. 792, CPC), uma vez que somente se pode suspender aquilo que já se encontra em andamento, o que, em se tratando de demanda judicial, somente se verifica nos casos em que já foi formalizada a citação, com o aperfeiçoamento da relação jurídica processual.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 113529-4; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 11/01/11; DJ 3, PÁG. 272).

383. TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO, INTER- RUPÇÃO - CONFLITO DE NORMAS - CITAÇÃO DO DEVEDOR, VALIDADE

(Reg. Ac. 472.935). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Apelante: Distrito Federal (Fazenda Pública) (Adv. Dr. Iran Machado Nascimento - Procurador do DF). Apelado: José Alves Toscano (Defensoria Pública).

Decisão: negar provimento ao recurso, maioria.

Tributário. Execução fiscal. Prescrição. Causas interruptivas. Conflito entre as normas do art. 8º, §2º, da Lei n.º 6830/1980, e do art. 174, parágrafo

371 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

único, inciso I, do CTN, segundo a redação anterior à Lei Complementar n.º 118/2005. Prevalência da segunda. Interrupção da prescrição. Citação válida do devedor. Demora na citação imputável ao exequente. Inaplicabilidade do enunciado n.º 106, da Súmula do STJ. 1. “Para as execuções fiscais de créditos tributários propostas antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, somente a citação pessoal do devedor constitui causa apta a interromper a prescrição, não se aplicando o art. 8º, §2º, da Lei nº 6.830/1980, que prevê que o despacho do juiz que determinar a citação a interrompe. Tal ilação deflui do fato de ter o Código Tributário Nacional status de lei complementar, devendo, pois, prevalecer sobre as disposições da Lei de Execuções Fiscais, que possui natureza ordinária” (19990110608156APC, Relator Romeu Gonzaga Neiva, 5ª Turma Cível, julgado em 24/02/2010, DJ 11/03/2010 p. 135). 2. Se a demora na citação do devedor não decorreu de falhas do Poder Judiciário, mas sim da incapacidade do exequente de declinar o endereço onde o executado poderia ser encontrado, e se a citação por edital foi requerida quase cinco anos após o transcurso do prazo prescricional previsto no art. 174, do CTN, não pode ser aplicado o enunciado n.º 106, da Súmula do STJ. 3. Apelo improvido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2010 01 1 008424-1; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 18/01/11; DJ 3, PÁG. 123).

384. TRIBUTÁRIO - ICMS - COMPRA E VENDA DE PRODUTOS FAR- MACÊUTICOS - FRAUDE, NÃO COMPROVAÇÃO

(Reg. Ac. 463.624). Relator: Des. Antoninho Lopes. Apelante: Drogaria Trevo SOS Ltda. (Advs. Dr. Nascimento Alves Paulino e outros). Apelada: Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos S/A (Advs. Dr. Helio Gil Gracindo Filho, Dra. Giselle Crosara Lettieri Gracindo, Dr. José Alejandro Bullon e outros).

Decisão: negar provimento ao recurso, unânime.

Processual Civil e Tributário. ICMS. Compra e venda de produtos farmacêuticos. Responsabilidade tributária. Fraude na emissão de notas fiscais. Não comprovação. 1. “A necessidade da produção de prova em audiência há de ficar evidenciada para que o julgamento antecipado da lide implique em cerceamento de defesa” (CF. STF/RE nº 10.1171, Ministro Francisco Rezek, in RTJ 115/789). 2. De acordo com o Convênio ICMS

372 Direito Tributário

76/94, em hipóteses de compra de mercadorias em outro estado, o tributo deve ser recolhido antecipadamente, no ingresso dos medicamentos no território do Distrito Federal, cabendo ao adquirente tal diligência. 3. Não se desincumbindo a parte do ônus de provar os fatos constitutivos do seu direito (art. 333/I do CPC), não há como se aceitar a alegação de que houve fraude na emissão de notas fiscais ou, ao menos, que as mercadorias adquiridas são de origem da filial da empresa ré situada no Distrito Federal. 4. Recurso desprovido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 083116-8; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 22/11/10; DJ 3, PÁG. 170).

385. TRIBUTÁRIO - IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS - LEI COMPLEMEN- TAR Nº 687/03 - FIXAÇÃO DE ALÍQUOTAS, CRITÉRIOS - PRIN- CÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS

(Reg. Ac. 460.518). Relator: Des. Romeu Gonzaga Neiva. Apelante: Cinemark Brasil SA. (Adv. Dr. Max Rezende Braga). Apelado: Distrito Federal (Adv. Dr. Márcio Wanderley de Azevedo - Procurador do DF).

Decisão: conhecer. Dar parcial provimento. Unânime.

Tributário. Imposto sobre Serviços (ISS). Distrito Federal. Alíquotas. LC nº 687/03. Decreto nº 16.128/94 revogado pelo Decreto nº 25.508/05. Inexigibilidade do crédito tributário relativo ao imposto na alíquota de 5% nos exercícios de 2004 e 2005. Princípio da irretroatividade das leis. CF, art. 150, III, b. Tributo indireto. Necessidade de prova da não repercussão. CTN, art. 166. 1. A CF/88, em seu artigo 156, cuja redação foi dada pela Emenda Constitucional nº 03/93, prevê que compete aos municípios instituir o ISS, porém atribuiu à lei complementar fixar as alíquotas máximas. 2. A LC nº 687/03 estabeleceu normas genéricas de fixação da alíquota máxima de 5%, nos moldes estabelecidos pela Lei Complementar Federal nº 116/03. 3. Não revogando expressamente o Decreto 16.128/94, permanece este em vigor até a regulamentação da exação, com as novas alíquotas, por meio do Decreto nº 25.508/05. 4. A Lei Distrital em comento tratou de revogar o Decreto- Lei nº 82, de 26 de dezembro de 1966, em especial as alíneas ‘d’, ‘e’ e ‘f’ do inciso I do art. 93, que previa alíquota diversa daquela que vinha sendo aplicada no âmbito do Distrito Federal, estabelecida, posteriormente, pelo

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Decreto nº 16.128/94. 5. Não se trata de hierarquia das normas, na medida em que, somente com o Decreto nº 25.508/2005, houve a regulamentação do Imposto sobre Serviços, que estabeleceu novas alíquotas, propiciando as condições adequadas ao pleno cumprimento da LC nº 687/03. 6. “Não podem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cobrar tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou” (CF, art. 150, III, “b”). 7. A comprovação da ausência de repasse do encargo financeiro correspondente ao tributo, nos moldes do art. 166 do CTN e das Súmulas 71 e 546 do STF, é exigida nas hipóteses em que se pretende a compensação ou restituição de tributos indiretos. 8. Recurso parcialmente provido. Unânime.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 029914-0; 5ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/11/10; DJ 3, PÁG. 233).

386. TRIBUTÁRIO - IPTU - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA - IGREJA EVANGÉLICA

(Reg. Ac. 461.408). Relator: Des. Arnoldo Camanho de Assis. Apelante: Distrito Federal (Adv. Dr. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto - Procurador do DF). Apelada: Igreja do Evangelho Quadrangular (Adv. Dr. Mario Barbosa Machado).

Decisão: apelação e remessa desprovidas. Maioria.

Imunidade Tributária. IPTU. Igreja evangélica. Desnecessidade de implemento das condições estabelecidas em lei hierarquicamente inferior. Imóveis temporariamente desocupados e colocados à venda. Concessão do benefício. 1. A imunidade prevista no art. 150, inciso VI, alínea “b”, § 4.º, da CF, não se submete ao implemento de qualquer condição fixada em lei hierarquicamente inferior. 2. Estando comprovado o fato gerador do IPTU, isto é, a propriedade dos imóveis, o fato de os mesmos encontrarem-se temporariamente desocupados e colocados à venda, não tem o condão de afastar a imunidade pleiteada, eis que esta abrange todo o patrimônio da entidade religiosa, e não apenas o local destinado aos cultos. 3. Remessa de ofício improvida. Recurso improvido.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005 01 1 093570-5; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 12/11/10; DJ 3, PÁG. 92).

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387. TRIBUTÁRIO - IPTU/TLP, DESCABIMENTO - IMÓVEL DA UNIÃO - CONCESSÃO DE USO

(Reg. Ac. 477.852). Relator Designado: Des. Fernando Habibe. Apelantes: Disbrave Aeroporto Distribuidora Brasília de Veículos S/A (Advs. Dr. Germano Cesar de Oliveira Cardoso e outros) e Distrito Federal (Adv. Dr. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto - Procurador do DF). Apelados: os mesmos.

Decisão: negar provimento ao recurso do Distrito Federal e à remessa oficial e dar provimento ao recurso da Disbrave, por maioria, nos termos do voto do Revisor, que redigirá o acórdão.

Apelação Cível. Mandado de segurança. Tributário. IPTU/TLP. Imóvel pertencente à União. Contrato de concessão de uso. A posse de imóvel público exercida por particular em virtude de contrato de concessão de uso, porque precária e destituída de animus domini, não gera para ele a obrigação tributária pelo pagamento do IPTU nem da TLP, pelos quais deve responder, quando devido, o titular do domínio útil ou o possuidor por direito real.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009 01 1 038914-9; 4ª T. CÍVEL; PUBL. EM 09/02/11; DJ 3, PÁG. 117).

388. TRIBUTÁRIO - ISS - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - SERVIÇO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA - ICMS, INCIDÊNCIA

(Reg. Ac. 472.104). Relatora: Desa. Carmelita Brasil. Apelantes: Alumi Publicidades Ltda. (Advs. Dr. Luciano Correia Matias Alves e outros) e Distrito Federal (Advs. Dr. Tiago Streit Fontana e Dr. Luís Eduardo Correia Serra - Procuradores do DF). Apelados: os mesmos.

Decisão: conhecer. Negar provimento aos recursos. Unânime.

Tributário. Repetição de indébito. ISS. Prova de haver suportado o pagamento do encargo. A restituição de tributos que comportem por sua própria natureza transferência do respectivo encargo financeiro, somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-lo, consoante dispõe o art. 166 do CTN. O serviço

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de publicidade e propaganda está sujeito à incidência do ICMS e não do ISS. Precedentes do STJ.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006 01 1 071174-0; 2ª T. CÍVEL; PUBL. EM 14/01/11; DJ 3, PÁG. 54).

389. TRIBUTÁRIO - MEDIDA CAUTELAR SATISFATIVA - CAUÇÃO REAL - CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA, POSSIBILIDADE

(Reg. Ac. 474.170). Relator Designado: Des. José Divino de Oliveira. Apelantes: Rodoviário União Ltda. (Advs. Dr. Anísio Batista Madureira e outros) e Distrito Federal (Adva. Dra. Marta Blom Chen Yen - Procuradora do DF). Apelados: os mesmos.

Decisão: negou-se provimento aos recursos e a remessa oficial, por maioria. Vencido o Relator. Redigirá o acórdão o Revisor.

Tributário. Processo civil. Medida cautelar. Satisfativa. Caução real. Certidão positiva com efeitos de negativa. Possibilidade. Ação de conhecimento. Crédito tributário. Aquisição de combustível e derivados de petróleo em outra unidade da Federação. Não recolhimento. Autos de infração. Nulidade. I - Tratando-se de medida cautelar de cunho marcadamente satisfativo, revela-se desnecessário o ajuizamento de demanda principal. II - O processo cautelar possui individualidade própria, isto é, tem uma demanda, uma relação processual, um objeto e um provimento final, que lhe são próprios. Por essa razão, diz-se que a acessoriedade cautelar não lhe retira a autonomia. III - O colendo Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de ser possível ao contribuinte, após o vencimento da sua obrigação e antes da execução fiscal, garantir o juízo de forma antecipada, para o fim de obter certidão positiva com efeito de negativa. IV - Por força do art. 34, § 8º, do ADCT, o Convênio ICM nº 66/1988 constitui sucedâneo constitucional de lei complementar, não havendo razões para sustentar violação ao princípio da legalidade ou da anterioridade tributária, por terem os fatos geradores do tributo em questão ocorridos antes da edição da Lei Complementar Federal nº 87, de 13 de setembro de 1996, e da Lei Complementar Distrital nº 1.254, de 8 de novembro de 1996. Precedentes. V - No período de vigência do Convênio ICMS 66/88, inexistia direito de aproveitamento de crédito para as

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operações de entrada de bens destinados a consumo, conforme art. 31, II, 1ª parte, do referido ato normativo. Precedentes. VI - Inaplicável a imunidade tributária de que trata o art. 155, § 2º, inciso X, da Constituição Federal, porquanto instituída para beneficiar o estado de destino dos produtos, e não ao consumidor final. VII - Não há violação ao contraditório, a ensejar nulidade do auto de infração, se os fatos geradores foram devidamente identificados, tendo sido indicada a legislação pertinente, possibilitando o conhecimento dos termos da notificação para se defender, máxime se verificada a efetiva promoção da defesa na instância administrativa. VIII - Não há se falar em substituição tributária se não houve prévio recolhimento do tributo na origem, em virtude de liminar. IX - É nulo o ato do Secretário da Fazenda e Planejamento do DF que, nos autos de processo administrativo, reforma decisão proferida pelo Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais. Precedentes. X - Negou-se provimento aos recursos e à remessa oficial.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 116736-7; 6ª T. CÍVEL; PUBL. EM 27/01/11; DJ 3, PÁG. 131).

390. TRIBUTÁRIO - TARE - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - DEFESA DO PA- TRIMÔNIO PÚBLICO - MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE ATIVA

(Reg. Ac. 475.797). Relator: Des. Natanael Caetano. Apelante: Distrito Federal (Adva. Dra. Tatiana Ferreira Tamer Lyrio - Procuradora do DF). Apelados: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e PAI - Produtos Alimentícios Ideal Ltda.

Decisão: conhecer, rejeitar a(s) preliminar(es) e, no mérito, negar provimento, nos termos do voto do e. Relator, unânime.

Constitucional. Tributário. Processual civil. Termo de Acordo de Regime Especial. TARE. Preliminar de falta de interesse recursal do Distrito Federal e ilegitimidade ativa do Ministério Público. Rejeição. Defesa do patrimônio público. Legitimidade ativa do Ministério Público. Cabimento da ação civil pública. Anulação do TARE. Concessão indevida de benefícios fiscais. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. É reconhecida a legitimidade do Ministério Público para ajuizar ação civil pública quando o interesse em voga é a defesa do patrimônio público do Distrito Federal, ainda que a demanda

377 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

tenha como pano de fundo as políticas implementadas pela Administração na chamada “guerra fiscal” (STF - RE nº 576.155/DF). Em sede de ação civil pública é possível a discussão acerca de questão constitucional quando esta não for o pedido principal, sem que isto resulte na inadequação da via eleita. A revogação da Lei Distrital nº 2.381/99 pela Lei nº 4.100, de 29 de fevereiro de 2008 não interfere na presente demanda, pois, além da distinção entre os pedidos iniciais deduzidos na referida ação direta de inconstitucionalidade e na presente ação civil pública, deve-se considerar que a lei revogada produziu efeitos concretos nas relações jurídicas consolidadas durante a sua vigência. Patente a concessão de benefício fiscal, por meio do TARE, na modalidade de crédito presumido, sem a celebração de convênio entre os estados-membros, com violação do pacto federativo. Julgamento pelo Supremo da ACO 541-1/DF.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004 01 1 094826-7; 1ª T. CÍVEL; PUBL. EM 01/02/11; DJ 3, PÁG. 72).

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378 ÍNDICES

01. Alfabético

Índice Alfabético

Título Ementa

A

ABANDONO DA CAUSA POR MAIS DE 30 DIAS. INTIMAÇÃO DA AUTORA E DO ADVOGADO. INTIMAÇÃO POR ATO DE SERVIDOR. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, POSSIBILIDADE...... 283 ABANDONO DE CARGO PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO. VANTAGENS PATRIMONIAIS NÃO PRESCRITAS. RECEBIMENTO, CRITÉRIOS...... 1 ABOLITIO CRIMINIS, INVIABILIDADE. POSSE DE ARMA DE USO RESTRITO. MEDICAMENTOS SEM PROCEDÊNCIA, MANUTENÇÃO EM DEPÓSITO...... 364 ABONO DE PERMANÊNCIA, MOMENTO DA PERCEPÇÃO. APOSEN- TAÇÃO, INTEGRAÇÃO DOS REQUISITOS. VERBA DE NATUREZA REMUNERATÓRIA. IMPOSTO DE RENDA, INCIDÊNCIA...... 2 ABSOLVIÇÃO. MEDIDA RESTRITIVA, DESOBEDIÊNCIA. DOLO, INE- XISTÊNCIA. TEORIA FINALISTA DA AÇÃO, APLICABILIDADE...... 246 ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO. EXTORSÃO, DESCARACTERIZAÇÃO. DÍVIDA DE PROGRAMAS SEXUAIS...... 230 ABSOLVIÇÃO DO RÉU. TENTATIVA DE ESTUPRO EM QUARTO DE MOTEL. VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, INEXISTÊNCIA. CON- JUNTO PROBATÓRIO, INSUFICIÊNCIA...... 264 ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS. ROUBO QUALIFICADO. OR- DEM DE PERGUNTAS, INVERSÃO. CONCURSO FORMAL...... 261 ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE, IM- POSSIBILIDADE...... 270 ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. TRÁFICO DE DROGAS EM INTE- RIOR DE PRESÍDIO. DESCLASSIFICAÇÃO, DESCABIMENTO. MAUS ANTECEDENTES, NÃO CONFIGURAÇÃO...... 268 ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. RESISTÊNCIA E CORRUPÇÃO DE MENORES. AUTORIA E MATERIALIDADE, COMPROVAÇÃO...... 252 ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. PENAS, REDIMENSIONAMENTO...... 273

383 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

ABUSO DE AUTORIDADE, CONFIGURAÇÃO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. DANOS MORAIS. INVASÃO DE DOMICÍLIO POR POLICIAIS...... 175 ABUSO DE DIREITO, VEDAÇÃO. OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA. PO- DER FAMILIAR. DEVER DE SUSTENTO, CRITÉRIOS...... 150 AÇÃO ACIDENTÁRIA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. JUROS DE MORA, CRITÉRIOS...... 297 AÇÃO AFIRMATIVA. SISTEMA DE COTAS, CRITÉRIOS. ALUNO BOLSISTA DE ESCOLA PARTICULAR...... 200 AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ÁREA PÚBLICA TOMBADA, OCUPAÇÃO IR- REGULAR. LEI DISTRITAL Nº 754/94, DECLARAÇÃO DE INCONSTI- TUCIONALIDADE...... 11 AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. OBRIGAÇÕES DE FA- ZER E NÃO FAZER. MULTA POR DESCUMPRIMENTO...... 65 AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO À SAÚDE. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, IMPOSSIBILIDADE...... 289 AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ICMS. EVASÃO FISCAL. TARE, ILEGALIDA- DE...... 372 AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INVASÃO DE ÁREAS PÚBLICAS. QUADRAS COMERCIAIS DO PLANO PILOTO. INDENIZAÇÃO POR DANOS AO MEIO AMBIENTE E AO PATRIMÔNIO, DESCABIMENTO...... 66 AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TARE. DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO. MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE ATIVA...... 390 AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONTRATO DE GESTÃO. DISPENSA DE LI- CITAÇÃ DE CONCURSO PÚBLICO. DESVIO DE FINALIDADE, NÃO DEMONSTRAÇÃO...... 12 AÇÃO COLETIVA PROMOVIDA POR SINDICATO. EXECUÇÃO EM DESFAVOR DA FAZENDA PÚBLICA. PRECATÓRIO, SUJEIÇÃO...... 321 AÇÃO CONTRA GENITORA DA MENOR. PRESTAÇÃO DE CONTAS. MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE. IMÓVEL ALIENADO PARA AQUISIÇÃO DE OUTRO, DESCUMPRIMENTO...... 159

384 Índice Alfabético

Título Ementa

AÇÃO CONTRA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. COMPETÊNCIA DA VARA DA FA- ZENDA PÚBLICA...... 306 AÇÃO DE DESPEJO. ADQUIRENTE DE IMÓVEL LOCADO. LEI DE LO- CAÇÕES, APLICABILIDADE. REQUISITOS, PREENCHIMENTO...... 67 AÇÃO DECLARATÓRIA. DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES. TI- TULAR DO PLANO DE SAÚDE, OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO...... 68 AÇÃO DECLARATÓRIA. DESAFETAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA. BE- COS DO GAMA...... 298 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS DISTRITAIS. OCUPAÇÃO E USO DO SOLO. INICIATIVA DE PARLAMENTARES, INCONSTITUCIONALIDADE...... 201 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS DISTRITAIS NºS 4.081/08 E 4.249/08. ENTIDADES PRIVADAS COMO ORGANIZA- ÇÕES SOCIAIS, QUALIFICAÇÃO. CONTRATO DE GESTÃO...... 202 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, IMPROCEDÊNCIA. DESAFETAÇÃO E ALTERAÇÃO DE USO DE ÁREAS PÚBLICAS. CON- SULTA PRÉVIA À POPULAÇÃO, EXIGÊNCIA MITIGADA...... 203 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, IMPROCEDÊNCIA. LEI DISTRITAL 4.233/2008. CONVÊNIO ENTRE ESTADOS E DISTRI- TO FEDERAL. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA DE ICMS...... 204 AÇÃO EM ESTÁGIO AVANÇADO. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E JUIZADO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. APENSAMENTO A FEITO EM OUTRA VARA, IMPOSSI- BILIDADE...... 352 AÇÃO PENAL, PROPOSITURA. CRIMES FUNCIONAIS. INQUÉRITO POLICIAL, PRESCINDIBILIDADE. INSERÇÃO DE DADOS EM SISTE- MA DE INFORMAÇÃO...... 224 AÇÃO POPULAR. PUBLICIDADE INSTITUCIONAL. PROMOÇÃO PESSOAL, DESVIO DE FINALIDADE. LESÃO, CONFIGURAÇÃO...... 13 AÇÃO PROPOSTA APÓS SEPARAÇÃO, POSSIBILIDADE. SEPARA- ÇÃO CONSENSUAL, CONVERSÃO EM DIVÓRCIO. ALIMENTOS PARA EX-MULHER...... 183

385 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

ACESSO A IMAGEM DE CELULAR ALHEIO. DANO MORAL. ENVIO DE MENSAGENS COM CONTEÚDO OBSCENO...... 95 ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. REPARAÇÃO DE DANOS ESTÉTI- COS E MORAIS. ACIONAMENTO DE AIRBAG...... 165 ACIDENTE DE TRABALHO. HOMICÍDIO CULPOSO. TREINAMENTO OBRIGATÓRIO, NÃO FORNECIMENTO. EMPREGADOR, RESPON- SABILIDADE...... 240 ACIDENTE DE TRABALHO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE. INSS...... 277 ACIDENTE DE TRÂNSITO. AGENTE DO DFTRANS, ENVOLVIMEN- TO. DISTRITO FEDERAL, ILEGITIMIDADE PASSIVA...... 284 ACIDENTE DE TRÂNSITO. HOMICÍDIO CULPOSO. PENAS, APLICA- ÇÃO CUMULATIVA. SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR...... 241 ACIDENTE DE TRÂNSITO. SEMÁFORO DANIFICADO. REPARAÇÃO INTEGRAL DO EQUIPAMENTO, INVIABILIDADE. DANOS ALEGA- DOS, NÃO COMPROVAÇÃO...... 54 ACIDENTE DE TRÂNSITO. ÔNIBUS INTERESTADUAL. TETRAPLE- GIA. QUANTUM, MAJORAÇÃO...... 55 ACIDENTE DE TRÂNSITO. SEGURO DPVAT. CÔNJUGE SOBREVI- VENTE, BENEFICIÁRIO ÚNICO. DIREITO INTERTEMPORAL...... 180 ACIDENTE DE TRÂNSITO. DANO MATERIAL. COLISÕES SUCESSI- VAS...... 90 ACIDENTE DE TRÂNSITO. COBRANÇA SECURITÁRIA. MORTE DO SEGURADO. INDENIZAÇÃO, CABIMENTO...... 77 ACIDENTE DE TRÂNSITO COM MORTE. FATO OCORRIDO EM 2001. PERÍCIA REALIZADA EM MINAS GERAIS. TEMPUS REGIT ACTUM... 56 ACIONAMENTO DE AIRBAG. REPARAÇÃO DE DANOS ESTÉTICOS E MORAIS. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO...... 165 AÇÕES PREFERENCIAIS. VENDA NÃO AUTORIZADA. INSTITUI- ÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA. VALORES, RESTITUIÇÃO...... 69

386 Índice Alfabético

Título Ementa

ACORDO DE ALIMENTOS. PARENTES COLATERAIS DE TERCEIRO GRAU. CARÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL...... 57 ACORDO JUDICIAL. ANULAÇÃO DE CLÁUSULA. DIREITO INTER- TEMPORAL. LEGISLAÇÃO NOVA, APLICAÇÃO...... 58 ACORDO REFERENDADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. ALIMEN- TOS, EXECUÇÃO. TÍTULO EXECUTIVO HÁBIL...... 292 ACUMULAÇÃO DE CARGOS. PROFESSOR NO DF E EM GOIÁS. COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS, COMPROVAÇÃO...... 3 ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS, CRITÉRIOS. SERVIDOR PÚ- BLICO DE SAÚDE. JORNADA DE TRABALHO SUPERIOR A 60 HO- RAS SEMANAIS. HORÁRIO, COMPATIBILIDADE...... 48 ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS, LEGALIDADE. PROVEN- TOS DE APOSENTADORIA. MÉDICO DA SECRETARIA DE SAÚDE E PERITO MÉDICO LEGISTA DA POLÍCIA CIVIL...... 4 ACUMULAÇÃO DOS OFÍCIOS DE NOTAS E PROTESTO DE TÍTU- LOS EM BRASÍLIA, PREVISÃO LEGAL. MANDADO DE SEGURANÇA. DISTRIBUIÇÃO DE PROTESTOS A DETERMINADOS CARTÓRIOS, INDEFERIMENTO...... 334 ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE, NÃO CUMULATIVIDADE. SERVIDOR DO SLU. JORNADA DE TRABALHO, POSSIBILIDADE DE AUMENTO. DISCRICIONARIEDADE DA ADMI- NISTRAÇÃO...... 45 ADICIONAL DE COLETA DE ESGOTO. COBRANÇA INDEVIDA. CRI- TÉRIO DE AFERIÇÃO, INCONSISTÊNCIA...... 59 ADJUDICAÇÃO DO IMÓVEL. SEPARAÇÃO. CONSTRUÇÃO EM TER- RENO. INDENIZAÇÃO, IMPROCEDÊNCIA...... 182 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA DO DISTRITO FEDERAL. CARTÃO BRB S/A. COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL...... 300 ADQUIRENTE DE IMÓVEL LOCADO. AÇÃO DE DESPEJO. LEI DE LO- CAÇÕES, APLICABILIDADE. REQUISITOS, PREENCHIMENTO...... 67 AFOGAMENTO DE ESCOTEIRO. HOMICÍDIO CULPOSO. DEVER DE CUIDADO, INOBSERVÂNCIA. PENA-BASE, REDIMENSIONAMENTO.... 242

387 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

AGÊNCIA DE VIAGENS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. GREVE DOS CONTROLADORES DE VOO. FATO DE TERCEIRO, NÃO CONFIGURAÇÃO...... 61 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. MANDADO DE SEGURANÇA. ÁREA RESIDENCIAL DO CANDIDATO, DELIMITAÇÃO...... 31 AGENTE DO DFTRANS, ENVOLVIMENTO. ACIDENTE DE TRÂNSI- TO. DISTRITO FEDERAL, ILEGITIMIDADE PASSIVA...... 284 AGRAVO DE INSTRUMENTO. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. APU- RAÇÃO DE HAVERES, DESCABIMENTO...... 285 AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROFESSORA TEMPORÁRIA. LICEN- ÇA-MATERNIDADE, POSSIBILIDADADE...... 286 AGRAVO DE INSTRUMENTO. RELAÇÃO DE CONSUMO. FORO DO DOMICÍLIO DO AUTOR, COMPETÊNCIA ABSOLUTA...... 287 AGRAVO DE INSTRUMENTO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. SOCIEDADE EMPRESÁRIA. ALIENAÇÃO DE QUOTAS SOCIAIS...... 288 AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITO À SAÚDE. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, IMPOSSIBILIDADE...... 289 AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. PARCELAMEN- TO, INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO...... 371 AGRAVO DE INSTRUMENTO. DPVAT, COBRANÇA. FORO DE COM- PETÊNCIA, CONVENIÊNCIA DO CONSUMIDOR...... 60 AGRAVO DE INSTRUMENTO, NÃO CONHECIMENTO. DESCONSI- DERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. INTERESSE RECURSAL, INEXISTÊNCIA...... 290 AGRAVO INTERNO. RECURSO, ACOLHIMENTO SINGULAR PELO RELATOR, IMPOSSIBILIDADE. AUXÍLIO-ACIDENTE, CONCESSÃO... 291 AGRESSÃO FÍSICA EM BOATE. DANO MORAL. ESTABELECIMENTO COMERCIAL, RESPONSABILIDADE...... 97 ALIENAÇÃO DE QUOTAS SOCIAIS. AGRAVO DE INSTRUMENTO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. SOCIEDADE EMPRESÁRIA...... 288 ALIENAÇÃO GRATUITA. DOAÇÃO INOFICIOSA, NULIDADE. PRO- TEÇÃO DA LEGÍTIMA...... 122

388 Índice Alfabético

Título Ementa

ALIENAÇÃO JUDICIAL DE IMÓVEL, POSSIBILIDADE. DISSOLUÇÃO DE CONDOMÍNIO. LOTEAMENTO IRREGULAR...... 118 ALIMENTOS. MAIORIDADE CIVIL. NECESSIDADE DOS ALIMEN- TOS, COMPROVAÇÃO. DEMANDA CONTRA OS AVÓS...... 62 ALIMENTOS. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA, NÃO COMPARECIMENTO. PATERNIDADE, PRESUNÇÃO...... 144 ALIMENTOS PARA EX-MULHER. SEPARAÇÃO CONSENSUAL, CON- VERSÃO EM DIVÓRCIO. AÇÃO PROPOSTA APÓS SEPARAÇÃO, POSSIBILIDADE...... 183 ALIMENTOS, EXECUÇÃO. ACORDO REFERENDADO PELO MINIS- TÉRIO PÚBLICO. TÍTULO EXECUTIVO HÁBIL...... 292 ALUNO BOLSISTA DE ESCOLA PARTICULAR. AÇÃO AFIRMATIVA. SISTEMA DE COTAS, CRITÉRIOS...... 200 ALUNO INADIMPLENTE. RENOVAÇÃO DE MATRÍCULA. BOLSA DE ESTUDO, NÃO ACEITAÇÃO PELA SUCESSORA. OBRIGAÇÃO, INE- XISTÊNCIA...... 164 ALUNOS DA REDE PÚBLICA DO DF. SISTEMA DE COTAS. UNIVER- SIDADES E FACULDADES PÚBLICAS, INSCRIÇÃO...... 51 ALVARÁ. FEIRA ITINERANTE. LEI DISTRITAL Nº 2.815/2001, IN- CONSTITUCIONALIDADE. REQUERIMENTO DE ALVARÁ, IMPOS- SIBILIDADE...... 5 ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO. ÁREA RESIDENCIAL. PERTURBA- ÇÃO DO SOSSEGO ALHEIO. REVOGAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE...... 63 ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE TRANSIÇÃO, REVOGAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA. AL- VARÁ DEFINITIVO, DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO... 145 ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO, CONCESSÃO. PAGAMENTO PRÉ- VIO DE ONALT, DISPENSABILIDADE. PAGAMENTO POSTERIOR, POSSIBILIDADE...... 293 ALVARÁ DEFINITIVO, DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRA- ÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA. ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO DE TRANSIÇÃO, REVOGAÇÃO...... 145

389 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

ALVARÁ, AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. PERMUTA DE IMÓVEL. ESPO- SA CURATELADA. MANIFESTA VANTAGEM, NÃO DEMONSTRA- ÇÃO...... 294 ALVARÁ, EXPEDIÇÃO. CRIME AMBIENTAL. EMPRESA EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL. FORMALIDADES LEGAIS, INOBSERVÂN- CIA...... 220 AMEAÇA DE CONSTRIÇÃO JUDICIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO FISCAL...... 316 AMEAÇA E CORRUPÇÃO DE MENOR. TENTATIVA DE FURTO QUA- LIFICADO. LIBERDADE PROVISÓRIA, INDEFERIMENTO...... 266 AMEAÇA E DESOBEDIÊNCIA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. VÍTIMA NÃO LOCALIZADA PARA INTIMAÇÃO. RENÚNCIA TÁCITA, INO- CORRÊNCIA...... 351 AMEAÇAS EM MENSAGENS ELETRÔNICAS. RECLAMATÓRIA, IM- PROCEDÊNCIA. LEI MARIA DA PENHA. MEDIDAS PROTETIVAS...... 250 ANO DE FABRICAÇÃO, INFORMAÇÃO EQUIVOCADA. RESPONSA- BILIDADE CIVIL. VENDA DE AUTOMÓVEL. VALOR PAGO A MAIOR, DEVOLUÇÃO...... 169 ANTECIPAÇÃO DE PROVAS, EXCEPCIONALIDADE. HABEAS COR- PUS. CITAÇÃO POR EDITAL. PERECIMENTO DAS INFORMAÇÕES, RISCO NÃO AVALIADO...... 235 ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO DE INS- TRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITO À SAÚDE...... 289 ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, INDEFERIMENTO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. FORNECIMENTO DE FOLHAS DE CHEQUE. LIMITE ESTABE- LECIDO PELO BANCO CENTRAL, OBSERVÂNCIA...... 338 ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, INDEFERIMENTO. CIRURGIA NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE. INTERVENÇÃO DE EMERGÊNCIA, NÃO COMPROVAÇÃO...... 295 ANTIGO PROPRIETÁRIO, INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA. DANO MORAL, CONFIGURAÇÃO. TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO JUNTO AO DETRAN, INOCORRÊNCIA...... 108

390 Índice Alfabético

Título Ementa

ANUÊNCIA DO PROPRIETÁRIO, INOCORRÊNCIA. COMPRA E VEN- DA DE VEÍCULO. DANO MORAL. GRAVAME DE ALIENAÇÃO FIDU- CIÁRIA...... 82 ANULAÇÃO DE CLÁUSULA. ACORDO JUDICIAL. DIREITO INTER- TEMPORAL. LEGISLAÇÃO NOVA, APLICAÇÃO...... 58 ANULAÇÃO DO ATO DE NOMEAÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATI- VO DISCIPLINAR. SERVIDOR DO TJDFT. REINTEGRAÇÃO AO CAR- GO, IMPOSSIBILIDADE...... 40 APENSAMENTO A FEITO EM OUTRA VARA, IMPOSSIBILIDADE. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E JUIZADO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. AÇÃO EM ESTÁGIO AVANÇADO...... 352 APLICAÇÕES FINANCEIRAS ARRESTADAS. MANDADO DE SEGU- RANÇA. LIBERAÇÃO DE PARTE PARA PAGAMENTO DE IMPOSTOS, POSSIBILIDADE...... 146 APOSENTAÇÃO, INTEGRAÇÃO DOS REQUISITOS. ABONO DE PER- MANÊNCIA, MOMENTO DA PERCEPÇÃO. VERBA DE NATUREZA REMUNERATÓRIA. IMPOSTO DE RENDA, INCIDÊNCIA...... 2 APOSENTADORIA. RESCISÓRIA, IMPROCEDÊNCIA. SERVIDOR PÚ- BLICO. ERRO DE FATO, INEXISTÊNCIA...... 43 APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO, IMPOSSIBILIDADE. ERRO DA ADMINISTRAÇÃO. NATUREZA ALIMENTAR...... 6 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AÇÃO ACIDENTÁRIA. JUROS DE MORA, CRITÉRIOS...... 297 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PROFESSORA DO DISTRITO FEDERAL. PROVENTOS PROPORCIONAIS. REQUISITOS, PREEN- CHIMENTO...... 7 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE. ACIDENTE DE TRABALHO. INSS...... 277 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE. PROVENTOS INTEGRAIS. REQUISITOS, ATENDIMENTO...... 8

391 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE, INDEFERIMEN- TO. PROVENTOS INTEGRAIS. DOENÇA GRAVE. ATESTADO DE JUNTA MÉDICA OFICIAL, NECESSIDADE...... 9 APREENSÃO DA ARMA, PRESCINDIBILIDADE. ROUBO QUALIFICA- DO. EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA, IMPOSSIBILIDADE. DOSIME- TRIA DA PENA, ADEQUAÇÃO...... 260 APREENSÃO DE AVES. MANDADO DE SEGURANÇA. DELEGACIA ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE, COMPETÊNCIA...... 211 APRESENTAÇÃO DA DEFESA, CRITÉRIOS. RÉU CITADO EM CAR- TÓRIO. MANDADO CUMPRIDO, JUNTADA POSTERIOR. PRIMEIRO ATO CITATÓRIO, TERMO INICIAL...... 348 APROPRIAÇÃO INDÉBITA, AFASTAMENTO. EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS, RETENÇÃO. LOCATÁRIOS INADIMPLENTES. INDENIZAÇÃO, DESPROVIMENTO...... 131 APURAÇÃO DE HAVERES. DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE. PRO LA- BORE E DISTRIBUIÇÃO DE RESULTADOS, DISTINÇÃO...... 195 APURAÇÃO DE HAVERES, DESCABIMENTO. AGRAVO DE INSTRU- MENTO. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA...... 285 APURAÇÃO POR ESTIMATIVA, POSSIBILIDADE. DIREITOS AUTO- RAIS, COBRANÇA. EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA. RECEITA BRUTA OBTIDA, NÃO APRESENTAÇÃO...... 117 AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS. LICITAÇÃO. PREGÃO...... 26 ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS. SEPARAÇÃO JUDICIAL. PARTI- LHA, DECRETAÇÃO...... 296 ÁREA MENOR QUE A CONTRATADA. COMPRA E VENDA DE IMÓ- VEL. CONTRATO, RESCISÃO. VENDA AD MENSURAM...... 80 ÁREA PÚBLICA TOMBADA, OCUPAÇÃO IRREGULAR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEI DISTRITAL Nº 754/94, DECLARAÇÃO DE INCONSTI- TUCIONALIDADE...... 11 ÁREA RESIDENCIAL. DIREITO AO SOSSEGO, ASSEGURAMENTO. USO DA PROPRIEDADE VIZINHA, OFENSA. LIBERDADE DE CULTO, CRITÉRIOS...... 115

392 Índice Alfabético

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ÁREA RESIDENCIAL. PERTURBAÇÃO DO SOSSEGO ALHEIO. ALVA- RÁ DE FUNCIONAMENTO. REVOGAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE...... 63 ÁREA RESIDENCIAL DO CANDIDATO, DELIMITAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE...... 31 ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, ACOLHIMENTO. IMÓVEL PÚBLICO. DIREITO REAL DE USO, CONCESSÃO...... 137 ARMA INEPTA. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA, MANUTENÇÃO...... 248 ART. 1.790, III DO CÓDIGO CIVIL. CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA. COMPANHEIRO E DESCENDENTES. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS, APLICAÇÃO...... 83 ARTISTAS ESTRANGEIROS. ECAD. DIREITOS AUTORAIS, COBRAN- ÇA. EVENTO MUSICAL...... 123 ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR DA PMDF. GENITORES. DE- PENDÊNCIA DO MILITAR, COMPROVAÇÃO...... 64 ATENDENTE DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL. CANDIDATO INAPTO. PROVA PSICOLÓGICA, LEGALIDADE...... 10 ATENDIMENTO DOMICILIAR DE EMERGÊNCIA. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO, INEXISTÊNCIA. EXCESSO DE VELOCIDADE JUSTIFICA- DO. EXERCÍCIO DA MEDICINA...... 24 ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. VÍTIMA COM 12 ANOS. PRO- VA, FRAGILIDADE. IN DUBIO PRO REO...... 216 ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. VÍTIMAS MENORES DE 14 ANOS. CONCURSO FORMAL. LEI 12.015/09, IRRETROATIVIDADE..... 217 ATESTADO DE JUNTA MÉDICA OFICIAL, NECESSIDADE. APOSEN- TADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE, INDEFERIMENTO. PRO- VENTOS INTEGRAIS. DOENÇA GRAVE...... 9 ATESTADO MÉDICO PARTICULAR, INSUFICIÊNCIA. SERVIDOR PÚ- BLICO. LICENÇA MÉDICA. PERÍCIA OFICIAL, CONDIÇÃO...... 46 ATIPICIDADE DA CONDUTA. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ARMA INEPTA. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA, MANUTENÇÃO...... 248

393 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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ATO ILÍCITO, INEXISTÊNCIA. CONSTRUÇÃO DE PRÉDIO. INCÔ- MODO CAUSADO A PRÉDIO VIZINHO. DANO MORAL, IMPOSSIBI- LIDADE...... 85 ATOS MERCANTIS REALIZADOS COM TERCEIROS. COOPERATIVA EDUCACIONAL. ISS, COBRANÇA. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA, IMPOSSIBILIDADE...... 377 ATOS NULOS, TERMO INICIAL. VENDA DE BEM EM HASTA PÚBLI- CA. CONSTRIÇÃO JUDICIAL, DESCONSTITUIÇÃO. INTIMAÇÃO DO DEVEDOR...... 350 ATRASO DE VOO DOMÉSTICO. DANO MORAL E MATERIAL. TRANSPORTE AÉREO. PERDA DE CONEXÃO INTERNACIONAL...... 106 ATUAÇÃO PROFISSIONAL. DANO MORAL, DESCABIMENTO. IMU- NIDADE, CRITÉRIOS. EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO...... 111 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO, NÃO COMPARECIMENTO. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. NULIDADE, INEXISTÊNCIA...... 271 AUDIÊNCIA DE RATIFICAÇÃO, DESNECESSIDADE. DIVÓRCIO DIRETO CONSENSUAL. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66/2010, APLICABILIDADE...... 121 AUMENTO SALARIAL DECORRENTE DE DATA-BASE. CONTRATO VERBAL. VÍNCULO, IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO. RE- EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO, AFASTABILIDADE...... 19 AUTORIA E MATERIALIDADE, COMPROVAÇÃO. ROUBO CIR- CUNSTANCIADO. CORRUPÇÃO DE MENOR, EXTINÇÃO DA PUNI- BILIDADE...... 258 AUTORIA E MATERIALIDADE, COMPROVAÇÃO. RESISTÊNCIA E CORRUPÇÃO DE MENORES. ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE...... 252 AUTORIZAÇÃO DE VISITA, INDEFERIMENTO. CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS. DIREITO DE ASSISTÊNCIA FAMILIAR, VIO- LAÇÃO...... 218 AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL. MANDADO DE SEGURANÇA. VANTAGEM DESTINADA À ESPECIA- LIDADE AGENTE DE PORTARIA. EXTENSÃO AOS IMPETRANTES, IMPOSSIBILIDADE...... 35

394 Índice Alfabético

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AUXÍLIO-ACIDENTE, CONCESSÃO. AGRAVO INTERNO. RECURSO, ACOLHIMENTO SINGULAR PELO RELATOR, IMPOSSIBILIDADE...... 291 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. MANDADO DE SEGURANÇA. CON- CURSO PÚBLICO...... 29 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. CONCURSO PÚBLICO. PERFIL PROFIS- SIOGRÁFICO. PREVISÃO LEGAL, INEXISTÊNCIA...... 17 AVERBAÇÃO DE QUINTOS. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVI- DORES DO DISTRITO FEDERAL. TEMPOS DE SERVIÇO PRESTADO NA ESFERA FEDERAL...... 27 AVERBAÇÃO DE RESERVA LEGAL. REGISTRO PÚBLICO IMOBILIÁ- RIO. IMÓVEL INTEGRANTE DE CONDOMÍNIO...... 162

B

BAÚ DA FELICIDADE. ESTELIONATO. PROMESSA DE RECEBIMEN- TO DE PRÊMIO...... 227 BECOS DO GAMA. AÇÃO DECLARATÓRIA. DESAFETAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA...... 298 BECOS DO GAMA. LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL Nº 780/08, IN- CONSTITUCIONALIDADE. NOVAS AUTORIZAÇÕES, PROIBIÇÃO.... 299 BEM IMÓVEL. DIVÓRCIO. CESSÃO DE DIREITOS. PARTILHA, POSSI- BILIDADE...... 119 BEM PERTENCENTE À SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. USUCA- PIÃO, IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO.... 53 BEM PÚBLICO. USUCAPIÃO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE, INVIABI- LIDADE. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA...... 192 BEM PÚBLICO NÃO AFETADO. INTERDITO PROIBITÓRIO. DISPU- TA ENTRE PARTICULARES...... 141 BENEFÍCIO DE PECÚLIO POR MORTE. PREVIDÊNCIA PRIVADA. CO- BRANÇA. PAGAMENTO AOS DESIGNADOS, CRITÉRIOS...... 281

395 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

BENEFÍCIO RENDA MINHA, NÃO PAGAMENTO. RESPONSABILIDA- DE OBJETIVA DO ESTADO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL...... 173 BENEFÍCIO-ALIMENTAÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. FRACIO- NAMENTO INDIVIDUAL DOS CREDORES...... 318 BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO. UNIÃO ESTÁ- VEL, RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO. PARTILHA...... 191 BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE, OBSERVÂNCIA. OFERTA DE ALIMENTOS, FIXAÇÃO A MENOR. JULGAMENTO EXTRA PETI- TA, NÃO CONFIGURAÇÃO...... 153 BITRIBUTAÇÃO, DESCARACTERIZAÇÃO. CARTÃO DE CRÉDITO. TAXA DE ADMINISTRAÇÃO. ICMS, BASE DE CÁLCULO...... 373 BOLSA DE ESTUDO, NÃO ACEITAÇÃO PELA SUCESSORA. RENO- VAÇÃO DE MATRÍCULA. ALUNO INADIMPLENTE. OBRIGAÇÃO, INEXISTÊNCIA...... 164 BRASIL TELECOM, LEGITIMIDADE. SUBSCRIÇÃO DE AÇÕES. DI- REITO PESSOAL...... 199 BRASILEIRO CONDENADO NO EXTERIOR. HABEAS CORPUS. CUM- PRIMENTO DO RESTANTE DA PENA NO BRASIL, POSSIBILIDADE. CONVENÇÃO INTERAMERICANA, APLICABILIDADE...... 355

C

CADASTRO DE INADIMPLENTES, INSCRIÇÃO. DANO MORAL C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER. CHEQUES DEVOLVIDOS. CONTA ENCER- RADA HÁ 16 ANOS...... 102 CAESB, RESPONSABILIDADE. DANO MORAL, REPARAÇÃO. QUE- DA EM BUEIRO ABERTO. DISTRITO FEDERAL, RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA...... 112 CALÇADA DESTINADA A PEDESTRES. RESPONSABILIDADE CI- VIL DO ESTADO, NÃO CONFIGURAÇÃO. QUEDA DE CICLISTA EM BUEIRO DESTAMPADO...... 172

396 Índice Alfabético

Título Ementa

CAMPANHA ELEITORAL. INDENIZATÓRIA, DESPROVIMENTO. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DE SLOGAN, NÃO COMPROVAÇÃO...... 139 CANCELAMENTO DE MATRÍCULA, INDEFERIMENTO. PRESTA- ÇÕES INDEVIDAS. RESCISÃO DO CONTRATO, PROCEDÊNCIA...... 70 CANDIDATO INAPTO. ATENDENTE DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL. PROVA PSICOLÓGICA, LEGALIDADE...... 10 CANDIDATO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA. CONCURSO PÚBLICO. INAPTIDÃO PARA EXERCÍCIO DO EMPREGO, IRREGULARIDADE. DIREITO À ADMISSÃO...... 14 CAPITALIZAÇÃO DE JUROS, CRITÉRIOS. CLÁUSULAS CONTRATU- AIS, REVISÃO. CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO. CLÁUSULA MANDATO, LICITUDE...... 72 CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS, CRITÉRIOS. CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO. PERÍCIA TÉCNICA, DISPENSABILIDADE...... 88 CARÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. ACORDO DE ALIMEN- TOS. PARENTES COLATERAIS DE TERCEIRO GRAU...... 57 CARGO DE FISCAL DE ATIVIDADES URBANAS DO DF, INCOMPA- TIBILIDADE. SOCIEDADE CIVIL DE ADVOGADOS. CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE, IMPOSSIBILIDADE. DIVISÃO DE HONORÁRIOS, CRITÉRIOS...... 185 CARGO DE FISCAL TRIBUTÁRIO. SERVIDORES DISTRITAIS. DE- CLARAÇÃO DE VACÂNCIA. POSSE EM OUTRO CARGO PÚBLICO INACUMULÁVEL...... 50 CARGO DE PRESIDENTE DO PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS. PERDA OU CANCELA- MENTO DO CARGO PARTIDÁRIO, NÃO CABIMENTO...... 188 CARTÃO BRB S/A. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA DO DISTRITO FE- DERAL. COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL...... 300 CARTÃO BRB S/A. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PES- SOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. COMPETÊNCA DO JUÍZO CÍVEL...... 310 CARTÃO DE CRÉDITO. BITRIBUTAÇÃO, DESCARACTERIZAÇÃO. TAXA DE ADMINISTRAÇÃO. ICMS, BASE DE CÁLCULO...... 373

397 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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CASAL DIVORCIADO. GUARDA COMPARTILHADA, REGULAMEN- TAÇÃO. INTERESSE DO MENOR, PREVALÊNCIA...... 71 CAUÇÃO REAL. MEDIDA CAUTELAR SATISFATIVA. CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA, POSSIBILIDADE...... 389 CEB. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. VARA DA FAZEN- DA PÚBLICA...... 308 CÉDULA DE CRÉDITO RURAL, EMISSÃO. CÓDIGO DO CONSUMI- DOR, INAPLICABILIDADE. DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA. DI- REITO DO CONSUMIDOR, NÃO ENQUADRAMENTO...... 313 CENTRUS. COBRANÇA. FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. NORMA DO SFH, INAPLICABILIDADE...... 74 CERCEAMENTO DE DEFESA, INOCORRÊNCIA. TRÁFICO DE DRO- GAS. INCIDENTE DE DEPENDÊNCIA TOXICOLÓGICA, INDEFERI- MENTO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA ART. 28 DA LEI DE DROGAS, DESCABIMENTO...... 267 CERTIDÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL. MANDADO DE SEGURAN- ÇA, DENEGAÇÕES. CONCURSO PÚBLICO. EXIGÊNCIA EDITALÍCIA, NÃO ATENDIMENTO...... 37 CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA, POSSIBILIDA- DE. MEDIDA CAUTELAR SATISFATIVA. CAUÇÃO REAL...... 389 CERTIFICADO DE LICENCIAMENTO ANUAL, EXPEDIÇÃO. REMES- SA NECESSÁRIA, DESPROVIMENTO. DETRAN/DF. CONDICIONA- MENTO A PAGAMENTO DE MULTA, INVIABILIDADE...... 42 CESÁREA EM HOSPITAL PARTICULAR, OPÇÃO. OMISSÃO DO ES- TADO, INOCORRÊNCIA. INTERNAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO EM UTI, NECESSIDADE. TRANSFERÊNCIA PARA HOSPITAL PÚBLICO, IMPOSSIBILIDADE...... 154 CESSÃO DE DIREITOS. DIVÓRCIO. BEM IMÓVEL. PARTILHA, POSSI- BILIDADE...... 119 CESSÃO DE DIREITOS ENTRE PARTICULARES. POSSE, NÃO DE- MONSTRAÇÃO. TERRA PÚBLICA...... 158

398 Índice Alfabético

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CHEQUE PRESCRITO. MONITÓRIA. TRANSCURSO DO PRAZO BIE- NAL, ADMISSIBILIDADE. INDICAÇÃO DA CAUSA DEBENDI, NE- CESSIDADE...... 336 CHEQUE PRESCRITO EMITIDO NO EXTERIOR. MONITÓRIA. EMIS- SÃO PARA PAGAMENTO DE CONTRATO, NÃO DEMONSTRAÇÃO. COMPROVAÇÃO DA CAUSA DEBENDI, DESNECESSIDADE...... 197 CHEQUES DEVOLVIDOS. DANO MORAL C/C OBRIGAÇÃO DE FA- ZER. CONTA ENCERRADA HÁ 16 ANOS. CADASTRO DE INADIM- PLENTES, INSCRIÇÃO...... 102 CIÊNCIA DA CONCESSIONÁRIA. SUSPENSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, TENTATIVAS. FATURA PAGA. DANO MORAL, CARACTERIZAÇÃO...... 187 CIRURGIA EMERGENCIAL. DANO MORAL. PLANO DE SAÚDE, ABUSIVIDADE...... 98 CIRURGIA NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE. ANTECIPAÇÃO DE TU- TELA, INDEFERIMENTO. INTERVENÇÃO DE EMERGÊNCIA, NÃO COMPROVAÇÃO...... 295 CITAÇÃO DE UM DOS CÔNJUGES, INOCORRÊNCIA. REIVINDICA- TÓRIA. QUERELLA NULLITATIS. VÍCIO INSANÁVEL...... 343 CITAÇÃO DO DEVEDOR, VALIDADE. EXECUÇÃO FISCAL. PRES- CRIÇÃO, INTERRUPÇÃO. CONFLITO DE NORMAS...... 383 CITAÇÃO POR EDITAL. HABEAS CORPUS. ANTECIPAÇÃO DE PRO- VAS, EXCEPCIONALIDADE. PERECIMENTO DAS INFORMAÇÕES, RISCO NÃO AVALIADO...... 235 CITAÇÃO, INOCORRÊNCIA. RESCISÓRIA. COBRANÇA. QUERELLA NULLITATIS INSANABILIS, CABIMENTO...... 344 CITAÇÃO, NÃO FORMALIZAÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO FIS- CAL. PARCELAMENTO ADMINISTRATIVO...... 382 CLÁUSULA MANDATO, LICITUDE. CLÁUSULAS CONTRATUAIS, REVISÃO. CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS, CRITÉRIOS...... 72 CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA. RESCISÃO DE CONTRATO. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL...... 168

399 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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CLÁUSULAS CONTRATUAIS, REVISÃO. CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO. CLÁUSULA MANDATO, LICITUDE. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS, CRITÉRIOS...... 72 COBRANÇA. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. FIANÇA, PERMANÊNCIA. INÉRCIA DO FIADOR...... 73 COBRANÇA. RESCISÓRIA. CITAÇÃO, INOCORRÊNCIA. QUERELLA NULLITATIS INSANABILIS, CABIMENTO...... 344 COBRANÇA. PREVIDÊNCIA PRIVADA. BENEFÍCIO DE PECÚLIO POR MORTE. PAGAMENTO AOS DESIGNADOS, CRITÉRIOS...... 281 COBRANÇA. FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. CENTRUS. NORMA DO SFH, INAPLICABILIDADE...... 74 COBRANÇA. CONSÓRCIO, DESISTÊNCIA. QUANTIAS PAGAS, DE- VOLUÇÃO...... 75 COBRANÇA. COOPERATIVA HABITACIONAL. DESLIGAMENTO DE COOPERADO. PEDIDO DE DESLIGAMENTO, INOCORRÊNCIA...... 76 COBRANÇA. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLICABILIDADE. SERVIÇO PRESTADO, NÃO DE- MONSTRAÇÃO...... 301 COBRANÇA ANTERIOR A 1º/01/2005, IMPOSSIBILIDADE. CONDO- MÍNIO. CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, COBRANÇA. LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL N° 699/2004, APLICABILIDADE...... 375 COBRANÇA DE TAXA CONDOMINIAL, LEGALIDADE. CONDOMÍ- NIO SUPOSTAMENTE IRREGULAR. DESRESPEITO À SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO, INOCORRÊNCIA...... 305 COBRANÇA INDEVIDA. ADICIONAL DE COLETA DE ESGOTO. CRI- TÉRIO DE AFERIÇÃO, INCONSISTÊNCIA...... 59 COBRANÇA SECURITÁRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. MORTE DO SEGURADO. INDENIZAÇÃO, CABIMENTO...... 77 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLICABILIDADE. REVI- SÃO CONTRATUAL. FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. PREVIDÊN- CIA PRIVADA...... 177

400 Índice Alfabético

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLICABILIDADE. CO- BRANÇA. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. SERVIÇO PRESTADO, NÃO DEMONSTRAÇÃO...... 301 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, INAPLICABILIDADE. RE- VISÃO CONTRATUAL. CRÉDITO RURAL. COMPETÊNCIA DO LO- CAL ONDE SE ENCONTRA A OBRIGAÇÃO...... 347 CÓDIGO DO CONSUMIDOR, INAPLICABILIDADE. CÉDULA DE CRÉDITO RURAL, EMISSÃO. DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA. DI- REITO DO CONSUMIDOR, NÃO ENQUADRAMENTO...... 313 COEFICIENTE FRACIONÁRIO, ARREDONDAMENTO. CONCURSO PÚBLICO. RESERVA DE VAGAS. PORTADORES DE DEFICIÊNCIA...... 205 COISA JULGADA. PREVIDÊNCIA PRIVADA. PREVI. DESLIGAMEN- TO DE ASSOCIADO...... 280 COLISÕES SUCESSIVAS. DANO MATERIAL. ACIDENTE DE TRÂNSI- TO...... 90 COMINATÓRIA. FORNECIMENTO DE REMÉDIO INDISPENSÁVEL. DEVER DO PODER PÚBLICO...... 78 COMODATO. INTERDITO PROIBITÓRIO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE. IMÓVEL RURAL ARRENDADO PELA TERRACAP. ESBULHO, CARACTERIZAÇÃO...... 142 COMPANHEIRA E COLATERAIS. UNIÃO ESTÁVEL. RECONHECIMEN- TO JUDICIAL, DESNECESSIDADE. CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA...... 190 COMPANHEIRO E DESCENDENTES. CONCORRÊNCIA SUCESSÓ- RIA. ART. 1.790, III DO CÓDIGO CIVIL. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS, APLICAÇÃO...... 83 COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS. TÉCNICO EM ENFERMAGEM. CUMULAÇÃO DE CARGOS, POSSIBILIDADE...... 215 COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS, COMPROVAÇÃO. ACUMULA- ÇÃO DE CARGOS. PROFESSOR NO DF E EM GOIÁS...... 3 COMPENSAÇÃO, DESCABIMENTO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRE- CATÓRIO DE NATUREZA ALIMENTAR. REQUISITOS DA LC 52/97, DESATENDIMENTO...... 378

401 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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COMPENSAÇÃO, POSSIBILIDADE. EMBARGOS À EXECUÇÃO. HO- NORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DEVIDOS À FAZENDA PÚBLICA...... 319 COMPETÊNCA DO JUÍZO CÍVEL. CONFLITO NEGATIVO DE COM- PETÊNCIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. CARTÃO BRB S/A...... 310 COMPETÊNCIA. LEI MARIA DA PENHA. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA, DESCUMPRIMENTO...... 361 COMPETÊNCIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. JUIZADO ES- PECIAL DA FAZENDA PÚBLICA...... 302 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. QUERELA NULLITATIS. REINTEGRAÇÃO DE POSSE, DESCABIMENTO. INTERESSE DA UNIÃO...... 341 COMPETÊNCIA DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA. CONFLITO NE- GATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO CONTRA SOCIEDADE DE ECO- NOMIA MISTA...... 306 COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL COMPETÊNCIA DO JUIZA- DO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA...... 303 COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL. IMÓVEL ADQUIRIDO DA TERRA- CAP. ESCRITURA PÚBLICA NÃO LAVRADA, IRRELEVÂNCIA. IMÓ- VEL DE DOMÍNIO PÚBLICO, NÃO CARACTERIZAÇÃO...... 327 COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL. CARTÃO BRB S/A. ADMINISTRA- ÇÃO INDIRETA DO DISTRITO FEDERAL...... 300 COMPETÊNCIA DO JÚRI. HOMICÍDIO QUALIFICADO CONSUMA- DO. ERRO SOBRE A PESSOA. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ, RELATIVIDADE...... 359 COMPETÊNCIA DO LOCAL ONDE SE ENCONTRA A OBRIGAÇÃO. REVISÃO CONTRATUAL. CRÉDITO RURAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, INAPLICABILIDADE...... 347 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. INVENTÁRIO. CRIAÇÃO DE VARA ESPECIALI- ZADA...... 309

402 Índice Alfabético

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COMPETÊNCIA TÉCNICA DE PROFESSOR, DEPRECIAÇÃO. PAN- FLETOS DISTRIBUÍDOS POR ALUNOS. VALOR DA INDENIZAÇÃO, ARBITRAMENTO...... 79 COMPETÊNCIA, DESLOCAMENTO. INTERVENÇÃO DA UNIÃO. PE- DIDO APÓS PROLAÇÃO DE SENTENÇA...... 329 COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. FUNCIONÁRIOS APO- SENTADOS DO BANCO DO BRASIL. JUSTIÇA TRABALHISTA, COM- PETÊNCIA...... 278 COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. RESCISÃO DE CONTRATO. CLÁU- SULA PENAL COMPENSATÓRIA...... 168 COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. CONTRATO, RESCISÃO. ÁREA ME- NOR QUE A CONTRATADA. VENDA AD MENSURAM...... 80 COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. ENTREGA DO IMÓVEL, ATRASO IN- JUSTIFICADO. DANO MATERIAL. DANO MORAL, INOCORRÊNCIA. . 81 COMPRA E VENDA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS. ICMS. FRAU- DE, NÃO COMPROVAÇÃO...... 384 COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. RESCISÃO DE CONTRATO. VE- ÍCULO ORIUNDO DE OUTRO ESTADO. MOTOR COM NÚMERO TROCADO...... 167 COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. ANUÊNCIA DO PROPRIETÁRIO, INOCORRÊNCIA. DANO MORAL. GRAVAME DE ALIENAÇÃO FIDU- CIÁRIA...... 82 COMPRAS COM CARTÃO CLONADO. ESTELIONATO. PRISÃO EM FLAGRANTE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL, CARACTERIZAÇÃO... 228 COMPROVAÇÃO DA CAUSA DEBENDI, DESNECESSIDADE. MONI- TÓRIA. CHEQUE PRESCRITO EMITIDO NO EXTERIOR. EMISSÃO PARA PAGAMENTO DE CONTRATO, NÃO DEMONSTRAÇÃO...... 197 COMUNICAÇÃO AO CREDOR. DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. FIANÇA, EXONERAÇÃO. EXCLUSÃO DO SÓCIO FIADOR. 113 CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. EXECUÇÃO PENAL. FALTA GRAVE. CONTAGEM DE NOVA DATA, FIXAÇÃO...... 239

403 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO. DISTRATO. DIREITO REAL SOBRE BEM IMÓVEL, INOCORRÊNCIA...... 374 CONCESSÃO DE USO. IPTU/TLP, DESCABIMENTO. IMÓVEL DA UNIÃO...... 387 CONCORRÊNCIA A SORTEIO E PARTICIPAÇÃO DE LANCES, VE- DAÇÃO CONTRATUAL. CONSÓRCIO DE IMÓVEL. PAGAMENTO, ATRASO...... 87 CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA. COMPANHEIRO E DESCENDEN- TES. ART. 1.790, III DO CÓDIGO CIVIL. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS, APLICAÇÃO...... 83 CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA. UNIÃO ESTÁVEL. RECONHECIMEN- TO JUDICIAL, DESNECESSIDADE. COMPANHEIRA E COLATERAIS.... 190 CONCURSO DE PESSOAS. ROUBO A POSTO DE GASOLINA. REGI- ME INICIAL SEMIABERTO...... 257 CONCURSO DE PESSOAS. ROUBO. MATERIALIDADE E AUTORIA, PROVA SATISFATÓRIA...... 254 CONCURSO FORMAL. ROUBO QUALIFICADO. ORDEM DE PER- GUNTAS, INVERSÃO. ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS...... 261 CONCURSO FORMAL. ROUBO. INDENIZAÇÃO À VÍTIMA, EXCLU- SÃO. PEDIDO EXPRESSO, INEXISTÊNCIA...... 253 CONCURSO FORMAL. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. VÍTI- MAS MENORES DE 14 ANOS. LEI 12.015/09, IRRETROATIVIDADE...... 217 CONCURSO FORMAL DE AGENTES. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. RELAÇÃO DE PARENTESCO ENTRE AS VÍTIMAS...... 259 CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA. INAPTIDÃO PARA EXERCÍCIO DO EMPREGO, IRREGULARIDADE. DIREITO À ADMISSÃO...... 14 CONCURSO PÚBLICO. FISCAL DA RECEITA, EXTINÇÃO DO CAR- GO. TRANSPOSIÇÃO PARA CARGO DE AUDITOR TRIBUTÁRIO, IM- POSSIBILIDADE...... 15 CONCURSO PÚBLICO. TEORIA DA ENCAMPAÇÃO. NEGATIVA DE POSSE. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, OFENSA...... 52

404 Índice Alfabético

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CONCURSO PÚBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA. DOCÊNCIA NA ÁREA MÉDICA. DESCLASSIFICAÇÃO INDEVIDA...... 28 CONCURSO PÚBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA...... 29 CONCURSO PÚBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA. PERÍCIA MÉ- DICA ADMISSIONAL, REPROVAÇÃO. DEFICIÊNCIA AUDITIVA...... 30 CONCURSO PÚBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA. EXAME PSI- COTÉCNICO, NÃO RECOMENDAÇÃO...... 16 CONCURSO PÚBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA, DENEGA- ÇÕES. EXIGÊNCIA EDITALÍCIA, NÃO ATENDIMENTO. CERTIDÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL...... 37 CONCURSO PÚBLICO. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. PERFIL PROFIS- SIOGRÁFICO. PREVISÃO LEGAL, INEXISTÊNCIA...... 17 CONCURSO PÚBLICO. RESERVA DE VAGAS. PORTADORES DE DE- FICIÊNCIA. COEFICIENTE FRACIONÁRIO, ARREDONDAMENTO..... 205 CONCURSO PÚBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA. PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA PRESUMIDA, VIOLAÇÃO...... 33 CONCURSO PÚBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONVOCAÇÃO DE CANDIDATO. REMESSA DE TELEGRAMA, OBRIGATORIEDADE.... 34 CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS. AUTORIZAÇÃO DE VI- SITA, INDEFERIMENTO. DIREITO DE ASSISTÊNCIA FAMILIAR, VIO- LAÇÃO...... 218 CONDICIONAMENTO A PAGAMENTO DE MULTA, INVIABILIDA- DE. REMESSA NECESSÁRIA, DESPROVIMENTO. DETRAN/DF. CER- TIFICADO DE LICENCIAMENTO ANUAL, EXPEDIÇÃO...... 42 CONDOMÍNIO. CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, CO- BRANÇA. LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL N° 699/2004, APLICABI- LIDADE. COBRANÇA ANTERIOR A 1º/01/2005, IMPOSSIBILIDADE.... 375 CONDOMÍNIO. USO DE DUAS VAGAS DE GARAGEM. PERMISSÃO DE USO TEMPORÁRIO E REMUNERADO...... 84 CONDOMÍNIO. PRESTAÇÃO DE CONTAS. EX-SÍNDICO, DEVER DE PRESTAR CONTAS...... 160

405 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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CONDOMÍNIO IRREGULAR, REINTEGRAÇÃO. LITÍGIO ENTRE PAR- TICULARES. MELHOR POSSE...... 304 CONDOMÍNIO SUPOSTAMENTE IRREGULAR. COBRANÇA DE TAXA CONDOMINIAL, LEGALIDADE. DESRESPEITO À SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO, INOCORRÊNCIA...... 305 CONDOMÍNIO, COBRANÇA. CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. LEI COMPLEMENTAR Nº 699/2004, APLICABILIDADE...... 376 CONDUTA DESREGRADA, NÃO COMPROVAÇÃO. GUARDA E RES- PONSABILIDADE. GUARDA EXCLUSIVA EM FAVOR DA GENITORA. INTERESSE DO MENOR, PREVALÊNCIA...... 135 CONFISSÃO ESPONTÂNEA. DIREITO AUTORAL, VIOLAÇÃO. LAUDO DOCUMENTOSCÓPICO. ERRO DE PROIBIÇÃO, AFASTABILIDADE...... 225 CONFISSÃO ESPONTÂNEA. CRIME DE INCÊNDIO. VIOLÊNCIA DO- MÉSTICA. PENA, REDUÇÃO...... 222 CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E JUIZADO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. AÇÃO EM ESTÁGIO AVANÇADO. APENSAMENTO A FEITO EM OUTRA VARA, IMPOS- SIBILIDADE...... 352 CONFLITO DE NORMAS. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO, INTER- RUPÇÃO. CITAÇÃO DO DEVEDOR, VALIDADE...... 383 CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO CONTRA SOCIE- DADE DE ECONOMIA MISTA. COMPETÊNCIA DA VARA DA FA- ZENDA PÚBLICA...... 306 CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. QUESTÃO AMBIENTAL, INEXISTÊNCIA. PROTEÇÃO À PROPRIEDADE PRIVADA. JUÍZO DA FAZENDA PÚBLICA, COMPETÊNCIA...... 307 CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CEB. VARA DA FAZEN- DA PÚBLICA...... 308 CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. INVENTÁRIO. COMPETÊN- CIA EM RAZÃO DA MATÉRIA. CRIAÇÃO DE VARA ESPECIALIZADA..... 309 CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PESSOA JURÍDICA DE DI- REITO PRIVADO. CARTÃO BRB S/A. COMPETÊNCA DO JUÍZO CÍVEL.. 310

406 Índice Alfabético

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CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. SOCIEDADE DE ECO- NOMIA MISTA. JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. LEI Nº 12.153/09, APLICABILIDADE. PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCES- SUAL, OBSERVÂNCIA...... 311 CÔNJUGE SOBREVIVENTE, BENEFICIÁRIO ÚNICO. SEGURO DPVAT. ACIDENTE DE TRÂNSITO. DIREITO INTERTEMPORAL...... 180 CÔNJUGE VIRAGO. DIVÓRCIO DIRETO. NOME DE CASADA, MA- NUTENÇÃO...... 120 CONJUNTO PROBATÓRIO, INSUFICIÊNCIA. TENTATIVA DE ESTU- PRO EM QUARTO DE MOTEL. VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, INEXISTÊNCIA. ABSOLVIÇÃO DO RÉU...... 264 CONSELHEIRO TUTELAR DO DISTRITO FEDERAL, ELEIÇÃO. MAN- DADO DE SEGURANÇA. PROPAGANDA IRREGULAR, ACUSAÇÃO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO, INSTAURAÇÃO...... 32 CONSÓRCIO DE IMÓVEL. PAGAMENTO, ATRASO. CONCORRÊN- CIA A SORTEIO E PARTICIPAÇÃO DE LANCES, VEDAÇÃO CON- TRATUAL...... 87 CONSÓRCIO, DESISTÊNCIA. COBRANÇA. QUANTIAS PAGAS, DE- VOLUÇÃO...... 75 CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE, IMPOSSIBILIDADE. SOCIEDADE CIVIL DE ADVOGADOS. CARGO DE FISCAL DE ATIVIDADES UR- BANAS DO DF, INCOMPATIBILIDADE. DIVISÃO DE HONORÁRIOS, CRITÉRIOS...... 185 CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZAÇÃO. HABEAS COR- PUS. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. FLAGRANTE, INOCORRÊNCIA..... 236 CONSTRANGIMENTO ILEGAL, CARACTERIZAÇÃO. ESTELIONATO. COMPRAS COM CARTÃO CLONADO. PRISÃO EM FLAGRANTE...... 228 CONSTRIÇÃO JUDICIAL, DESCONSTITUIÇÃO. VENDA DE BEM EM HASTA PÚBLICA. INTIMAÇÃO DO DEVEDOR. ATOS NULOS, TER- MO INICIAL...... 350 CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO. INDENIZAÇÃO. CONSTRUTORA, DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO...... 140

407 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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CONSTRUÇÃO DE PRÉDIO. INCÔMODO CAUSADO A PRÉDIO VI- ZINHO. ATO ILÍCITO, INEXISTÊNCIA. DANO MORAL, IMPOSSIBILI- DADE...... 85 CONSTRUÇÃO DE QUIOSQUES EM ÁREA PÚBLICA. POLO DO AR- TESANATO. DEMOLIÇÃO, SUSPENSÃO...... 86 CONSTRUÇÃO EM TERRENO. SEPARAÇÃO. ADJUDICAÇÃO DO IMÓVEL. INDENIZAÇÃO, IMPROCEDÊNCIA...... 182 CONSTRUTORA, DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO. INDENIZA- ÇÃO. CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO...... 140 CONSULTA PRÉVIA À POPULAÇÃO, EXIGÊNCIA MITIGADA. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, IMPROCEDÊNCIA. DESA- FETAÇÃO E ALTERAÇÃO DE USO DE ÁREAS PÚBLICAS...... 203 CONTA ENCERRADA HÁ 16 ANOS. DANO MORAL C/C OBRIGA- ÇÃO DE FAZER. CHEQUES DEVOLVIDOS. CADASTRO DE INADIM- PLENTES, INSCRIÇÃO...... 102 CONTAGEM DE NOVA DATA, FIXAÇÃO. HABEAS CORPUS, DENE- GAÇÃO. EXECUÇÃO PENAL. FALTA GRAVE. CONCESSÃO DE BE- NEFÍCIOS...... 239 CONTINUIDADE DELITIVA. EXTORSÕES, DEMONSTRAÇÃO. MES- MA VÍTIMA...... 231 CONTINUIDADE DELITIVA. ROUBO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂN- CIA, INAPLICABILIDADE. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂN- CIA, INVIABILIDADE...... 256 CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, INOBSERVÂNCIA. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA, CONFIRMAÇÃO. TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, DESCUMPRIMENTO. INSTAURA- ÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO, NECESSIDADE...... 332 CONTRAPRESTAÇÃO PELO USO UNILATERAL, IMPOSSIBILIDADE. IMÓVEL NÃO PARTILHADO. SOBREPARTILHA, NÃO AJUIZAMEN- TO. EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO...... 328 CONTRATO BANCÁRIO. REVISIONAL. FORO DIVERSO DO ELEITO NO CONTRATO...... 345

408 Índice Alfabético

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CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. COBRANÇA. FIANÇA, PERMANÊNCIA. INÉRCIA DO FIADOR...... 73 CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. INADIMPLÊNCIA DO CONTRATANTE. ONEROSIDADE DO CONTRATO, PREVISÃO. LEI DE USURA, INAPLICABILIDADE...... 312 CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS, CRITÉRIOS. PERÍCIA TÉCNICA, DISPENSABILIDADE...... 88 CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO. CLÁUSULAS CONTRATU- AIS, REVISÃO. CLÁUSULA MANDATO, LICITUDE. CAPITALIZA- ÇÃO DE JUROS, CRITÉRIOS...... 72 CONTRATO DE COMODATO. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. OCUPA- ÇÃO DE CANIL. DANO MATERIAL, CONFIGURAÇÃO...... 163 CONTRATO DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL. REVISÃO DE CLÁUSULAS. FUNCEF. TABELA PRICE, INAPLICABILIDADE...... 179 CONTRATO DE GAVETA. SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO. MORTE DO PROMITENTE VENDEDOR. QUITAÇÃO DO IMÓVEL PELA SEGURADORA...... 184 CONTRATO DE GESTÃO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONA- LIDADE. LEIS DISTRITAIS NºS 4.081/08 E 4.249/08. ENTIDADES PRI- VADAS COMO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, QUALIFICAÇÃO...... 202 CONTRATO DE GESTÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DISPENSA DE LI- CITAÇÃ DE CONCURSO PÚBLICO. DESVIO DE FINALIDADE, NÃO DEMONSTRAÇÃO...... 12 CONTRATO DE SERVIÇOS, REVISÃO. INADIMPLEMENTO. NOVA- ÇÃO, NÃO CONFIGURAÇÃO. RESTITUIÇÃO DE VALORES, IMPRO- CEDÊNCIA...... 89 CONTRATO TEMPORÁRIO. VÍNCULO DE TRABALHO COM ADMI- NISTRAÇÃO PÚBLICA, NÃO RECONHECIMENTO. EXCEPCIONAL INTERESSE DO PODER PÚBLICO, NECESSIDADE...... 18 CONTRATO VERBAL. VÍNCULO, IMPOSSIBILIDADE DE RECONHE- CIMENTO. AUMENTO SALARIAL DECORRENTE DE DATA-BASE. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO, AFASTABILIDADE...... 19

409 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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CONTRATO, RESCISÃO. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. ÁREA ME- NOR QUE A CONTRATADA. VENDA AD MENSURAM...... 80 CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, COBRANÇA. CON- DOMÍNIO. LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL N° 699/2004, APLICABI- LIDADE. COBRANÇA ANTERIOR A 1º/01/2005, IMPOSSIBILIDADE.... 375 CONTROLE PARALELO DE VENDAS. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. ESCRITA FISCAL, DIFERENÇA...... 221 CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. CONDOMÍNIO, CO- BRANÇA. LEI COMPLEMENTAR Nº 699/2004, APLICABILIDADE...... 376 CONVENÇÃO INTERAMERICANA, APLICABILIDADE. HABEAS CORPUS. BRASILEIRO CONDENADO NO EXTERIOR. CUMPRIMEN- TO DO RESTANTE DA PENA NO BRASIL, POSSIBILIDADE...... 355 CONVÊNIO ENTRE ESTADOS E DISTRITO FEDERAL. AÇÃO DIRE- TA DE INCONSTITUCIONALIDADE, IMPROCEDÊNCIA. LEI DISTRI- TAL 4.233/2008. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA DE ICMS...... 204 CONVOCAÇÃO DE CANDIDATO. MANDADO DE SEGURANÇA. CON- CURSO PÚBLICO. REMESSA DE TELEGRAMA, OBRIGATORIEDADE..... 34 COOPERATIVA EDUCACIONAL. ISS, COBRANÇA. ATOS MERCAN- TIS REALIZADOS COM TERCEIROS. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA, IMPOSSIBILIDADE...... 377 COOPERATIVA HABITACIONAL. COBRANÇA. DESLIGAMENTO DE COOPERADO. PEDIDO DE DESLIGAMENTO, INOCORRÊNCIA...... 76 CORPO DE VÍTIMA DE HOMICÍDIO. DANO MORAL. PUBLICAÇÃO DE FOTOGRAFIA NÃO AUTORIZADA...... 94 CORREÇÃO DE SALDO DEVEDOR. REVISÃO DE CLÁUSULA. SUBS- TITUIÇÃO DA TR PELO INPC, IMPOSSIBILIDADE...... 178 CORRUPÇÃO DE MENOR, EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. AUTORIA E MATERIALIDADE, COMPROVA- ÇÃO...... 258 CRÉDITO RURAL. REVISÃO CONTRATUAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, INAPLICABILIDADE. COMPETÊNCIA DO LO- CAL ONDE SE ENCONTRA A OBRIGAÇÃO...... 347

410 Índice Alfabético

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CRÉDITO TRABALHISTA, HABILITAÇÃO. INVENTÁRIO. PATRIMÔ- NIO DA PESSOA NATURAL E DA JURÍDICA, CONFUSÃO...... 143 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRECATÓRIO DE NATUREZA ALIMENTAR. COMPENSAÇÃO, DESCABIMENTO. REQUISITOS DA LC 52/97, DE- SATENDIMENTO...... 378 CRIAÇÃO DE VARA ESPECIALIZADA. CONFLITO NEGATIVO DE COM- PETÊNCIA. INVENTÁRIO. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA..... 309 CRIME AMBIENTAL. PESCA ILEGAL E PREDATÓRIA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE...... 219 CRIME AMBIENTAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. PENA, SUBSTI- TUIÇÃO...... 272 CRIME AMBIENTAL. EMPRESA EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIEN- TAL. ALVARÁ, EXPEDIÇÃO. FORMALIDADES LEGAIS, INOBSER- VÂNCIA...... 220 CRIME CONTINUADO, INOCORRÊNCIA. DESACATO E DANO QUA- LIFICADO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE.. 353 CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. CONTROLE PARALELO DE VENDAS. ESCRITA FISCAL, DIFERENÇA...... 221 CRIME DE AMEAÇA, INEXISTÊNCIA. LEI MARIA DA PENHA. LESÃO CORPORAL LEVE...... 245 CRIME DE INCÊNDIO. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. CONFISSÃO ES- PONTÂNEA. PENA, REDUÇÃO...... 222 CRIME IMPOSSÍVEL. PLEITO ABSOLUTÓRIO, INVIABILIDADE. USO DE DOCUMENTO FALSO, ABSORÇÃO...... 223 CRIME IMPOSSÍVEL, DESCABIMENTO. USO DE DOCUMENTO FAL- SO. FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA...... 274 CRIMES FUNCIONAIS. AÇÃO PENAL, PROPOSITURA. INQUÉRITO POLICIAL, PRESCINDIBILIDADE. INSERÇÃO DE DADOS EM SISTE- MA DE INFORMAÇÃO...... 224 CRIMES HEDIONDOS E A ELE EQUIPARADOS. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLA- GRANTE, LEGALIDADE...... 358

411 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

CRITÉRIO DE AFERIÇÃO, INCONSISTÊNCIA. ADICIONAL DE CO- LETA DE ESGOTO. COBRANÇA INDEVIDA...... 59 CUMPRIMENTO DO RESTANTE DA PENA NO BRASIL, POSSIBILI- DADE. HABEAS CORPUS. BRASILEIRO CONDENADO NO EXTE- RIOR. CONVENÇÃO INTERAMERICANA, APLICABILIDADE...... 355 CUMULAÇÃO DE CARGOS, POSSIBILIDADE. TÉCNICO EM ENFER- MAGEM. COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS...... 215 CURADOR, COMPANHEIRO. EMANCIPAÇÃO. ENFERMIDADE GRA- VE. PROIBIÇÃO DE APROXIMAÇÃO DO GENITOR, POSSIBILIDADE . 124

D

DANO AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. OBRIGAÇÕES DE FA- ZER E NÃO FAZER. MULTA POR DESCUMPRIMENTO...... 65 DANO MATERIAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÕES SUCESSIVAS.. 90 DANO MATERIAL. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. ENTREGA DO IMÓVEL, ATRASO INJUSTIFICADO. DANO MORAL, INOCORRÊNCIA. 81 DANO MATERIAL. FURTO DE VEÍCULO EM CONCESSIONÁRIA. VÍ- CIO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL, DESCABIMEN- TO...... 133 DANO MATERIAL E MORAL. EXTRAVIO DE BAGAGEM. VIAGEM INTERNACIONAL...... 91 DANO MATERIAL E MORAL, DESCABIMENTO. MORTE DE FILHO NO HORÁRIO DA JORNADA DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR, INOCORRÊNCIA...... 92 DANO MATERIAL E MORAL, DESCABIMENTO. INCÊNDIO EM AU- TOMÓVEL APÓS REPAROS. LAUDO TÉCNICO INCONCLUSIVO...... 93 DANO MATERIAL EM VEÍCULO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ES- TADO. QUEDA DE REVESTIMENTO DE VIADUTO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO DF...... 171

412 Índice Alfabético

Título Ementa

DANO MATERIAL, CONFIGURAÇÃO. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. CONTRATO DE COMODATO. OCUPAÇÃO DE CANIL...... 163 DANO MORAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. FA- LHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. BENEFÍCIO RENDA MINHA, NÃO PAGAMENTO...... 173 DANO MORAL. QUEDA DE ELEVADOR. ESTABELECIMENTO DE ENSINO. MÁ PRESTAÇÃO DO SERVIÇO...... 161 DANO MORAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ÓBITO DE PRESO...... 44 DANO MORAL. PUBLICAÇÃO DE FOTOGRAFIA NÃO AUTORIZA- DA. CORPO DE VÍTIMA DE HOMICÍDIO...... 94 DANO MORAL. ACESSO A IMAGEM DE CELULAR ALHEIO. ENVIO DE MENSAGENS COM CONTEÚDO OBSCENO...... 95 DANO MORAL. QUEDA EM BOCA DE LOBO ABERTA. RESPONSABI- LIDADE ESTATAL POR OMISSÃO...... 96 DANO MORAL. AGRESSÃO FÍSICA EM BOATE. ESTABELECIMENTO COMERCIAL, RESPONSABILIDADE...... 97 DANO MORAL. PLANO DE SAÚDE, ABUSIVIDADE. CIRURGIA EMERGENCIAL...... 98 DANO MORAL. DÍVIDA ATIVA, INSCRIÇÃO INDEVIDA. HOMÔNI- MO...... 99 DANO MORAL. IPTU/TLP. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM DÍVIDA ATIVA...... 100 DANO MORAL. INFILTRAÇÃO EM APARTAMENTO. VIZINHO DO IMÓVEL SUPERIOR, RESPONSABILIDADE...... 101 DANO MORAL. EMPRÉSTIMO FRAUDADO. PROVENTOS DE APO- SENTADORIA. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA...... 129 DANO MORAL. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. ANUÊNCIA DO PROPRIETÁRIO, INOCORRÊNCIA. GRAVAME DE ALIENAÇÃO FI- DUCIÁRIA...... 82

413 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

DANO MORAL C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER. CHEQUES DEVOLVI- DOS. CONTA ENCERRADA HÁ 16 ANOS. CADASTRO DE INADIM- PLENTES, INSCRIÇÃO...... 102 DANO MORAL CONFIGURADO. EMBARGOS INFRINGENTES. PU- BLICAÇÃO DE MATÉRIA OFENSIVA...... 125 DANO MORAL E MATERIAL. MORTE DE GENITOR. PENSIONA- MENTO. DEMONSTRAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA, IRRE- LEVÂNCIA...... 103 DANO MORAL E MATERIAL. SUICÍDIO DE PRESO EM ESTABELECI- MENTO PRISIONAL. DEVER DE GUARDA E VIGILÂNCIA DO ESTA- DO...... 104 DANO MORAL E MATERIAL. PROTESTO INDEVIDO. DÉBITO QUI- TADO...... 105 DANO MORAL E MATERIAL. TRANSPORTE AÉREO. ATRASO DE VOO DOMÉSTICO. PERDA DE CONEXÃO INTERNACIONAL...... 106 DANO MORAL, CABIMENTO. EMPRÉSTIMO FRAUDULENTO. PRO- VENTOS DE APOSENTADORIA...... 107 DANO MORAL, CARACTERIZAÇÃO. EMPREITADA, SUBCONTRA- TAÇÃO. TOMADORA DE SERVIÇO, RESPONSABILIDADE...... 127 DANO MORAL, CARACTERIZAÇÃO. SUSPENSÃO DE ENERGIA ELÉ- TRICA, TENTATIVAS. FATURA PAGA. CIÊNCIA DA CONCESSIONÁ- RIA...... 187 DANO MORAL, CONFIGURAÇÃO. TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO JUNTO AO DETRAN, INOCORRÊNCIA. ANTIGO PROPRIETÁRIO, INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA...... 108 DANO MORAL, CONFIGURAÇÃO. OFENSA À HONRA E À IMAGEM. NOTA DE REPÚDIO, DIVULGAÇÃO...... 109 DANO MORAL, DESCABIMENTO. FURTO DE VEÍCULO EM CON- CESSIONÁRIA. VÍCIO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MATE- RIAL...... 133 DANO MORAL, DESCABIMENTO. DISCUSSÃO EM ASSEMBLEIA DE ASSOCIAÇÃO. TROCA DE OFENSAS...... 110

414 Índice Alfabético

Título Ementa

DANO MORAL, DESCABIMENTO. ATUAÇÃO PROFISSIONAL. IMU- NIDADE, CRITÉRIOS. EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO...... 111 DANO MORAL, DESCABIMENTO. EMPRÉSTIMO BANCÁRIO, NEGA- TIVA DE CONCESSÃO. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO...... 128 DANO MORAL, IMPOSSIBILIDADE. CONSTRUÇÃO DE PRÉDIO. INCÔMODO CAUSADO A PRÉDIO VIZINHO. ATO ILÍCITO, INEXIS- TÊNCIA...... 85 DANO MORAL, INOCORRÊNCIA. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. ENTREGA DO IMÓVEL, ATRASO INJUSTIFICADO. DANO MATE- RIAL...... 81 DANO MORAL, REPARAÇÃO. QUEDA EM BUEIRO ABERTO. DIS- TRITO FEDERAL, RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CAESB, RES- PONSABILIDADE...... 112 DANO QUALIFICADO. MOTIM. PATRIMÔNIO PÚBLICO DO DISTRI- TO FEDERAL. INDIVIDUALIZAÇÃO DA CONDUTA, CRITÉRIOS...... 247 DANOS ALEGADOS, NÃO COMPROVAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂN- SITO. SEMÁFORO DANIFICADO. REPARAÇÃO INTEGRAL DO EQUIPAMENTO, INVIABILIDADE...... 54 DANOS MORAIS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. IN- VASÃO DE DOMICÍLIO POR POLICIAIS. ABUSO DE AUTORIDADE, CONFIGURAÇÃO...... 175 DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. HOSPITAL PÚBLICO. PARTO COM USO DE FÓRCEPS...... 174 DEBILIDADE PERMANENTE. SEGURO DPVAT, DIFERENÇA. GRAU DE COMPROMETIMENTO, VERIFICAÇÃO DESNECESSÁRIA. TEM- PUS REGIT ACTUM...... 181 DÉBITO FISCAL. EXECUÇÃO FISCAL. CITAÇÃO, NÃO FORMALIZA- ÇÃO. PARCELAMENTO ADMINISTRATIVO...... 382 DÉBITO QUITADO. DANO MORAL E MATERIAL. PROTESTO INDE- VIDO...... 105 DÉBITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PARCELAMENTO AN- TES DA CITAÇÃO. PRESCRIÇÃO, INTERRUPÇÃO...... 381

415 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

DÉBITO TRIBUTÁRIO, PARCELAMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. REMISSÃO TRIBUTÁRIA, CRITÉRIOS...... 379 DECISÃO DO TCDF Nº 67/2006, NULIDADE. INCORPORAÇÃO DE QUINTOS. EXERCÍCIO DE CARGOS NA ESFERA FEDERAL...... 23 DECLARAÇÃO DE VACÂNCIA. SERVIDORES DISTRITAIS. CARGO DE FISCAL TRIBUTÁRIO. POSSE EM OUTRO CARGO PÚBLICO INA- CUMULÁVEL...... 50 DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE, IM- POSSIBILIDADE. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. ABSOLVIÇÃO, IM- POSSIBILIDADE...... 270 DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. FIANÇA, EXONE- RAÇÃO. EXCLUSÃO DO SÓCIO FIADOR. COMUNICAÇÃO AO CRE- DOR...... 113 DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA. CÉDULA DE CRÉDITO RURAL, EMISSÃO. CÓDIGO DO CONSUMIDOR, INAPLICABILIDADE. DIREI- TO DO CONSUMIDOR, NÃO ENQUADRAMENTO...... 313 DECRETO DISTRITAL Nº 31.093/2009, INCONSTITUCIONALIDADE. LICENCIAMENTO AMBIENTAL SIMPLIFICADO. PARCELAMENTO DO SOLO URBANO...... 206 DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO. TARE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE ATIVA...... 390 DEFICIÊNCIA AUDITIVA. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCUR- SO PÚBLICO. PERÍCIA MÉDICA ADMISSIONAL, REPROVAÇÃO...... 30 DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, POSSIBILIDADE. ABANDONO DA CAUSA POR MAIS DE 30 DIAS. INTIMAÇÃO DA AUTORA E DO AD- VOGADO. INTIMAÇÃO POR ATO DE SERVIDOR...... 283 DELEGACIA ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE, COMPETÊNCIA. MAN- DADO DE SEGURANÇA. APREENSÃO DE AVES...... 211 DEMANDA CONTRA OS AVÓS. ALIMENTOS. MAIORIDADE CIVIL. NECESSIDADE DOS ALIMENTOS, COMPROVAÇÃO...... 62 DEMOLIÇÃO, LEGITIMIDADE. OCUPAÇÃO IRREGULAR. INDENI- ZAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE...... 152

416 Índice Alfabético

Título Ementa

DEMOLIÇÃO, SUSPENSÃO. CONSTRUÇÃO DE QUIOSQUES EM ÁREA PÚBLICA. POLO DO ARTESANATO...... 86 DEMONSTRAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA, IRRELEVÂN- CIA. DANO MORAL E MATERIAL. MORTE DE GENITOR. PENSIO- NAMENTO...... 103 DENÚNCIA, REJEIÇÃO. LESÃO CORPORAL LEVE. VIOLÊNCIA DO- MÉSTICA. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO...... 362 DEPENDÊNCIA DO MILITAR, COMPROVAÇÃO. ASSISTÊNCIA MÉ- DICO-HOSPITALAR DA PMDF. GENITORES...... 64 DESACATO E DANO QUALIFICADO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂN- CIA, INAPLICABILIDADE. CRIME CONTINUADO, INOCORRÊNCIA.. 353 DESAFETAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA. AÇÃO DECLARATÓRIA. BE- COS DO GAMA...... 298 DESAFETAÇÃO E ALTERAÇÃO DE USO DE ÁREAS PÚBLICAS. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, IMPROCEDÊNCIA. CONSULTA PRÉVIA À POPULAÇÃO, EXIGÊNCIA MITIGADA...... 203 DESAPROPRIAÇÃO. EXECUÇÃO. SOBRESTAMENTO, NÃO JUSTIFI- CAÇÃO. PREJUDICIAL EXTERNA, INOCORRÊNCIA...... 314 DESCLASSIFICAÇÃO INDEVIDA. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. DOCÊNCIA NA ÁREA MÉDICA...... 28 DESCLASSIFICAÇÃO PARA APROPRIAÇÃO INDÉBITA. FURTO DE CARRO POR FLANELINHA. REGIME PRISIONAL, ABRANDAMEN- TO...... 233 DESCLASSIFICAÇÃO PARA ART. 28 DA LEI DE DROGAS, DESCA- BIMENTO. TRÁFICO DE DROGAS. INCIDENTE DE DEPENDÊNCIA TOXICOLÓGICA, INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA, INOCORRÊNCIA...... 267 DESCLASSIFICAÇÃO PARA EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓ- PRIAS RAZÕES, INVIABILIDADE. FURTO. PENA, ADEQUAÇÃO...... 232 DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO, IMPOSSIBILIDADE. LA- TROCÍNIO CONSUMADO E TENTADO. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. IMPUTABILIDADE, CONFIRMAÇÃO...... 244

417 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

DESCLASSIFICAÇÃO PARA MAUS-TRATOS, IMPOSSIBILIDADE. VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA. TORTURA, CARACTERIZAÇÃO.... 370 DESCLASSIFICAÇÃO, DESCABIMENTO. TRÁFICO DE DROGAS EM INTERIOR DE PRESÍDIO. ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. MAUS ANTECEDENTES, NÃO CONFIGURAÇÃO...... 268 DESCLASSIFICAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. ROUBO. TEORIA DA AMOTIO, APLICABILIDADE. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, SUBSTITUIÇÃO...... 255 DESCLASSIFICAÇÃO, INVIABILIDADE. RECEPTAÇÃO QUALIFICA- DA. QUALIDADE DE COMERCIANTE, INEXISTÊNCIA...... 249 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. AGRAVO DE INSTRUMENTO, NÃO CONHECIMENTO. INTERESSE RECURSAL, INEXISTÊNCIA...... 290 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE, IMPOSSIBILIDADE. PESSOA JURÍDICA. REQUISITOS LEGAIS, INEXISTÊNCIA...... 156 DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO, IMPOSSIBILIDADE. APO- SENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO. ERRO DA ADMINISTRA- ÇÃO. NATUREZA ALIMENTAR...... 6 DESERÇÃO DE POLICIAL MILITAR, DECRETAÇÃO INADMISSÍVEL. INTERRUPÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA, IMPOSSIBILIDADE. DI- REITO À VIDA E À SAÚDE, GARANTIA. SITUAÇÃO REAL DO MILI- TAR, ESCLARECIMENTO NECESSÁRIO...... 20 DESIGNAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÕES ELEITORAIS. MANDANDO DE SEGURANÇA. PROMOTOR DE JUSTIÇA...... 335 DESLIGAMENTO DE ASSOCIADO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. PREVI. COISA JULGADA...... 280 DESLIGAMENTO DE COOPERADO. COBRANÇA. COOPERATIVA HABITACIONAL. PEDIDO DE DESLIGAMENTO, INOCORRÊNCIA..... 76 DESLIGAMENTO DE SEGURADO. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. PREVI. RESERVA DE POUPANÇA, RESTITUIÇÃO...... 279 DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA, IMPOSSIBILIDADE. COOPERATIVA EDUCACIONAL. ISS, COBRANÇA. ATOS MERCANTIS REALIZADOS COM TERCEIROS...... 377

418 Índice Alfabético

Título Ementa

DESPACHO ORDENADOR DA CITAÇÃO, INTERRUPÇÃO DA PRES- CRIÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. PARCELAMENTO DE DÉBITO...... 380 DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO. IPTU/TLP, NÃO PAGAMEN- TO. PREVISÃO CONTRATUAL, NÃO CUMPRIMENTO...... 114 DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES. AÇÃO DECLARATÓRIA. TI- TULAR DO PLANO DE SAÚDE, OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO...... 68 DESRESPEITO À SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO, INOCOR- RÊNCIA. CONDOMÍNIO SUPOSTAMENTE IRREGULAR. COBRAN- ÇA DE TAXA CONDOMINIAL, LEGALIDADE...... 305 DESVIO DE FINALIDADE, NÃO DEMONSTRAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚ- BLICA. CONTRATO DE GESTÃO. DISPENSA DE LICITAÇÃ DE CON- CURSO PÚBLICO...... 12 DETRAN/DF. REMESSA NECESSÁRIA, DESPROVIMENTO. CERTIFI- CADO DE LICENCIAMENTO ANUAL, EXPEDIÇÃO. CONDICIONA- MENTO A PAGAMENTO DE MULTA, INVIABILIDADE...... 42 DEVER DE CUIDADO, INOBSERVÂNCIA. HOMICÍDIO CULPOSO. AFO- GAMENTO DE ESCOTEIRO. PENA-BASE, REDIMENSIONAMENTO...... 242 DEVER DE GUARDA E VIGILÂNCIA DO ESTADO. DANO MORAL E MATERIAL. SUICÍDIO DE PRESO EM ESTABELECIMENTO PRISIO- NAL...... 104 DEVER DE INDENIZAR. RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESIDENTE DE ENTIDADE PRIVADA. MÁ-GESTÃO, CONFIGURAÇÃO...... 170 DEVER DE SUSTENTO, CRITÉRIOS. OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA. PODER FAMILIAR. ABUSO DE DIREITO, VEDAÇÃO...... 150 DEVER DO PODER PÚBLICO. COMINATÓRIA. FORNECIMENTO DE REMÉDIO INDISPENSÁVEL...... 78 DILAÇÃO PROBATÓRIA, DESNECESSIDADE. FORNECIMENTO DE REMÉDIO REGISTRADO NA ANVISA, DECISÃO LIMINAR. SECRE- TÁRIO DE SAÚDE DO DF, LEGITIMIDADE PASSIVA. PROTOCOLO CLÍNICO DO SUS...... 326 DINHEIRO EM CONTA-CORRENTE. PENHORA. PERCENTUAL SU- PERIOR A 30%, POSSIBILIDADE...... 340

419 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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DIREÇÃO SEM HABILITAÇÃO E EMBRIAGUEZ. PROVA TÉCNICA. OBRIGAÇÃO A SE SUBMETER A ETILÔMETRO, NÃO COMPROVA- ÇÃO...... 226 DIREITO À ADMISSÃO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO POR- TADOR DE DEFICIÊNCIA. INAPTIDÃO PARA EXERCÍCIO DO EM- PREGO, IRREGULARIDADE...... 14 DIREITO À SAÚDE. PACIENTE COM DIFICULDADE DE LOCOMO- ÇÃO. TRANSPORTE ESPECIAL, NÃO ABRANGÊNCIA. PACIENTE BENEFICIÁRIO DE PROGRAMAS SOCIAIS...... 207 DIREITO À SAÚDE. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚ- BLICA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, IMPOSSIBILIDADE...... 289 DIREITO À SAÚDE E À DIGNIDADE. INTERNAÇÃO EM UTI PARTI- CULAR. INEXISTÊNCIA DE LEITO EM UTI PÚBLICA. NECESSIDADE DE TRATAMENTO, COMPROVAÇÃO...... 208 DIREITO À VIDA E À SAÚDE, GARANTIA. DESERÇÃO DE POLICIAL MILITAR, DECRETAÇÃO INADMISSÍVEL. INTERRUPÇÃO DE PEN- SÃO ALIMENTÍCIA, IMPOSSIBILIDADE. SITUAÇÃO REAL DO MILI- TAR, ESCLARECIMENTO NECESSÁRIO...... 20 DIREITO AO SOSSEGO, ASSEGURAMENTO. ÁREA RESIDENCIAL. USO DA PROPRIEDADE VIZINHA, OFENSA. LIBERDADE DE CULTO, CRITÉRIOS...... 115 DIREITO AUTORAL. DIREITOS MORAIS, INTRANSMISSIBILIDADE. LEI FEDERAL Nº 9.610/98, APLICABILIDADE. DIREITOS PATRIMO- NIAIS, CRITÉRIOS DE CESSÃO...... 116 DIREITO AUTORAL, VIOLAÇÃO. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. LAU- DO DOCUMENTOSCÓPICO. ERRO DE PROIBIÇÃO, AFASTABILIDA- DE...... 225 DIREITO DE ASSISTÊNCIA FAMILIAR, VIOLAÇÃO. CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS. AUTORIZAÇÃO DE VISITA, INDEFERI- MENTO...... 218 DIREITO DE PREFERÊNCIA, NÃO GARANTIA. IMÓVEL PÚBLICO. NULIDADE DA LICITAÇÃO, DESPROVIMENTO...... 22

420 Índice Alfabético

Título Ementa

DIREITO DO CONSUMIDOR, NÃO ENQUADRAMENTO. CÉDULA DE CRÉDITO RURAL, EMISSÃO. CÓDIGO DO CONSUMIDOR, INA- PLICABILIDADE. DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA...... 313 DIREITO INTERTEMPORAL. SEGURO DPVAT. ACIDENTE DE TRÂN- SITO. CÔNJUGE SOBREVIVENTE, BENEFICIÁRIO ÚNICO...... 180 DIREITO INTERTEMPORAL. ACORDO JUDICIAL. ANULAÇÃO DE CLÁUSULA. LEGISLAÇÃO NOVA, APLICAÇÃO...... 58 DIREITO PESSOAL. SUBSCRIÇÃO DE AÇÕES. BRASIL TELECOM, LE- GITIMIDADE...... 199 DIREITO POSSESSÓRIO, INEXISTÊNCIA. INTERDITO PROIBITÓRIO. OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA...... 25 DIREITO REAL DE USO. LEIS COMPLEMENTARES DISTRITAIS. VÍ- CIO DE INICIATIVA. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL...... 315 DIREITO REAL DE USO, CONCESSÃO. IMÓVEL PÚBLICO. ARGUI- ÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, ACOLHIMENTO...... 137 DIREITO REAL SOBRE BEM IMÓVEL, INOCORRÊNCIA. CONCES- SÃO DE DIREITO REAL DE USO. DISTRATO...... 374 DIREITO SUPRIMIDO POR LEGISLAÇÃO POSTERIOR. POLICIAL MI- LITAR. RESERVA REMUNERADA, TRANSFERÊNCIA. PROVENTOS CORRESPONDENTES AO GRAU SUPERIOR, IMPOSSIBILIDADE...... 39 DIREITO-DEVER DE INFORMAÇÃO. MATÉRIA JORNALÍSTICA. DI- REITOS FUNDAMENTAIS, COLISÃO. PRINCÍPIO DA PROPORCIO- NALIDADE, APLICAÇÃO...... 213 DIREITOS AUTORAIS. EMBARGOS INFRINGENTES. PREÇOS PELA COBRANÇA DA FRUIÇÃO. ECAD, ATRIBUIÇÃO...... 126 DIREITOS AUTORAIS, COBRANÇA. ECAD. EVENTO MUSICAL. AR- TISTAS ESTRANGEIROS...... 123 DIREITOS AUTORAIS, COBRANÇA. EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA. RECEITA BRUTA OBTIDA, NÃO APRESENTAÇÃO. APURAÇÃO POR ESTIMATIVA, POSSIBILIDADE...... 117 DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO. MATRÍCU- LA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMI- DADE. VÍNCULO FINANCEIRO DO ESTADO...... 212

421 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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DIREITOS FUNDAMENTAIS, COLISÃO. MATÉRIA JORNALÍSTICA. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE, APLICAÇÃO. DIREITO-DE- VER DE INFORMAÇÃO...... 213 DIREITOS MORAIS, INTRANSMISSIBILIDADE. DIREITO AUTORAL. LEI FEDERAL Nº 9.610/98, APLICABILIDADE. DIREITOS PATRIMO- NIAIS, CRITÉRIOS DE CESSÃO...... 116 DIREITOS PATRIMONIAIS, CRITÉRIOS DE CESSÃO. DIREITO AUTO- RAL. DIREITOS MORAIS, INTRANSMISSIBILIDADE. LEI FEDERAL Nº 9.610/98, APLICABILIDADE...... 116 DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO. SERVIDOR DO SLU. ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE, NÃO CUMULATIVIDADE. JORNADA DE TRABALHO, POSSIBILIDADE DE AUMENTO...... 45 DISCUSSÃO EM ASSEMBLEIA DE ASSOCIAÇÃO. DANO MORAL, DESCABIMENTO. TROCA DE OFENSAS...... 110 DISPENSA DE LICITAÇÃ DE CONCURSO PÚBLICO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONTRATO DE GESTÃO. DESVIO DE FINALIDADE, NÃO DEMONSTRAÇÃO...... 12 DISPUTA ENTRE PARTICULARES. INTERDITO PROIBITÓRIO. BEM PÚBLICO NÃO AFETADO...... 141 DISSOLUÇÃO DE CONDOMÍNIO. ALIENAÇÃO JUDICIAL DE IMÓ- VEL, POSSIBILIDADE. LOTEAMENTO IRREGULAR...... 118 DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE. APURAÇÃO DE HAVERES. PRO LA- BORE E DISTRIBUIÇÃO DE RESULTADOS, DISTINÇÃO...... 195 DISTRATO. CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO. DIREITO REAL SOBRE BEM IMÓVEL, INOCORRÊNCIA...... 374 DISTRIBUIÇÃO DE PROTESTOS A DETERMINADOS CARTÓRIOS, INDEFERIMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. ACUMULAÇÃO DOS OFÍCIOS DE NOTAS E PROTESTO DE TÍTULOS EM BRASÍLIA, PREVISÃO LEGAL...... 334 DISTRITO FEDERAL, ILEGITIMIDADE PASSIVA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. AGENTE DO DFTRANS, ENVOLVIMENTO...... 284

422 Índice Alfabético

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DISTRITO FEDERAL, RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. DANO MORAL, REPARAÇÃO. QUEDA EM BUEIRO ABERTO. CAESB, RES- PONSABILIDADE...... 112 DÍVIDA ATIVA, INSCRIÇÃO INDEVIDA. DANO MORAL. HOMÔNI- MO...... 99 DÍVIDA DE PROGRAMAS SEXUAIS. EXTORSÃO, DESCARACTERI- ZAÇÃO. ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO...... 230 DÍVIDAS PRETÉRITAS, ASSUNÇÃO DE RESPONSABILIDADE. SO- CIEDADE COMERCIAL. TRANSFERÊNCIA INTEGRAL DE QUOTAS.. 198 DIVISÃO DE HONORÁRIOS, CRITÉRIOS. SOCIEDADE CIVIL DE AD- VOGADOS. CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE, IMPOSSIBILIDADE. CARGO DE FISCAL DE ATIVIDADES URBANAS DO DF, INCOMPATI- BILIDADE...... 185 DIVÓRCIO. BEM IMÓVEL. CESSÃO DE DIREITOS. PARTILHA, POSSI- BILIDADE...... 119 DIVÓRCIO DIRETO. CÔNJUGE VIRAGO. NOME DE CASADA, MA- NUTENÇÃO...... 120 DIVÓRCIO DIRETO CONSENSUAL. AUDIÊNCIA DE RATIFICAÇÃO, DESNECESSIDADE. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66/2010, APLI- CABILIDADE...... 121 DOAÇÃO INOFICIOSA, NULIDADE. PROTEÇÃO DA LEGÍTIMA. ALIENAÇÃO GRATUITA...... 122 DOCÊNCIA NA ÁREA MÉDICA. MANDADO DE SEGURANÇA. CON- CURSO PÚBLICO. DESCLASSIFICAÇÃO INDEVIDA...... 28 DOENÇA GRAVE. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANEN- TE, INDEFERIMENTO. PROVENTOS INTEGRAIS. ATESTADO DE JUNTA MÉDICA OFICIAL, NECESSIDADE...... 9 DOLO, INEXISTÊNCIA. MEDIDA RESTRITIVA, DESOBEDIÊNCIA. ABSOLVIÇÃO. TEORIA FINALISTA DA AÇÃO, APLICABILIDADE...... 246 DOSIMETRIA DA PENA, ADEQUAÇÃO. ROUBO QUALIFICADO. EX- CLUSÃO DA QUALIFICADORA, IMPOSSIBILIDADE. APREENSÃO DA ARMA, PRESCINDIBILIDADE...... 260

423 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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DOSIMETRIA DA PENA, CORREÇÃO PELO TRIBUNAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. MOTIVO TORPE, CIÚMES. NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA, INEXISTÊNCIA...... 243 DOSIMETRIA DA PENA, REFORMA. FURTO QUALIFICADO. ROM- PIMENTO DE OBSTÁCULO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, DES- CABIMENTO...... 234 DPVAT, COBRANÇA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. FORO DE COM- PETÊNCIA, CONVENIÊNCIA DO CONSUMIDOR...... 60 DUPLICATA PROTESTADA. SUSTAÇÃO DE PROTESTO. ENDOSSO- -MANDATO, NÃO COMPROVAÇÃO...... 349

E

ECAD. DIREITOS AUTORAIS, COBRANÇA. EVENTO MUSICAL. AR- TISTAS ESTRANGEIROS...... 123 ECAD, ATRIBUIÇÃO. EMBARGOS INFRINGENTES. DIREITOS AU- TORAIS. PREÇOS PELA COBRANÇA DA FRUIÇÃO...... 126 EFEITOS DO MANDATO, CESSAÇÃO. MANDATO PARA TRANSFE- RÊNCIA DE IMÓVEL. INTERDIÇÃO DE UM DOS MANDATÁRIOS..... 147 EMANCIPAÇÃO. ENFERMIDADE GRAVE. CURADOR, COMPANHEI- RO. PROIBIÇÃO DE APROXIMAÇÃO DO GENITOR, POSSIBILIDA- DE...... 124 EMBARGOS À EXECUÇÃO. BENEFÍCIO-ALIMENTAÇÃO. FRACIO- NAMENTO INDIVIDUAL DOS CREDORES...... 318 EMBARGOS À EXECUÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DEVI- DOS À FAZENDA PÚBLICA. COMPENSAÇÃO, POSSIBILIDADE...... 319 EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO TRIBUTÁRIO, PARCE- LAMENTO. REMISSÃO TRIBUTÁRIA, CRITÉRIOS...... 379 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EFEITO MODIFICATIVO. MANDA- DO DE SEGURANÇA. TEORIA DA ENCAMPAÇÃO, RECONHECI- MENTO...... 333

424 Índice Alfabético

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EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO FISCAL. AMEAÇA DE CONSTRIÇÃO JUDICIAL...... 316 EMBARGOS DO DEVEDOR. EXECUÇÃO PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, FRACIONA- MENTO...... 317 EMBARGOS INFRINGENTES. PUBLICAÇÃO DE MATÉRIA OFENSI- VA. DANO MORAL CONFIGURADO...... 125 EMBARGOS INFRINGENTES. DIREITOS AUTORAIS. PREÇOS PELA COBRANÇA DA FRUIÇÃO. ECAD, ATRIBUIÇÃO...... 126 EMENDA À INICIAL, DETERMINAÇÃO. REVISIONAL C/C EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO. INDEFERIMENTO DA EXORDIAL, DESCABIMENTO...... 346 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66/2010, APLICABILIDADE. DIVÓR- CIO DIRETO CONSENSUAL. AUDIÊNCIA DE RATIFICAÇÃO, DES- NECESSIDADE...... 121 EMISSÃO PARA PAGAMENTO DE CONTRATO, NÃO DEMONSTRA- ÇÃO. MONITÓRIA. CHEQUE PRESCRITO EMITIDO NO EXTERIOR. COMPROVAÇÃO DA CAUSA DEBENDI, DESNECESSIDADE...... 197 EMPREGADOR, RESPONSABILIDADE. HOMICÍDIO CULPOSO. ACI- DENTE DE TRABALHO. TREINAMENTO OBRIGATÓRIO, NÃO FOR- NECIMENTO...... 240 EMPREITADA, SUBCONTRATAÇÃO. TOMADORA DE SERVIÇO, RESPONSABILIDADE. DANO MORAL, CARACTERIZAÇÃO...... 127 EMPRESA CONTRATADA, RESPONSABILIDADE. REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. FURTO EM APARTAMENTO. SERVIÇO DE POR- TARIA, NEGLIGÊNCIA...... 166 EMPRESA DE PEQUENO PORTE. EXECUÇÃO. PENHORA, EXCEP- CIONALIDADE. FATURAMENTO DIÁRIO DA EMPRESA...... 320 EMPRESA DE TELEFONIA. INDENIZAÇÃO C/C COMPLEMENTA- ÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. SUBSCRIÇÃOS COMPLEMENTAR DE AÇÕES...... 196 EMPRESA EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL. CRIME AMBIENTAL. ALVARÁ, EXPEDIÇÃO. FORMALIDADES LEGAIS, INOBSERVÂNCIA..... 220

425 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

EMPRÉSTIMO BANCÁRIO, NEGATIVA DE CONCESSÃO. DANO MO- RAL, DESCABIMENTO. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO...... 128 EMPRÉSTIMO FRAUDADO. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. DANO MORAL. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA...... 129 EMPRÉSTIMO FRAUDULENTO. DANO MORAL, CABIMENTO. PRO- VENTOS DE APOSENTADORIA...... 107 ENCARGOS CONDOMINIAIS. PAGAMENTO REALIZADO APÓS AJUI- ZAMENTO DA AÇÃO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ, CONFIGURAÇÃO...... 130 ENDOSSO-MANDATO, NÃO COMPROVAÇÃO. SUSTAÇÃO DE PROTESTO. DUPLICATA PROTESTADA...... 349 ENFERMIDADE GRAVE. EMANCIPAÇÃO. CURADOR, COMPANHEI- RO. PROIBIÇÃO DE APROXIMAÇÃO DO GENITOR, POSSIBILIDADE.. 124 ENRIQUECIMENTO INDEVIDO E PREJUÍZO PARA ENTIDADE, INO- CORRÊNCIA. FINATEC. PESQUISADOR BOLSISTA. RESSARCIMEN- TO AO ERÁRIO, IMPROCEDÊNCIA...... 132 ENSINO EM TURMAS MISTAS. GATE, PERCEPÇÃO. LEI Nº 540/93, ART. 1º, INCISO I, APLICABILIDADE...... 21 ENTEADA, COMPARAÇÃO À FILHA. REVISÃO DE PENSÃO ESTA- TURÁRIA PELO TCDF, DECADÊNCIA. PENSÃO PREVIDENCIÁRIA POR MORTE. LEI APLICÁVEL, CRITÉRIOS...... 282 ENTIDADES PRIVADAS COMO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, QUA- LIFICAÇÃO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS DISTRITAIS NºS 4.081/08 E 4.249/08. CONTRATO DE GESTÃO...... 202 ENTREGA DO IMÓVEL, ATRASO INJUSTIFICADO. COMPRA E VEN- DA DE IMÓVEL. DANO MATERIAL. DANO MORAL, INOCORRÊN- CIA...... 81 ENVIO DE MENSAGENS COM CONTEÚDO OBSCENO. DANO MO- RAL. ACESSO A IMAGEM DE CELULAR ALHEIO...... 95 EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS, RETENÇÃO. LOCATÁRIOS INADIMPLENTES. INDENIZAÇÃO, DESPROVIMENTO. APROPRIA- ÇÃO INDÉBITA, AFASTAMENTO...... 131

426 Índice Alfabético

Título Ementa

ERRO DA ADMINISTRAÇÃO. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚ- BLICO. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO, IMPOSSIBILIDA- DE. NATUREZA ALIMENTAR...... 6 ERRO DE FATO, INEXISTÊNCIA. RESCISÓRIA, IMPROCEDÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA...... 43 ERRO DE PROIBIÇÃO, AFASTABILIDADE. DIREITO AUTORAL, VIOLAÇÃO. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. LAUDO DOCUMEN- TOSCÓPICO...... 225 ERRO SOBRE A PESSOA. HOMICÍDIO QUALIFICADO CONSUMA- DO. COMPETÊNCIA DO JÚRI. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ, RELATIVIDADE...... 359 ESBULHO, CARACTERIZAÇÃO. INTERDITO PROIBITÓRIO E REIN- TEGRAÇÃO DE POSSE. IMÓVEL RURAL ARRENDADO PELA TER- RACAP. COMODATO...... 142 ESCRITA FISCAL, DIFERENÇA. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBU- TÁRIA. CONTROLE PARALELO DE VENDAS...... 221 ESCRITURA PÚBLICA DE IMÓVEL, OUTORGA. OBRIGAÇÃO DE FA- ZER. PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO. PRINCÍPIO DA CAUSA- LIDADE...... 339 ESCRITURA PÚBLICA NÃO LAVRADA, IRRELEVÂNCIA. IMÓVEL ADQUIRIDO DA TERRACAP. IMÓVEL DE DOMÍNIO PÚBLICO, NÃO CARACTERIZAÇÃO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL...... 327 ESCRITURA PÚBLICA, APRESENTAÇÃO. MANUTENÇÃO DE POS- SE. REQUISITOS DO ART. 927 DO CPC, COMPROVAÇÃO...... 148 ESPOSA CURATELADA. ALVARÁ, AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. PER- MUTA DE IMÓVEL. MANIFESTA VANTAGEM, NÃO DEMONSTRA- ÇÃO...... 294 ESTABELECIMENTO COMERCIAL, RESPONSABILIDADE. DANO MORAL. AGRESSÃO FÍSICA EM BOATE...... 97 ESTABELECIMENTO DE ENSINO. QUEDA DE ELEVADOR. MÁ PRES- TAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL...... 161

427 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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ESTELIONATO. BAÚ DA FELICIDADE. PROMESSA DE RECEBIMEN- TO DE PRÊMIO...... 227 ESTELIONATO. COMPRAS COM CARTÃO CLONADO. PRISÃO EM FLAGRANTE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL, CARACTERIZAÇÃO... 228 ESTUDO TÉCNICO, ELABORAÇÃO. PODER FAMILIAR DO GENI- TOR, SUSPENSÃO. RELAÇÃO CONFLITUOSA COM OS FILHOS...... 157 ESTUPRO DE VULNERÁVEL. HABEAS CORPUS. FLAGRANTE, INO- CORRÊNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZAÇÃO..... 236 ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. UNIFICAÇÃO DOS DELITOS. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PROTEÇÃO DEFICIENTE. LEI Nº 12.015/09, RETROAÇÃO...... 229 ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. LEI MAIS BENÉFI- CA, RETROATIVIDADE. PENA-BASE, EXASPERAÇÃO...... 354 EVASÃO FISCAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ICMS. TARE, ILEGALIDA- DE...... 372 EVENTO MUSICAL. ECAD. DIREITOS AUTORAIS, COBRANÇA. AR- TISTAS ESTRANGEIROS...... 123 EX-SÍNDICO, DEVER DE PRESTAR CONTAS. PRESTAÇÃO DE CON- TAS. CONDOMÍNIO...... 160 EXAME DE DNA, NÃO COMPARECIMENTO. INVESTIGAÇÃO DE PA- TERNIDADE. ALIMENTOS. PATERNIDADE, PRESUNÇÃO...... 144 EXAME PSICOTÉCNICO, NÃO RECOMENDAÇÃO. CONCURSO PÚ- BLICO. MANDADO DE SEGURANÇA...... 16 EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. EXECUÇÃO FISCAL. RESPON- SABILIDADE DOS SÓCIOS GERENTES. PRESCRIÇÃO INCIDENTAL, RECONHECIMENTO...... 322 EXCEPCIONAL INTERESSE DO PODER PÚBLICO, NECESSIDADE. CONTRATO TEMPORÁRIO. VÍNCULO DE TRABALHO COM ADMI- NISTRAÇÃO PÚBLICA, NÃO RECONHECIMENTO...... 18 EXCESSO DE VELOCIDADE JUSTIFICADO. INFRAÇÃO DE TRÂN- SITO, INEXISTÊNCIA. EXERCÍCIO DA MEDICINA. ATENDIMENTO DOMICILIAR DE EMERGÊNCIA...... 24

428 Índice Alfabético

Título Ementa

EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA, IMPOSSIBILIDADE. ROUBO QUALIFICADO. APREENSÃO DA ARMA, PRESCINDIBILIDADE. DO- SIMETRIA DA PENA, ADEQUAÇÃO...... 260 EXCLUSÃO DO SÓCIO FIADOR. DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. FIANÇA, EXONERAÇÃO. COMUNICAÇÃO AO CREDOR... 113 EXECUÇÃO. PENHORA, EXCEPCIONALIDADE. FATURAMENTO DI- ÁRIO DA EMPRESA. EMPRESA DE PEQUENO PORTE...... 320 EXECUÇÃO. DESAPROPRIAÇÃO. SOBRESTAMENTO, NÃO JUSTIFI- CAÇÃO. PREJUDICIAL EXTERNA, INOCORRÊNCIA...... 314 EXECUÇÃO EM DESFAVOR DA FAZENDA PÚBLICA. AÇÃO COLETI- VA PROMOVIDA POR SINDICATO. PRECATÓRIO, SUJEIÇÃO...... 321 EXECUÇÃO FISCAL. PARCELAMENTO DE DÉBITO. DESPACHO OR- DENADOR DA CITAÇÃO, INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO...... 380 EXECUÇÃO FISCAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PARCELAMEN- TO, INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO...... 371 EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO AN- TES DA CITAÇÃO. PRESCRIÇÃO, INTERRUPÇÃO...... 381 EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. RESPON- SABILIDADE DOS SÓCIOS GERENTES. PRESCRIÇÃO INCIDENTAL, RECONHECIMENTO...... 322 EXECUÇÃO FISCAL. CITAÇÃO, NÃO FORMALIZAÇÃO. DÉBITO FIS- CAL. PARCELAMENTO ADMINISTRATIVO...... 382 EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO, INTERRUPÇÃO. CONFLITO DE NORMAS. CITAÇÃO DO DEVEDOR, VALIDADE...... 383 EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. AMEAÇA DE CONSTRIÇÃO JUDICIAL...... 316 EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. FALTA GRA- VE. CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS. CONTAGEM DE NOVA DATA, FI- XAÇÃO...... 239 EXECUÇÃO PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. EMBAR- GOS DO DEVEDOR. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, FRACIONA- MENTO...... 317

429 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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EXECUÇÃO, FRACIONAMENTO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VA- LOR. REPERCUSSÃO GERAL, RECONHECIMENTO. SOBRESTAMEN- TO, NECESSIDADE...... 323 EXERCÍCIO DA MEDICINA. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO, INEXISTÊN- CIA. EXCESSO DE VELOCIDADE JUSTIFICADO. ATENDIMENTO DOMICILIAR DE EMERGÊNCIA...... 24 EXERCÍCIO DE AUTODEFESA. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. FAL- SA IDENTIDADE, ABSOLVIÇÃO. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, SUBSTITUIÇÃO...... 269 EXERCÍCIO DE CARGOS NA ESFERA FEDERAL. INCORPORAÇÃO DE QUINTOS. DECISÃO DO TCDF Nº 67/2006, NULIDADE...... 23 EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. EMPRÉSTIMO BANCÁRIO, NE- GATIVA DE CONCESSÃO. DANO MORAL, DESCABIMENTO...... 128 EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO. DANO MORAL, DESCABI- MENTO. ATUAÇÃO PROFISSIONAL. IMUNIDADE, CRITÉRIOS...... 111 EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. INTERESSE DE AGIR, RECONHECI- MENTO. PRINCÍPIOS DA SUCUMBÊNCIA E DA CAUSALIDADE...... 324 EXIGÊNCIA EDITALÍCIA, NÃO ATENDIMENTO. MANDADO DE SE- GURANÇA, DENEGAÇÕES. CONCURSO PÚBLICO. CERTIDÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL...... 37 EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. MAIORIDADE CIVIL. REPRESEN- TAÇÃO PROCESSUAL. GENITORA, IMPOSSIBILIDADE...... 325 EXONERAÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ. SERVIDORA COMISSIO- NADA. INDENIZAÇÃO, CABIMENTO...... 49 EXPLORAÇÃO SEXUAL. RUFIANISMO. TRÁFICO DE MULHERES. LEI MAIS BENÉFICA, RETROATIVIDADE...... 263 EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA. DIREITOS AUTORAIS, COBRANÇA. RECEITA BRUTA OBTIDA, NÃO APRESENTAÇÃO. APURAÇÃO POR ESTIMATIVA, POSSIBILIDADE...... 117 EXTENSÃO AOS IMPETRANTES, IMPOSSIBILIDADE. MANDADO DE SEGURANÇA. AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL. VANTAGEM DESTINADA À ESPECIALIDADE AGENTE DE PORTARIA...... 35

430 Índice Alfabético

Título Ementa

EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. IMÓVEL NÃO PARTILHADO. CONTRAPRESTAÇÃO PELO USO UNILATERAL, IM- POSSIBILIDADE. SOBREPARTILHA, NÃO AJUIZAMENTO...... 328 EXTORSÃO, DESCARACTERIZAÇÃO. DÍVIDA DE PROGRAMAS SE- XUAIS. ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO...... 230 EXTORSÕES, DEMONSTRAÇÃO. MESMA VÍTIMA. CONTINUIDADE DELITIVA...... 231 EXTRAVIO DE BAGAGEM. DANO MATERIAL E MORAL. VIAGEM INTERNACIONAL...... 91 EXTRAVIO DE BAGAGENS. VIAGEM INTERNACIONAL. MUDANÇA NO TRAJETO. INDENIZAÇÃO, MAJORAÇÃO...... 194

F

FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJE- TIVA DO ESTADO. BENEFÍCIO RENDA MINHA, NÃO PAGAMENTO. DANO MORAL...... 173 FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. AGÊNCIA DE VIAGENS. GREVE DOS CONTROLADORES DE VOO. FATO DE TERCEIRO, NÃO CONFIGURAÇÃO...... 61 FALSA IDENTIDADE, ABSOLVIÇÃO. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. EXERCÍCIO DE AUTODEFESA. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, SUBSTITUIÇÃO...... 269 FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA. USO DE DOCUMENTO FALSO. CRIME IMPOSSÍVEL, DESCABIMENTO...... 274 FALTA GRAVE. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. EXECUÇÃO PE- NAL. CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS. CONTAGEM DE NOVA DATA, FIXAÇÃO...... 239 FATO DE TERCEIRO, NÃO CONFIGURAÇÃO. AGÊNCIA DE VIA- GENS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. GREVE DOS CON- TROLADORES DE VOO...... 61

431 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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FATO OCORRIDO EM 2001. ACIDENTE DE TRÂNSITO COM MORTE. PERÍCIA REALIZADA EM MINAS GERAIS. TEMPUS REGIT ACTUM... 56 FATURA PAGA. SUSPENSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, TENTATIVAS. CIÊNCIA DA CONCESSIONÁRIA. DANO MORAL, CARACTERIZA- ÇÃO...... 187 FATURAMENTO DIÁRIO DA EMPRESA. EXECUÇÃO. PENHORA, EX- CEPCIONALIDADE. EMPRESA DE PEQUENO PORTE...... 320 FEIRA ITINERANTE. ALVARÁ. LEI DISTRITAL Nº 2.815/2001, IN- CONSTITUCIONALIDADE. REQUERIMENTO DE ALVARÁ, IMPOS- SIBILIDADE...... 5 FIANÇA, EXONERAÇÃO. DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. EXCLUSÃO DO SÓCIO FIADOR. COMUNICAÇÃO AO CRE- DOR...... 113 FIANÇA, PERMANÊNCIA. COBRANÇA. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. INÉRCIA DO FIADOR...... 73 FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. TEORIA DA IMPREVISÃO, INAPLICABILIDADE. FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS, MITIGAÇÃO...... 176 FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. REVISÃO CONTRATUAL. PREVI- DÊNCIA PRIVADA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLI- CABILIDADE...... 177 FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. COBRANÇA. CENTRUS. NORMA DO SFH, INAPLICABILIDADE...... 74 FINATEC. PESQUISADOR BOLSISTA. RESSARCIMENTO AO ERÁ- RIO, IMPROCEDÊNCIA. ENRIQUECIMENTO INDEVIDO E PREJUÍZO PARA ENTIDADE, INOCORRÊNCIA...... 132 FISCAL DA RECEITA, EXTINÇÃO DO CARGO. CONCURSO PÚBLI- CO. TRANSPOSIÇÃO PARA CARGO DE AUDITOR TRIBUTÁRIO, IM- POSSIBILIDADE...... 15 FIXAÇÃO DE ALÍQUOTAS, CRITÉRIOS. IMPOSTO SOBRE SERVI- ÇOS. LEI COMPLEMENTAR Nº 687/03. PRINCÍPIO DA IRRETROATI- VIDADE DAS LEIS...... 385

432 Índice Alfabético

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FIXAÇÃO EM PATAMAR IRRISÓRIO, REJEIÇÃO. OBRIGAÇÃO DE ALIMENTOS. PENSÃO, REDUÇÃO PONDERADA...... 151 FLAGRANTE IMPRÓPRIO. ROUBOS CIRCUNSTANCIADOS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ILICITUDE POR DERIVAÇÃO, INO- CORRÊNCIA...... 262 FLAGRANTE, INOCORRÊNCIA. HABEAS CORPUS. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZAÇÃO.. 236 FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS, MITIGAÇÃO. REVISIO- NAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. FINANCIAMENTO DE VEÍ- CULO. TEORIA DA IMPREVISÃO, INAPLICABILIDADE...... 176 FORMAÇÃO DE QUADRILHA. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. PRISÃO EM FLAGRANTE. RECEPTAÇÃO QUALIFICADA...... 238 FORMALIDADES LEGAIS, INOBSERVÂNCIA. CRIME AMBIENTAL. EMPRESA EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL. ALVARÁ, EXPEDI- ÇÃO...... 220 FORNECIMENTO DE FOLHAS DE CHEQUE. OBRIGAÇÃO DE FAZER. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, INDEFERIMENTO. LIMITE ESTABELE- CIDO PELO BANCO CENTRAL, OBSERVÂNCIA...... 338 FORNECIMENTO DE REMÉDIO INDISPENSÁVEL. COMINATÓRIA. DEVER DO PODER PÚBLICO...... 78 FORNECIMENTO DE REMÉDIO REGISTRADO NA ANVISA, DECI- SÃO LIMINAR. SECRETÁRIO DE SAÚDE DO DF, LEGITIMIDADE PASSIVA. DILAÇÃO PROBATÓRIA, DESNECESSIDADE. PROTOCO- LO CLÍNICO DO SUS...... 326 FORO DE COMPETÊNCIA, CONVENIÊNCIA DO CONSUMIDOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DPVAT, COBRANÇA...... 60 FORO DIVERSO DO ELEITO NO CONTRATO. REVISIONAL. CON- TRATO BANCÁRIO...... 345 FORO DO DOMICÍLIO DO AUTOR, COMPETÊNCIA ABSOLUTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RELAÇÃO DE CONSUMO...... 287 FRACIONAMENTO INDIVIDUAL DOS CREDORES. EMBARGOS À EXECUÇÃO. BENEFÍCIO-ALIMENTAÇÃO...... 318

433 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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FRAUDE, NÃO COMPROVAÇÃO. ICMS. COMPRA E VENDA DE PRO- DUTOS FARMACÊUTICOS...... 384 FUGA DE REGIME SEMIABERTO. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. PRAZO PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS, REINÍCIO DA CONTA- GEM...... 357 FUNCEF. REVISÃO DE CLÁUSULAS. CONTRATO DE FINANCIA- MENTO HABITACIONAL. TABELA PRICE, INAPLICABILIDADE...... 179 FUNCIONÁRIOS APOSENTADOS DO BANCO DO BRASIL. COMPLE- MENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. JUSTIÇA TRABALHISTA, COM- PETÊNCIA...... 278 FURTO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES, INVIABILIDADE. PENA, ADEQUAÇÃO...... 232 FURTO DE CARRO POR FLANELINHA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA APROPRIAÇÃO INDÉBITA. REGIME PRISIONAL, ABRANDAMEN- TO...... 233 FURTO DE VEÍCULO EM CONCESSIONÁRIA. VÍCIO NA PRESTA- ÇÃO DO SERVIÇO. DANO MATERIAL. DANO MORAL, DESCABI- MENTO...... 133 FURTO EM APARTAMENTO. REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. SERVIÇO DE PORTARIA, NEGLIGÊNCIA. EMPRESA CONTRATADA, RESPONSABILIDADE...... 166 FURTO QUALIFICADO. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. SUBTRA- ÇÃO DE TOALHAS DE CRECHE. REINCIDÊNCIA EM CRIME CON- TRA O PATRIMÔNIO...... 237 FURTO QUALIFICADO. ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, DESCABIMENTO. DOSIMETRIA DA PENA, REFORMA...... 234

G

GATE, CABIMENTO. PROFESSOR. TURMA MISTA. HONORÁRIOS, MAJORAÇÃO...... 41

434 Índice Alfabético

Título Ementa

GATE, PERCEPÇÃO. ENSINO EM TURMAS MISTAS. LEI Nº 540/93, ART. 1º, INCISO I, APLICABILIDADE...... 21 GENITORA, IMPOSSIBILIDADE. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. MAIORIDADE CIVIL. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL...... 325 GENITORES. ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR DA PMDF. DE- PENDÊNCIA DO MILITAR, COMPROVAÇÃO...... 64 GRAU DE COMPROMETIMENTO, VERIFICAÇÃO DESNECESSÁRIA. SEGURO DPVAT, DIFERENÇA. DEBILIDADE PERMANENTE. TEM- PUS REGIT ACTUM...... 181 GRAVAME DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. ANUÊNCIA DO PROPRIETÁRIO, INOCORRÊNCIA. DANO MORAL...... 82 GRAVIDEZ INESPERADA. USO DE ANTICONCEPCIONAL. PENSÃO, ESTABELECIMENTO. QUANTUM, ADEQUAÇÃO...... 134 GREVE DOS CONTROLADORES DE VOO. AGÊNCIA DE VIAGENS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. FATO DE TERCEIRO, NÃO CONFIGURAÇÃO...... 61 GUARDA COMPARTILHADA, REGULAMENTAÇÃO. CASAL DIVOR- CIADO. INTERESSE DO MENOR, PREVALÊNCIA...... 71 GUARDA E RESPONSABILIDADE. GUARDA EXCLUSIVA EM FAVOR DA GENITORA. CONDUTA DESREGRADA, NÃO COMPROVAÇÃO. INTERESSE DO MENOR, PREVALÊNCIA...... 135 GUARDA EXCLUSIVA EM FAVOR DA GENITORA. GUARDA E RES- PONSABILIDADE. CONDUTA DESREGRADA, NÃO COMPROVA- ÇÃO. INTERESSE DO MENOR, PREVALÊNCIA...... 135

H

HABEAS CORPUS. BRASILEIRO CONDENADO NO EXTERIOR. CUM- PRIMENTO DO RESTANTE DA PENA NO BRASIL, POSSIBILIDADE. CONVENÇÃO INTERAMERICANA, APLICABILIDADE...... 355

435 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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HABEAS CORPUS. CITAÇÃO POR EDITAL. ANTECIPAÇÃO DE PRO- VAS, EXCEPCIONALIDADE. PERECIMENTO DAS INFORMAÇÕES, RISCO NÃO AVALIADO...... 235 HABEAS CORPUS. LATROCÍNIO, TENTATIVA. PERICULOSIDADE DO AGENTE, DEMONSTRAÇÃO...... 356 HABEAS CORPUS. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. FLAGRANTE, INO- CORRÊNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZAÇÃO..... 236 HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. FURTO QUALIFICADO. SUBTRA- ÇÃO DE TOALHAS DE CRECHE. REINCIDÊNCIA EM CRIME CON- TRA O PATRIMÔNIO...... 237 HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. FUGA DE REGIME SEMIABERTO. PRA- ZO PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS, REINÍCIO DA CONTAGEM...... 357 HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. CRIMES HEDIONDOS E A ELE EQUIPARADOS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLA- GRANTE, LEGALIDADE...... 358 HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. PRISÃO EM FLAGRANTE. RECEP- TAÇÃO QUALIFICADA. FORMAÇÃO DE QUADRILHA...... 238 HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. EXECUÇÃO PENAL. FALTA GRA- VE. CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS. CONTAGEM DE NOVA DATA, FI- XAÇÃO...... 239 HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. PRISÃO PREVENTIVA. HOMICÍ- DIO QUALIFICADO. ORDEM PÚBLICA, GARANTIA...... 365 HOMICÍDIO CULPOSO. ACIDENTE DE TRABALHO. TREINAMENTO OBRIGATÓRIO, NÃO FORNECIMENTO. EMPREGADOR, RESPON- SABILIDADE...... 240 HOMICÍDIO CULPOSO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. PENAS, APLICA- ÇÃO CUMULATIVA. SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR...... 241 HOMICÍDIO CULPOSO. AFOGAMENTO DE ESCOTEIRO. DEVER DE CUIDADO, INOBSERVÂNCIA. PENA-BASE, REDIMENSIONAMENTO.. 242 HOMICÍDIO QUALIFICADO. MOTIVO TORPE, CIÚMES. NULIDA- DE POSTERIOR À PRONÚNCIA, INEXISTÊNCIA. DOSIMETRIA DA PENA, CORREÇÃO PELO TRIBUNAL...... 243

436 Índice Alfabético

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HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRISÃO PREVENTIVA. HABEAS COR- PUS, DENEGAÇÃO. ORDEM PÚBLICA, GARANTIA...... 365 HOMICÍDIO QUALIFICADO CONSUMADO. ERRO SOBRE A PES- SOA. COMPETÊNCIA DO JÚRI. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ, RELATIVIDADE...... 359 HOMICÍDIO QUALIFICADO E TENTATIVA DE HOMICÍDIO. MOTI- VO TORPE. NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA, INOCORRÊN- CIA...... 360 HOMÔNIMO. DANO MORAL. DÍVIDA ATIVA, INSCRIÇÃO INDEVI- DA...... 99 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DEVIDOS À FAZENDA PÚBLICA. EMBARGOS À EXECUÇÃO. COMPENSAÇÃO, POSSIBILIDADE...... 319 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, FRACIONAMENTO. EMBARGOS DO DEVEDOR. EXECUÇÃO PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚ- BLICA...... 317 HONORÁRIOS, MAJORAÇÃO. PROFESSOR. GATE, CABIMENTO. TURMA MISTA...... 41 HORÁRIO, COMPATIBILIDADE. SERVIDOR PÚBLICO DE SAÚDE. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS, CRITÉRIOS. JORNADA DE TRABALHO SUPERIOR A 60 HORAS SEMANAIS...... 48 HOSPITAL PÚBLICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. PARTO COM USO DE FÓRCEPS. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS...... 174

I

ICMS. COMPRA E VENDA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS. FRAU- DE, NÃO COMPROVAÇÃO...... 384 ICMS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. EVASÃO FISCAL. TARE, ILEGALIDA- DE...... 372 ICMS, BASE DE CÁLCULO. BITRIBUTAÇÃO, DESCARACTERIZA- ÇÃO. CARTÃO DE CRÉDITO. TAXA DE ADMINISTRAÇÃO...... 373

437 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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ICMS, INCIDÊNCIA. ISS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. SERVIÇO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA...... 388 IGREJA EVANGÉLICA. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA...... 386 ILICITUDE POR DERIVAÇÃO, INOCORRÊNCIA. ROUBOS CIRCUNS- TANCIADOS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. FLAGRANTE IM- PRÓPRIO...... 262 IMISSÃO NA POSSE. TRANSFERÊNCIA DE BENS MÓVEIS. INDIVI- DUALIZAÇÃO FÍSICA DA ÁREA, NECESSIDADE...... 136 IMÓVEL ADQUIRIDO DA TERRACAP. ESCRITURA PÚBLICA NÃO LAVRADA, IRRELEVÂNCIA. IMÓVEL DE DOMÍNIO PÚBLICO, NÃO CARACTERIZAÇÃO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL...... 327 IMÓVEL ALIENADO PARA AQUISIÇÃO DE OUTRO, DESCUMPRI- MENTO. PRESTAÇÃO DE CONTAS. AÇÃO CONTRA GENITORA DA MENOR. MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE...... 159 IMÓVEL DA UNIÃO. IPTU/TLP, DESCABIMENTO. CONCESSÃO DE USO...... 387 IMÓVEL DE DOMÍNIO PÚBLICO, NÃO CARACTERIZAÇÃO. IMÓVEL ADQUIRIDO DA TERRACAP. ESCRITURA PÚBLICA NÃO LAVRADA, IRRELEVÂNCIA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL...... 327 IMÓVEL INTEGRANTE DE CONDOMÍNIO. REGISTRO PÚBLICO IMOBILIÁRIO. AVERBAÇÃO DE RESERVA LEGAL...... 162 IMÓVEL NÃO PARTILHADO. CONTRAPRESTAÇÃO PELO USO UNI- LATERAL, IMPOSSIBILIDADE. SOBREPARTILHA, NÃO AJUIZAMEN- TO. EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO...... 328 IMÓVEL PÚBLICO. DIREITO DE PREFERÊNCIA, NÃO GARANTIA. NULIDADE DA LICITAÇÃO, DESPROVIMENTO...... 22 IMÓVEL PÚBLICO. DIREITO REAL DE USO, CONCESSÃO. ARGUI- ÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, ACOLHIMENTO...... 137 IMÓVEL RURAL ARRENDADO PELA TERRACAP. INTERDITO PROI- BITÓRIO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE. COMODATO. ESBULHO, CARACTERIZAÇÃO...... 142

438 Índice Alfabético

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IMPOSTO DE RENDA, INCIDÊNCIA. ABONO DE PERMANÊNCIA, MOMENTO DA PERCEPÇÃO. APOSENTAÇÃO, INTEGRAÇÃO DOS REQUISITOS. VERBA DE NATUREZA REMUNERATÓRIA...... 2 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. LEI COMPLEMENTAR Nº 687/03. FIXA- ÇÃO DE ALÍQUOTAS, CRITÉRIOS. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVI- DADE DAS LEIS...... 385 IMPRUDÊNCIA DO MOTORISTA. INDENIZATÓRIA. QUEDA EM ÔNIBUS...... 138 IMPUTABILIDADE, CONFIRMAÇÃO. LATROCÍNIO CONSUMADO E TENTADO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO, IMPOSSIBILI- DADE. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA...... 244 IMUNIDADE PARLAMENTAR. QUEIXA-CRIME, REJEIÇÃO. PRO- NUNCIAMENTO EM PLENÁRIO...... 366 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU. IGREJA EVANGÉLICA...... 386 IMUNIDADE, CRITÉRIOS. DANO MORAL, DESCABIMENTO. ATUA- ÇÃO PROFISSIONAL. EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO...... 111 IN DUBIO PRO REO. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. VÍTIMA COM 12 ANOS. PROVA, FRAGILIDADE...... 216 IN DUBIO PRO SOCIETATE. SENTENÇA DE PRONÚNCIA, CONFIR- MAÇÃO. TENTATIVA DE HOMICÍDIO. MATERIALIDADE, COM- PROVAÇÃO...... 367 INADIMPLEMENTO. CONTRATO DE SERVIÇOS, REVISÃO. NOVA- ÇÃO, NÃO CONFIGURAÇÃO. RESTITUIÇÃO DE VALORES, IMPRO- CEDÊNCIA...... 89 INADIMPLÊNCIA DO CONTRATANTE. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. ONEROSIDADE DO CONTRATO, PREVISÃO. LEI DE USURA, INAPLICABILIDADE...... 312 INAPTIDÃO PARA EXERCÍCIO DO EMPREGO, IRREGULARIDADE. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA. DIREITO À ADMISSÃO...... 14 INCÊNDIO EM AUTOMÓVEL APÓS REPAROS. DANO MATERIAL E MORAL, DESCABIMENTO. LAUDO TÉCNICO INCONCLUSIVO...... 93

439 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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INCIDENTE DE DEPENDÊNCIA TOXICOLÓGICA, INDEFERIMENTO. TRÁFICO DE DROGAS. CERCEAMENTO DE DEFESA, INOCORRÊN- CIA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA ART. 28 DA LEI DE DROGAS, DES- CABIMENTO...... 267 INCÔMODO CAUSADO A PRÉDIO VIZINHO. CONSTRUÇÃO DE PRÉDIO. ATO ILÍCITO, INEXISTÊNCIA. DANO MORAL, IMPOSSIBI- LIDADE...... 85 INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. DIREITO REAL DE USO. LEIS COMPLEMENTARES DISTRITAIS. VÍCIO DE INICIATIVA...... 315 INCORPORAÇÃO DE QUINTOS. EXERCÍCIO DE CARGOS NA ESFE- RA FEDERAL. DECISÃO DO TCDF Nº 67/2006, NULIDADE...... 23 INDEFERIMENTO DA EXORDIAL, DESCABIMENTO. REVISIONAL C/C EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO. EMENDA À INICIAL, DETERMINAÇÃO.. 346 INDENIZAÇÃO. CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIO. CONSTRUTORA, DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO...... 140 INDENIZAÇÃO À VÍTIMA, EXCLUSÃO. ROUBO. CONCURSO FOR- MAL. PEDIDO EXPRESSO, INEXISTÊNCIA...... 253 INDENIZAÇÃO C/C COMPLEMENTAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FA- ZER. SUBSCRIÇÃOS COMPLEMENTAR DE AÇÕES. EMPRESA DE TE- LEFONIA...... 196 INDENIZAÇÃO POR DANOS AO MEIO AMBIENTE E AO PATRIMÔ- NIO, DESCABIMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INVASÃO DE ÁREAS PÚBLICAS. QUADRAS COMERCIAIS DO PLANO PILOTO...... 66 INDENIZAÇÃO, CABIMENTO. SERVIDORA COMISSIONADA. EXO- NERAÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ...... 49 INDENIZAÇÃO, CABIMENTO. COBRANÇA SECURITÁRIA. ACIDEN- TE DE TRÂNSITO. MORTE DO SEGURADO...... 77 INDENIZAÇÃO, CRITÉRIOS. TRATAMENTO MÉDICO INADEQUA- DO. MORTE DE PACIENTE. REDE PÚBLICA DE SAÚDE...... 189 INDENIZAÇÃO, DESPROVIMENTO. EQUIPAMENTOS ODONTOLÓ- GICOS, RETENÇÃO. LOCATÁRIOS INADIMPLENTES. APROPRIA- ÇÃO INDÉBITA, AFASTAMENTO...... 131

440 Índice Alfabético

Título Ementa

INDENIZAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. OCUPAÇÃO IRREGULAR. DE- MOLIÇÃO, LEGITIMIDADE...... 152 INDENIZAÇÃO, IMPROCEDÊNCIA. SEPARAÇÃO. CONSTRUÇÃO EM TERRENO. ADJUDICAÇÃO DO IMÓVEL...... 182 INDENIZAÇÃO, MAJORAÇÃO. VIAGEM INTERNACIONAL. MU- DANÇA NO TRAJETO. EXTRAVIO DE BAGAGENS...... 194 INDENIZATÓRIA. QUEDA EM ÔNIBUS. IMPRUDÊNCIA DO MOTO- RISTA...... 138 INDENIZATÓRIA, DESPROVIMENTO. CAMPANHA ELEITORAL. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DE SLOGAN, NÃO COMPROVAÇÃO...... 139 INDICAÇÃO DA CAUSA DEBENDI, NECESSIDADE. MONITÓRIA. CHEQUE PRESCRITO. TRANSCURSO DO PRAZO BIENAL, ADMISSI- BILIDADE...... 336 INDIVIDUALIZAÇÃO DA CONDUTA, CRITÉRIOS. MOTIM. DANO QUALIFICADO. PATRIMÔNIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL...... 247 INDIVIDUALIZAÇÃO FÍSICA DA ÁREA, NECESSIDADE. IMISSÃO NA POSSE. TRANSFERÊNCIA DE BENS MÓVEIS...... 136 INÉRCIA DO FIADOR. COBRANÇA. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. FIANÇA, PERMANÊNCIA...... 73 INEXISTÊNCIA DE LEITO EM UTI PÚBLICA. INTERNAÇÃO EM UTI PARTICULAR. DIREITO À SAÚDE E À DIGNIDADE. NECESSIDADE DE TRATAMENTO, COMPROVAÇÃO...... 208 INFILTRAÇÃO EM APARTAMENTO. DANO MORAL. VIZINHO DO IMÓVEL SUPERIOR, RESPONSABILIDADE...... 101 INFRAÇÃO DE TRÂNSITO, INEXISTÊNCIA. EXCESSO DE VELOCI- DADE JUSTIFICADO. EXERCÍCIO DA MEDICINA. ATENDIMENTO DOMICILIAR DE EMERGÊNCIA...... 24 INICIATIVA DE PARLAMENTAR. LEI DISTRITAL Nº 3.977/2007, CONSTITUCIONALIDADE. PATRIMÔNIO CULTURAL DO DISTRI- TO FEDERAL. VÍCIO DE COMPETÊNCIA, INOCORRÊNCIA...... 209 INICIATIVA DE PARLAMENTARES, INCONSTITUCIONALIDADE. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS DISTRITAIS. OCUPAÇÃO E USO DO SOLO...... 201

441 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

INQUÉRITO POLICIAL, PRESCINDIBILIDADE. CRIMES FUNCIO- NAIS. AÇÃO PENAL, PROPOSITURA. INSERÇÃO DE DADOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÃO...... 224 INSCRIÇÃO INDEVIDA EM DÍVIDA ATIVA. DANO MORAL. IPTU/ TLP...... 100 INSERÇÃO DE DADOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÃO. CRIMES FUNCIONAIS. AÇÃO PENAL, PROPOSITURA. INQUÉRITO POLI- CIAL, PRESCINDIBILIDADE...... 224 INSS. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE. ACIDEN- TE DE TRABALHO...... 277 INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO, NECESSIDADE. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA, CONFIRMAÇÃO. TER- MO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, DESCUMPRIMENTO. CON- TRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, INOBSERVÂNCIA...... 332 INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. COBRANÇA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLICABILIDADE. SERVIÇO PRESTADO, NÃO DE- MONSTRAÇÃO...... 301 INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, CONDUTA ILÍCITA. PENSÃO ALIMEN- TÍCIA. RETENÇÃO DE VALORES...... 155 INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA. EM- PRÉSTIMO FRAUDADO. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. DANO MORAL...... 129 INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA. AÇÕES PREFERENCIAIS. VENDA NÃO AUTORIZADA. VALORES, RESTITUIÇÃO...... 69 INTERDIÇÃO DE UM DOS MANDATÁRIOS. MANDATO PARA TRANSFERÊNCIA DE IMÓVEL. EFEITOS DO MANDATO, CESSA- ÇÃO...... 147 INTERDITO PROIBITÓRIO. BEM PÚBLICO NÃO AFETADO. DISPU- TA ENTRE PARTICULARES...... 141 INTERDITO PROIBITÓRIO. OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA. DIREI- TO POSSESSÓRIO, INEXISTÊNCIA...... 25

442 Índice Alfabético

Título Ementa

INTERDITO PROIBITÓRIO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE. IMÓVEL RURAL ARRENDADO PELA TERRACAP. COMODATO. ESBULHO, CARACTERIZAÇÃO...... 142 INTERESSE DA UNIÃO. QUERELA NULLITATIS. REINTEGRAÇÃO DE POSSE, DESCABIMENTO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDE- RAL...... 341 INTERESSE DE AGIR, RECONHECIMENTO. EXIBIÇÃO DE DOCU- MENTOS. PRINCÍPIOS DA SUCUMBÊNCIA E DA CAUSALIDADE...... 324 INTERESSE DO MENOR, PREVALÊNCIA. CASAL DIVORCIADO. GUARDA COMPARTILHADA, REGULAMENTAÇÃO...... 71 INTERESSE DO MENOR, PREVALÊNCIA. GUARDA E RESPONSABILI- DADE. GUARDA EXCLUSIVA EM FAVOR DA GENITORA. CONDUTA DESREGRADA, NÃO COMPROVAÇÃO...... 135 INTERESSE RECURSAL, INEXISTÊNCIA. AGRAVO DE INSTRUMEN- TO, NÃO CONHECIMENTO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALI- DADE JURÍDICA...... 290 INTERNAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO EM UTI, NECESSIDADE. OMIS- SÃO DO ESTADO, INOCORRÊNCIA. CESÁREA EM HOSPITAL PAR- TICULAR, OPÇÃO. TRANSFERÊNCIA PARA HOSPITAL PÚBLICO, IMPOSSIBILIDADE...... 154 INTERNAÇÃO EM UTI PARTICULAR. INEXISTÊNCIA DE LEITO EM UTI PÚBLICA. DIREITO À SAÚDE E À DIGNIDADE. NECESSIDADE DE TRATAMENTO, COMPROVAÇÃO...... 208 INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPE- CIAL COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLI- CA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA...... 303 INTERRUPÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA, IMPOSSIBILIDADE. DE- SERÇÃO DE POLICIAL MILITAR, DECRETAÇÃO INADMISSÍVEL. DI- REITO À VIDA E À SAÚDE, GARANTIA. SITUAÇÃO REAL DO MILI- TAR, ESCLARECIMENTO NECESSÁRIO...... 20 INTERVENÇÃO DA UNIÃO. PEDIDO APÓS PROLAÇÃO DE SENTEN- ÇA. COMPETÊNCIA, DESLOCAMENTO...... 329

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INTERVENÇÃO DE EMERGÊNCIA, NÃO COMPROVAÇÃO. ANTECI- PAÇÃO DE TUTELA, INDEFERIMENTO. CIRURGIA NA REDE PÚBLI- CA DE SAÚDE...... 295 INTIMAÇÃO DA AUTORA E DO ADVOGADO. ABANDONO DA CAUSA POR MAIS DE 30 DIAS. INTIMAÇÃO POR ATO DE SERVI- DOR. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, POSSIBILIDADE...... 283 INTIMAÇÃO DO DEVEDOR. VENDA DE BEM EM HASTA PÚBLICA. CONSTRIÇÃO JUDICIAL, DESCONSTITUIÇÃO. ATOS NULOS, TER- MO INICIAL...... 350 INTIMAÇÃO PESSOAL DO EXEQUENTE, INOCORRÊNCIA. MU- DANÇA DE ENDEREÇO, NÃO COMUNICAÇÃO. PRESUNÇÃO DE ABANDONO DA CAUSA, IMPOSSIBILIDADE...... 330 INTIMAÇÃO POR ATO DE SERVIDOR. ABANDONO DA CAUSA POR MAIS DE 30 DIAS. INTIMAÇÃO DA AUTORA E DO ADVOGA- DO. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, POSSIBILIDADE...... 283 INVASÃO DE ÁREAS PÚBLICAS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. QUADRAS COMERCIAIS DO PLANO PILOTO. INDENIZAÇÃO POR DANOS AO MEIO AMBIENTE E AO PATRIMÔNIO, DESCABIMENTO...... 66 INVASÃO DE DOMICÍLIO POR POLICIAIS. RESPONSABILIDADE OB- JETIVA DO ESTADO. DANOS MORAIS. ABUSO DE AUTORIDADE, CONFIGURAÇÃO...... 175 INVENTÁRIO. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. COMPE- TÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA. CRIAÇÃO DE VARA ESPECIALI- ZADA...... 309 INVENTÁRIO. CRÉDITO TRABALHISTA, HABILITAÇÃO. PATRIMÔ- NIO DA PESSOA NATURAL E DA JURÍDICA, CONFUSÃO...... 143 INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. ALIMENTOS. EXAME DE DNA, NÃO COMPARECIMENTO. PATERNIDADE, PRESUNÇÃO...... 144 IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IGREJA EVANGÉLICA...... 386 IPTU/TLP. DANO MORAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM DÍVIDA ATIVA...... 100 IPTU/TLP, DESCABIMENTO. IMÓVEL DA UNIÃO. CONCESSÃO DE USO. . 387

444 Índice Alfabético

Título Ementa

IPTU/TLP, NÃO PAGAMENTO. DESPEJO POR FALTA DE PAGAMEN- TO. PREVISÃO CONTRATUAL, NÃO CUMPRIMENTO...... 114 ISS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. SERVIÇO DE PUBLICIDADE E PRO- PAGANDA. ICMS, INCIDÊNCIA...... 388 ISS, COBRANÇA. COOPERATIVA EDUCACIONAL. ATOS MERCAN- TIS REALIZADOS COM TERCEIROS. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA, IMPOSSIBILIDADE...... 377

J

JORNADA DE TRABALHO SUPERIOR A 60 HORAS SEMANAIS. SER- VIDOR PÚBLICO DE SAÚDE. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLI- COS, CRITÉRIOS. HORÁRIO, COMPATIBILIDADE...... 48 JORNADA DE TRABALHO, POSSIBILIDADE DE AUMENTO. SERVI- DOR DO SLU. ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDA- DE, NÃO CUMULATIVIDADE. DISCRICIONARIEDADE DA ADMI- NISTRAÇÃO...... 45 JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E JUIZADO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO EM ESTÁGIO AVANÇADO. APENSAMENTO A FEITO EM OUTRA VARA, IMPOS- SIBILIDADE...... 352 JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. COMPETÊNCIA. SO- CIEDADE DE ECONOMIA MISTA...... 302 JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. CONFLITO NEGATI- VO DE COMPETÊNCIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. LEI Nº 12.153/09, APLICABILIDADE. PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCESSU- AL, OBSERVÂNCIA...... 311 JUÍZO DA FAZENDA PÚBLICA, COMPETÊNCIA. CONFLITO NEGA- TIVO DE COMPETÊNCIA. QUESTÃO AMBIENTAL, INEXISTÊNCIA. PROTEÇÃO À PROPRIEDADE PRIVADA...... 307 JULGAMENTO EXTRA PETITA, NÃO CONFIGURAÇÃO. OFERTA DE ALIMENTOS, FIXAÇÃO A MENOR. BINÔMIO NECESSIDADE-POSSI- BILIDADE, OBSERVÂNCIA...... 153

445 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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JUNTADA TARDIA DE DOCUMENTOS. MONITÓRIA. OPERAÇÕES COMERCIAIS, DEMONSTRAÇÃO. NULIDADE, INEXISTÊNCIA...... 337 JUROS DE MORA, CRITÉRIOS. AÇÃO ACIDENTÁRIA. APOSENTA- DORIA POR INVALIDEZ...... 297 JUSTIÇA TRABALHISTA, COMPETÊNCIA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. FUNCIONÁRIOS APOSENTADOS DO BANCO DO BRASIL...... 278

L

LATROCÍNIO CONSUMADO E TENTADO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO, IMPOSSIBILIDADE. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. IMPUTABILIDADE, CONFIRMAÇÃO...... 244 LATROCÍNIO, TENTATIVA. HABEAS CORPUS. PERICULOSIDADE DO AGENTE, DEMONSTRAÇÃO...... 356 LAUDO DOCUMENTOSCÓPICO. DIREITO AUTORAL, VIOLAÇÃO. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. ERRO DE PROIBIÇÃO, AFASTABILIDA- DE...... 225 LAUDO TÉCNICO INCONCLUSIVO. DANO MATERIAL E MORAL, DESCABIMENTO. INCÊNDIO EM AUTOMÓVEL APÓS REPAROS...... 93 LAVRATURA DE ESCRITURA PÚBLICA. SUPRIMENTO DE OUTOR- GA. USUFRUTO DE IMÓVEL, INEXISTÊNCIA...... 186 LEGISLAÇÃO NOVA, APLICAÇÃO. ACORDO JUDICIAL. ANULA- ÇÃO DE CLÁUSULA. DIREITO INTERTEMPORAL...... 58 LEGITIMIDADE PASSIVA DO DF. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. QUEDA DE REVESTIMENTO DE VIADUTO. DANO MATE- RIAL EM VEÍCULO...... 171 LEI 12.015/09, IRRETROATIVIDADE. ATENTADO VIOLENTO AO PU- DOR. VÍTIMAS MENORES DE 14 ANOS. CONCURSO FORMAL...... 217 LEI APLICÁVEL, CRITÉRIOS. REVISÃO DE PENSÃO ESTATURÁRIA PELO TCDF, DECADÊNCIA. PENSÃO PREVIDENCIÁRIA POR MOR- TE. ENTEADA, COMPARAÇÃO À FILHA...... 282

446 Índice Alfabético

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LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL N° 699/2004, APLICABILIDADE. CONDOMÍNIO. CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, CO- BRANÇA. COBRANÇA ANTERIOR A 1º/01/2005, IMPOSSIBILIDADE.. 375 LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL Nº 780/08, INCONSTITUCIONALI- DADE. BECOS DO GAMA. NOVAS AUTORIZAÇÕES, PROIBIÇÃO...... 299 LEI COMPLEMENTAR Nº 687/03. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. FIXA- ÇÃO DE ALÍQUOTAS, CRITÉRIOS. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVI- DADE DAS LEIS...... 385 LEI COMPLEMENTAR Nº 699/2004, APLICABILIDADE. CONTRIBUI- ÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. CONDOMÍNIO, COBRANÇA...... 376 LEI DE LOCAÇÕES, APLICABILIDADE. AÇÃO DE DESPEJO. ADQUI- RENTE DE IMÓVEL LOCADO. REQUISITOS, PREENCHIMENTO...... 67 LEI DE USURA, INAPLICABILIDADE. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. INADIMPLÊNCIA DO CONTRATANTE. ONEROSIDADE DO CONTRATO, PREVISÃO...... 312 LEI DISTRITAL 4.233/2008. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONA- LIDADE, IMPROCEDÊNCIA. CONVÊNIO ENTRE ESTADOS E DISTRI- TO FEDERAL. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA DE ICMS...... 204 LEI DISTRITAL Nº 2.815/2001, INCONSTITUCIONALIDADE. ALVA- RÁ. FEIRA ITINERANTE. REQUERIMENTO DE ALVARÁ, IMPOSSIBI- LIDADE...... 5 LEI DISTRITAL Nº 3.977/2007, CONSTITUCIONALIDADE. PATRIMÔ- NIO CULTURAL DO DISTRITO FEDERAL. INICIATIVA DE PARLA- MENTAR. VÍCIO DE COMPETÊNCIA, INOCORRÊNCIA...... 209 LEI DISTRITAL Nº 754/94, DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALI- DADE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ÁREA PÚBLICA TOMBADA, OCUPA- ÇÃO IRREGULAR...... 11 LEI FEDERAL Nº 9.610/98, APLICABILIDADE. DIREITO AUTORAL. DIREITOS MORAIS, INTRANSMISSIBILIDADE. DIREITOS PATRIMO- NIAIS, CRITÉRIOS DE CESSÃO...... 116 LEI MAIS BENÉFICA, RETROATIVIDADE. RUFIANISMO. TRÁFICO DE MULHERES. EXPLORAÇÃO SEXUAL...... 263

447 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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LEI MAIS BENÉFICA, RETROATIVIDADE. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. PENA-BASE, EXASPERAÇÃO...... 354 LEI MARIA DA PENHA. COMPETÊNCIA. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA, DESCUMPRIMENTO...... 361 LEI MARIA DA PENHA. RECLAMATÓRIA, IMPROCEDÊNCIA. AME- AÇAS EM MENSAGENS ELETRÔNICAS. MEDIDAS PROTETIVAS...... 250 LEI MARIA DA PENHA. LESÃO CORPORAL LEVE. CRIME DE AMEA- ÇA, INEXISTÊNCIA...... 245 LEI Nº 11.464/2007, IRRETROATIVIDADE. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE...... 276 LEI Nº 12.015/09, RETROAÇÃO. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. UNIFICAÇÃO DOS DELITOS. PRINCÍPIO DA PROIBI- ÇÃO DA PROTEÇÃO DEFICIENTE...... 229 LEI Nº 12.153/09, APLICABILIDADE. CONFLITO NEGATIVO DE COM- PETÊNCIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. JUIZADOS ESPE- CIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCES- SUAL, OBSERVÂNCIA...... 311 LEI Nº 540/93, ART. 1º, INCISO I, APLICABILIDADE. GATE, PERCEP- ÇÃO. ENSINO EM TURMAS MISTAS...... 21 LEIS COMPLEMENTARES DISTRITAIS. DIREITO REAL DE USO. VÍ- CIO DE INICIATIVA. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL...... 315 LEIS DISTRITAIS. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. OCUPAÇÃO E USO DO SOLO. INICIATIVA DE PARLAMENTARES, INCONSTITUCIONALIDADE...... 201 LEIS DISTRITAIS NºS 4.081/08 E 4.249/08. AÇÃO DIRETA DE INCONS- TITUCIONALIDADE. ENTIDADES PRIVADAS COMO ORGANIZA- ÇÕES SOCIAIS, QUALIFICAÇÃO. CONTRATO DE GESTÃO...... 202 LESÃO CORPORAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. PEDIDO ABSOLUTÓ- RIO, INVIABILIDADE...... 275 LESÃO CORPORAL LEVE. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO. DENÚNCIA, REJEIÇÃO...... 362

448 Índice Alfabético

Título Ementa

LESÃO CORPORAL LEVE. LEI MARIA DA PENHA. CRIME DE AMEA- ÇA, INEXISTÊNCIA...... 245 LESÃO, CONFIGURAÇÃO. AÇÃO POPULAR. PUBLICIDADE INSTI- TUCIONAL. PROMOÇÃO PESSOAL, DESVIO DE FINALIDADE...... 13 LIBERAÇÃO DE PARTE PARA PAGAMENTO DE IMPOSTOS, POSSIBI- LIDADE. MANDADO DE SEGURANÇA. APLICAÇÕES FINANCEIRAS ARRESTADAS...... 146 LIBERDADE DE CULTO, CRITÉRIOS. DIREITO AO SOSSEGO, ASSE- GURAMENTO. ÁREA RESIDENCIAL. USO DA PROPRIEDADE VIZI- NHA, OFENSA...... 115 LIBERDADE PROVISÓRIA, INDEFERIMENTO. TENTATIVA DE FUR- TO QUALIFICADO. AMEAÇA E CORRUPÇÃO DE MENOR...... 266 LICENÇA MÉDICA. SERVIDOR PÚBLICO. ATESTADO MÉDICO PAR- TICULAR, INSUFICIÊNCIA. PERÍCIA OFICIAL, CONDIÇÃO...... 46 LICENÇA-MATERNIDADE. SERVIDOR PÚBLICO DA SECRETARIA DE SAÚDE. SUSPENSÃO DE GRATIFICAÇÕES, IMPOSSIBILIDADE..... 47 LICENÇA-MATERNIDADE, POSSIBILIDADADE. AGRAVO DE INS- TRUMENTO. PROFESSORA TEMPORÁRIA...... 286 LICENCIAMENTO AMBIENTAL SIMPLIFICADO. DECRETO DISTRI- TAL Nº 31.093/2009, INCONSTITUCIONALIDADE. PARCELAMENTO DO SOLO URBANO...... 206 LICENCIAMENTO DE POLICIAL MILITAR. PRAZO PRESCRICIONAL, SUBMISSÃO. UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA, NÃO INS- TAURAÇÃO...... 331 LICITAÇÃO. PREGÃO. AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS...... 26 LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA, CONFIRMAÇÃO. TER- MO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, DESCUMPRIMENTO. CON- TRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, INOBSERVÂNCIA. INSTAURA- ÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO, NECESSIDADE...... 332 LIMITE ESTABELECIDO PELO BANCO CENTRAL, OBSERVÂNCIA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, INDEFERI- MENTO. FORNECIMENTO DE FOLHAS DE CHEQUE...... 338

449 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. APU- RAÇÃO DE HAVERES, DESCABIMENTO...... 285 LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ, CONFIGURAÇÃO. ENCARGOS CONDOMI- NIAIS. PAGAMENTO REALIZADO APÓS AJUIZAMENTO DA AÇÃO. 130 LITÍGIO ENTRE PARTICULARES. CONDOMÍNIO IRREGULAR, REIN- TEGRAÇÃO. MELHOR POSSE...... 304 LOCATÁRIOS INADIMPLENTES. EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGI- COS, RETENÇÃO. INDENIZAÇÃO, DESPROVIMENTO. APROPRIA- ÇÃO INDÉBITA, AFASTAMENTO...... 131 LOTEAMENTO IRREGULAR. DISSOLUÇÃO DE CONDOMÍNIO. ALIENAÇÃO JUDICIAL DE IMÓVEL, POSSIBILIDADE...... 118

M

MÁ PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. QUEDA DE ELEVADOR. ESTABELE- CIMENTO DE ENSINO. DANO MORAL...... 161 MÁ-GESTÃO, CONFIGURAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESI- DENTE DE ENTIDADE PRIVADA. DEVER DE INDENIZAR...... 170 MAIORIDADE CIVIL. ALIMENTOS. NECESSIDADE DOS ALIMEN- TOS, COMPROVAÇÃO. DEMANDA CONTRA OS AVÓS...... 62 MAIORIDADE CIVIL. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. REPRESEN- TAÇÃO PROCESSUAL. GENITORA, IMPOSSIBILIDADE...... 325 MANDADO CUMPRIDO, JUNTADA POSTERIOR. RÉU CITADO EM CARTÓRIO. APRESENTAÇÃO DA DEFESA, CRITÉRIOS. PRIMEIRO ATO CITATÓRIO, TERMO INICIAL...... 348 MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDORES DO DISTRITO FEDE- RAL. AVERBAÇÃO DE QUINTOS. TEMPOS DE SERVIÇO PRESTADO NA ESFERA FEDERAL...... 27 MANDADO DE SEGURANÇA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EFEI- TO MODIFICATIVO. TEORIA DA ENCAMPAÇÃO, RECONHECIMEN- TO...... 333

450 Índice Alfabético

Título Ementa

MANDADO DE SEGURANÇA. OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA. AL- VARÁ DE FUNCIONAMENTO DE TRANSIÇÃO, REVOGAÇÃO. AL- VARÁ DEFINITIVO, DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO. 145 MANDADO DE SEGURANÇA. DISTRIBUIÇÃO DE PROTESTOS A DETERMINADOS CARTÓRIOS, INDEFERIMENTO. ACUMULAÇÃO DOS OFÍCIOS DE NOTAS E PROTESTO DE TÍTULOS EM BRASÍLIA, PREVISÃO LEGAL...... 334 MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. DOCÊNCIA NA ÁREA MÉDICA. DESCLASSIFICAÇÃO INDEVIDA...... 28 MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA...... 29 MANDADO DE SEGURANÇA. VAGA DE CONSELHEIRO DO TRI- BUNAL DE CONTAS DO DF. NORMAS CONSTITUCIONAIS, OBSER- VÂNCIA...... 210 MANDADO DE SEGURANÇA. APLICAÇÕES FINANCEIRAS ARRES- TADAS. LIBERAÇÃO DE PARTE PARA PAGAMENTO DE IMPOSTOS, POSSIBILIDADE...... 146 MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. PERÍCIA MÉ- DICA ADMISSIONAL, REPROVAÇÃO. DEFICIÊNCIA AUDITIVA...... 30 MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. EXAME PSI- COTÉCNICO, NÃO RECOMENDAÇÃO...... 16 MANDADO DE SEGURANÇA. AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. ÁREA RESIDENCIAL DO CANDIDATO, DELIMITAÇÃO...... 31 MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHEIRO TUTELAR DO DISTRI- TO FEDERAL, ELEIÇÃO. PROPAGANDA IRREGULAR, ACUSAÇÃO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO, INSTAURAÇÃO...... 32 MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA PRESUMIDA, VIOLAÇÃO...... 33 MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. CONVOCA- ÇÃO DE CANDIDATO. REMESSA DE TELEGRAMA, OBRIGATORIE- DADE...... 34

451 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

MANDADO DE SEGURANÇA. AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- BLICA DO DISTRITO FEDERAL. VANTAGEM DESTINADA À ESPE- CIALIDADE AGENTE DE PORTARIA. EXTENSÃO AOS IMPETRAN- TES, IMPOSSIBILIDADE...... 35 MANDADO DE SEGURANÇA. SELEÇÃO PÚBLICA DE PROJETOS CULTURAIS. RESTRIÇÃO À INSCRIÇÃO DE SERVIDORES DO DIS- TRITO FEDERAL, DESCABIMENTO...... 36 MANDADO DE SEGURANÇA. APREENSÃO DE AVES. DELEGACIA ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE, COMPETÊNCIA...... 211 MANDADO DE SEGURANÇA, DENEGAÇÕES. CONCURSO PÚBLI- CO. EXIGÊNCIA EDITALÍCIA, NÃO ATENDIMENTO. CERTIDÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL...... 37 MANDANDO DE SEGURANÇA. PROMOTOR DE JUSTIÇA. DESIG- NAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÕES ELEITORAIS...... 335 MANDATO PARA TRANSFERÊNCIA DE IMÓVEL. INTERDIÇÃO DE UM DOS MANDATÁRIOS. EFEITOS DO MANDATO, CESSAÇÃO...... 147 MANIFESTA VANTAGEM, NÃO DEMONSTRAÇÃO. ALVARÁ, AU- TORIZAÇÃO JUDICIAL. PERMUTA DE IMÓVEL. ESPOSA CURATE- LADA...... 294 MANUTENÇÃO DE POSSE. REQUISITOS DO ART. 927 DO CPC, COMPROVAÇÃO. ESCRITURA PÚBLICA, APRESENTAÇÃO...... 148 MATÉRIA JORNALÍSTICA. DIREITOS FUNDAMENTAIS, COLISÃO. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE, APLICAÇÃO. DIREITO-DE- VER DE INFORMAÇÃO...... 213 MATERIALIDADE E AUTORIA, PROVA SATISFATÓRIA. ROUBO. CONCURSO DE PESSOAS...... 254 MATERIALIDADE, COMPROVAÇÃO. SENTENÇA DE PRONÚNCIA, CONFIRMAÇÃO. TENTATIVA DE HOMICÍDIO. IN DUBIO PRO SO- CIETATE...... 367 MATRÍCULA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE. DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO, IMPLEMEN- TAÇÃO. VÍNCULO FINANCEIRO DO ESTADO...... 212

452 Índice Alfabético

Título Ementa

MAUS ANTECEDENTES, NÃO CONFIGURAÇÃO. TRÁFICO DE DRO- GAS EM INTERIOR DE PRESÍDIO. ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. DESCLASSIFICAÇÃO, DESCABIMENTO...... 268 MEAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. VERBAS DE INDENIZAÇÃO TRABA- LHISTA, INCOMUNICABILIDADE. PROVENTOS DO TRABALHO PESSOAL DE CADA CÔNJUGE...... 193 MEDICAMENTOS SEM PROCEDÊNCIA, MANUTENÇÃO EM DEPÓ- SITO. POSSE DE ARMA DE USO RESTRITO. ABOLITIO CRIMINIS, INVIABILIDADE...... 364 MÉDICO DA SECRETARIA DE SAÚDE E PERITO MÉDICO LEGISTA DA POLÍCIA CIVIL. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS, LEGA- LIDADE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA...... 4 MEDIDA CAUTELAR SATISFATIVA. CAUÇÃO REAL. CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA, POSSIBILIDADE...... 389 MEDIDA RESTRITIVA, DESOBEDIÊNCIA. DOLO, INEXISTÊNCIA. ABSOLVIÇÃO. TEORIA FINALISTA DA AÇÃO, APLICABILIDADE...... 246 MEDIDAS PROTETIVAS. RECLAMATÓRIA, IMPROCEDÊNCIA. LEI MARIA DA PENHA. AMEAÇAS EM MENSAGENS ELETRÔNICAS...... 250 MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA, DESCUMPRIMENTO. LEI MARIA DA PENHA. COMPETÊNCIA...... 361 MELHOR POSSE. CONDOMÍNIO IRREGULAR, REINTEGRAÇÃO. LI- TÍGIO ENTRE PARTICULARES...... 304 MESMA VÍTIMA. EXTORSÕES, DEMONSTRAÇÃO. CONTINUIDADE DELITIVA...... 231 MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE. MATRÍCULA NA EDUCA- ÇÃO INFANTIL. DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO, IMPLEMENTA- ÇÃO. VÍNCULO FINANCEIRO DO ESTADO...... 212 MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE. PRESTAÇÃO DE CONTAS. AÇÃO CONTRA GENITORA DA MENOR. IMÓVEL ALIENADO PARA AQUISIÇÃO DE OUTRO, DESCUMPRIMENTO...... 159 MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE ATIVA. TARE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO...... 390

453 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

MONITÓRIA. CHEQUE PRESCRITO. TRANSCURSO DO PRAZO BIE- NAL, ADMISSIBILIDADE. INDICAÇÃO DA CAUSA DEBENDI, NE- CESSIDADE...... 336 MONITÓRIA. OPERAÇÕES COMERCIAIS, DEMONSTRAÇÃO. JUN- TADA TARDIA DE DOCUMENTOS. NULIDADE, INEXISTÊNCIA...... 337 MONITÓRIA. CHEQUE PRESCRITO EMITIDO NO EXTERIOR. EMIS- SÃO PARA PAGAMENTO DE CONTRATO, NÃO DEMONSTRAÇÃO. COMPROVAÇÃO DA CAUSA DEBENDI, DESNECESSIDADE...... 197 MORTE DE FILHO NO HORÁRIO DA JORNADA DE TRABALHO. DANO MATERIAL E MORAL, DESCABIMENTO. RESPONSABILIDA- DE DO EMPREGADOR, INOCORRÊNCIA...... 92 MORTE DE GENITOR. DANO MORAL E MATERIAL. PENSIONA- MENTO. DEMONSTRAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA, IRRE- LEVÂNCIA...... 103 MORTE DE PACIENTE. TRATAMENTO MÉDICO INADEQUADO. REDE PÚBLICA DE SAÚDE. INDENIZAÇÃO, CRITÉRIOS...... 189 MORTE DO PROMITENTE VENDEDOR. SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO. CONTRATO DE GAVETA. QUITAÇÃO DO IMÓVEL PELA SEGURADORA...... 184 MORTE DO SEGURADO. COBRANÇA SECURITÁRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. INDENIZAÇÃO, CABIMENTO...... 77 MOTIM. DANO QUALIFICADO. PATRIMÔNIO PÚBLICO DO DISTRI- TO FEDERAL. INDIVIDUALIZAÇÃO DA CONDUTA, CRITÉRIOS...... 247 MOTIVO TORPE. HOMICÍDIO QUALIFICADO E TENTATIVA DE HOMICÍDIO. NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA, INOCORRÊN- CIA...... 360 MOTIVO TORPE, CIÚMES. HOMICÍDIO QUALIFICADO. NULIDA- DE POSTERIOR À PRONÚNCIA, INEXISTÊNCIA. DOSIMETRIA DA PENA, CORREÇÃO PELO TRIBUNAL...... 243 MOTOR COM NÚMERO TROCADO. RESCISÃO DE CONTRATO. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. VEÍCULO ORIUNDO DE OUTRO ESTADO...... 167

454 Índice Alfabético

Título Ementa

MUDANÇA DE ENDEREÇO, NÃO COMUNICAÇÃO. INTIMAÇÃO PESSOAL DO EXEQUENTE, INOCORRÊNCIA. PRESUNÇÃO DE ABANDONO DA CAUSA, IMPOSSIBILIDADE...... 330 MUDANÇA NO TRAJETO. VIAGEM INTERNACIONAL. EXTRAVIO DE BAGAGENS. INDENIZAÇÃO, MAJORAÇÃO...... 194 MULTA POR DESCUMPRIMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER...... 65

N

NATUREZA ALIMENTAR. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLI- CO. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO, IMPOSSIBILIDADE. ERRO DA ADMINISTRAÇÃO...... 6 NECESSIDADE DE TRATAMENTO, COMPROVAÇÃO. INTERNAÇÃO EM UTI PARTICULAR. INEXISTÊNCIA DE LEITO EM UTI PÚBLICA. DIREITO À SAÚDE E À DIGNIDADE...... 208 NECESSIDADE DOS ALIMENTOS, COMPROVAÇÃO. ALIMENTOS. MAIORIDADE CIVIL. DEMANDA CONTRA OS AVÓS...... 62 NEGATIVA DE POSSE. TEORIA DA ENCAMPAÇÃO. CONCURSO PÚ- BLICO. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, OFENSA...... 52 NOME DE CASADA, MANUTENÇÃO. DIVÓRCIO DIRETO. CÔNJU- GE VIRAGO...... 120 NORMA DO SFH, INAPLICABILIDADE. COBRANÇA. FINANCIA- MENTO IMOBILIÁRIO. CENTRUS...... 74 NORMAS CONSTITUCIONAIS, OBSERVÂNCIA. MANDADO DE SE- GURANÇA. VAGA DE CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO DF...... 210 NOTA DE REPÚDIO, DIVULGAÇÃO. DANO MORAL, CONFIGURA- ÇÃO. OFENSA À HONRA E À IMAGEM...... 109 NOVAÇÃO, NÃO CONFIGURAÇÃO. CONTRATO DE SERVIÇOS, RE- VISÃO. INADIMPLEMENTO. RESTITUIÇÃO DE VALORES, IMPRO- CEDÊNCIA...... 89

455 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

NOVAS AUTORIZAÇÕES, PROIBIÇÃO. BECOS DO GAMA. LEI COM- PLEMENTAR DISTRITAL Nº 780/08, INCONSTITUCIONALIDADE...... 299 NULIDADE DA LICITAÇÃO, DESPROVIMENTO. IMÓVEL PÚBLICO. DIREITO DE PREFERÊNCIA, NÃO GARANTIA...... 22 NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA, INEXISTÊNCIA. HOMICÍ- DIO QUALIFICADO. MOTIVO TORPE, CIÚMES. DOSIMETRIA DA PENA, CORREÇÃO PELO TRIBUNAL...... 243 NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA, INOCORRÊNCIA. HOMI- CÍDIO QUALIFICADO E TENTATIVA DE HOMICÍDIO. MOTIVO TORPE...... 360 NULIDADE, INEXISTÊNCIA. MONITÓRIA. OPERAÇÕES COMER- CIAIS, DEMONSTRAÇÃO. JUNTADA TARDIA DE DOCUMENTOS..... 337 NULIDADE, INEXISTÊNCIA. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. AUDI- ÊNCIA DE INSTRUÇÃO, NÃO COMPARECIMENTO...... 271 NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA E DEMARCAÇÃO, CUMULAÇÃO. REQUISITOS, NÃO PREENCHIMENTO. PEDIDO DE CONVERSÃO PARA O RITO ORDINÁRIO, INEXISTÊNCIA...... 149

O

ÓBITO DE PRESO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANO MORAL...... 44 OBRIGAÇÃO A SE SUBMETER A ETILÔMETRO, NÃO COMPROVA- ÇÃO. DIREÇÃO SEM HABILITAÇÃO E EMBRIAGUEZ. PROVA TÉC- NICA...... 226 OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA. PODER FAMILIAR. DEVER DE SUS- TENTO, CRITÉRIOS. ABUSO DE DIREITO, VEDAÇÃO...... 150 OBRIGAÇÃO DE ALIMENTOS. FIXAÇÃO EM PATAMAR IRRISÓRIO, REJEIÇÃO. PENSÃO, REDUÇÃO PONDERADA...... 151 OBRIGAÇÃO DE FAZER. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SOCIEDADE EMPRESÁRIA. ALIENAÇÃO DE QUOTAS SOCIAIS...... 288

456 Índice Alfabético

Título Ementa

OBRIGAÇÃO DE FAZER. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, INDEFERI- MENTO. FORNECIMENTO DE FOLHAS DE CHEQUE. LIMITE ESTA- BELECIDO PELO BANCO CENTRAL, OBSERVÂNCIA...... 338 OBRIGAÇÃO DE FAZER. VENDA DE VEÍCULO PARA FERRO VELHO. PERECIMENTO TOTAL DO BEM. TRANSFERÊNCIA DE DOMÍNIO JUNTO AO DETRAN, NECESSIDADE...... 38 OBRIGAÇÃO DE FAZER. ESCRITURA PÚBLICA DE IMÓVEL, OU- TORGA. PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO. PRINCÍPIO DA CAU- SALIDADE...... 339 OBRIGAÇÃO, INEXISTÊNCIA. RENOVAÇÃO DE MATRÍCULA. ALU- NO INADIMPLENTE. BOLSA DE ESTUDO, NÃO ACEITAÇÃO PELA SUCESSORA...... 164 OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. MULTA POR DESCUMPRIMENTO...... 65 OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA. MANDADO DE SEGURANÇA. AL- VARÁ DE FUNCIONAMENTO DE TRANSIÇÃO, REVOGAÇÃO. AL- VARÁ DEFINITIVO, DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO. 145 OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA. INTERDITO PROIBITÓRIO. DIREI- TO POSSESSÓRIO, INEXISTÊNCIA...... 25 OCUPAÇÃO DE CANIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. CONTRATO DE COMODATO. DANO MATERIAL, CONFIGURAÇÃO...... 163 OCUPAÇÃO E USO DO SOLO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIO- NALIDADE. LEIS DISTRITAIS. INICIATIVA DE PARLAMENTARES, INCONSTITUCIONALIDADE...... 201 OCUPAÇÃO IRREGULAR. DEMOLIÇÃO, LEGITIMIDADE. INDENI- ZAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE...... 152 OFENSA À HONRA E À IMAGEM. DANO MORAL, CONFIGURAÇÃO. NOTA DE REPÚDIO, DIVULGAÇÃO...... 109 OFERECIMENTO DA PROPOSTA, ATRIBUIÇÃO DO MP. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, CONCESSÃO. PRESTAÇÃO PECU- NIÁRIA, INVIABILIDADE...... 368

457 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

OFERTA DE ALIMENTOS, FIXAÇÃO A MENOR. JULGAMENTO EX- TRA PETITA, NÃO CONFIGURAÇÃO. BINÔMIO NECESSIDADE- -POSSIBILIDADE, OBSERVÂNCIA...... 153 OMISSÃO DO ESTADO, INOCORRÊNCIA. CESÁREA EM HOSPITAL PARTICULAR, OPÇÃO. INTERNAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO EM UTI, NECESSIDADE. TRANSFERÊNCIA PARA HOSPITAL PÚBLICO, IMPOSSIBILIDADE...... 154 ONEROSIDADE DO CONTRATO, PREVISÃO. CONTRATO DE ABER- TURA DE CRÉDITO. INADIMPLÊNCIA DO CONTRATANTE. LEI DE USURA, INAPLICABILIDADE...... 312 ÔNIBUS INTERESTADUAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. TETRAPLE- GIA. QUANTUM, MAJORAÇÃO...... 55 OPERAÇÃO AQUARELA. SEQUESTRO DE BENS. PODER INVESTI- GATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO...... 363 OPERAÇÕES COMERCIAIS, DEMONSTRAÇÃO. MONITÓRIA. JUN- TADA TARDIA DE DOCUMENTOS. NULIDADE, INEXISTÊNCIA...... 337 OPOSIÇÃO. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. SEMOVENTES NA ÁREA LITIGIOSA. RETIRADA DOS BENS, RESPONSABILIDADE DO AGRA- VADO...... 342 ORDEM DE PERGUNTAS, INVERSÃO. ROUBO QUALIFICADO. AB- SOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS. CONCURSO FORMAL...... 261 ORDEM PÚBLICA, GARANTIA. PRISÃO PREVENTIVA. HOMICÍDIO QUALIFICADO. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO...... 365

P

PACIENTE BENEFICIÁRIO DE PROGRAMAS SOCIAIS. DIREITO À SAÚDE. PACIENTE COM DIFICULDADE DE LOCOMOÇÃO. TRANS- PORTE ESPECIAL, NÃO ABRANGÊNCIA...... 207 PACIENTE COM DIFICULDADE DE LOCOMOÇÃO. DIREITO À SAÚ- DE. TRANSPORTE ESPECIAL, NÃO ABRANGÊNCIA. PACIENTE BE- NEFICIÁRIO DE PROGRAMAS SOCIAIS...... 207

458 Índice Alfabético

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PAGAMENTO AOS DESIGNADOS, CRITÉRIOS. PREVIDÊNCIA PRI- VADA. COBRANÇA. BENEFÍCIO DE PECÚLIO POR MORTE...... 281 PAGAMENTO POSTERIOR, POSSIBILIDADE. ALVARÁ DE FUNCIO- NAMENTO, CONCESSÃO. PAGAMENTO PRÉVIO DE ONALT, DIS- PENSABILIDADE...... 293 PAGAMENTO PRÉVIO DE ONALT, DISPENSABILIDADE. ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO, CONCESSÃO. PAGAMENTO POSTERIOR, POS- SIBILIDADE...... 293 PAGAMENTO REALIZADO APÓS AJUIZAMENTO DA AÇÃO. EN- CARGOS CONDOMINIAIS. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ, CONFIGURA- ÇÃO...... 130 PAGAMENTO, ATRASO. CONSÓRCIO DE IMÓVEL. CONCORRÊN- CIA A SORTEIO E PARTICIPAÇÃO DE LANCES, VEDAÇÃO CON- TRATUAL...... 87 PANFLETOS DISTRIBUÍDOS POR ALUNOS. COMPETÊNCIA TÉC- NICA DE PROFESSOR, DEPRECIAÇÃO. VALOR DA INDENIZAÇÃO, ARBITRAMENTO...... 79 PARCELAMENTO ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO FISCAL. CITA- ÇÃO, NÃO FORMALIZAÇÃO. DÉBITO FISCAL...... 382 PARCELAMENTO ANTES DA CITAÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. DÉBI- TO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO, INTERRUPÇÃO...... 381 PARCELAMENTO DE DÉBITO. EXECUÇÃO FISCAL. DESPACHO OR- DENADOR DA CITAÇÃO, INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO...... 380 PARCELAMENTO DO SOLO URBANO. DECRETO DISTRITAL Nº 31.093/2009, INCONSTITUCIONALIDADE. LICENCIAMENTO AM- BIENTAL SIMPLIFICADO...... 206 PARCELAMENTO, INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL...... 371 PARENTES COLATERAIS DE TERCEIRO GRAU. ACORDO DE ALI- MENTOS. CARÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL...... 57 PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. LATROCÍNIO CONSU- MADO E TENTADO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO, IM- POSSIBILIDADE. IMPUTABILIDADE, CONFIRMAÇÃO...... 244

459 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA, INVIABILIDADE. ROU- BO. CONTINUIDADE DELITIVA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE...... 256 PARTILHA. UNIÃO ESTÁVEL, RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO. BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO...... 191 PARTILHA, DECRETAÇÃO. ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS. SEPA- RAÇÃO JUDICIAL...... 296 PARTILHA, POSSIBILIDADE. DIVÓRCIO. BEM IMÓVEL. CESSÃO DE DIREITOS...... 119 PARTO COM USO DE FÓRCEPS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. HOSPITAL PÚBLICO. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS...... 174 PATERNIDADE, PRESUNÇÃO. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. ALIMENTOS. EXAME DE DNA, NÃO COMPARECIMENTO...... 144 PATRIMÔNIO CULTURAL DO DISTRITO FEDERAL. LEI DISTRITAL Nº 3.977/2007, CONSTITUCIONALIDADE. INICIATIVA DE PARLA- MENTAR. VÍCIO DE COMPETÊNCIA, INOCORRÊNCIA...... 209 PATRIMÔNIO DA PESSOA NATURAL E DA JURÍDICA, CONFUSÃO. INVENTÁRIO. CRÉDITO TRABALHISTA, HABILITAÇÃO...... 143 PATRIMÔNIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL. MOTIM. DANO QUALIFICADO. INDIVIDUALIZAÇÃO DA CONDUTA, CRITÉRIOS.... 247 PEDIDO ABSOLUTÓRIO, INVIABILIDADE. VIOLÊNCIA DOMÉSTI- CA. LESÃO CORPORAL...... 275 PEDIDO APÓS PROLAÇÃO DE SENTENÇA. INTERVENÇÃO DA UNIÃO. COMPETÊNCIA, DESLOCAMENTO...... 329 PEDIDO DE CONVERSÃO PARA O RITO ORDINÁRIO, INEXISTÊN- CIA. NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA E DEMARCAÇÃO, CUMULA- ÇÃO. REQUISITOS, NÃO PREENCHIMENTO...... 149 PEDIDO DE DESLIGAMENTO, INOCORRÊNCIA. COBRANÇA. COO- PERATIVA HABITACIONAL. DESLIGAMENTO DE COOPERADO...... 76 PEDIDO EXPRESSO, INEXISTÊNCIA. ROUBO. CONCURSO FORMAL. INDENIZAÇÃO À VÍTIMA, EXCLUSÃO...... 253

460 Índice Alfabético

Título Ementa

PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, SUBSTITUIÇÃO. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. FALSA IDENTIDADE, ABSOLVIÇÃO. EXERCÍCIO DE AUTODEFESA...... 269 PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, SUBSTITUIÇÃO. ROUBO. DES- CLASSIFICAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. TEORIA DA AMOTIO, APLI- CABILIDADE...... 255 PENA, ADEQUAÇÃO. FURTO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA EXERCÍ- CIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES, INVIABILIDADE...... 232 PENA, REDUÇÃO. CRIME DE INCÊNDIO. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. CONFISSÃO ESPONTÂNEA...... 222 PENA, SUBSTITUIÇÃO. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. CRIME AM- BIENTAL...... 272 PENA-BASE, EXASPERAÇÃO. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. LEI MAIS BENÉFICA, RETROATIVIDADE...... 354 PENA-BASE, REDIMENSIONAMENTO. HOMICÍDIO CULPOSO. AFO- GAMENTO DE ESCOTEIRO. DEVER DE CUIDADO, INOBSERVÂN- CIA...... 242 PENAS, APLICAÇÃO CUMULATIVA. HOMICÍDIO CULPOSO. ACI- DENTE DE TRÂNSITO. SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR...... 241 PENAS, REDIMENSIONAMENTO. TRÁFICO DE ENTORPECENTE. ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE...... 273 PENHORA. DINHEIRO EM CONTA-CORRENTE. PERCENTUAL SU- PERIOR A 30%, POSSIBILIDADE...... 340 PENHORA, EXCEPCIONALIDADE. EXECUÇÃO. FATURAMENTO DI- ÁRIO DA EMPRESA. EMPRESA DE PEQUENO PORTE...... 320 PENSÃO ALIMENTÍCIA. RETENÇÃO DE VALORES. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, CONDUTA ILÍCITA...... 155 PENSÃO PREVIDENCIÁRIA POR MORTE. REVISÃO DE PENSÃO ESTATURÁRIA PELO TCDF, DECADÊNCIA. LEI APLICÁVEL, CRITÉ- RIOS. ENTEADA, COMPARAÇÃO À FILHA...... 282 PENSÃO, ESTABELECIMENTO. GRAVIDEZ INESPERADA. USO DE ANTICONCEPCIONAL. QUANTUM, ADEQUAÇÃO...... 134

461 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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PENSÃO, REDUÇÃO PONDERADA. OBRIGAÇÃO DE ALIMENTOS. FIXAÇÃO EM PATAMAR IRRISÓRIO, REJEIÇÃO...... 151 PENSIONAMENTO. DANO MORAL E MATERIAL. MORTE DE GENI- TOR. DEMONSTRAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA, IRRELE- VÂNCIA...... 103 PERCENTUAL SUPERIOR A 30%, POSSIBILIDADE. PENHORA. DI- NHEIRO EM CONTA-CORRENTE...... 340 PERDA DE CONEXÃO INTERNACIONAL. DANO MORAL E MATE- RIAL. TRANSPORTE AÉREO. ATRASO DE VOO DOMÉSTICO...... 106 PERDA OU CANCELAMENTO DO CARGO PARTIDÁRIO, NÃO CABI- MENTO. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS. CARGO DE PRESI- DENTE DO PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO...... 188 PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. ES- CRITURA PÚBLICA DE IMÓVEL, OUTORGA. PRINCÍPIO DA CAUSA- LIDADE...... 339 PERECIMENTO DAS INFORMAÇÕES, RISCO NÃO AVALIADO. HA- BEAS CORPUS. CITAÇÃO POR EDITAL. ANTECIPAÇÃO DE PRO- VAS, EXCEPCIONALIDADE...... 235 PERECIMENTO TOTAL DO BEM. OBRIGAÇÃO DE FAZER. VENDA DE VEÍCULO PARA FERRO VELHO. TRANSFERÊNCIA DE DOMÍNIO JUNTO AO DETRAN, NECESSIDADE...... 38 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO. CONCURSO PÚBLICO. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. PREVISÃO LEGAL, INEXISTÊNCIA...... 17 PERÍCIA MÉDICA ADMISSIONAL, REPROVAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. DEFICIÊNCIA AUDITIVA...... 30 PERÍCIA OFICIAL, CONDIÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. LICENÇA MÉ- DICA. ATESTADO MÉDICO PARTICULAR, INSUFICIÊNCIA...... 46 PERÍCIA REALIZADA EM MINAS GERAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO COM MORTE. FATO OCORRIDO EM 2001. TEMPUS REGIT ACTUM.. 56 PERÍCIA TÉCNICA, DISPENSABILIDADE. CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS, CRITÉRIOS...... 88

462 Índice Alfabético

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PERICULOSIDADE DO AGENTE, DEMONSTRAÇÃO. HABEAS COR- PUS. LATROCÍNIO, TENTATIVA...... 356 PERMISSÃO DE USO TEMPORÁRIO E REMUNERADO. CONDOMÍ- NIO. USO DE DUAS VAGAS DE GARAGEM...... 84 PERMUTA DE IMÓVEL. ALVARÁ, AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ESPO- SA CURATELADA. MANIFESTA VANTAGEM, NÃO DEMONSTRA- ÇÃO...... 294 PERTURBAÇÃO DO SOSSEGO ALHEIO. ÁREA RESIDENCIAL. ALVA- RÁ DE FUNCIONAMENTO. REVOGAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE...... 63 PESCA ILEGAL E PREDATÓRIA. CRIME AMBIENTAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE...... 219 PESQUISADOR BOLSISTA. FINATEC. RESSARCIMENTO AO ERÁ- RIO, IMPROCEDÊNCIA. ENRIQUECIMENTO INDEVIDO E PREJUÍZO PARA ENTIDADE, INOCORRÊNCIA...... 132 PESSOA JURÍDICA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE, IM- POSSIBILIDADE. REQUISITOS LEGAIS, INEXISTÊNCIA...... 156 PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CARTÃO BRB S/A. COMPETÊNCA DO JUÍZO CÍVEL...... 310 PLANO DE SAÚDE, ABUSIVIDADE. DANO MORAL. CIRURGIA EMERGENCIAL...... 98 PLEITO ABSOLUTÓRIO, INVIABILIDADE. CRIME IMPOSSÍVEL. USO DE DOCUMENTO FALSO, ABSORÇÃO...... 223 PODER FAMILIAR. OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA. DEVER DE SUS- TENTO, CRITÉRIOS. ABUSO DE DIREITO, VEDAÇÃO...... 150 PODER FAMILIAR DO GENITOR, SUSPENSÃO. RELAÇÃO CONFLI- TUOSA COM OS FILHOS. ESTUDO TÉCNICO, ELABORAÇÃO...... 157 PODER INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. OPERAÇÃO AQUARELA. SEQUESTRO DE BENS...... 363 POLICIAL MILITAR. RESERVA REMUNERADA, TRANSFERÊNCIA. PROVENTOS CORRESPONDENTES AO GRAU SUPERIOR, IMPOSSI- BILIDADE. DIREITO SUPRIMIDO POR LEGISLAÇÃO POSTERIOR...... 39

463 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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POLO DO ARTESANATO. CONSTRUÇÃO DE QUIOSQUES EM ÁREA PÚBLICA. DEMOLIÇÃO, SUSPENSÃO...... 86 PORTADORES DE DEFICIÊNCIA. CONCURSO PÚBLICO. RESERVA DE VAGAS. COEFICIENTE FRACIONÁRIO, ARREDONDAMENTO..... 205 PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ARMA INEPTA. ATIPICIDADE DA CONDUTA. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA, MANUTENÇÃO...... 248 PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ROUBOS CIRCUNSTANCIA- DOS. FLAGRANTE IMPRÓPRIO. ILICITUDE POR DERIVAÇÃO, INO- CORRÊNCIA...... 262 POSSE DE ARMA DE USO RESTRITO. ABOLITIO CRIMINIS, INVIA- BILIDADE. MEDICAMENTOS SEM PROCEDÊNCIA, MANUTENÇÃO EM DEPÓSITO...... 364 POSSE EM OUTRO CARGO PÚBLICO INACUMULÁVEL. SERVIDO- RES DISTRITAIS. CARGO DE FISCAL TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DE VACÂNCIA...... 50 POSSE, NÃO DEMONSTRAÇÃO. TERRA PÚBLICA. CESSÃO DE DI- REITOS ENTRE PARTICULARES...... 158 PRAZO PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS, REINÍCIO DA CONTA- GEM. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. FUGA DE REGIME SEMIA- BERTO...... 357 PRAZO PRESCRICIONAL, SUBMISSÃO. LICENCIAMENTO DE POLI- CIAL MILITAR. UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA, NÃO INS- TAURAÇÃO...... 331 PRECATÓRIO DE NATUREZA ALIMENTAR. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO, DESCABIMENTO. REQUISITOS DA LC 52/97, DE- SATENDIMENTO...... 378 PRECATÓRIO, SUJEIÇÃO. EXECUÇÃO EM DESFAVOR DA FAZENDA PÚBLICA. AÇÃO COLETIVA PROMOVIDA POR SINDICATO...... 321 PREÇOS PELA COBRANÇA DA FRUIÇÃO. EMBARGOS INFRINGEN- TES. DIREITOS AUTORAIS. ECAD, ATRIBUIÇÃO...... 126 PREGÃO. LICITAÇÃO. AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS...... 26

464 Índice Alfabético

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PREJUDICIAL EXTERNA, INOCORRÊNCIA. DESAPROPRIAÇÃO. EXECUÇÃO. SOBRESTAMENTO, NÃO JUSTIFICAÇÃO...... 314 PRESCRIÇÃO DE FUNDO DE DIREITO. SERVIDOR PÚBLICO. TRANS- POSIÇÃO DE CARGOS, DESPROVIMENTO. REVISÃO DOS PROVEN- TOS, IMPROCEDÊNCIA...... 214 PRESCRIÇÃO INCIDENTAL, RECONHECIMENTO. EXECUÇÃO FIS- CAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS GERENTES...... 322 PRESCRIÇÃO, INTERRUPÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO TRIBU- TÁRIO. PARCELAMENTO ANTES DA CITAÇÃO...... 381 PRESCRIÇÃO, INTERRUPÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. CONFLITO DE NORMAS. CITAÇÃO DO DEVEDOR, VALIDADE...... 383 PRESIDENTE DE ENTIDADE PRIVADA. RESPONSABILIDADE CIVIL. MÁ-GESTÃO, CONFIGURAÇÃO. DEVER DE INDENIZAR...... 170 PRESTAÇÃO DE CONTAS. AÇÃO CONTRA GENITORA DA MENOR. MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE. IMÓVEL ALIENADO PARA AQUISIÇÃO DE OUTRO, DESCUMPRIMENTO...... 159 PRESTAÇÃO DE CONTAS. CONDOMÍNIO. EX-SÍNDICO, DEVER DE PRESTAR CONTAS...... 160 PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA, INVIABILIDADE. SUSPENSÃO CONDI- CIONAL DO PROCESSO, CONCESSÃO. OFERECIMENTO DA PRO- POSTA, ATRIBUIÇÃO DO MP...... 368 PRESTAÇÕES INDEVIDAS. CANCELAMENTO DE MATRÍCULA, IN- DEFERIMENTO. RESCISÃO DO CONTRATO, PROCEDÊNCIA...... 70 PRESUNÇÃO DE ABANDONO DA CAUSA, IMPOSSIBILIDADE. INTI- MAÇÃO PESSOAL DO EXEQUENTE, INOCORRÊNCIA. MUDANÇA DE ENDEREÇO, NÃO COMUNICAÇÃO...... 330 PREVI. PREVIDÊNCIA PRIVADA. DESLIGAMENTO DE ASSOCIADO. COISA JULGADA...... 280 PREVI. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. DESLIGAMENTO DE SE- GURADO. RESERVA DE POUPANÇA, RESTITUIÇÃO...... 279

465 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. PREVI. DESLIGAMENTO DE SE- GURADO. RESERVA DE POUPANÇA, RESTITUIÇÃO...... 279 PREVIDÊNCIA PRIVADA. PREVI. DESLIGAMENTO DE ASSOCIADO. COISA JULGADA...... 280 PREVIDÊNCIA PRIVADA. COBRANÇA. BENEFÍCIO DE PECÚLIO POR MORTE. PAGAMENTO AOS DESIGNADOS, CRITÉRIOS...... 281 PREVIDÊNCIA PRIVADA. REVISÃO CONTRATUAL. FINANCIA- MENTO IMOBILIÁRIO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLICABILIDADE...... 177 PREVISÃO CONTRATUAL, NÃO CUMPRIMENTO. DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO. IPTU/TLP, NÃO PAGAMENTO...... 114 PREVISÃO LEGAL, INEXISTÊNCIA. CONCURSO PÚBLICO. AVALIA- ÇÃO PSICOLÓGICA. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO...... 17 PRIMEIRO ATO CITATÓRIO, TERMO INICIAL. RÉU CITADO EM CARTÓRIO. MANDADO CUMPRIDO, JUNTADA POSTERIOR. APRE- SENTAÇÃO DA DEFESA, CRITÉRIOS...... 348 PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. OBRIGAÇÃO DE FAZER. ESCRITU- RA PÚBLICA DE IMÓVEL, OUTORGA. PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO...... 339 PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ, RELATIVIDADE. HO- MICÍDIO QUALIFICADO CONSUMADO. ERRO SOBRE A PESSOA. COMPETÊNCIA DO JÚRI...... 359 PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA PRESUMIDA, VIOLAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO...... 33 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, DESCABIMENTO. FURTO QUALI- FICADO. ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. DOSIMETRIA DA PENA, REFORMA...... 234 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE. CRIME AM- BIENTAL. PESCA ILEGAL E PREDATÓRIA...... 219 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE. TENTA- TIVA DE FURTO QUALIFICADO. ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. SUBTRAÇÃO DE BICICLETA...... 265

466 Índice Alfabético

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PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE. DESACATO E DANO QUALIFICADO. CRIME CONTINUADO, INOCORRÊNCIA.... 353 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, INAPLICABILIDADE. ROUBO. CONTINUIDADE DELITIVA. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPOR- TÂNCIA, INVIABILIDADE...... 256 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. LEI COMPLEMENTAR Nº 687/03. FIXAÇÃO DE ALÍQUO- TAS, CRITÉRIOS...... 385 PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCESSUAL, OBSERVÂNCIA. CON- FLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. SOCIEDADE DE ECONO- MIA MISTA. JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. LEI Nº 12.153/09, APLICABILIDADE...... 311 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PROTEÇÃO DEFICIENTE. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. UNIFICAÇÃO DOS DELITOS. LEI Nº 12.015/09, RETROAÇÃO...... 229 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE, APLICAÇÃO. MATÉRIA JORNALÍSTICA. DIREITOS FUNDAMENTAIS, COLISÃO. DIREITO- -DEVER DE INFORMAÇÃO...... 213 PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO. USUCAPIÃO, IMPOSSIBILI- DADE. BEM PERTENCENTE À SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA... 53 PRINCÍPIOS PROCESSUAIS, APLICAÇÃO. CONCORRÊNCIA SUCES- SÓRIA. COMPANHEIRO E DESCENDENTES. ART. 1.790, III DO CÓDI- GO CIVIL...... 83 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, OFENSA. TEORIA DA ENCAMPA- ÇÃO. CONCURSO PÚBLICO. NEGATIVA DE POSSE...... 52 PRINCÍPIOS DA SUCUMBÊNCIA E DA CAUSALIDADE. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. INTERESSE DE AGIR, RECONHECIMENTO...... 324 PRISÃO EM FLAGRANTE. ESTELIONATO. COMPRAS COM CARTÃO CLONADO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL, CARACTERIZAÇÃO...... 228 PRISÃO EM FLAGRANTE. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. RECEP- TAÇÃO QUALIFICADA. FORMAÇÃO DE QUADRILHA...... 238

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PRISÃO EM FLAGRANTE, LEGALIDADE. HABEAS CORPUS, DENE- GAÇÃO. CRIMES HEDIONDOS E A ELE EQUIPARADOS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES...... 358 PRISÃO PREVENTIVA. HOMICÍDIO QUALIFICADO. HABEAS COR- PUS, DENEGAÇÃO. ORDEM PÚBLICA, GARANTIA...... 365 PRO LABORE E DISTRIBUIÇÃO DE RESULTADOS, DISTINÇÃO. DIS- SOLUÇÃO DE SOCIEDADE. APURAÇÃO DE HAVERES...... 195 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO, INSTAURAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHEIRO TUTELAR DO DISTRITO FEDE- RAL, ELEIÇÃO. PROPAGANDA IRREGULAR, ACUSAÇÃO...... 32 PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. SERVIDOR DO TJDFT. ANULAÇÃO DO ATO DE NOMEAÇÃO. REINTEGRAÇÃO AO CAR- GO, IMPOSSIBILIDADE...... 40 PROFESSOR. GATE, CABIMENTO. TURMA MISTA. HONORÁRIOS, MAJORAÇÃO...... 41 PROFESSOR NO DF E EM GOIÁS. ACUMULAÇÃO DE CARGOS. COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS, COMPROVAÇÃO...... 3 PROFESSORA DO DISTRITO FEDERAL. APOSENTADORIA POR IN- VALIDEZ. PROVENTOS PROPORCIONAIS. REQUISITOS, PREENCHI- MENTO...... 7 PROFESSORA TEMPORÁRIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. LICEN- ÇA-MATERNIDADE, POSSIBILIDADADE...... 286 PROIBIÇÃO DE APROXIMAÇÃO DO GENITOR, POSSIBILIDADE. EMANCIPAÇÃO. ENFERMIDADE GRAVE. CURADOR, COMPANHEI- RO...... 124 PROMESSA DE RECEBIMENTO DE PRÊMIO. ESTELIONATO. BAÚ DA FELICIDADE...... 227 PROMOÇÃO PESSOAL, DESVIO DE FINALIDADE. AÇÃO POPULAR. PUBLICIDADE INSTITUCIONAL. LESÃO, CONFIGURAÇÃO...... 13 PROMOTOR DE JUSTIÇA. MANDANDO DE SEGURANÇA. DESIG- NAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÕES ELEITORAIS...... 335

468 Índice Alfabético

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PRONUNCIAMENTO EM PLENÁRIO. QUEIXA-CRIME, REJEIÇÃO. IMUNIDADE PARLAMENTAR...... 366 PROPAGANDA IRREGULAR, ACUSAÇÃO. MANDADO DE SEGU- RANÇA. CONSELHEIRO TUTELAR DO DISTRITO FEDERAL, ELEI- ÇÃO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO, INSTAURAÇÃO...... 32 PROTEÇÃO À PROPRIEDADE PRIVADA. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. QUESTÃO AMBIENTAL, INEXISTÊNCIA. JUÍZO DA FAZENDA PÚBLICA, COMPETÊNCIA...... 307 PROTEÇÃO DA LEGÍTIMA. DOAÇÃO INOFICIOSA, NULIDADE. ALIENAÇÃO GRATUITA...... 122 PROTESTO INDEVIDO. DANO MORAL E MATERIAL. DÉBITO QUI- TADO...... 105 PROTOCOLO CLÍNICO DO SUS. FORNECIMENTO DE REMÉDIO REGISTRADO NA ANVISA, DECISÃO LIMINAR. SECRETÁRIO DE SAÚDE DO DF, LEGITIMIDADE PASSIVA. DILAÇÃO PROBATÓRIA, DESNECESSIDADE...... 326 PROVA PSICOLÓGICA, LEGALIDADE. ATENDENTE DE REINTE- GRAÇÃO SOCIAL. CANDIDATO INAPTO...... 10 PROVA TÉCNICA. DIREÇÃO SEM HABILITAÇÃO E EMBRIAGUEZ. OBRIGAÇÃO A SE SUBMETER A ETILÔMETRO, NÃO COMPROVA- ÇÃO...... 226 PROVA, FRAGILIDADE. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. VÍTI- MA COM 12 ANOS. IN DUBIO PRO REO...... 216 PROVENTOS CORRESPONDENTES AO GRAU SUPERIOR, IMPOSSI- BILIDADE. POLICIAL MILITAR. RESERVA REMUNERADA, TRANS- FERÊNCIA. DIREITO SUPRIMIDO POR LEGISLAÇÃO POSTERIOR..... 39 PROVENTOS DE APOSENTADORIA. DANO MORAL, CABIMENTO. EMPRÉSTIMO FRAUDULENTO...... 107 PROVENTOS DE APOSENTADORIA. EMPRÉSTIMO FRAUDADO. DANO MORAL. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA...... 129

469 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS, LEGALIDADE. MÉDICO DA SECRETARIA DE SAÚDE E PERITO MÉDICO LEGISTA DA POLÍCIA CIVIL...... 4 PROVENTOS DO TRABALHO PESSOAL DE CADA CÔNJUGE. VER- BAS DE INDENIZAÇÃO TRABALHISTA, INCOMUNICABILIDADE. MEAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE...... 193 PROVENTOS INTEGRAIS. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PER- MANENTE, INDEFERIMENTO. DOENÇA GRAVE. ATESTADO DE JUNTA MÉDICA OFICIAL, NECESSIDADE...... 9 PROVENTOS INTEGRAIS. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PER- MANENTE. REQUISITOS, ATENDIMENTO...... 8 PROVENTOS PROPORCIONAIS. APOSENTADORIA POR INVALI- DEZ. PROFESSORA DO DISTRITO FEDERAL. REQUISITOS, PREEN- CHIMENTO...... 7 PUBLICAÇÃO DE FOTOGRAFIA NÃO AUTORIZADA. DANO MO- RAL. CORPO DE VÍTIMA DE HOMICÍDIO...... 94 PUBLICAÇÃO DE MATÉRIA OFENSIVA. EMBARGOS INFRINGEN- TES. DANO MORAL CONFIGURADO...... 125 PUBLICIDADE INSTITUCIONAL. AÇÃO POPULAR. PROMOÇÃO PESSOAL, DESVIO DE FINALIDADE. LESÃO, CONFIGURAÇÃO...... 13

Q

QUADRAS COMERCIAIS DO PLANO PILOTO. AÇÃO CIVIL PÚBLI- CA. INVASÃO DE ÁREAS PÚBLICAS. INDENIZAÇÃO POR DANOS AO MEIO AMBIENTE E AO PATRIMÔNIO, DESCABIMENTO...... 66 QUALIDADE DE COMERCIANTE, INEXISTÊNCIA. RECEPTAÇÃO QUALIFICADA. DESCLASSIFICAÇÃO, INVIABILIDADE...... 249 QUANTIAS PAGAS, DEVOLUÇÃO. COBRANÇA. CONSÓRCIO, DE- SISTÊNCIA...... 75 QUANTUM, ADEQUAÇÃO. GRAVIDEZ INESPERADA. USO DE AN- TICONCEPCIONAL. PENSÃO, ESTABELECIMENTO...... 134

470 Índice Alfabético

Título Ementa

QUANTUM, MAJORAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ÔNIBUS IN- TERESTADUAL. TETRAPLEGIA...... 55 QUEDA DE CICLISTA EM BUEIRO DESTAMPADO. RESPONSABILI- DADE CIVIL DO ESTADO, NÃO CONFIGURAÇÃO. CALÇADA DES- TINADA A PEDESTRES...... 172 QUEDA DE ELEVADOR. ESTABELECIMENTO DE ENSINO. MÁ PRES- TAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL...... 161 QUEDA DE REVESTIMENTO DE VIADUTO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANO MATERIAL EM VEÍCULO. LEGITIMIDA- DE PASSIVA DO DF...... 171 QUEDA EM BOCA DE LOBO ABERTA. DANO MORAL. RESPONSABI- LIDADE ESTATAL POR OMISSÃO...... 96 QUEDA EM BUEIRO ABERTO. DANO MORAL, REPARAÇÃO. DIS- TRITO FEDERAL, RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CAESB, RES- PONSABILIDADE...... 112 QUEDA EM ÔNIBUS. INDENIZATÓRIA. IMPRUDÊNCIA DO MOTO- RISTA...... 138 QUEIXA-CRIME, REJEIÇÃO. PRONUNCIAMENTO EM PLENÁRIO. IMUNIDADE PARLAMENTAR...... 366 QUERELA NULLITATIS. REINTEGRAÇÃO DE POSSE, DESCABIMEN- TO. INTERESSE DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 341 QUERELLA NULLITATIS. REIVINDICATÓRIA. CITAÇÃO DE UM DOS CÔNJUGES, INOCORRÊNCIA. VÍCIO INSANÁVEL...... 343 QUERELLA NULLITATIS INSANABILIS, CABIMENTO. RESCISÓRIA. COBRANÇA. CITAÇÃO, INOCORRÊNCIA...... 344 QUESTÃO AMBIENTAL, INEXISTÊNCIA. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PROTEÇÃO À PROPRIEDADE PRIVADA. JUÍZO DA FAZENDA PÚBLICA, COMPETÊNCIA...... 307 QUITAÇÃO DO IMÓVEL PELA SEGURADORA. SISTEMA FINANCEI- RO DE HABITAÇÃO. CONTRATO DE GAVETA. MORTE DO PROMI- TENTE VENDEDOR...... 184

471 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

R

REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS. RECLAMAÇÃO, DESPROVIMENTO. REQUERIMENTO FORMULADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, INDE- FERIMENTO...... 251 RECEBIMENTO, CRITÉRIOS. ABANDONO DE CARGO PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO. VANTAGENS PATRIMONIAIS NÃO PRESCRITAS... 1 RECEITA BRUTA OBTIDA, NÃO APRESENTAÇÃO. DIREITOS AU- TORAIS, COBRANÇA. EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA. APURAÇÃO POR ESTIMATIVA, POSSIBILIDADE...... RECEPTAÇÃO QUALIFICADA. DESCLASSIFICAÇÃO, INVIABILIDA- DE. QUALIDADE DE COMERCIANTE, INEXISTÊNCIA...... 249 RECEPTAÇÃO QUALIFICADA. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. PRISÃO EM FLAGRANTE. FORMAÇÃO DE QUADRILHA...... 238 RECLAMAÇÃO, DESPROVIMENTO. REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS. REQUERIMENTO FORMULADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, INDE- FERIMENTO...... 251 RECLAMATÓRIA, IMPROCEDÊNCIA. LEI MARIA DA PENHA. AME- AÇAS EM MENSAGENS ELETRÔNICAS. MEDIDAS PROTETIVAS...... 250 RECONHECIMENTO JUDICIAL, DESNECESSIDADE. UNIÃO ESTÁ- VEL. CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA. COMPANHEIRA E COLATE- RAIS...... 190 RECURSO, ACOLHIMENTO SINGULAR PELO RELATOR, IMPOSSIBI- LIDADE. AGRAVO INTERNO. AUXÍLIO-ACIDENTE, CONCESSÃO..... 291 REDE PÚBLICA DE SAÚDE. TRATAMENTO MÉDICO INADEQUADO. MORTE DE PACIENTE. INDENIZAÇÃO, CRITÉRIOS...... 189 REDUÇÃO DE ALÍQUOTA DE ICMS. AÇÃO DIRETA DE INCONS- TITUCIONALIDADE, IMPROCEDÊNCIA. LEI DISTRITAL 4.233/2008. CONVÊNIO ENTRE ESTADOS E DISTRITO FEDERAL...... 204 REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO, AFASTABILIDADE. CONTRATO VERBAL. VÍNCULO, IMPOSSIBILIDADE DE RECONHE- CIMENTO. AUMENTO SALARIAL DECORRENTE DE DATA-BASE...... 19

472 Índice Alfabético

Título Ementa

REGIME INICIAL SEMIABERTO. ROUBO A POSTO DE GASOLINA. CONCURSO DE PESSOAS...... 257 REGIME PRISIONAL, ABRANDAMENTO. FURTO DE CARRO POR FLANELINHA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA APROPRIAÇÃO INDÉBI- TA...... 233 REGISTRO PÚBLICO IMOBILIÁRIO. AVERBAÇÃO DE RESERVA LE- GAL. IMÓVEL INTEGRANTE DE CONDOMÍNIO...... 162 REINCIDÊNCIA EM CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. FURTO QUALIFICADO. SUBTRAÇÃO DE TOALHAS DE CRECHE...... 237 REINTEGRAÇÃO. ABANDONO DE CARGO PÚBLICO. VANTAGENS PATRIMONIAIS NÃO PRESCRITAS. RECEBIMENTO, CRITÉRIOS...... 1 REINTEGRAÇÃO AO CARGO, IMPOSSIBILIDADE. PROCESSO AD- MINISTRATIVO DISCIPLINAR. SERVIDOR DO TJDFT. ANULAÇÃO DO ATO DE NOMEAÇÃO...... 40 REINTEGRAÇÃO DE POSSE. OPOSIÇÃO. SEMOVENTES NA ÁREA LITI- GIOSA. RETIRADA DOS BENS, RESPONSABILIDADE DO AGRAVADO.... 342 REINTEGRAÇÃO DE POSSE. CONTRATO DE COMODATO. OCUPA- ÇÃO DE CANIL. DANO MATERIAL, CONFIGURAÇÃO...... 163 REINTEGRAÇÃO DE POSSE, DESCABIMENTO. QUERELA NULLITA- TIS. INTERESSE DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL... 341 REIVINDICATÓRIA. QUERELLA NULLITATIS. CITAÇÃO DE UM DOS CÔNJUGES, INOCORRÊNCIA. VÍCIO INSANÁVEL...... 343 RELAÇÃO CONFLITUOSA COM OS FILHOS. PODER FAMILIAR DO GENITOR, SUSPENSÃO. ESTUDO TÉCNICO, ELABORAÇÃO...... 157 RELAÇÃO DE CONSUMO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. FORO DO DOMICÍLIO DO AUTOR, COMPETÊNCIA ABSOLUTA...... 287 RELAÇÃO DE PARENTESCO ENTRE AS VÍTIMAS. ROUBO CIRCUNS- TANCIADO. CONCURSO FORMAL DE AGENTES...... 259 REMESSA DE TELEGRAMA, OBRIGATORIEDADE. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. CONVOCAÇÃO DE CANDI- DATO...... 34

473 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

REMESSA NECESSÁRIA, DESPROVIMENTO. DETRAN/DF. CERTIFI- CADO DE LICENCIAMENTO ANUAL, EXPEDIÇÃO. CONDICIONA- MENTO A PAGAMENTO DE MULTA, INVIABILIDADE...... 42 REMISSÃO TRIBUTÁRIA, CRITÉRIOS. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO TRIBUTÁRIO, PARCELAMENTO...... 379 RENOVAÇÃO DE MATRÍCULA. ALUNO INADIMPLENTE. BOLSA DE ESTUDO, NÃO ACEITAÇÃO PELA SUCESSORA. OBRIGAÇÃO, INE- XISTÊNCIA...... 164 RENÚNCIA TÁCITA, INOCORRÊNCIA. AMEAÇA E DESOBEDIÊN- CIA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. VÍTIMA NÃO LOCALIZADA PARA INTIMAÇÃO...... 351 REPARAÇÃO DE DANOS ESTÉTICOS E MORAIS. ACIDENTE AUTO- MOBILÍSTICO. ACIONAMENTO DE AIRBAG...... 165 REPARAÇÃO INTEGRAL DO EQUIPAMENTO, INVIABILIDADE. ACI- DENTE DE TRÂNSITO. SEMÁFORO DANIFICADO. DANOS ALEGA- DOS, NÃO COMPROVAÇÃO...... 54 REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. FURTO EM APARTAMENTO. SERVIÇO DE PORTARIA, NEGLIGÊNCIA. EMPRESA CONTRATADA, RESPONSABILIDADE...... 166 REPERCUSSÃO GERAL, RECONHECIMENTO. EXECUÇÃO, FRACIO- NAMENTO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. SOBRESTAMEN- TO, NECESSIDADE...... 323 REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ISS. SERVIÇO DE PUBLICIDADE E PRO- PAGANDA. ICMS, INCIDÊNCIA...... 388 REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. MAIORIDADE CIVIL. GENITORA, IMPOSSIBILIDADE...... 325 REQUERIMENTO DE ALVARÁ, IMPOSSIBILIDADE. ALVARÁ. FEIRA ITINERANTE. LEI DISTRITAL Nº 2.815/2001, INCONSTITUCIONALI- DADE...... 5 REQUERIMENTO FORMULADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, INDE- FERIMENTO. RECLAMAÇÃO, DESPROVIMENTO. REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS...... 251

474 Índice Alfabético

Título Ementa

REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. EXECUÇÃO, FRACIONAMEN- TO. REPERCUSSÃO GERAL, RECONHECIMENTO. SOBRESTAMEN- TO, NECESSIDADE...... 323 REQUISITOS DA LC 52/97, DESATENDIMENTO. CRÉDITO TRIBUTÁ- RIO. PRECATÓRIO DE NATUREZA ALIMENTAR. COMPENSAÇÃO, DESCABIMENTO...... 378 REQUISITOS DO ART. 927 DO CPC, COMPROVAÇÃO. MANUTEN- ÇÃO DE POSSE. ESCRITURA PÚBLICA, APRESENTAÇÃO...... 148 REQUISITOS LEGAIS, INEXISTÊNCIA. PESSOA JURÍDICA. DESCON- SIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE, IMPOSSIBILIDADE...... 156 REQUISITOS, ATENDIMENTO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE. PROVENTOS INTEGRAIS...... 8 REQUISITOS, NÃO PREENCHIMENTO. TRÁFICO NAS DEPENDÊN- CIAS DE PRESÍDIO. SUBSTITUIÇÃO DA PENA, IMPOSSIBILIDADE... 369 REQUISITOS, NÃO PREENCHIMENTO. NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA E DEMARCAÇÃO, CUMULAÇÃO. PEDIDO DE CONVERSÃO PARA O RITO ORDINÁRIO, INEXISTÊNCIA...... 149 REQUISITOS, PREENCHIMENTO. AÇÃO DE DESPEJO. ADQUIRENTE DE IMÓVEL LOCADO. LEI DE LOCAÇÕES, APLICABILIDADE...... 67 REQUISITOS, PREENCHIMENTO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PROFESSORA DO DISTRITO FEDERAL. PROVENTOS PROPORCIONAIS. . 7 RESCISÃO DE CONTRATO. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. VE- ÍCULO ORIUNDO DE OUTRO ESTADO. MOTOR COM NÚMERO TROCADO...... 167 RESCISÃO DE CONTRATO. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. CLÁU- SULA PENAL COMPENSATÓRIA...... 168 RESCISÃO DO CONTRATO, PROCEDÊNCIA. CANCELAMENTO DE MATRÍCULA, INDEFERIMENTO. PRESTAÇÕES INDEVIDAS...... 70 RESCISÓRIA. COBRANÇA. CITAÇÃO, INOCORRÊNCIA. QUERELLA NULLITATIS INSANABILIS, CABIMENTO...... 344 RESCISÓRIA, IMPROCEDÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTA- DORIA. ERRO DE FATO, INEXISTÊNCIA...... 43

475 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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RESERVA DE POUPANÇA, RESTITUIÇÃO. PREVIDÊNCIA COMPLE- MENTAR. PREVI. DESLIGAMENTO DE SEGURADO...... 279 RESERVA DE VAGAS. CONCURSO PÚBLICO. PORTADORES DE DE- FICIÊNCIA. COEFICIENTE FRACIONÁRIO, ARREDONDAMENTO..... 205 RESERVA REMUNERADA, TRANSFERÊNCIA. POLICIAL MILITAR. PROVENTOS CORRESPONDENTES AO GRAU SUPERIOR, IMPOSSI- BILIDADE. DIREITO SUPRIMIDO POR LEGISLAÇÃO POSTERIOR...... 39 RESISTÊNCIA E CORRUPÇÃO DE MENORES. ABSOLVIÇÃO, IMPOS- SIBILIDADE. AUTORIA E MATERIALIDADE, COMPROVAÇÃO...... 252 RESPONSABILIDADE CIVIL. VENDA DE AUTOMÓVEL. ANO DE FABRICAÇÃO, INFORMAÇÃO EQUIVOCADA. VALOR PAGO A MAIOR, DEVOLUÇÃO...... 169 RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESIDENTE DE ENTIDADE PRIVADA. MÁ-GESTÃO, CONFIGURAÇÃO. DEVER DE INDENIZAR...... 170 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. QUEDA DE REVESTIMEN- TO DE VIADUTO. DANO MATERIAL EM VEÍCULO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO DF...... 171 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ÓBITO DE PRESO. DANO MORAL...... 44 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO, NÃO CONFIGURAÇÃO. QUEDA DE CICLISTA EM BUEIRO DESTAMPADO. CALÇADA DES- TINADA A PEDESTRES...... 172 RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR, INOCORRÊNCIA. DANO MATERIAL E MORAL, DESCABIMENTO. MORTE DE FILHO NO HO- RÁRIO DA JORNADA DE TRABALHO...... 92 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS GERENTES. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. PRESCRIÇÃO INCIDENTAL, RECONHECIMENTO...... 322 RESPONSABILIDADE ESTATAL POR OMISSÃO. DANO MORAL. QUEDA EM BOCA DE LOBO ABERTA...... 96 RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. FALHA NA PRESTA- ÇÃO DO SERVIÇO. BENEFÍCIO RENDA MINHA, NÃO PAGAMENTO. DANO MORAL...... 173

476 Índice Alfabético

Título Ementa

RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. HOSPITAL PÚBLICO. PARTO COM USO DE FÓRCEPS. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS...... 174 RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. DANOS MORAIS. IN- VASÃO DE DOMICÍLIO POR POLICIAIS. ABUSO DE AUTORIDADE, CONFIGURAÇÃO...... 175 RESSARCIMENTO AO ERÁRIO, IMPROCEDÊNCIA. FINATEC. PES- QUISADOR BOLSISTA. ENRIQUECIMENTO INDEVIDO E PREJUÍZO PARA ENTIDADE, INOCORRÊNCIA...... 132 RESTITUIÇÃO DE VALORES, IMPROCEDÊNCIA. CONTRATO DE SERVIÇOS, REVISÃO. INADIMPLEMENTO. NOVAÇÃO, NÃO CON- FIGURAÇÃO...... 89 RESTRIÇÃO À INSCRIÇÃO DE SERVIDORES DO DISTRITO FEDE- RAL, DESCABIMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. SELEÇÃO PÚ- BLICA DE PROJETOS CULTURAIS...... 36 RETENÇÃO DE VALORES. PENSÃO ALIMENTÍCIA. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, CONDUTA ILÍCITA...... 155 RETIRADA DOS BENS, RESPONSABILIDADE DO AGRAVADO. REIN- TEGRAÇÃO DE POSSE. OPOSIÇÃO. SEMOVENTES NA ÁREA LITI- GIOSA...... 342 RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO. LESÃO CORPORAL LEVE. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. DENÚNCIA, REJEIÇÃO...... 362 RÉU CITADO EM CARTÓRIO. MANDADO CUMPRIDO, JUNTADA POSTERIOR. APRESENTAÇÃO DA DEFESA, CRITÉRIOS. PRIMEIRO ATO CITATÓRIO, TERMO INICIAL...... 348 REVISÃO CONTRATUAL. FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. PREVI- DÊNCIA PRIVADA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLI- CABILIDADE...... 177 REVISÃO CONTRATUAL. CRÉDITO RURAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, INAPLICABILIDADE. COMPETÊNCIA DO LO- CAL ONDE SE ENCONTRA A OBRIGAÇÃO...... 347 REVISÃO DE CLÁUSULA. CORREÇÃO DE SALDO DEVEDOR. SUBS- TITUIÇÃO DA TR PELO INPC, IMPOSSIBILIDADE...... 178

477 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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REVISÃO DE CLÁUSULAS. FUNCEF. CONTRATO DE FINANCIA- MENTO HABITACIONAL. TABELA PRICE, INAPLICABILIDADE...... 179 REVISÃO DE PENSÃO ESTATURÁRIA PELO TCDF, DECADÊNCIA. PENSÃO PREVIDENCIÁRIA POR MORTE. LEI APLICÁVEL, CRITÉ- RIOS. ENTEADA, COMPARAÇÃO À FILHA...... 282 REVISÃO DOS PROVENTOS, IMPROCEDÊNCIA. SERVIDOR PÚBLI- CO. TRANSPOSIÇÃO DE CARGOS, DESPROVIMENTO. PRESCRI- ÇÃO DE FUNDO DE DIREITO...... 214 REVISIONAL. CONTRATO BANCÁRIO. FORO DIVERSO DO ELEITO NO CONTRATO...... 345 REVISIONAL C/C EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO. EMENDA À INICIAL, DETERMINAÇÃO. INDEFERIMENTO DA EXORDIAL, DESCABIMEN- TO...... 346 REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. TEORIA DA IMPREVISÃO, INAPLICABILIDADE. FOR- ÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS, MITIGAÇÃO...... 176 REVOGAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. ÁREA RESIDENCIAL. PERTUR- BAÇÃO DO SOSSEGO ALHEIO. ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO...... 63 ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. TENTATIVA DE FURTO QUALIFI- CADO. SUBTRAÇÃO DE BICICLETA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂN- CIA, INAPLICABILIDADE...... 265 ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. FURTO QUALIFICADO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, DESCABIMENTO. DOSIMETRIA DA PENA, REFORMA...... 234 ROUBO. CONCURSO FORMAL. INDENIZAÇÃO À VÍTIMA, EXCLU- SÃO. PEDIDO EXPRESSO, INEXISTÊNCIA...... 253 ROUBO. CONCURSO DE PESSOAS. MATERIALIDADE E AUTORIA, PROVA SATISFATÓRIA...... 254 ROUBO. DESCLASSIFICAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. TEORIA DA AMOTIO, APLICABILIDADE. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, SUBSTITUIÇÃO...... 255

478 Índice Alfabético

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ROUBO. CONTINUIDADE DELITIVA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂN- CIA, INAPLICABILIDADE. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂN- CIA, INVIABILIDADE...... 256 ROUBO A POSTO DE GASOLINA. CONCURSO DE PESSOAS. REGI- ME INICIAL SEMIABERTO...... 257 ROUBO CIRCUNSTANCIADO. CORRUPÇÃO DE MENOR, EXTIN- ÇÃO DA PUNIBILIDADE. AUTORIA E MATERIALIDADE, COMPRO- VAÇÃO...... 258 ROUBO CIRCUNSTANCIADO. RELAÇÃO DE PARENTESCO ENTRE AS VÍTIMAS. CONCURSO FORMAL DE AGENTES...... 259 ROUBO QUALIFICADO. EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA, IMPOS- SIBILIDADE. APREENSÃO DA ARMA, PRESCINDIBILIDADE. DOSI- METRIA DA PENA, ADEQUAÇÃO...... 260 ROUBO QUALIFICADO. ORDEM DE PERGUNTAS, INVERSÃO. AB- SOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS. CONCURSO FORMAL...... 261 ROUBOS CIRCUNSTANCIADOS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. FLAGRANTE IMPRÓPRIO. ILICITUDE POR DERIVAÇÃO, INOCORRÊNCIA...... 262 RUFIANISMO. TRÁFICO DE MULHERES. EXPLORAÇÃO SEXUAL. LEI MAIS BENÉFICA, RETROATIVIDADE...... 263

S

SECRETÁRIO DE SAÚDE DO DF, LEGITIMIDADE PASSIVA. FORNE- CIMENTO DE REMÉDIO REGISTRADO NA ANVISA, DECISÃO LIMI- NAR. DILAÇÃO PROBATÓRIA, DESNECESSIDADE. PROTOCOLO CLÍNICO DO SUS...... 326 SEGURO DPVAT. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CÔNJUGE SOBREVI- VENTE, BENEFICIÁRIO ÚNICO. DIREITO INTERTEMPORAL...... 180 SEGURO DPVAT, DIFERENÇA. DEBILIDADE PERMANENTE. GRAU DE COMPROMETIMENTO, VERIFICAÇÃO DESNECESSÁRIA. TEM- PUS REGIT ACTUM...... 181

479 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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SELEÇÃO PÚBLICA DE PROJETOS CULTURAIS. MANDADO DE SE- GURANÇA. RESTRIÇÃO À INSCRIÇÃO DE SERVIDORES DO DIS- TRITO FEDERAL, DESCABIMENTO...... 36 SEMÁFORO DANIFICADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. REPARAÇÃO INTEGRAL DO EQUIPAMENTO, INVIABILIDADE. DANOS ALEGA- DOS, NÃO COMPROVAÇÃO...... 54 SEMOVENTES NA ÁREA LITIGIOSA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. OPOSIÇÃO. RETIRADA DOS BENS, RESPONSABILIDADE DO AGRA- VADO...... 342 SENTENÇA ABSOLUTÓRIA, MANUTENÇÃO. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ARMA INEPTA. ATIPICIDADE DA CONDUTA...... 248 SENTENÇA DE PRONÚNCIA, CONFIRMAÇÃO. TENTATIVA DE HO- MICÍDIO. MATERIALIDADE, COMPROVAÇÃO. IN DUBIO PRO SO- CIETATE...... 367 SEPARAÇÃO. CONSTRUÇÃO EM TERRENO. ADJUDICAÇÃO DO IMÓVEL. INDENIZAÇÃO, IMPROCEDÊNCIA...... 182 SEPARAÇÃO CONSENSUAL, CONVERSÃO EM DIVÓRCIO. ALIMEN- TOS PARA EX-MULHER. AÇÃO PROPOSTA APÓS SEPARAÇÃO, POSSIBILIDADE...... 183 SEPARAÇÃO JUDICIAL. ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS. PARTI- LHA, DECRETAÇÃO...... 296 SEQUESTRO DE BENS. OPERAÇÃO AQUARELA. PODER INVESTI- GATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO...... 363 SERVIÇO DE PORTARIA, NEGLIGÊNCIA. REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. FURTO EM APARTAMENTO. EMPRESA CONTRATA- DA, RESPONSABILIDADE...... 166 SERVIÇO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA. ISS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ICMS, INCIDÊNCIA...... 388 SERVIÇO PRESTADO, NÃO DEMONSTRAÇÃO. COBRANÇA. INS- TITUIÇÃO FINANCEIRA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, APLICABILIDADE...... 301

480 Índice Alfabético

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SERVIDOR DO SLU. ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICU- LOSIDADE, NÃO CUMULATIVIDADE. JORNADA DE TRABALHO, POSSIBILIDADE DE AUMENTO. DISCRICIONARIEDADE DA ADMI- NISTRAÇÃO...... 45 SERVIDOR DO TJDFT. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. ANULAÇÃO DO ATO DE NOMEAÇÃO. REINTEGRAÇÃO AO CAR- GO, IMPOSSIBILIDADE...... 40 SERVIDOR PÚBLICO. LICENÇA MÉDICA. ATESTADO MÉDICO PAR- TICULAR, INSUFICIÊNCIA. PERÍCIA OFICIAL, CONDIÇÃO...... 46 SERVIDOR PÚBLICO. RESCISÓRIA, IMPROCEDÊNCIA. APOSENTA- DORIA. ERRO DE FATO, INEXISTÊNCIA...... 43 SERVIDOR PÚBLICO. TRANSPOSIÇÃO DE CARGOS, DESPROVI- MENTO. PRESCRIÇÃO DE FUNDO DE DIREITO. REVISÃO DOS PRO- VENTOS, IMPROCEDÊNCIA...... 214 SERVIDOR PÚBLICO DA SECRETARIA DE SAÚDE. LICENÇA-MA- TERNIDADE. SUSPENSÃO DE GRATIFICAÇÕES, IMPOSSIBILIDA- DE...... 47 SERVIDOR PÚBLICO DE SAÚDE. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚ- BLICOS, CRITÉRIOS. JORNADA DE TRABALHO SUPERIOR A 60 HO- RAS SEMANAIS. HORÁRIO, COMPATIBILIDADE...... 48 SERVIDORA COMISSIONADA. EXONERAÇÃO DURANTE A GRAVI- DEZ. INDENIZAÇÃO, CABIMENTO...... 49 SERVIDORES DISTRITAIS. CARGO DE FISCAL TRIBUTÁRIO. DE- CLARAÇÃO DE VACÂNCIA. POSSE EM OUTRO CARGO PÚBLICO INACUMULÁVEL...... 50 SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL. MANDADO DE SEGURAN- ÇA. AVERBAÇÃO DE QUINTOS. TEMPOS DE SERVIÇO PRESTADO NA ESFERA FEDERAL...... 27 SISTEMA DE COTAS. ALUNOS DA REDE PÚBLICA DO DF. UNIVER- SIDADES E FACULDADES PÚBLICAS, INSCRIÇÃO...... 51 SISTEMA DE COTAS, CRITÉRIOS. AÇÃO AFIRMATIVA. ALUNO BOLSISTA DE ESCOLA PARTICULAR...... 200

481 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO. CONTRATO DE GAVETA. MORTE DO PROMITENTE VENDEDOR. QUITAÇÃO DO IMÓVEL PELA SEGURADORA...... 184 SITUAÇÃO REAL DO MILITAR, ESCLARECIMENTO NECESSÁRIO. DESERÇÃO DE POLICIAL MILITAR, DECRETAÇÃO INADMISSÍVEL. INTERRUPÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA, IMPOSSIBILIDADE. DI- REITO À VIDA E À SAÚDE, GARANTIA...... 20 SOBREPARTILHA, NÃO AJUIZAMENTO. IMÓVEL NÃO PARTILHA- DO. CONTRAPRESTAÇÃO PELO USO UNILATERAL, IMPOSSIBILI- DADE. EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO...... 328 SOBRESTAMENTO, NÃO JUSTIFICAÇÃO. DESAPROPRIAÇÃO. EXE- CUÇÃO. PREJUDICIAL EXTERNA, INOCORRÊNCIA...... 314 SOBRESTAMENTO, NECESSIDADE. EXECUÇÃO, FRACIONAMEN- TO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. REPERCUSSÃO GERAL, RECONHECIMENTO...... 323 SOCIEDADE CIVIL DE ADVOGADOS. CONSTITUIÇÃO DE SOCIE- DADE, IMPOSSIBILIDADE. CARGO DE FISCAL DE ATIVIDADES UR- BANAS DO DF, INCOMPATIBILIDADE. DIVISÃO DE HONORÁRIOS, CRITÉRIOS...... 185 SOCIEDADE COMERCIAL. TRANSFERÊNCIA INTEGRAL DE QUO- TAS. DÍVIDAS PRETÉRITAS, ASSUNÇÃO DE RESPONSABILIDADE... 198 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. COMPETÊNCIA. JUIZADO ES- PECIAL DA FAZENDA PÚBLICA...... 302 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA...... 303 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. LEI Nº 12.153/09, APLICABILIDADE. PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCES- SUAL, OBSERVÂNCIA...... 311 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. USUCAPIÃO E REINTEGRA- ÇÃO DE POSSE, INVIABILIDADE. BEM PÚBLICO...... 192

482 Índice Alfabético

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SOCIEDADE EMPRESÁRIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. OBRIGA- ÇÃO DE FAZER. ALIENAÇÃO DE QUOTAS SOCIAIS...... 288 SUBSCRIÇÃO DE AÇÕES. BRASIL TELECOM, LEGITIMIDADE. DI- REITO PESSOAL...... 199 SUBSCRIÇÃOS COMPLEMENTAR DE AÇÕES. INDENIZAÇÃO C/C COMPLEMENTAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. EMPRESA DE TE- LEFONIA...... 196 SUBSTITUIÇÃO DA PENA, IMPOSSIBILIDADE. TRÁFICO NAS DE- PENDÊNCIAS DE PRESÍDIO. REQUISITOS, NÃO PREENCHIMENTO.. 369 SUBSTITUIÇÃO DA TR PELO INPC, IMPOSSIBILIDADE. REVISÃO DE CLÁUSULA. CORREÇÃO DE SALDO DEVEDOR...... 178 SUBTRAÇÃO DE BICICLETA. TENTATIVA DE FURTO QUALIFICA- DO. ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂN- CIA, INAPLICABILIDADE...... 265 SUBTRAÇÃO DE TOALHAS DE CRECHE. HABEAS CORPUS, DENE- GAÇÃO. FURTO QUALIFICADO. REINCIDÊNCIA EM CRIME CON- TRA O PATRIMÔNIO...... 237 SUICÍDIO DE PRESO EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL. DANO MORAL E MATERIAL. DEVER DE GUARDA E VIGILÂNCIA DO ES- TADO...... 104 SUPRIMENTO DE OUTORGA. LAVRATURA DE ESCRITURA PÚBLI- CA. USUFRUTO DE IMÓVEL, INEXISTÊNCIA...... 186 SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, CONCESSÃO. PRES- TAÇÃO PECUNIÁRIA, INVIABILIDADE. OFERECIMENTO DA PRO- POSTA, ATRIBUIÇÃO DO MP...... 368 SUSPENSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, TENTATIVAS. FATURA PAGA. CIÊNCIA DA CONCESSIONÁRIA. DANO MORAL, CARACTERIZA- ÇÃO...... 187 SUSPENSÃO DE GRATIFICAÇÕES, IMPOSSIBILIDADE. SERVIDOR PÚBLICO DA SECRETARIA DE SAÚDE. LICENÇA-MATERNIDADE.... 47 SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR. HOMICÍDIO CULPOSO. ACI- DENTE DE TRÂNSITO. PENAS, APLICAÇÃO CUMULATIVA...... 241

483 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS. CARGO DE PRESIDENTE DO PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO. PERDA OU CANCELA- MENTO DO CARGO PARTIDÁRIO, NÃO CABIMENTO...... 188 SUSTAÇÃO DE PROTESTO. DUPLICATA PROTESTADA. ENDOSSO- -MANDATO, NÃO COMPROVAÇÃO...... 349

T

TABELA PRICE, INAPLICABILIDADE. REVISÃO DE CLÁUSULAS. FUNCEF. CONTRATO DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL...... 179 TARE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO. MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE ATIVA...... 390 TARE, ILEGALIDADE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ICMS. EVASÃO FIS- CAL...... 372 TAXA DE ADMINISTRAÇÃO. BITRIBUTAÇÃO, DESCARACTERIZA- ÇÃO. CARTÃO DE CRÉDITO. ICMS, BASE DE CÁLCULO...... 373 TÉCNICO EM ENFERMAGEM. CUMULAÇÃO DE CARGOS, POSSIBI- LIDADE. COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS...... 215 TEMPOS DE SERVIÇO PRESTADO NA ESFERA FEDERAL. MANDA- DO DE SEGURANÇA. SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL. AVER- BAÇÃO DE QUINTOS...... 27 TEMPUS REGIT ACTUM. ACIDENTE DE TRÂNSITO COM MORTE. FATO OCORRIDO EM 2001. PERÍCIA REALIZADA EM MINAS GERAIS. . 56 TEMPUS REGIT ACTUM. SEGURO DPVAT, DIFERENÇA. DEBILIDA- DE PERMANENTE. GRAU DE COMPROMETIMENTO, VERIFICAÇÃO DESNECESSÁRIA...... 181 TENTATIVA DE ESTUPRO EM QUARTO DE MOTEL. VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, INEXISTÊNCIA. CONJUNTO PROBATÓRIO, IN- SUFICIÊNCIA. ABSOLVIÇÃO DO RÉU...... 264 TENTATIVA DE FURTO QUALIFICADO. ROMPIMENTO DE OBSTÁ- CULO. SUBTRAÇÃO DE BICICLETA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂN- CIA, INAPLICABILIDADE...... 265

484 Índice Alfabético

Título Ementa

TENTATIVA DE FURTO QUALIFICADO. AMEAÇA E CORRUPÇÃO DE MENOR. LIBERDADE PROVISÓRIA, INDEFERIMENTO...... 266 TENTATIVA DE HOMICÍDIO. SENTENÇA DE PRONÚNCIA, CONFIR- MAÇÃO. MATERIALIDADE, COMPROVAÇÃO. IN DUBIO PRO SO- CIETATE...... 367 TEORIA DA AMOTIO, APLICABILIDADE. ROUBO. DESCLASSIFICA- ÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, SUBS- TITUIÇÃO...... 255 TEORIA DA ENCAMPAÇÃO. CONCURSO PÚBLICO. NEGATIVA DE POSSE. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, OFENSA...... 52 TEORIA DA ENCAMPAÇÃO, RECONHECIMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EFEITO MODIFICA- TIVO...... 333 TEORIA DA IMPREVISÃO, INAPLICABILIDADE. REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS, MITIGAÇÃO...... 176 TEORIA FINALISTA DA AÇÃO, APLICABILIDADE. MEDIDA RESTRI- TIVA, DESOBEDIÊNCIA. DOLO, INEXISTÊNCIA. ABSOLVIÇÃO...... 246 TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, DESCUMPRIMENTO. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA, CONFIRMAÇÃO. CON- TRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, INOBSERVÂNCIA. INSTAURA- ÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO, NECESSIDADE...... 332 TERRA PÚBLICA. POSSE, NÃO DEMONSTRAÇÃO. CESSÃO DE DI- REITOS ENTRE PARTICULARES...... 158 TETRAPLEGIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ÔNIBUS INTERESTADU- AL. QUANTUM, MAJORAÇÃO...... 55 TITULAR DO PLANO DE SAÚDE, OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA. DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES...... 68 TÍTULO EXECUTIVO HÁBIL. ALIMENTOS, EXECUÇÃO. ACORDO REFERENDADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO...... 292 TOMADORA DE SERVIÇO, RESPONSABILIDADE. EMPREITADA, SUBCONTRATAÇÃO. DANO MORAL, CARACTERIZAÇÃO...... 127

485 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

TORTURA, CARACTERIZAÇÃO. VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA MAUS-TRATOS, IMPOSSIBILIDADE...... 370 TRÁFICO DE DROGAS. INCIDENTE DE DEPENDÊNCIA TOXICO- LÓGICA, INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA, INOCOR- RÊNCIA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA ART. 28 DA LEI DE DROGAS, DESCABIMENTO...... 267 TRÁFICO DE DROGAS EM INTERIOR DE PRESÍDIO. ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. DESCLASSIFICAÇÃO, DESCABIMENTO. MAUS ANTECEDENTES, NÃO CONFIGURAÇÃO...... 268 TRÁFICO DE ENTORPECENTE. FALSA IDENTIDADE, ABSOLVIÇÃO. EXERCÍCIO DE AUTODEFESA. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, SUBSTITUIÇÃO...... 269 TRÁFICO DE ENTORPECENTE. ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE, IM- POSSIBILIDADE...... 270 TRÁFICO DE ENTORPECENTE. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO, NÃO COMPARECIMENTO. NULIDADE, INEXISTÊNCIA...... 271 TRÁFICO DE ENTORPECENTE. CRIME AMBIENTAL. PENA, SUBSTI- TUIÇÃO...... 272 TRÁFICO DE ENTORPECENTE. ABSOLVIÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. PENAS, REDIMENSIONAMENTO...... 273 TRÁFICO DE ENTORPECENTES. HABEAS CORPUS, DENEGAÇÃO. CRIMES HEDIONDOS E A ELE EQUIPARADOS. PRISÃO EM FLA- GRANTE, LEGALIDADE...... 358 TRÁFICO DE MULHERES. RUFIANISMO. EXPLORAÇÃO SEXUAL. LEI MAIS BENÉFICA, RETROATIVIDADE...... 263 TRÁFICO NAS DEPENDÊNCIAS DE PRESÍDIO. SUBSTITUIÇÃO DA PENA, IMPOSSIBILIDADE. REQUISITOS, NÃO PREENCHIMENTO..... 369 TRANSCURSO DO PRAZO BIENAL, ADMISSIBILIDADE. MONITÓ- RIA. CHEQUE PRESCRITO. INDICAÇÃO DA CAUSA DEBENDI, NE- CESSIDADE...... 336

486 Índice Alfabético

Título Ementa

TRANSFERÊNCIA DE BENS MÓVEIS. IMISSÃO NA POSSE. INDIVI- DUALIZAÇÃO FÍSICA DA ÁREA, NECESSIDADE...... 136 TRANSFERÊNCIA DE DOMÍNIO JUNTO AO DETRAN, NECESSIDA- DE. OBRIGAÇÃO DE FAZER. VENDA DE VEÍCULO PARA FERRO VE- LHO. PERECIMENTO TOTAL DO BEM...... 38 TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO JUNTO AO DETRAN, INOCORRÊN- CIA. DANO MORAL, CONFIGURAÇÃO. ANTIGO PROPRIETÁRIO, INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA...... 108 TRANSFERÊNCIA INTEGRAL DE QUOTAS. SOCIEDADE COMER- CIAL. DÍVIDAS PRETÉRITAS, ASSUNÇÃO DE RESPONSABILIDADE.. 198 TRANSFERÊNCIA PARA HOSPITAL PÚBLICO, IMPOSSIBILIDADE. OMISSÃO DO ESTADO, INOCORRÊNCIA. CESÁREA EM HOSPITAL PARTICULAR, OPÇÃO. INTERNAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO EM UTI, NECESSIDADE...... 154 TRANSPORTE AÉREO. DANO MORAL E MATERIAL. ATRASO DE VOO DOMÉSTICO. PERDA DE CONEXÃO INTERNACIONAL...... 106 TRANSPORTE ESPECIAL, NÃO ABRANGÊNCIA. DIREITO À SAÚDE. PACIENTE COM DIFICULDADE DE LOCOMOÇÃO. PACIENTE BENE- FICIÁRIO DE PROGRAMAS SOCIAIS...... 207 TRANSPOSIÇÃO DE CARGOS, DESPROVIMENTO. SERVIDOR PÚ- BLICO. PRESCRIÇÃO DE FUNDO DE DIREITO. REVISÃO DOS PRO- VENTOS, IMPROCEDÊNCIA...... 214 TRANSPOSIÇÃO PARA CARGO DE AUDITOR TRIBUTÁRIO, IMPOS- SIBILIDADE. CONCURSO PÚBLICO. FISCAL DA RECEITA, EXTIN- ÇÃO DO CARGO...... 15 TRATAMENTO MÉDICO INADEQUADO. MORTE DE PACIENTE. REDE PÚBLICA DE SAÚDE. INDENIZAÇÃO, CRITÉRIOS...... 189 TREINAMENTO OBRIGATÓRIO, NÃO FORNECIMENTO. HOMICÍ- DIO CULPOSO. ACIDENTE DE TRABALHO. EMPREGADOR, RES- PONSABILIDADE...... 240 TROCA DE OFENSAS. DANO MORAL, DESCABIMENTO. DISCUS- SÃO EM ASSEMBLEIA DE ASSOCIAÇÃO...... 110

487 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

TURMA MISTA. PROFESSOR. GATE, CABIMENTO. HONORÁRIOS, MAJORAÇÃO...... 41

U

UNIÃO ESTÁVEL. RECONHECIMENTO JUDICIAL, DESNECESSIDA- DE. CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA. COMPANHEIRA E COLATE- RAIS...... 190 UNIÃO ESTÁVEL, RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO. PARTILHA. BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO...... 191 UNIFICAÇÃO DOS DELITOS. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PROTEÇÃO DEFICIEN- TE. LEI Nº 12.015/09, RETROAÇÃO...... 229 UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA, NÃO INSTAURAÇÃO. LI- CENCIAMENTO DE POLICIAL MILITAR. PRAZO PRESCRICIONAL, SUBMISSÃO...... 331 UNIVERSIDADES E FACULDADES PÚBLICAS, INSCRIÇÃO. SISTEMA DE COTAS. ALUNOS DA REDE PÚBLICA DO DF...... 51 USO DA PROPRIEDADE VIZINHA, OFENSA. DIREITO AO SOSSEGO, ASSEGURAMENTO. ÁREA RESIDENCIAL. LIBERDADE DE CULTO, CRITÉRIOS...... 115 USO DE ANTICONCEPCIONAL. GRAVIDEZ INESPERADA. PENSÃO, ESTABELECIMENTO. QUANTUM, ADEQUAÇÃO...... 134 USO DE DOCUMENTO FALSO. CRIME IMPOSSÍVEL, DESCABIMEN- TO. FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA...... 274 USO DE DOCUMENTO FALSO, ABSORÇÃO. CRIME IMPOSSÍVEL. PLEITO ABSOLUTÓRIO, INVIABILIDADE...... 223 USO DE DUAS VAGAS DE GARAGEM. CONDOMÍNIO. PERMISSÃO DE USO TEMPORÁRIO E REMUNERADO...... 84 USUCAPIÃO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE, INVIABILIDADE. SOCIE- DADE DE ECONOMIA MISTA. BEM PÚBLICO...... 192

488 Índice Alfabético

Título Ementa

USUCAPIÃO, IMPOSSIBILIDADE. BEM PERTENCENTE À SOCIEDA- DE DE ECONOMIA MISTA. PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO.. 53 USUFRUTO DE IMÓVEL, INEXISTÊNCIA. SUPRIMENTO DE OUTOR- GA. LAVRATURA DE ESCRITURA PÚBLICA...... 186 UTILIZAÇÃO INDEVIDA DE SLOGAN, NÃO COMPROVAÇÃO. IN- DENIZATÓRIA, DESPROVIMENTO. CAMPANHA ELEITORAL...... 139

V

VAGA DE CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO DF. MAN- DADO DE SEGURANÇA. NORMAS CONSTITUCIONAIS, OBSER- VÂNCIA...... 210 VALOR DA INDENIZAÇÃO, ARBITRAMENTO. COMPETÊNCIA TÉC- NICA DE PROFESSOR, DEPRECIAÇÃO. PANFLETOS DISTRIBUÍDOS POR ALUNOS...... 79 VALOR PAGO A MAIOR, DEVOLUÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. VENDA DE AUTOMÓVEL. ANO DE FABRICAÇÃO, INFORMAÇÃO EQUIVOCADA...... 169 VALORES, RESTITUIÇÃO. AÇÕES PREFERENCIAIS. VENDA NÃO AUTORIZADA. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA...... 69 VANTAGEM DESTINADA À ESPECIALIDADE AGENTE DE PORTA- RIA. MANDADO DE SEGURANÇA. AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL. EXTENSÃO AOS IMPETRANTES, IMPOSSIBILIDADE...... 35 VANTAGENS PATRIMONIAIS NÃO PRESCRITAS. ABANDONO DE CARGO PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO. RECEBIMENTO, CRITÉRIOS...... 1 VARA DA FAZENDA PÚBLICA. CONFLITO NEGATIVO DE COMPE- TÊNCIA. CEB...... 308 VEÍCULO ORIUNDO DE OUTRO ESTADO. RESCISÃO DE CONTRA- TO. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. MOTOR COM NÚMERO TRO- CADO...... 167

489 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

VENDA AD MENSURAM. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. CONTRA- TO, RESCISÃO. ÁREA MENOR QUE A CONTRATADA...... 80 VENDA DE AUTOMÓVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ANO DE FABRICAÇÃO, INFORMAÇÃO EQUIVOCADA. VALOR PAGO A MAIOR, DEVOLUÇÃO...... 169 VENDA DE BEM EM HASTA PÚBLICA. CONSTRIÇÃO JUDICIAL, DESCONSTITUIÇÃO. INTIMAÇÃO DO DEVEDOR. ATOS NULOS, TERMO INICIAL...... 350 VENDA DE VEÍCULO PARA FERRO VELHO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PERECIMENTO TOTAL DO BEM. TRANSFERÊNCIA DE DOMÍNIO JUNTO AO DETRAN, NECESSIDADE...... 38 VENDA NÃO AUTORIZADA. AÇÕES PREFERENCIAIS. INSTITUI- ÇÃO FINANCEIRA, RESPONSABILIDADE OBJETIVA. VALORES, RESTITUIÇÃO...... 69 VERBA DE NATUREZA REMUNERATÓRIA. ABONO DE PERMANÊN- CIA, MOMENTO DA PERCEPÇÃO. APOSENTAÇÃO, INTEGRAÇÃO DOS REQUISITOS. IMPOSTO DE RENDA, INCIDÊNCIA...... 2 VERBAS DE INDENIZAÇÃO TRABALHISTA, INCOMUNICABILIDA- DE. MEAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE. PROVENTOS DO TRABALHO PESSOAL DE CADA CÔNJUGE...... 193 VIAGEM INTERNACIONAL. DANO MATERIAL E MORAL. EXTRA- VIO DE BAGAGEM...... 91 VIAGEM INTERNACIONAL. MUDANÇA NO TRAJETO. EXTRAVIO DE BAGAGENS. INDENIZAÇÃO, MAJORAÇÃO...... 194 VÍCIO DE COMPETÊNCIA, INOCORRÊNCIA. LEI DISTRITAL Nº 3.977/2007, CONSTITUCIONALIDADE. PATRIMÔNIO CULTURAL DO DISTRITO FEDERAL. INICIATIVA DE PARLAMENTAR...... 209 VÍCIO DE INICIATIVA. DIREITO REAL DE USO. LEIS COMPLEMEN- TARES DISTRITAIS. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL...... 315 VÍCIO INSANÁVEL. REIVINDICATÓRIA. QUERELLA NULLITATIS. CITAÇÃO DE UM DOS CÔNJUGES, INOCORRÊNCIA...... 343

490 Índice Alfabético

Título Ementa

VÍCIO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. FURTO DE VEÍCULO EM CONCESSIONÁRIA. DANO MATERIAL. DANO MORAL, DESCABI- MENTO...... 133 VÍNCULO DE TRABALHO COM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NÃO RECONHECIMENTO. CONTRATO TEMPORÁRIO. EXCEPCIONAL INTERESSE DO PODER PÚBLICO, NECESSIDADE...... 18 VÍNCULO FINANCEIRO DO ESTADO. MATRÍCULA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. MINISTÉRIO PÚBLICO, LEGITIMIDADE. DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO...... 212 VÍNCULO, IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO. CONTRATO VERBAL. AUMENTO SALARIAL DECORRENTE DE DATA-BASE. RE- EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO, AFASTABILIDADE...... 19 VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE. VIOLÊNCIA PRESUMI- DA. LEI Nº 11.464/2007, IRRETROATIVIDADE...... 276 VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA. TORTURA, CARACTERIZAÇÃO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA MAUS-TRATOS, IMPOSSIBILIDADE...... 370 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LESÃO CORPORAL. PEDIDO ABSOLUTÓ- RIO, INVIABILIDADE...... 275 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LESÃO CORPORAL LEVE. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO. DENÚNCIA, REJEIÇÃO...... 362 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. CRIME DE INCÊNDIO. CONFISSÃO ES- PONTÂNEA. PENA, REDUÇÃO...... 222 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. AMEAÇA E DESOBEDIÊNCIA. VÍTIMA NÃO LOCALIZADA PARA INTIMAÇÃO. RENÚNCIA TÁCITA, INO- CORRÊNCIA...... 351 VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, INEXISTÊNCIA. TENTATIVA DE ESTUPRO EM QUARTO DE MOTEL. CONJUNTO PROBATÓRIO, IN- SUFICIÊNCIA. ABSOLVIÇÃO DO RÉU...... 264 VIOLÊNCIA PRESUMIDA. LEI Nº 11.464/2007, IRRETROATIVIDADE. VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE...... 276 VÍTIMA COM 12 ANOS. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. PRO- VA, FRAGILIDADE. IN DUBIO PRO REO...... 216

491 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Título Ementa

VÍTIMA NÃO LOCALIZADA PARA INTIMAÇÃO. AMEAÇA E DESO- BEDIÊNCIA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. RENÚNCIA TÁCITA, INO- CORRÊNCIA...... 351 VÍTIMAS MENORES DE 14 ANOS. ATENTADO VIOLENTO AO PU- DOR. CONCURSO FORMAL. LEI 12.015/09, IRRETROATIVIDADE...... 217 VIZINHO DO IMÓVEL SUPERIOR, RESPONSABILIDADE. DANO MO- RAL. INFILTRAÇÃO EM APARTAMENTO...... 101

——— • ———

492 02. Numérico dos Acórdãos

Índice Numérico dos Acórdãos

Acórdão Ementa Acórdão Ementa

455.075...... 253 459.101...... 10 455.892...... 233 459.110...... 195 456.248...... 219 459.115...... 375 456.253...... 368 459.120...... 380 457.676...... 227 459.121...... 46 457.791...... 297 459.199...... 346 457.926...... 27 459.279...... 9 457.932...... 14 459.337...... 307 458.544...... 363 459.353...... 315 458.557...... 317 459.354...... 92 458.570...... 67 459.369...... 83 458.574...... 284 459.373...... 150 458.607...... 306 459.425...... 110 458.759...... 102 459.458...... 52 458.760...... 94 459.528...... 198 458.807...... 127 459.550...... 333 458.837...... 246 459.782...... 57 458.856...... 95 459.798...... 118 458.863...... 155 459.893...... 330 458.936...... 293 459.896...... 173 458.957...... 51 459.898...... 45 458.967...... 320 459.901...... 290 458.973...... 345 459.911...... 343 459.083...... 232 460.059...... 145 459.095...... 15 460.172...... 71

495 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Acórdão Ementa Acórdão Ementa

460.176...... 50 461.412...... 287 460.226...... 171 461.550...... 216 460.235...... 141 461.560...... 203 460.313...... 226 461.568...... 288 460.323...... 229 461.573...... 348 460.366...... 353 461.715...... 11 460.518...... 385 461.731...... 240 460.527...... 285 461.799...... 299 460.529...... 68 461.983...... 112 460.567...... 18 461.992...... 294 460.672...... 355 461.993...... 70 460.703...... 334 461.999...... 149 460.850...... 62 462.014...... 84 460.961...... 73 462.029...... 49 460.994...... 7 462.085...... 280 461.014...... 318 462.117...... 207 461.015...... 258 462.158...... 276 461.046...... 96 462.385...... 184 461.101...... 178 462.394...... 108 461.103...... 1 462.434...... 86 461.106...... 190 462.541...... 132 461.112...... 336 462.586...... 241 461.164...... 21 462.588...... 28 461.178...... 115 462.656...... 342 461.180...... 125 462.665...... 215 461.234...... 286 462.827...... 43 461.381...... 328 462.987...... 193 461.408...... 386 463.252...... 187

496 Índice Numérico dos Acórdãos

Acórdão Ementa Acórdão Ementa

463.253...... 139 465.600...... 292 463.257...... 183 465.812...... 22 463.261...... 344 465.827...... 194 463.262...... 263 465.863...... 260 463.284...... 224 465.935...... 164 463.397...... 212 465.999...... 269 463.490...... 56 466.243...... 337 463.584...... 65 466.258...... 42 463.621...... 97 466.311...... 302 463.623...... 278 466.314...... 88 463.624...... 384 466.350...... 257 463.889...... 162 466.353...... 270 463.958...... 326 466.357...... 237 464.153...... 188 466.558...... 165 464.164...... 39 466.560...... 369 464.186...... 274 466.561...... 134 464.900...... 361 466.662...... 340 464.947...... 159 466.719...... 120 464.956...... 264 466.747...... 191 464.957...... 248 466.869...... 48 465.052...... 327 466.962...... 225 465.068...... 235 466.970...... 352 465.135...... 200 467.096...... 103 465.141...... 167 467.141...... 319 465.370...... 69 467.158...... 157 465.392...... 181 467.337...... 154 465.482...... 221 467.359...... 357 465.492...... 267 467.362...... 356

497 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Acórdão Ementa Acórdão Ementa

467.383...... 259 468.634...... 201 467.395...... 87 468.635...... 210 467.459...... 179 468.640...... 111 467.548...... 98 468.888...... 298 467.631...... 308 469.019...... 5 467.651...... 289 469.026...... 113 467.674...... 29 469.033...... 161 467.692...... 140 469.036...... 279 467.749...... 47 469.037...... 2 467.752...... 371 469.046...... 146 467.755...... 104 469.069...... 177 468.032...... 138 469.083...... 60 468.045...... 109 469.084...... 64 468.048...... 3 469.085...... 105 468.078...... 122 469.093...... 379 468.092...... 283 469.101...... 376 468.214...... 291 469.104...... 182 468.302...... 99 469.129...... 30 468.306...... 304 469.133...... 23 468.324...... 281 469.151...... 100 468.333...... 338 469.211...... 243 468.373...... 20 469.213...... 360 468.385...... 163 469.517...... 107 468.386...... 158 469.549...... 341 468.497...... 325 469.590...... 74 468.499...... 124 469.611...... 114 468.502...... 277 469.634...... 54 468.575...... 25 469.650...... 101

498 Índice Numérico dos Acórdãos

Acórdão Ementa Acórdão Ementa

469.651...... 372 470.482...... 44 469.680...... 144 470.514...... 377 469.705...... 24 470.515...... 312 469.745...... 271 470.662...... 265 469.757...... 300 470.679...... 228 469.758...... 204 470.798...... 153 469.759...... 209 470.810...... 349 469.764...... 350 470.862...... 202 469.791...... 41 470.863...... 310 469.803...... 381 470.864...... 168 469.813...... 189 470.880...... 323 469.868...... 148 470.971...... 254 469.871...... 176 470.973...... 89 469.895...... 213 470.986...... 26 469.928...... 38 471.066...... 63 469.936...... 75 471.220...... 185 469.955...... 231 471.245...... 311 469.965...... 322 471.250...... 174 469.967...... 309 471.343...... 55 469.970...... 366 471.344...... 131 470.000...... 275 471.430...... 123 470.204...... 244 471.545...... 135 470.214...... 59 471.638...... 206 470.366...... 169 471.760...... 382 470.405...... 61 471.768...... 19 470.407...... 130 471.775...... 85 470.430...... 313 471.852...... 255 470.468...... 303 471.890...... 314

499 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Acórdão Ementa Acórdão Ementa

471.998...... 331 472.840...... 329 472.052...... 117 472.935...... 383 472.088...... 272 473.266...... 205 472.094...... 362 473.275...... 13 472.104...... 388 473.365...... 72 472.137...... 214 473.499...... 152 472.168...... 251 473.509...... 128 472.169...... 359 473.511...... 324 472.199...... 218 473.513...... 378 472.272...... 242 473.562...... 106 472.330...... 220 473.580...... 119 472.365...... 268 473.667...... 172 472.386...... 332 473.753...... 367 472.392...... 295 473.761...... 247 472.393...... 321 473.764...... 234 472.439...... 16 473.896...... 262 472.446...... 129 474.018...... 273 472.531...... 37 474.019...... 222 472.547...... 256 474.027...... 370 472.549...... 364 474.079...... 31 472.612...... 249 474.104...... 170 472.677...... 252 474.170...... 389 472.682...... 17 474.208...... 66 472.726...... 354 474.209...... 282 472.758...... 80 474.213...... 91 472.764...... 180 474.228...... 147 472.804...... 236 474.310...... 53 472.828...... 217 474.419...... 316

500 Índice Numérico dos Acórdãos

Acórdão Ementa Acórdão Ementa

474.506...... 32 476.599...... 301 474.613...... 223 476.687...... 77 474.631...... 121 476.780...... 351 474.843...... 126 476.846...... 347 474.902...... 266 476.881...... 239 475.023...... 358 476.891...... 365 475.049...... 93 476.988...... 34 475.052...... 78 477.237...... 197 475.297...... 296 477.559...... 186 475.596...... 136 477.583...... 35 475.642...... 90 477.584...... 36 475.690...... 166 477.588...... 4 475.691...... 196 477.637...... 230 475.715...... 116 477.675...... 175 475.717...... 142 477.725...... 82 475.719...... 339 477.852...... 387 475.723...... 160 477.900...... 250 475.776...... 76 477.903...... 245 475.797...... 390 477.961...... 133 475.817...... 137 478.181...... 373 476.110...... 81 478.362...... 6 476.166...... 79 478.419...... 208 476.511...... 305 478.420...... 199 476.523...... 143 478.424...... 58 476.572...... 238 478.425...... 151 476.593...... 33 478.431...... 192

501 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Acórdão Ementa Acórdão Ementa

478.475...... 261 479.096...... 12 478.559...... 40 479.099...... 211 479.083...... 335 479.512...... 156 479.095...... 8 479.806...... 374

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502 SEMA/TJDFT

Esta obra foi composta, impressa e encadernada pela Subsecretaria de Serviços Gráficos do TJDFT, Área Especial nº 8, Lote “F”, 71.070-667, Guará II, Brasília-DF, com uma tiragem de 535 exemplares.